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Como vai o emprego? Copo meio cheio, copo meio vazio.

13 de agosto de 2021

Não estou a dizer que as empresas deviam ter sido impedidas de despedir todos os trabalhadores. O que já me parece evidente é que o governo devia ter sido mais generoso nas políticas de apoio ao rendimento das pessoas que se encontram nas margens desprotegidas do mercado de trabalho.

Segundo as Estatísticas de Emprego do segundo trimestre de 2021, disponibilizadas pelo INE na quarta-feira, entre abril e junho criaram-se 128,9 mil empregos. O emprego ultrapassou, assim, o valor que tinha no segundo trimestre de 2019.

O levantamento das restrições sob as quais vivemos no início do ano e o avanço da vacinação explicam, em parte, esta melhoria. Mas também a capacidade das empresas, que se terão adaptado mais rapidamente ao teletrabalho, às vendas em linha, ou às entregas ao domicílio. No primeiro trimestre de 2021, no qual houve encerramento de escolas, de comércio não essencial e de restaurantes, a economia portuguesa caiu 5,4%, relativamente ao primeiro trimestre do ano anterior. O período mais comparável que tivemos em 2020 foi o segundo trimestre, onde também vivemos sob regras de confinamento bastante estritas. Nesse, a quebra de atividade foi de 16,5%, comparando com o segundo trimestre de 2019. O choque foi, portanto, menos drástico em 2021, entre outras coisas devido à aprendizagem das empresas.

A criação de emprego está concentrada em contratos a tempo indeterminado e trabalhadores por conta de outrem. A criação de emprego é uma boa notícia; se ele for de qualidade, é ainda melhor. Mas este é o copo meio cheio. Vamos ao copo meio vazio.

Em primeiro lugar, os contratos com termo e os trabalhadores por conta própria, que é como quem diz, a recibo verde, aumentaram bastante menos – mais precisamente, criaram-se cerca de 24 mil empregos. Com o Bruno P. Carvalho e a Mariana Esteves, escrevemos em julho uma nota intercalar do projeto Portugal, Balanço Social, que é uma parceria entre a Nova SBE e a Fundação La Caixa – “A pandemia e o mercado de trabalho: o que sabemos um ano depois?”. Quando comparamos os primeiros trimestres de 2021 e 2019, verificamos que se criaram cerca de 104 mil postos de trabalho com contratos sem termo, mas destruíram-se quase 180 mil com termo. Observamos, curiosamente, um aumento do salário médio entre o primeiro trimestre de 2020 e 2021, que se pode explicar pela destruição destes empregos, mais mal pagos.

Em segundo lugar, o emprego, quando se cria e se destrói, não é para todos. Os números do INE mostram que a criação de emprego está concentrada nas pessoas entre os 45 e os 64 anos e, dentro destas, especialmente nas mais velhas. Foram os diplomados do superior, e os do secundário, em menor medida, que conheceram aumentos de emprego. Quanto às pessoas menos escolarizadas, o emprego diminuiu no último trimestre. No relatório sobre o mercado de trabalho, mostramos que a diminuição dos contratos temporários foi sobretudo concentrada nos trabalhadores com ensino básico e secundário. Por outro lado, são os trabalhadores entre os 25 e os 54 anos os que mais têm contratos temporários. Não admira, por isso, que quando analisamos os números dos inscritos nos centros de emprego, encontremos um aumento mais pronunciado nos trabalhadores menos escolarizados e mais jovens.

Em terceiro lugar, a crise pandémica tratou especialmente mal a parte do mercado de trabalho que não tem acesso a contratos permanentes. O layoff simplificado proíbe as empresas de despedir. Mas não as impede de dispensar trabalhadores a prazo em fim de contrato, nem pessoas que trabalham a recibos verdes. Num outro trabalho, “Failing young and temporary workers: the impact of covid-19 on a dual labour market”, em conjunto com vários colegas (Bruno P. Carvalho, Carolina Nunes, João Pereira dos Santos e José Tavares), analisamos os inscritos nos centros de emprego ao longo de 2020. Nesse artigo, mostramos que foi nos municípios com maior precariedade laboral (isto é, onde o peso dos contratos a prazo em relação ao total é mais elevado) que a crise mais penalizou os jovens e os indivíduos com menos escolaridade. Temos, portanto, mais um indício forte de que a precariedade laboral, concentrada nestes grupos, os deixou desprotegidos em face desta crise.

Não estou a dizer que as empresas deviam ter sido impedidas de despedir todos os trabalhadores. O que já me parece evidente é que o governo devia ter sido mais generoso nas políticas de apoio ao rendimento das pessoas que se encontram nas margens desprotegidas do mercado de trabalho. De todo o modo, não podemos esperar passar por uma crise desta dimensão, junto com a conversão verde e digital que temos como objetivo para os próximos anos, colando com super-cola todos os trabalhadores e trabalhadoras às empresas onde estavam em 2019. O que me traz à quarta e última parte do copo meio vazio.

Assistimos nas últimas semanas ao drama das trabalhadoras e trabalhadores da Dielmar, uma empresa que entrou em processo de insolvência e está agora à procura de uma potencial investidora. Temos de nos preparar para ter mais Dielmares nos meses que se seguem. Apesar de o governo ter anunciado políticas de mitigação do final das moratórias, o objetivo não é, nem pode ser, salvar todas as empresas a todo o custo. A Dielmar é um caso paradigmático. O setor têxtil já tinha sido um dos que mais sofrera com a abertura da UE a Leste e com a concorrência da China, depois da acessão deste país à Organização Mundial do Comércio. A empresa estava em dificuldades antes da pandemia. Por outro lado, a roupa formal que vendem foi uma das vítimas colaterais da pandemia e do teletrabalho. Não estou a dizer que não houve má gestão – não conheço suficientemente o caso para falar disso. Mas com boa ou má gestão, a situação do sector não ajudou certamente. É este tipo de empresas, que chegam a 2020 com um prognóstico difícil e que pertencem aos setores que mais sofrem com a pandemia, que são candidatas a não sobreviver a esta crise. Os trimestres que se seguem, com o final das moratórias, vão ser difíceis. É provável que o ritmo de recuperação de emprego que tivemos no segundo trimestre não se mantenha.

Apesar de o mercado de trabalho ter resistido ao pior da crise, há más notícias ao virar da esquina. E vão ser precisas políticas dirigidas aos grupos que ficaram na face escura. Não nos deixemos ofuscar pelo otimismo dos números.

Fonte: Susana Peralta, opinião, in Público on-line


Emprego supera níveis pré-pandemia, mas a retoma não chegou a todos

12 de agosto de 2021

Apenas o setor dos serviços aumentou face a 2019, sendo que dentro deste o turismo ainda continua aquém. Precários, jovens e menos qualificados continuam a ser afetados pela crise

Os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o número de pessoas empregadas em Portugal já regressou, no segundo trimestre, ao nível pré-covid. Mas a retoma não foi igual para todos, com os precários e menos qualificados a continuarem a sofrer os efeitos da crise.

A população empregada em Portugal atingiu 4,81 milhões de pessoas no segundo trimestre. Isto significa que aumentou tanto em relação aos primeiros três meses do ano (subida de 2,8%, ou seja, mais 128,9 mil pessoas), como por comparação com o segundo trimestre de 2020 (incremento de 4,5%, o que significa mais 208,9 mil pessoas) e com o segundo trimestre de 2019 (aumento de 0,8%, mais 36,3 mil pessoas).

Contudo, a retoma do mercado de trabalho não chegou a todas as faixas etárias, nem a todos os setores, como escrevem esta quinta-feira o "Público" e o "Jornal de Negócios". Uma análise que poderá encontrar também, em mais detalhe, na edição deste fim de semana do Expresso Economia.

Apoiado por medidas governativas, o emprego estabilizou, especialmente no setor dos serviços, que foi o único setor a crescer (1,4%) face ao segundo trimestre de 2019. Já o emprego na agricultura diminuiu 6,6% e na indústria 0,2%.

Mesmo dentro dos serviços houve áreas com maior destaque do que outras. Atividades de informação e comunicação, atividades financeiras e de seguros, cultura, saúde e transportes estão entre as áreas que mais cresceram. Já o turismo, imobiliário e comércio continuam aquém dos níveis pré-pandemia.

Relativamente ao tipo de contrato, o "Público" escreve que os trabalhadores mais precários ainda são vítimas desta crise.

Não só precários, mas também menos qualificados, pois a maioria do aumento de empregos foi para “especialistas das atividades intelectuais e científicas”, pessoas que beneficiaram da possibilidade de teletrabalho e de empresas que resistiram à crise, ao contrário dos trabalhadores menos qualificados.

Por fim, os mais novos continuam a estar menos empregados que os mais velhos. Entre os 16 e os 44 anos, o nível do emprego ainda é inferior ao período pré-pandemia, enquanto o oposto acontece para os acima de 45 anos.
 

Desemprego com aumento homólogo no 2º trimestre estimado em 6,7% mas cai face ao anterior

Posted: 12 Aug 2021 04:14 AM PDT

in o Observador

A população desempregada, "estimada em 345,7 mil pessoas, diminuiu 4,0% (14,4 mil) em relação ao trimestre anterior e aumentou 24,2% (67,3 mil) relativamente trimestre homólogo", destacou o INE.

A taxa de desemprego do segundo trimestre deste ano “foi estimada em 6,7%, valor inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior”, tendo, no entanto, aumentado 1 p.p. em relação ao período homólogo, segundo o INE.

De acordo com as estatísticas do emprego referentes ao segundo trimestre de 2021, publicadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “a taxa de desemprego foi estimada em 6,7%, valor inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e superior em 1,0 p.p. ao do trimestre homólogo de 2020 e em 0,3 p.p. ao do 2.º trimestre de 2019″.

INE destacou ainda que a população desempregada, “estimada em 345,7 mil pessoas, diminuiu 4,0% (14,4 mil) em relação ao trimestre anterior e aumentou 24,2% (67,3 mil) relativamente trimestre homólogo, o primeiro abrangido por uma declaração de estado de emergência”.

Preços da electricidade batem recordes no arranque da onda de calor

Posted: 12 Aug 2021 03:53 AM PDT

Ana Brito, in Público on-line

Calor em Portugal e Espanha faz antever aumento do consumo eléctrico, que terá de ser abastecido com produção mais cara a partir do gás natural. Preço para quinta-feira bateu novo recorde nos 115,83 euros por megawatt hora (MWh).

Num momento em que a resposta das renováveis é insuficiente para abastecer o consumo eléctrico e as centrais a gás natural têm de dar resposta à procura, os preços da electricidade no mercado grossista ibérico continuam a bater recordes consecutivos.

Segundo o OMIE (a entidade que administra o mercado ibérico), o preço médio para a energia que será negociada naquela plataforma na quinta-feira, 12 de Agosto, será de 115,83 euros por megawatt hora (MWh), batendo o recorde prévio, de um preço médio de 113,99 euros fixado para esta quarta-feira.

Longe vão os tempos de preços baixos atingidos no início da crise sanitária da covid-19, quando, entre Abril e Junho de 2020, o preço médio no mercado grossista andou na casa dos 23 euros por MWh.

Com a quantidade de gás natural armazenada na Europa reduzida em um terço face aos volumes de Agosto de 2020 — de acordo com os inventários de armazenamento da GIE, a associação que representa as empresas europeias responsáveis pelas infra-estruturas de gás natural, como a REN — e tendo em conta, em simultâneo, que as entregas deste combustível nos mercados asiáticos se encontram perto de máximos históricos (destacando-se a China como o grande importador), é de esperar que os preços se mantenham sob pressão nas próximas semanas.

O mercado ibérico do gás (o Mibgas) marcava para esta quarta-feira, 11 de Agosto, um preço diário em torno de 44 euros por MWh (quando chegou a estar nos 15,16 euros por MWh no início do ano), mas o valor para entrega em Setembro já superava os 45 euros.

Os preços do gás natural, aliados aos das licenças de emissão de CO2 (que se encontram acima dos 57 euros por tonelada), vão continuar a pesar nos custos de produção das centrais a gás da Península Ibérica (onde o carvão deixa de ser uma opção).

Se se somar a isto a fraca produção eólica num cenário de altas temperaturas como o que é esperado para os próximos dias em Portugal e Espanha, não são de afastar novos recordes de preços no mercado grossista da Península Ibérica.
Reflexo gradual

Em Portugal, os efeitos destas subidas chegam de forma gradual às carteiras dos portugueses, através das revisões trimestrais das tarifas reguladas da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e das condições que, entretanto, são negociadas entre os clientes do mercado livre e os comercializadores que lhes prestam o serviço.

No início de Julho, a reguladora actualizou a componente de energia das tarifas reguladas de electricidade em 3%, o que, para as famílias que ainda estão no mercado regulado, representou um agravamento da factura entre 1,05 euros e 2,86 euros.

Mas em Espanha, onde as oscilações nos preços do mercado grossista afectam imediatamente as tarifas reguladas (conhecidas como PVPC ou Precio Voluntario para el Pequeño Consumidor), reflectindo-se nos montantes a pagar todos os meses, a escalada de preços é uma dor de cabeça constante para os cerca de dez milhões de clientes que ainda estão no mercado regulado.

No mercado liberalizado espanhol (onde já estão 60% dos consumidores), as mossas da alta de preços também se estão a fazer sentir, como relata o jornal espanhol El Confidencial.

Segundo o jornal, grandes empresas como a Iberdrola estão a aproveitar cláusulas contratuais para romper contratos firmados com grandes clientes antes da escalada de preços e que agora, aos preços grossistas actuais, deixaram de ser rentáveis. Uma das empresas afectadas é a cadeia de retalho de artigos desportivos Decathlon, refere o El Confidencial.

Covid-19 mantém 475,5 mil pessoas a trabalhar em casa há mais de seis meses

Posted: 12 Aug 2021 03:51 AM PDT

Raquel Martins, in Público on-line

No segundo trimestre de 2021, um total de 717 mil pessoas estavam em teletrabalho, o que representa 14,9% da população empregada. Proporção reduziu-se face ao ano passado, mas é a terceira mais elevada desde o início da pandemia.

A pandemia da covid-19 obrigou a que milhares de trabalhadores deixassem o escritório para passarem a trabalhar a partir de casa e, no segundo trimestre de 2021, havia 475,5 mil pessoas nessa situação há pelo menos seis meses. Esta é uma das conclusões que se pode retirar dos dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dão conta de uma diminuição de pessoas a trabalhar fora do escritório e em regime de teletrabalho.

Entre Abril e Junho, o país iniciou um processo de desconfinamento. Embora a obrigatoriedade do teletrabalho se tivesse mantido, o alívio das restrições levou a uma redução do número de pessoas que trabalharam sempre ou quase sempre em casa, passando de quase um milhão, no primeiro trimestre do ano, para 740,7 mil no segundo trimestre.


Nesse universo, o INE dá conta de 607,3 mil pessoas empurradas para essa situação por causa da pandemia (as restantes 133,3 mil já trabalhavam em casa ou passaram a fazê-lo por outra razão que não a covid-19), das quais 475,5 mil encontravam-se nessa situação há seis ou mais meses, o que corresponde a uma proporção de 78,3%. No primeiro trimestre, a percentagem era de 48,2%, o que significa que houve um elevado número de trabalhadores que continuaram a desenvolver a sua actividade fora do escritório.

Isso aconteceu sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, sendo que a maioria das pessoas que estão há pelo menos seis meses a trabalhar no domicílio são homens (50,4%), têm 45 ou mais anos (41,6%), o ensino superior (72,9%) e trabalham nos serviços (87%).
Teletrabalho recuou e abrangeu 717 mil pessoas

No segundo trimestre assistiu-se a uma diminuição das pessoas em teletrabalho, resultado do alívio das restrições. Das 740,7 mil pessoas que entre Abril e Junho trabalharam sempre ou quase sempre fora do escritório, 717 mil estiveram em teletrabalho (ou seja, trabalharam a partir de casa com recurso a tecnologias da informação e comunicação), o que corresponde a um recuo de 25,9% em relação às 967,7 mil pessoas que estavam nesse regime no primeiros meses do ano, altura em que as escolas fecharam e o país se viu obrigado a confinar novamente.

Na prática, o teletrabalho abrangia 14,9% da população empregada, o que representa uma queda de 5,8 pontos percentuais face aos três primeiros meses do ano (quando a proporção atingiu os 20,7%) e de 7,6 pontos percentuais em comparação com o segundo trimestre de 2020 (22,6%), data que coincide com o início da pandemia em Portugal. Ainda assim, nota o INE, os 14,9% correspondem “à terceira proporção mais elevada deste indicador desde que começou a ser acompanhado há cinco trimestres”.

Os dados agora divulgados mostram que o teletrabalho se restringe a actividades e trabalhadores específicos e não tem uma distribuição uniforme pelo território, com mais de metade das pessoas abrangidas a viverem na Área Metropolitana de Lisboa (51,5%), no Norte (25,5%) e no Centro (15,6%), sendo muito incipiente nas restantes regiões.

Ao contrário do que aconteceu no primeiro trimestre, em que a maioria dos teletrabalhadores eram mulheres, agora a tendência alterou-se e 51,5% das pessoas em teletrabalho são homens. O INE não avança uma explicação para esta inversão, mas pode estar relacionada com o facto de o Governo ter aprovado legislação que reforça os apoios às famílias que partilham os cuidados das crianças durante o confinamento.

No segundo trimestre continua a predominar o teletrabalho entre as pessoas que completaram o ensino superior (72% do total) e que têm contratos sem termo (71,8%), desenvolvendo actividades intelectuais e científicas (55,3%).

O sector dos serviços representa 87,1% do teletrabalho, sendo que as actividades de informação e comunicação, as actividades de consultoria e científicas, a educação e a Administração Pública juntam mais de metade das pessoas que estavam em teletrabalho (52,4%).

O resultado do inquérito ao emprego do INE faz ainda uma análise à forma como os trabalhadores remotos desenvolvem a sua actividade através de computados e de smartphone, sendo que a maioria usa os dois equipamentos. Já a ligação à empresa é feita sobretudo com recurso a videoconferência, e-mail e a uma rede virtual privada (VPN). Com menor expressão surgem as “pastas partilhadas na nuvem” e outras aplicações.

teletrabalho deixou de ser obrigatório a 1 de Agosto, passando a ser apenas recomendado em todo o território do continente.

Há uma floresta de manuais para abate. Poderá o ministério assumir a sua reutilização?

Posted: 12 Aug 2021 03:48 AM PDT

Clara Viana, in Público on-line

O desafio parte do presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares e tem como alvo os manuais que são descontinuados em Portugal, mas que poderão ser utilizados por outros lá fora.

Dezenas de milhares de manuais escolares vão ficar de novo sem uso já a partir de Setembro, porque chegou ao fim o seu prazo de vigência, que geralmente é de seis anos. Os manuais agora descontinuados são os das disciplinas de Ciências Naturais, Físico-Química, História e Inglês do 7.º ano e Biologia e Geologia do 10.º ano.

É uma floresta de livros. Muitas escolas não os estão a aceitar de volta já que quase não têm espaço para acomodar os que ainda servem para alguma coisa. Face a este e outros desperdícios relativos aos manuais, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, lança este desafio ao Ministério da Educação (ME): “Lançar um plano nacional de recolha de manuais não reutilizáveis com o objectivo de os levar para onde sejam necessários, por exemplo os Países de Língua Oficial Portuguesa”.

O PÚBLICO questionou o Ministério da Educação, mas não obteve respostas. “Este é um trabalho cívico que o ministério poderia assumir e tem meios para o fazer, o que já não acontece com as escolas”, justifica. Algumas ainda tentam, mas nem sempre com bons resultados.

“Acho criminoso deitá-los fora”, desabafa Manuel Pereira. Isto sem falar dos manuais ainda em vigor e que não podem ser reutilizados por se encontrarem em más condições de uso.

É esta avaliação que as escolas têm estado a fazer desde que os manuais utilizados em 2020/2021 começaram a ser devolvidos pelos pais, um procedimento obrigatório para terem acesso a mais livros escolares gratuitos em 2021/2022. A distribuição de vouchers para esse efeito, que tinha início marcado para o próximo dia 16, foi antecipada uma semana e, segundo o ME, até esta quarta-feira tinham já sido disponibilizados 1,2 milhões de vales. Actualmente todos os alunos que frequentam a escolaridade obrigatória (1.º ao 12.º ano) em escolas públicas têm direito a manuais gratuitos. São cerca de 1,2 milhões.

Só o 1.º ciclo está dispensado da devolução por se ter confirmado que neste nível de escolaridade era praticamente impossível a reutilização.
Riscados e escritos

O prazo para a devolução dos manuais, incluindo os dos alunos com exames, terminou nesta segunda-feira. Na semana passada, o ME deu conta de que pelo menos 60% dos que já tinham sido entregues estavam em condições de serem reutilizados em 2021/22. Há dois anos tinham sido cerca de 50%. No ano lectivo passado, devido à pandemia, o processo de devolução foi suspenso por determinação do Parlamento.

Em simultâneo com os manuais, também foram devolvidos às escolas os computadores entregues aos alunos do 4.º, 9.º e 12.º ano. Até agora, o ME nada disse sobre este processo. As escolas contactadas pelo PÚBLICO indicam que, no geral, se encontram "em bom estado”. A avaliação está a ser feita sobretudo pelos assistentes operacionais, já que na maioria não existem técnicos especializados. Tem sido “um trabalho ciclópico”, comenta Manuel Pereira.

Quantos aos manuais, este director dá conta de que tanto no seu agrupamento, como noutros de quem tem tido notícia, existe “uma percentagem elevada que não está em boas condições”. “As escolas são um reflexo da comunidade em que estão inseridas e quando nesta existem problemas de ordem social e económica tal reflecte-se também no estado do material escolar e não é por mau uso, mas apenas pelo uso que os alunos lhe puderam dar”, especifica.

Mas nem sempre se verifica esta correlação, como constata a directora da Escola Secundária Rainha Dona Amélia, situada numa zona favorecida de Lisboa. “Os manuais vêm muito riscados”, descreve Cristina Dias, em resposta por e-mail ao PÚBLICO. “A maioria entregou ou pagou os manuais [danificados], embora haja muitos em falta. É o caso dos alunos do 12.º ano. Como deixam de ter um vínculo com a escola, não estão preocupados em devolver os manuais e a maioria não o fez”.
Um problema de férias

Todo o processo foi “muito complicado”, desabafa ainda Cristina Dias. “Muitos pais já estavam de férias e partiram do princípio de que não seriam penalizados se não entregassem os manuais, à semelhança do que aconteceu o ano passado porque a situação de pandemia permanece”. Refere que “os directores de turma deram a informação atempadamente”, mas que “os serviços de administração escolar tiveram de enviar muitos e-mails e fazer muitos telefonemas para relembrar os pais”.

Devido à pandemia, os manuais têm de ficar pelo menos 48 horas numa espécie de quarentena sem serem manuseados por ninguém. Só depois é que os funcionários da escola começam a folheá-los, para verificar se não estão rasgados ou se ainda estão riscados ou anotados.

O Agrupamento de Escolas de Mourão ganhou em 2019 um prémio do Ministério da Educação, no valor de 10 mil euros, por ter sido a escola que mais reutilizou manuais (94,5%) Em declarações ao PÚBLICO, o seu director José Rocha dá conta que a taxa de reutilização dos manuais escolares estará este ano nos 90% ou mais. “Por falta de recursos humanos há manuais que ainda não foram vistos”, justifica, lembrando que este processo coincide com a altura em que os funcionários das escolas podem marcar férias. Mas José Rocha está confiante na performance do seu agrupamento: “Tanto os alunos como os professores já estão educados quanto à forma de utilizar os manuais para que estes possam estar em boas condições.”


Já foram disponibilizados 1,2 milhões vouchers para trocar por manuais escolares

Posted: 12 Aug 2021 03:34 AM PDT

in Público on-line

Foto Na próxima semana começam a ser distribuídos os vouchers para os alunos dos anos de início de ciclo, ou seja, 1.º, 5.º, 7.º e 10.º ano. Rui Gaudencio

A distribuição dos vales para a aquisição de manuais de novos manuais escolares foi antecipada, tendo si já disponibilizados 1,2 milhões destes, informou esta quinta-feira o Ministério da Educação.

Estava previsto que os vouchers que as famílias vão poder trocar por novos manuais só começassem a ser distribuídos a partir de 16 de Agosto, para os alunos dos anos de continuidade, mas esse trabalho foi antecipado.

Segundo Ministério da Educação, estes vales vão sendo disponibilizados gradualmente, à medida que as turmas são constituídas e que essa informação é disponibilizada pelas escolas, e até ao momento o número ascende aos 1,2 milhões.

“Por essa razão, os encarregados de educação devem estar atentos à plataforma, visitando-a ao longo do tempo, sendo também avisados da disponibilização dos vouchers através de correio electrónico”, refere a tutela em comunicado.

Para aceder a estes vales, os encarregados de educação devem registar-se na plataforma MEGA ou descarregar a aplicação “Edu Rede Escolar”, onde os vouchers ficam disponíveis a partir do momento em que as escolas exportarem todos os dados necessários na plataforma.

A partir destes dispositivos, passam a ter acesso aos dados escolares dos seus educandos e aos respectivos vouchers para os manuais escolares, bem como à lista das livrarias aderentes, onde poderá ser feito o levantamento.

Na próxima semana começam a ser distribuídos os vouchers para os alunos dos anos de início de ciclo, ou seja, 1.º, 5.º, 7.º e 10.º ano.

Retoma do emprego ainda não chegou aos jovens, precários e menos qualificados

Posted: 12 Aug 2021 03:14 AM PDT

Sérgio Aníbal, in Público on-line

Ao contrário da actividade económica, que continua abaixo dos níveis pré-crise, o número de empregos já recuperou e está a um nível superior ao de há dois anos. Mas nem todos os segmentos do mercado de trabalho sentiram esse resultado

Depois de uma queda abrupta no início da pandemia e de alguns altos e baixos desde aí, a economia ainda está a vários meses de voltar a ser o que era, mas o número de pessoas empregadas em Portugal, apoiado pelas medidas de apoio lançadas pelo Estado, já regressou, no segundo trimestre deste ano, ao nível em que se encontrava antes do início da pandemia. O problema é que esta retoma mais rápida no mercado de trabalho não chegou a todos os segmentos da população.

Pela primeira vez desde o início da crise, as estatísticas do mercado do trabalho publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam um número de pessoas empregadas em Portugal que é superior àquele que se registava antes do segundo trimestre de 2020, o primeiro em que se sentiu o impacto negativo da pandemia.

De acordo com os dados publicados esta quarta-feira, existiam, no segundo trimestre de 2020, 4810 mil empregos em Portugal. Este é um valor que não só significa um acréscimo de 128,9 mil empregos face ao trimestre imediatamente anterior e 200 mil empregos face ao trimestre homólogo do ano anterior, como supera em 66 mil trabalhadores o número de empregos registado no primeiro trimestre de 2020 e em 36 mil trabalhadores o resultado do segundo trimestre de 2019, o melhor ponto de comparação pré-crise, para retirar da análise os efeitos da sazonalidade.

Este regresso aos níveis do passado constitui uma confirmação daquilo que tem sido evidente desde o início da pandemia: o emprego tem resistido bastante melhor à crise do que a actividade económica. Isso foi particularmente evidente no segundo trimestre de 2020, quando o PIB se afundou 14% e o emprego apenas 3% e deveu-se, em larga medida, aos apoios públicos que têm vindo a ser disponibilizados para evitar que as empresas reduzam de forma abrupta a sua força de trabalho. Em particular, a medida do layoff simplificado, ao manter o vínculo laboral entre trabalhadores e empresas numa altura em que a actividade parava ou era fortemente reduzida, contribuiu para que, em Portugal, tal como na generalidade dos países europeus, se tivesse evitado uma quebra abrupta dos níveis de emprego semelhante à queda a pique da economia.

Agora, numa altura em que a economia recupera, o ritmo de crescimento do emprego é, sem surpresa menor que o do PIB. No segundo trimestre, o emprego cresceu 2,8% em cadeia e 4,5% face ao período homólogo, num trimestre em que a economia cresceu 4,9% em cadeia e 15,5% em termos homólogos. Mas isso não impediu que o número de empregos chegasse já ao nível pré-crise, enquanto o valor do PIB, no segundo trimestre deste ano, ainda estava 4,7% abaixo do registado antes da pandemia.

O problema destes valores agregados para a evolução do emprego é que escondem realidades diferentes em alguns segmentos do mercado de trabalho. Para alguns tipos de trabalhadores e em alguns sectores de actividade é possível verificar que o número de empregos está neste momento ainda significativamente abaixo daquele que se verificava antes da crise.

Quando se olha para os sectores de actividade, verifica-se, por exemplo, a subsistência de um nível de emprego muito inferior ao passado no alojamento e na restauração. O turismo foi um dos sectores mais afectados e persistem entraves à sua actividade, que se reflectem nos postos de trabalho criados. No segundo trimestre deste ano, existiam neste sector ainda menos 72,9 mil empregos do que em igual período de 2019.

Em contrapartida, há sectores que já revelam aumentos fortes do número de empregos, destacando-se em particulares áreas como a informação e comunicação, actividades científicas, técnicas e de consultoria, educação e saúde.

Para além dos sectores, é também particularmente evidente, nos dados disponibilizados pelo INE, o tipo de trabalhadores que mais saíram a perder durante a crise e que ainda não concretizaram uma retoma. Por tipo de contrato de trabalho, existem agora mais 158,7 mil empregos por conta de outrem com contrato sem termo, enquanto há menos 131 mil contratos com termo.

Uma interpretação benigna deste resultado seria a de que se está agora a apostar em vínculos laborais menos precários em Portugal, mas a explicação para estes resultados está essencialmente no facto de, no início da crise, a perda de empregos ter atingido os contratos com termo, passando quase ao lado daqueles que tinham um vínculo mais sólido. Medidas como o layoff simplificado serviram especialmente para proteger este último grupo, enquanto os trabalhadores mais precários foram as vítimas naturais da tentativa das empresas de reduzir custos num cenário de crise.

Outra característica evidente nos empregos que ainda não regressaram é o facto de serem menos qualificados. Os dados do INE mostram que há agora, em comparação com há dois anos, menos 108 mil empregos para “trabalhadores de serviços pessoais, segurança e vendedores” e menos 103 mil empregos para “trabalhadores não qualificados”. Em contrapartida, a grande maioria do aumento de empregos (176 mil) foi para “especialistas das actividades intelectuais e científicas”. Beneficiando das possibilidades do teletrabalho e maioritariamente em empresas menos afectadas pela crise, estes últimos viram os seus empregos resistirem bem à crise, ao passo que os primeiros, em trabalhos com necessidade de contacto pessoal mais evidente e com um peso elevado em sectores como a restauração e alojamento, sofreram muito mais.

Por fim, há a diferença das idades, sendo evidente que as idades mais avançadas, que à partida contavam com vínculos laborais mais estáveis, resistiram melhor à crise do que os mais jovens. Nos segmentos entre os 16 e os 44 anos, o nível do emprego é agora ainda inferior ao período pré-crise, enquanto o oposto acontece para os segmentos que vão dos 45 aos 89 anos.

Para além disso, há dois anos, no segundo trimestre de 2019, havia em Portugal, 191,5 mil jovens que não estão, nem empregados, nem em educação ou formação. Agora, apesar da diminuição dos últimos trimestres, esse valor ainda é mais alto, situando-se em 210,5 mil no segundo trimestre de 2021.
 
Fonte: Expresso

Taxa de desemprego ficou em Junho nos 6,9%

5 de agosto de 2021

Taxa recuou de forma ligeira em relação a Maio, para valores idênticos aos de Fevereiro, mas continua acima do que se registava em Março último. INE contabiliza 676 mil pessoas fora do mercado de trabalho.


A taxa de desemprego baixou de forma ligeira entre Maio e Junho, de 7% para 6,9% da população activa, ficando num patamar abaixo do valor que se registava há um ano (uma taxa de 7,5% em Junho de 2020), mostram dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quinta-feira.

Em Junho, havia 356,1 mil pessoas desempregadas, mas são muitos mais os que efectivamente estão fora do mercado de trabalho. O INE contabiliza 676 mil pessoas nessa circunstância, o universo de pessoas agregadas num indicador de “subutilização do trabalho”, que junta não apenas a população desempregada, mas também o “subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego”.

A taxa da subutilização de trabalho era de 12,7% em Junho, “valor inferior em 0,1 ponto percentual ao de Maio de 2021, em 0,2 pontos percentuais ao de Março do mesmo ano e em três pontos percentuais ao de Junho de 2020”, indica o INE.

Apesar do ligeiro recuo no último mês, a taxa de desemprego continua num valor superior ao que se registava três meses antes, em Março. A taxa baixou de 6,9% em Fevereiro para 6,6% em Março e voltou a aumentar em Abril. Nessa altura, passou para 7%, manteve-se nesse patamar em Maio e agora voltou a recuar para um valor idêntico ao de Fevereiro, estando num valor inferior do de Junho do ano passado.

Como o PÚBLICO escreveu recentemente, os despedimentos colectivos aumentaram em 2020 para um valor recorde dos últimos oito anos (duplicaram, passando para 698 processos, envolvendo 7500 trabalhadores). Mas os dados mais recentes mostram que, este ano, há menos empresas a recorrer a este mecanismo, ainda que no leque das entidades empregadoras que anunciaram ou admitiram fazê-lo estão grandes grupos económicos, como a TAP, o BCP ou a Altice.

Em síntese, o INE refere que a população desempregada diminuiu 1,5% em Junho face ao mês anterior, “aumentou 6,5% em relação a três meses antes e diminuiu 4,4% comparativamente ao mesmo mês de 2020”.

Já a população empregada – de quase 4,8 milhões de pessoas – “aumentou 0,3% em relação ao mês anterior, 1,9% relativamente a três meses antes e 4,5% por comparação com o mês homólogo de 2020”.

A estimativa da população activa é de 5,15 milhões de pessoas, “tendo aumentado 0,2% (11,1 mil) em relação ao mês precedente, 2,2% (108,9 mil) relativamente a três meses antes e 3,8% (190,5 mil) quando comparada” com Junho do ano passado.

Tal como em Maio, a população inactiva diminuiu em Junho. A estimativa passou de 2,539 milhões de pessoas para 2,528 milhões.

As estimativas de Junho ainda são provisórias, podendo sofrer alterações quando o INE actualizar as estatísticas no próximo mês.
 
Fonte: Pedro Crisóstomo, in Público on-line

Concurso atribui 28 milhões de euros a desempregados de longa duração

27 de julho de 2021

Está aberto o concurso “Vida Ativa para DLD (Desempregados de Longa Duração)”. Com uma dotação de 28 milhões de euros, o objetivo é integrar desempregados e inativos no mercado de trabalho, e melhorar a empregabilidade da população ativa.


O concurso, que prevê atingir uma meta de 164.700 participantes desempregados, é promovido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P (IEFP, IP), através da sua rede de Centros de Gestão Direta e Participada.

“As candidaturas têm como destinatários os desempregados inscritos no IEFP, IP, que se encontram mais afastados do (re)ingresso no mercado de trabalho, nomeadamente os desempregados de longa duração e os não desempregados de longa duração com habilitações inferiores ao ensino secundário”, adianta em comunicado o PO ISE (Programa Operacional Inclusão Social e Emprego), que tem como missão apoiar ações que promovam uma maior inclusão social e melhor emprego em Portugal.

As candidaturas decorrem até ao dia 7 de setembro e devem ser efetuadas através do formulário eletrónico no Balcão de Portugal 2020 (Balcão 2020).
 
Fonte: Ana Sofia Ribeiro, in Executive Digest

Desemprego registado em Portugal recua 6% em junho

22 de julho de 2021

Em junho havia 377.872 desempregados registados em Portugal, menos 24 mil que em maio. É a maior redução em cadeia desde o início da pandemia.

O desemprego registado, medido pelo número de inscritos nos serviços públicos de emprego, recuou 6% em junho face ao mês anterior, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

"No fim do mês de junho de 2021, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 377.872 indivíduos desempregados, número que representa 66,9% de um total de 564.442 pedidos de emprego", indica o IEFP.

Os quase 380 mil desempregados representam uma redução em cadeia de 24.311 desempregados, o que marca um novo máximo (em termos de diminuição mensal do desemprego registado), pelo segundo mês consecutivo, desde o início da pandemia.

De recordar que, a meio de junho o país avançou para uma fase de desconfinamento com medidas menos restritivas, proporcionando uma maior abertura da economia.

A nível homólogo o mercado de trabalho também dá sinais de recuperação, até mais expressivas que na variação em cadeia. Face a junho de 2020, o desemprego registado recuou 7,1% (menos 28.793).

O desemprego diminuiu em todos os grandes setores, mas a maioria dos que procuravam emprego tinham trabalhado no setor dos serviços, especificamente em imobiliárias, ou serviços administrativos.

Ao contrário do número de desempregados, as ofertas de emprego registaram um aumento. Em junho as ofertas de emprego recebidas totalizaram 16.186. Ainda assim, no final do mês ainda havia cerca de 24 mil ofertas por preencher.
 
Fonte: Rita Robalo Rosa, in Expresso

Concurso atribui 28 milhões de euros a desempregados de longa duração

15 de julho de 2021

Está aberto o concurso “Vida Ativa para DLD (Desempregados de Longa Duração)”. Com uma dotação de 28 milhões de euros, o objetivo é integrar desempregados e inativos no mercado de trabalho, e melhorar a empregabilidade da população ativa.

O concurso, que prevê atingir uma meta de 164.700 participantes desempregados, é promovido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P (IEFP, IP), através da sua rede de Centros de Gestão Direta e Participada.

“As candidaturas têm como destinatários os desempregados inscritos no IEFP, IP, que se encontram mais afastados do (re)ingresso no mercado de trabalho, nomeadamente os desempregados de longa duração e os não desempregados de longa duração com habilitações inferiores ao ensino secundário”, adianta em comunicado o PO ISE (Programa Operacional Inclusão Social e Emprego), que tem como missão apoiar ações que promovam uma maior inclusão social e melhor emprego em Portugal.

 

As candidaturas decorrem até ao dia 7 de setembro e devem ser efetuadas através do formulário eletrónico no Balcão de Portugal 2020 (Balcão 2020).

 

Fonte: Sapo

Portugal está abaixo da média da UE na subutilização do trabalho

15 de julho de 2021

A pandemia provocou um aumento da taxa de subutilização do trabalho, mas Portugal continua abaixo da média da União Europeia.

A subutilização do trabalho agravou-se, na União Europeia, nos primeiros três meses de 2021. De acordo com o Eurostat, a taxa subiu 0,9 pontos percentuais, num trimestre marcado pelo endurecimento das restrições à atividade económica e pelos confinamentos. Em Portugal, a fatia de trabalhadores desempregados, em subemprego a tempo parcial ou inativos no total de mão-de-obra com 20 a 64 anos também cresceu, mantendo-se, ainda assim, abaixo da média do bloco comunitário.

A subutilização do trabalho inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar e os inativos disponíveis para trabalhar, mas que não estão à procura de emprego.

De acordo com a nota divulgada, esta quinta-feira, pelo Eurostat, no conjunto da União Europeia, essa taxa fixou-se em 14,8%, no primeiro trimestre, mais 0,9 p.p do que nos últimos três meses de 2020, e mais 1,8 p.p. do que no período homólogo de 2020, altura em que, contudo, o impacto da pandemia ainda era limitado.

A componente principal desse indicador foi o desemprego, que se fixou em 7,1% da “mão-de-obra” com 20 a 64 anos. Já o subemprego dos trabalhadores a tempo parcial fixou-se em 3% e os inativos disponíveis para trabalhador, mas que não está à procura nos 4,1%. De notar que, uma vez que o primeiro trimestre ficou marcado pelo agravamento da pandemia e, consequentemente, das restrições, a procura ativa por trabalho tornou-se mais difícil, o que ajuda a explica a expressão do grupo de inativos que não está a cumprir essa busca por um novo emprego.

Entre os vários países do bloco comunitário, Grécia, Itália e Espanha destacaram-se ao registar as taxas de subutilização do trabalho mais acentuadas: 25,1%, 25% e 25,2%, respetivamente. Por outro lado, a República Checa (4,4%), Malta (6,1%) e a Polónia (6,7%) ocuparam os lugares mais baixos dessa tabela.

Em Portugal, o primeiro trimestre foi sinónimo de um agravamento em cadeia de 0,1 p.p. e de 1,3 p.p. em termos homólogos da taxa de subutilização do emprego para 13,7%. Ou seja, a taxa lusa ficou abaixo da média da União Europeia.

A nota divulgada, esta quinta-feira, pelo Eurostat, dá conta, além disso, de que a taxa de desemprego na União Europeia fixou-se em 71,9%, no primeiro trimestre. Portugal ficou acima do bloco comunitário, com uma taxa de 73,8%.

Por toda a Europa, incluindo em Portugal, a crise pandémica tem fragilizado o mercado de trabalho, pondo em risco milhares de empregos. Os Governos têm respondido com apoios extraordinários, como o português lay-off simplificado.

 
Fonte: Sapo
 

Desemprego registado em Portugal recua 6% em junho

20 de julho de 2021

Em junho havia 377.872 desempregados registados em Portugal, menos 24 mil que em maio. É a maior redução em cadeia desde o início da pandemia.

O desemprego registado, medido pelo número de inscritos nos serviços públicos de emprego, recuou 6% em junho face ao mês anterior, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

"No fim do mês de junho de 2021, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 377.872 indivíduos desempregados, número que representa 66,9% de um total de 564.442 pedidos de emprego", indica o IEFP.

Os quase 380 mil desempregados representam uma redução em cadeia de 24.311 desempregados, o que marca um novo máximo (em termos de diminuição mensal do desemprego registado), pelo segundo mês consecutivo, desde o início da pandemia.

De recordar que, a meio de junho o país avançou para uma fase de desconfinamento com medidas menos restritivas, proporcionando uma maior abertura da economia.

A nível homólogo o mercado de trabalho também dá sinais de recuperação, até mais expressivas que na variação em cadeia. Face a junho de 2020, o desemprego registado recuou 7,1% (menos 28.793).

O desemprego diminuiu em todos os grandes setores, mas a maioria dos que procuravam emprego tinham trabalhado no setor dos serviços, especificamente em imobiliárias, ou serviços administrativos.

Ao contrário do número de desempregados, as ofertas de emprego registaram um aumento. Em junho as ofertas de emprego recebidas totalizaram 16.186. Ainda assim, no final do mês ainda havia cerca de 24 mil ofertas por preencher.

 

Fonte: Expresso

Algarve foi a região com mais inscrições nos centros de emprego

16 de julho de 2021

De acordo com a Fundação “la Caixa”, em parceria com o Banco BPI e a Nova SBE, sabe-se que, durante o último ano, a região mais afetada pelo desemprego foi o Algarve.

O relatório intercalar “A pandemia e o mercado de trabalho: O que sabemos um ano depois”, lançado pela Fundação “la Caixa”, em conjunto com o Banco BPI e com a Nova SBE, tem como finalidade “traçar um retrato de como a pandemia tem afetado o mercado de trabalho em Portugal, nomeadamente as empresas e população em idade ativa”.

A investigação constatou que as medidas de confinamento impostas para combater a pandemia da Covid-19 tiveram “um impacto profundo” no mercado de trabalho, pelo que muitas empresas tiveram de reduzir a sua atividade ou até encerrar. Adicionalmente, “o aumento da prevalência do teletrabalho e a implementação de políticas como o regime layoff simplificado” foram outras das conclusões retiradas pelos investigadores ao longo do estudo.

Segundo os dados do relatório, em 2020 foram constituídas menos 10 mil organizações face ao ano anterior. Porém, o número de dissoluções acompanhou a tendência negativa. Até abril de 2021, foram encerradas mais de quatro mil empresas, quando comparado com o mesmo período de 2019. Janeiro de 2021 foi, até ao fechar da investigação, o mês com mais dissoluções, com mais de cinco mil organizações a passar por este processo, o que representa o dobro do registado em janeiro de 2019 e de 2020.

Consequentemente, as taxas de desemprego e de subutilização de trabalho aumentaram, em particular a partir de junho de 2020. Ainda assim, em abril de 2021, os valores registados já estavam próximos daqueles verificados no período “pré-pandemia”.

Registou-se um aumento de pessoas inscritas nos centros de emprego, com a prevalência a subir para 28% entre fevereiro e dezembro de 2020, sendo a região do Algarve aquela em que o aumento de desempregados cresceu significativamente.

Verificou-se uma maior incidência nos inscritos com educação secundária, cerca de 30%, mas também o número de inscritos com formação superior aumentou, embora estes últimos tenham tido, segundo o relatório, uma recuperação “mais expressiva”, com uma redução de 12% entre janeiro e maio de 2021.

Destaca-se ainda que, entre o segundo trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, o número médio de horas de trabalho diminuiu para os agregados com remunerações mais baixas e, em contrapartida, aumentou para os que têm salário mais altos. “Entre os primeiros, 46% afirmam querer trabalhar mais, mas não encontram emprego que o permita, o que contrasta com apenas 14% para os segundos”.

De salientar que as famílias monoparentais e os jovens foram os mais afetados pela redução do número médio de horas de trabalho.

Não sendo novidade, o teletrabalho ganha destaque ao longo do último trimestre. No segundo trimestre de 2020, a percentagem de pessoas em teletrabalho era de 22,6%, sendo que este valor diminuiu progressivamente, tendo voltado a aumentar para 20,7% no primeiro trimestre de 2021, graças ao aumento de casos de infeção por Covid-19 e ao confinamento.

Em comunicado, evidencia-se também o aumento do salário médio que passou de 929 euros para 982 euros, entre o primeiro trimestre de 2020 e o de 2021. Contudo, “segundo os investigadores, este facto sugere que a maior parte dos postos de trabalho destruídos são os de pessoas com salários mais baixos”.

 

Fonte: Sapo

Despedimento foi principal causa para deixar de trabalhar no confinamento - relatório

12 de julho de 2021

O despedimento foi a principal causa para deixar de trabalhar, tanto no segundo trimestre de 2020, como no primeiro trimestre de 2021, altura em que foram decretados os dois confinamentos gerais devido à pandemia, indica um relatório divulgado hoje.

Segundo o relatório "A pandemia e o mercado de trabalho: O que sabemos um ano depois", elaborado por Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Mariana Esteves, do Nova SBE Economics for Policy Knowledge Centre, "o despedimento foi a razão mais comum para deixar de trabalhar" naqueles dois trimestres.

"De cerca de 20% no período pré-pandemia, esta percentagem subiu para 25% no segundo trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021", pode ler-se no documento elaborado no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, da Nova SBE, Fundação la Caixa e BPI.

Os autores destacam que, ao contrário do que aconteceu no primeiro trimestre de 2020, em que "a causa mais popular para deixar de trabalhar foi a reforma por velhice (20,4%), no início de 2021, a maioria saiu porque foi despedida (25%)".

Após junho de 2020, houve uma diminuição desta percentagem, que acompanhou o desconfinamento, nos terceiro e quarto trimestres de 2020, "mas os despedimentos voltaram a aumentar em janeiro de 2021, atingindo novamente cerca de 25%, o que coincide com o regresso das medidas mais severas de confinamento".

O relatório combina dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério do Trabalho e Segurança Social, do Instituto para o Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Google.

Durante a pandemia, indica o documento, as taxas de desemprego e de subutilização de trabalho aumentaram, sobretudo a partir de junho de 2020 e, em abril de 2021, estavam já próximas de valores pré-pandemia, sendo de 7% e 13%, respetivamente.

Já entre as pessoas que mantiveram o emprego, o número médio de horas trabalhadas diminuiu no caso dos agregados com salários mais baixos e aumentou nos salários mais elevados.

"A redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa foi 16 vezes superior no segundo trimestre de 2020 à do mesmo trimestre de 2019", lê-se no relatório.

As famílias com crianças, especialmente as monoparentais, e os jovens foram os mais afetadas pela redução no número médio de horas trabalhadas.

Os autores indicam ainda que o número de inscritos nos centros de emprego aumentou em 28% para 375 mil, entre fevereiro e dezembro de 2020, sobretudo devido ao aumento de 30% nos inscritos com educação secundária.

"Em 2021, os inscritos continuaram a aumentar até abril e só em maio regressaram aos valores registados no final de 2020, ainda muito longe dos de 2019", sublinham os autores.

Embora o número de inscritos com ensino superior também tenha aumentado, "a recuperação foi mais expressiva para este grupo (redução de 12% entre janeiro e maio de 2021) do que para aqueles que têm no máximo o ensino secundário (6%) ou o básico completo (0,4%)".

O número de inscritos face a 2019 é especialmente significativo na região do Algarve.

Quanto às remunerações, entre o primeiro trimestre de 2020 e de 2021, o salário médio aumentou de 929 para 982 euros, sugerindo que a maior parte dos postos de trabalho destruídos são os de pessoas com salários mais baixos, concluem.

O relatório analisa ainda dados sobre o teletrabalho, indicando que a percentagem de pessoas em teletrabalho no segundo trimestre de 2020 era de 22,6%, tendo diminuído progressivamente nos trimestres seguintes e voltando a aumentar no primeiro trimestre de 2021, para 20,7%.

"São os indivíduos com ensino superior aqueles que mais frequentemente estão em teletrabalho, com uma prevalência, no primeiro trimestre de 2021, três a 21 vezes maior do que nos que têm ensino secundário e até ao básico, respetivamente", pode ler-se no documento.

Já o número de contratos temporários (a termo e com recibos verdes) esteve desde o segundo trimestre de 2020 abaixo dos valores de 2019, sendo esta quebra "mais concentrada nos mais jovens e nos indivíduos com ensino secundário ou menos", tendo sido "parcialmente compensada com um aumento dos contratos sem termo, especialmente nos indivíduos com ensino superior".

Fonte: RTP

Emprego na OCDE ainda abaixo do nível pré-pandemia no final de 2022

7 de julho de 2021

Segundo o relatório, em 2020, perderam-se cerca de 22 milhões de empregos em todos os países da organização face a 2019 e 114 milhões em todo o mundo.

A taxa de emprego nos países da OCDE ainda vai estar abaixo dos níveis pré-pandemia no final de 2022, depois de se terem perdido cerca de 22 milhões de empregos em todos os países da organização, foi esta quarta-feira anunciado.

No Employment Outlook 2021, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) afirma que a forte recuperação económica em curso nos países da organização ainda não se traduziu plenamente em novos postos de trabalho suficientes para repor os níveis de emprego pré-pandemia na maioria dos Estados membros.

Segundo o relatório, em 2020, perderam-se cerca de 22 milhões de empregos em todos os países da organização face a 2019 e 114 milhões em todo o mundo.

Na OCDE, apesar de uma recuperação parcial, há ainda mais de oito milhões de desempregados do que antes da crise, e mais de 14 milhões de pessoas que não procuram ativamente um emprego, refere a organização, adiantando que a taxa de emprego (a percentagem de pessoas em idade ativa com emprego) nos países da OCDE ainda estará abaixo dos níveis pré-pandemia no final de 2022.

As horas de trabalho em ocupações de baixa remuneração caíram mais de 28% em toda a OCDE, mais 18 pontos percentuais do que o recuo verificado entre as ocupações de alta remuneração e o número de jovens sem emprego, educação ou formação (NEET, Not in Employment, Education or Training) aumentou em quase três milhões, invertendo a tendência da última década, precisa o relatório.

No final de 2020, a taxa média NEET dos jovens de 15-29 anos de idade, de 12%, permaneceu um ponto percentual acima da do ano anterior.

A taxa de desemprego da OCDE diminuiu marginalmente em maio para 6,6%, contra 6,7% em abril de 2021, permanecendo 1,3 pontos percentuais acima do nível pré-pandemia observado em fevereiro de 2020.

O número de trabalhadores desempregados na OCDE era de 43,5 milhões em maio de 2021, mais 8,1 milhões do que em fevereiro de 2020.

A taxa de desemprego jovem da OCDE atingiu 13,6% em maio de 2021, tendo permanecido 2,2 pontos percentuais acima do nível pré-pandemia, afirma o relatório que destaca que há disparidades significativas entre países na dimensão do choque económico e na velocidade da recuperação, com diferenças entre maio de 2021 e fevereiro de 2020, com taxas de desemprego que variam entre mais de 4 pontos percentuais em alguns países (por exemplo, Colômbia e Costa Rica) e perto de 0 pontos noutros (por exemplo, Austrália e França).

“Será muito importante conseguir um enquadramento político adequado para encorajar o investimento empresarial e a criação de emprego, bem como para conduzir a necessária requalificação, qualificação e adequação de competências necessárias para assegurar que todos tenham a melhor oportunidade possível de participar e beneficiar da recuperação”, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, ao lançar o relatório em Paris.

“À medida que os governos implementam os seus planos de recuperação, é essencial continuar a apoiar as famílias mais necessitadas e, ao mesmo tempo, orientar melhor as medidas de política orçamental destinadas a impulsionar o crescimento para empresas e empregos que tenham um futuro viável no novo ambiente pós-covid, proporcionando os incentivos certos para o investimento empresarial que conduza à restauração e criação de mais novos empregos”, afirmou.

“Retirar o apoio demasiado cedo arriscar-se-ia a pôr em risco a recuperação. Os custos a curto prazo das medidas de apoio fiscal podem ser reduzidos através do reforço do direcionamento para os setores mais vulneráveis, empresas e famílias, ao mesmo tempo que se fomenta a criação de novas empresas e de emprego”, afirmou.

O mercado de trabalho continua também vulnerável a uma rápida acumulação de desemprego de longa duração, já que muitos dos que perderam o emprego nas primeiras fases da pandemia têm estado desempregados desde então e podem ter cada vez mais dificuldade em competir com aqueles cujos empregos foram anteriormente protegidos, afirma o relatório.

No auge da crise, os esquemas de manutenção de emprego apoiaram aproximadamente 60 milhões de postos de trabalho, mais de dez vezes mais do que durante a crise financeira, e salvaram até 21 milhões de postos de trabalho, tendo ajudado a limitar o aumento do desemprego em muitos países, não havendo qualquer indicação de que tenham tido até agora um impacto adverso significativo na criação de emprego, afirma o relatório.

A OCDE defende que o apoio deve agora ser direcionado para setores ainda atingidos por restrições de distanciamento social e que a conceção de outros esquemas deveria ser ajustada para promover a recuperação e os existentes serem eventualmente eliminados, diz o relatório.

O aumento do investimento em políticas ativas do mercado de trabalho será fundamental para ajudar os trabalhadores a encontrar emprego, afirma a OCDE, sublinhando que as políticas de ativação devem ser alargadas para fornecer apoio e os governos devem integrar melhor os serviços de emprego e formação e individualizar o apoio para aumentar a sua eficácia.

O investimento em políticas de competências eficazes é essencial para ajudar as empresas, as empresas em fase de arranque, bem como os trabalhadores a lidar com transições para ocupações e setores com elevado potencial de crescimento, incluindo os que dependem de tecnologias verdes, defende a organização, sublinhando que devem ser feitos mais esforços para promover uma cultura de aprendizagem ao longo da vida e ligar a formação a indivíduos e não a empregos.

Fonte: Jornal Económico

Portugal foi o país da OCDE onde o desemprego menos subiu na pandemia

7 de julho de 2021

Organização alerta para efeitos no desemprego de longa duração com o fim dos apoios. Trabalhadores com salários mais baixos tiveram as maiores reduções nas horas trabalhadas.

De todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) onde se registou um aumento da taxa de desemprego, Portugal foi o que menos sentiu essa subida no final do ano passado comparando com o quarto trimestre de 2019. Mas a evolução pode dever-se ao aumento do número de pessoas que passou para o contingente de inativos.

Os dados foram divulgados esta quarta-feira, 7 de julho, no relatório da OCDE sobre o mercado de trabalho em período de pandemia.

De acordo com a organização sediada em Paris, comparando o último trimestre de 2019 com o mesmo período do ano passado, a variação foi de 6,8 pontos percentuais, a mais baixa dos países onde se verificou um aumento da taxa de desemprego. Nos 32 Estados-membros analisados neste estudo, apenas a França, a Grécia, a Itália e a Turquia conseguiram reduzir a taxa de desemprego.

Mas esta realidade esconde um efeito que decorre da forma como é calculada esta taxa, uma metodologia usada em todo o mundo e que segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este indicador permite definir o peso da população desempregada sobre o total da população ativa. Se a população ativa diminui e o número de pessoas desempregadas que estão à procura de trabalho aumenta então, a taxa de desemprego desce ou aumenta pouco.

"No pico da primeira vaga do coronavírus, as restrições generalizadas à mobilidade e o distanciamento social, a par dos receios de contrair o vírus, travaram a procura de emprego", assinala a OCDE, lembrando que durante os períodos de recessão a procura agregada de emprego tende a aumentar, mas devido à covid-19 "em muitos países há evidências de uma redução."

"Para ser considerado desempregado, de acordo com as estatísticas do mercado de trabalho, um indivíduo deve estar ativamente à procura de emprego", sublinha a organização, o que pode distorcer os impactos da crise sanitária no mercado laboral. "As limitações à procura de emprego criadas pela pandemia empurraram muitos dos que, em tempos normais, teriam sido classificados como desempregados, para a população inativa", frisam os técnicos da OCDE. E esse efeito teve maior relevância precisamente em Portugal a par da Áustria, Irlanda, Finlândia e Espanha, na Europa e do Chile, México e Turquia.

O risco do desemprego de longa duração

A organização acredita que os efeitos da pandemia no desemprego de longa duração ainda não se fizeram sentir no ano passado, uma vez que só são consideradas as pessoas sem trabalho há 12 meses. A OCDE nota, de resto, que Portugal (a par da França, Irlanda, Grécia, Itália, Noruega, Eslováquia e Turquia) registou um decréscimo nos desempregados de longa duração.

Mas este movimento poderá ser invertido à medida que a economia reabre e estas pessoas regressam à procura ativa de emprego, abandonando a categoria de inativos. A organização liderada pelo australiano Mathias Cormann considera que "os períodos prolongados de desemprego são mais problemáticos", ao contrário do que acontece com os curtos períodos sem trabalho, uma vez que ainda estão ativos os apoios sociais.

Salários baixos mais castigados

De acordo com a OCDE, as profissões menos qualificadas e com salários mais baixos foram as que sofreram o impacto mais violento da pandemia logo na primeira fase, durante a primavera do ano passado. Em termos de horas trabalhadas verificou-se uma redução média de 28%, uma diferença superior a 18 pontos percentuais face às profissões altamente qualificadas.

Portugal surge como um dos países em que essa quebra de horas trabalhadas foi mais cavada. "Em países como Portugal e Espanha, estas profissões de baixos salários viram as horas de trabalho descer mais de 40% em comparação com o ano anterior", assinala a organização, acrescentando que este "padrão contrasta com a evolução no início da crise, em que o decréscimo foi idêntico" nas duas categorias de rendimentos.

 

Fonte: Dinheiro Vivo

RSI faz 25 anos. Partidos concordam com revisão do RSI e admitem apresentar propostas

26 de junho de 2021

PS defende debate "amplo e profundo" em que terão que estar envolvidos executivo, parlamento e parceiros sociais. PSD diz que "se o Governo vai efetivamente alterar o RSI, o PSD não terá uma atitude fechada, pelo contrário".

A maioria dos partidos com representação parlamentar concorda com a necessidade de rever o Rendimento Social de Inserção (RSI), tal como previsto pelo Governo, admitindo apresentar propostas para melhorar este mecanismo. Nos 25 anos da criação do RSI (na altura denominado Rendimento Mínimo Garantido), a líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, considera que "faz sentido avaliar uma política pública desta importância e dimensão", concordando com o Governo socialista, que está a preparar alterações a este mecanismo com o objetivo de reforçar o combate à pobreza.

No entanto, para o PS, uma reforma desta dimensão "deve ser precedida de uma avaliação baseada na evidência e que valorize o que as pessoas fizeram, o que aprenderam, o que têm para ensinar e o que falhou". "Seria uma excelente repetição de uma boa prática se o Governo trouxesse ao parlamento as suas propostas de revisão, a exemplo do que fez o governo de António Guterres na criação da medida", responde, deixando clara a disponibilidade do PS para colaborar num debate "amplo e profundo" em que terão que estar envolvidos executivo, parlamento e parceiros sociais.

Já os sociais-democratas asseguram que "se o Governo vai efetivamente alterar o RSI, o PSD não terá uma atitude fechada, pelo contrário", indicando que o partido vai avaliar "as propostas do Governo e, em função das mesmas, proporá as alterações que melhorem a vida dos beneficiários, com justiça, equidade, solidariedade e inclusão". "Temos de esperar para ver, as promessas de mudança podem ser iguais a tantas outras promessas do governo: nada", ressalvam os sociais-democratas, pedindo que não existam ilusões e defendendo que "estes anúncios não podem desviar" a atenção para a "correta utilização das verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e do próximo Quadro Financeiro 2021-2027, que podem e devem retirar muita gente da pobreza".

Também o BE, através de José Soeiro, concorda com a revisão deste apoio e garante que irá a jogo com propostas, adiantando que o partido já defendeu junto do Governo, aquando das últimas negociações orçamentais, "uma transformação de fundo no conjunto das prestações não contributivas". "O que nós propúnhamos era criar uma nova prestação, sem o estigma associado ao RSI, e que pudesse ser muito mais robusta. Na altura chamámos-lhe prestação social de cidadania, uma espécie de fusão das várias prestações não contributivas que tinha como referência o limiar da pobreza", sintetiza.

Para o PCP, segundo a deputada Diana Ferreira, a revisão desta prestação social, para a qual o partido vai contribuir, "deve considerar a criação de critérios mais justos para o seu acesso para que a mesma possa cumprir o seu objetivo de apoio social em situações de pobreza e exclusão social", pedindo ainda medidas concretas para o acompanhamento a estas famílias "no sentido da sua autonomia e dignidade".

O CDS, pelo deputado Pedro Morais Soares, defende que "faz sentido rever" o regime do RSI para evitar "desresponsabilização" e "facilitismo" na atribuição desta prestação social, e adianta que o partido vai "apresentar certamente propostas no sentido de que os compromissos que sejam estabelecidos através desta prestação social sejam mais rigorosos" e também "exista mais rigor na sua atribuição e maior fiscalização".

Para o PAN, a revisão do RSI "faz sentido" e o partido antecipa que pretende criar a figura de "superação do RSI", "de forma a permitir a sobreposição da atribuição da prestação" com "outros rendimentos mensais até ao valor do salário mínimo", para incentivar a entrada dos beneficiários no mercado de trabalho.

Para o PEV, é fundamental alterar a condição de recurso para assim alargar o número de beneficiários. Por seu turno, o Chega indica que "vai propor um reforço muito significativo da fiscalização nesta área para evitar fraudes e abusos". Para a Iniciativa Liberal, sem outro tipo de políticas, milhares de portugueses continuarão a "depender do RSI".

Ferro defende inquérito

O RSI nasceu a 1 de julho de 1996, em pleno governo chefiado pelo socialista António Guterres, como Rendimento Mínimo Garantido há 25 anos e é uma prestação social para as pessoas que estão numa situação de pobreza extrema. É constituída por uma prestação em dinheiro e por um programa de inserção, ao qual está associado um contrato que estabelece as condições e os objetivos para uma progressiva inserção social, laboral e comunitária dos seus membros. Atualmente recebem esta prestação quase 218 mil pessoas.

Na opinião de Ferro Rodrigues, importa saber, nomeadamente junto daqueles que há 25 anos eram crianças, "qual foi a importância do Rendimento Mínimo para a sua própria sobrevivência"

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que era o ministro da Solidariedade e Segurança Social na altura da criação do então Rendimento Mínimo Garantido (RMG), defendeu a realização de um inquérito, que nos 25 anos da prestação social avalie o impacto da medida que é o seu "grande orgulho" político.

Na opinião de Ferro Rodrigues, importa saber, nomeadamente junto daqueles que há 25 anos eram crianças, "qual foi a importância do Rendimento Mínimo para a sua própria sobrevivência". O ex-ministro lembrou que o RMG "era sobretudo um ataque à miséria e à exclusão social", que "nunca se apresentou como a resposta total à pobreza porque isso não era possível".

"Se não houvesse rendimento mínimo havia milhares de crianças que não teriam ido à escola, havia milhares de famílias que não tinham tido cuidados de habitação que desta maneira tiveram e pessoas que nem sequer reconheciam ou sabiam os seus direitos em matéria de saúde e de segurança social", salientou, em entrevista à Lusa, acrescentando que se a prestação fosse tão má como algumas pessoas criticam, ela já teria acabado.

Números

217 973
Segundo os dados mais recentes do Instituto de Segurança Social, relativos ao mês de maio, há 217.973 pessoas a receber esta prestação social dentro de 102 545 famílias.

55 718O
distrito de Lisboa é o que tem maior número de beneficiários, com 55 718. Seguem-se o Porto (44 915), Setúbal (21 820), além da Região Autónoma dos Açores (14 412).

119,45
O valor médio mensal por pessoa está nos 119,45 euros e nos 262,18 euros por família. A faixa etária com maior peso são as crianças até aos 18 anos (70.644), que representa 32,4% do total de beneficiários.

 

Fonte: DN

The Minimum Income Scheme in Portugal as seen by its beneficiaries

6 de julho de 2021

 1. STORIES

Every beneficiary of the Minimum Income carries a story of incredible hardship. For an array of reasons, life can sometimes throw you in a dark pit from where it is hard to escape. To better understand this reality, here are the stories of five Portuguese men and women, beneficiaries of this social provision.

Jorge Cardinali, 53. Lives in Leiria. Minimum Income beneficiary between 2010 and 2014. Amount: 170 euros/month.
Jorge Cardinali spent 15 years living on the streets. He paid his addiction to heroin by helping drivers to find a parking spot and collecting a few coins in return. At one point, he says, he got “fed up” with street life and looked for help. After a short period in a rehab clinic, he went to live with his oldest son and started receiving the minimum income.

Francisco Manuel, 56. Lives in Aveiro. Minimum Income beneficiary since 2012. Amount: 183 euros/month.

At 50, Francisco Manuel suffered a serious work injury after falling from a forklift. Still recovering at home, he was given a “fair dismissal” by his employer. After the death of his parents, who provided support, and with no prospects of a job, he started receiving the Minimum Income.

Cidália Barriga, 43. Lives in Évora. Minimum Income beneficiary between 2007 and 2014. Amount (for a family of ): 460 euros/month.

Cidália Barriga lost her job five days after her third baby was born. She took her employer to court, to no avail. Then her husband lost his job. After they ran out of unemployment benefits, their situation became critical. The Minimum Income came as a relief to this mother who, at the time, struggled to feed her children.

Jaime Filipe, 64. Lives in Pinhal Novo, Setúbal. Minimum Income beneficiary since 2011. Amount: 186 euros /month.

Jaime Filipe used to work as a reporter in the regional press. In 2009 he lost his job. Soon after that, the old house he lived in collapsed. Not being able to pay rent, he squatted in an abandoned gym, where other people latter joined him. One night, there was a fire, and three children died in consequence. In this turmoil, he chose not to ask his family for help. He did not want to be a burden to them.

Ana Cristina Falcão, 51. Lives in Mogadouro, Bragança. Was denied the Minimum Income in 2011.

With her youngest son suffering from mental and skin problems, Ana Cristina moved with her three children to Bragança where better medical care was provided. Her husband did not move with them. Jobless and unable to pay rent, Ana Cristina asked for the Minimum Income. But her request was denied for administrative reasons. Her case illustrates how legal requirements affect the coverage of this measure, resulting in the exclusion of families in need.

2. LIVING ON THE MINIMUM INCOME 

Living on the minimum income is a challenge. Beneficiaries usually rely on additional help by family and social institutions, and/or organize the provision of their basic needs with strict discipline. Still, the choice between nutrition and medical care, for instance, is often on the table.

Jorge Cardinali relied on his oldest son for food and shelter, thus being able to spend a portion of the minimum income on cigarettes. Francisco Manuel has been postponing a medical exam because he cannot afford the required medication. Cidália Barriga only paid rent every other month; she had no choice but to accumulate debt in order to ensure enough food, water and electricity. Jaime Filipe has only one meal a day and lives in a house with no running water. Jorge Cardinali has acquaintances that live on the minimum income; he says they would not be able to survive without additional support from social institutions in Leiria, such as social canteens.

3. PROBLEMS & IMPROVEMENTS

The amount is considered too low even for the most basic needs, but there are other problems regarding the way minimum income schemes are applied in Portugal. Often noted are the poor skills of the Social Security personnel. Other issues such as obligations and format are also raised.

Cidália Barriga would like to teach empathy to the person who suggested giving her children up to adoption in order to raise her chances of finding a job. For Jorge Cardinali, social workers should meet beneficiaries in the real world and not in their offices. Cidália questions the benefit of certain workshops that beneficiaries are required to attend. Ana Cristina sees prejudice in the way social workers handle minimum income requests. Cidália experienced problems due to the abrupt ending of minimum income payments after finding a job, and suggests progressive cuts.

4. THE IMPORTANCE OF THE MINIMUM INCOME SCHEME

What if the minimum income did not exist? What would life look like?

Jaime Filipe says he might live in Paris or Berlin as a homeless man; receiving the minimum income (and engaging with EAPN) rescued him from depression and self-destruction. Francisco Manuel would be all alone, not homeless but in a dire situation. Cidália Barriga, although admitting that the minimum income represented an important help at the time, wishes never again to bear the stigma of being a beneficiary.

Risco de pobreza entre crianças e trabalhadores aumentou no ano passado em Portugal

5 de julho de 2021

Por toda a Europa os governos aprovaram medidas para atenuar o impacto da crise nos trabalhadores. Mas em Portugal, ainda assim, o risco de pobreza de quem está em idade ativa aumentou.

Em Portugal, a população em risco de pobreza aumentou nas faixas etárias até aos 65 anos em 2020, ano marcado pela pandemia de covid-19. A conclusão resulta das estatísticas experimentais do Eurostat, publicadas esta segunda-feira, 5 de julho, que mostram como as medidas adotadas pelos governos para amparar as famílias durante a crise atenuaram os seus efeitos, mas não na totalidade.

"No que diz respeito à população em idade ativa (18-64 anos), a taxa de risco de pobreza mostra um aumento moderado para cerca de metade dos Estados-membros, que é significativo em Portugal, Grécia, Espanha, Irlanda, Eslovénia, Áustria e Suécia", lê-se no artigo publicado pelo Eurostat.



Como os dados são ainda provisórios, o organismo de estatística publica apenas intervalos de variação esperada, fazendo uma apreciação qualitativa sobre o que deverá ter acontecido. No caso português, esse intervalo varia entre uma redução de cerca de 0,5% na taxa de pobreza, na melhor das hipóteses, e um aumento de cerca de 1%, no caso mais grave, pelo que o Eurostat conclui que nesta faixa etária o risco de pobreza terá subido, face a 2019.

Olhando para a população até aos 18 anos, a conclusão para Portugal é semelhante, com a probabilidade de uma degradação das condições de vida a marcar a leitura dos números. O intervalo de variação para esta faixa etária vai de uma estabilização, a um aumento de cerca de 2%.



Ainda assim, no conjunto da população em Portugal o risco de pobreza deverá ter estabilizado em 2020. Isto acontece porque no caso da população idosa é estimada uma redução desta taxa, em torno dos 2%.

Na média da União Europeia, a taxa de risco de pobreza manteve-se inalterada, mas o artigo do Eurostat reconhece uma forte heterogeneidade nos dados, seja entre países, seja entre os diferentes segmentos da população. Na média dos Estados-membros, sobressai uma redução da taxa de risco de pobreza entre a população acima dos 65 anos, menos afetada pelos impactos da crise no emprego.

Medidas de apoio atenuam impacto da crise

Os dados do Eurostat mostram ainda que as medidas de apoio adotadas pela generalidade dos Estados-membros ao longo do ano passado conseguiram, de facto, atenuar o impacto da crise nos rendimentos da população. Esse efeito de correção foi maior nas populações mais pobres, que também sofreram uma perda de rendimentos do trabalho superior.

"Estimamos que a perda de rendimento no emprego mediano se tenha situado em torno de 7,2% a nível da União Europeia, devido sobretudo a um aumento sem precedentes do número de trabalhadores fora do seu trabalho ou com horas reduzidas", conclui o Eurostat, frisando que estas perdas são distribuídas de forma bastante desigual entre os países e também entre os diferentes segmentos da população.

Porém, os dados "também mostram que as perdas nos rendimentos são aliviadas, em grande medida, pelos benefícios e impostos, em particular, os mecanismos de apoio ao emprego implementados pelos governos nacionais para enfrentar os desafios económicos fruto da covid-19", acrescentam os peritos.

No caso de Portugal, não se identifica uma quebra muito significativa nos rendimentos do emprego, por comparação com os outros países. Ainda assim, esta perda poderá ter atingido os 5%, tendo depois sido minorada para cerca de 2,5% através das medidas de apoio adotadas pelo governo.

 

Fonte: Jornal de Negócios

Eurostat: Risco de pobreza entre população ativa em Portugal agravou-se em 2020

5 de julho de 2021

Dados do Eurostat revelam que a taxa de risco também subiu na Suécia e na Áustria.

 

Em ano de pandemia, Portugal foi um dos nove países europeus que registaram um aumento do risco de pobreza, face a 2019, entre a população em idade ativa, 18-64 anos de idade, segundo dados do Eurostat, divulgados esta segunda-feira.

“Em comparação com 2019, entre os Estados-Membros com dados estatisticamente significativos, foram registados aumentos da taxa de risco de pobreza da população em idade ativa em Portugal, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Eslovénia, Bulgária, Áustria e Suécia”, esclarece o gabinete de estatísticas da União Europeia.

Já no conjunto do bloco comunitário, o risco de pobreza manteve-se estável em 2020, à exceção da Estónia, onde o indicador em questão diminuiu.

Os dados do Eurostat revelaram ainda que o rendimento médio disponível das famílias se manteve estável. Contudo, o rendimento médio de trabalho para a população em idade ativa caiu 7% face a 2019.

“As perdas de rendimento de trabalho deveram-se em grande parte ao aumento sem precedentes do número de trabalhadores ausentes do trabalho ou com horários reduzidos”, lê-se no comunicado enviado com os novos dados.

Por outro lado, siblinha o Eurostat, os apoios governamentais “ajudaram a compensar o impacto da crise da covid-19 sobre o rendimento disponível das famílias”.

 

Fonte: Sapo

RSI. Revisão pode passar por prestação à medida do beneficiário

4 de julho de 2021

A ministra Ana Mendes Godinho revela em entrevista que a estratégia contra pobreza deve ser apresentada no fim do verão e vai ter medidas por públicos-alvo.

 

As propostas de revisão do Rendimento Social de Inserção devem ser apresentadas até setembro, adiantou a ministra Ana Mendes Godinho, segundo a qual a revisão poderá passar por uma prestação à medida e gestores de caso.

Em entrevista à agência Lusa, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu que o Rendimento Social de Inserção (RSI), que completou 25 anos, "foi um instrumento decisivo" e "visionário" na altura em que foi criado e em que tinha como objetivo o combate à pobreza extrema em que viviam muitos portugueses em 1996.

"Conseguiu ter a capacidade de garantir que muitas das crianças tivessem a educação básica e acompanhamento escolar e foi determinante para muitas situações. Acho que foi e reitero uma prestação visionária", defendeu a ministra.

Admitiu, no entanto, que, tendo em conta a evolução do tempo, é uma prestação social que "precisa da sua atualização".

"É esse o nosso compromisso e é nisso que estamos a trabalhar", garantiu Ana Mendes Godinho.

A governante lembrou que foi criado um grupo de trabalho interno, que integra vários organismos do Ministério, para fazer uma "avaliação profunda" do que é preciso ajustar nesta prestação social, e que o objetivo é fazer uma avaliação objetiva, ponderada e profunda do RSI. "Pedimos que tivesse a avaliação com propostas já concretas, que nos fosse apresentada até ao final de setembro e, portanto, esse é o 'timing' que temos, procurando que seja uma avaliação o mais objetiva possível, identificando também algumas das necessidades de atualização que tem o RSI, para que seja uma medida eficaz no combate à pobreza", explicou a ministra.

Ana Mendes Godinho adiantou que esta revisão do RSI faz parte de um objetivo mais abrangente, que é a construção de uma estratégia nacional de combate à pobreza, para a qual foi também constituída uma comissão.

A ministra referiu que foi publicado um estudo do Gabinete de Estudos Estratégicos (GEP) da Segurança Social sobre o RSI, que faz um balanço dos 25 anos de implementação da medida e traz "algumas pistas" em relação aos "problemas" que a prestação tem em matéria de eficácia, além de apontar na necessidade de "respostas personalizadas" para conseguir fazer a diferença.

Ana Mendes Godinho defendeu que "é cada vez mais importante" este tipo de acompanhamento, seja junto do beneficiário ou do agregado familiar, para que haja "maior eficácia da prestação do ponto de vista da integração".

Lembrou ainda que está previsto "um grande investimento" na área da segurança social, com cerca de 200 milhões de euros no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), para uma segurança social mais próxima e digital.

Estratégia contra pobreza com medidas por públicos-alvo

A estratégia de combate à pobreza vai ter medidas específicas para diferentes públicos-alvo, como as crianças, os jovens ou trabalhadores, adiantou a ministra do Trabalho, segundo a qual a versão final deverá ser apresentada até ao final de setembro.

"Procuramos também que esta estratégia nacional de combate à pobreza seja organizada e direcionada em função de públicos-alvo para termos medidas dirigidas em função de grupos específicos onde pode fazer diferença a implementação de medidas concretas", apontou.

Nesse sentido, revelou que a estratégia inclui, por exemplo, medidas "decisivas" e que podem "fazer a diferença" no combate à pobreza infantil, que é aquela que "pode levar a quebrar os ciclos intergeracionais de pobreza".

Tem também medidas dirigidas aos jovens, aos trabalhadores ou aos públicos mais vulneráveis, além de "medidas transversais de preocupação com a coesão territorial", garantindo uma "intervenção local cada vez mais com capacidade para respostas personalizadas, localizadas no território para garantir o combate às assimetrias, até no acesso aos serviços essenciais".

Ana Mendes Godinho explicou que se está a trabalhar na versão do documento que foi apresentado pela comissão e que inclui medidas que procuram chegar a esses vários níveis de intervenção.

"Estamos também a trabalhar dentro do Governo porque as medidas de combate à pobreza perpassam toda as áreas governativas", sublinhou.

De acordo com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, posteriormente será feito um "'road show' territorialmente, em várias regiões" para ouvir e perceber quais os vários problemas e os vários desafios a nível regional, uma vez que as situações serão diferentes de território para território".

 

Fonte: Sapo

Cinquenta mil empregos, crescimento de 3% por ano. Patrões criam plano para o pós-crise

2 de julho de 2021

Confederação Empresarial de Portugal traça quatro metas para 2026 e apresenta propostas em dez áreas para as atingir.

Portugal tem em 2021 uma decisão crucial: crescer ou empobrecer. O aviso é da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que considera que o ano de 2021 é a oportunidade para o país dar um "abanão ao modelo de crescimento à forma como é visto o mundo dos negócios" e tornar-se "mais competitivo".

Os patrões notam que Portugal "foi o segundo país da Euro área que mais caiu desde janeiro de 2020 por efeito da crise, com uma quebra de 10 5 relativamente às projeções pré-pandemia" mas sublinham que "os problemas de Portugal são estratégicos"

A organização liderada por António Saraiva entende que "Portugal não pode conformar-se com o crescimento anémico que se tem registado nas últimas duas décadas".

Quatro metas, dez áreas de atuação

A estratégia da CIP para o período 2022-2026 inclui metas em quatro vertentes: o crescimento (Portugal deve crescer pelo menos 3% ao ano entre 2022 e 2026), o emprego (criação de 50 mil postos de trabalho qualificados , requalificação de 100 mil trabalhadores, e atingir 1 milhão de formandos com competências digitais), as exportações (cujo volume deve alcançar a 50% do PIB em 2026) e o investimento (aumento do Investimento para pelo menos 25% do PIB em 2026).

Para isso, os patrões apresentam propostas em dez vertentes.

O estímulo ao investimento através dos fundos comunitários, sendo "essencial que os parceiros sociais sejam ativamente envolvidos como parte na elaboração dos documentos estruturais e não apenas meras instâncias de consulta genérica".

Para os representantes dos empresários portugueses, "é importante que as medidas anunciadas pelo Governo saiam rapidamente do papel e cheguem à economia assim como é urgente que sejam assumidos apoios especiais para setores como o do comércio, o do turismo e em especial da restauração".

A CIP quer ainda a "plena ativação imediata do Banco Português de Fomento e a operacionalização urgente dos prometidos instrumentos de capitalização das empresas".

A organização entende que o governo deve incentivar os investimentos privados, com a simplificação dos mecanismos de acesso às candidaturas, e seleção e validação dos projetos.

Os custos de contexto são outra área em que os patrões querem melhorar o ambiente de negócios, com uma série de propostas que incluem a regularização imediata e completa dos pagamentos em atraso das entidades públicas e a simplificação das obrigações declarativas das empresas.

Exigindo uma "adequada execução dos investimentos públicos", a CIP sugere a "criação de uma estrutura de acompanhamento dos projetos públicos".

A capitalização das empresas, já referenciada pelo governo como uma pedra basilar da recuperação, é um ponto essencial para os patrões, que pedem várias medidas incluindo a "conversão de garantias do Estado em incentivos a fundo perdido", a "criação de um fundo de capitalização de emergência", e incentivos fiscais à capitalização, com a redução da taxa de IRC.

No mercado de trabalho, a tónica vai para a qualificação e requalificação de trabalhadores, com o reforço das competências digitais. Os patrões querem um pacto social para o crescimento que reveja a política de rendimentos e os "eixos de competitividade, incluindo o fiscal".

No capítulo da estratégia industrial, a confederação pede o reforço dos "apoios ao empreendedorismo, com programas que incluam todo o ciclo de vida das startups".

 

Fonte: TSF

Estratégia contra pobreza em setembro e com medidas por públicos-alvo

4 de julho de 2021

A estratégia de combate à pobreza vai ter medidas específicas para diferentes públicos-alvo, como as crianças, os jovens ou trabalhadores, adiantou a ministra do Trabalho, segundo a qual a versão final deverá ser apresentada até ao final de setembro.

 

Em entrevista à agência Lusa, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adiantou que o objetivo é ter a versão final da estratégia concluída até final de setembro, depois de uma proposta inicial apresentada pela comissão constituída para o efeito.

De acordo com Ana Mendes Godinho, o trabalho que está a ser feito é no sentido de apresentar uma estratégia que "seja o mais abrangente possível, para que seja o mais eficaz possível".

"Procuramos também que esta estratégia nacional de combate à pobreza seja organizada e direcionada em função de públicos-alvo para termos medidas dirigidas em função de grupos específicos onde pode fazer diferença a implementação de medidas concretas", apontou.

Nesse sentido, revelou que a estratégia inclui, por exemplo, medidas "decisivas" e que podem "fazer a diferença" no combate à pobreza infantil, que é aquela que "pode levar a quebrar os ciclos intergeracionais de pobreza".

Tem também medidas dirigidas aos jovens, aos trabalhadores ou aos públicos mais vulneráveis, além de "medidas transversais de preocupação com a coesão territorial", garantindo uma "intervenção local cada vez mais com capacidade para respostas personalizadas, localizadas no território para garantir o combate às assimetrias, até no acesso aos serviços essenciais".

Ana Mendes Godinho explicou que se está a trabalhar na versão do documento que foi apresentado pela comissão e que inclui medidas que procuram chegar a esses vários níveis de intervenção.

"Estamos também a trabalhar dentro do Governo porque as medidas de combate à pobreza perpassam toda as áreas governativas", sublinhou.

Acrescentou que esse trabalho interministerial tem como objetivo garantir que "a estratégia é o mais transversal possível para ser também o mais eficaz possível" no combate à pobreza.

De acordo com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, posteriormente será feito um "'road show' territorialmente, em várias regiões" para ouvir e perceber quais os vários problemas e os vários desafios a nível regional, uma vez que as situações serão diferentes de território para território".

O objetivo é ter o trabalho "concluída em setembro", frisou.

Questionada sobre o orçamento destinado para a estratégia de combate à pobreza, Ana Mendes Godinho disse que ainda não existe, e que está a ser construído em função das medidas que foram propostas pela comissão e de outras que estão a ser ponderadas, de modo que seja "o mais abrangente, eficaz e pragmático possível".

 

Fonte: Notícias ao Minuto

RSI: Há 25 anos a combater a miséria. Lisboa e Porto lideram no número de beneficiários

1 de julho de 2021

O Rendimento Social de Inserção (RSI) entrou em vigor há precisamente 25 anos, a 1 de julho de 1996, em pleno governo chefiado pelo socialista António Guterres, e com a pasta da Solidariedade e Segurança Social nas mãos de Eduardo Ferro Rodrigues.

O RSI, então denominado de Rendimento Mínimo Garantido (RMG), surgiu para dar resposta a uma recomendação do Conselho de Ministros da União Europeia de 1992, para que os Estados-membros reconhecessem o direito de todos os cidadãos viverem com dignidade e criassem recursos e prestações sociais.

Um quarto de século depois, o RSI continua a dividir a esquerda e a direita em Portugal, porque se para uns combate a miséria, para outros desmotiva a procura de trabalho.

Começou por ser uma prestação social do regime não contributivo da segurança social, ou seja, destinada às pessoas e às famílias em pobreza extrema e sem recursos financeiros que não descontavam para a segurança social. Além da parte financeira, incluía um programa de inserção social, de modo a potenciar uma progressiva inserção social e profissional.

Durante o primeiro ano de implementação, entre 1996 e 1997, funcionou em regime de projetos-piloto em várias freguesias do país, junto de desempregados de longa duração e beneficiários de ações sociais, e só depois é alargado a todo o continente e ilhas.

A medida teve direito a algumas vozes críticas, nomeadamente o então presidente do PSD Fernando Nogueira, que criticou o processo de implementação e disse ter receios de fraude, ou do economista Medina Carreira, que à época já tinha sido ministro das Finanças de um governo socialista, que disse ter um pressentimento de que a corrupção se iria instalar rapidamente.

No lado oposto da barricada, Ferro Rodrigues sempre a defendeu como a forma de cada cidadão ter direito a um nível mínimo de subsistência.

A fase experimental arrancou com 61 projetos-piloto em 195 freguesias, beneficiando 8.749 famílias, num total de 32.728 pessoas, tendo também aderido 13 organismos públicos, 126 câmaras municipais e juntas de freguesia, 105 instituições particulares de solidariedade social, misericórdias, mutualidades e outras associações sem fins lucrativos, uma associação sindical e três associações empresariais.

Posteriormente, quando é alargada a todo o país, a medida é incluída no Orçamento do Estado de 1997, com uma dotação de 25,3 milhões de contos (cerca de 127 milhões de euros), ficando estabelecido que para a atribuição do RMG seria tido em conta a totalidade dos rendimentos dos membros do agregado familiar, qualquer que fosse a sua origem e natureza. O valor médio mensal era de 20 mil escudos.

Seis anos depois, e já no governo social-democrata de Durão Barroso, a prestação é revogada e é criado o Rendimento Social de Inserção (RSI) e passa a estar incluída no subsistema de solidariedade, mantendo o valor pecuniário e o programa de inserção.

A entrada em vigor da renovada prestação social traz alterações nas condições de acesso, nomeadamente na proibição de acumulação com outras prestações sociais ou na obrigação em fornecer toda a informação necessária a uma avaliação patrimonial, financeira e económica.

Nesta altura, passaram também a estar previstas fiscalizações aleatórias, através de um sorteio nacional obrigatório. A introdução destas medidas não chegou a ser totalmente concluída porque como algumas violavam princípios da Constituição foram rejeitadas pelo Tribunal Constitucional.

2010 foi o ano recorde: Mais de 525 mil pessoas receberam o RSI

Em 2004, ano a partir do qual estão disponíveis as estatísticas do Instituto de Segurança Social (ISS) sobre esta prestação, são já 84.314 beneficiários, entre 31.063 famílias.

No entanto, o ano recorde em número de beneficiários foi 2010, durante o governo socialista de José Sócrates, quando 525.594 pessoas receberam o RSI, sendo que nesse ano o mês que superou todas as estatísticas foi março, com 404.536 beneficiários.

O número de beneficiários começa a descer consideravelmente a partir de 2012, durante o governo de direita de Pedro Passos Coelho, que aumentou as ações inspetivas e baixou o orçamento destinado ao RSI, tendo desviado a “poupança” para o aumento das pensões mínimas sociais e rurais.

O então ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, alterou as condições de acesso, restringindo os futuros beneficiários a um limite máximo de depósitos bancários de 25 mil euros, contra 100 mil euros até então, além de ficarem obrigados a assinarem um contrato anual, onde se comprometiam à obrigatoriedade de procura de trabalho, a aceitação de trabalho socialmente útil e a escolaridade dos filhos, entre outras, sendo que as obrigações eram extensíveis a toda a família.

Entre 2011 e 2015, o número de beneficiários do RSI caiu quase para metade, passando de 447.111 para 295.541, uma redução de 34%.

Posteriormente, em janeiro de 2016, no primeiro governo de António Costa, o RSI sofre novas alterações que se traduzem no alargamento do nível de cobertura do rendimento, bem como dos montantes médios atribuídos, que passam de um valor médio de 88,57 euros por pessoa nos anos entre 2011 e 2015 para um valor médio de 113,90 euros entre os anos 2016 e 2021.

Atualmente, mais de 217 mil pessoas receberam RSI em maio

Segundo os dados mais recentes do Instituto de Segurança Social, relativos ao mês de maio, há 217.973 pessoas a receber esta prestação social dentro de 102.545 famílias.

Os distritos com maior número de beneficiários são Lisboa (55.718), Porto (44.915), Setúbal (21.820), além da Região Autónoma dos Açores (14.412).

Trata-se de uma prestação com diferença de género, já que são sobretudo as raparigas e mulheres que recebem, havendo 113.509 beneficiárias contra 104.464 beneficiários.

A faixa etária com maior peso são as crianças até aos 18 anos (70.644), que representa 32,4% do total de beneficiários.

O valor médio mensal por pessoa está nos 119,45 euros e nos 262,18 euros por família.

 

Fonte: Sapo

Emprego dá sinais de ligeira recuperação em Maio, mas desemprego sobe para 7,2%

30 de junho de 2021

Desconfinamento trouxe uma ligeira recuperação do emprego no mês de Maio, mas a taxa de desemprego voltou a subir, afectando 7,2% da população activa.

Depois de em Abril o emprego ter praticamente estagnado, as estatísticas provisórias dão conta de uma ligeira recuperação da população empregada em Maio – o que foi, ainda assim, insuficiente para travar a subida do desemprego para os 7,2%.

De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril havia mais seis mil pessoas empregadas do que em Março (um aumento de 0,1%) e a taxa de desemprego aumentou de 6,6% para 7% (números definitivos).

O mês de Maio parece ter trazido sinais de uma ligeira aceleração na criação de emprego, com mais 13.800 pessoas empregadas (uma subida de 0,3% face a Abril). Mas a taxa de desemprego aumentou para 7,2%, o que se traduziu num acréscimo de cerca de 11.000 pessoas desempregadas (dados ainda provisórios), o que poderá ter ficado a dever-se ao progressivo desconfinamento e à possibildiade de as pessoas poderem voltar a procurar emprego de forma mais sistemática, entrando assim para as estatísticas do desemprego.

Na comparação com Maio do ano passado, havia mais 161.600 empregos e o desemprego terá afectado mais 73.800 pessoas.

O alívio das medidas de restrição por causa da pandemia e o desconfinamento levaram a um decréscimo da subutilização do trabalho em Maio. A população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego, totalizavam 676.200 pessoas, o que corresponde a um decréscimo de 0,6% (4300 pessoas) em relação a Abril de 2021 e de 12,8% (98.900 pessoas) em comparação com Maio de 2020.

Os dados provisórios de Maio apontam para um aumento muito ligeiro da população activa em relação a Abril (0,5%) e de 4,8% em relação ao período homólogo. Já a população inactiva diminuiu em relação ao mês anterior (-0,9%) e a Maio de 2020 (-8,1%).

Com a pandemia e as restrições adoptadas ao longo do último ano a leitura da evolução dos indicadores do emprego e do desemprego publicados pelo INE tem de ser feita com alguma cautela. Por um lado, o confinamento levou a que as pessoas tivessem mais dificuldade em procurar emprego de forma activa, levando a que ficassem registadas com inactivas em vez de desempregadas. Por outro lado, os trabalhadores colocados em layoff, embora estando registados como empregados, não estiveram efectivamente a trabalhar.

Estes factores têm levado a que, apesar da crise económica, a taxa de desemprego tenha tido um crescimento bastante moderado ao longo do último ano, ficando muito abaixo dos níveis registados na última grande crise, quando a troika esteve em Portugal (2011-2014).

 

Fonte: Público

 

“São precisas cinco gerações para sair da pobreza”

1 de julho de 2021

A educação é crítica para resolver, a prazo, problemas como a desigualdade e o crescimento económico. Portugal continua a ser o país da UE com menos população adulta que terminou o secundário. Estas e outras conclusões resultaram do debate, integrado na primeira conferência do ciclo ‘Janela da Esperança’, com o tema “Desigualdades em tempo de pandemia”, que decorreu esta tarde. A iniciativa resulta de uma parceria entre a SIC Esperança, a Fundação Calouste Gulbenkian, e a Fundação La Caixa

 

A pandemia veio acentuar as desigualdades pré-existentes entre a população nacional. Em 2019, antes do embate da covid-19, 20% das pessoas vivia no limiar da pobreza. Dois anos depois, os dados de 2020 ainda não estão disponíveis, mas, como disse ao Expresso, Susana Peralta, “as expectativas não são boas”. A professora da Nova SBE, participou na conferência “Desigualdades em tempo de pandemia”, a primeira de um ciclo inserido na iniciativa ‘Janela da Esperança’, onde apresentou o relatório anual ‘Portugal, balanço social 2020’, elaborado a partir de dados provenientes de diversas fontes administrativas – INE, Banco de Portugal, Ministério da Educação, entre outras - que coordenou.

Deste relatório, a professora destaca a taxa do risco de pobreza que, em 2019, era de 17,2% (acima da média europeia de 16,5%), e que é ainda maior em determinados grupos da população, como os migrantes, especialmente aqueles cujo país de origem se situa fora da Europa. Neste grupo, a pobreza atinge 24,6% das pessoas, mesmo entre os que trabalham. “São maioritariamente pessoas com vínculos de trabalho temporário ou precário, os mais afetados também pela pandemia”, refere Susana Peralta. Aliás, fatores como o desemprego ou o trabalho temporário, menor escolaridade, e famílias mais numerosas ou monoparentais, agravam a possibilidade de pobreza, em todas as franjas da população. A estes junta-se ainda o fator regional que, no caso das ilhas ou do Algarve, aumenta ainda mais a probabilidade de pobreza.

Na opinião de Susana Peralta, que participou no debate que se seguiu à apresentação do estudo, “a educação é crítica para reduzir as desigualdades”. Para a professora, só as políticas de educação serão eficazes para resolver problemas de crescimento económico e as desigualdades na sociedade. António Brito Guterres recorda, contudo, que “são precisas cinco gerações para sair da pobreza”. Para esse propósito “o ensino é fulcral, não só nas populações jovens, mas também nos adultos, que precisam de upskilling [desenvolver novas aptidões] para se adaptarem às mudanças e obterem as competências pedidas pelo mercado”, acredita o investigador em estudos urbanos, presente no mesmo debate.

Um pouco mais otimista, Ricardo Reis, que participou por videoconferência nesta conversa, prefere olhar para o que pode surgir no pós-pandemia. “Há uma oportunidade de renovar o mercado de trabalho”, exemplifica. O economista reconhece que a pandemia acelerou os problemas relacionados com o emprego, salários e precaridade. Ainda assim, acredita que esta crise abre oportunidades a quem se ajustar melhor à nova realidade.

O debate foi moderado pela jornalista da SIC Notícias, Rita Neves, e contou com uma mensagem de boas-vindas de Mercedes Balsemão. “Esta é a pandemia das desigualdades”, disse. A presidente da SIC Esperança acredita que esta situação veio “desvendar todas as nossas vulnerabilidades, e as falsas esperanças com que construímos os nossos projetos e definimos as nossas prioridades”. A verdade é que os mais vulneráveis são os que mais sofrem.

 

Conheça outras conclusões do debate:

  • O relatório ‘Portugal, balanço social 2020’ revela que, quanto menor o nível de educação, maior a probabilidade de exposição à pobreza. “30 a 40% dos alunos nas escolas públicas recebem ação social escolar”, destaca Susana Peralta. A professora salienta ainda que 80% dos alunos nestas escolas tem mãe sem formação superior, o que, estatisticamente, confere-lhes uma probabilidade de ter notas negativas (mais 30 pontos percentuais), e menos 13% de probabilidade de atingir notas máximas. “Portugal é o país da UE com menos população adulta com o secundário completo”.
  • António Brito Guterres aponta o nível baixo de voluntariado em Portugal (10%) como um dos entraves à redução das desigualdades. Aqui, defende, é essencial o trabalho do terceiro setor e dos muitos projetos que nascem no seio das comunidades desfavorecidas, e que é preciso apoiar e divulgar.
  • Numa perspetiva económica, Ricardo Reis acredita que Portugal recuperará rapidamente, especialmente se olhar para o trabalho que está a ser feito em países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou Israel, que estão a ter uma recuperação bastante rápida. Isto não significa, no entanto, que “2022 seja de euforia, mas é possível voltar ao nível de 2019”.

 

Fonte: Expresso

 
 

 

Pobreza persistente atingia 12,5% da população antes da pandemia

29 de junho de 2021

Desemprego e escolaridade são determinantes no risco de pobreza, sendo que nas famílias com menores rendimentos existe uma maior dificuldade em aceder à educação superior, aos cuidados de saúde e à habitação, revela o relatório ‘Portugal, balanço social 2020’, que será apresentado esta quinta—feira na conferência Janela de Esperança. A iniciativa, que junta a SIC Esperança com a Fundação Gulbenkian, Fundação La Caixa e BPI, pode ser acompanhada no Facebook do Expresso, a partir das 16 horas

Antes do impacto da covid-19 na economia, nos negócios e, consequentemente, nos bolsos dos portugueses, o país já apresentava indicadores de pobreza e níveis de desigualdade acima da média europeia. Apesar de uma ligeira descida entre 2008 e 2019, Portugal continuava a contar com uma taxa de risco de pobreza de 17,2% (era de 18,5% na década anterior), acima da média europeia que se situava, à data, nos 16,5%, mas abaixo de outros países da Europa do Sul, como Espanha ou Itália.

Estas são algumas das evidências do relatório ‘Portugal, balanço social 2020: um retrato de um país e dos efeitos da pandemia’, coordenado por Susana Peralta, investigadora científica na Nova School of Business & Economics, que procurou traçar um retrato socioeconómico das famílias portuguesas e facultar uma base de discussão transversal sobre as situações de pobreza e exclusão social no país. O documento descreve situações em relação ao rendimento, mas aborda também as diferenças de situação laboral, acesso à educação e saúde, condições de habitação e participação social e política.

Deste retrato destaca-se a probabilidade de o risco de pobreza ser superior entre os desempregados, nas famílias monoparentais e em indivíduos menos escolarizados, que mais frequentemente surgem entre o grupo de pessoas em contexto de pobreza persistente. Ou seja, quando os seus níveis de rendimentos, ou a inexistência dos mesmos, os colocam abaixo do limiar da pobreza durante vários anos consecutivos. Isto acontece, por exemplo, a 4,5% da população trabalhadora, percentagem que sobe para os 22,5% no grupo dos desempregados.

“Em 2020, com o impacto da pandemia, o aumento de novos inscritos nos centros de emprego ocorreu, maioritariamente, nos jovens até aos 34 anos, que antes trabalhavam como falsos independentes ou com contratos a prazo, e que são também os menos protegidos do risco de pobreza”, disse ao Expresso Susana Peralta, coordenadora do relatório

A taxa de pobreza não é, contudo, idêntica em todas as regiões do país. De acordo com os dados de 2019, o Algarve era a zona do território continental com uma taxa de risco de pobreza mais elevada (18,8%). Já os Açores eram, no mesmo período, a região com maiores desigualdades e uma taxa de risco de pobreza de 31,8%.

Por outro lado, os rendimentos condicionam as famílias, quer no acesso a uma habitação condigna, quer no acesso aos cuidados de saúde ou à educação superior. O relatório revela ainda que, em 2019, 22,3% destas famílias não conseguiram ir ao dentista e que apenas 10% completaram os estudos superiores.

 

Fonte: Expresso

RSI: um quarto de século a dividir a esquerda e a direita em Portugal

26 de junho de 2021

Fase experimental arrancou há 25 anos, beneficiando 32.728 pessoas de 8749 famílias. A faixa etária com maior peso é a das crianças até aos 18 anos, que representa 32,4% do total de beneficiários, e o valor médio mensal por pessoa está nos 119,45 euros e nos 262,18 euros por família.

O Rendimento Social de Inserção faz 25 anos, um quarto de século de uma prestação que sempre dividiu a esquerda e a direita políticas, porque se para uns combate a miséria, para outros desmotiva a procura de trabalho.

Media player poster frameNascido a 1 de Julho de 1996, em pleno governo chefiado pelo socialista António Guterres, e com a pasta da Solidariedade e Segurança Social nas mãos de Eduardo Ferro Rodrigues, o então denominado Rendimento Mínimo Garantido (RMG) surge para dar resposta a uma recomendação do Conselho de Ministros da União Europeia de 1992 para que os Estados-membros reconhecessem o direito de todos os cidadãos viverem com dignidade e criassem recursos e prestações sociais.

Começa por ser uma prestação social do regime não contributivo da segurança social, ou seja, destinada às pessoas e às famílias em pobreza extrema e sem recursos financeiros que não descontavam para a segurança social. Além da parte financeira, incluía um programa de inserção social, de modo a potenciar uma progressiva inserção social e profissional.

Durante o primeiro ano de implementação, entre 1996 e 1997, funciona em regime de projectos-piloto em várias freguesias do país, junto de desempregados de longa duração e beneficiários de acções sociais, e só depois é alargado a todo o continente e ilhas.

A medida teve direito a algumas vozes críticas, nomeadamente o então presidente do PSD Fernando Nogueira, que criticou o processo de implementação e disse ter receios de fraude, ou do economista Medina Carreira, que à época já tinha sido ministro das Finanças de um governo socialista, que disse ter um pressentimento de que a corrupção se iria instalar rapidamente.

No lado oposto da barricada, Ferro Rodrigues sempre a defendeu como a forma de cada cidadão ter direito a um nível mínimo de subsistência.

Em Maio de 1996, o jornal A Capital faz primeira página com uma família da Quarteira, concelho de Loulé, escolhida para ser uma das primeiras a beneficiar do RMG, “apesar de nunca ter ouvido falar de tal coisa”.

No caso, tratava-se da família de João Ângelo Abreu, que incluía o casal e três filhos, e que vivia há nove anos numa casa abarracada do “mal-afamado” Bairro dos Pescadores, considerado o Casal Ventoso do Algarve.

A fase experimental arrancou com 61 projectos-piloto em 195 freguesias, beneficiando 8749 famílias, num total de 32.728 pessoas, tendo também aderido 13 organismos públicos, 126 câmaras municipais e juntas de freguesia, 105 instituições particulares de solidariedade social, misericórdias, mutualidades e outras associações sem fins lucrativos, uma associação sindical e três associações empresariais.

Posteriormente, quando é alargada a todo o país, a medida é incluída no Orçamento do Estado de 1997 com uma dotação de 25,3 milhões de contos (cerca de 127 milhões de euros), ficando estabelecido que para a atribuição do RMG seria tida em conta a totalidade dos rendimentos dos membros do agregado familiar, qualquer que fosse a sua origem e natureza. O valor médio mensal era de 20 mil escudos.

Seis anos depois, e já no governo social-democrata de Durão Barroso, a prestação é revogada e é criado o Rendimento Social de Inserção (RSI) e passa a estar incluída no subsistema de solidariedade, mantendo o valor pecuniário e o programa de inserção.

A entrada em vigor da renovada prestação social traz alterações nas condições de acesso, nomeadamente na proibição de acumulação com outras prestações sociais ou na obrigação em fornecer toda a informação necessária a uma avaliação patrimonial, financeira e económica.

Nesta altura, passaram também a estar previstas fiscalizações aleatórias, através de um sorteio nacional obrigatório. A introdução destas medidas não chegou a ser totalmente concluída porque como algumas violavam princípios da Constituição foram rejeitadas pelo Tribunal Constitucional.

 

Mais de 500 mil beneficiários em 2010

Em 2004, ano a partir do qual estão disponíveis as estatísticas do Instituto de Segurança Social (ISS) sobre esta prestação, eram já 84.314 beneficiários, em 31.063 famílias.

No entanto, o ano recorde em número de beneficiários foi 2010, durante o governo socialista de José Sócrates, quando 525.594 pessoas receberam o RSI, sendo que nesse ano o mês que superou todas as estatísticas foi Março, com 404.536 beneficiários.

O número de beneficiários começa a descer consideravelmente a partir de 2012, durante o governo de direita de Pedro Passos Coelho, que aumentou as acções inspectivas e baixou o orçamento destinado ao RSI, tendo desviado a “poupança” para o aumento das pensões mínimas sociais e rurais.

O então ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, alterou as condições de acesso, restringindo os futuros beneficiários a um limite máximo de depósitos bancários de 25 mil euros, contra 100 mil euros até então, além de ficarem obrigados a assinarem um contrato anual, onde se comprometiam à obrigatoriedade de procura de trabalho, a aceitação de trabalho socialmente útil e a escolaridade dos filhos, entre outras, sendo que as obrigações eram extensíveis a toda a família.

Entre 2011 e 2015, o número de beneficiários do RSI caiu quase para metade, passando de 447.111 para 295.541, uma redução de 34%.

Posteriormente, em Janeiro de 2016, no primeiro governo de António Costa, o RSI sofre novas alterações que se traduzem no alargamento do nível de cobertura do rendimento, bem como dos montantes médios atribuídos, que passam de um valor médio de 88,57 euros por pessoa nos anos entre 2011 e 2015 para um valor médio de 113,90 euros entre os anos 2016 e 2021.

Segundo os dados mais recentes do Instituto de Segurança Social, relativos ao mês de Maio, há 217.973 pessoas a receber esta prestação social dentro de 102.545 famílias. Os distritos com maior número de beneficiários são Lisboa (55.718), Porto (44.915), Setúbal (21.820), além da Região Autónoma dos Açores (14.412).

Trata-se de uma prestação com diferença de género, já que são sobretudo as raparigas e mulheres que recebem, havendo 113.509 beneficiárias contra 104.464 beneficiários. A faixa etária com maior peso é a das crianças até aos 18 anos (70.644), que representa 32,4% do total de beneficiários. O valor médio mensal por pessoa está nos 119,45 euros e nos 262,18 euros por família.

 

Fonte: Público

"SE NÃO HOUVESSE RENDIMENTO MÍNIMO HAVIA MILHARES DE CRIANÇAS QUE NÃO TERIAM IDO À ESCOLA"

26 de junho de 2021

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, defendeu a realização de um inquérito ao Rendimento Social de Inserção, que nos 25 anos da prestação social avalie o impacto da medida

O presidente da Assembleia da República defendeu a realização de um inquérito ao Rendimento Social de Inserção (RSI), medida em vigor há 25 anos e que nasceu como Rendimento Mínimo Garantido.

Em entrevista à agência Lusa, por ocasião dos 25 anos de existência do RSI, Eduardo Ferro Rodrigues, que era o ministro da Solidariedade e Segurança Social na altura da criação do então Rendimento Mínimo Garantido (RMG), desafiou os atuais responsáveis políticos a realizarem um inquérito não só junto das pessoas que atualmente recebem a prestação social, mas também entre as que receberam no início.

Na opinião de Ferro Rodrigues, importa saber, nomeadamente junto daqueles que há 25 anos eram crianças, “qual foi a importância do Rendimento Mínimo para a sua própria sobrevivência”.

O ex-ministro lembrou que o RMG “era sobretudo um ataque à miséria e à exclusão social”, que “nunca se apresentou como a resposta total à pobreza porque isso não era possível”.

"Foi sobretudo a resposta à indignidade por que passavam os mais pobres neste país, que eram tratados como pessoas que não existiam, transparentes, que se passava por elas na rua e nem se olhava para elas”, defendeu.

Segundo Ferro Rodrigues, essas pessoas “passaram a ter direitos e passaram a ter uma dignidade reconhecida pelo governo e pelo Estado”, sublinhando que “essa é que é a questão fundamental”.

"Deixo esse desafio porque 25 anos depois era uma boa forma de comemorar o lançamento do Rendimento Mínimo, um inquérito geral a todos aqueles, independente da idade, que tiveram direito a essa prestação e como é que correu a inserção social, os apoios à habitação, os apoios à saúde e os apoios à educação porque isso no fundo é que é a questão essencial”, observou.

Entende, por isso, “que era necessário saber exatamente o que se passou”, justificando assim o desafio que disse ter a certeza de que terá “uma resposta francamente positiva”.

Para o atual presidente da Assembleia da República, “uma coisa é clara”: a partir do momento em que a prestação social foi criada deixou de haver quem dissesse que não tem como sobreviver ou que vai “morrer em qualquer esquina” porque não tem direito a qualquer apoio.

"Se não houvesse rendimento mínimo havia milhares de crianças que não teriam ido à escola, havia milhares de famílias que não tinham tido cuidados de habitação que desta maneira tiveram e pessoas que nem sequer reconheciam ou sabiam os seus direitos em matéria de saúde e de segurança social”, salientou, acrescentando que se a prestação fosse tão má como algumas pessoas criticam, ela já teria acabado.

“Eu continuo a dizer que é um grande orgulho do ponto de vista político na minha vida”, destacou.

Sobre uma possível análise e reforma da medida, defendeu que são sempre necessárias e possíveis, apontando que “mesmo com alguns recuos”, a partir de 2015 houve melhorias nas condições de acesso.

Lembrou que o país está a viver consecutivamente duas crises, a económico-social e a pandémica, e que “seria bom” que qualquer análise que venha a ser feita evite tirar conclusões das consequências destas crises para questões tão importantes como a do RSI.

"O desafio que faço é que, deixando a pandemia passar e para comemorar os 25 anos, que haja a possibilidade de fazer uma análise clara e sem preconceitos e estou convencido de que os resultados serão francamente favoráveis à medida”, antecipou.

Independentemente de qualquer análise, Ferro Rodrigues não receia em defender o valor da medida, salientando que o sucesso afere-se pela capacidade que esta prestação social teve de gerar ascensão social ou de tirar pessoas da miséria, dando como exemplo o trabalho feito ao nível da erradicação das barracas nas zonas urbanas, o incentivo para que as crianças fossem à escola ou o acesso aos serviços de saúde.

Apontou também que entre as centenas de milhar de beneficiários do RSI há uma grande parte de crianças e que esta prestação tem desde o seu início o “grande” desafio da inserção.

Olhando para trás, o político diz não recordar “grandes oposições” no momento da aprovação da medida, mas admite que o que foi mais difícil na altura continua a sê-lo agora, ou seja, “explicar às pessoas que é necessário haver um instrumento de política social que garanta a dignidade básica de qualquer cidadão e sobretudo a possibilidade de haver um combate contra a miséria”.

"Ao fim destes anos todos foi um momento, não direi o mais importante da minha vida política, mas foi o mais gratificante sem dúvida", rematou.

O Rendimento Social de Inserção (RSI) nasceu como Rendimento Mínimo Garantido há 25 anos e é uma prestação social para as pessoas que estão numa situação de pobreza extrema. É constituída por uma prestação em dinheiro e por um programa de inserção, ao qual está associado um contrato que estabelece as condições e os objetivos para uma progressiva inserção social, laboral e comunitária dos seus membros.

Atualmente, recebem esta prestação quase 218 mil pessoas.

 

Fonte: TVI24

Famílias a receber RSI aumentam 10% em Lisboa, com casos nos bairros nobres da cidade

27 de junho de 2021

Há 8.176 famílias na capital que recebem Rendimento Social de Inserção (RSI), um número que aumentou 10% com a pandemia. Santa Casa diz que surgiram casos nos bairros nobres de Lisboa.

As famílias apoiadas pelo Rendimento Social de Inserção (RSI) que vivem em Lisboa aumentaram 10% no último ano, revelou a Santa Casa da Misericórdia, que tem acompanhado casos de pobreza extrema nos bairros nobres da cidade.

Atualmente há 8.176 famílias na capital que recebem RSI. Entre março de 2020 e abril de 2021, apareceram “mais de 800 novas famílias” numa situação financeira desesperada a quem foi atribuída esta ajuda, segundo dados do Instituto de Segurança Social (ISS) disponibilizados à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

Em plena crise pandémica, assistiu-se “ao aparecimento de novos públicos”, disse à Lusa Vera Serras, diretora da SCML, a entidade que acompanha a medida na capital. Além dos casos identificados nas zonas mais pobres da cidade, começaram a surgir também pedidos de ajuda de quem vive em bairros habitualmente associados a classes sociais mais altas, como Alvalade, Avenidas Novas, São Domingos de Benfica ou Olivais, contou.

Os processos revelam histórias de desemprego mas também apresentam casos de redes familiar de apoio que de repente falharam, explicou a diretora da Unidade de Desenvolvimento de Intervenção de Proximidade e interlocutora do RSI da SCML junto do ISS. Vera Serras sublinhou que “nem todos são fruto da pandemia”, mas reconheceu que a época tem agravado situações.

Com trabalhos precários e sem descontos para a Segurança Social, o confinamento atirou-os para o desemprego e deixou-os sem nada. O RSI foi “a única medida que lhes permitiu ter rendimentos para assegurar a sua subsistência”, explicou a diretora. Mas, quando os casos chegam ao conhecimento dos técnicos da Santa Casa, há muita gente já “em situação limite de sobre-endividamento”.

Entre a crença de que vão conseguir resolver sozinhos a situação financeira e a vergonha de pedir ajuda, as famílias aparecem com vários meses de rendas em atraso ou outras contas por saldar, contou. No entanto, para a diretora da SCML, estes não são os casos mais complicados. Quando o confinamento acabou, muitos conseguiram arranjar emprego e “deixaram de beneficiar da prestação”. “São pessoas motivadas, com vontade de regressar ao mercado de trabalho, a quem esta prestação serviu, essencialmente, como um trampolim. Foi um rendimento mínimo na altura em que mais precisavam”, explicou.

Nos processos do RSI acompanhados pela SCML existem também histórias de doença mental. Nestes mesmos bairros mais organizados, há adultos que vivem com os pais, de quem dependem financeiramente. A morte dos progenitores deixa-os sem nada. Para uns pode ser “apenas” um problema de dinheiro, para outros vem somar-se a uma saúde mental já frágil, que se agrava nestas situações. Mais uma vez, sem descontos feitos para a Segurança Social, o RSI surge como solução.

Nestes casos de saúde mental, é a rede de proximidade quem lança o alerta. São os vizinhos que percebem que algo está errado. “Porque as pessoas deixam de fazer a sua higiene pessoal ou porque deixam de manter a casa limpa”, explicou Vera Serras. Mas também há alertas que chegam das juntas de freguesia, da polícia ou centro de saúde local. “Os centros sociais e paroquiais assim como as escolas e os centros de emprego também estão atentos e conseguem, muitas vezes, detetar precocemente quando surge um novo caso”.

Mas existe o outro lado do RSI. De quem prolonga este apoio anos a fio. Vera Serra reconhece que existe uma franja da população dependente: “Há quem beneficie desta medida há muitos anos. Mas a esses beneficiários estão associados outros constrangimentos”.

A maioria das 8.176 famílias atualmente apoiadas vive nos bairros mais pobres da cidade, situados nas freguesias de Santa Clara, Marvila e Penha de França. O perfil tipo é facilmente traçado: Abandonaram a escola antes do tempo, havendo mesmo quem não saiba ler nem escrever, e “muitos deles têm uma ausência de hábitos de trabalho”. Por estas razões, diz Vera Serras, “muitas famílias não reúnem condições para a inserção no mercado de trabalho”.

Apesar de a atribuição do RSI implicar a celebração de um contrato em que quem recebe o apoio promete empenhar-se na procura de um emprego, a realidade é bem mais complicada. Existem muitos casos em que viver dependente de subsídios é um hábito que vai passando de pais para filhos. Apesar disso, Vera Serras mantém-se uma adepta da medida, defendendo que o valor mensal deveria ser aumentado. Atualmente, o titular beneficiário da prestação recebe 189,66 euros e, depois, por cada adulto do agregado é atribuído mais 70% do valor e por cada criança mais 50%.

“Exige uma criatividade muito grande para poder subsistir”, disse, explicando que há beneficiários que procuram alternativas para fazer face às necessidades: “temos vindo a assistir é a uma economia paralela, de pessoas que arranjam trabalhos com vínculos precários, para dar resposta às necessidades do dia-a-dia”.

Vera Serras considera fundamental este apoio que surgiu há 25 anos com o nome de Rendimento Mínimo Garantido. Atualmente recebem esta prestação quase 218 mil pessoas, sendo o distrito de Lisboa o que concentra mais beneficiários no país, com quase 56 mil pessoas.

 

Fonte: Eco Sapo

Crise provocada pela pandemia atirou 400 mil pessoas para a pobreza

22 de junho de 2021

Estudo da Universidade Católica conclui que sem os apoios extraordinários aplicados em 2020, “o confinamento inicial de oito semanas teria produzido aproximadamente o mesmo impacto sobre a pobreza do que o calculado para um ano inteiro”.

 

Cerca de 400 mil pessoas caíram abaixo do limiar da pobreza devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, o que agravou o fosso entre os ricos e os pobres em Portugal, revela um estudo divulgado nesta terça-feira.

“Em comparação com o cenário sem crise, 400 mil novos indivíduos caíram abaixo do limiar de pobreza, definido como 60% do rendimento mediano equivalente, aumentando a taxa de risco de pobreza em 25% como consequência da pandemia de covid-19”, concluiu o estudo do Observatório Social da Fundação “la Caixa”, da autoria do Center of Economics for Prosperity (PROSPER) da Universidade Católica de Lisboa.

O documento considera que as medidas do Governo minimizaram em parte o aumento da pobreza e da desigualdade, mas a pandemia resultou numa “perda substancial de rendimentos para a população portuguesa”, com o rendimento mediano anual a cair de 10.100 euros no cenário sem crise para 9100 euros no cenário com crise.

A crise provocada pela covid-19 “teve efeitos assimétricos”, uma vez que as classes baixa e média-baixa, a região do Algarve e as pessoas com escolaridade até ao nono ano “foram os grupos mais afectados por esta crise, com perdas claramente acima da média nacional”, refere o estudo.

 

Desigualdade cresce

A maior parte das pessoas mais afectadas pela crise já se situava na metade inferior da distribuição de rendimento no cenário sem crise, o que fez com que aumentasse a desigualdade. 

“Os resultados mostram que a pandemia levou a um impressionante aumento de 25% da pobreza ao longo de um ano, quando comparados os cenários com e sem crise, pondo em risco os progressos feitos nos últimos vinte anos e invertendo a tendência de redução continuada da pobreza iniciada em 2015, quando a taxa de pobreza era de 19%”, refere o documento.

O estudo, da autoria de Joana Silva, Anna Bernard, Francisco Espiga e Madalena Gaspar, salienta ainda que as políticas de protecção aplicadas pelo Governo em 2020 atenuaram o aumento da pobreza e da desigualdade em Portugal.

“Sem a sua implementação, o confinamento inicial de oito semanas teria produzido aproximadamente o mesmo impacto sobre a pobreza e a desigualdade que aquele calculado para um ano inteiro”, adianta o documento do PROSPER, ao avançar que o regime de lay-off simplificado, destinado a trabalhadores por conta de outrem, e os apoios extraordinários para trabalhadores por conta própria “foram eficazes para atenuar o impacto da crise”.

 

Impactos negativos

“A pandemia, ainda em curso, e a crise económica resultante, trazem consigo desafios orçamentais substanciais, uma vez que esforços governamentais de grande magnitude podem ser difíceis de sustentar por um período prolongado”, alerta o PROSPER, para quem é “evidente que, sem uma forte recuperação, uma redução das políticas de protecção pode causar um impacto negativo substancial na pobreza e na desigualdade”.

O Observatório Social da “Fundação la Caixa” é um novo projecto a ser desenvolvido em Portugal com o objectivo de analisar a realidade social nas áreas social, da educação e da cultura.

 
Fonte: Público

Bruxelas lamenta falta de acordo no Conselho sobre salários mínimos

20 de junho de 2021

"Teria desejado que tivéssemos conseguido um acordo na passada segunda-feira no Conselho, [mas] infelizmente isso não foi possível porque um país, devido a eleições, não conseguiu definir a sua posição", afirma Nicolas Schmit em entrevista à Lusa, em Bruxelas.


O comissário europeu do Emprego, Nicolas Schmit, lamenta que não tenha sido possível, durante a presidência portuguesa, alcançar acordo no Conselho da União Europeia (UE) sobre a definição de salários mínimos europeus, mas destaca "os esforços" de Portugal.

"Teria desejado que tivéssemos conseguido um acordo na passada segunda-feira no Conselho, [mas] infelizmente isso não foi possível porque um país, devido a eleições, não conseguiu definir a sua posição", afirma Nicolas Schmit em entrevista à Lusa, em Bruxelas.

"Devo dizer que ouvi as 27 posições dos Estados-membros e tivemos um enorme progresso sobre esta questão, que não é fácil, e isto é também graças à presidência portuguesa, que contribuiu para construir algo que ainda não é um consenso, mas que reduziu as diferenças" entre os países, acrescenta o comissário europeu da tutela.
 
Segundo Nicolas Schmit, a presidência portuguesa conseguiu "uma base sólida para a próxima presidência ou, eventualmente, as duas próximas presidências, para chegar a um acordo".

"Portanto, penso que este é realmente um grande sucesso para a presidência portuguesa e irá ajudar-nos ainda mais nos próximos meses", acrescenta, numa alusão às seguintes lideranças eslovena e francesa do Conselho da UE, respetivamente na segunda metade de 2021 e no primeiro semestre de 2022, depois da portuguesa nos primeiros seis meses deste ano.

Em causa está o objetivo que tinha sido estipulado pela presidência portuguesa da UE sobre conseguir este semestre um texto de compromisso no Conselho sobre a nova diretiva dos salários mínimos europeus.

Destacando "os esforços" de Portugal neste dossiê, Nicolas Schmit precisa que este acordo não foi possível porque "um dos principais Estados-membros, com um governo de coligação, não foi capaz de tomar uma posição neste debate", uma alusão à Alemanha, que terá eleições legislativas em setembro.

"É preciso ter uma maioria [no Conselho] e a presidência não pode fazer nada [...] e já fez mais do que a sua função", sublinha.

Depois das "boas propostas para tentar reduzir as diferenças sem baixar a ambição" da Comissão Europeia durante a liderança portuguesa, Nicolas Schmit indica ter tido já "discussões muito frutuosas" com a presidência eslovena e com a francesa.

"E por isso estou bastante otimista de que chegaremos a um resultado positivo nos próximos meses sobre esta proposta [...] e que eles estão muito dispostos a continuar o bom trabalho que tem sido feito pelos portugueses", adianta.

A definição de um salário mínimo europeu justo e digno é um dos elementos da negociação do plano de ação para implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que Portugal queria ter visto aprovado durante a sua presidência da UE, apesar das divergências entre os 27.

O Pilar Social é um texto não vinculativo para promover estes direitos na Europa e no qual, além de outras questões, é feita uma referência à remuneração, defendendo que "os trabalhadores têm direito a um salário justo que lhes garanta um nível de vida decente".

Em outubro passado, a Comissão Europeia apresentou uma proposta legislativa sobre os salários mínimos europeus, mas admitiu dificuldades nas negociações no Conselho, razão pela qual assegurou não querer impor valores aos países, mas antes indicadores para garantir uma qualidade de vida decente aos trabalhadores.

Os tratados reconhecem a competência de cada Estado-membro na fixação de salários, mas a Comissão recorreu a uma interpretação flexível que integra o salário nas condições de trabalho.

Atualmente, 21 Estados-membros têm um salário mínimo definido por lei, enquanto nos restantes seis - Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia - tal só existe através de negociação coletiva.
 
Fonte: Jornal de Negócios

Portugal ultrapassa a Grécia no ranking dos salários mínimos

15 de junho de 2021

Com o aumento de 30 euros aplicado em 2021, o salário mínimo português ascendeu ao 11º lugar numa lista de 22 países europeus em que o valor é fixado por lei e que é liderada por Luxemburgo e Reino Unido.

Beneficiando dos cortes aplicados pela troika na Grécia e do congelamento do aumento que estava programado para este ano naquele país devido à pandemia – à imagem do que fizeram Espanha e Estónia –, Portugal ultrapassou os gregos na lista de países europeus em que o salário mínimo é fixado legalmente.

O ranking apresentado no mais recente relatório da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), citado pelo DV, mostra que o salário mínimo português, que aumentou 30 euros em 2021, para 665 euros mensais (776 euros, considerando 14 meses), passou assim a ser o 11.º mais elevado num grupo de 22 países.

No topo desta lista, à frente de Portugal, estão o Luxemburgo (2.202 euros), Reino Unido (1.903 euros), Irlanda (1.724 euros), Países Baixos (1.685 euros), Bélgica (1.626 euros), Alemanha (1.610 euros), França (1.555 euros), Eslovénia (1.110 euros), Espanha (1.108 euros) e Malta (785 euros).

Em países como Áustria, Dinamarca, Itália, Finlândia, Suécia e Noruega, os patamares mínimos de retribuição são estabelecidos em negociação coletiva.

Em termos percentuais, o aumento aplicado este ano em Portugal (4,7%) é o sétimo maior. Destacam-se as subidas registadas nos países do Leste europeu, com a Letónia a liderar por larga margem, com um crescimento de 16,3% face ao valor que tinha sido praticado em 2020.

 

O Governo português já admitiu um aumento de cerca de 6% no salário mínimo nacional em 2022, o equivalente a cerca de 40 euros, que passaria o valor dos atuais 665 euros para 705 euros. A estimativa é que um universo de mais de 800 mil pessoas, isto é, cerca de um quinto dos trabalhadores por conta de outrem, receba o salário mínimo em Portugal.

Como anunciado em maio pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, o Estado vai pagar às empresas 84,5 euros por cada trabalhador que estivesse a receber salário mínimo a 31 de dezembro de 2020 e que ainda se mantenha nos quadros. Contas feitas, dá cerca de 84% do aumento do encargo com a TSU decorrente do aumento do salário mínimo nacional em 2021. As empresas podem pedir o pagamento desta compensação até 9 de julho.

 

Fonte: Jornal de Negócios

“Pandemia elevou e mudou as expetativas dos cidadãos em relação ao emprego e a pobreza”

11 de junho de 2021

Apenas 27% das empresas envolve os colaboradores na definição do propósito. E há vantagens de negócio e na retenção de talento em fazer isso, aponta estudo da consultora Llorente & Cuenca junto a CEO.

 

Se alinhar a empresa e os colaboradores em torno de um propósito faz parte das boas regras de gestão, em momentos de crise e transformação ainda é mais urgente. E sobre isso há boas e más notícias. A grande maioria das empresas (81,3%) tem um propósito definido e claro, a má notícia é que apenas 27% envolveu os colaboradores na definição desse propósito e apenas 9% os clientes.

E há inúmeras vantagens em abrir a discussão aos colaboradores. “Aumenta a capacidade de atrair e reter os melhores talentos. Há dados que mostram que aumenta em três vezes as hipóteses de reter talentos e aumenta em 1,4 vezes o envolvimento”, diz Tiago Vital, diretor-geral da Llorente & Cuenca (LLYC) Portugal e sócio da consultora, citando dados do estudo Propósito Partilhado: Um Caminho para Ultrapassar a Crise, realizado pela consultora junto a mais de 80 CEO de empresas da Península Ibérica e da América Latina.

A pandemia também amplificou as preocupações dos cidadãos com os temas do emprego e pobreza e o papel que as empresas podem desempenhar, as companhias parecem ainda não ter alinhado as suas preocupações para o pós-pandemia, concluiu o estudo.

Mais de 80% das empresas dizem ter um propósito e 77% acreditam que isso ajuda a alinhar e motivar toda a organização para uma finalidade comum. Mas apenas 27% consultam os colaboradores. Atrever-me-ia a dizer que em Portugal os números são ainda menos expressivos. É de facto assim?

Este estudo sobre o propósito corporativo foi desenvolvido junto de mais de 80 CEO de empresas da Península Ibérica e da América Latina, e os dados foram analisados de forma agrupada. Os números, mesmo a uma escala global, mostram-nos que há muita margem para as empresas melhorarem na capacidade que têm de escutar os seus principais stakeholders, incluindo os colaboradores, conhecer as suas expectativas e envolve-los na definição de um propósito. As boas notícias são o facto de os CEO já reconhecerem os benefícios que ter um propósito proporciona às empresas: ajudando-as a diferenciar-se no mercado e a melhorar a sua reputação.

 

Isso não releva um potencial falhanço para o cumprimento do propósito?

Sem dúvida. O facto de ter um propósito já não garante a diferenciação de uma marca; é essencial que os líderes das organizações vejam o propósito como um processo de transformação empresarial, mas também como um processo de cocriação e diálogo – e não como um fim em si mesmo. A conversação online sobre este tema mostra um desalinhamento entre as expectativas dos cidadãos e os compromissos em que se centram as empresas. Provavelmente devido a este processo tão pouco participativo para descobrir o propósito, este, em muitos casos, não corresponde àquilo que os grupos de interesse realmente esperam e àquilo de que falam. Na nossa perspetiva, a eficácia do propósito depende do conhecimento e da compreensão que a empresa tem das convicções dos seus grupos de interesse, e da sua capacidade de integrar no propósito estas expectativas e aspirações.

 

O propósito, na maioria das empresas, foi definido pela alta direção (70,8 %) ou pelo próprio CEO (53,8 %). Que mecanismos as empresas poderão adotar para envolver os colaboradores neste processo de criação de propósito?

O propósito é a razão pela qual uma empresa existe, determinando em que medida contribui para a sociedade. As empresas têm de oferecer valor a todos os grupos de interesse, definindo um propósito de impacto positivo. No novo capitalismo de stakeholders, há três condições fundamentais: Com quem e para quem – ouvir e dialogar, para o propósito ser partilhado pelos grupos de interesse e reconhecido como benéfico, procurando ressoar e despertar empatia; Como – Integrando a estratégia de negócio e a comunicação de forma a criar compromissos concretos, que inspiram e mobilizam; é fundamental que a ativação do propósito seja o eixo do diálogo público da organização e as partes interessadas; Quanto – medir e avaliar o progresso. Acreditamos que estes projetos têm de ser desenvolvidos ouvindo todos os grupos de interesse através de técnicas qualitativas e quantitativas baseadas em tecnologias avançadas, nas três fases do processo: storybeing, storytelling e storydoing.

No que respeita a ouvir os colaboradores, em concreto, na fase inicial, de definição, começamos com entrevistas com gestores de áreas funcionais e sessões de cocriação. Depois, utilizamos tecnologia e diferentes técnicas de investigação para ouvir todos os intervenientes no exterior, e voltamos a ouvir os colaboradores antes de os decisores tomarem uma opção sobre a formulação final, de modo a assegurar que o propósito responde à estratégia da organização e às expetativas dos stakeholders, criando o maior alinhamento possível. Além disso, envolvemo-los em toda a implementação. Na fase 2, de comunicação da narrativa, utilizamos dinâmicas que vão desde a gamification até ao desenvolvimento de uma rede de embaixadores dentro da organização. É também muito relevante envolver os colaboradores na medição dos resultados. A criação de comités de monitorização multidisciplinares tende a funcionar bem.

 

Que ganhos obtêm as organizações com o envolvimento dos colaboradores na definição da missão comum? Há ganhos de negócio efetivos?

Há ganhos potenciais muito significativos. É essencial que as empresas estabeleçam o propósito no centro da estratégia, ligando os objetivos empresariais aos objetivos de impacto social, ético e ambiental, porque são estes os elementos exigidos hoje por clientes, acionistas e investidores, colaboradores e as administrações públicas, para referir apenas alguns grupos de interesse. O propósito partilhado pode ter um impacto real no negócio, e refletir-se a vários níveis. Pode, nomeadamente, proporcionar clareza na tomada de decisões empresariais. Repare: se a empresa eleger um objetivo ancorado nos critérios de ESG que seja partilhado pelas partes interessadas, pode aumentar a licença social para operar e a sua reputação, e também a sua vantagem comercial. Este processo pode ainda favorecer a capacidade de antecipar a regulamentação; atrair e reter os melhores talentos (há dados que mostram que aumenta em três vezes as hipóteses de reter talentos e aumenta em 1,4 vezes o envolvimento); e melhorar as condições de acesso a financiamento.

 

A esmagadora maioria das empresas afirmam que o propósito está estreitamente ligado à estratégia de negócio, mas metade não têm indicadores / objetivos para medir o desempenho nesta área. Que mecanismos de medição podem ser implementados para verificar se o propósito está a ter impacto no negócio?

Para que seja possível medir resultados, o processo de desenvolvimento do propósito deve incorporar indicadores de negócio, de reputação e comunicação. Na LLYC, desenvolvemos um modelo que permite medir de forma holística e extensa o cumprimento dos objetivos. Identificamos indicadores de desempenho, de conformidade com objetivos específicos de negócio; a isto acrescentamos uma medição ao nível da comunicação, para analisar se todos os elementos de contacto com a empresa estão alinhados e medimos o impacto na reputação consultando o público para ver como varia a sua perceção e confiança.

 

Parece ainda haver um desalinhamento entre as mensagens de propósito das empresas e as expectativas dos consumidores. Empresas têm-se focado em temas de sustentabilidade ambiental, mas, possivelmente exponenciado pela pandemia, temas como combate à pobreza, saúde e justiça social geram maior interesse e preocupação dos cidadãos. As empresas não estarão a falar sozinhas? A apostar nas fichas erradas?

Os dados mostram que, no ano da pandemia, mais de metade do diálogo online (55,3 %) girou em torno do «crescimento económico / emprego», muito centrado nas medidas das empresas para proteger ou não proteger o emprego, e do «fim da pobreza», em que a conversa se centra nas doações e ajudas sociais a grupo vulneráveis, especialmente durante a fase de confinamento total. A pandemia elevou e mudou as expetativas dos cidadãos em relação a questões relacionadas com o emprego e a pobreza, mas também estiveram presentes no debate social outros aspetos, tais como a sustentabilidade ambiental (10,4 %), a educação (9,9%), a saúde (9,1 %) e a justiça social (8,2 %).

As empresas precisam de escutar, e de se ajustar aos interesses dos cidadãos e dos grupos de interesse. Daí entendermos que este é um processo de transformação, e não um fim em si. Adicionalmente, as empresas continuam a focar muita da sua comunicação sobre estes temas em canais verticais e unidirecionais, como o discurso do CEO (80%), as campanhas de comunicação (58,5 %), os relatórios anuais (50,8 %) e os seus sites (40 %). Este facto não lhes permite ser dinâmicas o suficiente nem a ter a capacidade de dialogar de forma satisfatória com os stakeholders, especialmente porque, devido à pandemia, os diálogos e a participação dos cidadãos são mais digitais do que nunca.

 

Fonte: Eco Sapo

Recuperação pós-pandemia passa pela garantia dos direitos fundamentais

10 de junho de 2021

A Agência europeia dos Direitos Fundamentais defendeu hoje que uma recuperação pós-pandemia, que "testou" e mostrou "as lacunas" dos sistemas de proteção na União Europeia, só será bem-sucedida se combater as "crescentes desigualdades" e as "ameaças à coesão social".

 

Esta é uma das principais conclusões da edição de 2021 do relatório anual da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, na sigla em inglês), divulgado hoje e que analisa a evolução e os défices ao nível da proteção dos direitos humanos registados ao longo do ano passado dentro dos 27 Estados-membros que compõem o bloco comunitário, abrangendo questões como o acesso aos cuidados de saúde, o racismo, as migrações ou os direitos das crianças.

Na edição deste ano, o capítulo principal do relatório da FRA aborda o impacto da pandemia do novo coronavírus na vida das pessoas que vivem no espaço da União Europeia (UE), em particular dos grupos designados como "vulneráveis" (idosos, pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas de etnia cigana e migrantes).

O documento da agência europeia, criada em 2007 e com sede em Viena (Áustria), também lança as diretrizes que os 27 do bloco europeu devem seguir para assegurar que os direitos de todos sejam defendidos e que a luta contra "as crescentes desigualdades" e as "ameaças que pesam sobre a coesão social" seja efetiva e duradoura.

A FRA entende que a pandemia da doença covid-19 revelou "lacunas" no respeito dos direitos fundamentais, em matéria de "saúde, educação, emprego e proteção social".

"A covid-19 testou a solidez dos sistemas de proteção dos direitos fundamentais em toda a UE", afirma o diretor da FRA, Michael O'Flaherty, citado no documento.

E reforça: "Os Governos devem criar estruturas sustentáveis para lutar contra as desigualdades, racismo e exclusão. Apenas uma abordagem alicerçada em direitos permite aos Governos construírem sociedades inclusivas".

Como tal, e para avançar com essa abordagem, a FRA defende que os executivos europeus "devem consultar organismos nacionais de proteção dos direitos humanos" de forma, segundo frisa a entidade, "a avaliarem o impacto das respetivas ações [assumidas no campo da saúde pública] sobre os direitos fundamentais".

Para a FRA, os Governos dos 27 devem igualmente "reforçar a solidez dos serviços de educação, de saúde e de ajuda social para atender às necessidades de todos", "adotar soluções digitais, reduzir a exclusão digital e lutar contra a desinformação" e "focar atenções em grupos de alto risco", tais como pessoas na condição de sem-abrigo, com dependências ou a viver em instituições ou detidas em estabelecimentos prisionais.

Outra recomendação decorrente da atual crise pandémica, é a garantia, defende a agência da UE, "de um acesso justo e equitativo" às vacinas contra a doença covid-19.

Mas, outras questões-chave foram identificadas pela FRA ao longo de 2020.

A questão do racismo é uma delas, com a agência da UE a observar que a pandemia "alimentou a discriminação, os crimes de ódio e o discurso de ódio contra as minorias, em particular contra pessoas de origem imigrante e cigana".

Ao mesmo tempo, recorda a FRA, o movimento antirracismo e contra a violência policial 'Black Lives Matter' (que teve uma dimensão à escala global após a morte do afro-americano George Floyd) e o anúncio, em setembro passado, de um novo plano de ação da UE nesta vertente para o período 2020-2025 "vieram incitar o combate contra o racismo na Europa".

"Os países da UE devem intensificar os seus esforços para combater o racismo através de planos de ação nacionais, punir os crimes de ódio, apoiar as vítimas e lutar contra a caracterização étnica discriminatória nas práticas policiais", aponta a agência europeia.

A área das migrações é igualmente focada no documento, com a FRA a sublinhar que "o respeito pelos direitos fundamentais nas fronteiras continuou a ser problemático na UE".

"Migrantes morreram no mar, sofreram violência e expulsões nas fronteiras e enfrentaram a sobrelotação nos centros de acolhimento", enumera o órgão.

Mencionando os termos da proposta do novo Pacto para as Migrações e Asilo, apresentada em setembro de 2020 pela Comissão Europeia e ainda em negociações no seio do bloco, a FRA exorta os 27 da UE a terem, entre outros aspetos, "controlos eficazes e independentes para combater as violações dos direitos humanos nas fronteiras" e a fornecerem "instalações adequadas nos centros de acolhimento migratórios".

O impacto da pandemia nos direitos das crianças é também analisado no relatório e a FRA lembra que muitas sofreram durante a crise pandémica, em especial aquelas provenientes de "meios económicos e sociais desfavorecidos".

"A educação à distância foi difícil de colocar em prática, sem acesso à Internet ou de um computador", sublinha a agência, denunciando ainda que "os maus-tratos contra crianças aumentaram durante os períodos de confinamento e de quarentena" cumpridos por causa da covid-19.

Nesta matéria específica, a FRA exorta os Estados-membros da UE a apoiarem as iniciativas abrangidas pela futura Garantia Europeia para a Infância, adotada em março deste ano pela Comissão Europeia e que visa promover a igualdade de oportunidades às crianças em risco de pobreza ou exclusão social.

Segundo dados de Bruxelas, em 2019, quase 18 milhões de crianças na UE (22,2%) viviam em agregados familiares em risco de pobreza ou exclusão social.

Na mesma ocasião foi também adotada a primeira Estratégia da UE sobre os Direitos da Criança.

"Os países da UE devem garantir que todas as crianças têm acesso à educação e que estão protegidas contra abusos", insiste a FRA.

 

Fonte: Notícias ao Minuto

Imagine. DiVERGE empodera jovens do bairro Zambujal para o emprego

7 de junho de 2021

Programa Imagine pretende dotar os jovens de bairros carenciados de ferramentas que lhes permitam ter igualdade de oportunidades.

Quase um terço dos jovens (26,7%) em Portugal entre os 16 e os 24 anos está em risco de pobreza ou exclusão. A startup portuguesa de sneakers DiVERGE quer dar volta aos números do Eurostat e dar um impulso à Geração Z e, para isso, avançou com o programa social Imagine. O projeto-piloto quer combater a exclusão social, dando aos jovens de bairros sociais cadenciados formação e competências para a empregabilidade. Nove jovens do Bairro do Zambujal, no concelho a Amadora, participaram no programa e criaram sneakers personalizados agora à venda no site da DiVERGE. Jovens recebem as receitas das vendas. DiVERGE compromete-se a dirigir 10% dos lucros para o Imagine.

“O Imagine pretende dotar os jovens de bairros carenciados de ferramentas que lhes permitam ter igualdade de oportunidades, dando-lhes competências fundamentais para a empregabilidade, ao mesmo tempo que potencia a sua autoconfiança e autoestima. Esta é a base de uma ideia que, além de ter impacto social, poderá gerar também impacto económico de um micro negócio que pode ganhar muita escala junto dos nossos clientes”, João Esteves, CEO e fundador da DiVERGE Sneakers, citado em nota de imprensa.

O Imagine propõe 25 horas de formação sobre conceitos básicos de Comunicação Interpessoal, Marketing Estratégico, Publicidade, Vendas, Design, Fotografia, Redes Sociais e Gestão Financeira, que depois os participantes colocam em prática ao desenhar os seus sneakers, participando na campanha de lançamento da coleção, acompanhando os resultados e procurando maximizar as vendas.

“O projeto valoriza e capacita os participantes, tornando-os protagonistas de cada lançamento e os lucros brutos das vendas das suas criações revertem inteiramente a seu favor, sendo que a DiVERGE compromete-se a redirecionar 10% dos seus lucros para o crescimento do programa”, informa a startup.

O programa quer, deste modo, potenciar o impacto social através da “autoconfiança, autoeficácia e autoestima de jovens que vivem em contextos sociais desfavorecidos e com menor acesso de oportunidades.”

Lançada há dois anos, a DiVERGE já vende os seus sneakers 100% personalizáveis e customizados e produzidos na íntegra em Portugal em mais e 50 países. Recentemente, foi selecionada para calçar Felicity Jones no mais recente filme de George Clooney para a Netflix.

 

Fonte: Eco Sapo

ODS 1: entenda a meta que quer acabar com a pobreza

7 de junho de 2021

Objetivo é que até 2030 sejam implementadas medidas que ajudem todos os países a diminuir a vulnerabilidade dos mais pobres

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, fazem parte do plano de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, definida em 2015, durante uma reunião de líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York. Os ODS são tarefas válidas para todo o mundo, com objetivos comuns para fazer do planeta um lugar mais justo e sustentável. Aqui a gente explica melhor e conta quais são eles.

Nenhum dos objetivos da lista está lá por acaso. Cada um foi eleito para estar nessa agenda prioritária por sua urgência e relevância. Para te ajudar a entender melhor, vamos destrinchar cada um dos ODS nesta série de artigos, começando pelo primeiro, ODS 1, que é o de erradicar a pobreza extrema em todas as suas formas e lugares.

 

ODS 1: Erradicação da pobreza

Para entender esse ODS, precisamos começar explicando quem são as pessoas consideradas pobres extremos. De acordo com o Banco Mundial, são aquelas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia. No entanto, essa é só uma média, já que uma definição mais acurada dependeria do custo de vida e das condições de cada país.

No Brasil, entende-se que quem vive com menos de um quarto de salário mínimo por mês está em situação de extrema pobreza. (*)

Segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de brasileiros vivendo assim aumentou com o fim do auxílio emergencial e hoje mais de 10% da nossa população é considerada extremamente pobre, ou seja, ganha menos que R$ 275 por pessoa/dia. Dados da ONU mostram que, com a pandemia, a situação se agravou em todo o mundo: 1,4% da população mundial, cerca de 150 milhões de pessoas, são extremamente pobres.

 

Meta do ODS 1

A meta do ODS número 1 é, até 2030, eliminar a extrema pobreza e

"reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais".

Para isso, as recomendações da ONU são a implementação, em nível nacional, de medidas e sistemas de proteção social adequados a todos, especialmente os mais vulneráveis. A ideia é que os países desenvolvidos ajudem os menos desenvolvidos a chegar lá. Afinal, são metas comuns.

O objetivo é garantir que todo mundo tenha direito a recursos econômicos e a serviços básicos para ter uma vida minimamente digna. Assim, a expectativa é reduzir também a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais. Para cuidar do planeta, precisamos também cuidar das pessoas, não é mesmo?

(*) -  Um quarto (ou 25%) do salário mínimo atualmente corresponde R$ 275,00. A Lei 14.158, de 2021, promulgada pelo Congresso Nacional, fixou o salário mínimo no Brasil em R$ 1.100,00 a partir de 1º de janeiro de 2021.

 

Fonte: Agência Senado

Política de Coesão da UE: 64 milhões de euros para Portugal para fazer face ao impacto social e económico da crise do coronavírus

4 de junho de 2021

A Comissão aprovou a alteração de dois programas operacionais do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) para França e a alteração de dois programas do Fundo Social Europeu (FSE) para Portugal e França ao abrigo do REACT-EU, aumentando-as em 336,7 milhões de euros.

Estas alterações aos programas operacionais irão ajudar a combater os efeitos da pandemia de coronavírus, irão lançar as bases para uma recuperação ecológica e digital e irão apoiar os mais vulneráveis da nossa sociedade. Em Portugal, um montante adicional de 64 milhões de euros irá ajudar a Madeira a reforçar o sistema de saúde regional, em especial acrescentando um novo espaço ao Hospital Dr. Nélio Mendonça para os doentes com coronavírus e apoiando a aquisição de unidades de refrigeração para armazenar medicamentos e vacinas. Será igualmente prestado apoio às pequenas e médias empresas (PME) nos setores mais afetados pela pandemia, em particular nos investimentos empresariais em TI e na digitalização, bem como na melhoria da eficiência energética nas infraestruturas públicas e na manutenção de medidas de apoio à inclusão e ao emprego, incluindo formação para a adaptação de competências e qualificações. Em relação a França, 158,9 milhões de euros de financiamento adicional para os programas operacionais «Languedoc-Roussillon» e «Midi-Pyrénées et Garonne» irão apoiar o setor da saúde, incluindo a modernização das instalações de saúde, bem como as empresas, a reativação do setor do turismo, a aceleração do investimento na transição energética e o apoio digital à educação e à mobilidade sustentável. Na Reunião, mais de 14 000 pessoas, em especial as mais vulneráveis, irão beneficiar de um montante adicional de 113,8 milhões de euros do FSE. O financiamento adicional irá facilitar o acesso a empregos de qualidade, nomeadamente através do apoio ao empreendedorismo e à criação de empresas. Irá também investir em competências verdes e digitais para salvaguardar os postos de trabalho ameaçados pela pandemia e desenvolver serviços acessíveis para reduzir a exclusão social. O REACT-EU faz parte do NextGenerationEU e concede 50,6 mil milhões de euros de financiamento adicional (a preços correntes) aos programas da política de coesão em 2021 e 2022. As medidas dizem respeito ao apoio à resiliência do mercado de trabalho, ao emprego, às PME e às famílias com baixos rendimentos, bem como à criação de bases sustentáveis para as transições ecológica e digital e para uma recuperação socioeconómica sustentável.

 

Fonte: Comissão Europeia

Alarme ONU: A Covid levou à pobreza 100 milhões de trabalhadores

3 de junho de 2021

A pandemia dizimou 5 anos de progresso econômico, levando 100 milhões de trabalhadores à pobreza. É o que denuncia um relatório da Organização Mundial do Trabalho, que apela à comunidade internacional para uma estratégia coordenada e global.

Cem milhões de homens e mulheres esmagados pela crise provocada pela pandemia. Esta é a fotografia tirada pela Organização Mundial do Trabalho, que desenha um cenário sombrio; uma rota que só pode ser revertida em 2023. Cinco anos de progresso econômico jogados ao vento, as mulheres são as mais penalizadas. De acordo com a ONU, para elas o emprego caiu 5%, e para os homens a porcentagem é de 3,9%. Mulheres, mas também jovens, para eles o coronavírus significou uma perda de trabalho igual a 8,7%.

Evitar um impacto a longo prazo

Num contexto de "recuperação incerta e frágil", apesar dos esforços excepcionais feitos pelos países, como apontado pelo diretor geral da OIT Ryder, os cerca de 100 milhões de empregos que serão criados no mundo inteiro graças às reaberturas após o fechamento não serão suficientes. Na verdade, 75 milhões de empregos ainda estão faltando somente este ano e outros 23 milhões em 2022. Daí o apelo ao trabalho decente, pois o grande risco é a perda do potencial humano e econômico, mas acima de tudo um aumento da pobreza e da desigualdade. O pedido é de uma estratégia coordenada e global com políticas focalizadas no indivíduo e em ações fortes a serem concertadas para evitar um impacto a longo prazo sobre os trabalhadores e as empresas.

 

Fonte: Vatican News

Desemprego cai de forma expressiva em abril

21 de maio de 2021

O número de novos inscritos nos centros de emprego desceu 13,6% em abril face ao mês anterior, revelam os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

O número de desempregados nos centros de emprego baixou no mês passado, não só ao nível dos novos inscritos mas também no universo acumulado.

De acordo com os números divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), inscreveram-se 37,2 mil pessoas em abril, menos 13,6% face ao mês anterior e menos 43,2% face a abril do ano passado (em plena primeira vaga da pandemia).

Em termos de "stock", a evolução também é favorável. No final de abril, estavam inscritos nos centros de emprego 423,9 mil pessoas, o que representa uma quebra de 2,1% face a março. Claro que o número total de desempregados com vínculo ao IEFP continua a ser mais alto do que há um ano: são mais 8%.

Também evoluem bem as ofertas e colocações. As ofertas de emprego feitas pelas empresa em abril cresceram 7,1% face ao mês anterior, enquanto as colocações subiram ainda mais, 13,8%.

Fonte: Pedro Catarino, in Negócios on-line
 

Cimeira Social: Subida do salário mínimo é "fator chave" no combate à pobreza

27 de abril de 2021

Relatora do Parlamento Europeu e negociadora com o Conselho e a Comissão do Pilar Social, a antiga ministra do Emprego aponta o enquadramento do salário mínimo como "um aspeto fundamental" do plano de ação que a presidência portuguesa da UE quer ver aprovado no Conselho Europeu informal associado à Cimeira Social do Porto

A covid-19 fez aumentar o numero de despedimentos, causando pobreza e criando novos sem-abrigo.

Uma "subida gradual sustentada do salário mínimo" é um "aspeto chave no combate à pobreza", designadamente na erradicação da pobreza infantil, que tem de ser uma prioridade para Portugal e para a União Europeia, defende Maria João Rodrigues.

Relatora do Parlamento Europeu e negociadora com o Conselho e a Comissão do Pilar Social, a antiga ministra do Emprego e atual presidente da Fundação Europeia de Estudos Progressivos aponta, em entrevista à Lusa, o enquadramento do salário mínimo como "um aspeto fundamental" do plano de ação que a presidência portuguesa do Conselho da UE quer ver aprovado no Conselho Europeu informal associado à Cimeira Social do Porto.

"Ainda agora vimos, num estudo recente, que, em Portugal, auferir o salário mínimo em certas condições não chega para retirar uma pessoa da pobreza", aponta, referindo-se ao estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos que revela que um quinto da população portuguesa é pobre, apesar de a maior parte trabalhar, na maioria com vínculos laborais sem termo.

"Portanto, para certos países, como o nosso, uma subida gradual sustentada do salário mínimo é outro aspeto chave no combate à pobreza", frisa.

Um dos pontos do plano de ação do Pilar Social Europeu é uma diretiva para um enquadramento do salário mínimo na UE, que visa definir indicadores, critérios e objetivos que assegurem uma qualidade de vida decente aos trabalhadores, compatível com o padrão de vida do país onde exercem a atividade.

"Essa é uma das grandes metas, porque de facto o que está em causa é criar um movimento de convergência dos salários em função também da convergência da produtividade", aponta.

"Nós não estamos aqui a pedir nada irrealista de aumentos de salários que não são sustentados pela produtividade em cada país. Não é disso que se está a falar. Logicamente, o salário mínimo em países com menos produtividade tem de ser mais baixo do que o salário mínimo em países altamente produtivos", clarifica.

A diretiva sobre o salário mínimo enfrenta a oposição de vários Estados-membros, desde logo os nórdicos, onde ele é estipulado pela negociação coletiva.

"Acho que é magnífico, se houver capacidade de os parceiros sociais acordarem sobre isso de forma regular, isso é o modelo ideal. Só que, não tenhamos ilusões, isso em muitos países não funciona, nem pode funcionar, porque o diálogo social não tem essa força nem tem essa capacidade de organização", adverte Maria João Rodrigues.

Por isso, frisa, "uma política pública de estabelecimento do salário mínimo é mesmo necessária" e, porque "tem de ser coordenada", "há também que convencer os países que resistem".

"Há aqui uma alteração de fundo que tem de ser conseguida", sublinha, apontando "aspetos mais de conjunto" a salientar, desde logo "o fenómeno da pobreza infantil".

"Se há forma de pobreza que tem de ser verdadeiramente erradicada como prioridade é a pobreza infantil, porque uma criança pobre tem um "handicap" para o resto da vida", sublinha.

Segundo Maria João Rodrigues, a experiência mostra que a forma de se combater a pobreza infantil "exige uma ação integrada", "que tem a ver com o salário dos pais, as condições de habitação, o acesso à educação, o acesso à alimentação, o acesso ao exercício físico, à cultura, aos cuidados de saúde".

"As nossas crianças têm de ser tratadas em primeira linha com todos estes cuidados, porque senão nós, Portugal, que temos um fenómeno enraizado sistémico de pobreza, não conseguimos de facto ir ao fundo do problema, e começar pelas crianças é fundamental", afirma.

Sobre a meta estabelecida no plano de ação - ter 78% da população da UE empregada em 2030, pelo menos 60% dos adultos a participar anualmente em ações de formação e reduzir o número de pessoas em risco de exclusão social ou de pobreza em pelo menos 15 milhões de pessoas - Maria João Rodrigues considera-a "realista", em matéria de emprego, e "muito ambiciosa", em matéria de formação.

No caso do emprego, em que se aspira a 78% da população empregada em 2030, quando em 2020 essa taxa era de 74%, Maria João Rodrigues frisa que é "uma meta adequada", "suficientemente ambiciosa, mas também realista".

"Porque nós vamos jogar com fatores contraditórios: fatores de oportunidade, mas também fatores de risco", explica, apontando que na transição verde vai haver "supressão de emprego nos setores que não estejam alinhados com os padrões de descarbonização", e vai ser necessário "oferecer alternativas às pessoas", e, na transição digital, também pode haver supressão de empregos.

Mas, frisa, "a Europa está comprometida com um plano de expansão, apoiado pelo orçamento comunitário", o qual deve também "ser apoiado pelos orçamentos nacionais", para o que, frisa, é "necessário atualizar e que chama o Pacto de Estabilidade e Crescimento".

"Nós não podemos ter o mesmo quadro. Nós precisamos de orçamentos equilibrados, sem dúvida, mas não podemos ter o mesmo quadro de disciplina orçamental que foi concebido nos anos 1990, a realidade hoje é completamente diferente", afirma.

"A Europa não pode apertar o cinto nesta altura", sublinha.

Em matéria de formação, Maria João Rodrigues admite que a meta "é de facto uma grande ambição" e "vai ser o grande teste ao Pilar Europeu".

"Estamos muito longe dessa meta de 60% dos trabalhadores empregados a recorrerem a serviços de formação contínua. Diria, talvez, [que] é das metas mais emblemáticas do Pilar Social Europeu, porque se parte do princípio de que, como todos nós vamos ter vários empregos ao longo da vida, temos de passar a interiorizar que isto da formação contínua é um direito, mas é quase um dever para todos", aponta, ressalvando que "para um país com Portugal, isso é um enorme desafio".

Fonte: Maria de Deus Rodrigues, Agência Lusa, por Dinheiro Vivo

Pandemia intensificou a pobreza: mais 16.600 pessoas recorreram ao RSI no último ano

23 de abril de 2021

Prestação destinada a pessoas que vivem em pobreza extrema chega agora a 216.550 beneficiários, mais 8,3% do que em Março do ano passado. são números que indiciam “um agravamento muito claro da intensidade da pobreza neste ano de pandemia”, segundo a investigadora do ISEG Amélia Bastos.

O número de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI) voltou a subir em Março, para um total de 216.550 beneficiários. É um aumento de mais de três mil beneficiários comparativamente com o mês anterior. Se recuarmos a Março do ano passado, altura em que foi decretada a pandemia provocada pelo novo coronavírus, o país soma mais 16.636 pessoas que usufruem desta prestação, destinada a ajudar à sobrevivência dos que vivem numa situação de pobreza extrema.

É um aumento de 8,3%, em apenas um ano. E a prestação média de RSI por beneficiário fixa-se agora nos 119,47 euros mensais, mais 2,4% do que em Março de 2020 (116,68 euros). A síntese estatística divulgada pela Segurança Social (SS), que dera já conta de um aumento também na casa dos três mil no número de beneficiários do RSI entre Janeiro e Fevereiro, permite perceber que a prestação média por família está agora nos 262,31 euros.

No total, 101.574 famílias beneficiam agora daquele apoio. São mais 1400 do que no mês anterior e mais 7626 famílias do que em Março de 2020. Sem surpresas, há mais mulheres do que homens a terem de recorrer ao RSI, perfazendo os menores de 18 anos 32,4% do total de beneficiários, o que também não constitui surpresa, dado que os números sobre a pobreza mostram há muito que as crianças e jovens são dos grupos mais afectados.

Só podem aceder ao RSI as pessoas ou famílias em situação de pobreza extrema. Quem viva sozinho não pode ter rendimentos mensais iguais ou superiores a 189,66 euros. E, no caso das famílias, a porta só se abre àquelas cuja soma de rendimentos mensais não seja igual ou superior ao valor máximo de RSI, o qual se calcula somando os referidos 189,66 euros pelo titular aos 132,76 euros por cada indivíduo maior e aos 94,83 euros por cada menor.

“São valores de tal forma baixos que o aumento do número de beneficiários indicia um agravamento muito claro da intensidade da pobreza neste ano de pandemia”, sublinhou ao PÚBLICO a investigadora Amélia Bastos, do Instituto Superior de Gestão, enfatizando que, mais do que o inquérito do INE às condições de vida, que se reportava aos rendimentos de 2019, e que dava por isso conta de uma redução do número de pessoas em risco de pobreza para os 16,2%, as estatísticas mensais do RSI “já têm que ver com o que acontece neste momento e dizem respeito a rendimentos e provas de recurso já respeitantes ao período de pandemia”. E traduzem, acrescenta a investigadora na área das desigualdades e pobreza, “um agravamento já esperado, mas ainda assim alarmante”.

A Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, cuja proposta já foi entregue ao Governo, poderá conter alterações no RSI, fazendo aproximar as suas prestações aos 540 euros mensais que marcam a linha da pobreza em Portugal, de forma a tornar este mecanismo mais eficaz no resgate das pessoas da situação de pobreza. Mas, por enquanto, o Governo não confirmou se acatará ou não a sugestão do grupo de trabalho que nomeou para pensar aquela estratégia.
Mais desempregados, menos pensões de velhice

Noutra frente, os desempregados com direito a prestações de desemprego aumentaram 38,8% num ano, tendo-se fixado em Março em 241.263 pessoas. Destas, 208.975 tinham direito a subsídio de desemprego (um aumento de 43,8% em termos homólogos) e as restantes estavam com o subsídio social de desemprego inicial ou subsequente. Quanto ao layoff, foram pagas 10.332 prestações, num aumento de 882,1% face a Março de 2020. Daquele universo, 5941 funcionários estavam em layoff temporário, enquanto os restantes 4391 viram reduzido o horário de trabalho.

As pensões destinadas aos idosos também continuam a diminuir por efeito da pandemia e do seu maior impacto em termos de mortalidade neste grupo etário. Esta redução é mais expressiva nas pensões por invalidez, que diminuíram 4,9% num ano (o equivalente a menos 9235 pensões, estando agora contabilizadas 179.437 pensões). Já as pensões de velhice e de sobrevivência diminuíram ambas entre Fevereiro e Março (menos 3931 e 1967, respectivamente), mas continuam a registar aumentos, ainda que muito ligeiros, relativamente ao mês homólogo do ano anterior. Por outro lado, o complemento solidário para idosos (CSI) desceu 3,7% num ano, estando agora a abranger 158.616 idosos.

Fonte: Natália Faria, in Público on-line

Número de casais com ambos os elementos no desemprego sobe 18,1% em março

21 de abril de 2021

O número de casais com ambos os elementos inscritos nos centros de emprego aumentou 18,1% em março face ao mesmo mês de 2020, para 6.971, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com o IEFP, do total de desempregados casados ou em união de facto, 13.942 (8,6%) têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado.

Assim, o número de casais em que ambos os cônjuges estão registados como desempregados foi, no final de março de 2021, de 6.971, ou seja, mais 18,1% (1.069 casais) do que no mês homólogo e mais 1,0% (72 casais) em relação ao mês anterior.

Os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego que se encontrem a receber, quando tenham dependentes a cargo.

O IEFP começou a divulgar informação estatística sobre os casais com ambos os elementos desempregados em novembro de 2010, altura em que havia registo de 2.862 destas situações.

Segundo a informação também hoje divulgada pelo IEFP, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 25,9% em março em termos homólogos e 0,2% face a fevereiro.

De acordo com o IEFP, no final de março, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 432.851 desempregados.

Fonte: Notícias ao Minuto

Desempregados inscritos no IEFP estão no nível mais alto desde o início da pandemia

20 de abril de 2021

Março foi sinónimo de mais desempregados inscritos no IEFP, mas também de mais ofertas captadas e mais colocações em emprego, face ao mês anterior e ao período homólogo.

Pelo quarto mês consecutivo, o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou, atingindo máximos de 2017 e o valor mais elevado em todo o período de pandemia. Ainda assim, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira, também o número de ofertas captadas e de colocações em emprego também subiu, no terceiro mês de 2021.

Desemprego mantém-se nos 6,9% e população empregada cresce

Em março, estavam inscritos nos centros de emprego 432.851 desempregados, mais 0,2% do que em janeiro e mais 25,9% do que em março de 2020, mês em que foram identificados os primeiros casos de Covid-19 em Portugal e em que foram impostas as primeiras restrições com vista a conter a propagação do vírus pandémico. Março de 2021 foi, assim, o quarto mês consecutivo em que o universo em causa aumentou.

Segundo os dados divulgados esta terça-feira, o desemprego registado agravou-se, em termos homólogos, em todas as regiões do país, com destaque para o Algarve, onde subiu 54,6%. Esta região, por estar muito ligada ao setor do turismo, tem sido muito castigada pela crise pandémica e pelas medidas restritivas aplicadas em resposta. Em Lisboa e Vale do Tejo, o número de desempregados inscritos subiu 40,7%, face a março de 2020 e, na Madeira, aumentou 30,6%. Estas foram as regiões com maiores saltos no desemprego registado, no terceiro mês de 2021, segundo o IEFP.

Além disso, o desemprego aumentou nos três setores de atividade, em comparação com março de 2020, destacando o dos serviços, com um salto de 43,7%. E nesse setor, foram as atividades ligadas ao “alojamento, restauração e similares” a registar um agravamento mais significativo dos desempregados inscritos no IEFP (+53,6%), seguindo-se os “transportes e armazenagem” (+42,2%) e as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (+33,6%).

Ainda assim, em comunicado, o Ministério do Trabalho salienta que, na variação em cadeia, o nível de desempregado registado no Algarve manteve-se inalterado e nas regiões do Norte e do Centro registou-se mesmo um recuo (-0,9% e -0,7%, respetivamente).

Por outro lado, março de 2021 foi sinónimo de um crescimento de 57%, em cadeia, e de 58,1%, em termos homólogos, das ofertas captadas, para 12.050. Também as colocações em emprego aumentaram. Em causa está uma subida de 42,2% face a fevereiro de 2021 e de 16,3% face a março de 2020, totalizando 6.899 colocações. E a taxa de cobertura das prestações de desemprego aumentou para 55,7%, comparando com os 50,6% de março de 2020.

Fonte: Isabel Patrício, in EcoOnline

Prioridade do Governo deve ser apoiar mais quem perdeu emprego, diz a OCDE

16 de abril de 2021

Para a OCDE a principal prioridade do Governo português deveria ser apoiar mais quem ficou sem emprego por causa da crise pandémica.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que a crise pandémica veio acentuar a desigualdade que existe no mercado de trabalho português e, por isso, a principal prioridade do Governo deveria estar no apoio aos mais desprotegidos pela rede da Segurança Social. A recomendação é feita no relatório “Going for Growth” divulgado esta quarta-feira.

“A pandemia realçou as lacunas na rede da Segurança Social e arrisca agravar a situação para estudantes desfavorecidos e trabalhadores vulneráveis”, escreve a OCDE na parte do relatório que dedica a Portugal, exortando o Governo português a fazer deste problema a sua principal prioridade política. A solução para a Organização passa por “aumentar a cobertura dos benefícios para os desempregados”.

Esta é uma crise que “afetou desproporcionalmente” os trabalhadores que não tinham contratos sem termo e “provavelmente vai aumentar as desigualdades ao acentuar o dualismo do mercado de trabalho”. Este problema da dualidade já é identificado há vários anos pela Organização, mas veio mais ao de cima por causa das características do impacto da pandemia no emprego.Fonte: OCDE. Trabalhadores vulneráveis foram os mais afetados pela pandemia, algo mais visível em Portugal do que na média da União Europeia.

No curto prazo, para resolver os efeitos deste problema, a OCDE recomenda que Portugal aperfeiçoe o acesso e a cobertura dos apoios dados aos desempregados (como o subsídio de desemprego) para os trabalhadores não convencionais (como os trabalhadores informais ou independentes) de forma a evitar um aumento no risco de pobreza no país.

“Com a continuação da pandemia, aumentar a cobertura dos apoios de rendimento mínimo deveria tornar-se uma parte crucial da estratégia do Governo para apoiar os cidadãos, dado que pode estabilizar o rendimento, lutar contra a desigualdade e aliviar as necessidades económicas agudas“, escreve a OCDE, avisando que os trabalhadores não convencionais “falham muitas vezes” no cumprimento dos requisitos contributivos para aceder aos apoios quando estão sem trabalho.

Apesar de voltar a apontar o dedo para a segmentação do mercado de trabalho, a Organização reconhece que Portugal já fez “reformas importantes” para resolver este problema e promover a negociação coletiva. Para a futura recuperação da economia, a OCDE recomenda que a ênfase esteja nas políticas ativas do mercado de trabalho através de formação orientada, o que já mostrou “resultados positivos” no passado”.Fonte: OCDE. A diferença entre Portugal e os três melhores países da União Europeia nas competências digitais.

Entre essa formação, o destaque vai para as competências digitais, cuja deficiência ficou exposta por causa da pandemia. A OCDE considera que é preciso construir uma estratégia coerente de aprendizagem de adultos, através de programas de literacia digital, melhorando a orientação profissional. Também neste indicador, Portugal continua a ter uma lacuna face às economias mais avançadas da OCDE.

“A educação irá ter um papel importante na facilitação da recuperação da pandemia e na promoção da resiliência“, argumenta a Organização, referindo que desenvolver a formação no local de trabalho dentro da educação vocacional é a estratégia mais eficiente. A OCDE avisa ainda que é preciso dar mais atenção aos estudantes em risco de ficarem para trás por causa das disrupções causadas pela pandemia no processo “normal” de ensino.

Fonte: Tiago Varzim, in Ecoonline

Trabalhar não é condição suficiente para fugir à pobreza em Portugal

14 de abril de 2021

Estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos identificou quatro perfis de pobreza: os reformados, os precários, os desempregados e os trabalhadores (um terço dos pobres). A taxa de pobreza corresponde à percentagem de indivíduos com rendimento inferior a 60% do rendimento mediano observado no país num determinado ano e situava-se, em 2018, nos 501,2 euros mensais.

Um quinto da população portuguesa é pobre e a maior parte das pessoas em situação de pobreza trabalha, sendo que a maioria dos trabalhadores nessa condição tem vínculos laborais sem termo, segundo o estudo “Pobreza em Portugal – Trajectos e Quotidianos”.

O documento apresentado esta segunda-feira, 12 de Abril, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado por Fernando Diogo, professor de Sociologia na Universidade dos Açores, resulta da observação dos últimos dados disponíveis do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), relativos a 2018, aliada à realização de uma análise qualitativa baseada em 91 entrevistas aprofundadas por todo o país.

Segundo o coordenador da equipa de 11 pessoas, essa metodologia inédita permitiu representar a diversidade da pobreza em Portugal, para perceber como é que a pobreza se organiza e porque as pessoas em situação de pobreza não são todas iguais.

Em declarações à agência Lusa, Fernando Diogo salientou que o estudo identificou quatro perfis de pobreza em Portugal, que são uma novidade: os reformados (27,5%), os precários (26,6%), os desempregados (13%) e os trabalhadores (32,9%).

A análise conclui que um terço dos pobres são trabalhadores. Juntando-lhes os precários, percebe-se que mais de metade das pessoas em situação de pobreza trabalha, o que significa que ter um emprego seguro não é suficiente para sair de uma situação de pobreza, ressalva o documento.

Para Fernando Diogo, foi uma surpresa constatar que a maior parte dessas pessoas era efectiva nas empresas há vários anos, uma vez que os investigadores estavam à espera de encontrar sobretudo pessoas com uma trajectória de emprego “em carrossel”, em que se alterna entre actividade laboral precária, períodos de desemprego e “zona difusa entre trabalho e não trabalho”.

“Há uma parte dos pobres que são efectivos nos seus postos de trabalho, muitos há mais de 10 e alguns há mais de 20 anos. Claro que com ordenados baixos, que têm de dividir o seu ordenado com a família, com uma família numerosa”, enfatizou.

Os resultados apresentados mostram também que em 2018 quase metade dos desempregados em Portugal estava em situação de pobreza, o que significa que são o grupo onde a taxa é mais elevada e tem vindo a aumentar.

Apesar das oscilações na variação da taxa de pobreza ao longo do período observado, entre 2003 e 2019, o valor está sempre próximo de um quinto do total da população e os últimos indicadores, de 2018, são de 17,2%, o equivalente a 1,7 milhões de pessoas.

A taxa de pobreza infantil é persistentemente mais elevada do que a taxa global, frisou o coordenador do estudo, que alerta para duas tipologias de famílias com taxas de pobreza acima da média global: famílias monoparentais ou onde existem dois adultos com três ou mais crianças.

“Cerca de um terço dos indivíduos de cada uma destas categorias está em situação de pobreza, o que é um valor muito significativo. Há muito poucas categorias que tenham valores deste género”, acentuou Fernando Diogo. “Os agregados onde existem crianças são aqueles em que a taxa e pobreza é mais elevada”, acrescentou.

O estudo destaca a “dimensão familiar” da pobreza, uma vez que muitos entrevistados são pobres porque não têm rendimentos, eles são irregulares ou são baixos e têm de os partilhar.

A análise confirmou ainda a “natureza estrutural” do fenómeno, mantendo-se uma parte expressiva da população nessa situação ao longo de anos e existindo um “processo de reprodução intergeracional da pobreza”, identificando-se pessoas que “cresceram num contexto mais ou menos de privação, condicionando, à partida, as suas oportunidades na vida”.

A entrada precoce no mundo do trabalho e o abandono dos estudos são alguns dos factores.

As pessoas dos quatro perfis identificados têm em comum estarem, a maior parte, em situação de pobreza “há muito tempo e terem herdado essa situação dos pais”, conclui a investigação, vertida em livro.

O estudo permite ainda estimar a probabilidade acrescida de pobreza de determinados grupos ou categorias sociais, como os que têm como principal fonte de rendimento do agregado transferências sociais do Estado, à excepção das pensões, e os agregados com dois adultos e três ou mais crianças.

Fernando Diogo menciona ainda os “três D da pobreza: desemprego, doença e divórcio”, factores que produzem essa situação, impedem que as pessoas saiam dela e a podem intensificar.

Segundo o coordenador do estudo, a maior parte das pessoas não acha que seja pobre ou relativiza em comparação com situações de miséria.

“As pessoas não estão a viver situações fáceis e racionalizam, de forma a conseguirem sobreviver à sua própria situação e minimizar o impacto stressante da situação em que vivem”, explica Fernando Diogo, à agência Lusa.

Para o coordenador do estudo, a estruturação da pobreza em quatro perfis é importante porque permite dar respostas a problemas específicos.

“Há diferentes perfis de pobreza em Portugal que acabam por requerer diferentes abordagens. Se por um lado isto faz avançar o conhecimento sobre a pobreza em Portugal, por outro permite uma discussão sobre o assunto e permite a aplicação de políticas públicas de combate à pobreza mais eficazes, porque mais próximas do alvo”, referiu Fernando Diogo.

A taxa de pobreza corresponde à percentagem de indivíduos com rendimento inferior a 60% do rendimento mediano observado no país num determinado ano e situava-se, em 2018, nos 501,2 euros mensais.

Fonte: Mirante

Manutenção e criação de empregos: a chave para o combate à pobreza e desigualdade no pós-pandemia

07 de abril de 2021

Cada vez se evidencia mais como a crise económica devida à pandemia da Covid-19 não atinge todos por igual. Para além do grande incremento das colossais fortunas dos gigantes das tecnologias de comunicação, alguns factos mais próximos de nós devem ser salientados a esse respeito.

Uma explicação para que os impostos sobre os rendimentos do trabalho não tenham caído como seria de esperar será a de que as quebras desses rendimentos atingiram sobretudo os mais pobres, os que não pagam impostos ou que pagam menos. E entre estes conta-se quem não pode recorrer ao teletrabalho. Entre trabalhadores do setor público, sem quaisquer quebras de rendimentos, e muitos do setor privado ou pequenos empresários, a diferença também é notória. Li há tempos uma peça jornalística com conselhos sobre a aplicação de poupanças que para alguns (sem quebras de rendimentos e com despesas reduzidas, como as de transportes) trouxe a pandemia. Entretanto, os sucessivos confinamentos (depois de se ter afirmado que o país não aguentaria a repetição do primeiro) vão atingindo invariavelmente as mesmas categorias profissionais. A pandemia, pelos vistos, agravou desigualdades já existentes e originou novas desigualdades.

Diante desta situação, parece-me de salientar, por um lado, o que afirmaram os bispos portugueses na sua reflexão intitulada Recomeçar e Reconstruir, sobre a sociedade a reconstruir depois desta pandemia. Salienta tal documento que a amplitude da crise originada pela pandemia tem feito redescobrir a importância do papel do Estado no que diz respeito aos apoios sociais e ao relançamento da economia, algo que condiz com a doutrina social da Igreja se for também observado o princípio da subsidiariedade (isto é, que a iniciativa do Estado não absorva, mas complete, supletivamente, as iniciativas da sociedade civil). Cabe, pois, ao Estado fazer do combate à pobreza e à desigualdade uma prioridade que supera muitos outros dos seus objetivos. Tal prioridade não significa um aumento da dívida pública, que sempre terá de ser paga pelos vindouros, mas um critério decisivo de seleção de despesas e receitas.

Mas salienta também esse documento, na linha desse princípio da subsidiariedade: «… convirá não cair na ilusão de que do Estado se pode esperar a superação da crise sem o contributo da iniciativa e criatividade da sociedade civil, quer no plano dos apoios sociais, quer do relançamento da economia. Seria uma forma de desresponsabilização da sociedade civil esperar passivamente pela intervenção do Estado em todos os domínios.»

Quanto aos apoios sociais imediatos, afirma ainda esse documento que é exigido um esforço acrescido da sociedade civil que não tem paralelo na nossa história recente: «Não bastam ajudas esporádicas e ocasionais, movidas por emoções momentâneas. São necessárias ajudas, em dinheiro, bens ou trabalho voluntário, que sejam contínuas, consistentes e impliquem até renúncias significativas.»

Vem-me à mente, a este propósito, uma iniciativa que surgiu na minha paróquia e que se está a estender a outras paróquias vizinhas: várias pessoas (são já mais de duas centenas) confecionam regularmente refeições para distribuir por famílias que delas necessitam e que são selecionadas pela junta de freguesia com salvaguarda da privacidade destas. Tenho acompanhado a iniciativa e é comovente ver como cada cozinheira/o confeciona tais refeições com o mesmo esmero e a mesma qualidade com que o faz para a sua própria família.

Essas situações de carência não param de aumentar e não se prevê que diminuam nos tempos mais próximos. Mas é óbvio que não podemos aceitar que esta situação se prolongue indefinidamente.

É que, como afirma o Papa Francisco na encíclica "Fratelli Tutti", ajudas como esta ou subsídios estatais devem ser sempre «um remédio provisório para enfrentar emergências», porque o objetivo é o de conseguir uma vida digna através do trabalho, pois o «trabalho é uma dimensão essencial da vida social, porque não é só um modo de ganhar o pão, mas também um meio para o crescimento pessoal, para estabelecer relações sadias, expressar-se a si próprio, partilhar dons, sentir-se corresponsável do mundo e, finalmente, viver como povo» (n. 162).

É este objetivo, de combate à pobreza e à desigualdade através da manutenção e criação de empregos, que, nesta fase de pós-pandemia, deverá mobilizar a todos, Estado e sociedade civil, trabalhadores e empresários, num esforço acrescido de unidade e conjugação de esforços que, também ele, deverá ser sem paralelo na história recente.

Pedro Vaz Patto, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz

Fonte: RR

Desemprego aumenta em fevereiro para 8,3% na zona euro e 7,5% na UE

06 de abril de 2021

A taxa de desemprego aumentou, em fevereiro, para os 8,3% na zona euro e os 7,5% na União Europeia (UE) face ao período homólogo, mantendo-se estável na comparação em cadeia

A taxa de desemprego aumentou, em fevereiro, para os 8,3% na zona euro e os 7,5% na União Europeia (UE) face ao período homólogo, mantendo-se estável na comparação em cadeia, segundo o Eurostat.

Na zona euro, a taxa de desemprego aumentou, na variação homóloga, de 7,3% para 8,3%, o que representa um número absoluto de 13,571 milhões de pessoas desempregadas.

Na UE, o desemprego subiu de 6,5% em fevereiro de 2020 para 7,5% no mesmo mês de 2021, para um total de 15,953 milhões de desempregados.

No que respeita ao desemprego dos jovens, a taxa fixou-se nos 17,3% na zona euro e nos 17,2% na UE, um aumento face aos, respetivamente, 15,4% e 15,0% homólogos, mas registando um ligeiro recuo na comparação com as taxas de janeiro: 17,4% em ambas as zonas.

Em fevereiro, havia 2,967 milhões de pessoas com menos de 25 anos desempregadas, das quais 2,394 milhões na zona euro.

Fonte: Visão

Aumento do valor mínimo do subsídio desemprego chega a 83 mil pessoas

25 de março de 2021

O aumento do valor mínimo do subsídio de desemprego vai chegar a mais de 80 mil pessoas este mês, diz a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Esta subida está prevista no Orçamento.

O aumento do valor mínimo do subsídio de desemprego em 65,8 euros (para 504,6 euros) abrange 83.000 pessoas, disse esta quarta-feira no parlamento a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Os números “mostram bem a abrangência” da medida, disse a ministra em audição na Comissão de Trabalho e Segurança Social, onde fez um balanço sobre as várias medidas adotadas para mitigar o impacto da pandemia de Covid-19 no emprego.

O aumento do valor mínimo do subsídio de desemprego está previsto no Orçamento do Estado para 2021 desde janeiro e começa a ser pago este mês com retroativos.

O Orçamento prevê que “nas situações em que as remunerações que serviram de base ao cálculo do subsídio de desemprego correspondam, pelo menos, ao salário mínimo nacional, a prestação de desemprego é majorada de forma a atingir o valor mínimo correspondente a 1,15 do IAS [Indexante de Apoios Sociais], sem prejuízo dos limites dos montantes do subsídio de desemprego”.

A ministra disse ainda que as medidas para apoiar o emprego, como o ‘lay-off’ simplificado, o apoio à retoma e o incentivo à normalização, abrangeram “um milhão de trabalhadores”, enquanto o programa Ativar chegou a 27 mil pessoas no segundo semestre de 2020.

Nos primeiros meses de 2021 houve “uma grande procura por parte das medidas” e em janeiro e fevereiro foram abrangidos 487 mil os trabalhadores e cerca de 80 mil empresas, tendo sido pagos 468 milhões de euros em janeiro e fevereiro em relação aos mecanismos de apoio ao emprego, indicou Ana Mendes Godinho.

Quanto aos trabalhadores independentes e sócios gerentes verificou-se, segundo a ministra, uma “procura significativa nestes primeiros meses de 2021” e também de pessoas que ficaram sem subsídio de desemprego e estes apoios chegaram a 190 mil trabalhadores.

A governante adiantou que também “mais de 100 mil pessoas” pediram o apoio à família em fevereiro, medida que foi reativada este ano devido ao encerramento das escolas.

Fonte: Observador

Segundo confinamento “cria” mais 30 mil desempregados. Maioria são mulheres e têm ensino secundário

23 de março de 2021

Os números do IEFP mostram que mais 30 mil desempregados inscreveram-se nos centros de emprego em janeiro e fevereiro. A maioria são mulheres, têm o ensino secundário e são do setor dos serviços.

 

Portugal já estava com restrições por causa da pandemia, mas o país entrou em confinamento em meados de janeiro, ditando o fecho de portas da maioria dos negócios. Apesar dos apoios que estão no terreno, já há indícios do impacto deste segundo confinamento no mercado de trabalho: há quase mais 30 mil desempregados inscritos no IEFP, dos quais a maioria são mulheres, pessoas com o ensino secundário e que trabalhavam no setor dos serviços.

Nos dois primeiros meses do ano, num período de confinamento em Portugal, o número de desempregados inscritos no IEFP aumentou em 29,6 mil pessoas, de acordo com os cálculos do ECO com base nos dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. Este é o maior aumento do desemprego registado em Portugal desde março e abril de 2020, o período do primeiro confinamento mais restritivo, em que se registaram 77 mil desempregados, mas é de realçar que este foi o primeiro impacto, que nesta altura a incerteza ainda era maior e que os apoios do Estado ainda não estavam no terreno, tendo as empresas feito queixas dos atrasos. No total, entre março e setembro do ano passado registaram-se quase mais 100 mil desempregados.

Em outubro e novembro, o desemprego aliviou, mas em dezembro voltou a agravar-se ligeiramente. A tendência intensificou-se no início deste ano por causa do confinamento com o número de desempregados inscritos no IEFP a atingir um máximo de maio de 2017, apagando pelo menos dois anos de criação de emprego em Portugal. O impacto foi maior no feminino com mais 17.679 mulheres a inscreverem-se no IEFP, em comparação com mais 11.910 homens. Acresce que, no total, há mais mulheres desempregadas (240 mil) do que homens (190 mil).

Por nível de escolaridade, os menos afetados foram os trabalhadores mais escolarizados, com o ensino superior (+1.608), que continuam a ser a franja da população com menos desempregados inscritos no IEFP. Os mais afetados foram os indivíduos com o ensino secundário (+9.740), mantendo-se como a franja da população com mais desempregados inscritos no IEFP. Nos níveis mais baixos de escolaridade os aumentos vão dos 3.000 aos 8.000.

Em termos regiões, a maioria dos novos desempregados registados entre dezembro e fevereiro está em Lisboa (+16.113 ou +12,9%), mas o Norte, onde se registou um aumento de 9.634 desempregados (+6,4%), continua a ser a região com mais desempregados (mais de 150 mil). A região do Algarve também foi fortemente afetada com mais 2.146 desempregados (+6,9%) em dois meses.

 

Setor dos serviços lidera desemprego

Por atividade económica, a esmagadora maioria (mais de dois terços) dos novos desempregados estava setor dos serviços. Dentro deste setor, o maior aumento do desemprego verifica-se nas atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio de onde vieram mais 9.737 registados no IEFP. Esta é a atividade económica onde há mais desempregados neste momento (mais de 100 mil).

Segue-se o alojamento, restauração e similares e o comércio por grosso e a retalho com cerca de mais quatro mil desempregados, cada, em dois meses, somando um total de cerca de 50 mil e de 40 mil desempregados, respetivamente. Na indústria, é de notar que houve um aumento de 1.104 desempregados no setor da construção.

É expectável que o impacto da pandemia no mercado de trabalho se prolongue em março e nos meses seguintes dada que o desconfinamento será feito de forma gradual e com critérios apertados, podendo haver recuos. A recuperação do emprego só deverá acontecer quando o nível de restrições for mais baixo, o que poderá acontecer no terceiro trimestre, consoante a evolução do processo de vacinação.

 

Fonte: Sapo

 

O primeiro emprego deveria estar isento de impostos

24 de março de 2021

Sem demagogia e sem ideologias, deve-se, de uma vez por todas, fazer um debate sério para a redução dos impostos, quer em sede de IRS para os jovens que iniciam a sua actividade no mercado de trabalho, quer para as empresas.

 

Em toda a Europa, o desemprego jovem é uma das grandes preocupações após a crise pandémica. Muito se tem falado e escrito sobre os mais variados projectos com a chamada “vitamina” europeia, não se focando na questão essencial: o desenvolvimento económico futuro para que os jovens tenham uma boa razão para não pensarem em sair do país.

Em 2019, segundo dados mais recentes, saíram de Portugal 9.581 jovens com idades compreendidas entre os 20 e 24 anos, e 3551 com idades entre os 30 e os 34 anos. Segundo o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho, a pandemia está a ter um impacto “devastador e desproporcionado” no emprego dos jovens.

Antes da pandemia, o desemprego dos jovens (15-24 anos) na União Europeia era de 14,9%, abaixo do pico de 24,4% em 2013. Em Agosto de 2020, o valor subiu para os 17,6%.

Precariedade laboral, baixos salários e sentimento de pertença europeia são três dos factores apontados para responder à questão: “Porque é que os jovens portugueses são os mais predispostos a mudar de cidade ou país para trabalhar?”

Esta é a questão de fundo. Se o país não der aos mais jovens condições atractivas e aliciantes, a probabilidade de quem sai não regressar é elevada. Se, por um lado, a questão remuneratória é uma das principais causas, outra a ter em conta é a carga fiscal que incide sobre o já baixo salário daqueles que iniciam a sua vida laboral. 

Apesar dos benefícios em sede de IRS que vigoram desde 2020 com o chamado IRS jovem, a medida só contempla três anos e dá um desconto no imposto durante esse período em 30% no primeiro ano, 20% no segundo e 10% no terceiro. Ora, um desconto não é uma isenção, como poderia e deveria de ser.

A questão dos impostos, que tem um peso significativo na carteira de todos, deve ser objecto de análise com maior atenção por parte dos decisores políticos no que respeita à ingressão no mercado de trabalho dos mais jovens. Isentar quem trabalha pela primeira vez em IRS durante os primeiros cinco anos poderia ser uma medida a incluir no próximo Orçamento de Estado para 2022. 

Não vos falo em “descontos, talões ou outras complicações”, falo-vos, isso sim, em isenção total. Mas existe um outro importante aspecto, que está ligado à problemática do combate ao desemprego jovem. São os empresários jovens que têm mais apetência para a contratação.

Para existir trabalho têm que existir empresas e para que elas se mantenham, agora mais do que nunca, ou que venham a nascer outras, é preciso apostar fortemente em políticas fiscais que possam contribuir para o crescimento económico, com consequência directa na criação de emprego.

A isenção de contribuições para a segurança social da entidade patronal, que hoje se situa nos 23,75%, também seria uma ajuda e um incentivo directo para a contratação. O custo do trabalho é elevadíssimo para quem começa um negócio por sua conta e risco; sem ver ainda consolidado o seu mercado, pode não ser nada fácil. Uma empresa que pague um salário médio na ordem dos 800 euros suporta um custo mensal de 160 euros, que vai directo para os cofres do Estado.

A título de exemplo, a medida Ativar.pt está sujeita aos custos normais de um trabalhador. Fará isto algum sentido numa época de grave crise financeira que afecta toda a comunidade? Não creio.

Sem demagogia e sem ideologias, deve-se, de uma vez por todas, fazer um debate sério para a redução dos impostos, quer em sede de IRS para os jovens que iniciam a sua actividade no mercado de trabalho, quer para as empresas.

Só assim se poderá pôr o mercado a funcionar com mais competitividade, sem que seja necessário pensar-se em sair de Portugal porque lá fora pode ser melhor.

Agora, como em todas crises financeiras, há apoios para tudo ou quase tudo, mas o futuro deve ser tratado no presente, não podendo andar outra vez a tapar buracos como se faz numa qualquer estrada em época de eleições autárquicas, com discursos de esperança e cheio de boas intenções.

As palavras, infelizmente, ainda não põem a economia a trabalhar para garantir aos jovens de hoje condições dignas de viver amanhã. 

 

Fonte: Público

Cobertura de subsídios de desemprego voltou a cair em fevereiro para 56%

23 de março de 2021

No mês passado, desempregados registados subiram para perto de 432 mil. Não eram tantos desde 2017. Mas subsídios pagos continuam a tombar de máximo de uma década alcançado em dezembro.

 

A percentagem de desempregados com acesso a prestações por desemprego caiu pela segunda vez consecutiva em fevereiro, com a taxa de cobertura dos subsídios a ficar em 56% num mês em que os desempregados registados atingiram um máximo de quase quatro anos, quase tocando os 432 mil.

Os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Segurança Social para o último mês, divulgados ontem, colocam os registos de desemprego em 432. 843, havendo no mesmo período 241.683 prestações por desemprego pagas. Assim, a percentagem daqueles que tiveram acesso a subsídio ficou em 56%, recuando dois pontos percentuais face à taxa de cobertura de 58% de janeiro. O recuo é de quatro pontos percentuais comparando com o nível de subsídios pagos em dezembro do ano passado, que chegavam a 60% dos desempregados.

No final de 2020, a taxa de cobertura das prestações por desemprego atingia um máximo em mais de uma década. Só em agosto de 2010 uma percentagem maior de desempregados estava a receber subsídio, então 62%.

Mas os ganhos do último mês de 2020 têm vindo a perder-se nos primeiros meses de 2021, ainda que o Orçamento do Estado deste ano tenha garantido que os beneficiários de subsídio de desemprego que terminam a prestação neste ano têm mais seis meses adicionais, e automáticos, do subsídio.

As estatísticas da Segurança Social apontam que em fevereiro foram pagos menos 1097 subsídios de desemprego, e também menos 2 294 prestações de subsídio social de desemprego subsequente e menos 270 apoios ao desemprego de longa duração.

Estas duas últimas medidas - subsídio social de desemprego subsequente e apoio ao desemprego de longa duração - são para quem esgotou todos os períodos de concessão de prestações por desemprego e comprove baixos rendimentos, tendo como teto 438,81 euros no primeiro caso, ou 80% do subsídio social de desemprego antes recebido, no caso do apoio ao desemprego de longa duração. Já o novo Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores deste ano veio assegurar seis meses adicionais do valor de prestação do subsídio social de desemprego para quem ficou sem ele, com perdas menores para o rendimento, e poderá ter sido uma das razões da queda dos beneficiários do subsídio social de desemprego subsequente.

 

Valor sobe

As 241.683 prestações por desemprego pagas em fevereiro representam uma quebra de 1,5% face ao mês anterior. Apesar desta descida, os dados da Segurança Social apontam para um aumento do valor médio das prestações pagas, que voltou a ficar acima de 500 euros no último mês. Em média, cada desempregado com acesso a prestação recebia 509,41 euros, contra 495,95 euros na média de janeiro. A despesa mensal da Segurança Social com prestações por desemprego terá subido de 121,5 para 123,1 milhões de euros, nos cálculos do DN/Dinheiro Vivo.

O novo recuo na taxa de cobertura das prestações por desemprego acontece num mês em que os centros de emprego reconheceram mais 7484 desempregados, para um total de 431.843, o número mais alto desde maio de 2017.

A subida ocorreu apesar de o número de novos inscritos desse mês ter caído em 15,6% para 41 540. Não era tão baixo desde há um ano, num mês marcado por fortes restrições à circulação e suspensões no atendimento presencial (apenas com marcação) e na formação do IEFP (exceto quando dada de forma remota). Os desempregados a receber subsídio foram também dispensados da resposta a convocatórias para reuniões presenciais.

Os dados do IEFP indicam que em fevereiro os ocupados em formação tornaram a subir, apesar das restrições, e contrariamente ao que aconteceu no primeiro estado de emergência, em 2020. Havia no último mês 111.535 ocupados em formação pelos centros de emprego, mais 3118 que em janeiro.
Já os indisponíveis, assim classificados por não terem disponibilidade imediata para resposta a ofertas de emprego, diminuíram para 17.171 (menos 738).

No total, entre desempregados, ocupados e indisponíveis, o conjunto daqueles que estavam sem trabalho e inscritos em centros de emprego tinha 560.549 pessoas, mais 9864 do que em janeiro.

 

Menos 5478 pensões pagas neste ano

O número de pensões de velhice pagas pela Segurança Social registou em fevereiro, pela primeira vez, uma quebra expressiva, contrariando a tendência de aumento persistente nas reformas pagas ao longo dos anos num país em envelhecimento acelerado. Após dois meses marcados por uma forte mortalidade associada à Covid-19, fevereiro contava menos 5478 pensões de velhice pagas que em dezembro de 2020. A Segurança Social paga mais de dois milhões de pensões de velhice a cada mês desde 2013. No último mês, no total, foram pagas 2.062.986 reformas pela Segurança Social, segundo as estatísticas conhecidas ontem.

 

Fonte: Diário de Notícias

Portugal volta a ter mais de 100 mil famílias a depender do RSI

23 de março de 2021

Último confinamento registou mais 2814 pessoas a receberem este complemento

 

Atualmente, um total de 100.174 famílias beneficiam do rendimento social de inserção (RSI). A última vez que o país teve um valor tão alto foi em abril de 2019, com 100.512. Os dados foram divulgados, esta segunda-feira, pelo Instituto de Segurança Social.

Segundo o jornal "Público", a pandemia de covid-19 e os consequentes confinamentos têm vindo a aumentar o número de beneficiários a receber esta prestação social - complemento destinado a quem vive na pobreza extrema. No último confinamento, mais 2814 pessoas passaram a receber esta ajuda.

O número de beneficiários encontrava-se a descer há dois anos, tendência que se alterou com o primeiro estado de emergência - a 18 de março do ano passado. Em fevereiro de 2020, Portugal registava menos de 200 mil beneficiários. Um ano depois, o país conta com 214.339 pessoas a receberem a ajuda do RSI.

Já o número de beneficiários de complemento solidário para idosos (CSI) diminuiu em 5480, no último ano, um valor que não sofria alterações significativas desde 2017.

 

Fonte: Expresso

 

 

Recuperação da crise tem de incluir "emprego digno" para jovens

18 de março de 2021

O presidente do Conselho Nacional da Juventude defende a criação e promoção de "mais emprego digno" para os jovens.


Os programas de recuperação e resiliência de resposta à crise causada pelas medidas adotadas no âmbito da pandemia têm de incluir "não só mais emprego, mas também mais emprego digno", defende o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

No arranque da Conferência de Juventude da União Europeia (UE), sob o tema "Participação dos jovens nos processos políticos e de tomada de decisão a nível local, regional, nacional e europeu" e enquadrada na presidência portuguesa do Conselho da UE, João Pedro Videira destaca à Lusa que a geração "mais bem preparada de sempre" para "enfrentar os desafios do futuro" precisa de ter "as condições para tal".

Isso passa por "estabilidade a nível contratual", concretiza.

"Estas questões não se podem resolver de forma isolada, é preciso haver uma agenda que permita a prosperidade das novas gerações, o emprego é uma delas", destaca.

Entre as medidas concretas defendidas pelo CNJ está o reforço do Garantia Jovem, iniciativa dirigida a pessoas com menos de 30 anos desempregadas ou que saíram do sistema educativo e formativo.

Ao mesmo tempo, considera João Pedro Videira, "a "bazuca europeia" [nome atribuído aos fundos de resposta à crise] que aí vem tem de dar um impulso positivo à contratação jovem", por exemplo através da majoração dos jovens na contratação para a administração pública ou no acesso à habitação.

"Sem darmos condições às novas gerações para terem capacidade para se emanciparem e criarem elas próprias as suas oportunidades, estamos confinados à crise" provocada pela pandemia de covid-19, alerta.

Enquadrada no trio de presidências do Conselho da UE (Alemanha, agora Portugal e a seguir Eslovénia), a Conferência de Juventude, que se realiza virtualmente a partir de Vila Nova de Gaia, é uma "fase intermédia" entre a auscultação de preocupações e a apresentação de medidas.

Paralelamente à conferência, vai realizar-se uma "hackathon" - maratona digital -, na qual se inscreveram "cerca de 120 jovens" dos 27 Estados-Membros da UE.

Durante 48 horas, os participantes na maratona "Solve the gap" vão ter contacto com mentores e especialistas de várias entidades, entre os quais a comissária europeia com a pasta da Juventude, Mariya Gabriel, e o fundador da WebSummit, Paddy Cosgrave.

O objetivo da maratona é escolher uma ferramenta que facilite e estimule a participação da juventude europeia e assim "deixar algo para futuro, que possa ser utilizado por todos", explica o presidente do CNJ.

"A democracia não pode esgotar-se no dia das eleições. Temos de criar estes mecanismos de aproximar a democracia e de escrutínio ao decisor político em mais momentos", defende, acreditando que a "hackathon" poderá ser "um veículo de aproximação entre os jovens e os decisores políticos".

Recentemente, uma sondagem realizada pela Universidade Católica, em conjunto com o CNJ, revelou que, em média, apenas metade dos 1,6 milhões de jovens portugueses votou nas últimas presidenciais.

A abstenção, ficando abaixo da geral, exclui metade de uma geração que tem acesso à informação como nenhuma antes, aponta João Pedro Videira.

"Há uma tendência de os jovens se virem a afastar dos momentos e processos de decisão, nomeadamente eleitorais. Tem a ver com o facto de os jovens não se reconhecerem nos decisores políticos, na forma como se faz política em Portugal, não reconhecem legitimidade aos partidos políticos", assinala.

"É muito premente tirar ilações e concretizar medidas", considera, reconhecendo que é uma tendência generalizada na Europa, mas realçando que em Portugal os níveis de abstenção são superiores à média europeia.

"Isso preocupa-nos, temos de começar a inverter esta tendência", apela.

As políticas para a juventude e a participação dos jovens na Europa vão ser os temas da conferência que hoje começa, coorganizada pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude e pelo Conselho Nacional de Juventude.

A sessão de abertura da Conferência de Juventude, agendada para hoje às 16:00, contará com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e com uma mensagem do vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas.

Antes, pelas 09:30, Tiago Brandão Rodrigues e a comissária da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, vão dar o tiro de partida para a "hackathon", cujo vencedor será anunciado na segunda-feira e receberá um prémio de dez mil euros.
 
Fonte: Dinheiro Vivo/Lusa

Zonas rurais são as que têm mais jovens que não estudam nem trabalham

05 de março de 2021

Proporção de jovens que não estuda nem trabalha é superior nestas regiões devido à fragilidade dos tecidos económicos e a fenómenos como o abandono escolar. Tendência cresceu nos últimos cinco anos, aponta estudo europeu coordenado pelo Iscte.


A proporção de jovens que não estudam nem trabalham (conhecidos como “nem-nem") é maior em zonas rurais do que em cidades ou zonas medianamente urbanizadas. Esta população está mais exposta à fragilidade da economia destes territórios e a fenómenos como o abandono escolar precoce ou a mobilidade, que acentua os problemas de desertificação, conclui um relatório coordenado pelo Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, no âmbito de um projecto europeu de investigação.

A tendência da década que é analisada por este estudo foi de diminuição da proporção de jovens que não estuda nem trabalha. Este indicador baixou de 13,1% para 9,5% no período avaliado (2009-2019). Esta evolução não foi, porém, contínua. Na primeira metade da década, a percentagem de “nem-nem” foi subindo, como consequência da crise financeira, tendo atingido o pico em 2013. Nesse ano, 17,1% da população entre os 15 e os 29 anos estava inactiva.

Desde então, tem-se assistido a uma inversão, com o número de “nem-nem” a recuar. O que esta investigação coordenada pelo Iscte mostra é que esta recuperação não foi igual em todos os territórios. Nas áreas rurais onde, em 2009, havia uma proporção de jovens que não estudam nem trabalham semelhante à que era verificava nas cidades (13,3%), o indicador situa-se agora bem acima do que acontece em todas as outras zonas do país.

Nas zonas rurais havia 11,5% de jovens inactivos em 2019. Quando se considera a totalidade do território nacional, a proporção de “nem-nem” é de 9,5%. Nas cidades, o número está um pouco abaixo (9,2%). O melhor registo é verificado nas zonas que os investigadores classificam como “suburbanas” (8,8%). O relatório usa o indicador do Eurostat que considera “suburbanas” zonas de densidade intermédia, como Bragança ou Ponte Delgada, ou seja, “núcleos urbanos, com uma área rural muito significativa à sua volta”, explica Francisco Simões, investigador que coordena o projecto. As zonas periféricas das grandes cidades são consideradas como cidades.

A proporção de “nem-nem” “é maior nas áreas rurais em todas as classes etárias para as quais há dados disponíveis”, sublinha o relatório nacional que resulta desta investigação, que foi publicado no final do ano passado. Este fenómeno “revela desigualdades territoriais no acesso a oportunidades de emprego e educação, tornando os jovens de certos territórios mais vulneráveis a tornarem-se NEET” (a sigla internacional usada para identificar o fenómeno), lê-se ainda no documento.

Este Observatório NEET em espaço rural é um projecto de investigação financiado pela União Europeia e que envolve mais de 40 parceiros em todo o continente. A rede é coordenada a partir de Portugal pelo Iscte. Os dados de que partem os investigadores eram conhecidos e são publicados todos os anos pelo Eurostat, mas é a primeira vez que são sistematizados para o período de uma década.

A investigação permitiu identificar “factores de risco” que expõe os jovens a caírem numa situação em que não estudam nem trabalham, explica Francisco Simões, investigador do Centro de Investigação e Intervenção Social do Instituto Universitário de Lisboa. O primeiro destes factores é a fragilidade das economias das regiões rurais, uma tendência que é também observada em Itália, Espanha, Bulgária e Roménia. Será publicado, em breve, um relatório final que cruza os dados dos diferentes países integrantes do projecto.

Outro factor também comum às periferias europeias e que ajuda a explicar o fenómeno NEET em espaço rural são os níveis elevados de abandono escolar precoce. Apesar de “Portugal ter vindo a melhorar de forma mais acelerada do que os outros países” neste indicador, aponta Simões, este continua a ser uma questão premente em zonas rurais.

O investigador do ISCTE acrescenta ainda à equação a fácil mobilidade dos jovens, que expõe as áreas rurais a taxas mais elevadas de “nem-nem”. “Os jovens mais qualificados destas zonas vão embora, enquanto os menos qualificados ficam. Têm mais dificuldades em sair e estão condenados à precariedade”, explica. “Ficam, muitas das vezes, com as oportunidades que restam”.

Os dados mostram também que, apesar de existir uma tendência geral para que o número de “nem-nem” seja superior nas zonas rurais, esta acentuou-se em Portugal a partir de 2015. Nos últimos três anos houve até uma ligeira inflexão na diminuição da proporção de jovens inactivos nestes territórios, ao mesmo tempo que o número continuou a cair em todas as outras áreas.

Francisco Simões considera que este é ainda um efeito da crise do início da década. Muitos dos jovens que, durante esse período optaram por não sair das zonas rurais, acabaram “por fazê-lo assim que tiveram recursos”. Ao mesmo tempo, “o mercado de trabalho continua a degradar-se nestes territórios”, especialmente em “sectores tradicionais que tiveram dificuldades de adaptação no pós-crise e não conseguiram criar novas oportunidades de trabalho para jovens”, avalia o investigador.
 
Fonte: Samuel Silva, in Público on-line

Foram os mais pobres quem mais pagou a crise provocada pela pandemia

05 de março de 2021

Com a pandemia, "os mais pobres são os que perderam mais rendimento disponível" conclui relatório dos investigadores da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa


"Balanço Social 2020", publicado esta quarta-feira, por três investigadores da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova School of Business & Economics - SBE) sublinha que a pandemia colocou a nu um mercado de trabalho instável.

Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Mariana Esteves argumentam que "o trabalho foi das esferas da vida mais afetadas pela pandemia e os mais vulneráveis, com menos rendimentos, com menos escolaridade ou em situações laborais mais precárias foram os mais afetados".

Ainda sem o puzzle completo dos dados de 2020 é já possível fazer um retrato do impacto da pandemia na sociedade e a primeira conclusão para a economista Susana Peralta é que esta é uma crise assimétrica, "uma crise que está a afetar de forma desproporcional as partes da população mais desfavorecidas em relação ao seu nível de educação, da idade e do nível de rendimento".

A investigadora da Nova SBE adianta que a crise veio acentuar os níveis de pobreza extrema. Daqui a um ano vamos encontrar mais pobreza mas isso não quer dizer que a taxa de pobreza seja superior. Em 2019 o limiar de pobreza eram 501 euros por mês.

"Uma coisa é a pessoa ser pobre com 450 euros, outra é ser pobre com 150 euros, portanto é muito provável que nós encontremos um aumento das taxas de pobreza mais extremas, agora se aquele indicador mágico de 17,2%, que toda a gente olha, posso garantir que ele vai estar mais alto? Não, não posso pela forma estatística como se calcula esse indicador". Este indicador da pobreza depende da distribuição mediana dos rendimentos.

Um outro olhar que as políticas públicas deveriam aproveitar para fazer é para um mercado de trabalho instável, que promove a sazonalidade e os tempos parciais.

Para Susana Peralta, "políticas como o salário mínimo não resolvem o problema destas pessoas. O salário mínimo apenas abrange as pessoas que têm um contrato de trabalho e estão a tempo inteiro, uma pessoa que esteja a part-time já não é coberta e uma pessoa que esteja com recibo verde não é abrangida".

Susana Peralta adianta que foi devido a esta leitura espartilhada que não foi possível chegar com os mecanismos de layoff simplificado a estas franjas de trabalhadores precários.

Por outro lado, foram os setores que não poderiam ir para teletrabalho e que têm os salários mais baixos foram aqueles que puseram os trabalhadores em layoff retirando-lhes parte do rendimento mensal.

"Os setores mais afetados pela crise pandémica - Restauração, Moda e Acessórios, Transportes de Passageiros e os Alojamentos Turísticos - têm uma prevalência de salários baixos, trabalhadores com baixas qualificações, mulheres e trabalhadores estrangeiros em relação à média de todos os setores da economia", concluiu o relatório.
 
Fonte: José Milheiro, in TSF

Janeiro foi o segundo mês com maior destruição de emprego

05 de março de 2021

Apenas em maio do ano passado, depois do primeiro confinamento geral, houve registo de queda maior no número de pessoas empregadas.


Em apenas um mês, desapareceram 79 mil empregos em Portugal. Trata-se da segunda maior queda mensal da série do Instituto Nacional de Estatística (INE), que recua a 1998, apenas superada pelos valores de maio do ano passado, quando se verificou a destruição de 96,2 mil empregos, face a abril.

Os dados referentes a janeiro deste ano ainda são provisórios, mas indicam que no pós-Natal e fim de ano, com o novo confinamento geral semelhante ao da primavera do ano passado, resultou numa quebra expressiva do número de empregados, seguindo uma trajetória de queda iniciada em dezembro, depois de seis meses de recuperação.

Segundo o INE, a estimativa de população empregada em janeiro ficou em 4687,2 mil pessoas, menos 1,7%, ou 79 mil postos de trabalho, do que em dezembro. Pior do que este valor, só maio de 2020, depois de um mês e meio de confinamento, entre 19 de março e 4 de maio, quando começou a primeira fase de desconfinamento, que se estendeu até 1 de junho.


Comparando com um ano antes, a economia portuguesa contava menos 169,8 mil empregos do que em janeiro de 2020, numa quebra do emprego que atinge os 3,5%.

A taxa de emprego, que mede a relação entre a população empregada e a população total em idade ativa, recuou para os 60,2%, menos um ponto percentual do que em dezembro do ano passado, e menos 2,2 pontos percentuais do que em janeiro de 2020.

O arranque do ano fica assim marcado pelo aumento homólogo da taxa de desemprego, com a estimativa a fixar-se nos 7,2%, um aumento de quatro décimas em relação ao mês de dezembro, revista agora em alta para 6,8%. A taxa de desemprego "permite definir a relação entre a população desempregada e a população ativa", como lembra o INE.

Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) já apontavam para um aumento significativo do desemprego em janeiro, com o registo de mais 22 mil pessoas inscritas nos centros de emprego face a dezembro.
Mais jovens

Tem sido um dos segmentos da população mais fustigados pelas crises e nesta também não são exceção. A taxa de desemprego jovem estimada para janeiro estava nos 24,6%, uma subida de nove décimas comparando com dezembro do ano passado.

A taxa de desemprego jovem (ajustada de sazonalidade) está agora em 24,6%, tendo subido nove décimas na comparação com dezembro, mas crescendo mais de cinco pontos percentuais face ao mesmo mês de 2020. Há um ano, a taxa do desemprego na faixa entre os 15 e os 24 anos estava em 19,5%.

Este aumento é mais de 12 vezes o registado na população em geral, que teve uma subida homóloga de apenas quatro décimas.


Já em relação ao universo de subutilização do trabalho - que engloba desempregados, desencorajados, inativos e pessoas que estão em part-time, mas gostariam de fazer horário completo -, contabilizava no primeiro mês do ano 748,8 mil pessoas, mais 1,9% (ou 14,2 mil indivíduos) que no mês anterior. Comparando com janeiro do ano passado, eram mais 79,2 mil pessoas, o que corresponde a mais 11,8%.

A taxa de subutilização do trabalho - o melhor indicador para medir os impactos da pandemia no mercado laboral - foi de 14,2%, um acréscimo de cinco décimas relativamente a dezembro, e de 1,7 pontos percentuais na comparação com janeiro de 2020.
Nova série

Com a publicação das estimativas mensais de janeiro, o INE inicia uma nova série estatística do mercado laboral, para tornar os resultados mais robustos. O gabinete de estatística garante que a nova série "não contém alterações de fundo sobre o quadro conceptual do inquérito ao emprego", mas apresenta "algumas inovações".

"Uma das principais consiste no reforço da dimensão da amostra para garantir o cumprimento de critérios mais exigentes de precisão", indica o INE, que passa por alterar a idade de referência da população ativa para "16 aos 84 anos", quando antes se considerava "15 e mais anos".

Também deixam de estar classificadas na população ativa "as pessoas em atividades de agricultura e pesca exclusivamente para autoconsumo."

Razões que levam o INE a reforçar o aviso sobre "a natureza provisória das estimativas mensais referentes a dezembro de 2020 e a janeiro de 2021, visto que correspondem a trimestres móveis centrados combinando, neste caso, informação da série anterior com a da nova série, de novembro de 2020 a fevereiro de 2021."
 
Fonte: Paulo Ribeiro Pinto, in Dinheiro Vivo

O risco de pobreza afeta17,2% dos portugueses, mas disparava sem apoios sociais

05 de março de 2021

Mais de 12% da população portuguesa estava em 2019 numa situação de pobreza persistente e 17,2% em risco de pobreza, uma percentagem que disparava para mais de 43% sem apoios sociais do Estado, segundo um estudo hoje divulgado.


Os dados constam do relatório "Portugal, Balanço Social 2020 -- Um retrato do país e dos efeitos da pandemia", da faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, a NOVA SBE.

O relatório foi produzido pela economista e professora da instituição, Susana Peralta, em coautoria com Bruno P. Carvalho e Mariana Esteves, e é hoje apresentado publicamente.

Numa primeira parte faz um retrato estatístico da situação socioeconómica das famílias centrado no período entre 2016 e 2019, mas focando-se sobretudo nos anos de 2018 e 2019.

O retrato estatístico tem por base os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, aplicado em Portugal, anualmente, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas usado pelo Eurostat para fins de comparabilidade europeia de indicadores de coesão social.

Ressalvando a interrupção provocada pelo período de assistência externa a Portugal, o relatório aponta a tendência de queda da taxa de risco de pobreza no país ao longo da última década, mas a percentagem era ainda de 17,2% em 2019, acima da média da União Europeia a 27, mas seria muito superior sem apoios do Estado.

"As transferências sociais são importantes instrumentos para reduzir a pobreza. Em 2019, a proporção de pessoas em situação de pobreza, antes de transferências sociais, era de 43,4%", aponta-se no relatório.

Em declarações à Lusa, Susana Peralta sublinhou a ligação da pobreza aos salários baixos, o que é a realidade em Portugal, assim como a relação com o mercado de trabalho.

De acordo com o relatório "os desempregados são o grupo com maior taxa de pobreza em 2019 (42%)" e "trabalhar a tempo inteiro também não é garantia de sair da situação de pobreza -- 46% da população pobre vive em agregados onde os adultos trabalham mais de 85% do tempo, ou seja, praticamente a tempo inteiro", acrescentando que além dos desempregados, a pobreza é também mais prevalente entre as famílias monoparentais e os indivíduos com níveis de escolaridade mais baixos".

"Portugal sendo um país de salários baixos e com um nível de precariedade do mercado de trabalho dos mais elevados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) faz com que as pessoas tenham relações com o mercado de trabalho que não a protegem da pobreza", disse Susana Peralta.

A economista apontou o exemplo dos trabalhadores independentes, os chamados `recibos verdes`, e dos trabalhadores a tempo parcial como parte importante nos números da pobreza entre quem trabalha, auferindo rendimentos inferiores ao Salário Mínimo Nacional, um referencial de rendimentos acima do limiar da pobreza.

É preciso ainda ter em conta o peso de dependentes sem rendimentos no agregado familiar, como as crianças, e de desempregados, o que se reflete noutro indicador, o da intensidade laboral, que avalia o tempo de trabalho a tempo inteiro dos adultos num agregado familiar.

O relatório refere que "a proporção de agregados onde os adultos entre 18 e 59 anos trabalham menos de 20% do tempo, isto é, a percentagem de pessoas com muito baixa intensidade laboral aumentou entre 2008 e 2014. Neste ano atingiu um máximo de cerca de 12%, tendo regressado aos níveis pré-crise em 2019, quando se cifrou em cerca de 6%".

O relatório retrata ainda a evolução da situação de pobreza persistente em Portugal: em 2019 era de 12,5% para a população em geral, de 11% para as crianças, de 8% para os trabalhadores e de mais de 33% para os desempregados.

Entre 2016 e 2019 quase 60% dos desempregados estiveram numa situação de pobreza pelo menos durante um ano, uma situação que afetou 36,5% de crianças e 25,1% de trabalhadores. No geral, a taxa fixou-se nos 31,2%.

A taxa de privação material, que mede a capacidade de as pessoas conseguirem fazer face a despesas inesperadas, de pagar uma semana de férias por ano fora de casa, ou conseguir manter a casa aquecida, entre outros indicadores, fixou-se em 2019 nos 15,1%, depois de já ter estado nos 23% na década anterior, em 2008. A taxa de privação material severa caiu, no mesmo período, de 9,7% para 5,6%.

"Entre 2008 e 2019 aumentou o número de pessoas que afirma não ter capacidade de assegurar o pagamento imediato de uma despesa sem recorrer a um empréstimo. Para a população em risco de pobreza este valor subiu de 47% para 64%", adianta o relatório.

Aumentou ainda o hiato da pobreza, ou seja, a distância entre os rendimentos de um agregado familiar e o valor do limiar da pobreza, passando de 2,1% em 2008 para 2,3% em 2019. No ano passado o limiar de pobreza era de 6.014 euros anuais, mais 1.045 euros do que em 2008.

A pobreza tem reflexos no acesso e qualidade da saúde, com quase 25% das pessoas em situação de pobreza a avaliarem como má a sua saúde e a reportarem maiores dificuldades de acesso a cuidados de medicina dentária, não disponível no Serviço Nacional de Saúde.

As carências habitacionais entre a população pobre eram em 2019 de 26%, o dobro face à população geral. São também os mais pobres os que mais vivem em alojamentos sobrelotados (18%) e os que mais consideram excessivos os custos com a habitação: "38% dos agregados pobres em Portugal têm encargos com a habitação que excedem 40% do rendimento do agregado (face a 16% da população total)".

O relatório aponta ainda que a pobreza cria desigualdades na participação cívica e democrática, o que "pode reduzir a representatividade dos interesses dos cidadãos nas escolhas políticas" acrescentando que "a proporção de pessoas mais pobres que não manifesta, ou manifesta pouco, interesse por política é de 60%, o dobro da proporção entre os mais ricos".
 
Fonte: Lusa

Apoio da Cáritas de Aveiro aos sem abrigo cresceu em tempos de pandemia

03 de março de 2021

A pandemia tem feito crescer os pedidos de apoio à Cáritas de Aveiro. O Centro de alojamento temporário que a Cáritas tem no seu edifício sede está cheio e tem havido, por isso, encaminhamentos de emergência para outros alojamentos que a entidade arrenda para alojar temporariamente os sem abrigo. Mais do que oferecer um teto a estes seres humanos, a Cáritas de Aveiro, através da rede local de parceiros, trabalha na reinserção social destas pessoas.


ATSF entrou nas novas instalações deste Centro, que têm pouco mais de um ano. Ao contrário da valência que já existe há 21 anos. Aqui, todos os dias, são acolhidas dez pessoas sem-abrigo, que "veem as suas necessidades mais básicas satisfeitas", quer de alojamento, quer de alimentação e medicação, refere Dora Graça, a diretora técnica da Cáritas de Aveiro. Ao lado, João Barbosa, recém-chegado à presidência da Cáritas aveirense confirma que o trabalho final é o de reinserção, tentando que as pessoas se autonomizem.

Para além do alojamento, há também um atendimento de emergência aos sem-abrigo, que pode passar por encaminhamento para outras instituições ou proporcionar o alojamento em quartos de pensões.

Com a pandemia, há mais gente a bater à porta à procura deste apoio. "Tivemos um aumento de situações, que nos foi criando outras dificuldades", afirma, sublinhando que com o aumento do turismo na cidade houve "uma diminuição de quartos" nestas pensões e o próprio valor do alojamento "subiu imenso".

Uma inflação que tem dificultado a inserção social, pois a prestação que o sem-abrigo recebe não cobre o valor de um arrendamento. "Saem com uma prestação social, mas que não cobre o valor do alojamento. É um constrangimento muito grande", expõe a diretora técnica.

Este Centro de Alojamento de sem abrigos é temporário, mas as situações que por ali passam são morosas na solução. O trabalho de inserção social é articulado pela rede social de Aveiro.

O Centro de Acolhimento Temporário aos Sem Abrigo foi criado em setembro de 2000, através da celebração de um acordo de cooperação entre o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Aveiro e a Cáritas Diocesana de Aveiro. É uma valência destinada ao alojamento temporário de homens sem-abrigo, com capacidade para dez utentes, que pretende, dentro de pouco tempo, permitir o acolhimento de mais uma pessoa.

Este Centro de Alojamento de sem abrigos é temporário, mas as situações que por ali passam são morosas na solução. O trabalho de inserção social "depende das características das pessoas que, muitas vezes, têm problemas de saúde associados com problemas de mobilidade ou de fragilidade, que comprometem a sua autonomia", explica.

O trabalho de inserção é feito em rede, "articulado e multidisciplinar em ligação com a rede social" de Aveiro, pois trata-se de um problema que requer um conjunto de saberes e de respostas.

Para além deste Centro de Acolhimento Temporário aos Sem Abrigo, a Cáritas de Aveiro tem ainda em funcionamento outros dois centros: um de acolhimento temporário de crianças e outro de atendimento às vítimas de violência doméstica, tendo inclusive uma casa abrigo para homens. João Barbosa, o presidente da Cáritas de Aveiro, prevê para breve o arranque da construção do novo edifício do centro de acolhimento temporário de crianças em risco, antevendo que abra portas ainda antes de 2025. "Temos a oferta de um terreno, dado pela autarquia local em 2009, com o projeto em fase de aprovação. Queremos que seja a nossa principal ação destes próximos quatro anos. Assumimos esse compromisso enquanto direção", garante.

Também o peditório que, todos os anos, a Cáritas realiza nas ruas, este ano, passou a formato online. Mais um constrangimento provocado pelo contexto de pandemia. João Barbosa diz estar preocupado com as finanças da instituição, garantindo que "este ano a Cáritas vai apresentar prejuízo". Alerta que há um orçamento que ultrapassa o valor de um milhão de euros para gerir e que é importante não abandonar a caridade e a assistência aos que mais necessitam. Por isso, a Cáritas de Aveiro deve avançar, em breve, com uma proposta de donativo de uma hora de salário.

Em todas as suas valências, a ajuda da Cáritas de Aveiro chega a cerca de mil pessoas.
 
Fonte: Por Miguel Midões, TSF

Quem dá trabalho a um cidadão cigano?

03 de março de 2021

Pergunta é deixada pela Comissão Nacional Justiça e Paz, que alerta para a situação de “pobreza extrema” em que muitos ciganos estão a viver. Organismo católico lamenta estereótipos e preconceitos, muitas vezes incentivados por quem tem responsabilidades públicas.


A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) denuncia, nesta terça-feira, as condições de miséria em que continuam a viver muitas comunidades ciganas em Portugal. “Sabe-se que um número significativo, aproximadamente metade, permanece numa situação de pobreza extrema e exclusão”, indica o comunicado divulgado por este organismo da Igreja católica.

Apesar de reconhecer que a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas já teve “alguns impactos positivos”, a CNJP considera que é preciso reforçar a “implementação das políticas públicas de inclusão social”, nomeadamente “nas áreas da habitação, da educação e do emprego”. Políticas que, apesar de se destinarem a todos, “tardam a ser integralmente aplicadas a este grupo de cidadãos. Basta pensar em decisões institucionais que permitiram que o direito à educação das meninas ciganas não se realizasse em nome da ‘identidade cultural’”, recorda o comunicado.

Maria do Rosário Carneiro, vice-presidente da CNJP, diz à Renascença que a situação é preocupante e que, apesar do esforço que tem havido ao nível das políticas públicas, o preconceito é generalizado, como se vê na hora de dar trabalho.

“Na nota que hoje emitimos perguntamos: quem é capaz de afirmar, em boa verdade, que dará trabalho a um cidadão cigano? E este é um dos grandes dramas, porque frequentam cursos de formação profissional e depois não encontram trabalho. E sem trabalho, como é que alguém pode ser autónomo?”, interroga-se a responsável, para quem há muito a fazer em termos coletivos, “um trabalho de todos nós, não ciganos e ciganos, de remoção desta forma cristalizada e estereotipada com que nos olhamos”.

“Temos de nos olhar como iguais, na total dignidade humana, e este é um trabalho que tem de ser feito e promovido, naturalmente por quem tem mais responsabilidade, que são as instâncias políticas”, defende a vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz e antiga deputada.
Há “preconceito” e é alimentado pelo “desconhecimento”

Na nota divulgada nesta terça-feira, a CNJP lamenta que a população cigana em Portugal continue “refém de estereotipias e preconceitos”, e que a discriminação de que continua a ser alvo seja muitas vezes incentivada por quem tem responsabilidades públicas, com posições que só revelam “desconhecimento”.

E exemplifica: “classificar um grupo de pessoas, globalmente, como subsídio-dependentes, parasitas que não querem trabalhar, é injusto e infundado, revela desconhecimento acerca de uma realidade que é múltipla, complexa e diversificada, que permanece fechada num quase gueto de isolamento e discriminação”, lê-se.

Maria do Rosário Carneiro não esconde que a crítica se dirige a quem, no plano político, mais tem atacado a comunidade cigana, como o líder do Chega, com um discurso “discriminatório, inaceitável, sobretudo porque faz generalizações que nem sequer são assentes em pressupostos reais”.

“É um discurso que assenta no preconceito, e alimenta o preconceito. Diria mesmo que é esta estereotipia cristalizada, fortemente arreigada nas comunidades, que leva ao insucesso das práticas e ações decorrentes das políticas públicas”. Dá como exemplo o Rendimento Social de Inserção.

“O RSI não é um subsídio, é um instrumento poderoso de inclusão, de combate à pobreza, porque é contratualizador. Da atribuição do RSI resulta um contrato entre o Estado e os cidadãos, promotor do seu desenvolvimento e da sua inclusão, através da procura de trabalho, e da frequência da escola, dos serviços de saúde”, refere, sublinhando que a população cigana esbarra muitas vezes no preconceito, não arranjando trabalho.

A nota divulgada pela CNJP recorda que, em outubro de 2020, a União Europeia aprovou um novo quadro estratégico (2020/2030) para a igualdade, a inclusão e a participação dos ciganos assente em sete domínios principais: igualdade, inclusão, participação, educação, emprego, saúde e habitação.

A Comissão apela, ainda, ao reconhecimento e implementação do conceito de “cidadania plena” que o Papa Francisco tem sublinhado, desde a declaração sobre a Fraternidade Humana (fevereiro 2019), assinada em Abu Dhabi, à encíclica ‘Fratelli Tutti’ (outubro de 2020), lembrando que este é um conceito “inclusivo”, que “recusa estigmas e práticas discriminatórias e excludentes, que exige o conhecimento de cada parte e a sua aproximação, que é promotor da igualdade e da justiça”.

Fonte: Ângela Roque, in RR

Plano de Recuperação e Resiliência tem que contemplar políticas de emprego, diz CCP

03 de março de 2021

A confederação do comércio e serviços lamentou também a ausência de uma política territorial, vincando que as cidades têm que ser incluídas no PRR, necessitando de novos instrumentos para saírem da crise.


A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defendeu esta terça-feira que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deve dinamizar a procura, dando atenção a políticas de emprego para assegurar a capitalização e sustentabilidade das empresas.

“O PRR não pode confinar-se em ações com impacto apenas no médio prazo, pois é essencial, no mais curto espaço de tempo, dinamizar a procura […]. E, deste modo, o plano tem que ter em atenção políticas de emprego e de viabilização do tecido produtivo, incorporando medidas que, não sendo propriamente de emergência, devem estar focadas no propósito de assegurar a sustentabilidade financeira das empresas e a sua capitalização”, indicou, em comunicado, a CCP.

A confederação apontou ainda como uma das dificuldades de leitura do plano a falta de enquadramento com outros instrumentos como o Portugal 2020, o Portugal 2030, o Programa Nacional de Reformas ou o programa Nacional da Política de Ordenamento do Território.

No entanto, disse concordar com algumas das ideias presentes no PRR, como a afirmação da vocação atlântica de Portugal, a necessidade de colocar as empresas no centro da recuperação económica, a importância de apoiar a tesouraria das empresas ou a necessidade de reforma do Estado e de revisão do modelo de financiamento da Segurança Social.

A CCP identificou um “desequilíbrio notório” na afetação dos recursos financeiros entre investimento público e privado, considerando que a “preponderância” do primeiro no plano “é excessiva”.

Por outro lado, considerou ser preocupante a “discriminação perfeitamente assumida” dos setores “cujo contributo para a competitividade do país é determinante e o ter-se optado por uma estratégia de confrontação entre escolhas setoriais, onde a principal orientação expressa é a da reindustrialização”.

De acordo com CCP, o plano deveria assim estar orientado para a valorização “dos fatores de competitividade e para uma abordagem integrada das cadeias de valor”, sem escolhas setoriais e com uma aposta no robustecimento da integração de atividades e setores.

A confederação lamentou também a ausência de uma política territorial, vincando que as cidades têm que ser incluídas no PRR, necessitando de novos instrumentos para saírem da crise.

A aposta tem que estar assim na habitação, melhoria das acessibilidades em edifícios públicos, descarbonização dos transportes públicos, eficiência energética e em novas políticas que “implicam repensar a cidade futura, como um espaço que se quer inteligente, ecológico e sustentável ambientalmente, mas também vivo, dinâmico e interativo”.

Para a CCP, “sem comércio e serviços de qualidade não é possível tornar as nossas cidades de novo atrativas e sem políticas de cidade que valorizem o espaço público e as atividades de comércio dificilmente conseguirão sobreviver”.

A confederação estranhou a ausência do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na equipa de coordenação do plano, notando ainda que a comissão nacional de acompanhamento vai desempenhar um “papel diminuto”.

Relativamente à área da saúde, a CCP disse que as farmácias comunitárias podem melhorar a qualidade dos cuidados prestados, potenciando respostas ao nível do diagnóstico precoce, resposta a desafios do envelhecimento da população e à integração da rede de farmácias nos programas de vacinação, permitindo uma “maior massificação” da cobertura vacinal.

Ainda dentro da saúde, a confederação disse que os sistemas de informação entre farmácias e prescritores podem potenciar um melhor acompanhamento do doente e que a rede de farmácias é “essencial na resposta de saúde de proximidade”.

Ao nível das respostas sociais, nomeadamente no domínio da natalidade e envelhecimento demográfico, a confederação referiu ser desejável que o PRR contemple a definição de uma estratégia para enfrentar o desafio demográfico, um debate sobre a sustentabilidade da Segurança Social para a introdução de novas soluções, uma política que facilite as restruturações empresariais e um balanço das profissões que beneficiam de regimes especiais de reforma.

“Criação de instrumentos financeiros que facilitem a concretização de projetos de urbanismo comercial, nomeadamente nos centros históricos das cidades, que articulem a requalificação do espaço público com a requalificação e reanimação dos espaços e atividades do comércio e serviços, medida fundamental num momento em que se perspetiva um retrocesso significativo na qualidade dos núcleos com grande predomínio de comércio e serviços de proximidade”, avançou a confederação como uma das iniciativas para o comércio e serviços de proximidade.

A CCP considerou ainda que, para repor a capacidade financeira das empresas em níveis pré-pandemia, são necessários apoios financeiros, como o pagamento de compensações pelos prejuízos sofridos pelas empresas dos setores mais atingidos.

O PRR deverá incluir um auxílio “consubstanciado na implementação de um pagamento para compensação dos danos sofridos pelo impacto da covid-19”.

Em matéria de cultura, a confederação propõe o reforço dos apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual, a criação de apoios dirigidos ao investimento na modernização de infraestruturas e equipamentos e o reforço da dotação atribuída ao fundo de apoio ao turismo, cinema e audiovisual.

“A execução do PRR vai coincidir temporalmente com três anos de execução final do PT 2020 e com quatro anos de execução inicial do próximo PT 2030, exigindo um esforço de investimento sem precedentes em Portugal. Este enorme desafio em termos de investimento público exige uma explicitação adequada sobre a estratégia e as medidas concretas que o Governo prevê adotar para a sua boa viabilização”, notou.

A confederação encontrou ainda lacunas no que se refere à mobilidade sustentável, como a ausência de estímulo à compra de veículos elétricos e híbridos, pedindo o reforço dos postos de carregamento.

O PRR tem um período de execução até 2026 e prevê um conjunto de reformas e investimentos para alavancar o crescimento económico.
 
Fonte: Económico

Taxa de desemprego aumentou para 7,2% em janeiro, estima INE

03 de março de 2021

Embora em termos homólogos a taxa de desemprego aumentou 0,4 p.p., mas manteve-se 0,3 p.p. abaixo face a outubro de 2020.


A taxa de desemprego fixou-se nos 7,2% em janeiro, mais 0,4 pontos percentuais acima do que em dezembro de 2020, segundo a estimativa mensal relativa ao emprego e desemprego, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira, 3 de março.

Embora em termos homólogos a taxa de desemprego aumentou 0,4 p.p., mas manteve-se 0,3 p.p. abaixo face a outubro de 2020.

Assim, face ao mês de dezembro, a população empregada em janeiro diminuiu 1,7% e, relativamente aos três meses anteriores, decresceu 2%. Face ao período homólogo de 2020, a população empregada diminuiu 3,5%.

A estimativa provisória da população empregada calculada pelo INE correspondeu a 4.687,2 mil pessoas, menos 79,0 mil pessoas relativamente a dezembro de 2020. “A taxa de emprego situou-se em 60,2%, valor inferior em 1 p.p. ao do mês anterior, em 1,3 p.p. ao de
outubro de 2020 e em 2,2 p.p. em relação ao período homólogo de 2020”, indicam os dados.


Por sua vez, a população desempregada aumentou 4,2% face ao mês precedente e 2,7% face ao período homólogo, “tendo diminuído 6,6% relativamente a três meses antes (outubro de 2020)”, indica o INE.

Segundo a estimativa do gabinete estatístico, a população desempregada situou-se em 361,5 mil pessoas. Estima-se que a taxa de desemprego nos jovens se tinha situado em 24,6%, correspondendo a um acréscimo de 0,9 p.p. relativamente à taxa de dezembro de 2020, enquanto a taxa de desemprego nos adultos foi estimada em 6%, tendo aumentado 0,3 p.p. face a dezembro.

A taxa de subutilização de trabalho situou-se em 14,2%, valor superior em 0,5 p.p. ao do mês anterior e inferior em 0,7 p.p. ao de outubro de 2020, sendo ainda superior em 1,7 p.p. face a janeiro de 2020. O INE sustenta que “o aumento mensal da taxa de subutilização do trabalho neste mês resultou principalmente do aumento da população desempregada (mais 4,2%)”.

“Em janeiro de 2021, a estimativa provisória da população ativa situou-se em 5.048,7 mil pessoas, tendo diminuído 1,3% (64,5 mil) em relação ao mês anterior, 2,4% (123,4 mil) relativamente a três meses antes e 3,1% (160,3 mil) por comparação com um ano antes”, indica o INE.

A taxa de atividade de 64,8% diminuiu 0,8 p.p. em relação ao mês precedente, 1,6 p.p. face a outubro de 2020 e 2,1 p.p. comparativamente a janeiro de 2020.
 
Fonte: Inês Pinto Miguel, in Económico

Pandemia interrompeu redução da pobreza em Portugal, indica estudo

03 de março de 2021

O estudo realizado no âmbito do Social Equity Initiative constata que a larga maioria dos indicadores de rendimento portugueses melhorou, ainda que timidamente, nos últimos 12 anos, mas a pandemia veio colocar em risco de exclusão e pobreza sectores mais vulneráveis, como trabalhadores menos qualificados e com vínculos de trabalho menos seguros.


Apesar da maioria dos indicadores de pobreza terem diminuído entre 2008 e 2020 em Portugal, o país continua a exibir grandes assimetrias de rendimento e com determinados grupos mais expostos a situações de pobreza, quer pela sua localização geográfica, vínculo de trabalho, idade ou género. Estas foram algumas das conclusões do relatório elaborado no contexto da Social Equity Initiative, um projeto da Nova SBE apresentadas esta quarta-feira.

Numa tentativa de caracterizar a distribuição de rendimentos do país, o grupo de trabalho constata que a evolução da pobreza em Portugal levou a uma diminuição de vários indicadores de distribuição do rendimento.

Neste incluem-se a taxa de risco de pobreza, que caiu de 18,5% para 17,2% da população residente entre 2008 e 2019, um resultado que melhorou para homens e mulheres, ou as taxas de privação material a todas as nove dimensões contabilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística.

No entanto, verificam-se igualmente assimetrias regionais grandes, com a Área Metropolitana de Lisboa a exibir uma taxa de risco de pobreza, 13,3%, muito abaixo do verificado nas Regiões Autónomas dos Açores (31,8%), da Madeira (27,8%) ou no Algarve (18,8%). Simultaneamente, as zonas de Lisboa e Porto mostram grandes concentrações do rendimento, tal como determinados municípios no Algarve e nas ilhas.

Esta evolução acabou por esbarrar na pandemia, que não só afetou profundamente a economia mundial e a de cada país individualmente, mas também a capacidade de recolher dados e interpretá-los, conforme destacaram os investigadores.

“Aquilo que fizemos foi ir buscar às várias fontes de dados disponíveis para fazer a caracterização possível deste ano de 2020 até setembro”, explicou a professora Susana Peralta, responsável pelo estudo.

Assim, verifica-se que o impacto da pandemia é mais gravoso nos sectores onde os vínculos de trabalho tendem ser feitos com termo certo, como a restauração, turismo ou moda, o que se torna mais preocupante sabendo que um contrato de trabalho com curta duração representa, como demonstra o estudo, um facto de maior risco de pobreza.

Igualmente, estes sectores exibem trabalhadores com níveis médios de escolaridade baixos, apesar de só na restauração se observar uma incidência superior à média nacional de trabalhadores com apenas o ensino básico.

Estas são ainda áreas onde os salários médios ficam abaixo da média nacional, o que constitui mais um fator de agravamento do risco de pobreza, e contabilizam quebras acentuadas fruto da pandemia. A restauração, por exemplo, registou em abril de 2020 menos 85% de faturação através de meios de pagamento eletrónicos do que havia sucedido um ano antes, sendo que as quebras são ainda superiores na moda e turismo, ambos com menos 97% de compras feitas com pagamentos eletrónicos.
 
Fonte: João Barros, in Económico

Desemprego subiu em janeiro em 80% dos concelhos. Veja no mapa o que aconteceu no seu

01 de março de 2021

Veja no mapa como evoluiu o desemprego em todos os concelhos do país na comparação de janeiro deste ano com o mês anterior e o mês homólogo. Odivelas destaca-se pela negativa como o único concelho do país onde o número de desempregados inscritos nos centros de emprego mais do que duplicou no espaço de um ano.


O arranque do ano foi negativo para o mercado de trabalho em Portugal, com o desemprego a agravar-se para máximos de maio de 2017 no total do país.
 
A deterioração verificou-se na grande parte dos concelhos, com 229 municípios a chegarem ao final de janeiro com um número de desempregados inscritos nos centros de emprego mais elevado do que em dezembro de 2020.

Desemprego aumentou para máximos de quase quatro anos no primeiro mês do segundo confinamento

Este universo representa mais de 80% do total dos 278 concelhos de Portugal Continental (o IEFP não revela dados por concelho nas ilhas), mostrando que a tendência negativa no emprego foi quase generalizada.

Em 38 concelhos o agravamento mensal foi mesmo superior a 10%, sendo que em cinco a subida superou mesmo os 20%. É o caso de Vila de Rei, Miranda do Douro, Almodôvar, Chamusca e Bragança, destacando-se este último município por ser a única capital de distrito neste lote.

Pela positiva, 49 concelhos viram o desemprego baixar no primeiro mês do ano, destacando-se Vendas Novas, Batalha e Vila Flor com reduções acima de 10% face a dezembro de 2020.

Na comparação homóloga, entre janeiro deste ano e janeiro do ano passado (quando a pandemia não tinha ainda chegado ao país), as variações são bem mais negativas.

O desemprego subiu em 241 municípios no espaço de um ano (87%), sendo que em metade (140), o agravamento foi superior a 20%. Em 34 concelhos a subida superou os 50%, sendo que neste lote estão muitos municípios algarvios, que é a região do país mais castigada com a quase paralisação do turismo.

Odivelas destaca-se pela negativa como o único concelho do país onde o número de desempregados inscritos nos centros de emprego mais do que duplicou no espaço de um ano. Passou de menos de 3.000 em janeiro de 2020 para mais de 6 mil no mês passado.
 
Fonte: Nuno Carregueiro nc@negocios.pt | Rui Santos - infografia, in Negócios on-line

Desemprego aumenta para níveis de 2017. Estes são os concelhos mais afetados

01 de março de 2021

Depois da inversão da tendência de descida registada em Dezembro de 2020, o número de inscritos nos centros de emprego do continente continuou a aumentar e atingiu em janeiro o número mais elevado desde o início da pandemia, regressando a máximos de 2017. O primeiro mês do ano fechou com mais de 424 mil desempregados registados. A região de Lisboa e Vale do Tejo responde por quase metade do aumento do desemprego registado no último mês, mas há 12 concelhos do país onde o número de desempregados quase duplicou face ao início da pandemia.

O ano começou negro em matéria de desemprego no país, com o número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) a atingir em janeiro os 424.359. É o número mais elevado desde o início da pandemia e é mesmo necessário recuar até maio de 2017 para encontrar um nível de desemprego registado desta ordem. O aumento do desemprego em janeiro não é atípico, a subida colhe os efeitos da sazonalidade de dezembro. No entanto, o aumento registado este ano é mais expressivo do que o habitual e penaliza, sobretudo, mulheres, jovens e trabalhadores da região de Lisboa e Vale do Tejo.

Os números esta semana divulgados pelo IEFP, relativos a janeiro de 2021, traduzem um aumento de 5,5% no número de desempregados inscritos nos centros de emprego nacionais face a dezembro de 2020. São mais 22.105 pessoas em cadeia, ou seja face ao mês anterior, e mais 103.801 (32,4%) tendo como referência o mesmo mês de 2020, período pré-pandemia. Numa nota enviada às redações, o Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) destaca que "o número de desempregados registados aumenta sempre de dezembro para janeiro, com uma variação média entre os dois meses de 3,5% desde 1989". A variação registada entre dezembro do ano passado e o primeiro mês deste ano é, no entanto, bastante mais expressiva, 5,5%.

Tal como nos meses anteriores, marcados pelos efeitos da pandemia no mercado de trabalho, a não renovação de contratos foi a principal alavanca para a situação de desemprego. De um total de 46.986 novas inscrições registadas ao longo do mês, 52,5% resultaram da não renovação de contratos não permanentes. O despedimento foi o segundo motivo, reportado por 16,3% dos novos desempregados inscritos. Ao todo 7.663 trabalhadores reportaram ter sido despedidos pelo empregador e este é o número mais elevado desde maio deste ano, embora o pico de despedimentos tenha sido atingido em abril, com cerca de 16 mil desempregados a identificar este motivo.
LISBOA E VALE DO TEJO É A REGIÃO COM MAIOR AUMENTO DO DESEMPREGO

O desemprego registado aumentou transversalmente em todas as regiões do país, mas foi em Lisboa e Vale do Tejo que fez mais vítimas no primeiro mês do ano (ver infografia). A análise da variação em cadeia (face ao mês anterior) dos dados divulgados pelo IEFP sinaliza que a região responde por quase metade do aumento do desemprego registado. Na Grande Lisboa, o número de desempregados inscritos aumentou 8% face a dezembro, o que corresponde a um acréscimo de 10.017 desempregados. O Algarve é a segunda região na lista com um aumento do desemprego de 7,2%, seguida do Norte do país com uma subida de 4,9% em cadeia.

Em termos homólogos, as contas são diferentes. O aumento mais pronunciado ocorreu na região do Algarve (mais 61,3%), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (mais 45,3%) e da região da Madeira (mais 30%). Já se o mês de referência for fevereiro de 2020, o último mês livre dos impactos da pandemia, o Algarve teve um aumento de 75% no desemprego registado e só depois surge Lisboa e Vale do Tejo, com um acréscimo do número de desempregados de 46,3%.


VARIAÇÃO DO DESEMPREGO DURANTE A PANDEMIA

Variação, em percentagem, do desemprego registado entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021

Os indicadores esta semana divulgados pelo IEFP ficam ainda marcados por um aumento dos concelhos onde os níveis de desemprego registado aumentaram acima dos 75% desde o início da pandemia. Eram cinco os concelhos que em dezembro estavam nesta situação - Odivelas, Castro Verde, Loulé, Faro e Albufeira - e são agora 12. Em dois deles, Odivelas e Faro, o desemprego mais do que duplicou face ao registado em fevereiro. Em Castro Marim e Loulé o aumento é de 99,4% e 90,7% respetivamente, num ranking que é dominado por concelhos de Lisboa e do Algarve.

Apesar do agravamento do desemprego que se torna visível neste retrato mensal que o Expresso realiza com base nos indicadores do IEFP, continua a haver boas notícias. 32 concelhos do país continuam a registar níveis de desemprego registado inferiores aos de fevereiro de 2020.

DESEMPREGO REGISTADO POR CONCELHO

Os dados esta semana divulgados pelo serviço público de emprego mostram que as mulheres e os jovens estão a ser os mais afetados pela crise que a pandemia está a gerar no mercado de trabalho. 59% do aumento do desemprego registado ocorreu entre as mulheres. E entre os jovens com idades entre os 25 e os 34 anos o aumento do número de desempregados foi de 6,7%, o maior entre os vários grupos etários.

O IEFP indica ainda que, em termos de grupos profissionais dos desempregados registados no Continente, salientam-se os mais representativos, por ordem decrescente: “Trabalhadores não qualificados“ (24,9%); “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção, segurança e vendedores” (22,8%); "Pessoal administrativo" (11,6%); "Especialistas das atividades intelectuais e científicas" (10,2%) e "Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices" (10,0%)".
 
Fonte: Cátia Mateus, Sofia Miguel Rosa, in Expresso

11% dos trabalhadores portugueses recebem abaixo do limiar da pobreza

01 de março de 2021

Portugal é o quinto país europeu em que uma maior fatia dos trabalhadores têm rendimentos abaixo do limiar de risco de pobreza. Em concreto, 10,8% dos trabalhadores portugueses recebem menos do que 6480 euros brutos por ano, segundo dados da Pordata.

Ainda assim o valor diminuiu em relação a 2004, altura em que 12,4 dos trabalhadores portugueses recebiam rendimentos abaixo do limiar de risco de pobreza.

A média União Europeia (UE) é 9%. A Roménia é o país da europa onde os trabalhadores têm rendimentos abaixo do limiar de risco de pobreza (15,7%), seguida por Espanha (12,7%), Luxemburgo (12,1%) e Itália (11,8).

Por outro lado, a Finlândia é o país com menos trabalhadores a viver abaixo do limiar de risco de pobreza, apenas 4,4%. Segue-se a República Checa com 3,5% e a Irlanda com 4,3%. A completar o top 5 estão a Eslováquia (4,4%) e a Eslovénia (4,5%).

Fonte: Margarida Lopes, Diário Digital

Despesa com subsídios de desemprego com recuo mensal em janeiro

26 de fevereiro de 2021

Em janeiro, Segurança Social pagou 142 milhões com prestações a quem perdeu trabalho.

 

A despesa da Segurança Social com prestações por desemprego estava em janeiro 33% acima dos valores gastos no mesmo mês de 2020, com mais 35 milhões de euros pagos a beneficiários. Ainda assim, o valor ficou abaixo da despesa feita em dezembro, um mês antes, com os valores pagos aos beneficiários a diminuírem.

Nos dados de execução orçamental de janeiro divulgados nesta quinta-feira pela Direção-Geral do Orçamento, os gastos com prestações por desemprego ficam em 142 milhões de euros, contra 148 milhões de um mês antes.

A redução mensal na despesa ocorre apesar de um aumento no número total de beneficiários de prestações por desemprego. Em janeiro, cresciam 1,5%, para 245 058, segundo as estatísticas da Segurança Social.

Contudo, o valor médio das prestações caiu em mais de seis euros, para 495, 95 euros, um mínimo de 17 meses, já depois das alterações trazidas pelo Orçamento do Estado deste ano que elevaram o limiar mínimo do subsídio de desemprego, mostram as mesmas estatísticas.

A redução dos valores tenderá a espelhar salários mais baixos ganhos até à perda de emprego, ou ainda menores percursos contributivos que poderão atirar os desempregados para outras prestações que não o subsídio de desemprego, que garante maior substituição dos rendimentos.

Os valores médios de subsídio de desemprego subiram pela primeira vez acima dos 500 euros em agosto de 2019, e atingiram um máximo de 514,39 euros em abril do ano passado, voltando a cair.

Apesar de tudo, é esta a prestação da Segurança Social que leva maior crescimento face há um ano, havendo por outro lado recuos no gasto com o Complemento Solidário para Idosos (menos 4,5%, para 17,4 milhões de euros) e nas prestações por parentalidade (menos 6,9%, para 48,3 milhões).

No primeiro mês deste ano, o custo das medidas extraordinárias Covid-19 ficou em 117,6 milhões de euros, ligeiramente acima dos 116 milhões de euros gastos em dezembro. A maior fatia de apoios diz respeito a pagamentos a empresas no apoio à retoma progressiva de atividade, com 45,1 milhões de euros, com a medida de lay-off simplificado, no apoio a 22 mil empresas que receberam pagamentos em janeiro, a custar 19,7 milhões de euros.

A terceira maior fatia de despesa foi o apoio extraordinário de proteção social, para trabalhadores informais, com um despesa de 15,7 milhões executada em janeiro, respeitante a pedidos realizados no ano passado. Já os trabalhadores independentes, e sócios-gerentes, com apoio à redução de atividade receberam pagamentos no valor de 11,2 milhões de euros relativos ao ano passado.

Em janeiro, a despesa da Segurança Social foi de 2,3 mil milhões de euros, a subir 5,6% relativamente a janeiro de 2020, com as receitas nos cerca de 2,8 mil milhões de euros (mais 1,2%), em resultado do aumento das transferências para os cofres da Segurança Social, que cresciam 13,8%. Os descontos feitos por empresas e trabalhadores caíam 2,3% face há um ano.

O saldo da Segurança Social registava no primeiro mês do ano um excedente de 486,7 milhões de euros, menos 87,8 milhões de euros que o excedente registado um ano antes.

Fonte: Maria Caetano, Dinheiro Vivo

Covid-19. CGTP faz balanço das medidas e considera "urgente outro rumo para o país"

26 de fevereiro de 2021

São necessárias medidas urgentes de apoio aos trabalhadores e famílias, e um outro rumo para o país, onde a valorização do trabalho e dos trabalhadores seja um dos eixos centrais, afirma a CGTP.

A CGTP fez esta quarta-feira um balanço das medidas adotadas pelo Governo desde o início do surto de Covid-19 em Portugal, há quase um ano, defendendo que “é urgente outro rumo para o país” onde os trabalhadores sejam valorizados.

São necessárias medidas urgentes de apoio aos trabalhadores e famílias, é urgente um outro rumo para o país, onde a valorização do trabalho e dos trabalhadores seja um dos eixos centrais”, afirma a CGTP em comunicado, apelando à participação na jornada nacional de luta da intersindical que se realiza na quinta-feira sob o lema “Salários, Emprego, Direitos – Confiança, Determinação e Luta por um Portugal com Futuro!”.

No documento, a CGTP lembra que em 2 de março foi anunciado o primeiro caso de Covid-19 em Portugal, tendo sido decretado em 18 de março o estado de emergência e o primeiro confinamento, “com consequências graves e ainda não completamente calculadas na vida dos trabalhadores e das populações e na situação económica e social do país”.

"Passado praticamente um ano, estamos de novo em estado de emergência (o 11.º desde que a pandemia começou) e o país está mais uma vez com milhares de empresas encerradas, inúmeras atividades suspensas, todos os estabelecimentos de ensino fechados, o ensino à distância a ser novamente uma realidade e milhares de trabalhadores em casa, em teletrabalho, em ‘lay-off’ ou a prestar assistência aos filhos menores, com um novo lote de consequências negativas imediatas e de forte impacto futuro”, destaca a intersindical.”

Para a CGTP, a resposta dada pelo Governo “ficou muito aquém do possível e do necessário” levando “muitos milhares” de pessoas para o desemprego, sobretudo trabalhadores precários, apesar das proibições de despedimento associadas a medidas de apoio a empresas, um cenário que, segundo afirma, deverá continuar a aumentar devido ao novo confinamento.

"Desde o início que se verificou um grande desequilíbrio e clara desproporção entre as medidas e os recursos postos à disposição das empresas e as medidas tomadas para apoiar os trabalhadores e as famílias, com a agravante de se ter verificado um favorecimento das grandes empresas”, sublinha a intersindical.

A CGTP considera que as condições de acesso das empresas aos apoios públicos “foram sempre pouco exigentes” e, apesar de serem atribuídos “sob a capa de apoios à manutenção do emprego”, a verdade é que “a exigência em termos de manutenção de postos de trabalho foi sempre muito débil”.

As condições de trabalho “também se agravaram profundamente”, diz a central sindical, referindo o caso dos trabalhadores essenciais ou dos que foram colocados em regime de teletrabalho “sem qualquer preparação e sem as necessárias condições” e a suportar os custos acrescidos com energia, comunicações e consumíveis.

"A privacidade das famílias foi comprometida, quer porque o simples facto de trabalhar em casa pode revelar-se invasivo, quer porque muitos empregadores não hesitam em usar dissimuladamente meios de controlo ilícitos”, afirma a central sindical, sublinhando que “o tempo de trabalho aumentou e misturou-se com o tempo livre, afetando o descanso dos trabalhadores”.

A CGTP valoriza alguns avanços nas medidas, como o pagamento do subsídio de doença a 100% em caso de Covid-19 durante 28 dias ou o lay-off com remuneração a 100%, mas vinca que “há muito que pode ser feito, muitas medidas a concretizar, para melhorar a proteção dos trabalhadores e das famílias em tempo de pandemia”.

"Os avanços alcançados são ainda muito insuficientes face à situação em que o país se encontra”, defende a intersindical.

Entre as medidas, a CGTP defende a prorrogação em 2021 dos subsídios de desemprego e social de desemprego que cessaram ainda em 2020, a redução do período de garantia para acesso ao subsídio de desemprego ou a fixação do valor do apoio excecional à família em 100% da remuneração de referência.

 

Fonte: Observador



Sobreendividamento. Pandemia na origem de cerca de 70% dos pedidos de ajuda

26 de fevereiro de 2021

Há quem tenha ficado sem capacidade de pagar o essencial, diz à Renascença a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco. As moratórias foram balão de oxigénio para muitas famílias, mas adivinham-se tempos ainda mais difíceis.

 

Voltou a aumentar o número de famílias sem capacidade para pagar as dívidas. O que mudou foram os motivos. No ano passado, a associação de defesa do consumidor Deco recebeu 30.100 pedidos de ajuda (mais 946 do que em 2019).

A maioria dos pedidos de ajuda chegaram de pessoas que ficaram sem emprego ou perderam rendimentos por causa da pandemia de Covid-19 – este foi, de resto, o motivo que esteve na origem de quase 70% dos pedidos de ajuda que chegaram ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco.

As famílias ficaram sem capacidade para pagar os seus créditos, porque tiveram uma perda significativa do rendimento.

As famílias que nos pedem ajuda têm em regra cinco créditos: um de habitação, dois ao consumo e dois cartões de crédito. Por vezes, têm alguma dificuldade em honrar o pagamento de alguns serviços, devido à diminuição significativa dos seus rendimentos”, refere à Renascença Natália Nunes, coordenadora daquele gabinete.

A taxa de esforço aumentou. “Se, em 2019, a família que nos pedia ajuda tinha em média [um rendimento de] 1.200 euros, em 2020 são 1.090 euros, portanto, temos aqui uma taxa de esforço de 79%, dado que, em média, as famílias gastam 850 dos 1.090 euros de que dispõem para pagar os seus créditos”.

Há muitos anos que a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco lida com o problema das famílias sobreendividadas, mas agora há mesmo quem tenha ficado sem possibilidade de pagar até o essencial – “os serviços essenciais, da água, eletricidade, telecomunicações”, refere.

Se estas famílias têm, em média, 1.090 euros de rendimento, existem muitas que foram confrontadas com a ausência de rendimento, portanto, são famílias que não têm qualquer rendimento”, sublinha Natália Nunes.

E a tendência é para que a situação se agrave, pois o rendimento das famílias continua a encolher. A responsável da Deco acredita que, neste momento, as famílias já nem têm o mesmo rendimento médio atribuído a 2020.

Eu dir-lhe-ia que não, que é muito abaixo desse valor, e foi uma tendência que começámos a registar no final de 2020”, indica à Renascença. “As famílias estão com menores rendimentos, mas claro que o número de créditos e o peso dos créditos no rendimento se mantêm”, acrescenta.

Outra nota digna de registo é o peso das moratórias na situação financeira das famílias.

Apesar de estarmos aqui a falar de taxas de esforço muito elevadas, de 79% – quando aquilo que é recomendável são 35%. Mas, se formos ver, apenas 37%, em média, dos créditos estão em situação de incumprimento. Isto deve-se muito ainda ao efeito das moratórias”, que “permitiu que muitas famílias não entrassem em situação de incumprimento”, explica.

Foi um grande balão de oxigénio e que justifica que a taxa de incumprimento não seja tão elevada como à partida se poderia pressupor atendendo às dificuldades financeiras das famílias”, diz ainda Natália Nunes, antecipando, contudo, uma situação muito difícil quando as moratórias terminarem e as famílias tiverem de pagar os créditos que têm, apesar de continuarem a ver o rendimento a cair.

O tipo de pessoas que pede ajuda à Deco não mudou: são, sobretudo, famílias com pelo menos uma criança a cargo, sejam casados ou famílias monoparentais, e quase metade com emprego no setor privado. Quanto às habilitações, a média tem o ensino secundário ou superior.



Fonte: Rádio Renascença

Líder do FMI afirma que crise vai aumentar desigualdades entre países

25 de fevereiro de 2021

A crise económica provocada pela pandemia está a deixar para trás muitas economias e agrava a situação dos mais pobres, afirmou hoje a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontando o acesso "desigual" às vacinas.

"Estimamos que, no final de 2022, o rendimento acumulado 'per capita' será 13% menor do que indicavam as projeções feitas antes da crise nas economias avançadas, em comparação com 18% para os países de baixos rendimentos e 22% para os países emergentes e em desenvolvimento, excluindo a China", sublinhou Kristalina Georgieva numa nota publicada no blogue do FMI por ocasião de uma reunião virtual de ministros das Finanças e líderes de bancos centrais do G20.

A consequência direta será um aumento "de milhões" no número de pessoas extremamente pobres nos países em desenvolvimento, disse.

A dirigente do FMI lembrou que antes da crise, o FMI previa uma redução na divergência de rendimentos entre as economias mais avançadas e 110 países emergentes e em desenvolvimento entre 2020 e 2022.

"Prevemos agora que apenas 52 economias irão recuperar durante este período, enquanto 58 devem ficar para trás", acrescentou.

Isso deve-se "em parte ao acesso desigual às vacinas" porque, mesmo nas melhores circunstâncias, a maioria das economias em desenvolvimento só devem ter cobertura generalizada de vacinas até ao fim de 2022 ou mesmo depois", escreveu Georgieva.

Alguns países estão particularmente expostos, como os que dependem do turismo e das exportações de petróleo, mais afetados pela crise. "A maioria destes países tem limites devido a uma margem de manobra reduzida nos seus orçamentos", segundo Kristalina Georgieva.

A líder do FMI não se manifestou apenas preocupada com o desvio entre países. "Constatamos também uma divergência acelerada dentro dos países: jovens, trabalhadores pouco qualificados, mulheres e trabalhadores informais foram afetados de forma desproporcional pela perda de empregos", apontou.

Georgieva lembrou ainda que milhões de crianças estão confrontadas com perturbações na educação.

"Seria um erro imperdoável tornarem-se uma geração perdida", considerou.

Neste contexto, Georgieva defendeu que devem continuar os esforços para pôr fim à crise sanitária, acelerando a vacinação, o que pode permitir aumentar em 9 biliões de dólares o rendimento mundial entre 2020 e 2025.

Exortou também os países do G20 a manterem o apoio orçamental e a apoiarem os países mais vulneráveis, por exemplo, com alívios de dívida.

 

Fonte: Notícias ao Minuto

Economia e emprego é o que mais preocupa

25 de fevereiro de 2021

Os portugueses estão muito preocupados com a pandemia (55%), reconhecem as grandes alterações que introduziu nas suas vidas (49%), estão maioritariamente apreensivos com os efeitos na economia e no emprego (50%), mas também destacam o impacto elevado na sua saúde e bem-estar emocional (58%).

De acordo com os resultados da sondagem da Aximage para o DN, o JN e a TSF, são agora um pouco menos os inquiridos "muito" preocupados com as consequências da pandemia: eram 62% em novembro passado, quando estávamos em plena segunda vaga, são agora 55%, quando a terceira vaga parece já ter passado. Ao contrário, cresceu a percentagem dos que estão no patamar imediatamente abaixo: 37% estão "bastante" preocupados. Pouco ou nada preocupados são apenas 5%.

Entre os que estão mais preocupados avultam os que têm 65 ou mais anos (67%), os mais pobres (65%) e os que residem na Área Metropolitana do Porto (63%). Os eleitores do PS e do PSD também se destacam pelo pessimismo (66% em ambos os casos), muito acima da média dos eleitores dos restantes partidos.

Quando se pergunta pelas consequências em concreto, os maiores receios têm que ver com a economia e o emprego (50%), em particular entre os residentes da Área Metropolitana de Lisboa (55%), os que têm 35 a 49 anos (62%) e os que votam no Chega (63%). Seguem-se os efeitos sobre a saúde física (30%), com ênfase particular nos mais velhos (38%) e nos eleitores comunistas (51%) e bloquistas (44%). Os efeitos sobre a saúde e o bem-estar emocional são a maior preocupação para 16%, e de novo com os mais velhos em destaque (26%).

Quando a pergunta afunila para os impactos na saúde e no bem-estar emocional, percebe-se, aliás, que o impacto está a ser grande ou muito grande para 58% da população, com os residentes mais jovens e os que vivem na região do Porto entre os mais preocupados (65%).

 

A sondagem foi realizada pela Aximage para o DN, TSF e JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a covid-19.

O trabalho de campo decorreu entre os dias 17 e 20 de fevereiro de 2021 e foram recolhidas 822 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Foi feita uma amostragem por quotas, com sexo, idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por sexo, idade, escolaridade e região. À amostra de 822 entrevistas corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,4%.

A responsabilidade do estudo é da Aximage Comunicação e Imagem, Lda., sob a direção técnica de José Almeida Ribeiro.

 

Fonte: Diário de Notícias

As desigualdades matam

25 de fevereiro de 2021

O Plano de Recuperação e Resiliência tem de servir, antes de tudo o mais, para diminuir as desigualdades e reforçar a coesão social, que já agora, só se faz com o reforço da coesão territorial.

Assinalou-se recentemente o Dia Mundial da Justiça Social. Apesar da redução da miséria, continuamos a ser um país profundamente desigual, com mais de dois milhões de pessoas em situação de pobreza e exclusão social. Infelizmente, a pandemia veio acentuar e aprofundar estas desigualdades no mundo e Portugal não é exceção.

Foi recentemente tornado público um estudo sobre os impactos da COVID-19 nos Estados Unidos, em que um dos coautores, Sérgio Rebelo, é português, e cujas conclusões são verdadeiramente perturbadoras.

Por um lado, uma das conclusões é que o desemprego e a perda de rendimentos afetaram mais intensamente as pessoas mais pobres. Seja, por exemplo, porque eram aqueles que tinham vínculos laborais mais frágeis ou porque trabalhavam em setores especialmente afetados pela pandemia, como é o caso da hotelaria e da restauração. Em Portugal, esta conclusão também se confirma pela análise da execução orçamental, que mostra que, paradoxalmente, a receita de IRS aumentou em 2020. Uma das razões que explica a não erosão da receita fiscal foi a circunstância de aqueles que foram mais afetados pela pandemia não estarem sequer sujeitos a IRS.

Por outro lado, e esta foi a conclusão que mais perplexidade me causou, estes investigadores traçaram uma relação entre as elevadas taxas de mortalidade e os baixos rendimentos. Ou melhor, demonstraram que as desigualdades de rendimentos que já existiam antes da Covid-19 tiveram um impacto nas mortes verificadas durante a pandemia. Explicam que, para além de as pessoas de baixos rendimentos estarem mais expostas ao vírus em resultado, também, do tipo de trabalho ou meio de deslocação, as suas condições de saúde preexistentes tornaram-nas mais vulneráveis ao vírus e com maiores índices de mortalidade. Ou seja, as desigualdades matam, de facto.

Estas conclusões de que o vírus tem um impacto especialmente brutal junto dos mais frágeis, mais do que lamentos ou lamúrias, obrigam a que esta seja a nossa prioridade na reação social e económica à pandemia. O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem de servir, antes de tudo o mais, para diminuir as desigualdades e reforçar a coesão social, que já agora, só se faz com o reforço da coesão territorial.

O PRR está atualmente em consulta pública e pode, por isso, ser melhorado. E faço votos que assim seja. Há, no entanto, alguns sinais de preocupação. Dou apenas alguns exemplos.

Em primeiro lugar, é inegável que deve haver uma aposta em respostas sociais para mitigar a reconhecida pobreza e exclusão social que ainda são muito significativas no nosso país. Mas grande parte das soluções que o PRR oferece passa pela infraestruturação. E se para o investimento inicial há agora financiamento, a questão que se coloca é sobre o aumento de despesa pública na sua manutenção nos anos seguintes, altura em que já não haverá bazuca europeia para nos valer. Diga-se, ainda, que parece não haver uma estratégia clara relativamente às pessoas de idade: se numa leitura inicial parece haver uma aposta nas ERPI – Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, em detrimento do reforço da autonomização com uma aposta nos apoios domiciliários, mais à frente, o caminho a seguir parece ser outro. E aqui lembrei-me da frase de Lewis Carroll: para quem não sabe onde vai qualquer caminho serve.

Em segundo lugar, apresentam-se metas mais ambiciosas do que metas já anteriormente definidas e cuja concretização falhámos recentemente. Recordo que Portugal chegou a 2020 sem conseguir cumprir a meta de 40% de diplomados entre os 30 e os 34 anos, definida pela primeira vez em 2010. Apesar disso, e mesmo não tendo havido uma análise séria da parte da tutela sobre as razões que explicam esse nosso falhanço, define agora o PRR a meta de 50% para daqui a 10 anos, quando acabámos por falhar a meta do ano passado. E o terceiro exemplo que destaco é o compromisso assumido pelo PRR de reduzir a segmentação do mercado de trabalho, mas sem dizer como, apenas recorrendo a um conjunto de generalidades, como sejam a valorização da formação e da qualificação ou a defesa de salários adequados. O PRR consagra, de facto, financiamento para a contratação permanente, mas continuamos a ser um dos países com um mercado de trabalho mais rígido, apesar dos méritos da reforma laboral de 2012. É fundamental aproximar a regulação dos diferentes tipos de contratos para reduzir a segmentação do mercado de trabalho. Curiosamente, o discurso do PS, e as recentes alterações por si promovidas, vão exatamente no sentido contrário, ao reforçar a rigidez laboral.

Registo, por fim, mais dois aspetos postos em evidência no PRR. O primeiro é um evidente problema de planeamento e de priorização: o Governo, que nos últimos cinco anos fez dos manuais escolares gratuitos a sua bandeira na Educação, abandona agora o papel e sustenta a aposta nos conteúdos educativos digitais. Foi necessária a pandemia para o Governo perceber qual é que devia ter sido a aposta nos últimos cinco anos? O segundo aspeto tem a ver com a incapacidade de avaliar as políticas públicas: as medidas de combate à pobreza apresentadas e que são a continuação de medidas já implementadas – avaliou-se o seu impacto? Tem de haver uma avaliação das políticas públicas e não é preciso criar mais observatórios para o efeito.

Não pretendo ser alarmista com o título escolhido para este alerta. Mas, pior do que o alarme é a desvalorização do problema. Não são só as armas que matam. As desigualdades também. Não deixa, por isso, de ser paradoxal o nome por que esta ajuda financeira é conhecida: bazuca.



Fonte: Observador

Mais de 136 mil trabalhadores precários perderam emprego em Portugal

24 de fevereiro de 2021

Mais de 136 mil trabalhadores com vínculos precários perderam em 2020 o emprego, 67 mil dos quais mulheres, a maioria delas sem ter acesso a subsídio de desemprego, refere um estudo da CGTP.

De acordo com um estudo elaborado pelo Gabinete de Estudos Sociais da CGTP, com base em dados do INE, no ano passado foram destruídos cerca de 100 mil postos de trabalho, em termos líquidos, o que corresponde a um recuo anual de 2%, interrompendo o crescimento que se verificava há seis anos.

Para a central sindical esta é a prova de que “as medidas que o Governo implementou como resposta à covid-19 não foram suficientes nem adequadas para evitar a destruição do emprego e o aumento do desemprego”.

Não só não proibiram os despedimentos, como reduziram os salários e rendimentos a mais de um milhão e quatrocentos mil trabalhadores em todo o país (…), com repercussões na economia e na sociedade, somando crise à crise”, considerou no documento.

Segundo a análise, os trabalhadores com vínculos precários foram os primeiros a ser despedidos, sendo esta a principal razão para a perda de emprego e para o aumento do desemprego, numa proporção mais elevada que em anos anteriores.

No entanto, o trabalho precário voltou a aumentar no segundo semestre do ano passado, embora não retomando o nível anterior à pandemia, “devido ao crescimento do falso trabalho independente e de outras formas ainda mais precárias que o contrato a termo”.

No 4.º trimestre de 2020 a precariedade medida através dos dados do INE (que subavaliam o seu número real) atingia 710,4 mil trabalhadores, sendo mais de metade mulheres (384 mil)”, salientou o estudo.

A precariedade afeta 17,6% do total dos assalariados, sendo sempre superior entre as mulheres trabalhadoras (18,3% face a 16,7% entre os homens), em todas as idades.

Entre as jovens dos 15 aos 34 anos os vínculos não permanentes ultrapassam os 36%, sendo de 65% entre as menores de 25 anos e perto de 30% no grupo dos 25 aos 34 anos.

Segundo o estudo, além da instabilidade laboral, com repercussões também na vida pessoal e familiar, os vínculos precários têm como consequência salários 20% a 30% mais baixos que os dos trabalhadores com vínculos permanentes.

De acordo com a CGTP, em 2020 o desemprego real atingiu quase 600 mil trabalhadores, tendo aumentado em mais de 68 mil face a 2019.

O número de mulheres desempregadas no ano passado chegou quase aos 318 mil, correspondendo a mais de metade do total do desemprego real (53%).

No seu estudo, a CGTP explicou que o desemprego real inclui o desemprego oficial, acrescido dos inativos disponíveis, mas que não procuraram emprego, categoria onde são incluídos milhares de trabalhadores desempregados, devido aos critérios de classificação usados, e dos inativos indisponíveis.

Juntando os trabalhadores a tempo parcial que estão subempregados porque trabalham menos horas do que desejam, eram cerca de 752 milhares os trabalhadores desempregados ou subocupados em 2020, correspondendo a uma taxa de subutilização do trabalho de 13,9%, o dobro da taxa de desemprego oficial e também mais alta que em 2019”, referiu o documento.

Assim, os jovens e as mulheres são os que têm as percentagens mais elevadas, com taxas de subutilização do trabalho de 39,2% e 15,4%, respetivamente.

A Intersindical salientou ainda que “a maioria das mulheres desempregadas não tem acesso a prestações de desemprego”, dado que pouco mais de um terço o consegue.

Além disso “os valores auferidos são, em média, muito baixos”, sendo de 503 euros em 2020, ou seja, abaixo do limiar da pobreza, que era de 540 euros em 2019.

No ano passado 20,2% das mulheres em Portugal estavam em situação de pobreza ou exclusão social, um valor superior ao dos homens (19,4%), mas em diminuição face a 2015 quando atingiu os 28,1%.



Fonte: Plataforma Media

Mais de 136 mil trabalhadores precários perderam emprego, segundo um estudo da CGTP

24 de fevereiro de 2021

De acordo com a CGTP, em 2020 o desemprego real atingiu quase 600 mil trabalhadores, tendo aumentado em mais de 68 mil face a 2019.

Mais de 136 mil trabalhadores com vínculos precários perderam em 2020 o emprego, 67 mil dos quais mulheres, a maioria delas sem ter acesso a subsídio de desemprego, refere um estudo da CGTP.

De acordo com um estudo elaborado pelo Gabinete de Estudos Sociais da CGTP, com base em dados do INE, no ano passado foram destruídos cerca de 100 mil postos de trabalho, em termos líquidos, o que corresponde a um recuo anual de 2%, interrompendo o crescimento que se verificava há seis anos.

Para a central sindical esta é a prova de que “as medidas que o Governo implementou como resposta à covid-19 não foram suficientes nem adequadas para evitar a destruição do emprego e o aumento do desemprego”. “Não só não proibiram os despedimentos, como reduziram os salários e rendimentos a mais de um milhão e quatrocentos mil trabalhadores em todo o país (…), com repercussões na economia e na sociedade, somando crise à crise”, considerou no documento.

Segundo a análise, os trabalhadores com vínculos precários foram os primeiros a ser despedidos, sendo esta a principal razão para a perda de emprego e para o aumento do desemprego, numa proporção mais elevada que em anos anteriores.

No entanto, o trabalho precário voltou a aumentar no segundo semestre do ano passado, embora não retomando o nível anterior à pandemia, “devido ao crescimento do falso trabalho independente e de outras formas ainda mais precárias que o contrato a termo”.

No quarto trimestre de 2020 a precariedade medida através dos dados do INE (que subavaliam o seu número real) atingia 710,4 mil trabalhadores, sendo mais de metade mulheres (384 mil)”, salientou o estudo.

precariedade afeta 17,6% do total dos assalariados, sendo sempre superior entre as mulheres trabalhadoras (18,3% face a 16,7% entre os homens), em todas as idades.

Entre as jovens dos 15 aos 34 anos os vínculos não permanentes ultrapassam os 36%, sendo de 65% entre as menores de 25 anos e perto de 30% no grupo dos 25 aos 34 anos.

Segundo o estudo, além da instabilidade laboral, com repercussões também na vida pessoal e familiar, os vínculos precários têm como consequência salários 20% a 30% mais baixos que os dos trabalhadores com vínculos permanentes.

De acordo com a CGTP, em 2020 o desemprego real atingiu quase 600 mil trabalhadores, tendo aumentado em mais de 68 mil face a 2019.

O número de mulheres desempregadas no ano passado chegou quase aos 318 mil, correspondendo a mais de metade do total do desemprego real (53%).

No seu estudo, a CGTP explicou que o desemprego real inclui o desemprego oficial, acrescido dos inativos disponíveis, mas que não procuraram emprego, categoria onde são incluídos milhares de trabalhadores desempregados, devido aos critérios de classificação usados, e dos inativos indisponíveis.

Juntando os trabalhadores a tempo parcial que estão subempregados porque trabalham menos horas do que desejam, eram cerca de 752 milhares os trabalhadores desempregados ou subocupados em 2020, correspondendo a uma taxa de subutilização do trabalho de 13,9%, o dobro da taxa de desemprego oficial e também mais alta que em 2019”, referiu o documento. Assim, os jovens e as mulheres são os que têm as percentagens mais elevadas, com taxas de subutilização do trabalho de 39,2% e 15,4%, respetivamente.

A Intersindical salientou ainda que “a maioria das mulheres desempregadas não tem acesso a prestações de desemprego”, dado que pouco mais de um terço o consegue.

Além disso “os valores auferidos são, em média, muito baixos”, sendo de 503 euros em 2020, ou seja, abaixo do limiar da pobreza, que era de 540 euros em 2019.

No ano passado 20,2% das mulheres em Portugal estavam em situação de pobreza ou exclusão social, um valor superior ao dos homens (19,4%), mas em diminuição face a 2015 quando atingiu os 28,1%.



Fonte: Sapo

Guterres destaca "potencial" do Mecanismo de Recuperação e Resiliência da UE para "futuro mais justo"

24 de fevereiro de 2021

"A liderança da União Europeia será vital e só se trabalharmos em conjunto poderemos ter um futuro mais resiliente, justo e sustentado", referiu o representante da Organização das Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU afirmou esta segunda-feira contar trabalhar com a “liderança vital” da União Europeia (UE) para desenvolver um futuro pós-pandemia mais justo e sustentado, salientando o “grande potencial” do Mecanismo de Recuperação e Resiliência acordado pelo bloco comunitário.

António Guterres discursava na sessão plenária de abertura da “Semana Parlamentar Europeia”, iniciativa que se realiza sempre no primeiro semestre de cada ano em Bruxelas e cuja edição de 2021 é coorganizada pelo Parlamento Europeu e pela Assembleia da República, no quadro da dimensão parlamentar da Presidência Portuguesa do Conselho da UE.



A liderança da União será vital e só se trabalharmos em conjunto poderemos ter um futuro mais resiliente, justo e sustentado”, referiu o representante, que durante uma intervenção em vídeo enumerou algumas das dimensões e dos desafios que se colocam atualmente ao mundo.”
Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a comunidade internacional depara-se atualmente com uma oportunidade para ser mais ambiciosa e alcançar metas importantes.
Temos de ser ambiciosos. Temos de investir no sistema de saúde, na proteção social, temos de ter infraestruturas resilientes, apoiar a educação, o emprego verde, reduzir a pressão da dívida”, referiu Guterres, salientando que nenhum país deve ser forçado em optar entre ajudar a sua população ou servir as metas da dívida.”

Segundo o representante, as fórmulas usadas no passado não devem ser repetidas, nomeadamente quando o mundo enfrenta ameaças, entre outras, ao nível do clima, da biodiversidade e da poluição.

O Mecanismo de Recuperação e Resiliência tem um grande potencial. Colocar o pacto ecológico no centro dos esforços não é apenas certo, mas também é um investimento inteligente no futuro”, afirmou Guterres.”
Dotado com 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos, o Mecanismo de Recuperação e Resiliência é o principal elemento do pacote de recuperação acordado em 2020 pela UE para fazer face à crise social e económica provocada pela pandemia de Covid-19, o NextGenerationEU.

Para Bruxelas, este mecanismo terá um papel crucial ao atenuar o impacto económico e social da pandemia causada pelo novo coronavírus e ao tornar as economias e sociedades europeias mais sustentáveis, resilientes e mais bem preparadas para as transições ecológica e digital.

Devemos adaptarmo-nos a situações complexas através de um multilateralismo efetivo, inclusivo e articulado”, reforçou o secretário-geral da ONU, incentivando ainda um fortalecimento da “diplomacia para a paz”, a construção da confiança entre as instituições e a luta contra a discriminação e a desinformação.”

A par das questões climáticas, um dos temas bandeira do seu atual mandato, António Guterres aproveitou esta intervenção para reforçar os apelos para que exista um esforço global coordenado na vacinação contra a doença Covid-19.

 

Um apoio para a distribuição mundial das vacinas é crucial e é inaceitável que apenas 10 países já tenham administrado 75% de todas as vacinas contra a Covid-19. Não é apenas injusto, mas também é perigoso”, concluiu.

A “Semana Parlamentar Europeia”, que este ano acontece sob o tema “Governação Económica da UE a partir de uma Perspetiva Parlamentar”, reúne anualmente deputados da União Europeia (UE) para debater assuntos económicos, orçamentais, sociais e ambientais.

A edição deste ano é dominada pelo impacto da crise da doença Covid-19, a recuperação económica e os planos de recuperação.

Em plena presidência portuguesa do Conselho da UE, a iniciativa é coorganizada, pela primeira vez, pela Assembleia da República e pelo Parlamento Europeu.

Também pela primeira vez desde a sua criação, em 2012, a iniciativa decorre por videoconferência, devido às restrições decorrentes da atual pandemia.

 

Fonte: Observador

Apoio à manutenção de emprego é fator "chave" na recuperação

24 de fevereiro de 2021

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, destacou esta segunda-feira a criação de mecanismos de apoio à manutenção de emprego, as qualificações e o combate à pobreza como instrumentos "chave" na recuperação pós-pandemia.

Numa conferência de imprensa após o conselho informal dos ministros da União Europeia (UE) do Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, Ana Mendes Godinho sublinhou que o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais deverá incluir metas que assumam o emprego, as qualificações e o combate à pobreza "como uma prioridade" essencial do modelo social da Europa.

Questionada sobre se essas metas estarão ligadas aos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR), a ministra ressalvou que, como estes estão "em fase de aprovação e negociação", as metas estão apenas relacionadas com o plano de ação do Pilar Social europeu, esperando que sirvam também de "instrumentos que permitam monitorizar a necessidade de reforçar a dimensão social da Europa".

O plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, segundo a responsável, está em fase de conclusão e será apresentado pela Comissão Europeia em 03 de março, pelo que o encontro de hoje teve como objetivo a apresentação, por parte dos Estados-membros, dos seus contributos e partilha de ambições relativos ao mesmo.

As qualificações, outra das dimensões do Pilar Social europeu, deverão ser um "fator chave determinante também na igualdade de oportunidades", bem como na "dupla transição digital e ambiental", apontou.

Quanto ao combate à pobreza, Ana Mendes Godinho assinalou que aquele identifica vários princípios a fim de "garantir" que este combate seja feito "de uma forma transversal".

Lembrando que o objetivo de Portugal de retirar 200 mil pessoas da situação de risco de pobreza ou exclusão até 2020 foi superado, segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 500 mil pessoas - ou seja, 700 mil pessoas foram retiradas do risco de pobreza ou exclusão -, a ministra assinalou a necessidade de "acelerar" as prioridades, tendo em conta que a pandemia de Covid-19 "veio agravar muitas das situações que se vivem a nível europeu e também nacional", pelo que há também "uma grande necessidade de proteção dos rendimentos".

O conselho informal dos ministros da UE do Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores foi presidido por Ana Mendes Godinho juntamente com a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, tendo sido subordinado ao tema "Empregos, Qualificações e Coesão: Prioridades para Uma Europa Social Mais Forte".

 

Fonte: TSF



Mulheres, jovens e lisboetas: as principais vítimas do desemprego no confinamento

23 de fevereiro de 2021

Desemprego registado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional disparou em janeiro, com mais de 424 mil desempregados. Não havia tantos desde maio de 2017.


O número de desempregados registados nos centros de emprego ultrapassou em janeiro 424 mil, num máximo de quase quatro anos, após novas medidas de confinamento mais restritivas no início deste ano em resposta à evolução de mortes, infeções e internamentos por covid-19.

No mês que assistiu à suspensão das aulas presenciais e ao fecho de portas de grande parte dos estabelecimentos de comércio e com serviços ao público, o desemprego oficial subiu 5,5%, com mais 22 105 pessoas contabilizadas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) do que um mês antes.

Os dados são acompanhados de informação do Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, que aponta para um crescimento acentuado do desemprego registado na transição do mês de dezembro para janeiro - em média, 3,5% desde o final da década de 1980. Porém, a subida da passagem de ano é desta vez mais expressiva e penaliza, sobretudo, mulheres, jovens e trabalhadores da região de Lisboa e Vale do Tejo.

A Grande Lisboa foi responsável por quase metade do aumento do desemprego medido pelo IEFP. Em termos líquidos, teve mais 10 017 desempregados do que um mês antes, numa subida de 8%, nos cálculos do Dinheiro Vivo. A segunda região mais penalizada foi o Algarve, onde o desemprego registado cresceu 7,2%, seguida do Norte, com mais 4,9% de desemprego. Alentejo (mais 3,9%), Centro (3%), Madeira (1,2%) e Açores (0,6%) registam crescimentos menores.

À semelhança de meses anteriores, foi a não renovação de contratos a principal razão do aumento do desemprego. Nos novos registos feitos ao longo do mês, mais de 49 mil, foram 24 675 as inscrições após não renovação e 7663 os despedimentos por iniciativa do empregador, com 2134 despedimentos por mútuo acordo. O número de despedimentos pelo empregador é o mais elevado desde maio, embora bastante abaixo dos mais de 16 mil despedidos de abril , no primeiro estado de emergência.

Os dados do IEFP também permitem ver que foram as mulheres as mais penalizadas na subida do desemprego de janeiro, representando 59% do aumento de desemprego em território continental). Já no que toca à análise de idade dos desempregados, os jovens entre os 25 e 34 anos conhecem o maior crescimento no desemprego, em 6,7%, para 84 602 desempregados. Seguem-se os trabalhadores entre os 35 e 54 anos, com uma subida de 6,4%, para 165 665 desempregados. Os desempregados até aos 25 anos ficaram em 46 451, subindo 4,5%, e entre quem tem 55 anos ou mais o aumento foi de 4,8%, para 100 270 desempregados.

Cobertura de subsídios recua

Os dados de janeiro revelam dois meses consecutivos de subidas no desemprego, após uma atenuação nos meses de outubro e novembro, em grande medida explicada com a retoma das ações de formação do IEFP e o aumento do número de ocupados que não são classificados como desempregados.

Mas, já no último mês, com travagem das atividades presenciais, houve também uma redução no número de ocupados em formação, que caíram 6,5%. Reduziram-se, por outro lado, em 5,2% os números dos que estão temporariamente indisponíveis para trabalhar num mês em que não deixou de ser obrigatória a busca ativa de emprego, mas esta passou a ser feita preferencialmente por meios digitais.

Somando desempregados registados, ocupados e indisponíveis, os centros do IEFP tinham em janeiro 550 685 pessoas sem trabalho.

Apesar da forte escalada no desemprego registado, e das restrições à circulação e atividade em vigor, o mês de janeiro fica ainda assim marcado por um crescimento das ofertas de emprego em 27%, com as colocações a aumentarem 60% em relação a dezembro, para um total de 7405. Ainda assim, abaixo dos níveis de um ano antes.

Os números daqueles que beneficiaram em janeiro de prestações por desemprego foram, entretanto, também revelados pela Segurança Social. Em janeiro, havia 245 058 desempregados a receber subsídio, mais 1,5% do que um mês antes, com a taxa de cobertura das prestações por desemprego a ficar em 57,5%. Recuou dos 60% registados no mês de dezembro.

Baixas por doença afundam em janeiro

Janeiro, com o regresso a confinamento e teletrabalho obrigatório, foi marcado pela redução forte das baixas por doença pagas pela Segurança Social. Recuaram 36%, para 184 966, depois de terem disparado para máximos históricos em novembro e dezembro. Em janeiro, houve menos 105 533 baixas pagas, das quais 50 836 por tuberculose, no âmbito das que são classificadas por quarentena ou doença covid-19. Nas restantes doenças, também houve menos 63 767 baixas pagas. As baixas por quarentena são pagas a 100% quando os trabalhadores não podem estar em teletrabalho, numa avaliação feita pelos empregadores. Nestas baixas, e também nas por covid-19, é necessária a emissão de atestado por parte das autoridades de saúde pública. Já as restantes baixas são pagas, em regra, a 55% da remuneração no primeiro mês.

 

Fonte: Diário de Notícias

 

Portugal terá mais de 7.000 pessoas sem-abrigo, a maioria em Lisboa e no Porto

23 de fevereiro de 2021

Portugal terá cerca de 7.100 pessoas na condição de sem-abrigo, quase dois terços concentradas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, mas também na região do Algarve, não sendo ainda possível perceber se a pandemia aumentou o fenómeno. O coordenador da Estratégia para a Integração de Pessoas Sem-abrigo defende que é preciso antecipar "o mais cedo possível" o que torna uma pessoa em sem-abrigo, sublinhando que são precisas medidas específicas para pessoas "especialmente vulneráveis".


Em entrevista à agência Lusa, um ano depois de ter aceitado coordenar a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-abrigo (ENIPSSA), Henrique Joaquim afirmou que ainda não há dados que, “de uma forma clara”, permitam dizer que a pandemia provocada pela covid-19 trouxe mais pessoas para a situação de sem-abrigo.

Mas sei, porque contactei, de situações concretas de pessoas que efetivamente caíram nesta condição por via da crise que foi gerada em resultado da pandemia, à semelhança do que aconteceu com outras crises no passado”, afirmou.

Para Henrique Joaquim, “uma das coisas que esta pandemia veio trazer e pôs a nu foi um conjunto de pessoas que estava em condições de significativa vulnerabilidade, com contratos de trabalho não muito consistentes ou com condições de trabalho também muitas vezes vulneráveis”.

A grande diferença desta crise é que ela veio num curto espaço de tempo e de forma muito rápida. Na crise anterior, mal ou bem, fomos percebendo o que estava a acontecer [enquanto] esta crise não foi de um dia para o outro, mas foi quase”, afirmou.

De acordo com o responsável, não é possível, para já, dizer que a pandemia provocou um aumento de pessoas em condição de sem-abrigo e defendeu que o foco tem de estar em identificar localmente todos os casos, através de uma comunidade que está sensibilizada para o tema e ajuda a identificar “tão rápido quanto possível” porque “quanto mais rápido for identificada e encontrada solução de encaminhamento, menos difícil é reverter a situação”. Apesar de frisar que a prioridade durante o último ano foram as pessoas, as equipas e as respostas, admite que é importante ter uma “radiografia” da dimensão atual, revelando que está a fazer “tudo por tudo” para nos “próximos meses” ser possível fazer análise com mais estatística, graças à contagem que está a ser feita pelos 30 Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NIPSA).

Para já, os dados mais recentes – recolhidos em 2020, com referência a 2019 – mostram que "há cerca de 7.100 pessoas na condição de sem-abrigo a nível nacional”, entre pessoas sem teto e pessoas sem casa, que são a maioria.

Mais de metade das pessoas em 2019 estava na condição de sem casa. O ideal é não ter ninguém na condição de sem casa, mas diria que o prioritário é não ter ninguém na condição de sem teto porque essa é a situação extrema”, apontou.

Henrique Joaquim explicou que a diferença entre as duas definições está no facto de uma pessoa considerada sem teto ser aquela que está a viver na rua, num edifício abandonado, por exemplo, ou mesmo num alojamento de emergência, acabando por ser a “representação [de pessoa sem-abrigo] mais conhecida”.

Quando a pessoa já está numa resposta de alojamento temporário ou de transição ou de caráter mais definitivo, mas ainda com apoio institucional, nós consideramos que está sem casa, ou seja, é toda aquela pessoa que não está sem teto, mas não tem recursos próprios para suportar a habitação por si mesmo”, explicou.

O coordenador da ENIPSSA adiantou que mais de metade das pessoas em condição de sem-abrigo concentram-se em Lisboa e no Porto, quase 2/3 nas áreas metropolitanas destas duas cidades, havendo também “um número significativo” no Algarve.

Por outro lado, há também “um número significativo de concelhos que não registam qualquer caso ou menos de cinco casos”, referiu.

Relativamente ao perfil das pessoas sem-abrigo, Henrique Joaquim disse que se mantém a maioria de homens na faixa etária acima dos 40, 45 anos, a maior parte de nacionalidade portuguesa, “mas também um número com algum significado de cidadãos estrangeiros ou há pouco tempo no país”.

Com base nesta radiografia, e percebendo que uma das características destas pessoas é a mobilidade, a opção tem sido a de não concentrar as respostas todas nos concelhos de Lisboa e Porto, mas descentralizar para os concelhos próximos, diversificando as respostas “porque as pessoas têm diferentes perfis” e dispersando-as pelo território para que consigam aceder a outro tipo de oportunidades.

Deu como exemplo os protocolos para os projetos ‘Housing First’, assinados com instituições que trabalham em Lisboa, mas que cujas soluções habitacionais estão a ser encontradas em concelhos limítrofes.

Desde novembro de 2020, foram já assinados 17 protocolos para soluções habitacionais, entre projetos ‘Housing First’ e habitações partilhadas, com capacidade para 300 pessoas, estando previstos mais 12 para breve.

 

"É preciso antecipar o que gera pessoas sem-abrigo"

Henrique Joaquim diz acreditar ser possível erradicar este problema, sublinhado, no entanto, que “em contexto de pandemia o mais certo é o incerto”.

Na ótica do coordenador da ENIPSSA, a solução passa por “prevenir, prevenir e prevenir. Porque senão estamos sempre a trabalhar no problema”.

É preciso antecipar o mais cedo possível (as situações que possam levar a que uma pessoa fique em situação de sem-abrigo). Temos que resolver rapidamente as situações que já conhecemos, identificando-as rapidamente e encaminhando-as para os serviços o mais depressa possível”, defendeu Henrique Joaquim.

Sublinhou que a sociedade atualmente atravessa uma “crise de saúde que está a ter fortes impactos em termos de crise social”, o que o leva a acreditar que depois de controlada a pandemia de covid-19 vai ser preciso “continuar a ter de encontrar soluções do ponto de vista social”.

O coordenador da ENIPSSA revelou que foi iniciado um plano, em parceria com a Direção-geral da Saúde (DGS), para definir melhor e mais depressa o encaminhamento de pessoas em situação de sem-abrigo que necessitem de aceder aos serviços de saúde, designadamente de saúde mental.

De acordo com Henrique Joaquim, o objetivo é alargar esse plano a áreas como a justiça ou as dependências, sublinhando, por outro lado, que ao nível da habitação tem vindo a ser preparada uma bolsa de alojamento de emergência e temporária, mas também a ser feitas alterações legislativas no âmbito de programas de rendas acessíveis.

Estamos a conseguir tirar pessoas que estavam com longos períodos de rua, está a ser possível alojá-las em ‘Housing First’ e em habitação partilhada”, adiantou, acrescentando que desde novembro do ano passado foram assinados 17 protocolos para estas soluções de alojamento, com capacidade para 300 pessoas, estando previstas para breve mais 12.

Na área do emprego, por outro lado, revelou que estão a ser preparadas mais medidas, “nomeadamente para grupos especialmente vulneráveis como são as pessoas sem-abrigo”, que deverão estar a funcionar ainda neste ano.

Estamos a trabalhar em múltiplas frentes porque as pessoas têm múltiplas dimensões e nós temos de as trabalhar todas para que a pessoa possa ter um processo de autonomização que a retire da condição e que seja de tal forma consistente que evite que a pessoa volte a essa condição”, explicou, acrescentando que, entre as pessoas sem-abrigo, a prioridade está nas que estão há mais tempo nessa situação.

A prioridade têm sido as pessoas, afirmou, bem como as respostas a dar e o trabalho com as equipas, mas admitiu que é preciso agora fazer uma “radiografia” ao problema e conseguir ter dados com análise estatística que ajudem a conhecer melhor a dimensão e as características.

Adiantou que há já um “grupo de trabalho a investir nisso” e que espera poder ter trabalho feito “nos próximos meses”.

Temos de trabalhar e por esta dimensão na agenda, que é dizer olhar para as situações que temos agora, perceber como é que as pessoas chegaram a elas e tentar antecipar o que é que poderia ser feito para elas não chegarem a essa situação”, sublinhou Henrique Joaquim.

Olhando para o que foi o primeiro ano a coordenar a ENIPSSA, Henrique Joaquim recordou que o primeiro grande desafio foi o de, ao fim de dois meses e meio, ter de alterar tudo e redefinir prioridades.

A pandemia obrigou a reorganizar a forma de trabalho, sobretudo o das equipas de rua, mas também a criar espaços de acolhimento de emergência, numa altura em que era pedido a todos que ficassem em casa.

Nunca se parou o apoio, ele existiu sempre”, garantiu o responsável, lembrando que foram criados 20 espaços de acolhimento de emergência, por onde passaram mais de 700 pessoas.

Muitas vezes pessoas que durante anos não aceitaram ajuda, aceitaram-na naquele momento e isso permitiu depois encaminhar essas pessoas para outras soluções. Foi toda uma nova abordagem que foi preciso descobrir e implementar”, sublinhou.

Henrique Joaquim recorda que as pessoas sem-abrigo lidaram “com receio e alguma incerteza” com a nova realidade, mas acabaram elas próprias por ser parte da solução, em que “muitas fizeram da desvantagem uma vantagem”.

O facto de terem uma rede de contactos limitada de certa forma transformou-se numa vantagem enquanto proteção”, admitiu, sublinhando que o número de casos de infeção por covid-19 entre pessoas sem-abrigo “foi residual”.

Depois de criadas as respostas de emergência, Henrique Joaquim disse que surgiu outro desafio, o de encontrar respostas de suporte habitacional e de acolhimento que evitassem que estas pessoas voltassem ou continuassem na rua.

A aposta passou, assim, a ser encontrar habitações para estas pessoas, seja em modelo ‘Housing-First’, quer em habitações partilhadas, com caráter mais temporário, dentro de uma lógica de dispersão de respostas por todo o território nacional e de diversificação, de modo que as equipas que estão no terreno “possam ir tendo soluções mais estáveis”.

O coordenador da estratégia nacional garantiu que durante o ano de 2021 a aposta vai ser a de dar continuidade a esta estratégia, fechando os protocolos que transitam do ano passado e abrindo concursos para 2021, “continuando a oferecer essas respostas em todo o território”.

 

É possível reduzir problema até 2030

Na mesma entrevista, Henrique Joaquim mostrou-se cauteloso quanto a este problema, sublinhando que “em contexto de pandemia, o mais certo é o incerto”, mas defendeu que, tendo em conta as medidas nacionais e europeias que estão a ser tomadas, será possível pelo menos erradicar parcialmente o problema.

Vendo as respostas que estão a acontecer, quer a nível nacional, quer em outros países, como a Irlanda, Finlândia, Bélgica ou França, se não for possível em 2030 ter a erradicação, acho que termos uma redução muito significativa é possível”, defendeu, referindo-se ao plano a dez anos a nível europeu para encontrar soluções para este problema.

Eu acredito que sim porque há situações que estão a ser resolvidas”, acrescentou.

Em dezembro, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução para que os estados-membros da União Europeia tenham estratégias nacionais e medidas concretas para combater o fenómeno das pessoas sem-abrigo, tendo também instado a Comissão Europeia a criar apoios para erradicar o problema.

Para o coordenador da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-abrigo (ENIPSSA), a solução está em prevenir e antecipar o que leva alguém a tornar-se numa pessoa em situação de sem-abrigo, destacando que “o que faz falta é replicar” as medidas que já têm resultados e “torná-las mais eficazes”.

Destacou, a propósito, o trabalho que está a desenvolver com a Comissão Europeia no âmbito do plano de ação que vai ser apresentado em 03 de março, revelando que já está agendada para 21 de junho a cerimónia oficial em que a presidência portuguesa da União Europeia vai apresentar a plataforma europeia “para congregar os estados-membros a encontrar soluções partilhadas para este problema social”.

Estamos a partilhar e a investir com outros estados-membros para este fenómeno, que em outros estados tem outra escala com dimensões muitíssimo maiores”, adiantou, acrescentando que os países estão “todos a aprender com todos” e que o combate ao fenómeno “é um objetivo da presidência” portuguesa.

Na opinião de Henrique Joaquim, esta plataforma “vai ser muito importante” porque, apesar de o Pilar dos Direitos Sociais já existir há alguns anos, só agora vai ter um plano de ação para o concretizar.

São 20 princípios que esse pilar tem e cada um dos princípios vai ter objetivos muito concretos, vai ter metas e dentro do 19.º, que é especificamente focado na questão das pessoas em situação de sem-abrigo, um dos primeiros passos vai ser o lançamento desta plataforma. É um dos grandes objetivos da nossa presidência, congregar os estados-membros”, sublinhou.

O coordenador da ENIPSSA disse ainda que este trabalho tem tido um “envolvimento muito bom e um compromisso muito grande” da parte do comissário europeu para o Emprego e dos Direitos Sociais, Nicolas Schmit, e que o governo português “está claramente empenhado nesta dimensão”.



Fonte: Sapo



Mais de dois milhões de portugueses em risco de pobreza

23 de fevereiro de 2021

Taxa de pobreza caiu em 2020, mas ainda atinge mais de dois milhões de pessoas. Quase 5% estão em privação material severa e 4% da população não conseguiu ter consultas médicas das quais necessitava.

 

A taxa de pobreza atinge mais de dois milhões de pessoas em Portugal.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) esclarece que em 2020, o número de cidadãos que viviam com rendimentos abaixo do limiar de pobreza atingiu 19,8%, numa redução face aos 21,6% registados em 2019, que ainda assim atinge 2,04 milhões de indivíduos.

O limiar de pobreza está fixado nos 6.480 euros anuais (o equivalente a 540 euros mensais).

No ano da pandemia, inverteu-se a tendência dos anos anteriores no que diz respeito a acesso a cuidados de saúde: 3,9% da população teve necessidade de consultas médicas que não recebeu. Há cinco anos que este indicador melhorava.

A "taxa de privação material" também diminuiu no ano passado, para 13,5%, enquanto a taxa de privação material severa caiu para 4,6%, "mantendo-se a tendência de redução dos dois indicadores".

A taxa de privação material corresponde à fatia da população que passa por pelo menos três de nove dificuldades:

- Sem capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada próxima do valor mensal da linha de pobreza sem recorrer a empréstimo

- Sem capacidade para pagar uma semana de férias, por ano, fora de casa, suportando a despesa de alojamento e viagem para todos os membros do agregado

- Atraso, motivado por dificuldades económicas, em algum dos pagamentos regulares relativos a rendas, prestações de crédito ou despesas correntes da residência principal, ou outras despesas não relacionadas com a residência principal

- Sem capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de 2 em 2 dias

- Sem capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida

- Sem disponibilidade de máquina de lavar roupa por dificuldades económicas

- Sem disponibilidade de televisão a cores por dificuldades económicas

- Sem disponibilidade de telefone fixo ou telemóvel, por dificuldades económicas

- Sem disponibilidade de automóvel (ligeiro de passageiros ou misto) por dificuldades económicas

Quem passa por pelo menos quatro destas nove dificuldades é considerado em privação severa.

 

Fonte: TSF

 

Presidência da UE: Portugal anuncia plataforma europeia sobre sem-abrigo

22 de fevereiro de 2021

Portugal anunciou uma plataforma europeia sobre pessoas em situação de sem-abrigo que pretende fazer o retrato europeu desta população, que "não existe".

 

A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) vai lançar, em junho, uma plataforma europeia sobre pessoas em situação de sem-abrigo, anunciou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Em entrevista à Lusa, via zoom, a propósito da videoconferência informal dos ministros responsáveis pelas pastas de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores (EPSCO), que se realiza, Ana Mendes Godinho avançou que a plataforma tem como objetivo detetar os instrumentos a nível europeu que “permitam mobilizar recursos e encontrar soluções para as pessoas que estão em situação mais vulnerável”.

A iniciativa da presidência portuguesa, que decorre até 30 de junho, “será tomada pela primeira vez” e insere-se no combate à pobreza e à exclusão social, um dos principais eixos do pilar social europeu. Ana Mendes Godinho adiantou que o Governo está a “ultimar o lançamento de uma plataforma nacional para passar a ter a identificação e o acompanhamento das situações [da população sem-abrigo] em tempo real”. O executivo não dispõe de dados sobre esta população relativos a 2021 e os de 2020 estão a ser ultimados por parte dos núcleos de acompanhamento local, disse a ministra.

A plataforma que será lançada em junho, adiantou, pretende fazer o retrato europeu da população sem-abrigo, que “não existe”, e permitir uma partilha dos instrumentos usados em todos os Estados-membros da UE, “para encontrar respostas mais eficazes” que respondam de forma “integrada” às “várias dimensões” das pessoas em situação de sem-abrigo.

Numa resolução adotada em novembro do ano passado, o Parlamento Europeu apelou à UE e aos seus Estados-membros para que acabem com a situação de sem-abrigo até 2030. Os eurodeputados defenderam um quadro europeu de estratégias nacionais e apelaram aos países da UE para descriminalizarem os sem-abrigo e continuarem a financiar a resolução do problema. Recordando que a habitação é um direito humano fundamental, o Parlamento Europeu estima que, todas as noites, mais de 700 mil pessoas dormem nas ruas na Europa, um aumento de 70% nos últimos dez anos.

Sob o lema “Um futuro com empregos, Empregos para o futuro de uma Europa Social Forte”, a videoconferência informal dos EPSCO é co-organizada pelos Ministérios da Presidência e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e contará com as participações da Organização Internacional do Trabalho e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Em debate estarão três áreas-chave do plano de ação para um Pilar Europeu dos Direitos Sociais: apoio ao emprego, qualificação e formação de adultos e combate à pobreza e à exclusão social. Na “agenda ambiciosa” da presidência portuguesa para a área social constam ainda o “lançamento da recomendação da garantia para a infância e a nova estratégia europeia relativa às pessoas com deficiência”, acrescentou a ministra do Trabalho. A UE deve comprometer-se “cada vez mais com o reforço do seu modelo social europeu e com respostas concretas para os cidadãos”, defendeu.

 

 

Fonte: Observador

Reformadas portuguesas continuaram a empobrecer antes da chegada da pandemia

22 de fevereiro de 2021

Rede Europeia Anti-Pobreza alerta para a situação de boa parte do interior, que assistiu, nas últimas presidenciais, ao voto crescente no extremismo.

 

Foram a exceção num retrato geral de desagravamento das taxas de pobreza em Portugal, tirado antes da pandemia. Em 2019, as portuguesas já aposentadas continuaram a empobrecer, com a taxa de pobreza entre este grupo a atingir 17,2%, num máximo de nove anos. Só em 2010, houve uma percentagem maior de reformadas na pobreza, então de 19%.

Os números traduzem-se em qualquer coisa como 163,5 mil reformadas a viver abaixo do limiar da pobreza, atendendo ao número de mulheres com pensões de velhice nesse ano. E a subida ocorre com um aumento do valor do limiar abaixo do qual se considera haver risco de pobreza. Subiu, em 2019, aos 540 euros mensais (mais 39 euros), empurrado pela evolução da mediana de rendimentos da população. Os aumentos de pensões não acompanharam, mesmo com a garantia extraordinária de subidas em seis ou dez euros para as pensões mais baixas nesse ano.

Nos dados dos relatórios de sustentabilidade da Segurança Social, o valor médio das pensões de velhice das mulheres estava há dois anos em 359 euros, contra 634 euros nos homens (348 euros e 613 euros, respetivamente, um ano antes, com uma evolução mais positiva para os homens).

 

Pobreza no feminino

A associação das idosas portuguesas ao retrato da maior pobreza no país não é nova, nem o são as causas para que isso aconteça. Elas trabalharam menos, mais informalmente ou com menor intensidade e por salários mais baixos. Por isso, descontam menos - e recebem menos. "Muitas não fizeram descontos, não têm reforma capaz e não têm formas de sustentar a casa, pagar os medicamentos", descreve Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal, para quem o retrato de um pobre em Portugal cola, inevitavelmente, mais à imagem de uma mulher. "A pobreza sempre é maioritariamente feminina, até por causa das mães solteiras - um problema que se devia equacionar -, das mães divorciadas, das viúvas."

Os números não o desmentem. Num país com um quinto de pobres ou excluídos, representando mais de dois milhões de pessoas, as mulheres têm, ainda em 2019, as maiores taxas de pobreza e de privação material - 16,7% e 14% respetivamente, que comparam com 15,6% e 13% nos homens.
O responsável da Rede Europeia alerta também para a realidade crescente de mães que criam filhos sozinhas, tendendo assim para a pobreza, da qual - recorda dados da 
OCDE - se demora cinco gerações a sair em Portugal. "Se têm filhos, aumentam encargos e os rendimentos não chegam. E, normalmente, filhos da monoparentalidade são filhos pobres."

Se é este um dos caminhos da perpetuação da pobreza, outro são os abalos ao emprego e a salários trazidos por crises como a atual. Jardim Moreira diz que "não é preciso ser bruxo" para prever maior pobreza em Portugal no pós-pandemia.

Os indicadores ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, de 2019, mostram, para já, a atenuação da pobreza e são devedores de um ano em que a economia cresceu 2,2%, os salários 2,6%, mais de 4,9 milhões tinham emprego e se alcançou o primeiro excedente orçamental em mais de quatro décadas.

 

Chama acesa

Muito disto, à boleia do turismo, que a covid-19 veio derrubar um pouco por todo o mundo. "Tínhamos um grande fluxo turístico, com imensos trabalhos precários: limpeza, lavar loiça, cozinha, serviço. E havia também o serviço domiciliário, a limpeza a casa. Com a pandemia e o medo, abdicaram das senhoras da limpeza. Todos aqueles trabalhos muito frágeis e mal remunerados acabaram. As pessoas ficaram tremendamente dependentes", resume.

No terreno, a Rede lança alertas. Jardim Moreira fala com o Dinheiro Vivo após uma reunião com responsáveis locais em territórios onde mais cresceram votos para André Ventura, o candidato da extrema-direita, nas últimas presidenciais, e ao mesmo tempo a pobreza ficou mais visível. "Se não mudarmos, pode ser uma chama que vai arder e causar problemas gravíssimos. Falavam-me de Beja e falavam-me de Mourão. E falavam-me outros de Bragança e de Portalegre", descreve num mapa de risco que, para já, não conhece indicadores oficiais.

 

Fonte: Dinheiro Vivo

 

35 anos na UE. Portugal reduz miséria mas ainda tem mais de dois milhões de pobres

20 de fevereiro de 2021

Estudo da Pordata mostra que Portugal melhorou "consistentemente" nos indicadores de pobreza e exclusão social, abandono escolar, desemprego de longa duração, entre outros. Mas continua a ter um PIB per capita mais baixo do que a média europeia e mais desigualdade.

 

No Dia Mundial da Justiça Social ficamos a saber, por um estudo da Pordata, que Portugal tem vindo a reduzir a miséria no país, mas ainda tem 2,2 milhões de pessoas, ou seja, dois em cada dez residentes, em situação de pobreza e exclusão social.

Em plena presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, a Pordata, projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, lança um conjunto de indicadores capazes de traçar o retrato de Portugal e dos 27 e o percurso relativo aos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ao longo das últimas décadas e dos próximos dez anos.

Os dados apurados, com base na informação do Eurostat, mostram que há ainda 91 milhões de pessoas (21%) em situação de pobreza e exclusão social na União Europeia (UE) e mais de dois milhões (22% da população) estão em Portugal, que ainda assim superou em 2017 a meta de redução da pobreza prevista para 2020, ao ter conseguido retirar 543 mil residentes das condições mais precárias de vida, o que lhe confere o sexto lugar entre os 27 com a evolução mais positiva nos últimos cinco anos.

Índices de pobreza mais acentuados têm a Bulgária, a Roménia e a Grécia, e os países com menor proporção neste indicador são a República Checa, a Eslovénia e a Finlândia (inferiores a 12%). E há Estados que viram aumentar os seus níveis de pobreza desde 2008, como Espanha, Suécia, Holanda, Itália, Grécia, Dinamarca, Luxemburgo, Estónia, Malta e Chipre.

A diretora da Pordata, Luísa Loura, sublinha ao DN a importância de acompanhar estes indicadores, sobretudo num momento em que vivemos uma crise sanitária, mas também económica e social e que se prolongará no pós-pandemia.

"Não é preciso fazer futurologia para perceber que o indicador da pobreza e exclusão social se irá agravar", diz, anunciando o mesmo para o das desigualdades sociais: "Haverá novas franjas, dada a crise que vivemos, que ficarão nas margens, mas numa situação transitória porque terão níveis de educação superior."

Luísa Louro dá o exemplo dos profissionais do setor da cultura, que têm um nível alto de instrução, mas que estão a ser fortemente penalizados pela pandemia na sua atividade profissional.

O limiar a partir do qual se define a pobreza nos vários países da UE é muito diferente. Em Portugal, situava-se, em 2019, em 580 PPS mensais - uma moeda fictícia que significa "paridade de poder de compra padrão" e serve para comparar os níveis de bem-estar e de despesa entre países, anulando a diferença de níveis de preços. Assim, no Luxemburgo, o limiar da pobreza situa-se nos 1447 PPS mensais e menos de 367 mensais na Roménia.

 

Empregados e casas pobres

Em 2019, segundo o mesmo estudo, em Portugal, 11% da população empregada era considerada pobre, ou seja, vivia com rendimentos inferiores ao limiar de risco de pobreza. O que nos coloca entre os cinco países em maior risco de pobreza entre trabalhadores (os outros quatro são Roménia, Espanha, Luxemburgo e Itália). Já na Finlândia e na República Checa, menos de 4% da população empregada está em risco de pobreza.

A taxa de risco da pobreza é a percentagem de pessoas que têm rendimentos considerados baixos em relação à restante população, e a linha de pobreza varia de país para país, isto é, uma pessoa considerada pobre em Portugal pode não o ser noutro dos 26 Estados membros. Por cá, considera-se no limiar da pobreza quem auferir menos de 501 euros mensais.

 

Desigualdade

O nosso país é também o oitavo a nível da UE com maior desigualdade entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres. Os primeiros ganham cinco vezes mais do que os segundos. Na Bulgária essa diferença é oito vezes mais. Já República Checa, Eslováquia e Eslovénia são os que apresentam menor diferença na desigualdade (três vezes mais).

A Pordata regista ainda que, entre 2010 e 2019, onze dos 27 países da UE, entre os quais não está Portugal, aumentaram as desigualdades na distribuição de rendimentos.

Portugal é o nono país com menor PIB per capita dos 27, abaixo da média europeia, duas vezes menor do que, por exemplo, o irlandês e três vezes menor do que o luxemburguês.

 

Habitação e educação

O estudo mostra ainda que cerca de uma em cada quatro pessoas (24%) vive no país com más condições de habitação, proporção só ultrapassada por Chipre (31%), sendo certo que 13% da população europeia reporta não ter boas condições em suas casas. Este indicador mede a percentagem de população com pelo menos um dos défices básicos nas condições das habitações: um telhado que deixa entrar água, paredes/soalhos/fundações húmidas ou apodrecimento dos caixilhos das janelas ou do soalho.

Ainda no que diz respeito ao conforto das habitações, Portugal é o quarto país dos 27 com maior proporção de população (19%) que não se consegue manter quente adequadamente, um valor que ainda assim decresceu 17% em 15 anos. Só a Bulgária (30%), Lituânia (27%) e Chipre (21%) registam maiores proporções.

Outro dos indicadores importantes do estudo da Pordata neste Dia Mundial da Justiça Social é o da educação, que mede a taxa de abandono escolar precoce. Portugal é o sétimo país a registar maior taxa de abandono escolar em 2019 (10,6%). Mas foi o segundo país, a seguir a Malta, que mais viu decrescer o abandono escolar entre 2002 e 2019. Recorde-se que a escolaridade obrigatória até ao 12.º ano foi aprovada em 2009 e entrou em vigor no ano letivo de 2012-2013.

"O ponto de partida de Portugal em 2002 era de 45% de abandono escolar precoce, valor só superado por Malta, com 53%", refere o estudo. Em 2019, Portugal já tinha taxas inferiores a países como Espanha, Itália, Bulgária, Hungria e Roménia e o Instituto Nacional de Estatística, (INE) divulgou que em 2020 a taxa de abandono escolar ficou pelos 8,9%, bastante inferior à meta de 10% definida pela Estratégia Europa 2020.

"Há uma melhoria consistente nos indicadores de Portugal, nalguns casos espetacular, como é o do abandono escolar", afirma a diretora da Pordata. Luísa Loura lembra que Portugal partiu de uma "situação muito complicada", com elevadas taxas de analfabetismo, durante a ditadura, em que o investimento na educação era muito fraco. "Os que tinham educação era de bom nível, mas não havia condições de acesso às crianças à escola", frisa.

 

Luísa Loura considera que "parecia impossível" atingir a meta de 10% dos jovens que não frequentam o ensino secundário ou não estão a estudar. "Conseguimos um percurso consistente de escolarização dos nossos jovens. E este indicador é muito importante para tudo, é o capital humano que está a ficar em toda a Europa e é uma mais-valia neste momento de crise", afirma a também investigadora universitária. "É um capital que não se perde", insiste.

Mas o "impossível" foi conseguido. Em Portugal, a taxa global de jovens não empregados, que não estão em educação ou formação, é de 9%, valor que representa um decréscimo de sete pontos percentuais face ao valor máximo atingido em 2013 (16%).

 

Na União Europeia, a taxa dos jovens entre os 15 e os 29 anos nestas condições foi de 13%, sendo mais acentuada nas mulheres (15% versus 11%).

No que diz respeito à taxa de desemprego de longa duração - 12 ou mais meses -, caiu mais de sete pontos percentuais desde 2013, ano em que atingiu o máximo de 9,3%. Este foi um ano em plena concretização do programa de ajustamento imposto pela troika, depois da crise económica de 2011 que obrigou Portugal a pedir o resgate financeiro.

Portugal é assim o sexto país com maior taxa de desemprego de longa duração (2,8%), valor semelhante à média da União Europeia, que, em 2013 e 2014, também atingiu o seu valor mais elevado (5,5%). Na Grécia, este tipo de desemprego atinge os 12%.

 

 

Fonte: Diário de Notícias

Risco de pobreza diminui mas ainda atinge mais de dois milhões de pessoas

19 de fevereiro de 2021

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento publicado esta sexta-feira pelo INE conclui que havia mais de dois milhões de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social em 2020.

O número de portugueses em risco de pobreza manteve em 2020 a tendência decrescente, mas ainda ultrapassa os dois milhões de pessoas. A conclusão surge no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados relativos a 2020, ainda provisórios, revelam que, segundo o indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida, havia em 2020 pouco mais de dois milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social em 2020, com base nos rendimentos de 2019. A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi 19,8%, uma melhoria face aos 21,6% registados um ano antes. 

O inquérito realizado em 2020, que incidiu sobre os rendimentos do ano anterior, indica que 16,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2019, o que reflete também uma melhoria em comparação com os 17,2% de 2018. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2019, "à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6 480 euros anuais", ou 540 euros por mês.

De acordo com os mesmos dados, a taxa de privação material dos portugueses em 2020 diminuiu de 15,11% para 13,5%, enquanto a taxa de privação material severa desceu de 5,6% para 4,6%. Todos os indicadores de privação material registaram desempenhos mais positivos em 2020 face ao ano anterior. 

Por exemplo, a percentagem de pessoas que em 2020 viviam em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa passou de 40% para 38%. Já a percentagem de pessoas que viviam em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada de 500 euros, passou de 33% para 30,7%. 

O INE revela ainda que no ano passado, 17,4% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para manter a casa adequadamente aquecida, face aos 18,9% registados em 2019. Há ainda 5,4% de portugueses que viviam em agregados sem capacidade para pagar atempadamente rendas, encargos ou despesas correntes, menos 0,4 pontos do que em 2019. Foram ainda contabilizadas 4,4% de pessoas que viviam em agregados sem disponibilidade de automóvel, menos 0,9 pontos face a 2019.

Em 2020, a região Centro manteve-se como aquela que registou a taxa de privação material severa mais baixa do país, atingindo 3,4% dos residentes na região. As regiões autónomas continuam a ter as taxas mais elevadas de pessoas em privação material severa: na Madeira, a taxa atingiu os 11%, mais 3,7 pontos percentuais face ao ano anterior, enquanto nos Açores a taxa baixou 3,5 pontos para 9,6%.



Fonte: Jornal de Negócios

Taxa de pobreza ou exclusão social baixou em 2020, revela INE

19 de fevereiro de 2021

O INE revelou que a taxa de pobreza ou exclusão social baixou para 19,8% face aos 21,6% em 2019. A taxa de privação material também diminuiu para 13,5% e a severa para 4,6%.

A taxa de pobreza ou exclusão social apurada pelo Instituto Nacional de Estatística em 2020 situou-se em 19,8%, contra 21,6% um ano antes, de acordo com os dados provisórios sobre rendimento e condições de vida esta sexta-feira divulgados.

Em 2020, a taxa de privação material dos residentes em Portugal diminuiu para 13,5% (15,1% em 2019) e a taxa de privação material severa para 4,6% (5,6% em 2019)”, especificou o INE.

A informação recolhida sobre privação material, de abril a setembro de 2020, confirmou a tendência para a redução da privação, exceto no caso da falta de capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de dois em dois dias, que aumentou de 2,3% em 2019 para 2,5% em 2020.

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2020 sobre rendimentos do ano anterior, revelou também que 16,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2019 (17,2% em 2018), mantendo-se a tendência para a redução deste indicador.

A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2019, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto) inferiores a 6.480 euros anuais (540 euros por mês).

De acordo com o indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida, dois milhões pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020, tendo em conta os rendimentos de 2019.

A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi de 19,8%, contra 21,6% no ano anterior.

Apesar da redução observada, 38% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa (menos 2,0 pontos percentuais (p.p) do que em 2019), indicou o INE.

Da mesma forma, 30,7% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada de 500 euros, o que corresponde aproximadamente ao valor mensal da linha de pobreza no ano anterior (em 2019, a proporção foi de 33,0%, para uma despesa inesperada de 470 euros).

Em 2020, continuou a ser na região Centro que se registou a taxa de privação material severa mais baixa do país (3,4% dos residentes na região).

As regiões autónomas continuam a ter as taxas mais elevadas de pessoas em privação material severa: 9,6% na Região Autónoma dos Açores, “pese embora a redução de 3,5 p.p. em relação ao ano anterior”, e 11,0% na Região Autónoma da Madeira (mais 3,7 p.p. do que no anterior), concluiu o INE.

 

Fonte: Observador



Governo lança “Pensão na Hora"

18 de fevereiro de 2021

Foi aprovado em Conselho de Ministros o programa "Pensão na Hora" e o aumento extra de dez euros nas pensões mais baixas.


O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a medida “Pensão na Hora”, que prevê o fim do hiato temporal entre a idade da reforma e a entrada efetiva para a mesma. Outras das medidas aprovadas foi o aumento extra de dez euros nas pensões mais baixas.

Foi aprovado o decreto-lei que altera o regime de proteção nas eventualidades de invalidez e velhice dos beneficiários do regime geral de segurança social”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

O diploma integra um conjunto de regras que permitirá uma maior rapidez de atuação da Segurança Social no pagamento de pensões, concretizando o projeto Simplex “Pensão na Hora”, e protegendo os beneficiários de prestações sociais quando, por força das regras de atualização do indexante de apoios sociais, a variação daí resultante seja negativa”, acrescenta ainda o documento.

Este decreto, explicou a ministra do Trabalho e da Segurança Social, vem agilizar a atuação da Segurança Social no pagamento de pensões. Em conferência de imprensa, Ana Mendes Godinho especificou que com esta alteração “todo o processo de atribuição da pensão por velhice passa a estar tramitado online, através da Segurança Social Direta”, havendo um “deferimento automático” da pensão, caso o requerente aceite o valor apresentado no site da Segurança Social, ficando “desde logo a receber uma pensão provisória com aquele valor”.

A ministra referiu ainda que esta é uma “mudança radical no próprio processo” de atribuição de pensões e que será implementada na Segurança Social Direta já durante este mês de fevereiro.

Por outro lado, foi aprovada a “quinta atualização extraordinária das pensões, prevista na Lei do Orçamento do Estado para 2021, que prevê um aumento de dez euros mensais nas pensões mais baixas (até 658,21 euros), garantindo um ganho real do poder de compra para estes pensionistas”, anunciou a ministra de Estado e da Presidência, também presente na conferência de imprensa.

Esta atualização extraordinária, explicou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, “já foi paga em fevereiro com retroativos a janeiro” e abrange 1,9 milhões de pessoas. “Significa que, desde 2015, estas pensões mais baixas — até 1,5 do IAS — tiveram um aumento das suas pensões que variou entre 420 a 700 euros”, explicou a ministra do Trabalho e da Segurança Social.



Fonte: Sapo

Como é que o salário médio aumentou 2,9% em plena pandemia?

12 de fevereiro de 2021

Comportamento é "normal em recessões" e é explicado pela alteração na composição do emprego, que cresceu em profissões que já pagavam mais do que a média (e diminuiu naquelas que pagavam pior).

À primeira vista, pode parecer estranho: num ano de pandemia, de negócios sem atividade, de layoff e de despedimentos, a remuneração bruta mensal média (um conceito que abrange subsídios e prémios) em Portugal subiu 2,9% face a 2019 (para 1.314 euros), um ritmo que até foi superior ao que aconteceu nos anos anteriores. Como? Este comportamento não é novo — é, aliás, “normal em recessões” — e até já era expectável, segundo os economistas ouvidos pelo Observador. E há várias razões que ajudam a explicá-lo.

Uma delas é apontada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) quando, no destaque sobre a evolução dos salários, distingue o aumento da remuneração bruta total no setor público (subiu 1,1% em dezembro de 2020 face a período homólogo) e no privado (cresceu 3,7%). Segundo o INE, o crescimento das remunerações foi muito superior no setor privado porque “foi influenciado pela diminuição do número de trabalhadores deste setor com remunerações abaixo da média“. Por outras palavras, como o aumento de 2,9% se trata de um valor médio, e uma vez que da base populacional são excluídos trabalhadores com salários mais baixos, a média salarial sobe.

Pedro Portugal, economista do Banco de Portugal e professor na Nova School of Business and Economics, explica ao Observador que esta subida da remuneração média “acontece quase sempre em recessões” devido ao chamado “efeito de recomposição” do emprego. “Acontece porque as pessoas que se separam dos seus postos de trabalho [em momentos de recessão, como o que se vive] tendem a ter empregos mais frágeis, com remunerações mais baixas, com menos qualificações”, afirma.

Num artigo publicado, em 2012, no “American Economic Journal”, em conjunto com Anabela Carneiro e Paulo Guimarães, também economistas, Pedro Portugal analisou o comportamento cíclico dos salários em recessões anteriores, até 2007. Para essa análise, os autores tiveram em conta as mudanças na composição da força de trabalho ao longo do ciclo económico. E, na altura, já concluíam: “Se os postos de trabalho menos produtivos e mais mal pagos são mais propensos a serem destruídos numa recessão (tal como os trabalhadores menos qualificados são mais propensos a serem dispensados durante uma crise), eles vão representar uma menor proporção do emprego em recessões do que numa expansão económica“.

Os estudos sobre recessões anteriores, nomeadamente na última crise financeira, e na atual, também concluem que os trabalhadores com contratos a prazo “perdem os seus empregos desproporcionalmente” e são os primeiros a ser afetados, acrescenta Pedro Portugal.

Last in, First Out” e o efeito de recomposição

João Cerejeira, economista e investigador na Universidade do Minho, concorda que este comportamento do salário médio era expectável. “Numa fase inicial das crises”, como aconteceu na anterior, as empresas seguem um critério que é o ‘Last In, First Out’ (LIFO): os últimos a entrar na empresa são os primeiros a sair. Tendencialmente, são os trabalhadores com contratos mais precários, os mais jovens, com menor experiência — e, lá está, menor salário. Este efeito pode ter sido agravado porque as empresas que estão em layoff não podem despedir nos 60 dias após a data em que a empresa deixou de beneficiar do regime, mas podem optar por não renovar contratos a prazo.

Porém, se a crise se prolongar, é muito provável que o efeito do aumento do salário médio se inverta. Na “fase de recuperação” da última crise financeira, os salários médios começaram a descer porque, nessa altura, passaram a ser afetados os trabalhadores com maior antiguidade e, à partida, salários mais altos. “Por um lado, houve um conjunto de despedimentos coletivos, reestruturação de empresas que afetaram os trabalhadores com antiguidade mais elevada, e que acabaram por ser substituídos por novas contratações com salários inferiores aos praticados na empresa, fazendo descer a média salarial”, explica o investigador.

É isso que vai acontecer nos próximos meses? “É cedo para dizer, depende da fase de recuperação em que estejamos. Ainda não percebemos em que ponto estamos”, acrescenta. A vacina e as dúvidas sobre a sua eficácia perante as novas variantes só aumentam a incerteza.

Mas se o emprego diminuiu em profissões que pagavam abaixo da média, como referiu o INE, também aumentou em profissões “que já pagavam mais do que a média”, aponta João Cerejeira. Os dados do instituto ajudam a perceber a questão.


De facto, entre 2019 e 2020, as empresas viram o número de trabalhadores diminuir em cerca de 44 mil (os dados do INE têm como base as remunerações declaradas à Segurança Social e as contribuições para a Caixa Geral de Aposentações, num universo de 4,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem). Foi o setor do turismo (“Alojamento, restauração e similares”) o que mais viu o emprego cair em termos percentuais (8,8%), mas também o que, a seguir ao setor agrícola, pagou pior aos trabalhadores (em média, 830 euros mensais). Com os despedimentos no setor, os trabalhadores dispensados deixaram de contribuir para a média salarial, que assim aumenta.

Entre os mais afetados estão também as “atividades administrativas e dos serviços de apoio”, onde se incluem, por exemplo, agências de viagens. Neste setor, o número de trabalhadores caiu 8,1% e, segundo cálculos do Observador, o montante total de ordenados pagos desceu 2,7%.

No extremo oposto, foi nas “atividades de informação e de comunicação“, precisamente uma das que tem maior média salarial (2.063 euros mensais), que a percentagem de pessoas empregadas mais aumentou (6%) e em que o volume de salários pagos mais subiu — 10,3%, ou seja, mais 24 milhões de euros. Segue-se a construção, que não parou durante a pandemia, e que viu o emprego crescer 4,4% e o total de ordenados pagos aumentar quase 7%.



Onde o emprego mais caiu

Fonte: INE e cálculos do Observador



Os números mostram, assim, o “efeito de recomposição”. “Tivemos uma alteração da composição do emprego a favor de ocupações com níveis salariais mais elevados. O emprego cresceu em profissões que já pagavam mais do que a média e diminuiu em profissões que pagavam abaixo da média”, sintetiza João Cerejeira. Se alguns setores foram fortemente afetados pela pandemia, outros continuaram a sua atividade sem grandes disrupções, em muitos casos em teletrabalho, ou até viram o volume de trabalho subir — como no caso das entregas ao domicílio, lembra Pedro Portugal.

Empresas que estiveram em layoff foram as que perderam mais postos de trabalho

O INE traça ainda uma distinção entre as empresas que estiveram, pelo menos uma vez, em layoff ou em que os trabalhadores recorreram ao apoio à família, e as que nunca foram abrangidas pelo regime. Se no caso das empresas “não layoff”, o número de trabalhadores se manteve estável até fevereiro de 2020, começou a diminuir em março (0,5% face a período homólogo) e em junho observou a maior queda (3,2%). Porém, nos dois últimos meses do ano já recuperou (0,2% e 1,9%, respetivamente).

Por outro lado, as “empresas layoff” viram o número de trabalhadores subir mais do que 5% até março, tendo começado a cair a partir de junho (2,3%), tendência que se manteve nos meses seguintes (por exemplo, em setembro caiu 3,1% e em dezembro 4,8%). As empresas que recorreram a este regime de apoio ao pagamento de salários estão, assim, a contribuir mais para a perda do emprego do que as restantes — o que, como vimos, pode estar relacionado com o facto de ter chegado ao fim o período durante o qual não podiam despedir.

Esta evolução também não espanta João Cerejeira, já que, antes do confinamento, o acesso ao layoff, estava dependente de uma elevada quebra de faturação (40% no layoff simplificado, 25% no seu sucedâneo — o apoio à retoma progressiva). “Podiam aceder as empresas dos setores fechados por imposição legal e os que foram mais afetados em termos de volume de vendas. À partida, são as empresas onde já havia maiores quebras”, aponta.

Algumas “não serão sustentáveis” a longo prazo, “nomeadamente as que já tinham níveis de endividamento muito grandes e, agora, observaram um acréscimo ainda maior. São empresas em risco”. A forma como vão sobreviver ou não vai depender das medidas tomadas pelo Governo: “Por um lado, das condições de financiamento dessas empresas, do prolongamento, ou não, das moratórias de crédito”, mas também “da capacidade de recuperação da economia no segundo trimestre”.



Já percebemos que este primeiro trimestre vai ser de crise, mas no segundo semestre de 2021 e depois no que ano que vem, a manutenção desses postos de trabalho vai depender das medidas do Governo. Mas é preciso distinguir entre os impactos de natureza conjuntural e os de natureza mais estrutural, que ainda estamos  a tentar perceber quais são: se esta questão do comércio online veio para ficar, se o digital vai continuar a crescer ao ritmo que cresceu durante este período. Ainda é cedo para percebermos a magnitude dessas implicações“.

Outras explicações para o aumento do salários médio é a atualização salarial dos contratos coletivos e o aumento do salário mínimo. Em janeiro de 2020, este último subiu 35 euros para os 635 euros, abrangendo 742 mil pessoas, o que significa 21% dos trabalhadores em Portugal, segundo dados divulgados pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, em dezembro. “Há dez anos, a percentagem de trabalhadores a receber o salário mínimo era baixa, 4% ou 5%. Agora, há mais de 20% a receber o salário mínimo”, refere Pedro Portugal.

Custo do trabalho também subiu — mas porque se trabalharam menos horas

Em 2020, o índice do custo do trabalho subiu 8,6%. Este índice mede a evolução trimestral dos custos do trabalho por hora trabalhada e calcula-se dividindo o custo médio por trabalhador pelo número de horas trabalhadas, por funcionário. Daí que, a contribuir para esta subida, esteja a redução do número de horas trabalhadas em Portugal.

De facto, devido à pandemia, muitas empresas tiveram de encerrar atividade total ou parcialmente por via do confinamento, de março a início de maio, ou por via do recolher obrigatório, imposto nalguns dias do final do ano. O layoff também permitiu às empresas cortar horários de trabalho, até 100%, e obter ajuda da Segurança Social para pagar salários.

Segundo o INE, os trabalhadores completaram menos 5,8% de horas de trabalho em 2020, depois de um aumento de 1,5% em 2019. A quebra foi maior no segundo trimestre do ano (12,9%), o que teve reflexo no custo do trabalho, que cresceu 14,2%. No terceiro trimestre, as horas trabalhadas apenas caíram 2,9% e nos últimos três meses do ano 3,3%.

 

Fonte: Observador

 

Mulheres ganham menos 14% que homens e quadros superiores ganham menos 26,1%

16 de fevereiro de 2021

A diferença salarial entre homens e mulheres é de 14% sendo que as mulheres ocupam, com maior frequência, postos de trabalho em que apenas se recebe o salário mínimo nacional.

As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens, sendo a diferença de 14%, na generalidade, e de 26,1% entre os quadros superiores, refere um estudo da CGTP divulgado.

Segundo a análise do Gabinete de Estudos Sociais da CGTP-IN, baseada em dados do INE referentes ao quarto trimestre de 2020, as mulheres trabalhadoras ganham em média salários 14% mais baixos do que os trabalhadores do sexo masculino, situação que se verifica em todos os grupos etários e em quase todos os tipos de contrato.

A desigualdade é ainda mais elevada quando são comparados os ganhos nas qualificações mais altas, atingindo um diferencial de 26,1% entre os quadros superiores. Quando são comparados os ganhos mensais e não apenas salários, o diferencial global sobe de 14 para 17,8%, dado que os homens fazem mais trabalho extraordinário e recebem mais prémios, porque as mulheres ainda dão mais assistência à família.

Estes dados vão na mesma linha do diferencial encontrado pela CGTP a partir dos Quadros de Pessoal de 2018, através dos quais concluiu que as mulheres trabalhadoras auferiam, em média, salários base 14,5% mais baixos do que os homens, para trabalho igual ou de valor igual, no setor privado e no setor empresarial do Estado. De acordo com o estudo, na Administração Pública o problema de desigualdade verifica-se no acesso de mulheres a cargos dirigentes, sendo apenas 41% do total de dirigentes superiores, apesar de constituírem 61% dos trabalhadores do setor, o que depois se reflete nos seus salários.

Segundo a análise feita pela CGTP, não só os salários auferidos pelas mulheres trabalhadoras são em média mais baixos do que os dos homens, como elas ocupam com maior frequência postos de trabalho em que apenas se recebe o salário mínimo nacional. Em abril de 2019, cerca de 31% das mulheres recebiam o salário mínimo, face a 21% dos homens.

Para mostrar que esta desigualdade não tem justificação, a CGTP cita o relatório da OIT “Trabalho Digno em Portugal 2008-18. Da crise à Recuperação”, que refere que “o aumento do emprego no caso das mulheres em idade ativa foi responsável por 90% da subida total do emprego entre 2012 e 2016, tendo assim praticamente reduzido a diferença de género no emprego, muito embora tal não se tenha verificado no caso dos salários”.

 
"A subvalorização do trabalho e das competências das mulheres e o seu reflexo na retribuição, que é geralmente mais baixa ao longo da vida, também se reflete no baixo valor das prestações de proteção social e nas pensões de reforma, com situações, em muitos casos, de grave risco de pobreza e de exclusão social”, salientou, a propósito a CGTP.
 

Os dados do último trimestre do ano passado analisados pela central sindical mostram também que os trabalhadores com vínculos precários têm salários mais baixos que os trabalhadores com vínculos permanentes, sendo a diferença tanto maior quanto mais precário é o vínculo.

 

"Os falsos trabalhadores independentes ou sujeitos a outros vínculos contratuais ainda mais precários que os contratos a termo ganham, em média, salários 27% abaixo dos auferidos pelos trabalhadores com contratos permanentes, sendo o diferencial de menos 22% no caso dos trabalhadores com contrato a termo”, diz o estudo.

Segundo a CGTP, os salários em Portugal não são suficientes para retirarem os trabalhadores da pobreza pois um em cada dez trabalhadores empobrece a trabalhar, sejam mulheres ou homens. A Intersindical citou também o Relatório Mundial sobre Salários 2020-2021, da OIT, para afirmar que a atual crise pandémica “está a ter consequências mais negativas em Portugal em termos salariais, do que em outros países da Europa e particularmente entre as mulheres trabalhadoras”.

Segundo o relatório da OIT, os trabalhadores viram os seus rendimentos do trabalho diminuir após o surgimento da Covid-19, sendo Portugal o país, de entre 28 países europeus estudados, onde ocorreram as maiores perdas salariais entre o 1.º e o 2.º trimestre de 2020, as quais foram sentidas de forma agravada entre as mulheres.

Os trabalhadores portugueses perderam, em média, 13,5% dos seus salários no 2.º trimestre de 2020, acima da perda média de 6,5% dos 28 países analisados, mas a perda das mulheres foi de 16%, face aos 11,4% perdidos pelos homens trabalhadores portugueses.

Em quase todos os 28 países estudados as perdas salariais ocorreram sobretudo devido à descida do número de horas trabalhadas e não tanto por desemprego. Em Portugal as perdas salariais devido à redução do número de horas trabalhadas foram de 11,7%, enquanto 1,8% da diminuiução de rendimento resultou da perda de emprego.

 

Fonte: Observador

 

Novo apoio aos trabalhadores abaixo do limiar da pobreza

16 de fevereiro de 2021

Em Portugal, a elevada proporção de desempregados que, no seu conjunto, não são cobertos pelo subsídio de desemprego e a falta de acesso a prestações de desemprego vocacionadas para o apoio aos trabalhadores por conta própria são uma realidade.

A “proteção secundária do emprego” em Portugal já apresentava fragilidades nítidas que a pandemia veio intensificar. “A crise económica e social desencadeada pela pandemia da COVID-19 evidenciou de forma clara as fragilidades do atual sistema de proteção social, em particular a proteção do desemprego e do emprego precário”, diz o Colabor- Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social, organização que gera análises e conhecimento “de problemas presentes e antecipáveis” na área do trabalho e emprego, proteção social e economia social e solidária.

Para fazer face a algumas das limitações dos mecanismos de proteção social, desde o início da pandemia, o Governo adotou, por um lado, um conjunto de medidas de apoio direto e indireto à manutenção do nível de emprego, por outro, prorrogou a duração do subsídio social de desemprego e aprovou, ainda, medidas extraordinárias de compensação pela redução de rendimentos do trabalho.

Em relação a este segundo conjunto de medidas, o objetivo fundamental era garantir o alargamento da cobertura do sistema de Segurança Social a grupos desprotegidos ou mitigar o risco de desproteção.

O que foi concretizado, logo em março de 2020, através do prolongamento automático das prestações de desemprego até ao final de 2020 e da introdução de prestações extraordinárias de apoio à perda de rendimento dirigidas aos trabalhadores independentes e aos membros dos órgãos estatutários das empresas.

O sistema de proteção do emprego, calibrado sobretudo para fazer face ao risco de desemprego do trabalho subordinado com registo de contribuições suficientes, teve de ser alargado para responder também ao risco de perda total ou parcial de rendimento de outras categorias de trabalhadores.

Para enquadrar realidades sociais e laborais bastante diversas, num contexto extraordinariamente exigente do ponto de vista das necessidades de apoio económico, introduziram-se vários regimes ad-hoc de proteção face à perda de emprego e de rendimento, autónomos entre si.

A introdução, a partir de 1 de janeiro de 2021, do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores vem dar um enquadramento comum a medidas excecionais de apoio aos desempregados e à perda de rendimento, até então dispersas”, explica o Colabor, que conclui um relatório dedicado a este tema com algumas preocupações, como por exemplo o fato de ser uma solução complexa numa altura em que se pretende agilidade e facilidade de acesso às ajudas. Vale a pena ler o relatório completo, principalmente os exemplos e os casos simulados.

 

Critérios das medidas de apoio aos desprotegidos

O apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores é uma prestação que tem como objetivo “assegurar a continuidade dos rendimentos” dos trabalhadores que se encontram numa situação de desproteção económica. Ou seja, “não reúnam as condições de acesso às prestações sociais que protegem na eventualidade de desemprego, ou tendo acedido às mesmas, estas tenham terminado”.

São cinco as categorias do universo de apoio: trabalhadores por conta de outrem, estagiários, serviço doméstico com contrato mensal; trabalhadores independentes; membros de órgãos estatutários; gerentes de micro e pequenas empresas e trabalhadores em nome individual; e trabalhadores de serviço doméstico com contrato horário ou diário.

A nova solução para quem vive abaixo do limiar da pobreza, consiste numa agregação de medidas: garantir a prorrogação automática das prestações de desemprego; abranger pelas prestações de desemprego trabalhadores desempregados que não cumprem os prazos de garantia (tempo de contribuições) vigentes antes da pandemia (reduzindo para três meses o tempo necessário de contribuições); cobrir trabalhadores que transitaram do emprego para o desemprego durante a pandemia e não tiveram acesso a qualquer apoio ao desemprego ou à perda de rendimento; e mitigar a perda de rendimentos do trabalho em virtude da crise económica causada pela pandemia da COVID-19.

O novo apoio pretende alargar a rede de proteção a categorias de trabalhadores até agora desprotegidas. Prevê também que o montante do subsídio social de desemprego e das prestações de desemprego vocacionadas para proteger os trabalhadores independentes e os membros dos órgãos estatutários passem a ter um valor máximo comum – correspondente ao limiar de pobreza.

A utilização do limiar de pobreza de 2018 (501,16 euros) como critério de mensuração de “insuficiência económica” dos trabalhadores é, na verdade, o principal instrumento de uniformização das várias medidas que constam do novo apoio social.

Tal como acontece na determinação do limiar de pobreza, também a aferição da situação de insuficiência económica prevista neste apoio tem como referência o rendimento equivalente do agregado familiar, calculado de acordo com a escala de capitação do rendimento definida na lei da condição de recursos e tendo em consideração um conjunto específico de rendimentos (os mesmos do subsídio social de desemprego, com exceção do imóvel destinado a habitação permanente).

Mas enquanto o limiar de pobreza apurado pelo INE é definido a partir do rendimento disponível (ou líquido) por adulto equivalente, as condições de elegibilidade no acesso a este apoio têm como referência o rendimento ilíquido. Isto significa que o rendimento disponível equivalente das famílias elegíveis para o novo apoio se situa abaixo do limiar de pobreza de 2018.

A utilização da condição de recursos como critério de elegibilidade não se coloca apenas em relação ao acesso às prestações de desemprego. Esse critério é também estruturante na definição da elegibilidade nas situações de perda de rendimentos em virtude da pandemia por parte dos trabalhadores independentes e dos membros dos órgãos estatutários. Apenas aqueles cujo rendimento familiar equivalente se situe abaixo deste patamar são elegíveis para beneficiar do novo apoio.

 

Como é determinado o montante da prestação

O acesso às prestações de desemprego é tendencialmente baseado em condições de recursos, mensuradas a partir do rendimento familiar equivalente. O apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores baseia-se, portanto, em regras de elegibilidade tipicamente uniformes. O mesmo não acontece com o apuramento do montante da prestação.

A determinação da insuficiência económica dos trabalhadores por conta de outrem que estejam desempregados, incluindo os trabalhadores do serviço doméstico e os trabalhadores estagiários, tem como referência o rendimento equivalente do agregado familiar. Mas no caso dos trabalhadores independentes e dos membros dos órgãos estatutários essa avaliação tem como base o rendimento relevante declarado. As regras de cálculo do montante deste apoio diferem, portanto, consoante o perfil socio laboral dos trabalhadores.

 

Fonte: Lider Magazine

Pandemia tira segundo emprego a milhares de trabalhadores

17 de fevereiro de 2021

Número de portugueses com mais do que uma fonte de rendimento caiu 16,2% em 2020 face ao ano anterior.

O número de trabalhadores com mais do que um emprego tinha vindo sempre a subir desde 2013, mas a pandemia retirou a milhares de portugueses outras fontes de rendimento para além do primeiro emprego, mostram os dados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A crise sanitária, que encerrou muitos estabelecimentos - sobretudo ligados ao turismo, retalho e restauração -, deixou sem segundos empregos quase 37 mil trabalhadores em 2020. Trata-se da primeira descida depois da recuperação económica iniciada após a crise das dívidas soberanas.

Em 2019, mais de 225 mil pessoas disseram ter mais do que um emprego, o que correspondia a 4,6% da população empregada em Portugal (4,9 milhões de trabalhadores). No início deste ano, durante o primeiro trimestre (o primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado em março), ainda o número de trabalhadores com segundo emprego estava acima de 216 mil pessoas, representando 4,4% da população empregada.

Mas no segundo trimestre, entre abril e junho, esse número desceu para 154,3 mil trabalhadores, correspondendo a 3,3% da população empregada. Foi o valor mais baixo da atual série do INE iniciada em 2011.


 

Precários mais expostos

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, o valor mais elevado de trabalhadores com mais do que um emprego foi registado em 2011, já quando Portugal entrava em plena crise financeira que levou à intervenção do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.

Nesse ano, mais de 235 mil pessoas disseram ter um outro emprego, que o INE define como "atividade exercida pelo indivíduo, para além da atividade principal".

 

Fonte: Jornal de Notícias

Ajuda chega a pais solteiros ou com filhos pequenos

18 de fevereiro de 2021

O governo respondeu ontem aos reptos parlamentares para um apoio mais alargado a pais com filhos menores de 12 anos e sem aulas presenciais, abrindo a medida a alguns teletrabalhadores e reforçando também o valor da prestação a famílias monoparentais ou quando o esforço de acompanhar menores seja repartido entre pais.

As mudanças previstas foram dadas a conhecer aos parceiros sociais e são hoje apreciadas em Conselho de Ministros, ao mesmo tempo que vários grupos parlamentares avançam projetos para um reforço mais generoso do apoio que, até aqui, regista apenas 68 mil pedidos junto da Segurança Social.

"Uma vez que neste momento se perspetiva durante o mês de março termos a necessidade de este apoio se manter em vigor, há necessidade de fazermos aqui alguma alteração em função do que foi a prática e as dificuldades em algumas situações de conciliação do teletrabalho com a assistência a filhos", justificou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Assim, o governo abre a possibilidade de quem está em teletrabalho poder aceder ao apoio nas seguintes situações: famílias monoparentais, pais com menores nas creches, no pré-escolar ou no primeiro ciclo do ensino básico e ainda trabalhadores com dependentes a cargo que tenham 60% ou mais de incapacidade.

Além disso, o valor de compensação da prestação passará a cobrir 100% do salário-base - mantendo-se os cortes nas diuturnidades e nos suplementos - para famílias monoparentais ou quando ambos os pais assumam, alternadamente, os cuidados. Isto porque, constata o governo, no último ano letivo houve "clara falta de partilha de responsabilidades", com o apoio a ser pedido em 82% dos casos por mulheres, cujos salários são "tradicionalmente" mais baixos.

A compensação a 100% nos casos de alternância do dever de acompanhar menores será atribuída sob compromisso de honra por parte dos progenitores de que ambos recorrerão ao apoio.

Da parte dos parceiros sociais, a CGTP tem vindo a defender o pagamento a 100% para todos os trabalhadores, e a UGT entende que, à semelhança do que sucede com o lay-off simplificado, o apoio deveria considerar a totalidade da remuneração habitual e não apenas o salário-base. A UGT diz também não perceber porque apenas são considerados os menores até ao final do primeiro ciclo. "Não sabemos qual o critério subjacente. Até porque uma criança com 10 anos e uma com 11 ou 12 requerem os mesmos cuidados", diz Sérgio Monte, secretário-geral-adjunto.

O governo, contudo, não pretende avançar com "alterações de fundo" na medida, que continuará a implicar em todos os casos o corte do valor de complementos.

Mas os detalhes exatos das alterações são relegados para mais tarde, numa fase em que o Parlamento ainda pode impor um alargamento mais generoso. Por exemplo, o PCP pede que o apoio abranja quem tem filhos até 16 anos - e não apenas menores de 12 anos, como sucede até aqui - e, tal como o BE, pede o pagamento a 100% do salário a todos os beneficiários.

Para já, não há, segundo Ana Mendes Godinho, avaliação do impacto orçamental do alargamento ou números do universo potencial de beneficiários que poderão passar a ser apoiados.

Quando lançou a medida, nos moldes ainda em vigor, o governo estimou que esta pudesse chegar até 750 mil pessoas e custar 294 milhões de euros. Porém, em 2020, apenas 201 mil pediram a ajuda e o custo ficou em 83 milhões de euros.

 

Fonte: Diário de Notícias

UE. Portugal quer investir 250 milhões de euros no combate à pobreza

16 de fevereiro de 2021

 

Portugal pretende investir 250 milhões de euros no combate à pobreza nas áreas metropolitanas, territórios onde continuam a existir "bolsas de pobreza e exclusão social", com populações especialmente vulneráveis à covid-19.

 

De acordo com o Plano de Recuperação e Resiliência, a partir de hoje em consulta pública, o Governo português destina 250 milhões de euros das verbas comunitárias para operações integradas em comunidades desfavorecidas nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

 

Esta verba está destinada à aposta na formação profissional e políticas de promoção de empregabilidade, qualificação de adultos e certificação de competências, além de prever a articulação com o setor social para as soluções de combate à pobreza e exclusão social.

 

Também estão previstas medidas para a capacitação dos atores locais em redes de parcerias que incluam, nomeadamente, a administração central e local, associações e empresas, bem como a promoção da cidadania e do acesso aos direitos e à participação cívica.

 

Pretende-se igualmente elaborar um diagnóstico das necessidades das populações e criar programas de literacia para adultos, de aprendizagem da língua portuguesa e de inclusão digital.

 

Outro dos objetivos é a "regeneração das áreas socialmente desfavorecidas, invertendo fenómenos de fratura social e promovendo a coesão social das áreas metropolitanas", estando também previsto que seja feita uma requalificação física do espaço público.

 

O acesso à cultura e a valorização da interculturalidade também estão contemplados, bem como o acesso à saúde, o combate ao insucesso e abandono escolar, a promoção do envelhecimento ativo e saudável, o apoio aos pequenos negócios de base local e a participação das comunidades na gestão do próprio programa.

 

O combate à pobreza e à exclusão social inclui igualmente a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, relativamente à qual deverá ser apresentada uma proposta durante o segundo trimestre de 2021, no âmbito do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

 

De acordo com o que está definido no PRR, o Governo pretende desenvolver linhas de ação que potenciem a capacitação e o envolvimento das comunidades, que terminem com os círculos de pobreza intergeracional e que façam a interligação dos territórios com a comunidade mais vasta que habita e trabalha nos municípios e nas áreas metropolitanas em que se inserem, "combatendo o estigma que envolve estes territórios e as pessoas que neles vivem".

 

O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.

 

Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro passado e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou hoje a versão preliminar e resumida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em consulta pública, no qual estipula "19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos".

 

Previsto está que a maior fatia (61%) das verbas do PRR se destine à área da resiliência, num total de 8,5 mil milhões de euros em subvenções e de 2,4 mil milhões de euros em empréstimos.

 



 

Fonte: Notícias ao Minuto

 

 

Nova prestação aos trabalhadores substitui apoios de 2020

4 de janeiro de 2021

Os trabalhadores a recibos verdes, empresários em nome individual, gerentes e trabalhadores informais poderão continuar a pedir apoio à Segurança Social se enfrentarem quebras de actividade ao longo de 2021. Os quatro instrumentos que vigoraram em 2020 acabam e segue-se uma nova prestação social, chamada “Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores”. Vigorará de Janeiro a Dezembro mas, para alguns, só durará seis meses.

 

Este novo instrumento abarcará trabalhadores independentes, gerentes das micro e pequenas empresas, desempregados sem subsídio, trabalhadores informais sem acesso a qualquer instrumento de apoio e estagiários que fiquem sem emprego depois de terminarem um estágio profissional.

 

O Governo resolveu unificar os apoios e concentrar as várias situações de desprotecção debaixo da mesma medida, embora definindo critérios de acesso distintos que tornam o apoio diferente em função de cada situação-tipo.

 

Isto significa que nem a duração nem o montante do apoio não serão iguais para todos. Alguns cidadãos serão apoiados durante seis meses (seguidos ou interpolados), outros durante o ano completo. O apoio terá um mínimo de 50 euros (nalguns casos, mais) e um máximo de 501,6 euros (para os gerentes há um tecto maior).

 

Para um trabalhador independente com uma quebra de rendimento mensal superior a 40%, o apoio corresponderá a dois terços do valor dessa redução, com um limite de 501,16 euros mensais (não podendo o apoio ficar acima do que a pessoa ganhou em média mensalmente em 2019).

 

O mesmo se aplica aos trabalhadores independentes sem descontos à Segurança Social, desde que, a partir de agora, se vinculem ao sistema durante o período do apoio e os 30 meses seguintes, tal como já era obrigatório para quem em 2020 fosse trabalhador informal apoiado pelos 438,891 euros fixos de Julho a Dezembro.

 

A nova prestação também se aplica aos trabalhadores independente economicamente dependentes (quem presta uma grande parte dos serviços à mesma entidade patronal) que fiquem sem trabalho e não tenham acesso ao subsídio de desemprego. Nestes casos, o montante equivale à quebra do rendimento relevante.

 

Os desempregados cujo subsídio de desemprego termine em 2021 poderão pedir a prorrogação da prestação por seis meses.

 

Para os gerentes das pequenas e médias empresas, não se aplica aquele tecto de 501,16 euros. O apoio corresponde ao valor da remuneração registada como base de incidência contributiva (se for inferior a 658,22 euros) ou a dois terços da remuneração (se for igual ou superior a 658,22 euros), com um máximo de 1995 euros, o equivalente ao triplo do valor do salário mínimo de 2021.

 

A versão final do apoio resulta da proposta inicial do Governo conjugada com alterações feitas pelo PS, PCP e PSD, as únicas que reuniram votos suficientes para serem aprovadas. A estrutura do apoio desenhada pelo Governo também espelha as conversações com o BE, que chegou a reunir-se com o Governo no Verão por causa desta medida.

 

A redacção final pode ser consultada na página do Parlamento (artigo 156.º da Lei do Orçamento do Estado para 2021).

 

Em 2020 houve quatro apoios destinados a compensar os trabalhadores independentes pela quebra da actividade (mais uma prestação complementar para os trabalhadores da área da cultura). Embora com o mesmo objectivo, estavam legislados em separado e correram em paralelo.

 

Embora deixam de existir em 2021, a Segurança Social ainda irá receber pedidos relativos a Dezembro e terá ainda de regularizar eventuais apoios em atraso.

 

 

 

Fonte: Público

 

Apoio extraordinário à retoma empresarial prolongado até junho

7 de janeiro de 2021

O Governo vai aprovar nesta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a prorrogação do apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade empresarial, estendendo-o até 30 de junho.

 

A medida, diz a ministra Ana Godinho, “vai garantir que todos os trabalhadores que tenham salários até ao valor 3, salários mínimos nacionais, tenham o pagamento a 100% das retribuições”.

 

Essa é a grande diferença também face ao regime que tivemos até agora”, nota a responsável pela pasta do Trabalho e da Segurança Social, segundo a qual a Segurança Social assegurará “o pagamento do diferencial necessário para garantir este pagamento a 100% da retribuição dos trabalhadores”.

 

Não haverá, assim, “um esforço adicional das empresas, precisamente em função do momento e contexto em que vivemos”.

 

A medida abrange também os sócios gerentes, desde que tenham registo de contribuições para a Segurança Social e que tenham trabalhadores a seu cargo.

 

No site que o Governo criou para tudo o que está relacionado com a pandemia de Covid-19, incluindo os efeitos na economia, é possível ver informações sobre esta medida de apoio às empresas.

 

Fonte: Renascença

 

Estado desembolsa 515 milhões de euros no novo lay-off

7 de janeiro de 2021

O sucessor do Apoio à Retoma sucessiva vai ter um custo direto de 515 milhões de euros. O valor é avançado à TSF pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

 

Em causa está o Programa Extraordinário de Apoio à Retoma, que inclui o mecanismo negociado com o PCP no debate sobre o Orçamento do Estado e que prevê que os trabalhadores em lay-off recebam a totalidade do salário (até agora o máximo era de 88% das remunerações) e a criação de apoios às microempresas e sócios-gerentes.

 

Trabalhadores em lay-off vão receber 100% dos salários

 

Ana Mendes Godinho explica que a estimativa do Governo aponta para um “custo de 355 milhões de euros no apoio direto e de 160 milhões no apoio simplificado às microempresas”.

 

O Programa de Apoio à Retoma é assim prolongado até ao final do primeiro semestre, sendo ao mesmo tempo alterado de forma a garantir estes novos apoios.

 

O apoio à redução progressiva é prorrogado até o final do primeiro semestre 2021 para garantir previsibilidade às empresas nas suas opções”, explica a ministra, que sublinha “uma diferença face ao que existia: passamos a garantir o pagamento de 100% do salário dos trabalhadores até três salários mínimos, assumindo a segurança social o diferencial”, numa lógica de “proteção do rendimento dos trabalhadores, sem que isso se transforme num esforço adicional das empresas”.

 

Ana Mendes Godinho realça que “os sócios-gerentes passam também a estar incluídos no apoio, desde que tenham registo de contribuições para a segurança social e tenham trabalhadores a seu cargo”.

 

Metade da força laboral portuguesa abrangida por apoios

 

Ana Mendes Godinho revela também os números atualizados dos apoios públicos de mitigação dos efeitos económicos e laborais da pandemia, incluindo o lay-off simplificado e as medidas que lhe sucederam: foram 152 mil companhias e 2,4 milhões de trabalhadores, o que representa pouco menos de metade da força laboral do país.

 

As medidas que se seguiram ao lay-off simplificado, criado logo no arranque da crise, incluindo o apoio extraordinário à retoma progressiva, chegaram, até agora, a 74 mil empresas e 577 mil trabalhadores.

 

Fonte: TSF Rádio

 

Subsídios de desemprego com mais seis meses só a partir de fevereiro

15 de janeiro de 2021

Os beneficiários de subsídio de desemprego que vejam a concessão da prestação terminar a partir deste mês vão ter mais seis meses de subsídio, com o prolongamento automático a ser assegurado apenas a partir de fevereiro, informou a Segurança Social sobre as novas regras que entraram em vigor com o Orçamento de 2021.

 

Assim, nos casos em que a prestação cessa a meio de janeiro, os acertos serão deixados para o próximo mês. “Juntamente com a prestação de fevereiro irá receber os dias de janeiro a que tenha direito e que ainda não tenham sido pagos”, segundo nota publicada pelo Instituto de Segurança Social.

 

A extensão extraordinária do subsídio por mais seis meses foi uma das medidas de apoio devido à situação de pandemia adotadas no Orçamento do Estado aprovado pelos deputados para este ano.

 

Outra das mudanças no subsídio de desemprego é o novo limite mínimo da prestação, equivalente ao limiar de pobreza, para quem recebia antes do desemprego, pelo menos, o salário mínimo.

 

Porém, a Segurança Social informa nas novas regras já publicadas que o limiar de 504,63 euros aplica-se quando ” as remunerações que serviram de base ao cálculo do subsídio correspondam, pelo menos, a 665 euros”, o valor do salário mínimo nacional em 2021, sendo que entre os candidatos à prestação que percam emprego neste momento não há registo de salários mínimos nesse valor. O montante era de 635 euros até dezembro.

 

Para o cálculo do subsídio conta a “soma das remunerações declaradas à Segurança Social dos primeiros 12 meses civis dos últimos 14, a contar do mês anterior ao da data do desemprego, incluindo os subsídios de férias e de Natal, a dividir por 360”, ou “desde o início do período de referência até ao dia que antecede o desemprego” para quem perdeu trabalho durante o estado de emergência ou situação de calamidade.

 

Dificilmente os trabalhadores que ganham o salário mínimo e que sejam despedidos neste início de ano terão o valor de 665 euros como remuneração de referência, já que este apenas se aplica a partir de janeiro.

 

Contactado na quarta-feira para esclarecer se a referência ao valor de 665 euros publicada constitui um lapso ou é de facto o valor de referência que está a ser exigido para a atribuição do valor mínimo de 504,63 euros, o Instituto de Segurança Social não respondeu até à hora de fecho desta edição.

 

A lei do Orçamento estipula que “nas situações em que as remunerações que serviram de base ao cálculo do subsídio de desemprego correspondam, pelo menos, ao salário mínimo nacional, a prestação de desemprego é majorada de forma a atingir o valor mínimo correspondente a 1,15 do IAS [504,63 euros em 2021]”.

 

A aplicar-se a regra publicada pela Segurança Social, os trabalhadores com salários abaixo de 665 euros, incluindo quem ganhava o salário mínimo de 635 euros em 2020, e que peçam a partir deste mês o subsídio, continuarão a ter uma prestação mensal com o limite mínimo de 438,81 euros, correspondente a um indexante de apoios sociais.

 

O subsídio, calculado num montante diário, corresponde a 65% da remuneração de referência dos trabalhadores.

 

Fonte: Diário de Notícias

 

Número de desempregados inscritos sobe 29,6% em dezembro

20 de janeiro de 2021

Segundo dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de dezembro estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 402.254 desempregados. Este número representa 69% de um total de 582.926 pedidos de emprego.

Em dezembro, o desemprego registado aumentou em todas as regiões, com destaque para o Algarve (60,8%) e Lisboa e Vale do Tejo (41,1%).

Fonte: Jornal de Notícias

Com escolas fechadas, pais terão apoio de 66% do salário

22 de janeiro de 2021

Os trabalhadores com filhos até aos 12 anos que não estejam em teletrabalho e tenham de faltar por causa do encerramento das creches e das escolas terão direito a um apoio, idêntico ao que vigorou no primeiro confinamento, que lhes garantirá dois terços do salário. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, no dia em que o Governo determinou que as creches, as escolas e as universidades vão fechar durante 15 dias já a partir desta sexta-feira, numa tentativa de conter o avanço da pandemia.

 

Tal como aconteceu no anterior período do confinamento em Março, são adoptadas medidas para apoiar as famílias com crianças com idade igual ou inferior a 12 anos. Em primeiro lugar, terão as suas faltas justificadas ao trabalho — se não estiverem em teletrabalho, naturalmente — e haverá um apoio idêntico ao que foi dado na primeira fase do confinamento”, disse o primeiro-ministro a partir de São Bento.

 

O subsídio agora anunciado é semelhante ao apoio excepcional à família para trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes e trabalhadores do serviço doméstico atribuído no ano lectivo anterior quando as escolas encerraram e os alunos passaram para o ensino à distância.

 

De acordo com uma nota publicada no site da Segurança Social, os pais que têm de prestar assistência a filhos ou outros dependentes a cargo menores de 12 anos (ou acima desta idade quando se trate de crianças com deficiência ou doença crónica), na sequência da suspensão das actividades lectivas, têm direito a um apoio correspondente a 66% da sua remuneração base. A prestação terá um limite mínimo de 665 euros (o valor do salário mínimo nacional) e máximo de 1995 euros, sendo pago em partes iguais pela entidade empregadora e pela Segurança Social. Ficarão excluídos os pais que estão em teletrabalho e caso apenas um dos progenitores se encontre em teletrabalho, o outro não poderá receber este apoio.

 

A Segurança Social informou que o apoio pode ser pedido a partir desta sexta-feira. “Na sequência da suspensão das actividades lectivas e não lectivas presenciais em estabelecimento escolar ou equipamento social de apoio à primeira infância ou deficiência, já a partir desta sexta-feira, dia 22, o Governo decidiu reactivar a medida de apoio excepcional à família”, anuncia este organismo, acrescentando que “para aceder a este apoio, os pais devem preencher a declaração Modelo GF88-DGSS e remetê-la à entidade empregadora”. Esta declaração serve também para justificar as faltas ao trabalho.

 

Quando o apoio excepcional à família foi anunciado em Março, o Governo esperava que custasse cerca de 294 milhões de euros, mas o valor final nem sequer chegou a um terço desta estimativa. Os dados da execução orçamental mostram que entre Abril e Julho a medida abrangeu cerca de 200 mil trabalhadores e custou 82,9 milhões de euros. Este valor reparte-se por 13,8 milhões em Abril, 25,1 milhões em Maio, 31 milhões em Junho e 13 milhões em Julho.

 

Apoio aos trabalhadores independentes
Mantendo-se as regras da primeira vaga, além dos trabalhadores por conta de outrem, também os pais que sejam trabalhadores independentes deverão poder solicitar um apoio financeiro à Segurança Social. Nessa altura, a prestação equivalia a um terço do valor da base de incidência contributiva mensualizada referente ao primeiro trimestre de 2020, calculada em função do período do encerramento dos estabelecimentos (para já, foi anunciado o fecho durante 15 dias).

 

Para se saber qual é o período assumido como ponto de partida para esse cálculo é preciso esperar pela publicação do diploma através do qual o Governo vai recuperar esta medida. Em Março, havia tectos mínimo e máximo: assumindo um período de 30 dias, o mínimo eram 438,81 euros (um Indexante de Apoios Sociais) e o máximo 1097,03 euros (2,5 Indexantes de Apoios Sociais).

 

UGT reclama 100% e inclusão de todos
Logo a seguir ao anúncio do primeiro-ministro, a UGT alertou para a necessidade de se garantir a totalidade dos salários dos trabalhadores com filhos, revendo o apoio que vigorou entre Março e Junho e acabando com a exclusão das pessoas que estão em teletrabalho.

 

Em declarações à Antena 1, Sérgio Monte, dirigente da central sindical, defendeu que, “tal como na nova modalidade de layoff simplificado o trabalhador recebe o seu salário a 100% até ao limite de três salários mínimos, também para estes trabalhadores deve ser considerado o pagamento a 100% e não haver exclusões de trabalhadores em teletrabalho como aconteceu na fase anterior”.

 

A realidade e a experiência demonstraram-nos que não é compatível o teletrabalho com ter crianças a cargo”, afirmou o dirigente da UGT.

 

Escolas de acolhimento
Durante estes 15 dias, continuarão abertas as escolas de acolhimento para crianças até aos 12 anos, cujos pais trabalham em serviços essenciais e “não podem descontinuar a sua actividade para poderem estar em casa com os filhos”, afirmou o primeiro-ministro.

 

A lista dos serviços essenciais, disse António Costa, é a mesma de Março, altura em que o Governo definiu que as escolas continuam a acolher os filhos dos profissionais de saúde, dos serviços de segurança e de socorro (incluindo os bombeiros voluntários), das Forças Armadas, dos profissionais de gestão e manutenção de infra-estruturas essenciais (como água, por exemplo, ou trabalhadores dos serviços públicos para os quais o Governo defina a manutenção do atendimento presencial).

 

Será ainda assegurado o apoio alimentar para as crianças que beneficiam de acção social escolar e mantêm-se as actividades de intervenção precoce e de apoio a crianças com necessidades educativas especiais.

 

A interrupção, disse Costa, será compensada no calendário escolar, com um alargamento do ensino presencial no período que seria de férias.

 

O chefe do Governo afirmou que as escolas não são o principal local de transmissão, mas o executivo decidiu rever a sua posição inicial e anunciou que, “apesar de todo o esforço extraordinário que as escolas fizeram para se preparar para que pudessem funcionar normalmente em actividade presencial, face a esta nova estirpe e à velocidade de transmissão que ela comporta, manda o princípio da precaução que [se determine] a interrupção de todas as actividades lectivas durante os próximos 15 dias”.

 

Fonte: Público

 

Como a pandemia afetou o desemprego no seu concelho em 2020? Veja no mapa

25 de janeiro de 2021

A pandemia provocou uma travagem forte na tendência de recuperação do mercado de trabalho em Portugal.

Entre 2013 e 2019 o número de pessoas inscritas nos centros de emprego desceu todos os anos, numa recuperação contínua face à elevada destruição. Em 2020, com a forte recessão provocada pela covid-19, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 29,6%, num total de 91.722, chegando a dezembro acima dos 400 mil.

Os dados foram revelados pelo IEFP esta semana, que também publicou a evolução do desemprego por concelho (exceto nas ilhas).

 

Como seria de esperar, a grande maioria dos concelhos registou um aumento acentuado do desemprego entre dezembro de 2019 e o último mês do ano passado, mas também são muitos os municípios que conseguiram baixar o desemprego em plena pandemia.

 

Entre os 278 concelhos de Portugal Continental, o número de desempregados aumentou mais de 50% em 26. Odivelas surge no topo, quase duplicando o número de inscritos nos centros de emprego para mais de 5 mil, superando assim pela negativa vários concelhos algarvios que foram dos mais castigados com paralisação do turismo devido à pandemia.

 

Com agravamentos entre 20% e 50% contam-se 112 concelhos, pelo que metade dos municípios de Portugal continental sofreram uma subida acima de 20% no número de desempregados.

 

São bem menos, mas foram vários os concelhos que conseguiram baixar o desemprego em plena pandemia. A descida observou-se em 33, com destaque para Alandroal, Sever do Vouga e Ferreira do Zêzere, com quebras acima de 20%.

 

No mapa em cima pode ver a evolução em todos os concelhos de Portugal Continental.

 

Fonte: Jornal de Negócios

 

Os novos pobres: Gente jovem e que tinha emprego

25 de janeiro de 2021

2021 será o ano em que a pobreza extrema mundial irá aumentar pela primeira vez no espaço de tempo de 22 anos. Se por um lado, a ONU prevê que 235 milhões de pessoas necessitem de ajuda humanitária, por outro o Banco Mundial alerta que o número de indivíduos a viver em pobreza extrema pode chegar aos 150 milhões. No relatório publicado em outubro do ano passado pode ler-se que «durante mais de duas décadas, a pobreza extrema estava a descer consistentemente. Agora, pela primeira vez, a luta para acabar com a pobreza sofreu o seu pior retrocesso». Além da Covid-19 como principal impulsionadora deste problema, aponta-se também para as alterações climáticas e para os conflitos presentes em várias partes do globo como fatores de risco.

Em Portugal, os dados são semelhantes. Contactada pelo Nascer do SOL, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome (BA) avança que «entre abril e maio houve um pico de pedidos de ajuda», que começaram gradualmente a diminuir e voltaram a aumentar novamente no final do ano. Sobre quem procura ajuda, a presidente do BA explica que são «famílias que nunca tinham convivido com uma situação de pobreza» e que agora não sabem como lidar com a situação. Pessoas que sempre tiveram um emprego e maneira de sustentar a família, veem-se agora desamparados e em alguns casos envergonhados por terem de pedir ajuda. É esse o caso de milhares de trabalhadores do setor do turismo e da restauração por exemplo.

 

Os novos desempregados

 

Joana Aires e José Rodrigues trabalhavam num café na zona do LxFactory. Quando se instalou a pandemia e foi decretado o estado de emergência o casal entrou em layoff. Não foi preciso muito tempo para que o estabelecimento deixasse de ter dinheiro para lhes pagar e os despedisse. Os jovens, ambos na casa dos 20 anos, moram juntos e viram-se obrigados a pedir ajuda à mãe de José para que conseguissem garantir as suas necessidades. A busca por um novo emprego também não foi fácil. Joana continua à procura e a ter de viver com subsídio de desemprego. José conseguiu um posto de trabalho num call center passados três meses de busca.

 

É essa a situação em que cada vez mais portugueses vivem atualmente. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, em novembro do ano passado, a taxa de desemprego situava-se nos 7,2%. Se desde 2012 tinha vindo a descer, chegando em 2019 aos 6,4%, este ano a pandemia fez com que o que era observável há sete anos desse uma volta de 180 graus. O aumento do desemprego trouxe também um aumento da pobreza. Os números não escolhem setor, género ou idade. No entanto, de acordo com Isabel Jonet, os «novos pobres» são na sua maioria pessoas jovens que já tiveram um emprego e pertencentes à classe média.

 

Os novos apoios

 

Nuno Pacheco é padre em duas paróquias do distrito de Setúbal – Santo André e Alhos Vedros. Quando contactado pelo Nascer do SOl explicou que o número base de famílias ajudadas semanalmente pela paróquia em conjunto com o Banco Alimentar é de 48. Em Santo André contam ainda com a ajuda mensal do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), 156 famílias, o que representa um universo de 500 pessoas ajudadas por mês. No entanto, em março o número de pedidos de ajuda evoluiu de tal maneira que o padre se viu obrigado a criar um outro programa de ajuda imediata. Por um lado, o protocolo de inscrição de famílias no programa da paróquia estava perto de atingir o limite; por outro era necessário recorrer a «burocracias» para as quais não havia tempo para pedir este tipo de apoio. Como solução, as paróquias criaram o programa de ajuda DECOR. «Muita gente perdeu o emprego em março e a partir daí. Alguns deles são pessoas de outras nacionalidades que nem sempre tinham tudo o que era necessário para se inscreverem na ajuda do BA. Por isso, criámos o projeto DECOR e desde março já ajudou mais de 500 famílias divididas entre estas duas paróquias», explicou o padre.

 

Telma é uma das pessoas que faz a distribuição da ajuda fornecida pelo programa DECOR e acredita que «por causa do novo confinamento, como as crianças vão voltar para casa e deixar de almoçar na escola, os pedidos voltem a aumentar». A voluntária explica ao Nascer do SOL que, para além de comida, é também distribuída roupa e ocasionalmente produtos de higiene.

 

Rita (nome fictício) foi uma das pessoas que necessitou de pedir ajuda para conseguir sobreviver. Ajovem de 28 anos vê-se nesta situação pela primeira vez. Até março, tanto ela como o marido tinham emprego. Apandemia fez com que uma família estável necessitasse de recorrer a terceiros para conseguir sobreviver. Rita tem dois filhos, um deles com um ano e outro com nove. No início, através da DECOR, conseguiu receber algumas fraldas e produtos de higiene para as crianças mas assume que agora «as pessoas já não dão tanto, por isso é mais comida» que tem recebido ultimamente. Para o filho mais velho, Rita chegou a receber material escolar e livros de fichas que não estão incluídos nos vouchers de manuais escolares atribuídos pelo Governo. Com as escolas encerradas, Rita tem mais uma refeição para dar ao filho e conta que já pediu «à Telma para ver se consegue arranjar mais qualquer coisa, nem que seja uns enlatados».

 

Cada vez mais portugueses se veem obrigados a pedir ajuda para ter o que comer e o que vestir. Os números conhecidos não correspondem totalmente à verdade, visto que há quem não peça por não se sentir à vontade. Com um novo confinamento é de esperar um aumento semelhante àquele que se deu em março, sendo por isso importante que, quem pode, contribua para ajudar aqueles que sozinhos não conseguem.

 

Fonte: SOL

 

Governo admite estender os apoios ao emprego ao 2.º semestre

25 de janeiro de 2021

A recuperação da economia é uma preocupação absolutamente essencial, mas o tema mais essencial é a normalização da situação sanitária”, disse o governante hoje durante a conferência digital “Retomar Portugal — Comércio Internacional”, organizada pelo JN e a TSF.

Lembrando o caráter “temporário desta crise”, Siza Vieira sublinhou que “as empresas estão mal porque não há clientes” e, por isso, “nesta altura o que o Governo quer é continuar a estender apoios que permitam às empresas aguentarem até à recuperação da procura”.

Estamos mesmo a preparar-nos para estender os apoios ao emprego pelo segundo semestre se isso for necessário”, disse.

Siza Vieira reiterou a necessária normalização da situação sanitária e que o mais rapidamente possível seja assegurada a vacinação de uma parte significativa da população.

Pelo menos os grupos de maior risco, porque isso é que assegura que próximas vagas não tenham o mesmo impacto sobre a procura de serviços de saúde e por isso possam ser acompanhados de medidas menos restritivas, mas enquanto durar toda esta situação as trocas comerciais e o impacto na economia vai manter-se”, sublinhou.

A estratégia que tem vindo a ser seguida pelo Governo tem tido “sucesso”, na medida que, apesar de haver uma subida do desemprego, esta tem sido “bastante contida e os encerramentos de empresas têm sido bastante reduzidos”.

O governante recordou que em dezembro foram lançados novos apoios a fundo perdido e que contam sobretudo com financiamento europeu, tendo já sido pagos mais 200 milhões de euros ao abrigo do programa Apoiar.

Estes apoios são importantes numa altura em que empresas levam já um ano de redução das suas receitas”, refere.

Por isso, conclui, a “redução o mais rápida possível do número de novos contágios e a pressão que isso significa sobre o sistema de saúde é o melhor serviço que podemos prestar à economia portuguesa neste momento”.

Nesta altura devemos aguardar pela normalização da situação. Não é o tempo de fazer previsões ou projeções” disse o ministro questionado relativamente ao impacto nas finanças públicas destes apoios.

Temos é de estar preparados para dar a resposta adequada para que a crise não tenha efeitos mais nefastos sobre a economia e a sociedade do que aqueles que precisa de ter”, acrescentou.

Fonte: Jornal de Notícias



OIT alerta: crise sem precedentes no mercado laboral devido à pandemia trará uma recuperação

26 de janeiro de 2021

A mais recente análise da Organização Internacional do Trabalho ( OIT) sobre o impacto da COVID-19 no mercado de trabalho registra perdas massivas nas horas de trabalho e dos salários, e uma perspetiva de recuperação lenta, desigual e incerta em 2021, "a menos que os progressos iniciais sejam reforçados com políticas de recuperação centradas nas pessoas".

Pandemia levou à perda de 255 milhões de empregos em 2020, o que equivale a 4.4% do PIB Mundial.



As novas estimativas anuais apresentadas na sétima edição do “Monitor OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho”, confirmam o enorme impacto que os mercados de trabalho sofreram em 2020.

Os últimos indicadores  mostram que o número de horas de trabalho à escala mundial diminuiu 8,8% em relação ao quarto trimestre de 2019, o equivalente a 255 milhões de empregos a tempo inteiro, cerca de quatro vezes mais do que provocou a crise financeira mundial de 2009.

A diminuição “sem precedentes” das horas de trabalho afetou 114 milhões de pessoas. Sendo que as perdas massivas de horas de trabalho  provocaram também, uma diminuição de 8,3% nos salários provenientes do trabalho antes de se começarem a aplicar as medidas de apoio para garantir os ordenados, o que equivale a 3.700 milhões de dólares (3.959 milhões de euros), ou a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

 

Impacto por grupos e setores: mulheres e jovens

As mulheres foram mais afetadas que os homens pelas consequências da pandemia no mercado de trabalho. À escala mundial, a taxa de ocupação do trabalho das mulheres diminuiu cerca de 5%, enquanto na dos homens baixou 3,9.

Os/as trabalhadores/as mais jovens também foram particularmente afetados, seja pela perda de emprego. A taxa de ocupação dos jovens entre os 15 e 24 anos diminuiu 8,7%, face aos 3,7% no caso dos adultos. “Tal releva um risco muito elevado de uma geração perdida”, frisa o Observatório da OIT.

No relatório e também destacada uma repercussão “desigual” por setor económico, zona geográfica e mercado de trabalho, uma vez que são levantadas preocupações de que haverá uma “recuperação em forma de K”, em que os setores e trabalhadores mais afetados serão deixados para trás durante o processo de recuperação, levando ao aumento da desigualdade, a menos que seja tomada uma ação corretiva.

Para a OIT, o setor mais afetado foi o da Hotelaria e restauração, em que a taxa de ocupação diminuiu em mais de 20% em média, seguido pelos do comércio a retalho e as atividades de produção industrial.

 

Futuro lento, desigual e incerto

Apesar do elevado grau de incerteza que ainda existe, as previsões mais recentes para 2021 mostram que, na maioria dos países, haverá uma recuperação relativamente forte no segundo semestre do ano, assim que os programas de vacinação começarem a fazer efeito”, sublinha-se no documento.

Para o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, os resultados da recuperação no mercado laboral à escala mundial são “animadores, mas ainda frágeis”, devendo-se ter em conta que nenhum país ou grupo pode ultrapassar a crise pelos seus próprios meios.

O mundo atual confronta-se com um dilema. Ou se opta por uma recuperação desigual e insustentável, com crescentes desigualdades e instabilidade, suscetíveis de agravar a crise, ou por uma recuperação centrada nas pessoas, para reconstruir melhor e promover o emprego, o rendimento e a proteção social, bem como os direitos dos trabalhadores e o diálogo social. Se queremos uma recuperação duradoura, sustentável e inclusiva, este é o caminho que os decisores políticos devem seguir”, defendeu Ryder.

 

 

Portugal registou quarta maior quebra no emprego no segundo trimestre na UE

13 de novembro de 2020

A taxa de emprego em Portugal caiu mais de dois pontos percentuais no segundo trimestre, face ao período anterior à pandemia, segundo o Eurostat.

Portugal registou a quarta maior quebra no emprego, no segundo trimestre, entre os países da União Europeia (UE), quando comparado com o último trimestre do ano passado, antes de chegar a pandemia. Encontra-se também entre os Estados-membros onde o emprego jovem mais caiu, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.


A quebra na taxa de emprego em Portugal foi ligeiramente superior a dois pontos percentuais (p.p.), no período entre abril e junho, altura marcada ainda pelo confinamento, face à época antes da pandemia. Com este número, o país fica apenas atrás da Bulgária (2,5 p.p.), Espanha (3 p.p.) e Estónia (3,8 p.p.).

Já para o total da UE, 187,3 milhões de pessoas com idade entre 20 e 64 anos estavam empregadas no período entre abril e junho, ou seja, cerca de 72% da população. Este valor compara com 190,1 milhões de cidadãos com emprego no primeiro trimestre de 2020 e 191,1 milhões no quarto trimestre de 2019.

No que diz respeito ao emprego jovem, Portugal encontra-se também entre os países com maiores quebras. Foi o quinto Estado-membro com a maior quebra, superior a quatro pontos percentuais, no emprego para os jovens entre os 15 e os 24 anos. Já na UE, a taxa de emprego diminuiu 2,1 p.p. para os jovens dos 15 aos 24 anos (de 33,3% para 31,2%).

Fonte: Mariana Espírito Santo, EcoOnline

Mulheres ganham em média menos 149 euros do que os homens

11 de novembro de 2020

 

De acordo com os dados mais recentes disponíveis, a diferença remuneratória entre homens e mulheres corresponde a 52 dias de trabalho, pago aos homens, não pago às mulheres. 

 

Apesar de a disparidade salarial entre mulheres e homens ter diminuído – em 2012 era de 18,4% -, as mulheres continuam a ganhar menos 14,4% ou, em números absolutos, menos 148,9 euros, do que os homens. 

 

Disparidade aumenta em cargos de quadros superiores

 

As diferenças são mais notórias à medida que aumentam as qualificações e as responsabilidades. As mulheres com cargos em quadros superiores ganham menos 617,2 euros que os homens e entre pessoas com o ensino superior a diferença é de 594,6 euros (segundo o documento Quadros de Pessoal/Relatório Único, GEP-MTSSS).

As consequências da disparidade salarial tendem a exacerbar-se em períodos de crise como o atual. Segundo o último Índice da Igualdade de Género do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, dados recentes da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) revelam que 4 em cada 10 respondentes afirma estar numa situação financeira pior do que antes da pandemia; e que quase 1 em cada 3 mulheres (31%) e 1 em cada 4 homens (23%) afirma não ter poupanças para manter os níveis de vida pré-pandemia. 

Por isto, o Governo tem desenvolvido políticas estruturais de combate às desigualdades entre mulheres e homens, incluindo as desigualdades salariais. 

Colmatar as disparidades salariais

Mecanismo legal

Entre estes destacam-se a Lei n.º 60/2018, de 21 de agosto, que entrou em vigor em fevereiro de 2019, e que criou, pela primeira vez, mecanismos de efetivação do princípio do salário igual para trabalho igual ou de igual valor e da proibição da discriminação salarial em razão do sexo. 

Através dela, é hoje disponibilizado, pela primeira vez, às empresas com 250 ou mais trabalhadores, o balanço por empresa das diferenças remuneratórias entre mulheres e homens. O balanço é desenvolvido com base nos dados que as empresas submetem no âmbito do Relatório Único, e permite-lhes posicionarem-se em relação ao seu setor do ponto de vista da disparidade salarial de género, tendo como referência o barómetro setorial das diferenças remuneratórias entre mulheres e homens. 

Com a disponibilização do balanço por empresa, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) pode notificar as empresas de grande dimensão cujos respetivos balanços evidenciem diferenças remuneratórias, para apresentarem um plano de avaliação das diferenças detetadas.

Este balanço ficará disponível a partir de hoje para consulta por parte das empresas que tenham já procedido à entrega do Relatório Único. Contudo, e uma vez que só no dia 30 de novembro cessa o prazo para entrega do Relatório Único, só depois dessa data procederá o Gabinete de Estudos e Planeamento da área do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social à disponibilização dos balanços por empresa junto da ACT, sendo a partir dessa data que se conta o prazo de 60 dias de que dispõe a ACT para notificar as empresas.

 

Salário Mínimo Nacional

Inclui-se ainda nestas políticas a atualização sustentada do salário mínimo nacional, que passou de 505 euros, em 2015, para 635 euros, em 2020, e irá subir novamente em 2021.

Faz também parte delas, o projeto «Padrão e Plataforma de Igualdade» (Equality Platform and Standard) promovido pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) desde final de 2019 e financiado pelo Programa Conciliação e Igualdade de Género do EEAGrants, gerido pela Comissão para a Igualdade de Género. 

Neste âmbito, está a ser elaborada uma Norma Portuguesa relativa a um Sistema de Gestão de Igualdade Salarial, com base na Norma Islandesa ÍST 85:2012 – Equal wage management system – Requirements and guidance, e a ser desenvolvida uma plataforma de acompanhamento das políticas públicas que reúna indicadores de medidas em áreas como a representação equilibrada, a igualdade salarial, a parentalidade, a conciliação e a segregação sexual das profissões.  

Finalmente, ainda para melhorar o conhecimento das desigualdades entre mulheres e homens, também no âmbito do Programa Conciliação e Igualdade de Género do EEAGrants da CIG, está a ser desenvolvido, pelo ISEG, um estudo que pretende analisar o impacto económico das desigualdades e discriminação salarial entre mulheres e homens em Portugal.

 

Fonte: Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

 

Desemprego em Portugal deve subir para 8% em 2020, prevê a Comissão Europeia

5 de novembro de 2020

Bruxelas explicou nas económicas do outono que “ao beneficiar da recuperação económica projetada e mais medidas de apoio, a taxa de desemprego deverá gradualmente caminhar para perto do nível pré-pandemia”, projetando descidas em 2021 e 2022.

A taxa de desemprego em Portugal deve subir para 8% este ano, antes de recuar para 7,7% em 2021 e 6,6% em 2022, afirmou esta quinta-feira a Comissão Europeia (CE).

Ao beneficiar da recuperação económica projetada e mais medidas de apoio, a taxa de desemprego deverá gradualmente caminhar para perto do nível pré-pandemia”, referiu a CE, nas projeções económicas do outono. Em maio, nas projeções da primavera, Bruxelas previa uma taxa de desemprego de 9,5% este ano.

No Orçamento do Estado para 2021, o Governo estima uma taxa de desemprego de 8.7% em 2020, também projetando um recuo em 2021, neste caso para 8,2%.

Fonte: Jornal Económico

Despedimentos colectivos até Setembro estão 50% acima de todo o ano de 2019

05 de novembro de 2020

Número de trabalhadores despedidos ascende a 5382 nos primeiros nove meses de 2020, o registo mais elevado desde 2014, último ano da troika. Região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais penalizada.
Rosa Soares 3 de Novembro de 2020, 12:56

O número de despedimentos colectivos disparou nos primeiros nove meses do ano, totalizando 521, mais 51% do que os 345 registados na totalidade do ano de 2019. Este crescimento tem correspondência no número de trabalhadores abrangidos, que cresceu 49,23%, para 5850, reflectindo o impacto da pandemia de covid-19 na economia nacional.

De acordo com dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), divulgados esta semana, os despedimentos colectivos já finalizados até Setembro, envolveram 5382 trabalhadores e inclui também rescisões iniciadas em 2019 mas só encerradas já este ano. Trata-se do número mais elevado desde 2014, último ano da troika (quando esse número foi de 6216 trabalhadores) e envolveu mais homens (53) que mulheres (47%).

Em termos de número de despedimentos colectivos comunicados, segundo os dados oficiais, são os valores mais elevados desde 2015.

A Região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta o maior número de recursos ao mecanismo, com 269 registos, seguida do Norte com 172. E repete-se a mesma incidência em relação aos despedimentos já concretizados, com 64% a concentrarem-se na Região de Lisboa e Vale do Tejo, 25% na Região Norte, 7% na Região Centro e 4% no Algarve.

As microempresas registaram 220 registos, e foram responsáveis por 33% dos despedimentos. As pequenas empresas, com 222 processos, respondem por 50% das saídas de trabalhadores.

As médias empresas apresentaram 62 e as grandes empresas 17 despedimentos colectivos, que envolveram 15% e 2% dos postos de trabalho suprimidos.

Fonte: Rosa Soares, Público

Profissões sem teletrabalho mais vulneráveis ao desemprego

5 de novembro de 2020

O trabalho à distância foi mais utilizado por trabalhadores das tecnologias, da banca e por professores. Hoje o teletrabalho obrigatório regressa a 121 concelhos de risco elevado.

Os trabalhadores que não têm hipótese de trabalhar a partir de casa são os mais vulneráveis a ficarem no desemprego. A conclusão surge num estudo do Banco de Portugal (BdP) sobre a utilização do teletrabalho no primeiro semestre deste ano, num período que abrange o pico do confinamento nos meses e março e abril.

"Como seria expectável numa situação de confinamento e distanciamento social, as maiores reduções do emprego registaram-se em profissões com menor utilização de teletrabalho", referem as investigadoras Sónia Cabral e Ana Catarina Pimenta, sublinhando que "a possibilidade de trabalhar remotamente contribuiu para minimizar perdas de emprego".

As autoras do estudo publicado com o Boletim Económico do BdP chegam a esta conclusão tendo em conta "a taxa de variação homóloga do emprego por profissão em função da proporção de indivíduos a trabalhar remotamente em cada profissão", com base no inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Mas a análise sugere ainda que as desigualdades podem aumentar com a pandemia, uma vez que "as profissões com menores qualificações e de menores rendimentos" são menos propensas a trabalhar à distância. Mesmo que as medidas de apoio ao rendimento possam "mitigar" este efeito, reconhecem as investigadoras.

Por exemplo, quase 92% dos trabalhadores ligados ao setor das tecnologias de informação estiveram em teletrabalho e o emprego aumentou 19,5% face ao segundo trimestre do ano passado. No lado oposto estão os trabalhadores de montagem: apenas 0,9% ficaram em teletrabalho, com uma destruição de empregos de 27,4%.

Mais qualificados em teletrabalho

Não é, por isso, estranho que o estudo do Banco de Portugal tenha encontrado uma forte relação entre as qualificações e o trabalho à distância.

"Nos indivíduos com escolaridade inferior ao ensino secundário, a parcela em teletrabalho foi de 6,5% no segundo trimestre do ano", referem as autoras, acrescentando que "esta proporção aumenta para 22,4% nos indivíduos com ensino secundário e para 62,0% nos indivíduos com ensino superior."

Mas também foram os mais qualificados aqueles que ficaram mais tempo a trabalhar a partir de casa. "Cerca de metade dos trabalhadores com ensino superior executaram a sua profissão remotamente durante 14 ou mais dias", refere o estudo que acompanha o Boletim Económico do Banco de Portugal.

Mais de um quarto à distância

Entre os meses de abril e junho estiveram em teletrabalho 1,316 milhões de pessoas, representando 27,8% da população empregada, um aumento de 10,6 pontos percentuais (pp) face aos três meses anteriores e de 12 pp comparando com o mesmo período do ano passado. E, destes, 21,4% (mais de um milhão) ficaram em casa mais do que duas semanas. Mas quem são estes trabalhadores e qual a profissão?

O estudo do banco central nacional com base nos dados do INE faz a caracterização destes trabalhadores e dos setores onde se encontram.

Taxa de desemprego sobe para 7,8% no terceiro trimestre

04 de novembro de 2020

Subida do desemprego já é oficial nas estatísticas do INE. Pessoas que, por não conseguirem procurar emprego durante a pandemia, tinham sido classificadas como inactivas passaram no terceiro trimestre a contar como desempregadas.

A crise trazida pela pandemia fez-se finalmente notar, no terceiro trimestre do ano, nas estatísticas trimestrais do desemprego. Depois de ter descido no segundo trimestre do ano para 5,6%, a taxa de desemprego subiu para 7,8% no período entre Julho e Setembro, um resultado inevitável tendo em conta o recuo na actividade económica que se registou no país.

A explicar esta aparente contradição está o facto de, durante o segundo trimestre, uma parte importante das pessoas que ficaram (ou já estavam) sem emprego não terem sido classificados estatisticamente como desempregados, mas sim como pertencendo à população inactiva.

Isto aconteceu porque, para ser classificado como desempregada, uma pessoa tem de ter procurado activamente emprego durante o mês anterior ao inquérito. E com as limitações de movimento trazidas pela pandemia, isso não foi possível para muitas pessoas, que acabaram por ficar classificadas como inactivas, de acordo com o INE.

Agora, no terceiro trimestre, com as medidas de confinamento aliviadas, assiste-se a uma normalização dos dados. A população inactiva reduziu-se em 189 mil pessoas e, ao mesmo tempo, passou a haver mais 125,7 mil desempregados e mais 48,7 mil empregados.

A taxa de desemprego começou assim a caminhar no sentido que era previsível tendo em conta a contracção registada na economia. Os 7,8% agora anunciados comparam não só com os artificiais 5,6% do segundo trimestre como também com os 6,7% do primeiro trimestre do ano e com os 6,1% do período homólogo do ano anterior. A taxa de desemprego está agora ao nível mais alto desde o primeiro trimestre de 2018.

Também a taxa de subutilização do trabalho – que junta aos desempregados também pessoas que não são assim classificadas por terem um trabalho parcial (indesejado) ou se sentem desencorajadas a procurar emprego – subiu no terceiro trimestre, de 14% para 14,9%, atingindo um valor 2,7 pontos percentuais acima do registado em igual período do ano passado.

Fonte: Sérgio Aníbal, Público

Mais de 80 mil pessoas perderam o emprego, metade são jovens

30 de outubro de 2020

Empresários mostram-se pessimistas em relação a contratações.

Desde o início da pandemia, mais de 80 mil pessoas perderam o emprego. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), metade são jovens com menos de 25 anos.

O último relatório do INE diz também que mais de metade dos empresários em Portugal mostra que continua pessimista quanto à possibilidade de novas contratações nos próximos três meses.

Desemprego sobe em setembro para 8,5% na zona euro e 7,5% na UE

Taxa de desemprego baixa para 7,7% após três meses a subir

Fonte: Sic Notícias

Governo não deixará de apoiar emprego enquanto durar pandemia

29 de outubro de 2020

Leão aponta que o Orçamento está construído com base em quatro prioridades: "enfrentar a pandemia, recuperar a economia, proteger o emprego e proteger o rendimento dos portugueses".

 

O ministro de Estado e das Finanças assegura que o Governo vai continuar a apoiar o emprego enquanto se mantiver a situação atual de pandemia. João Leão adiantou ainda o custo de várias medidas do Executivo, nomeadamente o aumento de dez euros para as pensões mais baixas, que irá custar 270 milhões de euros em 2021.

“Nesta altura de incerteza, queria deixar uma mensagem de certeza às empresas e aos trabalhadores: enquanto não acabar a pandemia, o Governo não deixará de apoiar o emprego“, garantiu João Leão, na abertura do segundo dia de debate do Orçamento do Estado (OE) para 2021 na Assembleia da República.

O ministro apontou que o Orçamento está construído com base em quatro prioridades: “Enfrentar a pandemia, recuperar a economia, proteger o emprego e proteger o rendimento dos portugueses”. Leão destacou várias medidas do documento, como o “enorme aumento” do orçamento do SNS em 1.200 milhões de euros face a 2020, incluindo 500 milhões de euros de fundos europeus, dos quais 120 milhões para vacinas e testes financiados pelo REACT EU.

Já em termos fiscais, Leão sublinhou os 450 milhões de euros que as medidas vão colocar no bolso dos portugueses, nomeadamente a redução da retenção na fonte de IRS, a diminuição do IVA na eletricidade nos consumos mais baixos e o programa IVAucher na cultura, restauração e alojamento.

No entanto, “a medida com maior impacto da despesa permanente” é o aumento de 10 euros para os pensionistas que recebem até 658 euros mensais, que será pago já a partir de janeiro. A medida vai custar 270 milhões de euros em 2021 e o seu custo perdurará nos próximos anos, adiantou o ministro das Finanças.

Na sua intervenção inicial, João Leão deixou ainda recados ao PSD, recordando que o partido “disse que na especialidade ia ser responsável”. “Os portugueses não entenderiam que o PSD viesse propor e aprovar mais medidas que aumentam ainda mais a despesa”, reiterou o ministro, deixando assim o aviso para os social-democratas, que acusa de só quererem cortar na despesa pública.

Já dirigindo-se à esquerda, onde a maioria dos partidos se vão abster na votação na generalidade do OE, com exceção do Bloco, que anunciou o voto contra, o ministro das Finanças fez um apelo: “Neste momento difícil e de ansiedade, os portugueses esperam de nós um elevado sentido de responsabilidade”.

Fonte: Mariana Espírito Santo, EcoOnline

Jovens portugueses são dos mais expostos a risco de desemprego na Europa

28 de outubro de 2020

Análise do Eurostat sobre os impactos da pandemia no mundo do trabalho evidencia a crescenta fractura entre a população activa. Quem já estava em desvantagem foi quem ficou ainda pior.

Os efeitos da pandemia sobre o mercado laboral foram bastante desiguais entre as categorias de trabalhadores mais vulneráveis e mais afectados. Por exemplo, “a probabilidade de perda de emprego foi entre duas e três vezes superior para os que ganham menos em países como Espanha, Irlanda, Itália e Portugal”, diz o Eurostat.

A autoridade estatística europeia analisou dados do segundo trimestre de 2020, que corresponde ao período do Grande Confinamento na Europa. A conclusão é que os riscos de desemprego ou layoff atingiram toda a população activa, mas na maioria dos Estados-membros da UE esses riscos foram maiores para os que já ganhavam menos. O mesmo sucedeu “num grande número de países” aos trabalhadores em risco de pobreza (aqueles que ganham 60% do salário mediano).

“Em termos gerais, isto significa que as ondas de choque desta crise sanitária sobre o mercado laboral tiveram mais impacto naquelas categorias de trabalhadores que já estavam numa posição de desvantagem”, conclui o Eurostat neste primeiro relatório sobre os efeitos da covid-19 no emprego face aos níveis de rendimento.

São dados ainda preliminares que ainda não levam em conta todos os efeitos das medidas temporárias aplicadas nos diferentes países para ajudar famílias e empresas atingidas pela travagem abrupta da actividade económica. Mas como nota o Eurostat, mesmo assim é possível identificar “padrões” que se repetem de país para país, ainda que depois haja diferenças geográficas.

Os números sugerem, mais uma vez, que a pandemia acentuou ainda mais as desigualdades. Para trabalhadores com menores rendimentos, a probabilidade de layoff foi de 21% e a probabilidade de desemprego foi de 5%. Já entre os de maiores rendimentos, as mesmas probabilidades desciam para 16% e 2%, respectivamente.

A idade dos trabalhadores e o sector de actividade são outras variáveis que influenciaram fortemente os riscos, com os mais jovens a serem os mais penalizados e os trabalhadores da restauração e alojamento a enfrentarem maiores probabilidades de desemprego, layoff ou perda de rendimento.

Agrupando num único quadro aqueles que estiveram em pior situação, o risco de desemprego foi maior para os trabalhadores temporários, do sector da restauração e hotelaria, os jovens e os menos qualificados. E como nota o Eurostat, “os jovens, os menos qualificados e os dos sectores mencionados já são os mais representados na faixa dos que ganham menos em diversos países”.


Os dados mostram ainda que mecanismos como o layoff foram essenciais para evitar uma maior destruição de postos de trabalho, mas, mesmo com estes apoios, aqueles que já ganhavam pouco enfrentam agora riscos de continuarem a perder rendimento.

No mapa das consequências, Portugal fica no segundo grupo dos países com maiores percentagens de perda de desemprego e de trabalhadores que passaram pelo layoff. E claro que a travagem no turismo teve um papel preponderante. O que, em parte, também ajuda a explicar porque é que Espanha (1.º) e Portugal (2.º) são os dois países onde o risco de desemprego jovem (pessoas entre os 16 e 24 anos) atingiu níveis mais elevados.

Esse risco de desemprego foi substancialmente mais elevado para jovens (14%) em comparação com o resto das faixas etárias da população activa (4%).

Em termos de qualificações, Portugal volta a estar no lote dos países onde o risco foi maior para os menos qualificados. E cruzando com a variável rendimento, verifica-se que Portugal faz parte do grupo de países com a maior distância no nível de risco de trabalhadores em risco de pobreza e dos mais bem pagos.

Fonte: Victor Ferreira, Público

Pandemia aumenta desemprego em 84% dos concelhos do país

22 de outubro de 2020

Entre fevereiro, último mês livre dos impactos económicos da pandemia e do confinamento, e setembro, Portugal ganhou perto de 95 mil novos desempregados, um aumento de cerca de 30% que se distribui quase uniformemente pela totalidade do território nacional. Há 45 exceções, são concelhos onde o desemprego até baixou face a fevereiro. Assim se distribuía a crise no mapa nacional em setembro.

Há três meses consecutivos que o desemprego registado em Portugal, medido pelo número de inscritos nos serviços de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), está a aumentar. Setembro fechou com 410.174 desempregados inscritos nos centros de emprego nacionais, revela a síntese estatística esta terça-feira divulgada pelo IEFP.

São mais 94.612 desempregados inscritos do que em Fevereiro deste ano, o último mês pré-covid, e mais 108.892 do que os registados em setembro de 2019, traduzindo aumentos de 30% e 36,1%, respetivamente. E embora possa não parecer, há nestes números uma má e uma notícia. A má (e óbvia) é que o desemprego aumentou, e muito, e isso significa que milhares de trabalhadores estão a pagar uma pesada fatura da crise gerada pela pandemia. A boa, e que não é de desvalorizar, é que apesar de tudo, o aumento do desemprego abrandou em setembro face ao que vinha acontecendo nos dois meses anteriores.

Desde abril que não se inscreviam tantos desempregados nos centros de emprego do continente. Foram 54.769 as novas inscrições que deram entrada em setembro, traduzindo um aumento de 27,3% face a agosto e de 7,4% face ao período homólogo, ou seja, ao mesmo mês de 2019.

Mas este aumento do número de inscritos foi acompanhado por uma evolução positiva das novas ofertas de emprego disponibilizadas (28,8%) e também das colocações que aumentaram 23,3% face a agosto, abrangendo 8.244 desempregados que estavam inscritos.

Contas feitas, e considerando também o fluxo de novos registos e a anulação de inscrições, o aumento do número de desempregados inscritos nos centros de emprego ficou-se em setembro pelos 0,2%, mais 843 desempregados em termos líquidos, quando em agosto tinha atingido os 0,5% ou, em termos líquidos, 2.029 desempregados. É, naturalmente, necessário esperar pelos próximos meses para aferir a relevância deste abrandamento, tanto mais que as empresas que estiveram até final de julho abrangidas pelos mecanismos extraordinários de proteção ao emprego criados pelo Governo, como lay-off simplificado, começaram em Outubro a poder despedir sem restrições.

Dos mais de 94 mil desempregados que a pandemia gerou em sete meses, 91mil estão na região do continente e distribuem-se de um modo quase uniforme pelos 278 concelhos analisados pelo IEFP. Desde Fevereiro que o aumento do desemprego se alastra pelo território nacional, cobrindo atualmente 84% dos concelhos do país. Lisboa e Vale do Tejo concentra o maior agravamento do desemprego registado. A região somava em Setembro mais 48% de desempregados inscritos (136.844) do que em fevereiro, um aumento de 44.386 desempregados inscritos em termos absolutos. Norte e Centro são as duas regiões que se seguem. Aqui, Setembro fechou com um aumento de 26% e de 21,5% de desempregados face a Fevereiro deste ano.

Mas nem tudo são más notícias. No balanço mensal do desemprego por concelhos esta semana divulgado e que permite atualizar o mapa do desemprego de Agosto, há boas notícias. 45 boas notícias, o número de concelhos que, apesar da crise, continuam a conseguir conter o aumento do desemprego ou até contrariá-lo. Mogadouro, Terras de Bouro, Sabuga, Vila do Bispo e Vila Nova de Paiva lideram esta lista e destacam-se a branco no mapa do desemprego por concelhos de Setembro.

Há casos de recuperação, como o de Ponte de Lima (região Norte) que chegou a registar em cenário de pandemia o dobro do desemprego registado em Fevereiro mas, ainda assim, a recuperação não foi suficiente para retirar o concelho do ranking dos que registam maior variação percentual do desemprego a registado face ao cenário pré-pandemia. Ocupa a quinta posição da lista, com um número de desempregados registados 84% superior ao verificado em fevereiro, mais 464 inscritos em termos absolutos.

Mas é o concelho de Redondo, na região do Alentejo, que ocupa a posição em que nenhum concelho quer estar. Embora em termos absolutos o número de desempregados inscritos nos centros de emprego da região só ultrapasse em 149 os registados em fevereiro, com este número o concelho duplica em percentagem o desemprego registado antes da pandemia e é o único a fazê-lo no último mês. Há seis concelhos onde o desemprego aumentou mais de 80% (ver infografia abaixo), Redondo é o caso mais grave.

A análise dos dados do IEFP por grupos profissionais mostra que os “Trabalhadores não qualificados“ (24,2%), os “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (21,8%) e o "Pessoal Administrativo" (11,8%) foram os mais representativos das contas do desemprego registado no continente durante o mês de setembro. O desemprego aumentou nos três sectores de atividade económica, com maior expressão no sector Serviços (44,7%), com as atividades de Alojamento, Restauração e Similares a sofrerem o maior impacto da crise, 91,5%, logo seguidas pelos Transportes e Armazenagem (67,8%) e Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (53,1%). No sector secundário destacam-se as subidas registadas nos ramos da Indústria do Couro e dos produtos do Couro" (52,5%), Fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte (46,5%) e Indústria do vestuário (36,1%).

A análise por género dos desempregados registados nos centros de emprego em setembro mantém a mesma tendências dos meses anteriores: dos 410.174 desempregados registados nos centros de emprego 57% (232.530) eram mulheres. E há casos onde a disparidade de géneros é particularmente acentuada. Em 11 concelhos do país o número de mulheres no desemprego é mais do dobro do registado entre os homens.

A merecer destaque ainda nos indicadores do desemprego relativos a setembro está a diminuição de 1,1% no número de casais em que ambos os cônjuges se encontravam em situação sem ocupação profissional. No final do mês passado eram 6.382 os casais nesta situação, menos 74 em termos absolutos do que em Agosto, mas ainda assim mais 1030 do que em Setembro de 2019.

Desde Fevereiro que o número de casais em que ambos os elementos se encontram desempregados tem vindo a aumentar, chegando a aumentar 12% entre março e abril deste ano, em pleno cenário de confinamento e paragem quase total da economia. Desde o início do ano o número de casais no desemprego já aumentou mais de 17%.

Fonte: Cátia Mateus, Expresso

Beneficiários de prestações de desemprego aumentam 37% em setembro

22 de outubro de 2020

O número de beneficiários de prestações de desemprego aumentou em 37,2% em setembro face ao período homólogo e em 2,6% comparando com o mês anterior, para 230.303, revelam as estatísticas mensais da Segurança Social.

De acordo com os dados, que não integram as prorrogações das prestações de desemprego aprovadas para responder à crise causada pela covi-19, o número de beneficiários do subsídio de desemprego subiu 39,5% em termos homólogos e 2,1% face a agosto, chegando a 197.398 pessoas.

Já o subsídio social de desemprego inicial (atribuído a quem não reúna as condições para receber o subsídio de desemprego) abrangeu 10.700 pessoas, um crescimento de 92,4% comparando com o mês homólogo e uma descida de 1,7% em relação ao mês anterior.

Por sua vez, o número de desempregados com subsídio social de desemprego subsequente (atribuído a quem já esgotou o subsídio de desemprego) foi de 21.597, o que representou aumentos de 8,2% e de 10,2% em termos homólogos e em cadeia, respetivamente.

“Por idades e comparando com setembro de 2019, continuam a registar-se acréscimos das prestações processadas em todos os grupos etários, sobressaindo os grupos mais jovens: o grupo de 24 ou menos anos (144,7%), entre os 25 e os 34 anos (78,0%), entre os 35 e os 44 anos (35,6%), e entre os 45 e os 54 anos (28,8%)”, lê-se na síntese elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

De acordo com os dados divulgados na terça-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos aumentou 36,1% em setembro em termos homólogos e 0,2% face a agosto, para 410.174.

Os dados publicados pela Segurança Social mostram ainda um aumento em setembro nos subsídios por doença, de 19,3% face ao período homólogo e de 4,8% em relação a agosto, para 175.002 prestações.

“Tal como nos meses anteriores, estes totais englobam, além das baixas por contágio pelo novo coronavírus, o subsídio por isolamento profilático, agrupado com o subsídio por tuberculose”, explica o GEP.

Quanto às pensões de velhice verificou-se um aumento de 22.126 em termos homólogos e de 1.002 face a agosto, para um total de 2.065.140 pensões de velhice.

Já as pensões de invalidez caíram em setembro em 2,1% face ao período homólogo e 0,9% comparando com agosto, para 180.618.

Foram ainda contabilizadas 712.565 pensões de sobrevivência, um aumento homólogo de 0,3% e uma descida em cadeia de 0,8%.

Fonte: Executive Digest

OE devia “promover o emprego” em vez de “subsidiar o desemprego”, alertam os empresários

20 de outubro de 2020

Empresários e associações estão bastantes "decionados" com Orçamento para o próximo ano. Queixam-se que é um Orçamento focado no apoio social e que esquece as empresas.

Aproposta de Orçamento do Estado para 2021 apresentada pelo Governo não agradou os empresários e as associações de vários setores industriais. Para o ministro das Finanças, João Leão, este é um “OE certo para Portugal e para os portugueses”, mas para os empresários é uma “deceção”.

“Orçamento que esquece as empresas”. “Iniciativa privada foi completamente esquecida”. “Este não é o Orçamento que o país precisa”. “É dececionante e fica aquém para as empresas”. A opinião é unânime e o descontentamento notório. Empresários queixam-se que é um Orçamento orientado as questões sociais, que é “vazio” a nível de apoio às empresas.

Do têxtil ao setor automóvel, a grande maioria dos empresários e associações confessa que esperavam ver neste OE2021 mais medidas de apoio para dinamizar as empresas, como menos impostos, mais incentivos, principalmente num ano atípico como este em que os gestores viram as suas empresas de portas fechadas, encomendas estagnadas e o volume de negócios a sofrer um impacto brutal.

“Este não é o Orçamento que o país precisa, está muito longe disso. Face ao elevado nível de endividamento, se não tivermos uma economia a crescer de modo forte e sustentável, voltaremos a enfrentar problemas muito sérios”, destaca o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro.

É um Orçamento de Estado muito dececionante e não me parece que seja minimamente ambicioso naquilo que é o fundamental, a dinamização da atividade económica.
Rafael Campos Pereira

Vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos

De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021, o próximo ano poderá trazer novos apoios sociais, aumentos nos salários e pensões e mudanças nos impostos. Para os empresários, este é um Orçamento focado na componente social e que esquece que “são as empresas que criam riqueza”. “Governo preocupou-se apenas com a componente social e esqueceu-se das empresas. Este Orçamento está a esquecer que quem cria riqueza neste país são as empresas”, destaca com alguma indignação o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado.

O vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, partilha a opinião do líder do têxtil e destaca que em vez de ser um orçamento projetado no crescimento da economia, “centra-se em prestações sociais”. “É um Orçamento de Estado muito dececionante e não me parece que seja minimamente ambicioso naquilo que é o fundamental, a dinamização da atividade económica. Quem cria riqueza são as empresas privadas este OE não incentiva investimento ou a criação de medidas estruturais para o crescimento da economia”. Acrescenta ainda que “um Orçamento que não serve à economia também não serve para os portugueses a curto prazo”.

O ECO ouviu os gestores da Danone Portugal, Olicargo e Riopele e do ponto de vista dos empresários este é um Orçamento que fica “aquém” daquilo que as empresas precisam neste momento — estímulo económico. Para o diretor-geral da Olicargo, Pedro Moreira, este é um “OE pouco ambicioso”. O gestor adianta que gostava de ver nesta proposta “mais incentivos às empresas em geral, mais estímulos direcionados a empresas que exportam e que produzem e criam riqueza efetiva”.

Os gestores da Danone e da Riopele queixam-se da falta de incentivos para as grandes empresas.”O Orçamento Estado está aquém. Não tem medidas para ajudar as grandes empresas, nem ao nível do investimento nem de ajudas fiscais. Este OE2021 só tem medidas para as micro e PME, para as grandes empresas isso não acontece”, lamenta o country manager da Danone Portugal, Ludovic Reysset. “O Governo podia incentivar as grandes empresas a investir mais em Portugal”, apela.

O presidente da Riopele, uma das mais antigas têxteis portuguesas e que emprega mais de mil pessoas em Portugal, corrobora a ideia e destaca que “as grandes empresas foram esquecidas” e que os incentivos foram para as PME. “As restantes empresas ficaram marginalizadas nesta proposta. Porquê que só se fala em PME?”, questiona o presidente da Riopele, José Alexandre Oliveira. “Não houve a coragem de dar incentivos para dinamizar as empresas não classificadas como PME”, afirma o líder do têxtil.


OE está aquém. O Governo podia incentivar as grandes empresas a investir mais em Portugal. Este Orçamento de Estado não tem medidas para ajudar as grandes empresas nem ao nível do investimento nem em ajudas fiscais.
Ludovic Reysset

O vice-presidente da associação dos metalúrgicos diz que para além de não existirem medidas de apoio às grandes empresas, “existe, pelo contrário, um ataque”. Rafael Campos Pereira refere-se à proibição de despedir por parte das empresas que recebam apoios públicos, “uma medida contrária ao que seria lógico”.
Proibição de despedir inibe o crescimento e vai aumentar o desemprego

A medida que prevê que as grandes empresas com resultados líquidos positivos este ano e que recebam apoios públicos não podem despedir trabalhadores está a causar bastante descontentamento entre os empresários e as associações. Para a Associação Empresarial de Portugal esta é uma medida “inaceitável, inibidora do investimento privado e da gestão normal de recursos humanos, agravando a enorme rigidez já existente para a atividade empresarial. O presidente da associação considera que, na prática, ao penalizar o investimento, a medida poderá mesmo ter o resultado oposto ao anunciado.

O vice-presidente da AIMMAP partilha da ideia e destaca que esta “é uma medida populista, chavista, que ataca as empresas e vai ter um efeito contrário. Esta medida que é lamentável e absurda vai aumentar o desemprego. Quem propôs esta medida quer destruir o país”. Conclui que, na prática, “é uma medida para ir ao encontro de alguns partidos, nomeadamente dos partidos da extrema-esquerda.

Para o setor do vestuário, que regista perdas há sete meses e não tem esperança numa rápida retoma, esta é uma medida inibidora de crescimento. “Como é que as empresas de podem reestruturar ou readaptar a uma nova realidade se houve uma redução do consumo a nível mundial, as empresas estão com dificuldades e a lutar pela sobrevivência e o Governo ainda impõe que as empresas não se podem reestruturar como é que uma economia saudável pode vingar?”, questiona o presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário (ANIVEC), César Araújo.

“Este OE2021 está a discriminar as empresas com mais de 250 trabalhadores. Grande parte das empresas do cluster do vestuário são tratadas como grandes empresas. Uma empresa do vestuário que tem 300 trabalhadores e fatura dez milhões de euros não pode ser considera como a Galp e uma EDP. O Estado tem que diferenciar as coisas”, alerta César Araújo.

“Estamos desiludidos e esquecidos por não termos uma medida específica para o setor, é impressionante.
Rodrigo Ferreira da Silva

Presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel

O diretor geral da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), Gualter Morgado, concorda com o presidente do vestuário e considera que devia existir um método para avaliar se uma emprega tem ou não condições de despedir. “Devia existir um critério qualitativo que permita avaliar se a empresa usou benéficos e está injustificadamente a despedir pessoas. Se for justificado, isto não faz sentido. Estamos a penalizar o bom empresário em detrimento do mau empresário“, conta ao ECO, Gualter Morgado.

Para a grande maioria das empresas, este OE ajuda o desemprego, mas não cria emprego. O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, já se pronunciou, alertando que este OE apoia muito o desemprego, mas não apoio o emprego”. O diretor geral do mobiliário defende que se parte do problema é desemprego “a única forma de resolverem este problema é criar emprego”. Acrescenta ainda que gostava de ver nesta proposta de OE medidas “focadas em estímulos para as empresas e a criação de emprego”, diz.

Para o vice-presidente da AIMMAP, em vez de se estar a “privilegiar subsidiar o desemprego”, devia eram ser criadas medidas que “promovam o emprego”. “Existem muitos apoios sociais, mas não existe um esforço sério para relançar a economia. Se não estimularmos a economia a muito curto prazo nem temos capacidade sequer de manter as prestações sociais”, alerta Rafael Campos Pereira.
O que querem os empresários? Menos impostos e mais estímulo

A grande maioria das associações e empresários ouvidos pelo ECO quer mais medidas para as empresas, queixam-se que, mais uma vez, foi adiada a reforma fiscal que o país necessita com urgência. “Precisamos que o IRS baixe de forma a aumentar os rendimentos dos trabalhadores e estimular o consumo. Precisaríamos que o IRC baixasse para aumentar a competitividade das empresas e o investimento”, sugere o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira.

Para o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, o Governo ao tornar as leis do trabalho mais rígidas vai colocar uma dificuldade acrescida ao crescimento da economia. “As leis do trabalho portuguesas são das mais rígidas da OCDE”, recorda Mário Jorge Machado. O responsável sugere um “incentivo fiscal ao investimento pela parte das empresas e a simplificação da carga burocrática”. “São duas componentes muitos críticas para as empresas conseguirem crescer e criar riqueza. Portugal começa a ficar na cauda dos países que crescem”, alerta Mário Jorge Machado.

“OE devia ser mais focado na criação de emprego, manutenção dos postos de trabalho e habilitar as empresas para que tenham capacidade para competir a nível europeu”, é a sugestão do presidente da ANIVEC numa altura em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que a taxa de desemprego em Portugal deverá atingir os 8,1% em 2020, nas suas últimas previsões económicas.

À semelhança do têxtil, a produção automóvel que caiu pelo sétimo mês consecutivo, só pede para não ser esquecida neste Orçamento de Estado. “Estamos desiludidos e esquecidos por não termos uma medida específica para o setor, é impressionante. Neste momento deveria ser estimulada a retoma de um setor que representa 20% das receitas fiscais em Portugal, 19% do PIB português e emprega cerca de 200 mil pessoas”, conta ao ECO, Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN).

Face ao colapso do mercado, à falta de incentivos e à “carga fiscal elevadíssima”, a associação automóvel sugere que todas as viaturas deviam ter redução de ISV, um estímulo à procura, com 50% de apoio até o limite 2500 euros, nos carros de gama pequena e média e utilitários. A ARAN ressalva ainda que esta “é uma medida necessária para estimular consumo e a renovar o parque automóvel envelhecido (veículos ligeiros de passageiros têm em média 13 anos), muito pouco amigo do ambiente, ajudar as empresas a transformar a mercadoria em liquidez”.
Limitação do agravamento das tributações autónomas deixa muito a desejar

“As tributações autónomas deviam mesmo ser eliminadas para que o sistema fiscal fosse mais transparente. Não há ninguém que saiba no início do ano quanto vai pagar deste imposto, a tributação autónoma é a pior coisa que existe. Não faz sentido nenhum”, defende o vice-presidente dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos. As críticas da AEP vão além desta medida e abrangem de forma mais alargada o OE que, dizem, deixou a iniciativa privada “completamente esquecida”. Defendem que não há estímulo à atividade produtiva e mesmo as medidas que existem — como a eliminação do agravamento das tributações autónomas para as PME com prejuízo devido à pandemia ou o IVAucher — são vistas como “pouco expressivas e com limitações”.

“Se não estimularmos a economia a muito curto prazo nem temos capacidade sequer de manter as prestações sociais”, alerta o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira. O Executivo de António Costa já veio dizer que o Governo está disponível para negociar e “introduzir melhorias” no Orçamento de Estado para 2021. Para o presidente da AEP, ainda é possível aplicar medias mais rígidas para o tecido empresarial português: “Ainda estamos a tempo de modificar políticas e com isso restabelecer a confiança dos agentes económicos, em prol da rápida recuperação e da prosperidade duradoura dos portugueses”, apela Luís Miguel Ribeiro.

Apesar de todas as dificuldades que o tecido industrial português está a enfrentar fruto desta pandemia, o diretor geral da Olicargo, lembra a resiliência da indústria. “Os empresários portugueses são resilientes e se houvesse uma alavanca por parte do Governo neste OE, acredito que as empresas iam conseguir superar o desafio”, concluí o gestor desta operadora logística que emprega 170 pessoas em Portugal.

Fonte: Fátima Castro, EcoOnline

267 mil pessoas recebiam RSI em 2019

19 de outubro de 2020

Entre 2007 e 2018, o número de pobres diminuiu no nosso país, revela a Pordata. Com a pandemia, há cada vez mais pessoas a pedirem ajuda ao Banco Alimentar

"Desde a última semana de setembro vemos que há outra vez um agravamento no número de pedidos de apoio, seja porque as pessoas voltaram a ficar sem emprego, porque trabalhavam no setor da restauração, hotelaria, mais ligado ao turismo, seja porque a situação de lay-off se prolongou e muitas continuam em casa sem poder ter um salário inteiro", revela Isabel Jonet, em entrevista à Lusa, por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala este sábado, 17 de outubro. A presidente do Banco Alimentar contra a Fome adiantou que a Rede de Emergência Alimentar, criada a 19 de março para dar resposta aos pedidos de ajuda na sequência da pandemia, voltou a registar um aumento de procura.

Pedidos de ajuda no Banco Alimentar
Os dados mostram que entre o final de março e abril, chegaram à volta de 350 pedidos de ajuda por dia, o que representou um acréscimo de cerca de 60 mil pessoas em relação às 380 mil apoiadas pelos 21 bancos alimentares de todo o país antes da pandemia, através de 2.600 instituições sociais. Do total de pessoas que até agora pediu ajuda através da Rede de Emergência Alimentar, 82,6% são mulheres, a maioria (77,5%) com idades entre os 31 e os 65 anos. Por outro lado, uma análise à situação socioeconómica mostra que 50,48% das pessoas que pedem ajuda estão desempregadas, mas há também quem esteja a trabalhar a tempo inteiro (12,47%) ou faça só uns biscates (10,55%).

A Pordata – base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos – reuniu um conjunto de informação sobre a pobreza em Portugal e destaca que a esmagadora maioria da população com 65 ou mais anos seria pobre sem transferências sociais (pensões de velhice e sobrevivência e outras prestações sociais, como apoios à família, educação, habitação, doença/invalidez, desemprego ou combate à exclusão social).

Menos escolaridade mais pobreza
Entre 2007 e 2018, os mais jovens são o grupo etário que apresenta a taxa de risco de pobreza mais elevada, depois de transferências sociais. Embora 2018 seja o ano com a percentagem mais baixa – 18,5% dos menores de 18 anos estavam em risco de pobreza. Cerca de um em cada três agregados familiares de um adulto com uma ou mais crianças é pobre. Outro dado indica que em todos os países da União Europeia, o risco de pobreza é mais acentuado entre indivíduos sem escolaridade ou com um nível básico de escolaridade. Em Portugal, cerca de um em cada quatro indivíduos com, no máximo, o 9º ano de escolaridade é pobre. Em 2019, atingiu-se o valor mais baixo, em 16 anos, do número de pessoas em situação de carência económica.

Em 2019, mais de 267 mil pessoas recebiam o Rendimento Social de Inserção, sendo este o valor mais baixo atribuído desde 2006. Destes, mais de metade são mulheres (51,6%) e mais de dois em cada cinco (41,2) têm menos de 25 anos. Comparando o ano de 1974 com o de 2019, e descontando o efeito da inflação, as pessoas que recebem o salário mínimo têm hoje mais €99 do que no ano do 25 de abril. E os beneficiários das pensões mínimas de velhice e invalidez do regime geral da Segurança Social recebem praticamente o mesmo.

Fonte: Sónia Bento, Sábado

Economia portuguesa só deverá recuperar do "choque" em 2030

19 de outubro de 2020

O Governo estima que a economia portuguesa apenas recupere do "choque" da pandemia de covid-19 em 2030, de acordo com o esboço do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) entregue esta quinta-feira em Bruxelas.

Segundo o primeiro esboço do documento entregue esta quinta-feira à Comissão Europeia pelo Governo, a que a Lusa teve acesso, o PRR vai permitir "que em 2030 a economia portuguesa tenha recuperado inteiramente do choque provocado pela pandemia, atingindo um PIB [Produto Interno Bruto] idêntico ao que alcançaria num cenário de inexistência desse choque".

De resto, o executivo português calcula que o impacto anual do PRR no PIB será, em média, de 0,5 pontos percentuais (p.p.), ou seja, sem plano de recuperação a economia nacional cresceria anualmente menos 0,5 p.p. até 2026.

Na versão preliminar do Plano de Recuperação e Resiliência português, são apresentados dois cenários macroeconómicos, com e sem o fundo europeu.

Sem o fundo, o PIB português cresceria 5% em 2021, 3,4% em 2022, 2,5% em 2023, 2,3% em 2024, 2,2% em 2025 e 2% em 2026.

Já tendo em conta as verbas do Fundo de Recuperação, prevê-se que a economia avance 5,4% em 2021, 3,6% em 2022, 3,3% em 2023, 3,2% em 2024, 2,6% em 2025 e 2,4% em 2026.

Também no défice se faz sentir essa diferença, já que com a execução do plano europeu o Governo prevê um défice de 4,3% em 2021, de 2,7% em 2022 (já abaixo do limite do Pacto de Estabilidade da Comissão Europeia, de 3%), de 2,2% em 2023, de 1,4% em 2024, e de 0,7% em 2025.

Em contraste, num cenário desenhado sem a existência do plano de recuperação, o Governo previa a existência de um défice de 1,2% em 2026.

Assim, sem o plano, depois do excedente de 0,1% do PIB no ano passado, o executivo esperaria na mesma um défice de 7,3% em 2020 e 4,3% em 2021, mas a partir de 2022 os números do saldo negativo das contas públicas aumentariam para 2,8% em 2022, 2,4% em 2023, 2,0% em 2024, 1,6% em 2025 e 1,2% em 2026.

Além disto, o Governo já admite o recurso a empréstimos ao abrigo do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, no valor de 4,3 mil milhões de euros, para habitação pública acessível, apoio às empresas e material circulante ferroviário.

"O Governo Português tomou a decisão de maximizar a utilização de fundos europeus a título de subvenção e de minimizar a utilização de empréstimos que possam dar origem ao aumento da dívida pública", lê-se no documento, mas, ainda assim, o executivo elenca três investimentos que merecem uma avaliação criteriosa da sua elegibilidade, e em que condições, para a componente de empréstimos do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência".

Desses investimentos, consta uma aposta de 2,7 mil milhões de euros ao "parque público de habitação acessível", bem como perto de 1,3 mil milhões de euros para "capitalização de empresas e à resiliência financeira" no âmbito do Banco de Fomento, respetivamente nos módulos da habitação e da promoção do emprego.

Já no que toca à mobilidade sustentável, é equacionado o recurso a empréstimos comunitários para um investimento de 300 milhões de euros em material circulante ferroviário, nomeadamente para comboios regionais.

No final de setembro, o primeiro-ministro tinha salientado que Portugal não iria utilizar a fatia de empréstimos do Fundo de Recuperação, recorrendo "integralmente" às subvenções.

"Portugal tem uma dívida pública muito elevada e assume sair desta crise mais forte do ponto de vista social, mas também mais sólido do ponto de vista financeiro. Por isso, a opção que temos é recorreremos integralmente às subvenções e não utilizaremos a parte relativa aos empréstimos enquanto a situação financeira do país não o permitir", frisou António Costa na altura, falando na Fundação Champalimaud, em Lisboa, após uma intervenção da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se deslocou ao país.

Em julho passado, o Conselho Europeu aprovou um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para fazer face à crise gerada pela covid-19, entre subvenções e empréstimos.

Entre os dois pacotes europeus, Portugal deverá arrecadar cerca de 45 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido no período de 2021 a 2029.

Fonte: JN

Desemprego em Portugal deverá ficar nos 8,1% em 2020. FMI previa 13,9%

14 de outubro de 2020

As previsões do FMI situam-se abaixo das estimativas do Governo, incluídas no Orçamento do Estado, que apontam para uma taxa de desemprego de 8,7% este ano e 8,2% em 2021.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou esta terça-feira, nas Previsões Económicas Mundiais, que a taxa de desemprego em Portugal deverá atingir os 8,1% em 2020, baixando para 7,7% em 2021.

Os números esta terça-feira divulgados fazem parte das Previsões Económicas Mundiais da instituição sediada em Washington, e para Portugal atualizam os números divulgados em abril. À data, o FMI previu que a taxa de desemprego em Portugal chegasse aos 13,9% este ano e recuperasse para os 8,7% em 2021. Em 2019, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,2% e a taxa de desemprego foi de 6,5%.

Na segunda-feira foram divulgadas as previsões do Governo associadas ao Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), que apontam para uma taxa de desemprego de 8,7% este ano e 8,2% em 2021.

“A melhoria esperada para o mercado de trabalho deverá levar a um crescimento do emprego em 1% (-3,8% em 2020), assim como, a uma redução da taxa de desemprego, a qual deverá diminuir de 8,7%, em 2020, para 8,2%, em 2021″, pode ler-se no relatório que acompanha a proposta de Lei do Governo para o OE2021, divulgada na segunda-feira.

Na semana passada, o Banco de Portugal (BdP) estimou, no seu Boletim Económico, que a taxa de desemprego deverá chegar aos 7,5% em 2020, uma revisão em baixa face aos 10,1% previstos em junho.

De acordo com o banco central, o emprego “cai menos do que seria de esperar, face a anteriores períodos de recessão” e a previsão da queda para este ano é de 2,8%, melhor do que a redução de 4,5% prevista pelo banco central em junho.

Fonte: Eco Online

Exportações aceleram a norte. O desemprego também

08 de outubro de 2020

Entre abril e julho, as exportações da região dispararam em 95%. Sobem mais do que a média nacional e "ultrapassam o valor anterior ao da crise pandémica", diz o boletim Norte Conjuntura, da CCDRN.

"As exportações na região Norte dispararam 95% entre abril e julho de 2020, atingindo o valor de 2040 milhões de euros e superando o crescimento da média nacional (em torno dos 71%), destaca o Boletim Norte Conjuntura, divulgado esta quarta-feira pela CCDRN - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

Apontando este desempenho como um indicador de que começam a ser "visíveis os primeiros sinais de retoma" após a quebra da economia regional no período de confinamento, o boletim sublinha que "a resiliência do sector exportador da Região Norte em contexto de crise foi superior à nacional" . "Em Portugal, o valor das exportações em julho era ainda inferior ao registado em janeiro", enquanto no Norte as vendas ao exterior "ultrapassam o valor anterior ao da crise pandémica", refere.

Já o número de desempregados inscritos nos centros de emprego da região cresceu 20% em termos homólogos, uma variação também inferior aos 30,6% registados a nível nacional. "O elevado número de trabalhadores (20,1% da população empregada da região) em regime de 'lay-off' permitiu atenuar significativamente a quebra potencial no emprego", diz este relatório sobre o desempenho económico regional.

No entanto, o salário médio mensal líquido dos trabalhadores da região teve uma evolução positiva refletida na tendência de convergência relativamente ao salário médio nacional: "a diferença entre o salário nacional e o da região foi de 43 euros" e esta é "a menor diferença desde que existem registos de remunerações por NUTSII", diz o documento.

Em números, o salário médio no Norte atingiu os 909 euros no 2.º trimestre de 2020, enquanto o salário médio nacional está nos 956 euros.

Comparando o segundo trimestre do ano com o mesmo período de 2019, o balanço continua, no entanto, a ser negativo e a quebra das exportações da região ronda os 29%, abaixo dos 30,6% do país. Julho, no entanto, apresenta valores "mais otimistas", com uma quebra de apenas 6,9% face ao mês homólogo.

No que respeita ao turismo, os indicadores "refletem uma evolução favorável, ainda que se situem bastante aquém de 2019", com o número de hóspedes a subir "exponencialmente entre abril e julho", apesar de ficar a "menos de metade do valor homólogo do ano transacto". "A recuperação do sector do turismo terá sido, ainda assim mais rápida na região do que no conjunto do país", refere o relatório.

Fonte: Margarida Cardos, Expresso

Só metade dos jovens no desemprego tem acesso a subsídio

01 de outubro de 2020

Atribuição da prestação a quem tem até 34 anos continua a manter baixa a taxa de cobertura do subsídio de desemprego no país.


É entre os jovens que mais tem crescido a atribuição de subsídio de desemprego, mas a taxa de cobertura da prestação entre quem tem até 34 anos e perdeu o emprego mantém-se ainda muito aquém daquela que se regista nos restantes grupos etários. Em agosto, apenas 50% dos jovens com inscrição por desemprego ativa nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) estavam a receber o subsídio da Segurança Social.

De acordo com as estatísticas da Segurança Social, publicadas ontem, 62 147 jovens estavam no mês passado a receber o subsídio de desemprego. Eram, sensivelmente, metade dos desempregados jovens contabilizados em agosto pelo IEFP. Excluindo jovens com inscrições nos centros de emprego dos Açores e da Madeira, sem dados desagregados nas estatísticas nacionais, eram 123 827.

A taxa de cobertura do subsídio para esta faixa etária, a mais penalizada com a perda de emprego da pandemia, fica assim em 50%, nos cálculos do Dinheiro Vivo. Compara com uma taxa de 63% no grupo dos 35 aos 54 anos, e com uma taxa de 61% entre desempregados com idades a partir dos 55 anos que mantêm inscrição ativa nos centros do IEFP.

É, por conseguinte, a cobertura baixa entre os mais jovens que mais contribui para manter baixa a taxa nacional que em agosto tornou a ficar nos 55%. Ainda assim, a atribuição de subsídio a desempregados jovens tem vindo a acelerar, praticamente duplicando por comparação com agosto do ano passado (mais 95%). Nesse mesmo período, o desemprego de menores de 35 anos medido pelas inscrições no IEFP cresceu menos, em 62%, com a taxa de cobertura da prestação a passar dos 42% aos 50%. Já para o conjunto dos desempregados, observa-se um aumento homólogo no desemprego registado em 34,5%, com o número de subsídios de desemprego pagos a crescer 39%, para um total de 224 568 prestações atribuídas em agosto.

Por comparação com julho, o aumento nos subsídios processados no último mês foi de 1%. Subsídio social de desemprego e RSI estagnam em agosto As estatísticas da Segurança Social indicam que as prestações de desemprego que mais têm aumentado no período da pandemia são as do subsídio social de desemprego, com períodos de garantia mais curtos, mas também com valores menores e cuja concessão fica ainda dependente dos rendimentos das famílias dos desempregados. Mas, no último mês, o número de beneficiários caiu ligeiramente. Em agosto, o número de beneficiários do subsídio social de desemprego, 10 881, duplicava ainda face a agosto do ano passado, mas caía 0,1% em relação a julho.

Já o subsídio de desemprego regular, que exige ainda 360 dias de descontos para a Segurança Social ao longo dos últimos dois anos, subia 43% na comparação homóloga e apenas 0,6% face ao mês anterior. Esta evolução não reflete ainda alterações trazidas pelo Orçamento Suplementar de 2020, que vieram reduzir o período de descontos para acesso ao subsídio regular de desemprego (de 12 para seis meses nos últimos dois anos) para aqueles que perderam o trabalho durante os estados de emergência e calamidade.

No início deste mês, a Segurança Social ainda não estava a aplicar as novas regras, que permaneciam por operacionalizar. Já o acesso ao rendimento social de inserção (RSI) mudou, com a avaliação dos rendimentos das famílias a ter em conta as perdas ocorridas devido à pandemia. Ainda assim, a evolução nas prestações de RSI pagas não mostra, por enquanto, um maior acesso ao apoio destinado a minorar situações de pobreza. Em agosto, havia 210 875 beneficiários, menos 0,1% do que em julho, e apenas mais 1,8% que um ano antes.
 
Fonte: Maria Caetano, Dinheiro Vivo
 

Relatório do Banco Mundial — Poverty and Shared Prosperity 2020

19 de outubro de 2020

O mais recente relatório do Banco Mundial — Poverty and Shared Prosperity 2020 — revela que, só este ano, a pobreza extrema deverá atingir entre 88 milhões e 115 milhões de pessoas, podendo chegar a um total de 150 milhões de pessoas em 2021.

De acordo com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, é o primeiro aumento em mais de 20 anos, já que à pandemia de covid-19 se associam as alterações climáticas e situações de conflito em vários pontos do globo.

Pandemia pode levar mais 150 milhões de pessoas para a  pobreza extrema até 2021

O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1,90 dólares por dia (1,61 euros) e deverá afetar cerca de 9,1% e 9,4% da população mundial em 2020, segundo o relatório hoje divulgado.

Os números “representariam um regresso à taxa de 9,2% em 2017”, e segundo o Banco Mundial, caso não tivesse existido a pandemia, a taxa deveria baixar para 7,9%.

“De forma a reverter este retrocesso sério ao desenvolvimento do progresso e à redução da pobreza, os países vão ter que se preparar para uma economai diferente depois da covid-19, ao permitir que o capital, o trabalho, as competências e a inovação se movam para novos negócios e setores”, considerou o presidente do Banco Mundial.

Além da linha dos 1,90 dólares, o Banco Mundial também mede linhas de pobreza nos 3,20 dólares e 5,50 dólares (2,72 e 4,67 euros, respetivamente), estimando que “quase um quarto da população mundial viva abaixo da linha dos 3,20 dólares e mais de 40% da população mundial – quase 3,3 mil milhões de pessoas – vivam abaixo da linha dos 5,50 dólares”.

 

Segundo o relatório, “muitos dos novos pobres estarão em países que já têm altas taxas de pobreza”, e “um número de países com rendimentos médios verão números significativos de pessoas passarem para baixo da linha da extrema pobreza”, estimando que 82% do total serão nesses países.

O Banco Mundial afirma também que a convergência da pandemia COVID-19 com as pressões do conflito e da mudança climática colocará a meta de acabar com a pobreza até 2030 inalcançável, caso não haja uma implementação de políticas “rápida, significativa e substancial”. Em 2030, a taxa de pobreza global poderá chegar aos 7%.

De acordo com o Banco Mundial, “a desaceleração da actividade económica intensificada pela pandemia deverá atingir as pessoas mais pobres de forma especialmente forte e isto poderia levar a indicadores de prosperidade partilhada ainda mais baixos nos próximos anos”. O relatório apela ainda à acção colectiva para contrariar os indicadores mais negativos, de forma a “assegurar que os anos de progresso na redução da pobreza não sejam apagados”.

Crise Social: o emerso e o submerso

18 de setembro de 2020

O desemprego é uma das principais variáveis que ligam imediatamente a economia à situação social. Segundo os dados que o INE tem vindo a publicar, sejam os trimestrais, sejam os mensais, conjugados com os números das pessoas abrangidas pelo lay-off e pelo desemprego registado no IEFP, há já efeitos bem visíveis, com impactos notórios, mas há, contudo, uma parte bastante significativa ainda submersa estatisticamente.

Está submersa por várias razões. Só emergirá verdadeiramente nos próximos meses, aquando das alterações nos apoios sociais extraordinários criados, alguns terminados a partir de outubro. Só se tornarão mais evidentes totalmente em março, sendo este o tempo limite das moratórias bancárias.

Na Primavera-Verão, o desemprego, em situação normal, diminuiria. Pela agricultura, pelo turismo, pelo consumo das férias. As comparações devem ser vistas, então, homologamente.

O INE, com dados recentes do segundo trimestre, “estranhamente” disse-nos que o desemprego baixou 50,1 mil pessoas. Estes dados são médios, a três meses, e correspondem ao início da pandemia. Contudo, se vistos nas variações mensais, mês após mês, eles são crescentemente negativos. Entre maio e junho, por exemplo, o último mês deste trimestre, subiram 53,8 mil as pessoas desempregadas (mais de 18,9%). A subida mensal foi assim notória, quando normalmente baixaria.

Importa, contudo, completarmos esta ponta do visível com dados estatísticos anormais, dos tempos anormais que vivemos.

Em termos homólogos, naquele período, porém, o emprego baixou 185 mil pessoas. Porque não passaram então estatisticamente para o desemprego, se aquele até diminuiu? Porque não procuraram as pessoas desempregadas emprego ou não se mostraram disponíveis para trabalhar? A razão esteve no confinamento e nas expetativas realistas de não o obter.

Assim, uns que deixaram de estar empregados tornaram-se inativos, e não desempregados. Outros, dos que já estavam desempregados, deixaram de o ser estatisticamente, tendo sido também inativados. A população inativa subiu consequentemente 259,1 mil pessoas, estimando-se que, destas, 143,9 mil estavam disponíveis para trabalhar, mas não procuraram empregos.

Adicionalmente, nos 4,731 milhões que permaneceram empregados, mais dum milhão (1,08) estiveram ausentes do trabalho, dos quais 680,1 mil em lay off, um valor quatro vezes superior face ao período homólogo do ano passado. As horas trabalhadas diminuíram, por sua vez, mais de 26%.

Só assim se percebe que, embora haja muito mais desemprego, a taxa de desemprego tenha diminuído. A fricção negativa no mercado de trabalho imensa é, porém, bastante preocupante.

Uma parte destes desempregados não visíveis pode ser apanhada pelo indicador subutilização do trabalho, que subiu 116,1 mil pessoas, em junho. Esta subutilização atingiu, neste mês, 14,8%, mais 2,3 pp, face ao ano passado. Este indicador, mais abrangente, continua ainda a não apanhar os empregados sem ocupação, em empresas paradas ou com grande redução de atividade (lay off por exemplo), nem os inativos que simultaneamente nem procuraram nem estiveram disponíveis para trabalhar, face ao confinamento.

Este fenómeno de desencorajamento é evidente nos jovens. Não havendo empregos novos, nem mobilidade internacional, estes são dos que mais sofrem. Neste segmento, há 62,3 mil a mais nos inativos e menos 56,9 mil no emprego. Os denominados jovens “nim” (nem emprego, nem escola, nem formação) subiram 92,3 mil.

Estas centenas de milhares, aferidas a junho, com os últimos dados do INE existentes, anómalas, em tempos anómalos, indiciam assim um elevado risco social. Mais duzentos mil, trezentos mil, quatrocentos mil? Nos próximos meses iremos ver.
As instituições e a sociedade têm de estar assim preparadas para o que se aproxima. Os apelos que têm sido feitos, inclusive pelos responsáveis governamentais, são bem realistas

Mês a mês, o drama manifesta-se mais. O congelado pelos apoios públicos vai descongelando. Em julho, o IEFP dizia que havia mais 110 mil desempregados registados. Nunca, em 30 anos, em maio, tinha havido subida mensal do desemprego registado. Desde fevereiro, em tempos que deveriam ser de baixa, o desemprego registado aumentou mais de 90 mil pessoas.

O INE informou-nos ainda que o PIB regrediu 16,3% no segundo trimestre, contra 2,3% no primeiro. O Turismo teve menos de 81,7% de hóspedes no fim do primeiro semestre, ou mais propriamente menos 96% de “estrangeiros” e menos 59,8% de residentes. Bastam-nos estes dois indicadores para ter a perceção do que está a acontecer.

As instituições e a sociedade têm de estar assim preparadas para o que se aproxima. Políticas públicas proativas, sociedade solidária e consciente e muito pragmatismo estratégico. Os apelos que têm sido feitos, inclusive pelos responsáveis governamentais, são bem realistas.

Fonte: Francisco Madelino, Público

E, de repente, o desemprego jovem escalou para os níveis de há três anos

01 de setembro de 2020

Em três meses, a taxa de desemprego dos jovens regressou ao patamar dos 25%. Com pouco investimento e baixas expectativas, a recuperação ainda é uma incógnita.
Bastaram três meses para a pandemia esbater a dinâmica do mercado de trabalho e colocar o desemprego dos jovens acima de 25%. O efeito disruptivo do confinamento fez escalar esta taxa para os níveis de há três anos. Uma subida que é como um recuo no tempo.

Um em cada quatro jovens da população activa dos 15 aos 24 está sem trabalho (25,6%). Em Junho, estimou o Instituto Nacional de Estatística (INE), havia 81,2 mil jovens fora do mercado de trabalho — sem trabalho, activamente à procura, disponíveis para trabalhar. A estes juntam-se outros enquadrados no subemprego.

Não é um regresso aos anos da troika, mas é um agravamento para níveis idênticos aos de alguns meses de 2009 e 2017, dois anos distintos na economia, mas parecidos num indicador: a taxa de desemprego dos jovens andava na ordem dos 23-24-25%.


No entanto, se em 2017 o crescimento da economia embalava a descida do desemprego, hoje, como em 2009, o momento é de retracção económica. Com as empresas em layoff, as horas trabalhadas em queda e o indicador de investimento empresarial em baixa, é difícil esperar uma melhoria do mercado de trabalho pelo menos até à Primavera do próximo ano, considera o economista Francisco Madelino, antigo presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Por um lado, não havendo investimento das empresas, há menos ofertas de trabalho; por outro, poderá haver menos jovens à procura activa de emprego nos próximos meses, “quer pela [falta de] expectativas, quer pela situação sanitária”, admite o economista, lembrando que o próprio INE tem chamado a atenção para o facto de o encerramento parcial ou total das empresas e a situação sanitária estarem a interromper os canais de informação normais das ofertas de trabalho.

O agravamento vê-se também no número dos que acorrem aos centros de emprego: em Julho havia 45 mil jovens até aos 24 anos inscritos no IEFP, um aumento de 58% face a Julho do ano passado (28,5 mil).

A faixa etária abaixo dos 25 anos é aquela que estatisticamente se usa a nível internacional para fazer o retrato do desemprego jovem (15-24 anos). Os dados mensais evidenciam uma subida significativa a partir de Abril: de 18,3% em Março, a taxa passou para 20,6% no mês seguinte, para 21,4% em Maio e para 25,6% em Junho (valor provisório ainda sujeito a revisão nos dados que o INE deverá divulgar nesta segunda-feira).

Ao mesmo tempo, a população empregada dessa faixa etária está a diminuir: de 295,1 mil jovens em Março para 271,6 mil em Abril, de 243,7 mil em Maio para 235,8 mil em Junho.

Um indicador importante neste momento é o da taxa de subutilização do trabalho, porque inclui não apenas a população desempregada, mas também o subemprego (trabalhadores involuntariamente a tempo parcial) e ainda os inactivos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar, bem como os inactivos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram emprego. Só que este indicador mensal não permite saber o número exacto da população jovem.

Ao mesmo tempo, para se perceber como é que o mercado laboral tem evoluído na pandemia entre a população da faixa etária imediatamente a seguir (dos 25 aos 34 anos) é possível olhar para dados do segundo trimestre (de Abril a Junho). Como as estatísticas trimestrais permitem ver mais patamares de idade, neste caso é possível verificar que a taxa de desemprego entre as pessoas dos 25 aos 34 anos era de 7,7% nesse trimestre (73,2 mil pessoas).

Já a taxa dos jovens (com idade entre os 15 e os 34 anos) que não estão nem empregados nem a estudar, os chamados “nem-nem”, está nos 12,8% (segundo trimestre), um valor superior àquele em que se encontrava há três anos (segundo trimestre de 2017) e semelhante à dimensão de há quatro anos (segundo trimestre de 2016). Essa taxa é um pouco mais alta quando se desdobra o indicador em dois e se concentra a atenção nos jovens dos 25 aos 34 anos. Aí, a taxa está nos 16,2%.

Francisco Madelino admite a possibilidade de surgirem ofertas de emprego ancoradas no teletrabalho e, com isso, haver jovens que possam trabalhar para empresas internacionais a partir de Portugal. Esse, diz, é um factor que pode ajudar, mas não compensar totalmente o aumento do desemprego, nem substituir outros empregos que exigem a presença no local de trabalho, mesmo que pontualmente.
O teletrabalho, avisa, cria “novas dimensões” a que é preciso estar atento, também pelo impacto nas relações de trabalho da população jovem e com vínculos precários. “O teletrabalho pode levar a uma desregulação da organização do tempo de trabalho” e, sublinha o professor do ISCTE-IUL, implica uma maior complexidade quando estão em causa empresas que têm sede noutros países (seja no que toca ao cumprimento de horários e das horas de trabalho, seja se for preciso dirimir matérias laborais ou mesmo determinar as sedes judiciais para a resolução de litígios).
 
Fonte: Pedro Crisóstomo, Público

Seguir Ex-inativos fazem taxa de desemprego subir em julho para os 8,1%

01 de setembro de 2020

Com o fim do confinamento, muitos cidadãos que eram considerados inativos passaram a estar disponível para o trabalho e procurar ativamente emprego, o que se refletiu no aumento da taxa de desemprego.

A taxa de desemprego subiu para os 8,1% em julho, um aumento de 1,6 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2019, segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em junho, tinha-se fixado nos 7,3%. Para este aumento contribuíram os ex-inativos.

Segundo o INE, registou-se em julho uma diminuição face a junho do número de inativos — a população que, estando desempregada, não procura ativamente emprego e/ou não está disponível para trabalhar. Face a junho, este universo diminuiu (há menos 41 mil inativos), “sendo a maioria desta redução (32,9 mil) explicada pelo decréscimo no número de inativos disponíveis, mas que não procuram emprego”.

É que, escreve o INE, com o confinamento e as restrições, muitas pessoas deixaram de procurar emprego ou não estiveram disponíveis para trabalhar, por exemplo, porque tiveram de tomar conta dos filhos ou porque não foi possível ir a entrevistas de emprego. Por isso, a população inativa subiu numa primeira fase. O fim progressivo das restrições possibilitou a reabertura de diversas atividades económica e o fim do confinamento. “Tal terá possibilitado o começo do cumprimento dos critérios de procura ativa de emprego e de disponibilidade para começar a trabalhar, essenciais para a inclusão dos não empregados na população ativa enquanto desempregados”, e não na população inativa.

Por outras palavras, os trabalhadores que antes eram considerados inativos, passaram a ser considerados desempregados porque procuram ativamente emprego e/ou estão disponíveis para trabalhar. Segundo o instituto, o aumento da taxa de desemprego é, assim, “reflexo” da passagem da população inativa para a desempregada.

A possibilidade de cumprimento de ambos os critérios é já visível nos resultados definitivos de junho e reforçada nos resultados provisórios de julho, onde se observa um forte aumento da população desempregada em relação aos três períodos de comparação (mês anterior, três meses antes e mês homólogo de 2019) e uma diminuição mensal da população inativa que apenas cumpre um dos critérios necessários à classificação de desemprego, com reflexo no aumento da taxa de desemprego para 8,1% em julho”, refere o INE.

Por outro lado, em julho de 2020, a estimativa provisória da população empregada — que correspondeu a 4.671,3 mil pessoas aponta para um aumento de 0,1%, (2,7 mil) em relação ao mês anterior, tendo diminuído 1,7% (80,2 mil) relativamente a três meses antes e 3,5% (171,7 mil) por comparação com um ano antes. Esta evolução revela um travão no ritmo de destruição de empregos.

Já a taxa de desemprego dos jovens foi estimada em 26,3%, a que corresponde uma diminuição de 1,1 p.p. relativamente à taxa de junho de 2020.

Fonte: Beatriz Ferreira, Observador

Taxa de desemprego volta a subir e atinge 8,1%

31 de agosto de 2020

É o valor mais alto desde agosto de 2018. A taxa de desemprego medida pelo Instituto Nacional de Estatística voltou a aumentar em julho. Há 409,7 mil desempregados, mais 0,8 pontos percentuais do que em junho deste ano

A taxa de desemprego medida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) começa a traduzir os efeitos da crise gerada pela pandemia de covid-19 no mercado de trabalho. Depois de vários meses quase imutável, sem espelhar alterações que traduzissem a quebra abruta da economia e o aumento do desemprego que vem sendo registado nos centros de emprego, a taxa de desemprego nacional que já tinha subido de forma marcada em junho, volta a aumentar 0,8 pontos percentuais atingindo os 8,1% em julho, segundo a estimativa provisória do INE, publicada esta segunda-feira. É o valor mais elevado desde agosto de 2018.

Em julho (estimativa provisória), o número de desempregados em Portugal alcançou os 409,7 mil. São mais 39,4 mil pessoas do que as registadas em junho deste ano e 74 mil do que em período homólogo, ou seja, no mesmo mês de 2019. Ao mesmo tempo, a população empregada aumentou também, 0,3 pontos percentuais, em 13,3 mil pessoas, em relação a junho e a taxa de subsutilização do trabalho aumentou também 0,2 pontos percentuais para os 15,7%.

Recorde-se que os economistas têm chamado à atenção para importância deste indicador complementar que agrega, além dos desempregados oficialmente contabilizados, também os trabalhadores a tempo parcial que gostariam de trabalhar mais horas, os inativos disponíveis para trabalhar mas que não procuraram ativamente emprego no tempo considerado pela análise e os inativos que procuraram emprego mas não estavam disponíveis no imediato para ocupar uma vaga.

Em julho, a dimensão da população "subempregada" traduziu um aumento de 13 mil pessoas face ao mês anterior. O INE justifica esta evolução com o "aumento do número de desempregados (39,4 mil) e do subemprego de trabalhadores a tempo parcial (12,4 mil), já que diminuiu o número dos inativos à procura de emprego mas não disponíveis e o de inativos disponíveis mas que não procuram emprego”.

No mesmo mês, "a taxa de desemprego dos jovens foi estimada em 26,3%, a que corresponde uma diminuição de 1,1 p.p. relativamente à taxa de junho de 2020. Já a taxa de desemprego dos adultos foi estimada em 6,8% e aumentou 0,8 p.p. em relação ao mês anterior", explica o INE em comunicado..

Segundo o organismo oficial de estatística, "a transição de estado de emergência para estado de calamidade e, desde julho, para estado de alerta, na generalidade do país, ditou alguma normalização do funcionamento do mercado de trabalho devido ao alívio das restrições à mobilidade das pessoas e à atividade das empresas”.

Tomando como referência os meses mais críticos da pandemia, fevereiro a junho, os dados hoje divulgados pelo INE (já definitivos) sinalizam uma diminuição da população empregada em 3,5% (170,1 mil) e, no mesmo período, um aumento da população desempregada em 11,7% (38,7 mil) o que resultou num aumento de 0,9 p.p. da taxa de desemprego.

Em paralelo, a taxa de subutilização do trabalho aumento também 3,1 p.p., situando-se, em junho, em 15,5%, abrangendo 828,8 mil pessoas, das quais 370,3 mil desempregadas e 286,1 mil inativas disponíveis mas que não procuraram emprego.

Fonte: Cátia Mateus, Expresso

“Há desempregados que se sentem em casa como ‘num poço sem fundo’

24 de agosto de 2020

Renato Miguel do Carmo, professor do departamento de sociologia do ISCTE, estudou as dimensões subjectivas do desemprego e concluiu que ou o país consegue aproveitar as suas competências, seja nos cuidados ao outro seja na reparação de bicicletas, ou acentuar-se-á a desvinculação social destas pessoas cuja vulnerabilidade as torna permeáveis ao populismo  
Conseguir travar a desfiliação social e cívica de muitos dos desempregados de longa duração será o melhor antídoto para o recrudescimento do populismo, defende o investigador Renato Miguel do Carmo, co-autor, juntamente com Marina Madalena D’Avelar, do livro A Miséria do Tempo - Vidas suspensas pelo desemprego, que a editora Tinta da China lançou em plena pandemia.

Nesta obra, que se insere numa série de estudos sobre a proliferação do mal-estar nas sociedades contemporâneas e que deu origem a um documentário, os sociólogos entrevistaram 46 desempregados de longa duração, com uma média de idades de 55 anos e baixa escolarização, para perceber as dimensões subjectivas no desemprego, isto é, o modo como os desempregados interpretam o mundo social envolvente.

Concluíram, por exemplo, que para estes trabalhadores cujas competências foram descartadas pelo mercado de trabalho e com poucas expectativas de voltarem algum dia ao mercado de trabalho formal, a casa tende-se a tornar-se asfixiante e o tempo fica amputado da ideia de futuro. Numa sociedade em efervescente aceleração, deixar estas pessoas para trás, sobretudo numa altura em que a crise pandémica está já a fazer novos desempregados, acentua o mal-estar social que funciona como terreno fértil para o avanço dos populismos, avisa Renato Miguel do Carmo, para quem urge mudar o paradigma das políticas públicas de emprego.

É muito forte nestas pessoas que vivem estes processos de desvinculação e de desfiliação a percepção de que vão ficando para trás, de que já não contam nem são considerados. E isto tem influência na forma como vivem o quotidiano e projectam o futuro, que não existe.

Em vez de se insistir no regresso destas pessoas ao mercado de trabalho, por que não, por exemplo, enquadrar o potencial que muitas têm para cuidar do outro? Numa sociedade em aceleradíssimo envelhecimento, esta disponibilidade para cuidar “representa um potencial de religação social e cívica que não deve ser descurado”, defende.

Como é que se salta de uma de uma situação de desemprego para o processo de desfiliação social e de mal-estar social que apontam no livro?
Este processo de desqualificação ou desfiliação social, as pessoas vão-se desvinculando dos espaços e dos contextos habituais, quer do ponto de vista profissional, na medida em que deixam de ter uma ligação com o mercado de trabalho, quer do ponto de vista dos círculos relacionais e de sociabilidade habituais. Aqui, a casa, que no contexto da vida enquanto empregados significa habitualmente um espaço de conforto e descanso, torna-se um espaço de constrangimento e de peso, um espaço que reforça todos esses factores de desligamento face ao mundo. Alguns destes desempregados sentem-se em casa como “num poço sem fundo”.

Encontraram diferenças nesta relação com o espaço doméstico entre homens e mulheres desempregados?
No caso das mulheres, a relação com o trabalho é substituída em grande parte pelo trabalho doméstico e pelo cuidar. Estamos a falar de pessoas cuja média etária é de 55 anos. Entre os homens, alguns acabam por dedicar-se depois a actividades ligadas à economia paralela, aos biscates. Mas, entre os que tiveram grande dificuldade em adaptar-se à situação, muitos tinham caído em estados depressivos e de mal-estar permanente, de que é muito difícil depois sair. E também estudámos a dimensão do tempo, que acaba até por ser o título do livro porque é muito forte nestas pessoas que vivem estes processos de desvinculação e de desfiliação a percepção de que vão ficando para trás, de que já não contam nem são considerados. E isto tem influência na forma como vivem o quotidiano e projectam o futuro, que não existe. É muito forte esta ideia de que não há futuro. O futuro acaba por ser equacionado para os netos ou para os filhos, mas esta ideia de ausência de futuro é algo que gera muita angústia.

O desemprego prolongado amputa estas pessoas da possibilidade de se projectarem no futuro?

Às vezes não pensamos muito nisto, porque estamos muito habituados a este modelo produtivista e todos nós somos um pouco escravos desta da ideia de aceleração social, porque vivemos numa sociedade em permanente aceleração. Ora, as pessoas vivem nesta aceleração efervescente e, de um momento para o outro, são forçadas a parar. E viver esta paragem forçada numa sociedade em plena aceleração gera muita angústia e essa percepção de se estar a ficar para trás intensifica-se ainda mais, sobretudo quando o vizinho e os próprios familiares continuam a sair às oito da manhã e a regressar à noite, enquanto o próprio está confinado no tempo. Muitas destas pessoas têm percursos de vulnerabilidade. Começaram a trabalhar muito cedo, foram fazendo os seus descontos e as suas contribuições para a Segurança Social, alguns deles de forma muito irregular, e aquilo que nos transmitiram nas entrevistas é que trabalho, bem ou mal pago, havia sempre. Não era questão que os preocupasse porque o desemprego não era um problema. De facto, em Portugal, até ao início do ano 2000, o desemprego era muito baixo, andava nos 4% ou 5%. O problema era fundamentalmente dos baixos salários – e continua a ser.

Que efeito pode o confinamento ditado pela pandemia ter sobre as percepções e angústias destes desempregados?
Pensei muitas vezes nisso quando aconteceu o confinamento. Nós estamos ainda a viver a pandemia e, na comparação com a crise anterior, as temporalidades são mais longas. Não temos ainda muito indicadores do que está a acontecer, também porque muitas destas realidades que já eram invisíveis tornaram-se ainda mais invisíveis em termos da sua expressão no espaço público. É verdade que a covid-19 criou desemprego imediato nos trabalhadores que estavam em situação precária (com contratos a termo ou no trabalho informal ou independente), que, de um momento para o outro, deixaram de ter rendimento. Nalguns casos estamos mesmo a falar de pobreza instantânea. Mas são situações que, neste contexto de confinamento, tornaram-se invisíveis: não têm, por exemplo, expressão física nas filas da Segurança Social. No fundo, com todos os processos a serem mediados pela Internet, todas estas realidades que já tinham muito pouca presença no espaço público tornaram-se ainda mais invisíveis. E a probabilidade de isto estar a reforçar estes sintomas de isolamento, de desvinculação, de desfiliação, de quebra de laços com a comunidade, é muito grande. Se esta crise se aprofundar, fico muito preocupado com o que poderá vir a acontecer nomeadamente porque isto afecta a saúde mental das pessoas que é um problema em Portugal como se vê pelos indicadores de consumo de antidepressivos. A resposta do SNS nesta área não está devidamente desenvolvida e a relação entre desemprego, pobreza e saúde mental é uma relação muito forte.

A que ponto é que estes “velhos desempregados” serão ainda mais eclipsados pelos novos desempregados da crise pandémica?
A dificuldade em regressar ao mercado de trabalho agravou-se muito. Se já tinham grandes desvantagens, perante pessoas que estão no desemprego mas que são mais jovens e têm qualificações mais altas, a possibilidade de poderem regressar ao mercado de trabalho formal tornou-se ainda mais difícil. Temos aqui vários problemas simultâneos que, a prazo, vão ser muito complicados de gerir. E que têm que ter resposta. Desde logo a questão da precariedade laboral, que afecta mais os mais jovens, e depois estas camadas que estão há muito afastadas do mercado de trabalho, que têm capital escolar muito baixo, e que dificilmente poderão regressar ao mercado de trabalho formal.

Escrevem no livro que em certas situações não fará já muito sentido continuar a insistir em políticas de formação e inserção profissional, as quais podem até ter efeito contrário e perverso. De que maneira é que as políticas de emprego poderão dar resposta a estes “velhos desempregados”?
Lembro-me sempre daquele filme do [realizador inglês] Ken Loach, I, Daniel Blake. Como o protagonista, estas pessoas ficaram a meio caminho na escolaridade, têm competências fundamentalmente a nível do trabalho manual, como carpinteiros ou marceneiros, algumas delas agora muito desvalorizadas e dificilmente compagináveis com a forma como o mercado de trabalho está orientado. E, para este tipo de pessoas, estar a apostar em políticas públicas que são muito centradas nas competências individuais, nos currículos, nos portfolios, numa lógica até de concorrência com o outro, que é o espírito actual do mercado de trabalho, não fará muito sentido. Se calhar, o que faz sentido é pensarmos em iniciativas de cooperação e de solidariedade. Muitas destas pessoas começaram de uma forma natural a cuidar de familiares, muitas já o faziam, mas, com o desemprego, essa actividade tornou-se mais central nas suas vidas. Para estas pessoas que querem trabalhar e que querem fazer e que se preocupam com o outro, e num contexto em que temos uma população cada vez mais envelhecida e, em muitos casos, muito desprotegida em termos das respostas existentes que estão inflacionadas, esta actividade do cuidar poderia ser devidamente enquadrada e valorizada. A centralidade aqui devia ser a preocupação com o outro, a solidariedade, a entreajuda, e não propriamente a competitividade e a concorrência que dominam o mercado de trabalho.

O risco é precisamente o de este sentimento difuso e de mal-estar ser instrumentalizado e apropriado por esses movimentos populistas

No livro dizem, aliás, que esta tal disponibilidade para cuidar o outro representa um potencial de religação social e cívica que não deve ser descurado.
Exactamente.

A criação do estatuto do cuidador informal pode ajudar a dar resposta a isto?
Claramente. Estas políticas fazem todo o sentido e devem estar enquadradas também nos serviços públicos, isto é, algumas destas pessoas podem ser empregadas nos serviços públicos. São pessoas em processo de desligamento e o que as mantém ligadas à sociedade é o cuidar do outro. Essa ideia é muito forte nas entrevistas que fizemos. E por que não a partir daqui pensarmos em políticas públicas? Em vez de estarmos com políticas, muitas delas inconsequentes, que visam que estas pessoas regressem ao mercado de trabalho e que estejam a competir e a concorrer com outras, por que não pensar em programas em que estas pessoas possam desenvolver as suas aptidões e ter reconhecimento por isso? Numa sociedade em que os níveis de intolerância estão a aumentar, isto seria um sinal importante, com consequências do ponto de vista da cidadania.

Daí que sustente que esta disponibilidade para cuidar do outro, uma vez enquadrada, pode ser o melhor antídoto para o recrudescimento do populismo e do radicalismo.
Exacto. Acho que se deve começar a pensar nessa maneira. É uma utopia realista mas acho que as políticas públicas deviam orientar-se para este perfil de população que dificilmente poderá regressar ao mercado de trabalho. Isto seria importante até porque o contraponto é terrível.

Que outras políticas públicas lhe pareceriam capazes de combater este processo de atomização e de isolamento dos desempregados?
Há um conjunto de competências que devem ser valorizadas. E que muitas vezes, aliás, ressurgem como necessidade. Por exemplo, há dez anos verificámos que as oficinas de bicicletas desapareceram, havia imensas há 30 ou 40 anos atrás e depois desapareceram. Agora voltou-se à bicicleta e, de repente, essa competência voltou a fazer falta. É aqui que as políticas dos serviços públicos têm que ser mais activas, invertendo um bocado a lógica. A regra é que as pessoas têm de se adaptar ao mercado de trabalho, como se o mercado de trabalho fosse uma entidade que se auto-regulasse. E por que não ao contrário? Pensar nas pessoas, nas suas competências e tentar perceber que respostas é que o mercado de trabalho lhes pode dar, tentando antecipar necessidades de médio e longo prazo. A questão de base em que temos de pensar é a dimensão relacional entre os serviços públicos e os indivíduos. É necessário desde logo dotar os serviços de recursos humanos, para que se consiga dotar os serviços dessa capacidade não só burocrática e administrativa mas também relacional. Claro que neste contexto os serviços têm que passar pelo virtual, mas esta ideia de que a Internet e os seus formulários resolvem tudo não é verdade. Se, burocraticamente, a Internet permite uma maior agilização dos processos, tem de haver mais margem para os serviços darem respostas mais pessoalizadas. Isso é um grande desafio para o IEFP e para a economia solidária e social, mas é importante pensar nisso. Para impedir que estas pessoas, como o Daniel Blake, se percam na burocracia. Mas para isso é preciso mudar o paradigma. Tivemos uma crise anterior em relação à qual estávamos ainda no processo de recuperação, vemos neste livro exemplos de pessoas que estavam ainda a sofrer, camadas da população em situação muito instável e vulnerável, e isso aplica-se também aos jovens precários. E, portanto, vai ter que haver respostas do ponto de vista das políticas públicas que obrigarão a uma mudança de paradigma.

E por esta via seria possível passarmos do desemprego crónico à refiliação social?
Sim, e as pessoas sentirem-se reconhecidas e valorizadas. Isso é muito importante para a coesão social e para termos uma sociedade em que as pessoas se sintam bem e tenham qualidade de vida. No livro fala-se do mal-estar difuso que está instalado nas sociedades e que com a crise pandémica se acentuou e que se expressa de formas que são, às vezes, perversas. E depois há vozes nos sectores populistas que acabam por instrumentalizar todos estes descontentamentos, o que cria divisionismo e discursos assentes em polarizações e não propriamente na coesão. No fundo, o que defendemos é que temos que começar a pensar nas políticas públicas no sentido da promoção da solidariedade com o outro, na cooperação, em vez de na competição. Isto hoje é muito importante e os serviços públicos são fundamentais para dar este salto.

No livro avaliaram as percepções destes desempregados face ao outro: o imigrante, o beneficiário do RSI… O que é que encontraram aqui? Um pensamento pouco empático?
Encontrámos obviamente uma dualização entre o “nós” e o “eles”. Também vimos pessoas que referem que também já foram imigrantes e que sabem o que “eles” estão a sofrer, mas encontrámos percepções de intolerância e de algum receio face ao outro.

Como avalia o risco de estes sentimentos servirem de catalisador à proliferação de movimentos populistas?

Os discursos que amplificam essa dualidade entre o “nós” e o “eles”, em que o outro é apresentado como uma ameaça que põe em causa a nossa vida e que vai ocupar os nossos empregos, está a acontecer em muitos países. Portugal não é imune a isto. O risco é precisamente o de este sentimento difuso e de mal-estar ser instrumentalizado e apropriado por esses movimentos populistas. 

Sentiu essa ameaça de adesão a discursos populistas por parte destes velhos desempregados que agora se ocultarão por detrás dos novos desempregados?
Sim, são pessoas ressentidas e que estão a sofrer. E, claro, que acabam por ser sensíveis a esse tipo de validações, simples mas eficazes do ponto de vista emocional. Por isso acho tão importante que os governos encarem isto de outra maneira, que as políticas públicas façam uma espécie de contracorrente, nomeadamente do ponto de vista da cidadania. E não me refiro só aos desempregados, mas a todos os que têm estes sentimentos de mal-estar, de desprotecção, de perceberem que estão em permanente risco de cair no desemprego, na precariedade, que não têm futuro assegurado. Esta noção de incerteza absoluta corrói várias dimensões da nossa existência. E se estas situações não forem devidamente antecipadas, se não tiverem resposta política, vão alastrando e acabam por ter expressões que aqui e ali já se vêem. Devemos pensar seriamente em como é que as políticas públicas podem promover a solidariedade, a cooperação com o outro. Parece-me que isto pode ser uma saída para estas pessoas em relação às quais já não faz muito sentido insistir nas formas tradicionais de regresso ao mercado de trabalho. 
 
Fonte: Natália Faria, Público

Rede Europeia Anti-Pobreza alerta para o "colapso" de muitas famílias

22 de agosto de 2020

Número de beneficiários do RSI disparou na pandemia. Padre Jardim Moreira alerta para o efeito "grave" da crise nas crianças e defende a criação de uma estratégia nacional.
O aumento do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) é acompanhado de uma subida de pedidos de apoio às instituições sociais, afirma o padre Jardim Moreira. O responsável da Rede Europeia Anti-Pobreza alerta para o "colapso" de muitas famílias, com "crianças a sofrer gravemente com este impacto".

Em declarações à Renascença, o padre Jardim Moreira explica que são cada vez mais as pessoas que procuram ajuda, devido ao impacto da pandemia de Covid-19 na economia na economia, que já atirou mais 12 mil pessoas para o RSI.

“Nós não damos subsídios, mas vemos que as pessoas recorrem às instituições nossas filiadas. Pessoalmente, aqui no centro histórico eu verifico que passo em qualquer rua e em quase todas vem alguém pedir dinheiro porque está com aflições para sobreviver”, afirma o responsável.

Nestas declarações à Renascença, o padre Jardim Moreira alerta que a situação em Portugal tende a agravar-se nos próximos tempos, com o previsível aumento do desemprego, com o fim do "lay-off" simplificado, e do fim da "almofada financeira" de muitos trabalhadores em situação precária.

A Rede Europeia Anti-Pobreza não consegue nesta altura quantificar o número de novos carenciados, mas pede uma resposta alargada e estruturada no combate à pobreza.

“Não bastam subsídios. É preciso tratar da pessoa, não apenas atirar com dinheiro, porque isso não acompanha, não ajuda a pessoa a sair da situação em que vive e a integrar-se na sociedade. É preciso uma resposta abrangente, uma estratégia nacional”, sublinha o padre Jardim Moreira.

Por causa da pandemia está a aumentar o número de portugueses que recebem Rendimento Social de Inserção (RSI). Em fevereiro havia 199.160 beneficiários, mas em julho já eram 211.659.

Segundo o jornal “Público”, este apoio, que se destina a aliviar a pobreza extrema, estava em queda há dois anos consecutivos, mas agora não pára de aumentar.

Outro indicador preocupante revelado esta semana, os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que o desemprego voltou a subir em julho. Portugal tinha registadas 407.302 pessoas nos centros de emprego.

Em relação ao mês anterior a variação é de 0,2% (mais 637 indivíduos). Mas face ao mesmo período do ano passado subiu 37% (mais 110. 012).

Fonte: Isabel Pacheco, Rádio Renascença

Pandemia empurrou mais 12 mil pessoas para o Rendimento Social de Inserção

21 de agosto de 2020

Inverteu-se tendência de descida no número de beneficiários desta prestação social destinada a pessoas em pobreza extrema, que se mantinha sem mácula desde Abril de 2018. 
Cresce de dia para dia o número de beneficiários de Rendimento Social de Inserção (RSI), medida destinada a aliviar a pobreza extrema e a ajudar a sair dela. Em Fevereiro, antes de o novo coronavírus atingir Portugal, o Instituto de Segurança Social contava 199.160. Em Julho, 211.659, um terço menores de 18 anos.

Há quase dois anos que o recurso a esta medida estava a diminuir sem vacilar. Somava 222 mil beneficiários em Abril de 2018 e, pouco a pouco, foi caindo até ficar abaixo dos 200 mil em Fevereiro deste ano. Para encontrar um valor tão baixo era preciso recuar até Março de 2006 (188 mil), antes da crise da dívida. Com o alastrar da pandemia de covid-19, a tendência inverteu-se: 200.368 em Março, 202.742 mil em Abril, 206.334 mil em Maio, 210.485 mil em Junho, 211.659 mil em Julho.

Não será só o aumento da severidade da pobreza, a perda de emprego, subemprego, biscates e outras formas precárias de trabalho. A síntese divulgada esta quinta-feira no Portal da Segurança Social chama a atenção para o contributo das medidas de flexibilização de acesso ao RSI. Pode pedir este apoio quem tem residência legal em Portugal e está numa situação de pobreza extrema. Os desempregados com condições para trabalhar têm de estar inscritos no centro de emprego e assumir o compromisso de celebrar um contrato de inserção no prazo de 45 dias. No pico da pandemia, esse prazo desapareceu.

No quadro de medidas excepcionais de protecção social tomadas por causa da crise de saúde pública, a renovação ficou garantida. Os beneficiários não tinham de a pedir, mas eram chamados para uma entrevista que servia para apurar dados. Adiou-se essa verificação oficiosa da composição do agregado familiar e dos rendimentos.

Várias instituições que trabalham no terreno alertaram para a perda abrupta de rendimentos. E o Governo decidiu que a prestação passaria a ser determinada em função do rendimento do mês do requerimento e não do mês anterior – ou da média dos três últimos, no caso dos trabalhadores independentes.

O valor global da prestação subiu ligeiramente. Em Julho, o valor médio mensal processado por família era 264,45 euros – em Março 259,43. Quem vive sozinho recebe, no máximo, 189,66 euros. Quem vive em família recebe, no cúmulo, 189,66 pelo titular, 132,76 por cada outro adulto maior de idade e 94,83 por cada menor. O valor final depende de uma complexa conta em que entra até a habitação social.

Um ziguezague de pobreza e política

Desde que foi criada, em 1996, então como Rendimento Mínimo Garantido, a evolução desta medida tem estado associada aos indicadores de severidade da pobreza. Mas também aos critérios de acesso, tradicionalmente mais apertadas nos governos PSD/PP.

Na última crise financeira e económica, o número de beneficiários começou por subir, acompanhando o aumento do desemprego e da precariedade (417 mil em 2008, 485 mil em 2009, 525 mil em 2010). Ainda no governo do PS, liderado por José Sócrates, iniciou uma queda (447 mil em 2011) e assim seguiu no governo encabeçado por Pedro Passos Coelho (420 mil em 2012, 360 mil em 2013, 320 mil em 2014).

Logo no Verão de 2010, foram alteradas as condições de recurso. Já em 2012, os critérios de elegibilidade voltaram a apertar e os montantes a diminuir. A medida perdia eficácia, alertavam então os estudiosos das desigualdades, como Carlos Farinha Rodrigues, e instâncias nacionais e internacionais, como o Eurofound.

Como acordado com os partidos que o apoiavam, o Governo liderado por António Costa voltou a tornar a medida mais acessível e determinou o regresso, progressivo, dos valores. Com a retoma económica, persistiu a tendência de queda (295 mil em 2015, 287 mil em 2016, 288 mil em 2017, 282 mil em 2018, 267 mil em 2019). Em Março deste ano, com o país fechado dentro de casa para controlar e prevenir o vírus, a orientação virou.
Mais mulheres e crianças

Para lá da pandemia e suas consequências, analisando a evolução, é evidente que alguns aspectos nunca mudam. O Porto continua a ser, de longe, o distrito com mais beneficiários. Em Julho, somava 57.352. Bem distante dos quatro seguintes classificados: Lisboa (40.544), Setúbal (21.048), Açores (15.337) e Aveiro (9.253).

A estatística mostra o predomínio das crianças (32,4% do total). O recurso a esta medida diminui com a entrada na idade activa (entre os 18 e 29 anos representaram 14,0%, entre os 30 e os 39 anos 11,1%, dos 40 aos 49 anos integraram 14,0%) e volta a subir no fim (as pessoas com 50 ou mais anos perfizeram os restantes 28,4%).

Os dados reflectem também o peso do género: entre os beneficiários, 109 mil mulheres e 102 mil homens. O sexo masculino predomina na infância e na passagem para a vida adulta. Isso só volta a acontecer numa fase mais tardia da vida, embora aí as diferenças sejam mais esbatidas.


O aumento do desemprego registado faz prever uma continuação desta curva de crescimento. Outras medidas podem estar a servir de tampão. É o caso da prorrogação automática do subsídio social de desemprego até Dezembro de 2020 (que somava 7.805 beneficiários em Março e 10.894 em Julho) e da criação do Apoio extraordinário à redução da actividade económica de trabalhador independente.

Fonte: Ana Cristina Pereira, Público

Número de desempregados no IEFP sobe para 407 mil

20 de agosto de 2020

Os efeitos da pandemia de covid-19 estão a sentir-se de forma significativa no mercado de trabalho em Portugal.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 37% em Julho em termos homólogos e 0,2% face a Junho, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com o IEFP, no final de Julho estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 407.302 desempregados, número que representa 74,5% de um total de 546.846 pedidos de emprego.

O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (37%) e face ao mês anterior (0,2%).

Já o número de casais com ambos os elementos inscritos nos centros de emprego aumentou 22% em Julho face ao mesmo mês de 2019, para 6560.

De acordo com o IEFP, do total de desempregados casados ou em união de facto, 13.120 (8,2%) “têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego”.

Assim, o número de casais em que ambos os cônjuges estão registados como desempregados foi, no final de Julho de 2020, de 6560, ou seja, mais 22% (1181 casais) que no mês homólogo e menos 0,8% (-50 casais) em relação ao mês anterior.

Os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego que se encontrem a receber, quando tenham dependentes a cargo.

O IEFP começou a divulgar informação estatística sobre os casais com ambos os elementos desempregados em Novembro de 2010, altura em que havia registo de 2862 destas situações.

Fonte: Público

5 sinais de alarme no mercado de trabalho (apesar do desemprego de 5,6%)

10 de agosto de 2020

Milhares de trabalhadores em lay-off, redução das horas trabalhadas e do emprego e aumento da inatividade e da subutilização do trabalho fazem soar as campainhas de alarme
Se olharmos apenas para a taxa de desemprego, o mercado de trabalho nacional parece estar a passar imune à crise provocada pela pandemia de covid-19. No segundo trimestre, recuou para 5,6%, o valor mais baixo dos últimos 18 anos. São boas notícias, certo? Não é bem assim. Com o confinamento a parar grande parte do país, a taxa de desemprego não tem traduzido a evolução do mercado de trabalho. Tudo porque muitas pessoas sem emprego não procuraram ativamente um novo posto de trabalho, sendo classificadas como inativas e não como desempregadas. É preciso, por isso, olhar para outros indicadores. E os números divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística fazem soar os alarmes. O Expresso mostra-lhe cinco razões para estar preocupado.
 
1. Horas trabalhadas sofrem a maior queda desde 2011
O volume de horas semanais efetivamente trabalhadas em Portugal caiu em força no segundo trimestre, encolhendo 26,1% em termos homólogos, isto é, em relação ao segundo trimestre de 2019, e 22,7% em relação aos primeiros três meses do ano. O INE destaca que são as maiores quebras observadas no país desde 2011, ano em que se inicia a atual série de dados do inquérito ao emprego. Para dar ideia da dimensão destas quebras, basta notar que a anterior queda homóloga mais expressiva tinha acontecido no primeiro trimestre de 2013, com a troika em Portugal, com 9,9%. Agora foi quase três vezes mais elevada.
 
2. Mais de um milhão de pessoas ausentes do trabalho
A queda no volume de horas efetivamente trabalhadas no país “está sobretudo associada ao aumento da população empregada ausente do trabalho”, vinca o INE. Todos os anos, todos os trimestres, há pessoas que estão ausentes do trabalho, seja por baixas, licenças de parentalidade, férias (o que explica o tradicional pico nas ausências no terceiro trimestre de cada ano, ou seja, durante o verão) ou outras razões. Mas o número observado no segundo trimestre deste ano é inédito. Foram mais de um milhão de pessoas (em concreto, 1,0782 milhões de pessoas), o que representa 22,8% da população empregada. Isto significa que, entre abril e junho, quase um em cada quatro trabalhadores portugueses classificados como empregados esteve ausente do trabalho. O número é mais do dobro do observado no trimestre anterior e quase o quádruplo do existente no segundo trimestre de 2019, salienta o INE.

A explicação está no regime do lay-off simplificado, a mãe de todas as medidas adotadas pelo Governo para tentar travar a subida do desemprego, na sequência da crise. O INE não deixa margem para dúvidas. O aumento da população empregada ausente do trabalho “ficou a dever-se quase exclusivamente à redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa”, que inclui a suspensão temporária do contrato e o lay-off. Essa foi a razão apontada por 680,1 mil pessoas, cerca de dez vezes mais do que no trimestre anterior. Agora, com este regime a ter chegado ao fim para a generalidade das empresas no final de julho, resta saber quantas destas pessoas vão efetivamente regressar ao seu posto de trabalho e quantas vão perder o emprego. Essa é uma das grandes interrogações nesta altura, alertam os economistas.

 

3. Emprego em queda num trimestre em que tradicionalmente sobe
O regime do lay-off simplificado “permite a manutenção na população empregada de pessoas cujas empresas fecharam, total ou parcialmente, de forma temporária”, ajudando a travar a subida do desemprego. Mas, ainda assim, a população empregada sofreu uma quebra “significativa” no segundo trimestre, alerta o INE. E os trabalhadores com contratos precários foram os mais penalizados (ver texto ao lado).
A redução no emprego foi de 2,8% face aos três meses anteriores (menos 134,7 mil pessoas), “contrariamente ao que ocorreu nos restantes segundos trimestres desde 2011”. É que esta é uma altura do ano em que, tradicionalmente, a sazonalidade joga a favor do mercado de trabalho, com as contratações para a época alta no turismo e na agricultura a puxarem para cima o emprego. Este ano, contudo, a pandemia trocou as voltas à economia — em particular, ao turismo —, e isso não aconteceu. Já em termos homólogos, a queda foi de 3,8% (menos 185,5 mil pessoas), “contrariando a série de variações homólogas positivas observadas neste trimestre desde 2014”, indica o INE.

 

4. Inatividade dispara
A população inativa com idades a partir dos 15 anos (ou seja, com idade para poder pertencer à população ativa) aumentou 7,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2019 e 5,7% em relação aos primeiros três meses do ano, atingindo 3,8867 milhões de pessoas. “Nunca antes, na série de dados iniciada em 2011, se havia registado variações trimestrais e homólogas tão elevadas”, destaca o INE.

Como resultado, verificou-se também um “aumento significativo da taxa de inatividade”, estimada em 43,7%. São mais 2,3 pontos percentuais do que nos primeiros três meses deste ano e mais 2,9 pontos percentuais do que no segundo trimestre de 2019.

A autoridade estatística nacional adianta que “estes acréscimos são explicados, essencialmente, pelo aumento da população inativa, que, embora disponível, não procurou trabalho”, estimada em 312,1 mil pessoas. Esta população aumentou 87,6% em relação ao trimestre anterior e 85,6% relativamente ao período homólogo, o que ajuda a perceber porque é que, num período marcado pelo confinamento, a taxa de desemprego perdeu a capacidade de traduzir a evolução do mercado de trabalho.

Sinal disso, o INE nota que o aumento desta população inativa, que, estando disponível para trabalhar, não procurou ativamente emprego, “resultou, em parte, de 41,8% dos desempregados no primeiro trimestre de 2020 terem transitado para a situação de inatividade no segundo trimestre” do ano. Ou seja, estes desempregados passaram a ser oficialmente classificados como inativos.

5. Subutilização do trabalho no valor mais alto dos últimos dois anos
Dadas as limitações do uso da taxa de desemprego na atual conjuntura, a subutilização do trabalho é um dos indicadores mais referenciados pelos economistas, sinalizando a evolução ‘real’ do desemprego. Isto porque agrega, além dos desempregados ‘oficiais’ (que têm de cumprir uma série de critérios para serem assim classificados), também os trabalhadores a tempo parcial que gostariam de trabalhar mais horas, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis no imediato para ocupar uma vaga e os inativos disponíveis mas que não procuram ativamente emprego.

No segundo trimestre, a subutilização do trabalho abrangeu 748,7 mil pessoas e a taxa correspondente foi de 14%. Este valor traduz um aumento de 1,1 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre do ano e de 1,6 pontos percentuais por comparação com um ano antes. Uma subida explicada, em grande medida, pelo forte aumento do número de inativos disponíveis mas que não procuram ativamente emprego. Como resultado, a taxa de subutilização do trabalho subiu para o valor mais elevado observado em Portugal em mais de dois anos, ou seja, desde o primeiro trimestre de 2018.

Fonte: Sónia M. Lourenço, Expresso

Trabalhadores com menos de 25 anos revelam níveis de insegurança laboral mais elevados, aponta estudo

05 de agosto de 2020

São os mais jovens que revelam níveis mais elevados de insegurança laboral. Mas entre os inquiridos, a insegurança relacionada com o receio de perder ou reduzir condições e qualidade do trabalho, é superior ao receio de perder o emprego. É entre as mulheres que se regista um maior receio em perder o emprego.

A pandemia da Covid-19 tem gerado efeitos económicos nefastos e levantado receios junto da população laboral nacional em todas as áreas de atividade. Neste sentido, são os trabalhadores mais jovens, com idade inferior a 25 anos, que apresentam níveis mais elevados de insegurança laboral, segundo as conclusões de um estudo da Universidade Europeia sobre segurança no trabalho em contexto de pandemia, divulgado na terça-feira.

Aos receios dos mais jovens, acresce que os trabalhadores com vínculos laborais mais precários – seja por contratos a termo certo com empresas de trabalho temporário ou por contratos a termo – são os que “apresentam uma perceção de insegurança laboral mais elevada”.

Ou seja, segundo a análise da Universidade Europeia, “a insegurança relacionada com o receio de perder ou reduzir condições e qualidade do trabalho, é superior ao receio de perder o emprego”.

Já quanto à questão sobre que género apresenta maiores receios de insegurança laboral, concluiu-se que as mulheres revelam uma insegurança laboral “significativamente mais elevada do que os homens”. Ou seja, o estudo concluiu que o receio de perder o emprego e o receio em perder ou ver reduzida a qualidade das condições de trabalho, é superior entre as mulheres.


Quando a análise recaiu sobre as perceções de segurança ou insegurança laboral entre quem trabalha em regime de teletrabalho e quem não está em trabalho remoto, verificou-se que a maior parte da população que não está em teletrabalho revelou maior insegurança laboral.

Contudo, num contexto macroeconómico pós-pandemia, o estudo da Universidade Europeia concluiu que “a maior parte da população inquirida sente-se segura no trabalho face à ameaça da pandemia e concorda que a empresa na qual trabalha manterá todos os postos de trabalho e assegurará as condições de segurança no trabalho necessárias face às ameaças da Covid19”.

Ou seja, “o estudo deparou-se com um contexto de alguma tranquilidade e otimismo no que concerne à segurança nas condições de trabalho e no emprego”, apesar dos receios apurados entre os inquiridos.

As conclusões do estudo da Universidade Europeia basearam-se nas respostas de 1.519 inquiridos.

Fonte: José Varela Rodrigues, in Económico

Economia portuguesa com contração recorde de 14,1% no segundo trimestre

31 de julho de 2020

O INE confirma queda acentuada do PIB durante os meses de Abril, Maio e Junho, aqueles em que as medidas de confinamento foram mais apertadas. Redução da actividade económica foi a mais brusca desde pelo menos 1977.

O choque provocado pela pandemia trouxe um novo recorde negativo para a economia. O PIB português registou, durante o segundo trimestre deste ano, uma contracção face ao trimestre imediatamente anterior de 14,1%, a maior de que há registo. Quando a comparação é feita com o mesmo trimestre do ano anterior, a diminuição do PIB foi de 16,5%, também um novo máximo.

O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na sua estimativa rápida da evolução das contas nacionais durante o período de Abril a Junho deste ano. Os dados confirmam o impacto severo que a pandemia do novo coronavírus e as medidas de confinamento aplicadas para a combater tiveram na economia portuguesa durante esse período.

Tanto a variação em cadeia de -14,1% registada no PIB como a variação homóloga de -16,5% são, de longe, os valores mais baixos de que há registo nas séries históricas do PIB trimestral publicadas pelo INE e pelo Banco de Portugal que vão até ao ano de 1977.

No primeiro trimestre do ano, apesar da aplicação de medidas de confinamento apenas ter começado a partir de meados de Março, a variação negativa do PIB já tinha sido de 3,8% face ao trimestre anterior (o que constituiu logo um novo recorde histórico) e de 2,3% face ao período homólogo.

O resultado agora registado no segundo trimestre está em linha com aquilo que era previsto pela Comissão Europeia. Quando anunciou as suas previsões de Verão, que incluíam uma variação anual do PIB português em 2020 de -9,8%, a Comissão Europeia apontou precisamente para uma contracção em cadeia da economia nacional durante o segundo trimestre de 14,1%.

O Governo não fez projecções para o PIB trimestral, mas a sua previsão de queda da economia para o total do ano é consideravelmente mais optimista que o da Comissão Europeia: 6,9%. E pode, com o número agora anunciado pelo INE, ficar ainda mais em causa.

Fonte: Sérgio Aníbal, Público

Como a pandemia está a abalar os números do emprego em Portugal

30 de julho de 2020

Para já, por causa de questões metodológicas, a taxa de desemprego ainda não está a subir. Mas, na realidade, mesmo com o efeito positivo do layoff simplificado, o cenário a que se assiste é já de uma perda de empregos que tem tudo para persistir.

No meio da contracção económica mais aguda das últimas décadas, poucos duvidam que a crise trazida pela pandemia do coronavírus a partir de Maio, com consumidores em casa e empresas e lojas fechadas, não venha a alterar por completo – e para pior – aquilo que vinha sendo nos últimos anos a tendência positiva do mercado de trabalho português. No entanto, as características únicas desta crise e as medidas de emergência postas em prática pelo Governo fazem com que alguns indicadores, com destaque para a taxa de desemprego, revelem um comportamento surpreendente e deixam no ar várias incógnitas em relação ao que irá acontecer no futuro.

É possível a taxa de desemprego estar a descer?
Nos dados mensais relativos ao mercado de trabalho publicados esta quarta-feira, o Instituto de Estatística (INE) revelou que em Maio (o último mês para o qual apresentou dados definitivos) a taxa de desemprego se cifrou em 5,9%.


É um valor mais baixo do que aquele que se registava em Fevereiro, o último mês antes do início da crise, e que ascendia a 6,4%.

Olhando apenas para estes números, estar-se-ia perante uma conclusão verdadeiramente surpreendente: num momento de forte contracção da actividade económica, o desemprego, em vez de subir, desceu, contrariando aquilo que os livros de economia prevêem e a experiência ensina.

É, no entanto, preciso olhar com atenção para este resultado. E a verdade é que a descida de desemprego nesta fase deve-se essencialmente a um dos requisitos utilizado desde sempre pelas autoridades estatísticas para pôr uma pessoa na categoria de desempregado. O INE, tal como os institutos dos outros países europeus, considera que apenas quem procurou emprego activamente (indo a um entrevista, respondendo a um anúncio de emprego) durante o último mês é que pode ser classificado como desempregado. Se não o fez, passa para a categoria de inactivo.

Nas circunstâncias excepcionais trazidas pela pandemia, isto fez baralhar os dados estatísticos, tem alertado o próprio INE, já que muitas pessoas no desemprego ficaram impossibilitadas de procurar activamente um novo trabalho.

Sendo assim, aquilo que está a acontecer é uma descida do número de desempregados apenas nas estatísticas, que não estão a reflectir, através do indicador da taxa de desemprego, aquilo que se passa na realidade.
Que outros indicadores nos podem ajudar?

Há, todavia, outros indicadores também publicados pelo INE que conseguem revelar a real dimensão do impacto negativo sentido no mercado de trabalho durante os últimos meses.

Em primeiro lugar, a evolução do número de empregos. Aquilo que aconteceu entre Fevereiro e Maio deste ano foi, de acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo INE, o desaparecimento em Portugal de cerca de 183 mil empregos.

Na sua maioria, a pessoas que perderam estes empregos, em vez de passarem a estar classificadas como desempregadas, passaram à categoria de inactivos.

Isto é evidente quando se olha para a evolução da população inactiva – em que estão as crianças, os estudantes, os reformados e também todas as pessoas que, estando em idade de trabalhar, não o estão a fazer, nem procuraram no último mês activamente um emprego.

Entre Fevereiro e Maio, diz o INE, passou a haver mais 225 mil pessoas na população inactiva, pondo a taxa de inactividade (a percentagem face à população total) nos 36,4%, o valor mais alto que é possível observar em toda a série histórica publicada pelo INE para o valor mensal deste indicador e que vai até Fevereiro de 1998.Outro indicador que se revela agora ainda mais relevante é a chamada “taxa de subutilização de trabalho”, que usa um conceito mais alargado de desemprego do que a taxa de desemprego, incluindo, por exemplo, o trabalho parcial indesejado e as pessoas desencorajadas a procurar emprego. Esta taxa subiu de 12,4% em Fevereiro para 14,6% em Maio. Uma subida de 2,2 pontos percentuais que põe este indicador ao nível que se registava há dois anos, mas ainda muito distante dos mais de 25% que se registaram no auge da anterior crise, em 2012.
As medidas do Governo estão a ajudar?

Embora preocupantes, os dados revelados pela evolução do emprego, da população inactiva ou da taxa de subutilização do trabalho são ainda assim relativamente moderados, se se levar em conta a violência da contracção económica que se está a sentir.

Isto acontece em larga medida por causa das políticas que o Governo português, a par da generalidade dos outros governos, tem vindo a lançar nos últimos meses. Em particular, existem sinais evidentes de que a medida do layoff simplificado – que permite que as empresas reduzam os seus custos com salários sem ter de despedir os funcionários que deixaram de ter trabalho para fazer – está a evitar uma escalada bem mais acelerada da perda de empregos em Portugal.

De acordo com os resultados de um inquérito realizado pelo INE e publicado também esta quarta-feira, quando questionadas sobre “quanto teria variado o emprego na ausência de recurso à medida”, 77% das empresas que beneficiaram do layoff simplificado afirmam que “teriam diminuído o número de pessoas empregadas desde o início da pandemia”, caso não tivessem podido recorrer a essa medida.

Se se tiver em conta que, de acordo com a ministra do Trabalho, mais de 800 mil trabalhadores chegaram, no auge da aplicação da medida, a estar sujeitos ao layoff simplificado, é possível ter uma ideia da forma como o emprego poderia ter evoluído, caso nada tivesse sido feito.
O que pode acontecer a partir daqui?

Tudo irá depender da forma como a economia irá recuperar depois de passado o auge da pandemia e das decisões que forem sendo tomadas pelo Governo no que diz respeito à medida do layoff simplificado, sendo certo que, se esta medida deixar de estar em vigor, as empresas, passado o período em que estão impedidas de despedir, podem optar em alguns casos por reduzir o pessoal. Destes dois factores dependerá até onde é que pode ir a perda de empregos e a subida da taxa de desemprego durante a presente crise.

Para já, no entanto, é possível antever o que pode vir a acontecer no muito curto prazo em alguns indicadores.

Ao mesmo tempo que apresentou os resultados definitivos de Maio, o INE publicou também dados provisórios para Junho, alertando que estes podem estar sujeitos, no actual cenário, a revisões significativas. Ainda assim, aquilo para que estes números apontam é, no caso do emprego, uma estabilização em Junho e, no caso da taxa de desemprego, uma subida acentuada, para 7%.

A estabilização da população empregada face a Maio pode encontrar explicação no facto de, depois da paragem total registada em Maio, as empresas do sector do turismo precisarem em Junho de mais algum pessoal para fazer face à procura de Verão.

No que diz respeito à taxa de desemprego, o que deverá vir a acontecer é o desaparecimento progressivo do efeito estatístico que nos primeiros meses da crise impediu que este indicador subisse. As pessoas que, estando sem emprego, se viram por causa da pandemia impedidas de procurar activamente um trabalho, vão começar a fazê-lo, deixando de estar na categoria dos inactivos e passando para os desempregados. Será também por isso que, para Junho, se está já a estimar uma descida da taxa de inactividade do máximo de 36,4% em Maio para 35,6%.

Fonte: Sérgio Aníbal, Público

Taxa de desemprego sobe para 7% em junho

29 de julho de 2020

A taxa de desemprego subiu para os 7% em junho, mais 1,1 pontos percentuais do que no mês precedente e mais 0,4 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2019, segundo dados provisórios esta quarta-feira divulgados.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a população empregada em junho (dados também provisórios) registou variações de 0,1% relativamente ao mês anterior e de -3,6% por comparação com o mesmo mês de 2019.

Também esta quarta-feira, o INE reviu em alta o valor da taxa de desemprego de maio para 5,9% (os dados provisórios apontavam no mês passado para 5,5%), menos 0,4 pontos percentuais do que no mês precedente e menos 0,7 pontos do que há um ano.

Fonte: TSF

Quais são os concelhos mais castigados pela subida do desemprego?

28 de julho de 2020

Em quatro meses, 86% dos concelhos do país viram o seu desemprego aumentar. Cadaval e Ponte de Lima são os casos mais graves, com o desemprego registado a duplicar. Mulheres são as principais vítimas da crise gerada pela pandemia. Em 13 concelhos o desemprego feminino é mais do dobro do registado entre os homens. Conheça o mapa do desemprego em Portugal

A crise económica gerada pela pandemia da covid-19 mudou por completo o panorama nacional do desemprego. O país que depois da última crise financeira de 2009 tinha, finalmente, alcançado níveis de desemprego próximos do estrutural (6,4% em fevereiro) somou repentinamente, e em apenas quatro meses mais de 91 mil novos desempregados inscritos nos centros de emprego. Entre fevereiro (último mês livre da pandemia) e junho, o desemprego aumentou em 86% dos concelhos do país. Há casos em que número dos que ficaram sem trabalho mais do que duplicou.

A análise realizada pelo Expresso aos últimos indicadores do desemprego registado divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) espelham a radiografia de um país que sentiu o impacto da pandemia com diferentes níveis de intensidade. No final de junho estavam registados nos centros de emprego nacionais 406.665 desempregados. O número até traduz uma redução de 2.269 indivíduos face a maio, mas a melhoria sentida no último mês não chega para apagar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho nacional.

Desde fevereiro, último mês em que o país escapou ileso aos impactos da pandemia, e até junho o número de novos desempregados inscritos nos centros de emprego nacionais aumentou em mais de 91 mil. A região de Lisboa e Vale do Tejo pagou a maior fatura, com um agravamento do desemprego registado em 42,2% (mais 39 mil desempregados do que em fevereiro). O Algarve foi a segunda região mais afetada pela pandemia. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 36,2%, logo seguido pela região Norte com um aumento de 23,5%. No Centro e no Alentejo a covid e paragem que impôs à economia traduziu-se em aumentos de 23,1% e 21,5%, respetivamente.

Na distribuição por concelhos é possível que a pandemia atingiu o país de forma desigual. A maioria dos concelhos (55%) registaram um aumento do número de inscritos nos centros de emprego inferior a 30%. Mas há dois concelhos - Cadaval e Ponte de Lima - onde o desemprego mais do que duplicou em quatro meses e 29 onde se agravou em mais de 50%. As regiões mais castigadas têm elevada dependência da indústria, comércio e turismo.

De forma transversal, na generalidade dos concelhos do país, são as mulheres as mais afetadas pelo desemprego. E isso a pandemia não mudou. Era assim em fevereiro, continuou a ser em junho. Mas os números espelham bem a dimensão desta desigualdade. Em 13 concelhos do país a percentagem de mulheres em situação de desemprego é mais do dobro da registada entre os homens e em nove concelhos o desemprego feminino supera em pelo menos 50% o masculino.

Neste quadro pintado de incerteza, há 40 concelhos contrariam esta tendência e viram o seu desemprego registado diminuir. Neste grupo estão, por exemplo, Vila Nova de Paiva que tinha em junho menos 26,3% de desempregados inscritos no seu centro de emprego do que fevereiro, Vinhais (-19,2%) ou Oleiros (-16,3%).

Será ainda necessário esperar pelos indicadores dos próximos meses para perceber se esta tendência se mantém. Mas para já, estes concelhos são exceções num país que ainda procura estratégias para combater um desemprego que se antecipa longo e grave.

Fonte: Catia Mateus, Sofia Miguel Rosa, Expresso

Procura de emprego cresce 32% no primeiro semestre

28 de julho de 2020

A procura de emprego cresceu 32% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2019. A conclusão é de um estudo do OLX baseado em dados disponíveis na plataforma, que analisa a evolução da procura (contactos feitos a anúncios) e oferta (anúncios activos) da sua categoria de Empregos.

O estudo mostra ainda que Lisboa, Porto, Setúbal, Faro e Braga são os distritos que mais se destacam em termos de procura nesta categoria.

Os empregos mais procurados são nas áreas de Comercial; Restauração, Hotelaria e Turismo; Transportes e Logística; Construção Civil; Saúde e Beleza.

Todas estas áreas evidenciam um aumento da procura nos primeiros meses do ano em comparação com 2019, mas após o surgimento da pandemia a tendência acabou por se inverter.

O mesmo estudo indica que as palavras mais pesquisadas na plataforma antes do surgimento da COVID-19, durante o confinamento e no desconfinamento foram “part time”, “empregada de limpeza” e “limpeza”.

Do lado da oferta, ao contrário da procura, verifica-se uma diminuição dos anúncios activos do primeiro semestre de 2019 para o período homologo em 2020 ao passar de 59.632 para 49.023 (-18%).

O estudo indica ainda que em termos globais, os empregos com maior oferta repetem-se com os já referidos. No entanto, os empregos com maiores quebras em termos de anúncios activos na comparação dos períodos já mencionados foram Segurança e Vigilância (–50%); Assistente de Loja e Caixa (-45%); Restauração, Hotelaria e Turismo (-45%); Agricultura e Jardinagem (-28%); e Serviço Social e Voluntariado (-24%).

«Em autêntico contraciclo com o que está actualmente a verificar-se na sociedade portuguesa, a procura por emprega aumentou na comparação com o ano passado. Uma possível explicação prende-se com o carácter mais sazonal e, consequentemente, natureza mais flexível dos vínculos contratuais que implicam o perfil-tipo dos trabalhos mais anunciados na plataforma. O facto de não haver uma necessidade de estabelecer ligações de longo prazo com os trabalhadores, num contexto tão incerto como actual, contribui para este crescimento face a 2019 apesar da crise que já estamos a enfrentar», considera Andreia Pacheco, Brand manager do OLX Portugal.

Fonte: Margarida Lopes, Sapo

Num ano, Portugal afundou. O retrato do país em sete pontos

27 de julho de 2020

No ano em que se previa o primeiro excedente da democracia, as expectativas de Centeno afundaram, com um novo recorde de endividamento da economia e um défice ainda por calcular. As famílias portuguesas estão agora mais endividadas, com menos emprego e menos perspectivas de futuro, e Portugal regista uma brutal quebra num setor que representa mais de 10% do PIB.

Na contagem decrescente para o debate o Estado da Nação, o impacto económico da pandemia de Covid-19 e a resposta do Governo à crise que assola o país deverão marcar a discussão no plenário. Da esquerda à direita ninguém nega o período de instabilidade que se avizinha, mas que indicadores sustentam este receio?

Do turismo ao desemprego, a Renascença apresenta-lhe uma radiografia do país, em sete pontos.

1 - TURISMO AO ABANDONO

É um dos sectores mais afectados pela crise pandémica, começou a sangrar com as medidas de confinamento e continua a perder receitas com a falta de confiança dos turistas e a inclusão de Portugal nas listas de destinos não recomendados para férias, que estão a ser apresentadas por vários países.

Em Maio, as receitas turísticas representaram 260 milhões de euros, o valor mais baixo alguma vez registado neste mês. Apresentado como um sector chave para a exportação, o turismo representou quase 35% das exportações de serviços neste mês, mas um ano antes valia metade, segundo o Banco de Portugal.

São dados visíveis na queda da actividade turística, que nalguns casos parou completamente em maio. Segundo o INE, afectou mais de 70% dos estabelecimentos. As dormidas de residentes diminuíram 85,9% e as de não residentes foram quase inexistentes, caíram 98,4% face a maio de 2019.

Só nos primeiros cinco meses deste ano o sector já registou uma quebra de 58% nos hóspedes, fizeram chek-in 3,9 milhões de pessoas.

2 - EXPORTAÇÕES AFUNDAM

As exportações portuguesas afundaram quase 40% em maio, face ao mesmo mês do ano anterior. É uma queda semelhante ao mês anterior e, mais uma vez, uma consequência directa da pandemia nas trocas comerciais internacionais.

As quebras abrangeram tanto o comércio intra como extra União Europeia e foram transversais a todas as categorias de produtos.

A produção automóvel está entre as quedas mais expressivas, num sector em que a esmagadora maioria da produção (98%) é para exportar. Portugal produziu metade do que tinha registado em maio do ano passado, é um corte de 100 mil veículos nos primeiros cinco meses do ano, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Isto numa altura em que a Autoeuropa já tinha retomado a produção, ainda que de forma parcial.

Contas feitas, segundo o INE em maio deste ano as vendas totais ao exterior estavam a cair 39%, enquanto há um ano subiam 9,8%.

3 - PIB NEGATIVO

É o pai de todos os indicadores, reflecte tudo o que está a acontecer no país, bom ou mau, concentrado num número que nos indica se a economia está a crescer e a que velocidade. Quando a tendência é de descida ou chega ao vermelho: “Houston, we have a problem”.

É neste ponto que nos encontramos. Nos primeiros três meses do ano, o Produto Interno Bruto já estava a cair 2,3%, segundo o INE (que compara com uma subida de 2,4% no primeiro trimestre de 2019), e não deve ficar por aqui.

O governo já corrigiu as contas, a estimativa inicial para este ano, que apontava para um crescimento de 1,9% no Orçamento de Estado de 2020, já passou para uma queda de 6,9% no Orçamento Suplementar.

Não só o país não está a produzir riqueza, como perde rendimento.


4 - DÉFICE E DÍVIDA ANDAM PARA TRÁS

Portugal anda a perder os anéis. O famoso excedente de 0,2% conseguido pelo ex Ministro Mário Centeno passou agora para uma previsão de défice de 7%, já admitida pelo sucessor, o novo Ministro das Finanças, João Leão.

A dívida pública deverá passar de 116% para mais de 134%, o valor inscrito no Orçamento Suplementar, que representa um novo recorde.

5 - PAÍS NA PENHORA

O endividamento da economia atingiu um novo recorde, já ultrapassa os 740 mil milhões de euros. Para este número contribuíram as famílias, as empresas e o Estado, que só em maio se endividaram em mais seis mil milhões de euros. Foi o segundo mês seguido em que a dívida da economia aumentou, em resposta à crise pandémica.

De acordo com o Banco de Portugal, no espaço de um ano, a economia acumulou mais 11,5 mil milhões de dívidas.

Do total acumulado, 333,7 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 407 mil milhões ao setor privado.

6 - FAMÍLIAS AFLITAS

Mais endividadas, com menos emprego e menos perspectivas de futuro.

Com as moratórias, prolongadas até março de 2021, muitas famílias adiaram o pagamento das prestações, o que significa que acumularam para curto prazo mais encargos. Estão nesta situação pelo menos 475 mil, é o número de moratórias aprovadas a particulares, segundo os últimos dados do Banco de Portugal.

Os níveis de poupança também se agravaram, o INE refere que o grau de poupança dos agregados em maio era de 12,6%, abaixo dos 13,7% registados um ano antes.

Tudo isto se complica com o lay off simplificado, que tudo indica deverá ser prolongado após julho de 2021 e tem sido a medida mais utilizada pelas empresas. Para os trabalhadores representa a manutenção dos postos de trabalho, mas vem também com perda de parte do salário.

7 - DESEMPREGO NO TRIÂNGULO DAS BERMUDAS

Onde param os desempregados? Com as insolvências a subir e actividade económica praticamente parada em alguns sectores, é certo que aumentam também os desempregados, mas eles não se vêm nas estatísticas.

O INE aponta em Maio para uma descida da taxa de desemprego para 5,5%, uma diminuição de 2,2% relativamente ao mês anterior e de 4,0% em relação a três meses antes e ao mesmo mês de 2019.

De fora das estatísticas oficiais fica a chamada Taxa de subutilização do trabalho, que inclui quem está sem trabalho e não é contabilizado como desempregado pelo INE.

Já nos centros de emprego os números continuam a aumentar, mas aqui a contabilização é feita de outra forma. O IEFP tem em conta as inscrições de pessoas à procura de emprego.

De acordo com os dados divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério de Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os desempregados inscritos no Continente atingiram os 381,6 mil indivíduos em junho, o que representa um crescimento homólogo de 38,3%. Voltaram a subir para 389 mil indivíduos até 7 de julho, o que traduz um aumento de 41,3%, face ao final de julho de 2019.

Fonte: Sandra Afonso, Rádio Renascença

Missão: segurar emprego. Conheça os apoios disponíveis para as empresas a partir de agosto

24 de julho de 2020

No próximo mês chegam novos apoios do Governo para as empresas. O Expresso preparou-lhe um guia com as regras de cada um, para que saiba o que tem direito e quais as suas obrigações 
Com a decisão de prolongamento do lay-off simplificado, ainda que com novas regras e um novo nome, em cima da mesa, os empregadores passam a ter disponíveis cinco mecanismos de apoio à manutenção do emprego. Há opções para empresas que podem retomar já a atividade sem restrições e para as que se mantêm ainda encerradas por imposições legais ou enfrentam sérias dificuldades no negócio, com quebras muito acentuadas de faturação. As regras são diferentes e as obrigações que o empregador tem de cumprir também. 

Lay-off simplificado

Foi a mãe de todas as medidas lançadas pelo Governo para mitigar os efeitos da crise gerada pela pandemia no mercado de trabalho. Criado para apoiar empresas em situação de crise empresarial – com quebras de faturação superiores a 40%, encerramento decretado por imposições legais ou interrupção da cadeia global de abastecimento – este apoio, que permite a suspensão temporária de contratos de trabalho ou a redução de horário, abrangeu mais de 114 mil empresas e 877 mil trabalhadores nos últimos meses. Era suposto terminar no final de julho mas o Governo vai mantê-lo enquanto existirem empresas encerradas por questões sanitárias.

A quem se destina?

Vai manter-se, nos mesmos moldes, apenas para empresas com atividade encerrada por imposições legais. É o caso, por exemplo, das discotecas.

Que contrapartidas exige?

O compromisso de não despedimento (nas modalidades de despedimento coletivo ou por extinção de posto de trabalho) abrange todos os trabalhadores da empresa durante o tempo em que vigorar o lay-off e até 60 dias depois.

Pode ser acumulado com outros apoios?

Sim. Este apoio pode ser complementado com um plano de formação aprovado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e confere o direito a um apoio adicional (bolsa de formação) igual a 30% do valor do Indexante de Apoios Sociais (132,6 euros), que se destina, em partes iguais, para o trabalhador (65,8 euros) e empregador (65,8 euros). Garante ainda o acesso ao incentivo à normalização da atividade, um apoio concedido também pelo IEFP, no valor de 635 euros, pagos de uma só vez, ou de 1270 euros, pagos faseadamente ao longo de seis meses (sempre sob o compromisso do empregador não destruir postos de trabalho).

Quanto tempo dura?

Apenas enquanto vigorar o impedimento legal para a retoma de atividade.

Quanto recebe o trabalhador?

66% da remuneração habitual, sendo 30% assegurado pelo empregador e o restante pela Segurança Social, tendo como limite mínimo 635 euros e máximo 1905 euros.
Apoio Adicional para Empresas com Quebra Significativa de Faturação (o lay-off simplificado prolongado)

Com a retoma a acontecer a uma velocidade mais lenta do que o Governo e os patrões antecipavam, o Executivo colocou novamente em cima da mesa a possibilidade de prolongamento do lay-off simplificado, como adiantou ao Expresso no sábado, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Contudo, o mecanismo terá novas regras e até um novo nome. Uma forma de contornar a forte oposição dos sindicatos ao prolongamento do lay-off. Pouco se conhece ainda do novo desenho da medida, que foi esta quinta-feira debatida em Conselho de Ministros, mas ainda não foi fechada. Até porque exige a publicação do Orçamento Suplementar. Sabe-se apenas que deverá abranger empresas com quebras de faturação superiores a 75%, um valor que tem estado em cima da mesa mas que também ainda não está fechado. Se as restantes regras se mantêm, é preciso esperar para ver.

A quem se destina?

A empresas que se mantenham em situação de crise empresarial, mas com quebras muito expressivas de faturação. Em cima da mesa da negociação está uma redução de faturação acima dos 75%, mas o valor ainda não está fechado. Falta também conhecer o período que será usado como referência para calcular esta quebra e se todas as restantes regras se mantêm iguais ao lay-off simplificado.

Que contrapartidas exige?

Presumivelmente exigirá como contrapartida a manutenção dos níveis de emprego por parte do empregador e a proibição de despedir. Mas não se sabe ainda se essa obrigatoriedade vai manter-se pelos mesmos 60 dias do regime simplificado ou se aumenta.

Pode ser acumulado com outros apoios?

É necessário aguardar pelo desenho final da medida e pela legislação que a vai operacionalizar.

Quanto tempo dura?

A duração da concessão deste apoio ficará sujeita a análise regular do Governo. Foi o que admitiu ao Expresso o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, quando referiu que o prolongamento do lay-off não tem prazo definido para acabar e que, tal como aconteceu com outras medidas, o Governo trabalha com cenários. “A haver necessidade de ajustar medidas, assim faremos”, disse.

Quanto recebe o trabalhador?

Mais uma vez, é preciso esperar pelo desenho final da medida e pela legislação para saber se o Governo decide manter a remuneração de 66% aos trabalhadores abrangidos pelo apoio, e a mesma percentagem de comparticipação por parte do empregador e da Segurança Social que vigora no regime simplificado. Ou se decide ir ao encontro das reivindicações dos sindicatos – desde sempre muito críticos em relação ao prolongamento do lay-off – e atenuar a perda de rendimentos dos trabalhadores.

Regime geral de lay-off, previsto no Código do Trabalho

Foi pensado para empresas em risco de encerramento, cuja sustentabilidade tenha sido fortemente afetada por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos e que, sem este apoio, não teriam outro caminho senão despedir e encerrar. Prevê a suspensão temporária de contratos e redução de horário de trabalho, acompanhada de uma redução da remuneração dos trabalhadores até aos 2/3 do salário, e coloca a segurança social a comparticipar em 70% esta remuneração. É um processo longo, burocrático, que cumpre uma intensa negociação com as estruturas sindicais e por isso, ao longo da história sempre teve uma utilização residual por parte das empresas. Mas existe e está disponível para empresas que não se enquadrem em nenhum dos apoios excecionais criados pelo Governo.

A quem se destina?

A empresas com atividade fortemente afetada por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, com quebras acentuadas de faturação e cuja viabilidade está comprovadamente ameaçada.

Que contrapartidas exige?

A obrigatoriedade de não despedimento (apenas dos trabalhadores abrangidos pelo lay-off) durante o tempo em que o empregador receber o apoio e até 60 dias após o seu término.

Pode ser acumulado com outros apoios?

Sim, com apoios à formação.

Quanto tempo dura?

Pode prolongar-se por seis meses a um ano, desde que a empresa continue a conseguir comprovar a sua situação de debilidade financeira. Findo este prazo, o empregador não pode voltar a requerer novo lay-off sem que tenha decorrido o período equivalente a metade do tempo em que beneficiou do apoio.

Quanto recebe o trabalhador?

66% da remuneração habitual, sendo 30% assegurado pelo empregador e o restante pela Segurança Social, tendo como limite mínimo 635 euros e máximo 1905 euros.
Incentivo extraordinário à normalização da atividade empresarial

Apoio concedido às empresas que saiam do lay-off ou do plano extraordinário de formação e retomem a sua normal atividade. Prevê o pagamento de um ou dois salários mínimos pelo número médio de trabalhadores que tenham estado abrangidos por ambos os apoios.

A quem se destina?

Empresas que saiam do lay-off e possam retomar a sua normal atividade.

Que contrapartidas exige?

Exige sempre a manutenção dos níveis de emprego. No caso da modalidade em que a empresa recebe um salário mínimo (635 euros) por trabalhador, fica impedida de despedir nos dois meses seguintes a receber o apoio. No regime de dois salários mínimos que é pago de forma faseada ao longo de seis meses, a proibição de despedir vigora nesse período e nos dois meses subsequentes, ou seja, num total de oito meses. Quando o empregador recorra a esta segunda modalidade beneficia ainda de uma redução de 50% no pagamento da TSU a seu cargo.

Pode ser acumulado com outros apoios?

Não. Não pode ser acumulado com o apoio à retoma progressiva de atividade, nem com o lay-off.

Quanto recebe o trabalhador?

A sua remuneração habitual.
Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva

É um sucedâneo do lay-off simplificado mas, simultaneamente, a antítese do mesmo. É que este mecanismo já não permite a suspensão de contratos de trabalho (característica do lay-off), mas apenas a redução de horários de trabalho. E comporta também um maior encargo para as empresas no pagamento das remunerações. O apoio é modulado em função da quebra de faturação registada pelas empresas e prevê duas fases. A primeira de agosto a setembro, e a segunda de outubro a dezembro.

A quem se destina?

Empresas que mantendo quebras de faturação homóloga de pelo menos 40%, mas que já possam retomar atividade e chamar todos os seus trabalhadores ao posto de trabalho. Neste caso, o horário de trabalho pode ser reduzido até 50%, em agosto e setembro, e até 40% a partir de outubro. Para as empresas com redução de faturação acima de 60%, a redução do horário pode chegar aos 70% em agosto e setembro e aos 60% a partir daí. As empresas têm ainda direito à redução (grandes empresas) ou mesmo isenção (micro e pequenas e médias) no pagamento de contribuições para a segurança social.

Que contrapartidas exige?

O não despedimento enquanto vigorar o apoio e nos dois meses seguintes.

Pode ser acumulado com outros apoios excecionais?

Não. Fica vedado o acesso ao lay-off. As empresas não podem acumular ambos os apoios, mas podem transitar para o lay-off previsto no Código do Trabalho, depois de terminado o apoio.

Quanto tempo dura?

Este apoio estará em vigor até ao final do ano

Quanto recebe o trabalhador?

Em agosto e setembro, o trabalhador recebe entre 77% e 83% da sua remuneração habitual, tendo como limite mínimo 635 euros. A empresa suporta o pagamento da totalidade das horas trabalhadas. Quanto às horas não trabalhadas, o trabalhador só recebe dois terços e a segurança social comparticipa 70% deste valor. A partir de outubro, a retribuição do trabalhador aumenta para 88% a 92% do salário habitual, tendo como limite mínimo 635 euros. Também aqui a empresa suporta o pagamento da totalidade das horas trabalhadas. Nas horas não trabalhadas, o trabalhador recebe 4/5, em que a segurança social comparticipa 70%.
 
Fonte: Cátia Mateus e Sónia M. Lourenço, Expresso

Norte com subida de 23,4% do desemprego e queda de 42,3% das exportações

23 de julho de 2020

O número de desempregados da região Norte aumentou em 23,4% (29.600 pessoas) em Maio, relativamente ao mesmo mês de 2019, e as exportações caíram em Abril 42,3% devido à covid-19, assinala um relatório divulgado esta quinta-feira.

Os dados foram reunidos na edição especial covid-19 do boletim trimestral Norte Conjuntura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), a que a Lusa teve acesso, e que avaliam os “dois meses consecutivos” (Abril e Maio) em que Portugal viveu em estado de emergência devido à pandemia do novo coronavírus, com “várias actividades económicas encerradas”.

O aumento do desemprego, com uma subida ao nível nacional de 34% no número de inscritos no IEFP, afectava em Maio 156.260 pessoas da região Norte, 79.626 dos quais na Área Metropolitana do Porto (AMP).

No caso das exportações, as vendas externas da região ficaram 1,1 milhões de euros abaixo do período homólogo de 2019, acrescenta o documento. O Norte Conjuntura sublinha que a “redução de 42,3% das exportações em Abril” surgiu “após uma queda de 16,6% em Março”.

“No conjunto dos dois meses, a região exportou menos 1,1 mil milhões de euros do que no período homólogo de 2019, cerca de 11% do valor exportado pela região em 2019”, destaca no documento.

A CCDR-N refere ainda a diminuição do número de horas trabalhadas: menos 33,7% na indústria do vestuário, 33,9% na fabricação de têxteis e 45,3% na indústria do couro e produtos do couro.

“A aplicação das medidas de layoff durante o estado de emergência conseguiu suster uma queda do emprego de amplitude equivalente nas indústrias com implantação mais consolidada na região”, sustenta.

Em Abril, “o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em 18.710 face ao mesmo mês de 2019”, um acréscimo de 14,1%. Em Maio, o número subiu para mais 29.600 inscritos do que no mesmo mês de 2019.

A evolução “foi mais grave nas sub-regiões industrializadas”, com o Alto Minho com um crescimento de 52,8% em Abril e de 71,3% em Maio. Neste último, o aumento do desemprego foi também mais assinalável nas regiões do Cávado (32%), do Ave (31,5%) e do Tâmega e Sousa (28,2%).

“A AMP, com uma estrutura produtiva mais diversificada, observou um crescimento de menor amplitude (20,9%), ainda que, em valor absoluto, tenha sido a que teve o maior aumento de desempregados inscritos nos centros de emprego da região”, refere.

Também em termos absolutos, no Tâmega e Sousa registaram-se, em Maio, 19.352 desempregados, no Ave 18.006 e no Cávado 14.041, de acordo com uma tabela incluída no boletim.

No Douro, o desemprego aumento 3,2% (10.488 inscritos nos centros de emprego) e em Trás-os-Montes subiu 12,9% (4.054 inscritos).

Olhando para os concelhos mais exportadores do Norte, a CCDRN constata que o desemprego afectou, sobretudo, Vila Nova de Famalicão (subida de 50,8% no número de desempregados), Braga (27%), Maia (21,3%), Vila Nova de Gaia (11,9%), Guimarães (30,2%), Santa Maria da Feira (30,1%) e Porto (14,9%).

Em Oliveira de Azeméis, a variação foi, em Maio, de 73,5%, em Barcelos de 45,2%, em Viana do Castelo de 65,5%, em Vila Nova de Cerveira de 79%, em Felgueiras de 61,6% e de 90,4% em São João da Madeira.

O boletim destaca ainda que, nos meses de confinamento obrigatório, “a actividade turística foi praticamente inexistente”. Em Abril, “as dormidas diminuíram 95,3% e os proveitos totais baixaram 97% face a Abril de 2019”.

Fonte: Lusa

 

Menos 28 mil postos de trabalho nos têxteis até 2025? Nem os sindicatos acreditam “na catástrofe”

4 de Dezembro de 2019

A indústria têxtil definiu as linhas que vão coser o sector nos próximos anos. Há um “abrandamento no horizonte”, mas sem dramas, garantem os patrões

 

“Eficiência” é regra de ouro da indústria têxtil e do vestuário no horizonte de 2025, um período que deverá refletir um abrandamento do ritmo de crescimento registado nos últimos anos, mas promete continuar a apresentar um saldo positivo do lado das exportações e do volume de negócios do sector.

 

No documento “Novo Paradigma, Nova Estratégia - 2025”, a que o Expresso teve acesso e cuja divulgação, agendada para hoje à tarde, foi antecipada pelo Jornal de Negócios, a ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal prevê saltos de 13% nas exportações, para os 6 mil milhões de euros, superior à subida de 9,5% definida para o volume de negócios do sector (8 mil milhões de euros).

 

No caso do emprego, a ambição é mais modesta e o novo plano estratégico dos têxteis refere apenas como metas ter “mais de 4 mil empresas ativas” e “mais de 110 mil trabalhadores diretos”.

 

Comparando estes números com os valores atuais (6 mil empresas e 138 mil trabalhadores), o quadro desenhado apresenta menos 28 mil postos de trabalho e menos 2 mil empresas. No entanto, Paulo Vaz, diretor-geral da ATP, garante ao Expresso que “isto não significa uma perda direta e líquida de empresas e postos de trabalho”. “Não está em causa uma catástrofe”, garante. “O que fizemos foi definir um patamar de acordo com uma abordagem conservadora do futuro, considerando o quadro atual de abrandamento do ritmo de crescimento”.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Margarida Cardoso in Expresso online 

Aumento do salário mínimo põe em risco 100 mil empregos

3 de Dezembro de 2019

O aumento do salário mínimo pode pôr em causa entre 50 mil e 100 mil postos de trabalho. As contas são do Fórum para a Competitividade, que considera que as contrapartidas pelo aumento do salário mínimo nacional (SMN) são “muito insuficientes”, impedindo a produtividade de crescer ao nível do salário mínimo. “Aparentemente, o Governo quer que o salário mínimo suba até 750 euros em 2023, enquanto as associações patronais parecem dispostas a concordar com uma subida até 700 euros, mediante a negociação de contrapartidas”, diz numa nota.

 

No entanto, alerta que essas contrapartidas podem ser “muito insuficientes”. Se, por um lado, “há setores, como o alojamento, a restauração e a construção, onde é provável assistir-se a um aumento de preços, mas não deverá haver grandes riscos sobre o emprego, é também possível que nalguns destes setores não haja margem para refletir inteiramente o aumento de custos nos preços, havendo um estreitar de margens que poderá fragilizar algumas empresas e conduzir a algum desemprego. Ironicamente, é nos setores que fornecem serviços ao Estado de segurança e limpeza que há maiores riscos, sobretudo se o Governo for incoerente e não subir os preços a que compra estes serviços”.

 

Por outro lado, segundo o fórum, “no setor transacionável (agricultura e indústria), como vimos, as coisas passam-se de forma inteiramente diversa”. E acrescenta que, nestas indústrias, “não há possibilidade de aumentar preços e, na impossibilidade de aumentar a produtividade, haverá destruição do emprego”. 

 

Fonte: SOL online 

Instituto de Emprego coloca menos de 10% dos deficientes nas empresas

3 de Dezembro de 2019

Desemprego de longa duração entre as pessoas com deficiência aumentou 15% na última década. Qualificação não diminui desafios da integração

 

É um dos pilares essenciais à plena integração social das pessoas com deficiência, mas é de todos o pilar mais frágil. Apesar dos recentes avanços legais em prole da igualdade no mercado de trabalho, neste que é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a realidade mostra que o acesso ao emprego continua a ser desigual para os deficientes em Portugal. Os números compilados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a pedido do Expresso, mostram isso mesmo. Nos primeiros oito meses do ano registaram-se como desempregadas nos centros de emprego 11.650 pessoas com deficiência. Até ao final de agosto, últimos dados disponíveis, os serviços públicos de emprego tinham conseguido colocar apenas 9,3%.

 

Os números espelham a desigualdade que ainda persiste no acesso de quem tem uma deficiência ao mercado de trabalho. Entre 2009 e 2019, em contraciclo com uma redução de 44,1% da população desempregada inscrita nos serviços públicos de emprego nacionais, o número de pessoas com deficiência registadas como desempregadas nos mesmos centros de emprego aumentou 35,1%, mostram os dados do IEFP. Até ao final de agosto – último mês com dados disponíveis que permitem a desagregação da informação por qualificação, natureza da deficiência e tempo de permanência em situação de desemprego – estavam registadas no IEFP 11.650 pessoas com deficiência, 4,1% do total dos desempregados registados. Em 2009 não eram mais do que 1,7%.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Cátia Mateus e Carlos Esteves in Expresso online 

Pobreza em Portugal “conjuga-se no feminino” e tem dimensão significativa

30 de Novembro de 2019

O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (Portugal), padre Agostinho Jardim Moreira, alertou hoje que a pobreza é “conjugada essencialmente no feminino e, em Portugal, esta pobreza feminina tem uma dimensão bastante significativa”.

 

Esta realidade é visível no caso de muitas mães solteiras, cujos rendimentos -- por ser apenas o seu o único vencimento do agregado familiar -- não são suficientes para as necessidades da família.

Em Portugal, com 2,2 milhões de pobres, a democracia, ainda segundo o padre Jardim Moreira, “não está de boa saúde”, porque há “uma percentagem razoável de portugueses que não conseguem participar no desenvolvimento nacional”.

 

“Nem ao fim 40 anos depois da Revolução de Abril [conseguem] participar de uma forma digna e onde possam desenvolver seus direitos humanos”, lamentou o presidente da Rede Anti-Pobreza, para quem, “o que está em causa é, de facto, a dignidade das pessoas”.

 

Jardim Moreira, em declarações à agência Lusa, defendeu que, para alterar esta situação, o caminho pode passar por uma atuação em três eixos, transversal a toda a sociedade.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Agência Lusa in Diário de Notícias online 

INE confirma abrandamento da economia no terceiro trimestre para o ritmo mais baixo desde 2016

29 de Novembro 2019

 

O Instituto Nacional de Estatística confirmou esta sexta-feira que a economia cresceu 0,3% no terceiro trimestre, face ao segundo trimestre do ano, metade do ritmo de crescimento verificado nos primeiros dois trimestres do ano. Em termos trimestrais, a economia não crescia tão pouco desde o segundo trimestre de 2016, nos primeiros seis meses de governação de António Costa. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a economia está a crescer 1,9%, em linha com a previsão do Governo para a totalidade do ano.

 

De acordo com o INE, face ao trimestre imediatamente anterior, foi a aceleração da procura interna que permitiu à economia continuar a apresentar taxas de crescimento. Sem a aceleração do contributo da procura interna para o PIB, a economia teria estagnado, nas contas do INE.

 

Para isto muito se deve o aumento expressivo das despesas de consumo das famílias com bens duradouros, que quadruplicou o ritmo de crescimento face ao segundo trimestre, juntamente com um quase duplicação do ritmo de crescimento das despesas com bens não duradouros e serviços.

 

O investimento abrandou e terminou o terceiro trimestre a crescer 1% face ao trimestre anterior, um valor justificado pela variação de existências (acumulação de stocks). Retirando esta componente, a variação em cadeia do investimento (formação bruta de capital fixo) já tinha sido negativa no segundo trimestre (-0,1%), e piorou significativamente no terceiro trimestre, com uma queda de 1,4%.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Nuno André Martins in ECO online 

Valor máximo do subsídio de desemprego deverá subir em 2020

29 de Novembro de 2019

O valor máximo do subsídio de desemprego deverá aumentar 7,6 euros no próximo ano, para 1.097 euros, segundo cálculos com base na estimativa rápida da inflação publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

A estimativa rápida da inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, referente a novembro, publicada pelo INE, de 0,24%, permite definir a atualização do Indexante de Apoios Sociais (IAS) que aumentará assim cerca de três euros em 2020, passando dos atuais 435,76 euros para 438,81 euros, segundo cálculos feitos pela Lusa.

 

O IAS serve de referência para atualizar várias prestações sociais, entre elas, os valores mínimos e máximo do subsídio de desemprego, que correspondem a 1 IAS e a 2,5 IAS, respetivamente.

Assim, se o valor da inflação se vier a confirmar, o limite mínimo mensal do subsídio de desemprego aumenta para 438,81 euros, enquanto o montante máximo será fixado em 1.097 euros.

 

Este ano, o valor máximo do subsídio de desemprego foi fixado em 1.089,40 euros, mais 17,15 euros face a 2018.

 

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Fonte: Sábado online 

Alterações climáticas podem agravar a situação de pobreza no Mundo

28 de Novembro de 2019

Segundo a OCDE, daqui a 10 anos, mais 100 milhões de pessoas estarão a viver na pobreza.

As alterações climáticas podem levar mais 100 milhões de pessoas à pobreza e 150 milhões serão novos refugiados, nos próximos dez anos.

 

A emergência climática que o planeta enfrenta tem mais impacto nos países mais pobres, o que faz com que seja mais difícil cumprirem as metas do Acordo de Paris, que apela à diminuição da emissão de gases com efeito de estufa já no próximo ano.

 

Para isso, a OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, apela agora a novas regras. Uma delas, é travar os quase 4 mil milhões de euros em apoios internacionais dos países mais ricos à produção de combustíveis fósseis nos países que ainda estão em desenvolvimento. O objetivo é tentar travar o aumento da temperatura média global do planeta.

 

As conclusões são de um relatório da OCDE que quer travar o desenvolvimento dos combustíveis fósseis em todo o mundo.

 

Fonte: SIC Notícias online 

Patrões querem aumentos “flexíveis” e medidas fiscais no acordo de rendimentos

27 de Novembro 2019

Para os patrões são necessários apoios concretos no Orçamento do Estado para 2020, nomeadamente a nível fiscal, que “estimulem o crescimento”, para se avançar nas negociações, que se iniciam esta quarta-feira na concertação social, para um acordo de rendimentos. O objetivo do Executivo é fixar referenciais para o salário médio e valorizar os licenciados.

 

Na calha estará um aumento das deduções de IRC para as pequenas e médias empresas que reinvistam os lucros. Jornal de Negócios (acesso pago) refere que a intenção do Executivo será a de aumentar o máximo dedutível de dez milhões para 12 milhões de euros.

 

Para as entidades patronais, as prioridades recaem sobre a competitividade e rendimentos, a demografia e conciliação entre a vida pessoal e o trabalho, e a Segurança Social. Ainda assim, segundo o Público (acesso condicionado), estará afastada a hipótese de um corte na Taxa Social Única (TSU), à semelhança do que foi discutido em 2017 e que causou polémica.

 

Outro tema de relevo é a definição dos referenciais para o salário médio, que se aplicam aos aumentos salariais negociados em sede de contratação coletiva, algo que aconteceu pela última vez em 1996. Neste ponto, espera-se plena negociação, sendo que o Governo já lançou as bases (quer uma valorização dos licenciados) e os patrões já traçaram a linha vermelha (rejeitam referenciais inflexíveis).

 

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Fonte: ECO online 

Maior aposta na digitalização do turismo poderá gerar mais 50.000 empregos em Portugal

26 de Novembro 2019

A maior aposta na digitalização da indústria do turismo português poderá gerar 50.000 empregos adicionais em Portugal nos próximos anos, revela um estudo da Oxford Economics encomendado pela Google divulgado esta terça-feira.

 

De acordo com o estudo, “existe um potencial de crescimento das receitas turísticas” e também “é possível gerar mais 50.000 empregos” com o digital, salientou José Maria Júdice, diretor de indústria [‘industry manager’] da Google para o turismo em Portugal.

 

“As melhorias na conectividade digital, desde 2012, em Portugal, geraram quase 50.000 empregos no turismo, uma proporção significativa face aos 250.000 empregos totais criados pelo turismo entre 2012 e 2018”, refere o estudo da Oxford Economics, acrescentando que “há hoje oportunidades para criar 50.000 novos empregos em Portugal nos próximos anos”.

 

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Fonte: Lusa in ECO online 

Famílias portuguesas estão protegidas se a economia virar? OCDE fez as contas

24 de Novembro 2019

Se a economia portuguesa entrar em crise, deixar aumentar o défice sem tomar novas medidas — deixar funcionar os chamados estabilizadores automáticos — só permitiria compensar metade do rendimento que as famílias portuguesas perderiam nessa situação, diz um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 

Numa análise à eficiência dos estabilizadores automáticos na estabilização dos rendimentos das famílias em 23 países, a OCDE conclui que estes estabilizadores “parecem ser eficazes”, compensando cerca de metade do rendimento perdido pelas famílias. Holanda e Alemanha são os países em que as famílias estão mais protegidas, com 80,5% e 79% do rendimento perdido a ser compensado pelos estabilizadores automáticos, respetivamente. A Grécia está no extremo oposto, com apenas 36,8%.

 

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Fonte: Nuno André Martins in ECO online 

Ultimato ao Portugal 2020: quem está mais atrasado?

23 de Novembro de 2019

O mais recente balanço sobre a execução dos €25,9 mil milhões de fundos europeus do Portugal 2020 revela que o país já aplicou €10,5 mil milhões (40%) até ao final do terceiro trimestre de 2019, faltando aplicar €15,4 mil milhões (60%) até ao final de 2023.

Esta execução de 40% do atual quadro comunitário iniciado em 2014 compara com uma execução de 51% no período homólogo do anterior Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) iniciado em 2007.

 

Embora pareça mais atrasado, convém notar que o Portugal 2020 tem direito a mais um ano do que o QREN para executar todos os projetos de investimento no terreno. No final de 2012, o QREN tinha o desafio de executar uma média anual de €4,2 mil milhões em apenas três anos. No final de 2019 o esforço exigido ao Portugal 2020 será o de executar uma média anual de €3,9 mil milhões nos próximos quatro anos.

 

Para garantir que nenhum euro será desperdiçado, o ministro do Planeamento já está a preparar um ultimato do Governo a todos os projetos públicos e privados financiados pelos fundos do Portugal 2020, sejam eles de empresas, autarquias, universidades, etc. “Os investimentos parados terão os fundos cortados”, revelou na semana passada ao Expresso.

 

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Fonte: Joana Nunes Mateus

 

Desemprego baixa para 6,1% e fica no valor mais baixo em 16 anos

6 de Novembro de 2019

A taxa de desemprego diminuiu para 6,1% no terceiro trimestre (Julho a Setembro), ficando no valor mais baixo em 16 anos. A taxa compara com os 6,3% registados no segundo trimestre (Abril a Junho) e com um nível de desemprego de 6,7% um ano antes, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira.

 

De Julho a Setembro, havia 323,4 mil pessoas desempregadas em Portugal, menos 5,1 mil do que nos três meses anteriores e menos 29,3 mil do que no terceiro trimestre de 2018.

 

A diminuição deve-se sobretudo à redução do nível de desemprego em cinco grupos populacionais: nos homens; nas pessoas com 45 e mais anos; nas pessoas com uma escolaridade até ao terceiro ciclo do ensino básico ou ao ensino secundário e pós-secundário; nas pessoas que estavam à procura de um novo emprego depois de trabalharem nos serviços; e nas pessoas à procura de emprego há mais de um ano.

 

Com a descida do nível de desemprego para os 6,1%, a taxa fica no valor mais baixo em 16 anos. Para encontrar um valor idêntico é preciso recuar até ao terceiro trimestre de 2003.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Pedro Crisóstomo in Publico online 

  

Dar resposta a problemas sociais com a comunidade

29 de outubro de 2019

A USF da Baixa, em Lisboa, lançou o primeiro projeto de Prescrição Social em Portugal. Uma metodologia que, mais do que a situação clínica, procura arranjar soluções para os problemas sociais dos utentes em estreita ligação com a comunidade local.

 

Tudo começou em outubro de 2017 numa conversa de corredor na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa entre o médico de família Cristiano Figueiredo e a assistente social Andreia Coelho. Um ano e várias reuniões depois, a conversa resultou no primeiro projeto de Prescrição Social (PS) em Portugal, uma metodologia que procura dar resposta aos problemas sociais e necessidades dos utentes, através da articulação entre as equipas dos centros de saúde (médicos, enfermeiros e assistentes sociais) e as organizações da comunidade local.

 

"Quando cheguei à USF já vinha com a ideia da PS e quando me cruzei no corredor com a Andreia, uma ou duas semanas depois, começámos a discutir e a perceber que fazia todo o sentido importar o conceito do Reino Unido", conta Cristiano Figueiredo, recordando que contactou pela primeira vez com esta nova metodologia em 2015 quando fez um estágio em Londres, na altura ainda a dar os primeiros passos no Reino Unido.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: João D'Espiney in Jornal de Negócios online 

Desemprego no Norte desce para valores de 2002

28 de outubro de 2018

A região Norte tem uma taxa de desemprego de 6,2%, ficando abaixo da média nacional (6,3%). Há 17 anos que tal não sucedia.

 

No entanto, há um sinal vermelho: as exportações regionais recuaram ao fim de seis anos de incremento. Estas são algumas das conclusões do relatório Norte Conjuntura relativo ao segundo trimestre deste ano.

 

"Há uma recuperação significativa em três anos. Na região Norte, só há 113 mil desempregados. Em 2017, tínhamos quase 180 mil [dados do INE]", sublinha, em declarações ao JN, Fernando Freire de Sousa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

 

A taxa de desemprego dos trabalhadores com o Ensino Superior da região do Norte diminuiu para 4,6% no segundo trimestre face a igual período de 2018, o valor mais baixo deste século. Um sinal de que o novo emprego criado tem mais valor acrescentado? "A queda do desemprego tem a ver com a dinâmica económica do país e da região também. Adicionalmente, começamos a ver efeitos da mudança lenta do nosso padrão de especialização económica e da nossa capacidade crescente de absorver trabalhadores mais qualificados", reconhece Freire de Sousa

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Pedro Araujo in JN online

Porto recebe Feira Internacional Emprego. Mais de três mil ofertas de emprego, estágios e bolsas de investigação

28 de outubro de 2019

A Exponor recebe a quinta edição da Feira Internacional de Emprego Universitário (FINDE.U). O evento decorre entre 29 e 30 de outubro e tem entrada gratuita.

 

São mais de 100 entidades empregadoras e cerca de três mil ofertas de emprego, estágios e bolsas de investigação. Altronix, Deloitte, Faurecia, Grupo Casais, Lactogal, Lufthansa e Sonae são algumas das empresas que vão marcar presença no evento e que estarão a recrutar nas áreas de gestão, economia, engenharia ou marketing, tecnologia, indústria.

 

A Didimo, EZ4U, Strongstep e Xpectraltek, quatro spin-off da Universidade do Porto, também vão estar presentes na Feira de Emprego à procura de talentos ligados à área da tecnologia, marketing e design.

 

“São transacionados cerca de 14 mil currículos que em cada edição. O objetivo é trabalhar o lado da pós formação, apoiar os jovens a entrar no mercado de trabalho e aproximar os estudantes e diplomados do mercado de trabalho”, explica ao ECO fonte da Universidade do Porto.

 

No decorrer dos dois dias, os visitantes vão ter a oportunidade de contactar diretamente com recrutadores e candidatar-se às vagas disponíveis. A organização aconselha os visitantes a preencher um registo prévio na plataforma online da feira. O objetivo é que o currículo dos participantes esteja disponível numa base de dados que estará acessível a todas as empresas presentes.

 

Nesta edição são esperados cerca de três mil visitantes, numa iniciativa organizada pela Universidade do Porto, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Universidade de Vigo.

 

Fonte: Fátima Castro in Eco Online 

Diretora-geral do FMI exige maior inclusão de mulheres nos mercados de trabalho

15 de outubro de 2019

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, exigiu esta terça-feira, nos Encontros Anuais, uma maior inclusão de mulheres nos mercados de trabalho, dizendo que quando um país ignora "parte das suas capacidades" enfraquece o desempenho económico.

 

Kristalina Georgieva fez hoje a sua primeira intervenção nos Encontros Anuais do FMI e Banco Mundial, em Washington, Estados Unidos da América, num diálogo dedicado ao tema "Mulheres, Trabalho e Liderança".

 

Nesta ocasião, reiterou que as sociedades não podem atingir objetivos de desenvolvimento sustentável sem incluir a totalidade das mulheres na força de trabalho, a começar pela educação e acesso igual ao financiamento e recursos.

 

 

"É simples, se ignorar parte das suas capacidades, vai ficar aquém no desempenho económico", avisou a diretora-geral, que assumiu funções no dia 1 de outubro.

 

A economista lamentou que atualmente mais de 1,7 mil milhões de mulheres em todo o mundo tenham restrições legais sobre os trabalhos que têm autorização para desempenhar.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Jornal de Notícias

Taxa de emprego mantém-se estável na OCDE, mas aumenta em Portugal

15 de outubro de 2019

A taxa de emprego nos países da OCDE manteve-se inalterada nos 68,7% durante o segundo trimestre de 2019. Em Portugal a percentagem de trabalhadores em idade ativa com emprego aumento uma décima, para 70,2%.

 

Durante o segundo trimestre de 2019, 68,7% da população em idade ativa estava empregada, no conjunto dos países da OCDE. A taxa de emprego, calculada a partir da percentagem da população em idade ativa com emprego assegurado, manteve-se estável face ao trimestre anterior, mas tem estado a aumentar desde 2015, indicam os dados divulgados esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 

Em Portugal, a taxa de emprego aumentou uma décima face ao primeiro trimestre do ano, para os 70,2%. Uma evolução positiva que foi impulsionada pelo crescimento do emprego entre os trabalhadores mais seniores, dos 55 aos 64 anos (0,7% face ao trimestre anterior) e pelo emprego no sector dos serviços, o único onde a taxa de emprego aumentou face ao trimestre anterior para os 69,9% (mais 10,5 pontos percentuais).

 

Nas contas da organização, no seu conjunto, os 36 países-membro asseguram emprego a 572,3 milhões de pessoas. Em Portugal, 4,6 milhões tinham emprego. No segundo trimestre do ano, a taxa de emprego subiu em 15 dos 36 países da organização.

A análise aos países da zona Euro mostra que a taxa de emprego continuou a aumentar no segundo trimestre de 2019, um ponto percentual para os 67,9%. Bélgica, Grécia e Luxembrurgo registaram ganhos superiores a 0,5 pontos percentuais, enquanto a Irlanda e Eslováquia viram a sua taxa de emprego cair 0,3%.

 

Fora da zona Euro, a taxa de emprego aumentou 0,2% ou mais no Canadá (para 74,5%), México (para 62,2%), Polônia (para 68,0%) e na Suíça (para 80,5%).Japão e Estados Unidos registaram aumentos de 0,1 pontos percentuais para os 77,6% e 71,2%, respetivamente. E o Reino Unido manteve-se estável com uma taxa de emprego de 75,1%.

 

As contas do segundo trimestre de 2019 mostram uma dinâmica do emprego ancorada no sector dos serviços que representou mais de 80% da taxa de emprego alcançada em países como a Holanda, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.


Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Nobel da Economia traz tema da pobreza para o centro do debate

14 de outubro de 2019

O prémio Nobel da Economia atribuído a três autores de um estudo de combate à pobreza trouxe o tema de “volta”, com medidas para melhorar a vida de quem passa mais dificuldades, de acordo com economistas contactados pela Lusa.

 

O Nobel da Economia de 2019, no valor de nove milhões de coroas suecas (cerca de 830.000 euros), foi hoje atribuído à francesa Esther Duflo, ao indiano Abhijit Banerjee e ao norte-americano Michael Kremer, pela “abordagem experimental para aliviar a pobreza global”, segundo a Real Academia de Ciências da Suécia.

 

Para o economista da Nova School of Business & Economics (SBE) Pedro Vicente, “este é um prémio Nobel para a nova economia do desenvolvimento, que põe o acento tónico na análise empírica e na evidência, e que trouxe, de alguma forma, de volta a economia para perto das pessoas”.

 

“Porque a economia matematizou muito ao longo de algum tempo e a economia do desenvolvimento de Banerjee, Duflo e Kremer trouxe-a de volta para a parte empírica e da evidência”, sustentou.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Diário de Notícias 

Tech Visa já certificou 163 empresas desde Janeiro

14 de outubro de 2019

O IAPMEI emitiu 610 termos de responsabilidade para novos trabalhadores, no âmbito do programa que garante vistos para atrair investimentos no sector tecnológico.

 

O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) certificou 163 empresas desde Janeiro deste ano, no âmbito do Tech Visa, segundo comunicado divulgado esta segunda-feira, 14 de Outubro.

 

O Tech Visa é um programa inscrito na Estratégia Nacional para o Empreendedorismo StartUP Portugal que apoia “as empresas a atrair recursos humanos altamente qualificados para o país e pode ser utilizado por empresas de todos os sectores de actividade”. A certificação deste programa “permite simplificar os procedimentos de obtenção de visto e autorização de residência”.

 

Conforme noticiou o PÚBICO, em Setembro tinham sido submetidas 168 candidaturas, com a certificação de 144. Ao todo tinham já sido emitidos 451 termos de responsabilidade (documentos ligados à entrada de um cidadão de um país terceiro que precisa de visto para entrar no espaço Schengen). No final do mês passado, o Ministério da Economia disse ao PÚBLICO que o Governo estava “a alargar o leque de respostas para fazer face às necessidades de mão-de-obra das empresas portuguesas” e, em pouco mais de duas semanas, os números aumentaram. Estão já “163 empresas certificadas” e “610 termos de responsabilidade para trabalhadores altamente qualificados” emitidos. De acordo com o comunicado, de todos os trabalhadores, a maioria vem do Brasil (526).

 

“Quanto à distribuição geográfica, estas empresas desenvolvem actividade em todas as regiões do país, com maior concentração na Região de Lisboa, seguida das Regiões Norte e Centro”, lê-se no comunicado.

 

Esta medida tem como objectivo atrair investimento, de forma a construir “uma economia capaz de atrair trabalhadores qualificados”, inclusive imigrantes “altamente especializados”. Os projectos que chegam ao Tech Visa devem “demonstrar potencial de mercado e orientação para os mercados externos” de modo a obterem uma “avaliação positiva”.

 

Fonte: Público

Depois das refeições, Uber compra startup de entrega de mercearia

12 de outubro de 2019

A Uber vai juntar ao grupo uma startup chamada Cornershop, que faz entregas de mercearia numa hora. Poderá vir a ser relevante no novo conceito de plataforma que a Uber está a desenvolver.

 

Uber vai comprar uma posição maioritária na Cornershop, uma startup que faz entregas de mercearia ao domicílio numa hora. Atualmente com operações no Chile, México, Peru e Toronto, a empresa poderá vir a ganhar um papel relevante no novo conceito de plataforma que a tecnológica está a desenvolver.

 

O anúncio foi feito pelas duas empresas num comunicado, mas o montante envolvido na operação não foi revelado (pista: em setembro, esteve prestes a ser comprada pela Walmart por 225 milhões de dólares, mas as autoridades mexicanas não o autorizaram). A Uber espera concluir a aquisição no início do próximo ano, depois de obter todas as aprovações regulatórias necessárias.

 

Atualmente, a Uber já faz entregas de refeições ao domicílio através da aplicação Uber Eats. Por isso, a empresa não deverá ter problemas em criar sinergias com a plataforma digital da Cornershop. Além disso, são conhecidas as intenções da empresa de reformular a aplicação móvel da Uber para ser uma espécie de “sistema operativo do dia-a-dia”, integrando não só o transporte privado, as trotinetes, as refeições e, eventualmente, a mercearia.

 

Para já, a tecnológica norte-americana, presidida por Dara Khosrowshahi, garante que, quando a compra estiver finalizada, a Cornershop continuará com a mesma liderança. No entanto, a administração da startup passará a reportar a um novo Conselho de Administração que conta com representação da Uber.

 

Fonte: Flávio Nunes in Eco 

Leadership Summit 2019: Como liderar na idade do algoritmo?

2 de outubro de 2019

A 3.ª edição do Leadership Summit Portugal desafiou especialistas a refletir na resposta para uma das questões do futuro da liderança: "Estaremos a caminhar juntos?".

 

“Eu não sou um robô, sou um ser humano”. Foi assim que se apresentou o primeiro orador, vindo da Grécia, o professor de gestão e filósofo Haridimos Tsoukas, que abriu as hostes das sessões da 3.ª edição do Leadership Summit Portugal, que decorreu esta terça-feira, no Casino do Estoril.

 

Na conferência intitulada “O belo mal e o desejo transcendental: IA e espiritualismo”, Haridimos explicou algumas técnicas para “liderar na era do algoritmo” e explicou de que forma a filosofia e o espiritualismo na liderança podem ser parte das respostas. “Precisamos de desenvolver o que já temos: competências humanas e únicas de compreensão, adaptação, empatia e transcendência”, revela o filósofo, que acredita que as particularidades que nos tornam humanos serão insubstituíveis pela inteligência artificial. “A IA (inteligência artificial) é parte da nossa vida, mas não percebe os inputs que processa e os outputs que gera”, justifica Tsoukas.

 

"Liderar de forma inteligente é desenvolver perceção, perceber as nuances da situação e conectar-se emocionalmente consigo próprio e com os outros”

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Sara Calado in Eco

Aumento do turismo trouxe "novas exigências e desafios" a Portugal

27 de setembro de 2019

O ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, valorizou esta sexta-feira o aumento dos indicadores do turismo em Portugal, mas advertiu que o crescimento deste setor traz "novas exigências e desafios" ao país.

 

Falando nos Açores, no Dia Mundial do Turismo, Siza Vieira valorizou o caminho recente de Portugal neste setor, destacando, por exemplo, a "diversificação de mercados" que procuram o país, que são agora muito mais do que os quatro tradicionais (Reino Unido, Espanha, França e Alemanha).

 

"Temos agora mercados novos e que permanecem bastante tempo", disse o ministro, dando como exemplo os turistas americanos, brasileiros, chineses, canadianos e israelitas.

 

No país, foi reduzida a "dependência dos destinos tradicionais, como Algarve, Madeira, Lisboa", espalhando-se agora o setor "por todo o território".

 

"Isto aconteceu não por uma quebra dos destinos tradicionais, mas porque fomos capazes de atrair pessoas de todo o mundo e do mercado interno para todo o país", declarou ainda Pedro Siza Vieira, valorizando o "esforço intenso de promoção externa" do destino Portugal.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Jornal de Notícias 

Maioria das pensões vai aumentar acima da inflação em 2020

24 de setembro de 2019

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esclareceu que, segundo a fórmula de cálculo que faz parte da lei, a grande maioria das pensões irá ter uma subida acima do valor da inflação.

 

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afirmou esta terça-feira que a maioria das pensões terá um aumento acima da inflação no próximo ano, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revisto em alta o crescimento económico.

 

“Não conhecemos ainda qual será o valor da inflação, nem a dimensão dessa subida, mas o que é já seguro, com os dados que conhecemos, é que teremos um crescimento médio em dois anos superior a 2%, portanto teremos uma atualização das pensões, a maioria delas, acima da inflação”, garantiu João Vieira da Silva.

 

Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia de comemoração dos 40 anos do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Lisboa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esclareceu que, segundo a fórmula de cálculo que faz parte da lei, o aumento das pensões depende da evolução da inflação e também do crescimento económico.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Agência Lusa in Observador 

Portuguesa Unbabel consegue 60 milhões de dólares junto de investidores

24 de setembro de 2019

O novo capital será usado para acelerar a expansão da empresa a nível internacional e continuar a desenvolver as ferramentas de inteligência artificial.

 

A startup portuguesa Unbabel – uma plataforma de tradução automática que recorre a humanos para verificar o conteúdo traduzido – conseguiu mais 60 milhões de dólares (cerca de 54,5 milhões de euros) em financiamento. É quase o triplo do valor obtido junto de investidores internacionais em 2018.

 

A ronda de financiamento foi liderada pela empresa de capital de risco Point72 Ventures (fundada em 2016 pelo multimilionário norte-americano Steven Cohen), em conjunto com a empresa portuguesa de capital de risco Indico Capital Partners (que no começo do ano anunciou um novo fundo para investir em startups tecnológicas da Península Ibérica), e as norte-americanas e.ventures e Greycroft. A ronda contou ainda com a participação dos actuais investidores da Unbabel, como a Scale Venture Partners, Notion Capital, M12 (fundo de venture capital da Microsoft), Samsung NEXT, Caixa Capital (da Caixa Geral de Depósitos), Faber Ventures, FundersClub e Structure Capital.

 

O mais recente financiamento, divulgado esta terça-feira, teve lugar durante uma ronda de série C que é uma etapa em que uma startup já provou ter sucesso no mercado e está à procura de desenvolver novos produtos e serviços. Em 2013 e 2017, as startups portuguesas Farfetch (plataforma de venda online de moda de luxo) e Feedzai (que detecta fraudes no processamento de pagamentos electrónicos) conseguiram 20 milhões de dólares e 50 milhões de dólares, respectivamente, neste tipo de rondas. No total, a empresa fundada pelo português Vasco Pedro já angariou um total de 91 milhões de dólares em investimento.

 

Fundada em 2013, a Unbabel permite que tradutores amadores possam utilizar os seus conhecimentos em línguas para ganhar algum dinheiro extra ao rever conteúdos de tradução automática e, desta forma, evitar traduções mal feitas por máquinas incapazes de perceber contextos ou referências culturais. O objectivo é ser uma alternativa mais rápida – e económica – do que contratar um tradutor profissional. Mais de 50 mil utilizadores globais registados na plataforma relêem trechos de textos traduzidos na sua língua nativa, e são remunerados (entre oito a 18 dólares por hora) pelo tempo despendido. Depois de o texto passar por um Unbabler (nome dado aos correctores humanos), passa a integrar a base de dados para que as máquinas possam aprender com a revisão.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Karla Pequenino in Público 

Emprego continua a subir entre imigrantes e Portugal recebeu mais refugiados, diz relatório da OCDE

18 de Setembro de 2019

Relatório sobre imigração da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico mostra que em Portugal a taxa de emprego de imigrantes é de 75,1%. No ano passado, OCDE recebeu 5,3 milhões de novos imigrantes permanentes. Número de refugiados no mundo diminuiu, mas em Portugal subiu.

 

É o segundo ano consecutivo que traz boas notícias para os imigrantes em Portugal: enquanto a taxa de emprego continua a subir, a de desemprego apresenta descida, mostra um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Os dados de 2018 seguem uma tendência que começou no ano anterior onde já se tinha verificado recuperação de emprego para esta população.

 

Assim, em percentagens, o relatório da OCDE sobre as tendências migratórias mostra que em 2018 a taxa de emprego em Portugal para os imigrantes foi de 75,1%, o que representa uma subida de 0,8% em relação a 2017 e um número superior à média dos países daquela organização, que se situa pouco acima dos 68%. Quanto à taxa de desemprego foi de 8,5%, ou seja, menos 1,5% do que no ano anterior – a média de desemprego entre imigrantes na OCDE foi de 8,7%. A descida do desemprego entre imigrantes é expressiva comparada a 2012, por exemplo, quando atingiu mais de 20%.

 

Portugal foi o país da Europa do Sul onde os imigrantes mais recuperaram o emprego.

 

Em relação a 2018 houve diferenças de género entre os imigrantes, com as taxas de emprego entre os homens a serem superiores em quase 8 pontos percentuais em relação à das mulheres (as taxas foram de 79,7% e de 71,3%, respectivamente). No caso do desemprego a curva inverteu-se: 10% de mulheres imigrantes estavam sem emprego, em contraste com 6,9% dos homens.

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Joana Gorjão Henriques in Público 

Amazon tem mais de 31 mil vagas de emprego. Seis são em Portugal

9 de Setembro de 2019

Número fica muito acima das posições em aberto em empresas como a Microsoft, o Google e o Facebook.

 

A Amazon anuncia no seu site mais de 31 mil vagas para empregos. É um número muito superior ao de outras empresas de tecnologia e que reflecte os recursos humanos necessários para manter uma enorme infra-estrutura tecnológica e para distribuir compras em quase todo o mundo.

 

O site de empregos da Amazon totalizava 31.324 posições à hora de publicação deste artigo (eram mais 30 empregos do que quando estas linhas começaram a ser escritas). Já o site da Microsoft anunciava 5340 vagas. O do Google mostrava 3916 posições e o do Facebook, 2578 empregos. No ano passado, a multinacional americana, que começou por ser uma livraria online gerida por três pessoas, empregava cerca de 648 mil funcionários, incluindo trabalhadores em part-time.

 

Praticamente todos os empregos anunciados são a tempo inteiro, mas muitos são trabalhos em empresas que prestam serviços à multinacional, como as que operam frotas de carrinhas e camiões, e são responsáveis por entregar encomendas.

 

Saiba mais:
Fonte: Público

Revolut quer criar até 400 empregos em Portugal. Já há 35 vagas

2 de Setembro de 2019

Depois de anunciar a abertura de um centro de suporte europeu em Matosinhos, a Revolut revela que quer contratar até 400 pessoas. Atualmente, já há vagas para 35 novos colaboradores.

 

A fintech [startup de tecnologia financeira] britânica Revolut vai abrir em Matosinhos um centro de suporte operacional e quer criar até 400 postos de trabalho em Portugal. Atualmente, a empresa já tem 70 colaboradores e abriu 35 vagas para estes escritórios no Norte, divulgou a Revolut em comunicado.

 

Portugal está a emergir rapidamente como um hub de fintechs na Europa e estamos extremamente orgulhosos em integrar esse movimento com a criação de até 400 novos postos de trabalho. No ano passado, aquando da minha visita a Lisboa para a Web Summit, ficou muito claro para mim que o país abraçou integralmente os benefícios que a tecnologia financeira tem para oferecer”, diz Nik Storonsky, fundador e presidente executivo da Revolut.

 

Só em Portugal, a Revolut já tem mais de 250 mil utilizadores e, com o investimento de quatro milhões de euros no novo centro de suporte, quer aumentar este número. A construção do novo espaço está ainda em fase de conclusão e vai ocupar cerca de quatro mil metros quadrados da antiga fábrica de latas de conservas Amorim Amorim, em Matosinhos. Segundo a empresa, a obra deverá estar concluída “até ao final de 2019”.

 

À frente do projeto em Portugal está Ricardo Macieira, que antes estava à frene o da Airbnb no país. Ricardo Macieira vai ter “a responsabilidade do desenvolvimento do negócio da Revolut” em Portugal, diz a empresa.

 

A Revolut foi lançada em julho de 2015. Em quatro anos, tem seis milhões de clientes na Europa. Em novembro, o presidente executiva da empresa vai ser um dos oradores da Web Summit, em Lisboa.

 

Fonte; Manuel Pestana Machado in Observador 

Requalificação das pessoas é o principal desafio da digitalização da economia, alerta presidente da CIP

27 de agosto de 2019

A industria 4.0 foi o mote da segunda edição do JE 30′ a 3, organizada pelo Jornal Económico e o Montepio Crédito. António Saraiva, presidente da CIP, foi o convidado que, juntamente com Pedro Gouveia Alves, presidente executivo do Montepio Crédito, reconheceu que o maior desafio da digitalização da economia é a requalificação das pessoas.

 

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, defende que digitalização da economia, ou industria 4.0, cria não apenas um “desafio”, como uma “oportunidade” para a requalificação de tecido empresarial português. Mas alertou que “é necessário que exista uma correta articulação entre o poder público e as empresas”.

 

“A qualificação e a requalificação dos recursos humanos é o principal desafio criado” pela digitalização da economia, começou por referir o presidente da CIP, na segunda edição do JE 30′ a 3, um ciclo de conferências mensais organizadas pelo Jornal Económico e pelo Montepio Crédito, que se realizou esta terça-feira no restaurante Olivier Avenida, em Lisboa, sobre a industria 4.0.

 

Simultaneamente, “é com a qualificação e requalificação dos recursos humanos que vamos vencer os desafios da digitalização da economia”, defendeu António Saraiva. E deu a receita: “é necessária uma correta articulação entre o poder público e as empresas, as escolas e as universidades”, vincou.

 

Saiba mais:
Fonte: António Vasconcelos Moreira e Maria Teixeira Alves in Jornal Económico

Desemprego registado cai em julho para o valor mais baixo desde 1991

21 de agosto de 2019

Depois de o número de desempregados inscritos nos centros de emprego ter ficado em junho abaixo da barreira das 300 mil pessoas pela primeira vez desde dezembro de 1991, julho ficou marcado por um novo recuo.

 

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal continua a diminuir. É o chamado desemprego registado que, depois de em junho ter ficado abaixo da barreira das 300 mil pessoas pela primeira vez desde dezembro de 1991, voltou a recuar em julho, indicam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), divulgados esta quarta-feira.

 

Segundo o IEFP, os desempregados registados ficaram pelas 297.290 pessoas, diminuindo 0,3% (menos 901 pessoas) face a junho e caindo 10,1% (menos 33.297 pessoas) em relação a julho de 2018.

 

Para encontrar um valor mais baixo é preciso recuar a dezembro de 1991.

 

Analisando o desemprego registado de longa duração, a tendência também é de queda. Em julho, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego há pelo menos um ano baixou para as 131,8 mil pessoas, diminuindo 17,9% em termos homólogos (menos 28.652 pessoas) e 2,2% em relação a junho ( menos 3028 pessoas).

 

Já o desemprego jovem (menos de 25 anos) ficou nas 28,5 mil pessoas, registando uma redução homóloga de 8,4% (menos 2617 jovens) e um acréscimo de 2,9% em cadeia (mais 802 jovens).

 

A redução do desemprego registado pelo IEFP sinaliza que a taxa de desemprego em Portugal, medida pelo Instituto Nacional de Estatística, pode continuar a cair durante o Verão. Isto porque, historicamente, há uma correlação muito forte entre estes dois indicadores.

 

Recorde-se que no segundo trimestre, tal como é tradicional em Portugal entre abril e junho, a taxa de desemprego recuou para 6,3%, o valor mais baixo dos últimos 15 anos.

 

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso 

Portugueses mostram-se mais pessimistas com a economia e preocupados com segurança social

5 de agosto de 2019

Portugueses estão mais pessimistas com a situação económica do país, que consideram "má", e preocupam-se com a saúde, segurança social, ou custo de vida, diz Eurobarómetro

 

Um inquérito divulgado esta segunda-feira revela que os portugueses se tornaram, num ano, mais pessimistas em relação à situação económica do país, que na maioria considera “má”. Também estão mais preocupados com questões como saúde, segurança social, ou custo de vida.

 

Em causa está o Eurobarómetro de primavera divulgado esta segunda-feira sobre a vida nos Estados-membros da União Europeia (UE), incluindo Portugal, que teve por base 1.008 entrevistas presenciais feitas no país entre os dias 08 e 18 de junho.

 

Questionados sobre a perceção da situação económica no país, 61% dos inquiridos portugueses, classificou-a como “má”, enquanto 37% a qualificou como “boa”, sendo que, em ambos os casos, houve uma subida nos resultados (de um 1%) relativamente ao Eurobarómetro divulgado no período homólogo anterior, há um ano. Os restantes (2%) optaram por não responder.

 

A contribuir para esta perceção estão fatores como a situação do respetivo agregado familiar ou a respetiva situação laboral. Já questionados sobre as principais preocupações em Portugal, 34% dos inquiridos apontou a saúde e segurança social, ao passo que 27% referiu o aumento dos preços e o custo de vida.

 

Saiba mais:
Fonte: Agência Lusa in Observador 

Desemprego atinge mínimos na Zona Euro. Em Portugal está nos 6,7%

31 de julho de 2019

A taxa de desemprego atingiu um novo mínimo de 7,5% na Zona Euro mas Portugal continua a ser um dos Estados-membros com taxas de desemprego mais elevadas, a seguir à Grécia e Espanha.

 

A taxa de desemprego atingiu um novo mínimo de 7,5% na Zona Euro em junho, tendo estabilizado na União Europeia (UE) em 6,3%. Em Portugal fixou-se em 6,7% em junho deste ano, acima dos 6,6% verificados em maio, mas abaixo dos 6,9% registados no mesmo mês do ano passado, segundo dados revelados esta quarta-feira pelo Eurostat.

 

Mantendo a tendência anteriormente registada, Portugal continuou a ser um dos Estados-membros com taxas de desemprego mais elevadas, a seguir à Grécia (17,6%), Espanha (14%), Itália (9,7%), França (8,7%) e Croácia (7,1%).

 

Em valores absolutos, existiam em Portugal, em junho, 344 mil desempregados, enquanto na zona euro eram quase 12,4 milhões e na UE cerca de 15,7 milhões.

 

Já na Zona Euro, a taxa de desemprego (ajustada de sazonalidade) recuou para 7,5% em junho, após se ter fixado em 7,6% em maio e em 8,2% no mesmo mês de 2018, renovando assim os mínimos desde julho de 2008.

 

No que respeita à média da UE, a taxa de desemprego fixou-se em 6,3%, mantendo-se inalterada face à percentagem registada em maio deste ano e baixando relativamente a junho de 2018, quando atingiu 6,8%. Esta é, segundo o Eurostat, a taxa de desemprego mais baixa na UE desde janeiro de 2000.

 

As taxas de desemprego mais baixas registaram-se na República Checa (1,9%), Alemanha (3,1%), Hungria, Malta e Holanda (3,4% nos três países).

 

O Eurostat calcula mensalmente uma taxa harmonizada de desemprego para todos os países da UE, usando uma metodologia semelhante para permitir comparações.

 

Fonte: Eco 

Construção e indústria criam 80% do emprego no norte

29 de julho de 2019

O emprego da região norte cresceu 1,9%. Indústria e construção representam quase 80% de todo o crescimento observado no emprego.

 

A indústria e a construção são setores de peso na região norte. No primeiro trimestre de 2019, a indústria e a construção contribuíram com 1,5 pontos percentuais para o crescimento de 1,9% do emprego total da região. Dos cerca de 31 mil empregos criados por todos os ramos de atividade, cerca de 18 mil (59%) tiveram origem no ramo da construção e mais de seis mil (21%) vieram das indústrias transformadoras, segundo o relatório trimestral da Norte Conjuntura, divulgado esta segunda-feira.

 

No primeiro trimestre de 2019, só as indústrias transformadoras (446,9 mil indivíduos) e a construção (124,9 mil) empregaram quase 600 mil pessoas, o que representa 33% do emprego total da região, 26,1% e 7,3% respetivamente. Segundo o relatório trimestral, estes dois setores têm observado uma evolução distinta ao longo dos últimos seis anos de recuperação económica.

 

Saiba mais:
Fonte: Fátima Castro in Eco

Norte atrai quase metade dos empregos criados por estrangeiros em Portugal

16 de julho de 2019

No ano passado, foram criados na região 2.754 novos postos de trabalho resultantes de projetos de investimento direto estrangeiro, que representam 45% do total registado no país por esta via, avança um estudo da consultora EY.

 

Entre 2013 e 2018, o investimento direto estrangeiro (IDE) no Porto e Norte de Portugal apresentou uma taxa de crescimento média anual de 11,4%, "colocando esta região em clara ascensão no país", avança a consultora EY, que em conjunto com a InvestPorto, apresenta esta terça-feira, 16 de julho, os resultados do estudo sobre a atratividade desta região neste domínio.
Segundo este estudo, denominado "Porto and Northern Portugal: A Magnet for Investment - Portugal Regional Attractiveness Survey 2019", no ano passado foram criados 2.754 novos postos de trabalho no Porto e Norte de Portugal resultantes de projetos de IDE, os quais representam 45% do 6.100 novos postos de trabalho criados por esta via em 2018, em todo o país.

 

França foi o país que mais investiu em 2018 na região Norte (46%), seguido da Alemanha, sendo que os setores que apresentam maior número de projetos são a Indústria - nomeadamente a fabricação de material de transporte -, a área digital, o agroalimentar e os serviços às empresas.

 

A partir de dados da EY European Investment Monitor, este estudo, explica a EY, em comunicado, procurou "dar uma visão abrangente das dinâmicas e perceções dos investidores internacionais no que se refere à atratividade da cidade do Porto e da região Norte de Portugal".

 

Saiba mais aqui:
Fonte: Rui Neves in Jornal de Negócios

Taxa de emprego sobe para 70,2% em Portugal

16 de julho de 2019

A taxa de emprego no primeiro trimestre do ano subiu para 68,7% no conjunto da OCDE, uma décima face ao trimestre anterior e cinco relativamente ao período homólogo de 2018, com Portugal a avançar para os 70,2%.

 

Segundo dados hoje divulgados pela OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, existiam perto de 572 milhões de pessoas com emprego nos 36 países que a compõem.

 

Em Portugal, no período em análise, havia 4,649 milhões de empregados, atingindo a taxa de 70,2% (contra 69,2% verificados no período homólogo e 69,9% do trimestre anterior).

 

A organização destaca que na zona euro, a taxa de emprego “continuou a aumentar no primeiro trimestre de 2019 (mais 0,2 pontos percentuais, para 67,8%), com as maiores subidas a serem registadas na Áustria, Grécia, Irlanda, Portugal, Eslováquia e Espanha”. No primeiro trimestre de 2018 a taxa atingida na zona euro fora de 67,6% e nos últimos três meses do ano passado de 66,9%.

 

De acordo com a OCDE, em termos globais, a subida da taxa de emprego deve-se na íntegra ao aumento do emprego entre as mulheres (mais 0,2 pontos percentuais).

 

A taxa de emprego subiu para 62% no México, para 71% nos EUA e para 77,5% no Japão e Reino Unido. Caiu, contudo, na Bélgica (menos 0,3 pontos percentuais), em França e na Turquia.

 

Fonte: Nelson Garrido in Público

Menos postos de trabalho, salários a crescer devagarinho: o que mudou em dez anos de emprego em Portugal

15 de julho de 2019

Nos últimos dez anos muito mudou no mercado de trabalho nacional. As empresas perderam quase 150 mil empregos, os salários médios cresceram, mas o poder de compra dos trabalhadores só aumentou 4,3%. E o fosso salarial entre homens e mulheres persiste. Conheça as principais mudanças em 10 gráficos

 

Os 10 anos que separam 2007 de 2017 não são uma década qualquer. Neste período, Portugal sofreu dois abalos profundos com forte impacto no mercado de trabalho. Primeiro, a crise financeira internacional e logo depois a crise da dívida na zona euro, que levou o país a ter de pedir um resgate internacional. A história que se segue é conhecida. Anos de austeridade e recessão, que elevaram o desemprego para níveis nunca antes vistos e empurraram para a emigração milhares de jovens qualificados em áreas críticas como a saúde e a tecnologia. A análise aos dados dos Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para a década 2007-2017 permite traçar a história destes anos e perceber o que mudou no mercado de trabalho português ao nível das empresas, tanto do sector privado como público.

 

No espaço de uma década, as atividades de saúde humana e apoio social foram, entre o grupo de sectores com maior peso no emprego em Portugal, o sector com maior aumento nas remunerações, 25,3%. Deste grupo fazem também parte as indústrias transformadoras, com um aumento de 23,2% e o sector do alojamento, restauração e similares, onde as remunerações médias registaram um aumento de 21,1%, fixando-se nos 788 euros. Neste último sector, o aumento foi sobretudo impulsionado pelo aumento do salário mínimo nacional, já que cerca de 40% dos trabalhadores do sector ganham o salário mínimo.

 

Os dez anos que separam 2007 de 2017 não foram ainda suficientes para eliminar a desigualdade salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho nacional. O fosso diminuiu, mas em 2017 eles continuavam a ganhar, em média, mais 22,3% do que elas.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Cátia Mateus e Sónia M. Lourenco in Expresso

Será a Inteligência Artificial livre de preconceitos de género?

15 de julho de 2019

Marta Santos, EY Associate Partner, People Advisory Services, diz que a Inteligência Artificial veio para ficar

 

A Inteligência Artificial veio para ficar. De forma tão vertiginosamente rápida que, a nível mundial, nos últimos dois anos, muitas organizações tiveram de fazer uma profunda revisão da sua estratégia. Um estudo da EY, em 2017, indicava que 74% dos CEO’s participantes não tinham a automatização de processos num horizonte de curto prazo… Os resultados de 2018 revelam que 73% já adotaram, ou estão em vias de introduzir, Inteligência Artificial nas suas organizações.

 

Na verdade, é provável que em 5 anos possamos ter carros que não precisam de condutor, frigoríficos que podem fazer as encomendas do que está em falta, aulas dadas por robots… Mas, de acordo com o Fórum Económico Mundial, em 2018 faltavam ainda 108 anos para que possamos ter igualdade entre homens e mulheres a nível da saúde, da educação, a nível económico e político! O cenário é ainda pior se olharmos especificamente para a paridade económica: 202 anos para a paridade de género no mercado de trabalho.

 

Como é possível que o mundo esteja a evoluir de forma exponencial a tantos níveis, nomeadamente a nível tecnológico, mas continue a andar para trás nas questões de género? É preciso garantir que a Inteligência Artificial não replica este cenário para o futuro. Mas como?

 

De acordo com estudos da UNESCO, menos de um terço da força de trabalho mundial na área técnica é feminina. No campo da Inteligência Artificial, apenas 22% dos trabalhadores são mulheres.

 

A Inteligência Artificial é alimentada por gigantescos volumes de dados – são a base da sua capacidade inicial.

 

Se as bases de dados de imagens disponíveis associam as mulheres com tarefas domésticas e os homens com desporto, os estudos realizados até agora (EY) revelam que os softwares de reconhecimento de imagem não só replicam estes dados, como os amplificam.

 

A Inteligência Artificial, podendo ser uma aliada da promoção da diversidade nas empresas, através de processos de seleção baseados apenas nas competências e experiências desejadas, podem, por outro lado, ser uma força contrária, se introduzirmos fatores de descriminação no algoritmo de escolha inicial.

 

Se os dados que introduzimos forem enviesados, como é que que IA pode não ser?

 

Ao contrário dos humanos, os algoritmos não podem combater de forma consciente os preconceitos que lhes são incutidos. Assim, tem de partir de nós a influência consciente para garantir que a tecnologia é uma força motriz de um mundo que caminha para a paridade de género.

 

Mais mulheres nas áreas das Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (STEM) será um primeiro passo. Atualmente, apenas 20% dos estudantes mundiais nas STEM são mulheres.

É preciso aliciar as mulheres, desde meninas, paras estas áreas. É preciso encontrar formas eficazes de atrair e reter talento feminino nestas áreas, é preciso desenvolver as competências tecnológicas e digitais das trabalhadoras, é preciso garantir que as mulheres têm acesso a posições de liderança!

 

É preciso promover a diversidade e a inclusão nas equipas tecnológicas, digitais, de inovação, de gestão, de transformação…

 

É preciso equipas multidisciplinares e inclusivas em todas as fases de desenvolvimento de Inteligência Artificial. Devem avaliar a validade e fidedignidade dos dados, testar os algoritmos, verificar a evolução dos resultados, de forma a que a IA seja uma aliada da paridade de género.

 

É preciso aumentar o cromossoma X da tecnologia!

 

Fonte:Brands' Pessoas in Eco

“Universidades não estão a formar engenheiros suficientes. Devemos incentivar a importação de talento”

14 de julho de 2019

A Farfetch está a contratar fora para preencher as suas necessidades. Dos 1.000 engenheiros da empresa, cerca de uma centena já são brasileiros, diz o responsável tecnológico da empresa.

 

Nove meses depois do IPO, Cipriano Sousa, responsável tecnológico (CTO) da Farfetch, ainda fala do dia em que a bandeira de Portugal foi hasteada em Wall Street com um brilho nos olhos. O diretor de tecnologia do unicórnio fundado pelo português José Neves acredita que a Farfetch é “caso único” em Portugal. “Não estamos a criar uma plataforma só para suportar o nosso negócio, estamos a criar quase um sistema operativo para uma indústria”, garante. Mas nem isso facilita o desafio de encontrar talento disponível no país. Por isso, a Farfetch está a contratar além fronteiras: mais de uma centena entre os mil engenheiros que a empresa tem nos escritórios são brasileiros.

 

O IPO da Farfetch foi há seis meses. Mudou alguma coisa desde a entrada em bolsa?

O dia do IPO foi um momento emocionante, foi o culminar de dez anos de esforço e trabalho e um momento muito especial. Se pensarmos em empresas portuguesas que passaram por isto, este é caso único: começou do zero e chegou a este ponto. Desde a entrada em bolsa, não vejo muitas alterações e o próprio José, o nosso CEO, diz que devemos continuar a trabalhar normalmente. O facto de sermos uma empresa pública não muda muito nessa perspetiva. Claro que devemos continuar a fazer um bom trabalho e focar-nos no que temos para fazer, nos nossos objetivos, e não nas stock options ou no facto de sermos uma empresa pública. O que pedimos às pessoas é que façam o trabalho normal de todos os dias, o melhor que sabem e que podem — que foi o que fizeram até agora e, por isso, chegámos a esse ponto.

 

A empresa tem um programa que atribuiu stock options a todos os trabalhadores. Esta política é bem vista por todos?

É evidente que as stock options têm vantagens financeiras. O programa que atribui stock options a todos os funcionários torna-nos, nesse aspeto, um caso também quase único em Portugal. Há outras que têm esse tipo de incentivos, mas só para alguns trabalhadores — na Farfetch é para todos, desde o júnior ao CEO — dessa forma reconhecemos o trabalho de todos, e é também de todos que depende do sucesso que alcançamos. É uma forma de todos termos um bocadinho da Farfetch e, portanto, há um benefício financeiro e as pessoas sentem isso no bolso. Por ser um benefício financeiro, todas as pessoas notam.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Mariana de Araújo Barbosa in Eco

Contacto pessoal é determinante para recrutar

Contacto pessoal é determinante para recrutar

Cerca de 84% das empresas nunca confiariam num software para realizar todas as etapas do processo de recrutamento.

 

No mundo em que há chatbots e software que filtram e avaliam CVs, 93% dos profissionais consideram que, apesar destes recursos de apoio, “o contacto pessoal continuará a ser essencial numa entrevista de emprego e que a decisão final sobre a contratação do candidato depende mais da intuição do que de evidências estatísticas”. Esta é uma das conclusões da pesquisa “HRTECH: Tecnologia e inovação em recursos humanos” da Robert Walters.

 

Além do contacto pessoal ser essencial durante o recrutamento (para 90% dos inquiridos), 84% das empresas nunca confiariam num software para realizar todas as etapas do processo, nomeadamente a última fase de entrevistas ou a fase de negociação da oferta de emprego. Contudo, 38% dos profissionais considera a tecnologia útil nas fases de triagem de CVs e contacto por email pré-entrevista.

 

Para a maioria dos profissionais (64%) não é adequado que uma candidatura seja descartada por uma ferramenta tecnológica, e 74% pensa que o software de filtragem automática poderia excluir candidatos adequados com base na sua programação.

 

A importância da entrevista pessoal é outro dos tópicos analisados no relatório, verificando-se que 74% dos inquiridos veem-na como uma oportunidade para manter uma conversa descontraída com o responsável de contratação, 10% referem a importância para conhecer o ambiente, cultura e valores da empresa contratante através do entrevistador e, para 4% dos inquiridos, ela permite a possibilidade de estabelecer um relacionamento profissional de médio/longo prazo com o entrevistador.

 

Aliás, apenas 9% acredita que a seleção de um profissional dependerá principalmente de evidências estatísticas. Seis em cada 10 pessoas pensam que “o instinto” e a experiência anterior do recrutador acabarão por ter preponderância sobre os dados extraídos de um software tecnológico.

 

Fonte: Ricardo Vieira in Eco

Já não se trabalha como antes. “Estamos apenas no início de uma revolução” chamada coworking

7 de julho de 2019

As empresas mais jovens foram as primeiras a aderir ao trabalho flexível. Agora, as mais convencionais seguem-lhes os passos. Querem contactar com startups e millennials.

 

Os espaços de coworking estão a nascer como cogumelos e Portugal não é exceção. O mercado está a crescer a passos largos e Jorge Valdeira, country manager de Portugal do grupo IWG [dono dos espaços Regus e Spaces, entre outros], considera que ainda estamos apenas no início de uma revolução no modo de trabalho. “Não quer dizer que hoje consigamos ver o limite dessa revolução, mas que aquela que está acontecer neste momento ainda tem muito por onde crescer, sem dúvida que tem”, afirma.

 

“O potencial do trabalho flexível é muito superior ao que acontece neste momento”, continua Jorge Valdeira, em entrevista ao ECO. E não são só as startups que se viram para este tipo de espaços que promovem o trabalho flexível. Também as empresas mais convencionais começam a interessar-se pelo coworking.

 

“O que vemos são as empresas maiores a quererem optar por soluções de trabalho flexível e de coworking. As empresas mais convencionais sentem que, embora tenham muita gente, acabam por viver um pouco viradas para dentro e querem contactar com outras, sobretudo com startups e millennials”, refere. Por outro lado, estes espaços também permitem às estruturas relativamente jovens “contactarem com empresas mais instaladas e convencionais”.

 

Para Jorge Valdeira, o “boom” do coworking deu-se com a vulgarização do conceito. “Na altura em que criámos a Regus [em 1989] era algo de nicho. Hoje em dia é mainstream e está em grande crescimento”. A Regus, uma das marcas de coworking do grupo IWG, a par da Spaces ou da No.18, surgiu quando ainda poucos sabiam o que era o coworking.

 

O escritório dentro do smartphone

“Na altura, este tipo de procura existia, mas era muito mais limitada. Desde o início que o nosso objetivo era dar resposta aos trabalhadores móveis e, hoje em dia, são muitos mais do que na altura. Aliás, hoje em dia, quase toda a gente pode ser um trabalhador móvel. A partir do momento em que o nosso escritório está dentro de um telemóvel, podemos trabalhar em qualquer sítio. A tecnologia fez uma diferença enorme no nosso negócio“, explica.

 

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco

Trabalhadores portugueses recebem fatia cada vez menor do PIB

5 de julho de 2019

Portugal caiu 38 lugares em pouco mais de uma década na percentagem do PIB que vai para os trabalhadores.

Os trabalhadores em Portugal recebem uma parcela cada vez menor da riqueza produzida anualmente no país. A conclusão é visível num relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

 

O documento analisado pela TSF revela que em 2004 os rendimentos do trabalho representavam 65,8% do PIB em Portugal, mas, em 2016, último ano disponível neste estudo, o valor desceu para apenas 54,7%. Ou seja, uma queda de 11,1 pontos percentuais, a sexta maior do mundo - apenas atrás do que aconteceu no Panamá, Guatemala, Ucrânia, Irlanda e Índia. Em 2004, Portugal era o 6.º país, entre 190, onde uma maior parte do PIB ia para os trabalhadores, descendo, em 12 anos, para o 44.º lugar.

A Suíça era, em 2016, o país onde os rendimentos do trabalho representavam uma maior parte da riqueza produzida a nível nacional (70,8%). No outro extremo, com 18,6%, o Qatar é o país onde esse valor é mais baixo.

 

A Organização Internacional do Trabalho, uma agência das Nações Unidas especializada na área, sublinha que a tendência, a nível global, é para o trabalho receber uma menor parte dos respetivos PIBs (com variações muito diferentes de país para país), algo que levanta dúvidas e obriga os economistas a estudar a evolução.

 

Desigualdade também entre trabalhadores

Noutro indicador, o relatório agora apresentado também revela que 10% dos trabalhadores que ganham os salários mais altos em Portugal recebem cerca de 30% do total das remunerações pagas no país.

O número, referente a 2017, é considerado importante para medir a desigualdade e coloca Portugal perto do meio da tabela entre 190 países do Mundo.

 

Na média mundial, segundo a OIT, metade das remunerações pagas no mundo estão concentrada em 10% dos trabalhadores.

 

Desigualdade mundial

Em geral, o relatório alerta que quanto maior a pobreza num país, maior é a desigualdade salarial.

 

Em todo o mundo, o salário médio mensal dos 10% mais ricos é de 6.623 euros e dos 10% mais pobres não ultrapassa os 19,50 euros.

 

O economista do Departamento de Estatística da OIT, Roger Gomis, dá mesmo um exemplo: "Os 10% mais pobres teriam que trabalhar três séculos para ganhar o mesmo que os 10% mais ricos num ano".

 

Fonte: Nuno Guedes in TSF on-line

Desigualdade salarial está a diminuir, mas mulheres ainda ganham menos 18% que os homens

27 de junho de 2019

O fosso salarial entre homens e mulheres está a diminuir, mas ainda está longe de estar fechado. As trabalhadoras ganham menos 18,2% do que os seus colegas.

 

Ainda que desde 2013 o fosso salarial entre homens e mulheres tenha vindo a diminuir, as trabalhadoras portuguesas continuam a ganhar, ao fim do mês, menos 18,2% do que os seus colegas. Estes dados constam do Barómetro das Diferenças Remuneratórias entre Mulheres e Homens, uma ferramenta criada ao abrigo da nova lei da igualdade remuneratória entre géneros, que será apresentada esta quinta-feira e ao qual o ECO teve acesso.

 

Nesta primeira edição do barómetro, foram considerados os rendimentos recebidos em 2017 por 2.873.467 trabalhadores por conta de outrem, que colaboram com 290.323 empresas de todo o país.

 

Em traços gerais, 48% dos trabalhadores dependentes são mulheres, estando em causa quase 1,4 milhões de trabalhadoras. No que diz respeito aos dependentes a tempo parcial, 68,2% são mulheres e 31,8% homens. E relativamente ao trabalho a tempo completo, 53,6% dos trabalhadores nestas condições são mulheres e 46,4% homens.

 

Já sobre as remunerações, o barómetro que será apresentada esta quinta-feira nota que existe uma diferença de géneros de 18,2% em termos de remuneração média ganho (valor ilíquido que inclui período normal e extraordinário). Assim, enquanto um homem recebe, em média, 1.233,59 euros mensais de remuneração média ganho, uma mulher recebe 1.009,33 euros.

 

No que diz respeito à remuneração média base (valor bruto referente apenas ao período normal), o fosso é ligeiramente menos expressivo: 14,8%. Segundo este indicador, um trabalhador ganha, em média, 1.008,76 euros, enquanto uma trabalhadora ganha 859,12 euros.

 

É importante notar que estes valores são os mais baixos desde, pelo menos, 2010, ano em que se inicia a série considerada e em que o fosso salarial era de 20,9%, na remuneração média ganho, e de 18%, na remuneração média base.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Isabel Patrício in Eco

Automatização vai destruir 421 mil postos de trabalho no Norte até 2030 - estudo CIP

26 de junho de 2019

Lisboa, 26 jun 2019 (Lusa) - A automatização vai destruir 421 mil postos de trabalho na zona Norte do país até 2030, mas 227 mil empregos serão criados, refere um estudo que a CIP -- Confederação Empresarial de Portugal apresenta hoje.

 

O setor mais afetado na zona Norte de Portugal será a manufatura, com a CIP a estimar uma redução líquida de postos de trabalhos na próxima década em cerca de 90 mil, "onde aproximadamente metade das perdas estarão concentradas no setor de têxteis".

 

A automatização fará ainda com que 234 mil trabalhadores na zona Norte (14% da força de trabalho) tenham de se requalificar entre 2020 e 2030.

 

De acordo com o documento que será apresentado no Porto na conferência "O Futuro do Trabalho em Portugal -- O Impacto na Zona Norte", é feita uma análise aos níveis de qualificação do setor da manufatura, onde 65% dos trabalhadores têm baixa qualificação, 24% média e apenas 11% são altamente qualificados.

 

Já no comércio por grosso e a retalho, o segundo setor mais afetado pela automatização na próxima década, 47% dos trabalhadores têm baixas qualificações, 37% qualificação média e 16% elevada.

 

A iniciativa da CIP, que tem como subtítulo "O Imperativo da Requalificação", resulta de um protocolo de colaboração entre a confederação e a NOVA School of Business and Economics.

 

A análise regional é um trabalho realizado na sequência de um estudo nacional divulgado pela CIP em janeiro, sobre o impacto da automatização no futuro do trabalho.

 

Segundo o estudo de âmbito nacional, a automatização em Portugal pode levar à perda de 1,1 milhões de empregos na indústria e comércio até 2030, mas criar outros tantos na saúde, assistência social, ciência, profissões técnicas e construção.

 

De acordo com as análises regionais já divulgadas, a zona Centro vai concentrar 22% dos postos de trabalho que vão ser destruídos na próxima década devido à automação, num total de 240 mil, o que criará a necessidade de requalificação de 134 mil trabalhadores.

 

Quanto à zona sul, a automatização deverá destruir 54 mil postos de trabalho na próxima década e serão também criados 30 mil postos de trabalho

 

Fonte: Lusa in TSF

Landing.jobs lança plataforma “work” para aproximar contractors e empresas

26 de junho de 2019

Depois de uma plataforma de recrutamento e de uma conferência focada no desenvolvimento de carreira, startup portuguesa lança plataforma para aproximar contractors e empresas.

 

Landing.jobs anunciou esta quarta-feira a criação do terceiro produto da marca: depois da plataforma de recrutamento e da conferência focada no desenvolvimento de carreira, ambas direcionadas para o setor tech, a startup portuguesa vai lançar em outubro [para quem fez pré-registo] a Landing.work, uma plataforma que tem como objetivo aproximar a interação entre contractors e empresas. A abertura da plataforma a toda a comunidade acontecerá em janeiro de 2020.

 

A ideia é ajudar os contractors a assumir o controlo da sua carreira, tornando-os independentes das empresas de staffing ou outsourcing e juntando-os com projetos e/ou clientes adequados para o seu perfil. “Ao assumir um maior controlo sobre a sua carreira, o contractor passa também a ter apoio permanente nesta gestão. Dispensando uma série de intermediários e ligando o talento diretamente com o cliente, pretende-se que todo o mercado se torne mais eficiente”, explica a empresa em comunicado, acrescentando que a plataforma dá a possibilidade de conseguir salários mais altos e flexibilidade para escolher clientes e projetos. Além disso, a Landing.work atuará também na mediação de pagamentos e no apoio à gestão das empresas unipessoais dos utilizadores da plataforma.

 

Landing.jobs anunciou esta quarta-feira a criação do terceiro produto da marca: depois da plataforma de recrutamento e da conferência focada no desenvolvimento de carreira, ambas direcionadas para o setor tech, a startup portuguesa vai lançar em outubro [para quem fez pré-registo] a Landing.work, uma plataforma que tem como objetivo aproximar a interação entre contractors e empresas. A abertura da plataforma a toda a comunidade acontecerá em janeiro de 2020.

 

A ideia é ajudar os contractors a assumir o controlo da sua carreira, tornando-os independentes das empresas de staffing ou outsourcing e juntando-os com projetos e/ou clientes adequados para o seu perfil. “Ao assumir um maior controlo sobre a sua carreira, o contractor passa também a ter apoio permanente nesta gestão. Dispensando uma série de intermediários e ligando o talento diretamente com o cliente, pretende-se que todo o mercado se torne mais eficiente”, explica a empresa em comunicado, acrescentando que a plataforma dá a possibilidade de conseguir salários mais altos e flexibilidade para escolher clientes e projetos. Além disso, a Landing.work atuará também na mediação de pagamentos e no apoio à gestão das empresas unipessoais dos utilizadores da plataforma.

 

Fonte: Mariana de Araújo Barbosa in Eco

Estágios de verão, profissionais ou curriculares. Estas dez empresas têm centenas de vagas

23 de junho de 2019

Estas empresas querem lançar os jovens estudantes ou recém-graduados no mercado de trabalho. Oferecem estágios de verão ou de quase um ano e as opções são várias: dentro e fora dos escritórios.

 

Está a chegar uma boa altura para os estudantes universitários, bem como os recém-graduados olharem para os anúncios nos portais de emprego e para as vagas divulgadas no LinkedIn. Nesta época, muitas empresas abrem a porta aos jovens, oferecendo-lhes a oportunidade de iniciar a sua carreira profissional.

 

Todos eles são estágios remunerados e a duração pode variar, consoante a oferta, entre sete semanas e nove meses. Tanto há estágios apenas de verão, como estágios profissionais ou curriculares, para quem ainda está a estudar. E também as empregadoras são de todos as áreas de negócio, desde o retalho às telecomunicações, passando, ainda, pelo setor tecnológico.

 

Conheça estas dez empresas que, ao todo, oferecem centenas de vagas para estágios a começar muito em breve:

 

1. Galp

A Galp é daquelas empresas que tem opções para todos os gostos. Para quem ainda está a estudar, mas quer ter uma oportunidade de realizar um período (que pode ir de um a nove meses) de formação na empresa, há estágios curriculares. Por outro lado, para quem já terminou o percurso académico, a opção mais indicada são os estágios profissionais. Finalmente, a terceira hipótese é destinada aos jovens que querem investir algum tempo das suas férias no desenvolvimento profissional. São estágios de verão, que podem ir de um a três meses, e decorrem entre maio e setembro. As candidaturas para qualquer um destes programas podem ser feitas no site da Galp.

 

2. Sonae

Seguimos para a Sonae, mais uma empresa cotada na bolsa lisboeta. A retalhista já começou a fazer a chamada para este verão, mas ainda há algumas oportunidades. O “Call for Summer” é um programa de estágios de verão, com a duração de um a três meses, no qual os selecionados vão ter a possibilidade de participar num projeto proposto pelos negócios da Sonae. Porto, Carnaxide e Santarém são alguns dos destinos das vagas.

 

3. Bosch

Também a Bosch continua à procura de talentos em território nacional mas, desta vez, o objetivo é recrutar recém-licenciados e estudantes universitários para estágios remunerados de verão em Aveiro, Braga e Ovar. Estes recrutamentos fazem parte do programa Jump In que, nos últimos três anos, já recebeu mais de 2.600 jovens. As candidaturas às 130 vagas em aberto devem ser feitas através deste site.

 

4. Vodafone

A Vodafone tem também um programa de estágios de verão, destinado a alunos de licenciatura e mestrado. Contudo, as inscrições para este programa já terminaram, o que não significa, contudo, que não haja mais oportunidades. Para quem deixou passar o prazo de candidaturas ou não quer começar já a estagiar este verão, a empresa de telecomunicações apresenta outro programa — aberto durante o ano inteiro — destinado a estágios curriculares ou profissionais. As candidaturas são feitas através do site da empresa.

 

5. Nos

 

Se percorrer o site da Nos vai encontrar as várias vagas em aberto na empresa. Neste momento, a Nos está a recrutar um estagiário para a área jurídica e, ainda, outro para a direção financeira. Além disso, estão a decorrer, também, as candidaturas para o programa de trainees da empresa de telecomunicações. Há vagas para Lisboa e

 

6. Millennium bcp

Também há oportunidades na área da banca. O Millennium bcp tem, neste momento, abertas algumas vagas para estágios profissionais na área comercial, no centro de contactos e também para funções de técnico de risco. Além destes, há também a possibilidade de fazer um estágio curricular no banco com sede no Porto. As vagas em questão e as respetivas candidaturas podem ser feitas através do site.

 

7. Farfetch

Já a plataforma da indústria da moda de luxo vai lançar um total de 36 vagas para recém-graduados nas áreas de tecnologia e de produto. É mais uma edição do programa de estágios remunerados, com a duração de seis meses, PLUG-IN da Farfetch. Neste caso, os selecionados só vão começar a estagiar em setembro, nos escritórios da Farfetch de Lisboa, do Porto ou de Braga. Mas atenção que candidaturas estão abertas apenas até ao próximo dia 30 de junho.

 

8. Talkdesk

Depois de abrir o terceiro escritório no Porto e ter afirmado que vai contratar 100 pessoas até ao final do ano, a Talkdesk vai agora abrir as portas aos estudantes de engenharia que ainda não tenham terminado o curso. A empresa criou um programa de estágios, que tem a duração de sete semanas (de 8 de julho a 23 de agosto), para apostar na formação dos futuros engenheiros. As inscrições estão ainda a decorrer e há vagas para Lisboa, Porto e Coimbra.

 

9. Uniplaces

Com sede em Lisboa, a plataforma online para reservas de alojamento para estudantes está à procura de talentos nas áreas de copywriting, marketing e SEO. As candidaturas ao estágio de verão podem ser feitas no próprio site da empresa, onde não diz, contudo, quando é que encerra o período de candidaturas.

 

10. Olá

Para quem quer ter uma experiência de trabalho de verão fora de um escritório e sem estar sentado em frente a um computador, a Academia Olá é a solução. Este verão, a Olá está de novo a colocar os jovens portugueses nas ruas, praias, jardins e parques de norte a sul do país. E este ano o número de vagas aumentou: há 400 oportunidades de trabalho por preencher. As inscrições estão abertas até ao final de junho.

 

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco

Desemprego atinge valor mais baixo em 28 anos

19 de junho de 2019

O número de desempregados inscritos no IEFP foi apenas mais baixo em 1991. Em maio havia menos 45 mil pessoas sem trabalho do que no mesmo mês de 2018, o que representa uma descida de 12,9%.

 

número de desempregados inscritos no IEFP foi em maio de 305.200, valor mais baixo em 28 anos, o que significa uma descida de 12,9% face ao período homólogo, refere o Instituto do Emprego e Formação Profissional.

 

"Trata-se do valor mais baixo em 28 anos, uma vez que é preciso recuar até dezembro de 1991, altura em que havia 296,6 mil desempregados inscritos, para encontrar um número mais baixo de desempregados do que o registado em maio deste ano", segundo informação divulgada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

 

Em maio havia menos 45 mil pessoas sem trabalho do que no mesmo mês de 2018, o que representa uma descida de 12,9%. Já na comparação mensal, relativamente a abril, a quebra do número de desempregados foi de 5%.

 

O número de jovens desempregados ficou nos 30 mil, com uma redução homóloga de 14,2% (-5,0 mil) e com uma diminuição em cadeia de 8,3% (-2,7 mil).

 

Quanto ao número de desempregados de longa duração inscritos nos serviços de emprego desceu para 136,2 mil, com um decréscimo homólogo de 21,0% (-36,2 mil) e uma redução em cadeia de 3,8% (-5,3 mil).

 

A redução homóloga do desemprego registado foi transversal a todas as categorias, com destaque para os homens (com uma queda de 14,8%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (com uma descida de 12,7%), os inscritos há um ano ou mais (menos 21%), os que procuravam novo emprego (menos 12,2%), e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico (menos 18,5%).

 

A redução foi também transversal a todas as regiões do país, com os decréscimos de 14,5% em Lisboa (menos 15,4 mil) e de 14% no Norte (menos 20,6 mil).

 

Segundo os dados do IEFP, o desemprego diminuiu em termos homólogos em todos os setores de atividade com exceção de um ligeiro acréscimo nas indústrias extrativas (com mais 154 pessoas), com a maior redução homóloga a ocorrer mais uma vez na construção (menos 24,3).

 

Fonte: TSF com Lusa in TSF on-line

Geração Z é a menos interessada em trocar de empresa

19 de junho de 2019

Gerações de colaboradores afirmam que “gosto pela área” é determinante na escolha da profissão, todas valorizam o salário, com a exceção da geração Z, mais atenta às saídas profissionais

 

As previsões apontam para que as novas gerações trabalhem mais anos do que as anteriores mas isto não implica que queiram trabalhar num maior número de empresas diferentes. De acordo com o relatório nacional “Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral”, elaborado pela Hays, a geração Z é, de todas as outras analisadas (baby boomers, gerações X e Y e millennials), a que quer trabalhar em menos empresas diferentes. Mais de metade dos entrevistados (52%) quer trabalhar em menos de cinco empresas distintas durante toda a carreira profissional.

 

“Ao analisar o relatório, percebe-se também que à medida que as gerações vão avançado as expectativas em relação ao tempo de espera por uma promoção vai reduzindo. Ou seja, as primeiras gerações são mais pacientes para verem os resultados/benefícios do seu trabalho do que as novas gerações, que querem ser valorizadas mais de imediato”, informa Paula Baptista, managing director da Hays Portugal.

 

As quatro gerações analisadas assumem que o “gosto pela área” foi o fator que mais influenciou na escolha da profissão, mas o salário também influencia baby boomers (7%), geração X (12%) e millennials (9%). Este é um fator sem relevância para a geração Z. Os mais novos no mercado de trabalho valorizam sobretudo as saídas profissionais, mais do que qualquer outra geração.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Ricardo Vieira in Eco

Mulheres vão segurar níveis de participação no mercado de trabalho até 2040, e reformas vão acontecer cada vez mais tarde, prevê Banco de Portugal.

12 de junho de 2019

Estão a esgotar-se os recursos do mercado de trabalho em Portugal e a pressão para aumentar salários vai ser maior, prevê o Banco de Portugal esta quarta-feira no seu último boletim económico, numa análise ao impacto das alterações demográficas na oferta de trabalho em Portugal. A instituição traça o retrato de uma demografia a cair a pique, com o desemprego já em mínimos de 2004, e cada vez menos indivíduos desencorajados disponíveis para formar mão-de-obra. O mercado de trabalho português conta sobretudo com o dividendo feminino do pós-25 de abril para suster quebras na taxa de atividade por mais duas décadas, e com as restrições à idade de aposentação para segurar os trabalhadores por cada vez mais tempo, mas os efeitos de ter a quinta população mais envelhecida do mundo já se sentem.

 

O Banco de Portugal afirma que, “no curto prazo, as limitações na oferta de trabalho e a dinâmica da procura são suscetíveis de aumentar a pressão sobre os salários”. E aponta indicadores que o denunciam. As queixas de empresas sobre a dificuldade em recrutar são as que mais sobem nos últimos anos nos inquéritos nacionais e da Comissão Europeia, ainda que as subidas de remunerações recentes em Portugal possam ser explicadas por enquanto em grande parte com o aumento do salário mínimo – ganho por perto de um quinto da população em finais de 2018.

 

Part-timers e desencorajados em queda Além do universo dos que estão à procura de emprego (mais de 344 mil no fim de 2018), o número daqueles que podem ainda ser atraídos para o mercado de trabalho está a encolher. A taxa de subutilização cai mais em Portugal que no conjunto da Zona Euro. Era de 13,85% no ano passado. Esta folga era de 457 mil indivíduos, mais de um terço dos quais part-timers à procura de horário completo.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Maria Caetano in Dinheiro Vivo

Portugal em 19.º lugar no Índice de Digitalidade da Economia e Sociedade da UE

11 de junho de 2019

Bruxelas, 11 jun 2019 (Lusa) -- Portugal está em 19.º lugar entre os 28 Estados-membros no Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade (IDES) de 2019, hoje divulgado pela Comissão Europeia, com 49,2 pontos.

 

Portugal tem uma pontuação inferior à média da União Europeia (UE 52,5), sendo o IDES liderado pela Finlândia (69,9 pontos) e com o último lugar ocupado pela Bulgária (36,2).

 

Segundo a avaliação da Comissão Europeia, em comparação com a edição de 2018 do IDES, o país registou uma pontuação ligeiramente melhor a nível global (46,8 pontos), bem como em quatro das cinco dimensões consideradas, mas não melhorou a sua classificação na tabela geral.

 

A melhoria mais significativa corresponde à dimensão dos Serviços públicos digitais (o melhor desempenho de Portugal) com 71,4 pontos, face aos 62,9 da UE, impulsionada por um aumento considerável da percentagem de utilizadores da administração pública em linha.

 

Registaram-se igualmente progressos na dimensão da Conectividade, graças a uma melhoria das taxas de utilização dos serviços de banda larga ultrarrápida fixa e móvel, tendo Portugal recebido uma pontuação de 57,9, abaixo dos 59,3 pontos da média da UE.

 

Segundo o relatório, o país tem um fraco desempenho nas dimensões de Capital humano (35,2 pontos, que se comparam com os 48,0 da média dos 28) e de Utilização dos serviços Internet (44,5 pontos face aos 53,4 da UE), o que se explica, em parte, pelo número relativamente elevado de pessoas que não utilizam regularmente a Internet (23% em Portugal, o dobro da média europeia).

 

No que respeita à Integração das tecnologias digitais por parte das empresas, Portugal apresenta uma pontuação de 42,8 (UE 41,19), tendo registado progressos no que diz respeito à utilização de serviços de computação em nuvem por parte das empresas e, na sequência de melhorias ao longo do ano passado, a proporção de grandes empresas e de pequenas e médias empresas que vendem em linha (18%) está acima da do conjunto da UE (17%).

 

A Comissão Europeia destaca que Portugal está a adotar medidas relevantes para continuar a modernizar os serviços públicos com a ajuda de tecnologias digitais e é um dos líderes da UE neste domínio, salientando ainda ser improvável que a percentagem relativamente grande da população portuguesa que não utiliza a Internet ou que o faz raramente venha a beneficiar dos serviços públicos digitais do país.

 

Fonte: Lusa in TSF on-line

Burnout já é considerado doença pela Organização Mundial de Saúde

28 de maio de 2019

O burnout ou síndrome do esgotamento profissional consta, desde sábado, da lista de doenças aprovada pela Organização Mundial de Saúde.

 

O síndrome de esgotamento profissional, ou burnout, foi considerado uma doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A entrada oficial deste síndrome para a lista de Classificação Internacional de Doenças (CID) aconteceu no passado sábado, 25 de maio, e constitui a 11.ª revisão do documento.

 

O burnout está incluído nos “problemas associados com o emprego e o desemprego” e tem o código QD85, que descreve um síndrome que surge como “resultado de stress crónico no trabalho e que não foi gerido de forma bem sucedida”. De acordo com a OMS, o burnout é caracterizado em três dimensões: sentimentos de exaustão, aumento da distância mental em relação ao trabalho ou sentimentos de negatividade face ao mesmo e redução da eficácia profissional.

 

“A CID-11 foi atualizada para o século XXI e reflete os avanços críticos na ciência e na medicina”, refere o comunicado da OMS, adiantando ainda que esta versão é totalmente digital e pode ser integrada em aplicações de saúde e sistemas de informação, de maneira a torná-la “muito mais acessível”.

 

“Esta é a primeira vez”, disse Tarik Kasarevic, porta-voz da OMS, citado pela agência de notícias France Press, a respeito da introdução do síndrome na lista, que também inclui os distúrbios com videojogos e o comportamento compulsivo como doença mental.

 

 Fonte: Mariana de Araújo Barbosa  in Eco

Número de desempregados inscritos no IEFP em mínimos de setembro de 2001

21 de maio de 2019

Em abril, estavam inscritas nos centros de emprego 321,2 mil pessoas, menos 54,8 mil em termos homólogos e menos 12,5 mil do que em março. Esse número é mesmo o mais baixo desde setembro de 2001.

 

Desde setembro de 2001 que não havia tão poucos desempregados inscritos nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas. De acordo com os dados publicados, esta terça-feira, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em abril estavam inscritas 321,2 mil pessoas, menos 14,6% em termos homólogos e menos 3,8% do que em março.

 

“No fim do mês de abril de 2019, estavam registados nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 321.240 desempregados, número que representa 66,7% de um total de 481.698 pedidos de emprego”, explica o IEFP, na nota divulgada esta manhã.

 

Em comparação com o terceiro mês do ano, registou-se em abril uma queda de 3,8%, estando menos 12.536 portugueses inscritos nestes centros. A mesma tendência foi registada na nível homólogo, tendo o número de desempregados inscritos recuado 14,6%, isto é, menos 54.774 pessoas estavam inscritas em abril deste ano. Numa nota de enquadramento, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social salienta mesmo que este é o “patamar mais baixo desde setembro de 2001, quando estava nas 317,6 mil pessoas”.

 

“Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2018, contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico“, nota o IEFP.

 

Destaques à parte, a redução homóloga do desemprego foi transversal a todas as categorias: dos desempregados de curta duração (-7%) aos de longa duração (-22,5%), passando pelos jovens (-16,1%) e adultos (-14,4%), pessoas à procura do primeiro (-20,4%) e pessoas à procura de novo emprego (-13,9%) em todos os níveis de qualificação e para ambos os sexos.

 

A nível regional, foi em Lisboa (-16,1%) e no Norte (16%) que se verificou o maior decréscimo homólogo. E a nível dos setores de atividade, verificou-se uma redução generalizada, com exceção de ligeiros aumentos nas indústrias extrativas (+3,7%) e na fabricação de produtos informáticos, elétricos, máquinas e equipamentos (+0,2% pessoas). A maior redução homóloga foi registada na construção (-26% mil pessoas).

 

Fonte: Isabel Patrício in Eco

 

Só um em cada dez portugueses apostam na aprendizagem ao longo da vida

17 de maio de 2019

Portugal está abaixo da média europeia no que diz respeito à aprendizagem ao longo da vida. Ainda que se reconheça que essas atividades são vitais para o futuro do trabalho, Portugal está na cauda.

 Apenas 11% adultos europeus apostam na aprendizagem ao longo da vida. A conclusão é do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), que indica que, em 2018, a taxa em Portugal foi mesmo inferior à comunitária, verificando-se ainda assim, em ambos os casos, uma subida em termos homólogos. Apesar desse aumento, o cenário em causa é particularmente preocupante, já que a aprendizagem ao longo da vida tem sido apontada como uma das chaves para assegurar o futuro do trabalho humano.

 “Os resultados do inquérito ao emprego mostram que, em 2018, a taxa de participação na União Europeia ficou nos 11,1%, 0,2 pontos percentuais (p.p) acima da taxa de 2017. A taxa tem aumentado gradualmente desde 2017, altura em que estava fixada nos 10,7%”, explica o Eurostat, referindo que as mulheres tendem a apostar mais do que os homens na aprendizagem ao longo da vida.

 Entre os países europeus, Suécia (29,2%) e Dinamarca (23,5%) registaram as maiores taxas de participação. Do outro lado do espetro, aparecem a Roménia (0,9%), Bulgária (2,5%), Croácia (2,9%), Eslováquia (4%) e Grécia (4,5%).

 E Portugal? Os adultos portugueses aparecem a meio da tabela (10,3%), ficando abaixo da média comunitária. Além disso, ao contrário do que aconteceu na generalidade dos países europeus, por cá a taxa não tem vindo a aumentar ano após ano, de modo consecutivo. Antes, atingiu um pico (11,5%) em 2011, tendo registado um recuo nos três anos seguintes. Em 2015, Portugal voltou a ver a taxa subir, mas no ano seguinte verificou-se um novo recuo. Nos últimos dois anos, a tendência já tem sido de aumento.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Isabel Patrício in Eco

57% do emprego criado em Portugal é trabalho por conta própria

5 de maio de 2019

Durante muitos anos, a criação do próprio emprego esteve em declínio, mas nos últimos trimestres tem vindo a registar crescimentos significativos, liderando agora a dinâmica laboral em Portugal. Hoje são 816 mil, uma fatia de 17% do emprego total.

 A economia portuguesa criou 73,5 mil postos de trabalho, em termos líquidos, entre o primeiro trimestre de 2018 e igual período do corrente ano, segundo o novo inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE). Destes, 41,9 mil são empregos por conta própria (trabalhadores isolados e empregadores), o equivalente a 57% da criação total de emprego no país, mostram cálculos do Dinheiro Vivo com recurso à base de dados do INE.

 Esses 57% também são o valor maior de que há registo nas séries do INE que remontam a 2011. No último trimestre de 2018, o emprego por conta própria já cresceu a dois dígitos em termos homólogos, deu um salto de 42%. Em contrapartida, foram criados apenas 31,4 mil empregos por conta de outrem, naquele que é o registo mais fraco desde meados de 2013, estava Portugal a tentar sair da crise.

 Os números oficiais deixam claro que o dinamismo do trabalho por conta própria está ligado ao setor dos serviços e a profissões que requerem qualificações relativamente elevadas, embora também esteja a puxar por qualificações mais modestas. Traduzindo em números, mais de 81% do aumento no trabalho por conta própria acontece nos serviços, onde pontuam empresas de tecnologia, consultoria informática e de engenharia, operadores turísticos, fornecedores de serviços de alojamento e restauração, por exemplo.

 Saiba mais aqui:

Fonte: Luís Reis Ribeiro in Dinheiro Vivio

OIT: o trabalho no futuro

4 de maio de 2019

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), cuja criação em 2019 constituiu "o contrato social universal mais ambicioso da história", encarregou uma comissão mundial - tem como copresidentes Stefan Lofven, primeiro-ministro da Suécia, e Ciryl Ramaphosa, presidente da África do Sul - de elaborar um relatório sobre o futuro do trabalho.

 Este relatório, "Trabalhar para um futuro melhor", deverá inspirar os debates da 108.ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho e deve constituir o ancoradouro da previsível Declaração do Centenário. Foram convidados a estar presente os chefes de Estado e de Governo. O seu conteúdo, de caráter institucional reformista, ancora-se numa observação profunda da sociedade, sem determinismos bacocos ou sujeições ao mainstream, como acontece com muitos "estudos científicos" que hoje nos são disponibilizados.

 Por que razão um relatório de tão profundo conteúdo não merece espaço nos nossos órgãos de comunicação, quando vemos qualquer estudo com conclusões requentadas sobre a Segurança Social, o trabalho, a saúde, a proteção social ou o ensino merecer horas de discussão, desde que venha carregado de alarmismos que atrofiem o futuro das pessoas?

 Os dirigentes políticos e os empregadores vão preparar-se para responder aos desafios do relatório com competência e seriedade, assumindo a responsabilidade de que "temos pela frente inúmeras oportunidades para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras", de que é preciso "aproveitar o momento para revitalizar o contrato social" e encarar as novas forças que estão a transformar o trabalho com uma "agenda centrada no ser humano"?

 O relatório dá relevo a múltiplos fatores da "era do digital", da inteligência artificial, da robótica e dos sensores, mas expressa: "A discussão sobre a tecnologia no futuro do trabalho tendeu a centrar-se nas questões da criação e destruição de empregos e na necessidade de reconversão profissional. A agenda centrada no ser humano requer uma atenção igualmente urgente" (p.44).

 A era do digital é também a era dos bloqueios ambientais e ecológicos, de vivos confrontos entre democracia e autoritarismo, de profundas e irracionais desigualdades, do aumento da esperança de vida e de novas dinâmicas demográficas, da mercantilização do trabalho, quando "o trabalho não é uma mercadoria que possa ser vendida nos mercados ao preço mais baixo" (p. 39), de grandes mudanças geopolíticas e geoestratégicas e de nova divisão social e universal do trabalho.

Como se defende no relatório, é preciso aproveitar as mudanças não para excluir mas sim para integrar e criar emprego; garantir os direitos individuais e coletivos, rendimentos e segurança; trazer todos os trabalhadores para dentro dos sistemas de segurança social e de proteção social, que se querem universais e solidários; reforçar as instituições do trabalho, as organizações sindicais, a negociação coletiva e o diálogo social; expandir a soberania dos trabalhadores sobre o tempo; assegurar dimensões positivas e propositivas nas políticas públicas e o direito à educação e à formação ao longo da vida a todos os cidadãos.

 O avanço tecnológico não tem de ser apocalítico. Forcemos a sua utilização ao serviço dos seres humanos.

Fonte: Manuel Carvalho da Silva in Jornal de Notícias

Centeno garante que 72% dos precários que recorreram ao PREVPAP receberam parecer favorável

26 abril 2019

Dos mais de 32 mil processos que foram apreciados no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), 72% receberam parecer favorável. Este dado foi avançado, esta manhã, pelo ministro das Finanças. Sobre os funcionários que receberam um parecer desfavorável, Mário Centeno garantiu que não há “nenhum atraso”, estando em curso um processo de reapreciação.

 

 “Foram apreciadas na administração direta e indireta do Estado e no setor empresarial do Estado 32.785 situações”, adiantou o responsável pela pasta das Finanças, em resposta às perguntas colocadas pelo bloquista José Soeiro, durante o debate parlamentar desta sexta-feira. Desses quase 33 mil processos e excluindo as situações “que não foram consideradas por razões várias” e aquelas em que já existe um “contrato de trabalho com o Estado”, 72% foram “apreciados de forma positiva com pareceres favoráveis” e 28% “com pareceres desfavoráveis”.

 

Sobre o calendário desses últimos processos, Mário Centeno assegurou que “não há nenhum atraso”, uma vez que grande parte dessas situações está agora a seguir um “processo rigoroso, sério, robusto e transparente” de reapreciação e audiências. “Todas as situação vão ser avaliadas”, sublinhou o governante, reconhecendo que esse processo é “moroso e muito exigente”.

Questionado sobre a precariedade na Administração Pública, Mário Centeno avançou ainda, esta sexta-feira, que o número de contratos na Administração Pública caiu “cerca de quatro mil face a 2017” e frisou que já estão “18 mil postos de trabalho em concurso”. “Durante esta legislatura, o emprego público cresceu, números redondos, 24 mil empregos, que deram respostas a exigências dramáticas na saúde, na educação, na ciência e tecnologia”, disse.

Tudo somado, Mário Centeno diz fazer um “balanço positivo” do PREVPAP. Recorde-se que este programa arrancou em junho de 2017 com a entrega de requerimentos de mais de 30 mil precários da administração central e do setor empresarial do Estado. O Executivo de António Costa definiu inicialmente que o PREVPAP seria concluído em 2018, mas o Governo acabou por admitir que o programa continuaria em execução em 2019. “Todos os vínculos precários ilegítimos fixados no período avaliado serão corrigidos por este Governo”, assegurou o ministro do Trabalho, no debate desta manhã

 

Fonte: Isabel Patrício in ECO

 

 

 

Empresas estrangeiras em Portugal pagam salários 40,6% acima da média e têm produtividade muito superior

22 de abril de 2019

Portugal fica abaixo da média da União Europeia em muitos indicadores. E a atração de empresas estrangeiras não é exceção. O peso das filiais estrangeiras no tecido empresarial português fica abaixo da média da União Europeia em indicadores como o número de empresas, o emprego ou o valor acrescentado. Mas, em sentido contrário, Portugal é dos países europeus onde as filiais estrangeiras mais se distinguem em termos de salários e produtividade.

 

Os dados do Eurostat são esclarecedores. Em 2016 (últimos dados disponíveis a nível europeu) havia 6.109 filiais estrangeiras no país, o que representava 0,73% do universo empresarial (excluindo o sector financeiro e segurador). Esta percentagem era a sexta mais baixa entre todos os 28 países da União Europeia (UE) e ficava bem abaixo da média da UE, que atingia 1,2%. E Portugal também ficava aquém da média da UE em termos do peso das filiais estrangeiras no emprego - 13,1% versus 15,3% - e no valor acrescentado bruto a custo de fatores - 24% contra 25%.

 

“É preciso fazer uma leitura em termos históricos“, considera João Cerejeira, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, lembrando o alargamento a leste da UE. Até essa altura “Portugal acolheu muito investimento estrangeiro de natureza industrial, nomeadamente alemão“, mas, depois, “houve uma reorientação para esses países, que tinham maior proximidade geográfica e cultural, e maior qualificação, em termos médios, dos trabalhadores”, aponta. “Isto afetou Portugal, que deixou de ser um país importante na atração de investimento alemão”, vinca. Uma tendência que ajuda a perceber porque é que o país fica abaixo da União Europeia nestes indicadores.

 

Certo é que, apesar de serem poucas, as filiais estrangeiras em Portugal distinguem-se pela produtividade e políticas salariais. Mais uma vez os dados do Eurostat (que não incluem o sector financeiro e segurador) não deixam margem para dúvidas. Em 2016, a produtividade por trabalhador (valor acrescentado bruto por pessoa empregada) atingia 45,4 mil euros, em média, nas filiais estrangeiras em Portugal, o que comparava com 24,9 mil euros no conjunto do tecido empresarial. Tradução: um diferencial de 82,3%, o nono maior entre os 28 países da UE.

 

Quanto aos salários, medidos pelos custos médios com pessoal (rácio entre custos com pessoal e número de trabalhadores) atingiam, em 2016 (valor anual), 24,6 mil euros nas filiais estrangeiras em Portugal, o que comparava com 17,5 mil euros no conjunto de todas as empresas no país. Ou seja, em média, nas filiais estrangeiras os salários eram 40,6% superiores, colocando Portugal na sétima posição entre os 13 países da UE para os quais há dados disponíveis no que toca a este diferencial.

 

A nível europeu, os dados para 2016 são os últimos disponíveis, mas, para Portugal, o Instituto Nacional de Estatística já disponibilizou valores provisórios para 2017 sobre esta realidade. O que dizem? Analisando apenas as sociedades não financeiras (e não todas as empresas não financeiras), as conclusões vão no mesmo sentido. Nesse ano, a produtividade aparente do trabalho nas filiais estrangeiras atingia 45.205 euros, ficando 73,4% acima dos 26.064 euros registados nas sociedades nacionais. Ao nível salarial, o diferencial era de 43,3% (1351 euros de remuneração média mensal nas filiais estrangeiras, versus 943 euros mensais nas sociedades nacionais).

 

 

Não é por acaso que as filiais estrangeiras pagam melhores salários. Vários estudos apontam nesse sentido. Até porque, em regra, são empresas de maior dimensão e mais intensivas em capital e tecnologia.

 

Sinal disso, o estudo “Paying more to hire the best? Foreign firms, wages and worker mobility” (2008) da autoria de Pedro S. Martins, antigo secretário de Estado do Emprego e professor universitário, analisando dados para Portugal entre 1991 e 2000, conclui que “as empresas estrangeiras oferecem políticas salariais significativamente mais generosas”. E avança números: analisando a mobilidade de trabalhadores, os resultados indicam que “os movimentos de firmas domésticas para firmas estrangeiras traduzem-se em aumentos salariais médios consideráveis e robustos, de mais de 10% em muitos casos”. Um aumento “consistente com um 'efeito de política salarial' - maior 'generosidade' nas práticas remuneratórias nas firmas estrangeiras vis-à-vis as suas contrapartes domésticas”.

 

Também o estudo “Foreign acquisition and internal organization” (publicado em 2016) do Núcleo de Investigação em Políticas Económicas da Universidade do Minho, e da autoria de Paulo Bastos, Natália Monteiro e Odd Rune Straume, aponta no mesmo sentido, concluindo que “os salários médios sobem após uma aquisição” de uma empresa nacional por uma estrangeira. Mais ainda, analisando dados para Portugal entre 1991 e 2009, o documento conclui que os salários nos níveis hierárquicos próximos do topo. Quanto? Cerca de 25%, em média, no caso de diretores e presidentes executivos (CEO); 10%, em média, para os gestores de topo; e apenas entre 3% e 4%, em média, para supervisores e operadores.

 

Um terceiro estudo, “The labor market effects of foreign owned firms”, de Rita Almeida e do Banco Mundial, conclui que “as empresas estrangeiras têm uma força de trabalho mais educada e pagam salários mais elevados do que empresas domésticas, mesmo quando se controla a variável da qualidade dos trabalhadores”.

 

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso

 

Eles quase nem precisam de procurar. É o emprego que vai ao encontro dos profissionais de tecnologia

21 de abril de 2019

Procurar emprego é, normalmente, uma tarefa árdua. Requer uma procura exaustiva de ofertas de trabalho, o envio de currículo e, em alguns casos, a submissão de candidaturas espontâneas. Mas nem todos os profissionais conhecem estes procedimentos. A alguns, o emprego cai-lhes aos pés… e também aos pontapés.

 

Muitos especialistas na área da tecnologia são abordados todos os dias por empregadores que lhes apresentam novas oportunidades de trabalho. Esta é, aliás, a principal diferença entre recrutar perfis tech e qualquer outro perfil.

 

“A abordagem junto destes profissionais deve ser muito mais proativa e sempre acompanhada de todos os detalhes técnicos e funcionais do desafio. No final do dia é o candidato que vai ditar a sua opção“, afirma Vasco Teixeira, gestor na Michael Page Information Technology, ao ECO. É devido à escassez de talento tech que quem possui este tipo de conhecimentos tem vindo a deter um crescente poder de decisão.

 

“Pôr um anúncio de emprego é obrigatório mas não chega. Não podemos estar à espera dos candidatos que estão a procurar ativamente emprego. É preciso chegar às pessoas que não estão a procurar emprego mas que, se forem confrontadas com algo que, por algum motivo, lhes desperte interesse, poderão estar abertas a mudar”, refere Duarte Fernandes, executive partner da Kwan, especializada em recrutamento.

 

“Se numa área financeira ou de marketing, as candidaturas abundam, em IT [tecnologias da informação], o consultor tem a maioria das vezes de abordar diretamente os candidatos, muitas vezes sem resposta. Isto pode levar a uma saturação do mercado e dos candidatos, havendo frequentemente queixas de que as mensagens recebidas são inúmeras e, muitas vezes, impessoais”, diz Tatiana Silva, consultora sénior na Michael Page Information Technology.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco sapo online

Portugal com 3.º maior crescimento na taxa de emprego entre os 20 e 64 anos

20 de abril de 2019

Portugal teve o terceiro maior crescimento percentual na taxa de emprego face ao ano anterior, para os 73,4%, estando mais próximo do objetivo Europa 2020 (75%) e acima da média da UE (72,2%).

 

Segundo dados do Eurostat, na UE, a taxa de emprego da população entre os 20 e os 64 anos subiu, em 2017, para os 72,2%, face ao ano anterior (71,1%).

 

Todos os Estados-membros, à exceção da Dinamarca — onde a taxa de emprego recuou 0,5 pontos percentuais –, acompanharam a tendência, com a maior subida a ser registada na Bulgária (3,6 pontos percentuais [pp]), na Eslovénia (3,3 pp), em Portugal (2,8 pp), na Roménia (2,5 pp), na Croácia (2,2 pp) e na Estónia (2,1 pp).

 

A Suécia (81,8%) registou no ano passado a maior taxa de emprego, seguindo-se a Alemanha (79,2%), a República Checa (78,5%), o Reino Unido (78,2%), a Holanda (78,0%), a Dinamarca (76,9%), a Lituânia (76,0%) e a Áustria (75,4%).

 

As menores taxas de emprego foram observadas na Grécia (57,8%), em Itália (62,3%), na Croácia (63,6%) e em Espanha (65,5%).

 

O gabinete de estatísticas da UE divulga ainda que a taxa de emprego das pessoas entre os 55 e os 64 anos aumentou em termos homólogos na UE, de 55,3% para 57,1%, e em todos os Estados-membros.

 

A mais elevada taxa de emprego na referida faixa etária registou-se na Suécia (76,4%), seguindo-se a Alemanha (70,1%), a Dinamarca (68,9%), a Estónia (68,1%), a Lituânia (66,1%), a Holanda (65,7%) e o Reino Unido (64,1%).

 

As mais baixas foram registadas na Grécia (38,3%), no Luxemburgo (39,8%), na croácia (40,3%) e na Eslovénia (42,2%).

 

Em Portugal, 56,2% das pessoas entre os 55 e os 64 anos tinham emprego em 2017, face aos 52,1% de 2016.

 

Fonte: Lusa in Observador

Empresas portuguesas partilham o sucesso. Dividem os lucros com os trabalhadores

19 de abril de 2019

A estratégia pretende agradecer o empenho dos colaboradores e, ao mesmo tempo, motivá-los a continuarem a dar o seu melhor para atingir um objetivo que é comum a todos.

 

Num mundo ideal, os lucros obtidos pelas empresas são distribuídos por todos os intervenientes no processo. Assim, uma parte dos resultados da empresa seria sempre partilhada com os trabalhadores, recompensando-os pelo seu esforço e empenho que ajudaram a ditar os bons resultados da organização.

 

Em Portugal, há várias empresas que já entraram nesta lógica de recompensa. Se, por um lado, estamos a falar de uma política que apela à justiça, por outro lado, falamos também de uma estratégia para atrair, motivar e… reter talento.

 

A Jerónimo Martins, a Navigator e o grupo José Pimenta Marques são alguns dos exemplos onde o sucesso é uma espécie de bolo. E todos os trabalhadores recebem uma fatia em jeito de recompensa, que varia consoante a performance e a rentabilidade das organizações.

 

Atrair. Motivar. Reter

Ainda na semana passada, a Navigator anunciou que vai propor a distribuição de um prémio de 23 milhões de euros aos cerca de 3.200 colaboradores, o que pode originar um montante de cerca de sete mil euros a cada um dos trabalhadores. Este prémio representa já “o valor mais elevado na história da empresa”.

 

Já o grupo Jerónimo Martins, no ano passado, pagou 110 milhões de euros em prémios a todos os seus colaboradores. O montante distribuído foi superior em três milhões de euros ao valor repartido no ano anterior, representando uma distribuição pelos trabalhadores de 27% dos lucros obtidos. Este ano, a empresa já anunciou em comunicado que vai pagar 475 euros por trabalhador, num montante total de 38 milhões, que corresponde a uma parte do prémio total que o grupo pagará aos trabalhadores durante o ano de 2019.

 

De acordo com uma fonte oficial do grupo Jerónimo Martins, “a estratégia retributiva é determinante para a atração, motivação e retenção do talento”. O objetivo é “adotar políticas equilibradas e competitivas que promovam uma cultura de meritocracia, reconhecendo o desempenho individual e coletivo“, acrescenta.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco sapo online

Beneficiários de prestações de desemprego caem 5,9% em março

19 de abril de 2019

Em março registaram-se assim menos 11.080 prestações de desemprego relativamente ao mesmo mês do ano passado e menos 5.671 face ao mês anterior

 

O número total de beneficiários de prestações de desemprego foi de 177.130 em março, uma redução de 5,9% face ao período homólogo e de 3,1% comparando com o mês anterior, indicam as estatísticas mensais da Segurança Social. Em março registaram-se assim menos 11.080 prestações de desemprego relativamente ao mesmo mês do ano passado e menos 5.671 face ao mês anterior.

 

O subsídio de desemprego foi atribuído a 146.296 pessoas em março, uma queda homóloga de 3,3% (menos 5.004 subsídios) e uma redução de 3,4% em cadeia (menos 5.159). Também o subsídio social de desemprego inicial registou uma redução de 13,1% em termos homólogos e de 4,9% comparando com fevereiro, tendo sido processados 8.076 subsídios em março.

 

Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 21.569 pessoas, diminuindo 9,9% comparativamente com o período homólogo, mas registando uma ligeira subida de 0,1% face ao mês anterior.

 

A medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração incluiu 2.231 pessoas em março, menos 2.503 (52,9%) em termos homólogos e menos 34 indivíduos (1,5%) considerando fevereiro.

 

O valor médio mensal do subsídio processado por beneficiário foi de 494,2 euros em março, um aumento de 1,4% face ao mês homólogo e uma redução de 0,6% em cadeia. Quanto ao subsídio por doença, em março foram atribuídas 145.105 prestações, 60% das quais a mulheres e 39,8% a homens.

 

Comparando com o mesmo mês de 2018, registou-se uma redução de 3% no número de subsídios por doença. Também face ao mês anterior houve uma queda de 15,2% no total de beneficiários.

 

As estatísticas da Segurança Social mostram ainda que em março foram processadas 2.030.587 pensões de velhice, uma redução tanto homóloga como mensal de 0,3%. Por sexo, as mulheres detiveram 52,9% do total de pensões de velhice e os homens os restantes 47,1%.

 

Foram ainda processadas 704.778 pensões de sobrevivência, uma descida homóloga de 0,1% e uma redução de 0,7% relativamente ao mês anterior. Do total de pensões desta natureza, é o sexo feminino que continua a deter a maioria (81,7%).

 

Já a concessão de pensões de invalidez subiu 0,6% quer em termos homólogos como em cadeia, para 178.541 pensões, com o sexo masculino a deter a maioria (52,2%).

 

Fonte: Lusa in Expresso

OIT estima que 36% dos trabalhadores em todo o mundo trabalhem em excesso

18 de abril de 2019

A OIT estima que a perda de dias de trabalho relacionada com problemas de segurança e saúde laboral custa à economia mundial perto de 4% do Produto Interno Bruto.

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 36% dos trabalhadores em todo o mundo trabalhem em excesso (mais de 48 horas semanais) o que contribui para problemas de segurança e saúde no seu emprego.

 

A conclusão consta do relatório “Segurança e Saúde no coração do Futuro do Trabalho: construir sobre 100 anos de experiência” que foi apresentado esta quinta-feira, em Genebra, mas cujo conteúdo integral será apenas publicado em 28 de abril, no âmbito da celebração do dia mundial da segurança e saúde no trabalho.

 

O estudo analisará as alterações no ambiente laboral, incluindo a automatização e digitalização, e de que forma estas produzem novos desafios na força laboral e consequentes problemas tais como ansiedade e depressão.

 

De acordo com dados de 2017 citados pela agência Efe, todos os anos morrem 2,4 milhões de pessoas por doenças relacionadas com o trabalho e 374 milhões sofrem acidentes de trabalho.

 

Segundo a especialista Manal Azzi, uma das responsáveis pelo estudo da OIT, embora se observe “uma maior prevenção para os riscos conhecidos”, existem alterações profundas nas relações laborais que precisam de novas adaptações para se continuar a avançar na prevenção.

 

“Precisamos de estruturas de segurança e saúde que reflitam estas alterações junto de uma cultura geral de prevenção que fomente a responsabilidade partilhada”, disse a responsável em conferência de imprensa.

 

Dados da OIT revelam que a perda de dias de trabalho relacionada com problemas de segurança e saúde laboral custa à economia mundial perto de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), indo até aos 6% nos países mais afetados.

 

A OIT aborda ainda outros fatores que têm surgido associados a novos riscos laborais, tais como as mudanças demográficas (por exemplo o envelhecimento da população), as alterações climáticas, entre outros.

 

Fonte: Lusa in Eco sapo online

Governo cria novo apoio para contratação de jovens e desempregados de longa duração

11 de abril de 2019

Na contratação de um jovem à procura do primeiro emprego e de um desempregado de longa duração, em que ambos ganham o salário mínimo (600 euros), o apoio rondará 16.000 euros ao longo de cinco anos.

 

As empresas que contratem simultaneamente e sem termo jovens desempregados à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração vão dispor de um novo estímulo que combina apoios financeiros à contratação com redução das contribuições.

 

A nova medida de apoio à contratação integra-se no âmbito do “Contrato-geração” e deverá entrar em vigor durante a próxima semana, segundo disse esta quinta-feira à Lusa o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social.

 

Na mira deste novo estímulo à criação de emprego estão os jovens desempregados à procura do primeiro emprego e os desempregados de longa duração (categoria em que entram as pessoas sem trabalho há mais de 12 meses) com 45 ou mais anos.

 

A título de exemplo, com esta nova medida, uma entidade empregadora poderá beneficiar de um apoio entre cerca de 16.000 euros e cerca de 23.000 euros, dependendo do nível salarial associado a cada contrato.

 

A estes montantes será ainda possível somar uma poupança por via das contribuições para a Segurança Social, uma vez que a medida consiste numa combinação dos apoios financeiros à celebração de contratos de trabalho permanente e o acesso ao regime de redução parcial ou isenção total do pagamento de contribuições da Segurança Social a cargo da empresa.

 

Assim, na contratação de um jovem à procura do primeiro emprego e de um desempregado de longa duração, em que ambos auferem o salário mínimo nacional (600 euros), o apoio a conceder no âmbito do “Contrato-Geração” rondará os 16.000 euros ao longo de cinco anos.

 

Este valor compara com um apoio na ordem dos 7.800 euros possíveis no âmbito do “Contrato-Emprego” e com uma poupança de aproximadamente 8.000 euros em sede de contribuições à Segurança Social – incentivos à contratação que não são de outro modo acumuláveis.

 

Para poderem beneficiar dos apoios previstos, as empresas terão de garantir e respeitar a condicionante de criação de emprego líquido.

 

Além disso, e segundo precisou fonte oficial do Ministério do Trabalho, “a combinação dos apoios, e consequente reforço das verbas recebidas pelas entidades empregadoras, só é possível quando pelo menos um jovem e um desempregado de longa duração forem contratados no prazo máximo de seis meses”.

 

A mesma fonte assinalou ainda que “ao assentar na possibilidade de combinação de apoios já existentes, a medida ‘Contrato-Geração’ não só reforça os apoios como torna mais eficiente a utilização dos recursos disponíveis”.

 

Esta solução insere-se no compromisso do Governo em “focalizar as medidas ativas de emprego” no combate ao desemprego jovem e de longa duração e à precariedade.

 

O objetivo é reforçar os apoios à contratação deste universo de desempregados e reforçar o foco das medidas ativas de emprego nos jovens sem trabalho e desempregados de longa duração, que já representam atualmente cerca de 60% dos destinatários da medida “Contrato-Emprego”.

 

Fonte: Lusa in Eco sapo online

Falta de profissionais tech faz salários dispararem. Podem alcançar os 95 mil euros por ano

10 de abril de 2019

São profissões escassas e que, em contrapartida, as empresas procuram cada vez mais. A dificuldade em contratar especialistas em tecnologia está a fazer com que os salários disparem.

 

A escassez de profissionais na área das tech está a fazer disparar os salários que os empregadores estão dispostos a oferecer. No ano passado, verificou-se um aumento de cerca de 10% no salário médio, o que permite à Landing.jobs concluir que, em Portugal, os profissionais na área da tecnologia cheguem mesmo, em alguns casos, a receber um total de 95 mil euros por ano.

 

Mas nem todos os cargos conseguem alcançar estes valores. São as funções ligadas à gestão, como chief technology officer (CTO) e head of engineering, que podem chegar aos salários mais chorudos, 95 mil euros e 90 mil euros por ano, respetivamente. Contudo, o montante está sempre dependente da experiência do profissional.

 

“Os anos de experiência assumem um lugar de relevância, sendo que os trabalhadores com mais de cinco anos de experiência tendem a auferir salários mais elevados”, afirma em comunicado a Landing.jobs, que atua especificamente no mercado de recrutamento tech. Ainda assim, mesmo que o candidato não tenha qualquer experiência anterior na área, o salário médio anual bruto de um CTO ou um head of engineering nunca deverá ser inferior a 55 mil e 40 mil euros, respetivamente

á fora do campo da gestão, os cargos que são melhor remunerados são os de iOS developer (que alcançam os 62 mil euros anuais), android developer e devOps engineer (que podem chegar a ganhar, cada um deles, 60 mil euros).

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco sapo on-line

Adesão de desempregados à notificação electrónica mais do que duplicou

9 de abril de 2019

Número de aderentes passou de 11.250 em Junho para 25.388 em Abril. Medida evita envio de correspondência pelo correio e extravio de cartas

 

O número de utentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que aderiram à caixa postal electrónica do mais do que duplicou entre Junho do ano passado e Abril deste ano, abrangendo 25.388 pessoas. Este dado, avançado pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social, representa um aumento de 126% face aos 11.250 aderentes em Junho do ano passado e representa perto de 5% do total de desempregados e de pessoas à procura de novo emprego registados pelos IEFP.

 

A ferramenta, lançada no final de 2017, visa facilitar a comunicação entre os centros de emprego e os desempregados e pode ajudar a resolver os problemas relacionados com a distribuição postal que são o principal motivo invocado pelos desempregados que perdem o subsídio por não responderem às convocatórias.

 

No momento em que se inscrevem ou quando se deslocam aos centros de emprego, os desempregados são informados de que podem aderir à caixa postal electrónica e logo que subscrevem o serviço recebem um email para o activar. Assim que o façam, é-lhes dito expressamente que a partir dessa data toda a correspondência enviada pelo IEFP passa a ser feita por via electrónica. Na prática, todos os documentos que antes eram enviados por carta passam a ser enviados de forma electrónica, garantindo-se a emissão de um aviso de abertura dos documentos. No caso da anulação do subsídio, a comunicação final da decisão continua a ser enviada por correio registado.

 

Há muito que a Comissão de Recursos do IEFP alerta para a necessidade de generalizar a comunicação por email, para evitar problemas relacionados com os CTT que redundam no corte do subsídio aos desempregados que falham as suas obrigações.

 

O relatório de actividades de 2018 desta Comissão dá conta de um aumento de 67,4% da anulação de subsídios a desempregados que não cumpriram as obrigações previstas na lei. Em causa estão 3932 pessoas e o aumento das anulações face a 2017 deve-se “principalmente” ao novo modelo de acompanhamento dos desempregados introduzido no final de 2016.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Raquel Martins in Público

Centros de emprego cortam subsídio a quase quatro mil desempregados

9 de abril de 2019

As anulações de subsídio de desemprego aumentaram quase 70% num só ano. O motivo principal do corte é a falta de comparência a convocatórias do centro de emprego.

 

Os centros de emprego nacionais cortaram o pagamento do subsídio de desemprego a 3.932 desempregados no ano de 2018, um aumento de 67,4% face ao ano anterior, de acordo com dados do relatório de atividades da Comissão de Recursos do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a que o jornal Público teve acesso.

Depois de três anos em que se registou uma diminuição no número de anulações, o corte de subsídio a desempregados que não cumpriram as obrigações previstas na lei, como a apresentação no centro de emprego ou a desistência de formações profissionais, aumentou. A Comissão de Recursos do IEFP justifica esse aumento com a aplicação do Modelo de Acompanhamento Personalizado de Emprego (MAPE), que, de acordo com o organismo, tem “um quadro de acompanhamento mais regular dos utentes” e que dota os serviços de “melhores condições para assegurar uma verificação eficaz do cumprimento das obrigações dos desempregados”.

 

Segundo os dados consultados pelo Público, o motivo principal para a anulação do subsídio é a não comparência às convocatórias dos centros de emprego (70%). Esse é também o principal motivo apontado pela maioria dos 401 recursos apresentados por desempregados a quem foi anulada esta prestação social à Comissão de Recursos, representando este valor um aumento de 96% face ao número de recursos apresentados em 2017.

 

Em causa está, alegam os desempregados, o facto de não terem recebido pelo correio a convocatória em questão para comparecerem no centro de emprego. A Comissão de Recursos reconhece que há problemas “graves na entrega de correspondência por parte dos CTT” e sugere a comunicação eletrónica como alternativa.

 

O aumento do corte de subsídios ocorre numa altura em que os números oficiais de desemprego atingiram o nível mais baixo dos últimos anos (6,3%) e em que o número de desempregados a receber subsídios recuou 14,5%.

 

Fonte: Cátia Bruno in Observador

Governo propõe quota de 8.200 imigrantes para trabalhar em Portugal

5 de abril de 2019

Setores empresariais que mais podem beneficiar desta medida são os da indústria metalomecânica e eléctrica, do turismo e da agricultura, disse hoje Vieira da Silva

 

O Governo propôs hoje aos parceiros sociais que a quota de imigrantes fora da União Europeia para trabalhar em Portugal seja de 8.200 pessoas em 2019, propondo também que o modelo seja revisto e simplificado.

 

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião de mais de três horas de concertação social, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adiantou que foi criado um grupo de trabalho para fixar um valor para este ano e para rever e simplificar, tornando mais flexível, o modelo de entrada de cidadãos vindos de fora da União Europeia.

 

De acordo com José Vieira da Silva, a proposta do Governo é de 8.200 pessoas em 2019, sublinhando que estão em causa apenas trabalhadores para trabalho subordinado e sem termo.

 

O ministro lembrou que esta é uma legislação que existe desde 2007 e que define o número anual de trabalhadores que as empresas nacionais podem ir contratar fora da União Europeia.

 

“Na ausência da fixação desse valor, aquilo que a lei impõe é um processo muito complexo e burocrático que passa quase por uma autorização individual da Direcção-geral dos Consulados”, apontou Vieira da Silva.

 

O governante acrescentou que a fixação do novo contingente não é um instrumento de limitação, mas de abertura, sublinhando que na ausência dessa quota, a burocracia é de “tal maneira atrofiante” que as empresas portuguesas desistiam de contratar.

 

Segundo o ministro, os sectores empresariais que mais podem beneficiar desta medida são os da indústria metalomecânica e eléctrica, do turismo e da agricultura.

 

A medida, no entanto, não reúne o consenso dos parceiros sociais, desde logo porque a Confederação-geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-In) está contra e defende o fim da quota.

 

Aos jornalistas, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, voltou a defender o combate ao “dumping social”, aumentos salariais e respeito pela contratação coletiva, bem como a regularização de muitos dos imigrantes que vivem e trabalham em Portugal.

 

Sobre esta proposta, o ministro Vieira da Silva disse que não foi discutida hoje, mas que ficou o compromisso de ser abordada numa próxima reunião do Conselho Económico e Social.

 

Pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), Lucinda Dâmaso disse que a plataforma sindical não está contra desde que não haja um número fechado e desde que haja uma aposta na formação profissional, desde logo para a reconversão profissional dos desempregados, através do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes, disse que a proposta do Governo é razoável e que no global a confederação está de acordo.

 

Fonte: Lusa in Público

Apoios sociais aliviam cada vez menos a pobreza em Portugal. Bruxelas quer medidas

4 de abril de 2019

A tendência de redução do desemprego "é muito positiva", seja entre a generalidade da população ativa seja entre as gerações mais jovens. A Comissão Europeia não tem dúvidas e antecipa, até, melhorias também nos níveis de precariedade laboral. Mas quando cruzar os planos do governo com a última avaliação a Portugal, a 5 de junho, haverá nas suas recomendações uma nota sobre a manutenção das desigualdades no país: continuam acima da média europeia e, pior do que isso, as transferências do Estado têm cada vez menos impacto na redução da pobreza.

Há dois anos, as prestações da Segurança Social - excluindo pensões - suprimiam mais de um quinto dos níveis de pobreza do país (22,5%), mas o poder destes instrumentos de proteção social, como o subsídio de desemprego, está a cair desde 2014. Por outro lado, o fosso de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres mantém-se acima da média europeia: os mais ricos ganham em média 5,2 vezes mais do que os mais pobres. A média da União está em 5,1 vezes, e está a descer.

Este é um dos "pontos críticos" apontado ao governo por Bruxelas, segundo a comissária europeia do Emprego, Marianne Thyssen, que esteve nesta semana em Cascais a participar na 4.ª Conferência Ministerial do Emprego e Trabalho da União para o Mediterrâneo. "Cabe ao governo português ver o que tem de mudar, como o deve mudar, quais as causas reais desta situação. Nós medimos, mas não analisamos tudo e todos os detalhes sobre como proceder", explica a responsável europeia em declarações ao Dinheiro Vivo. "Iremos novamente voltar a falar com o governo, com os parceiros sociais, para desenvolver a informação que temos e para nos certificarmos de que há espaço para melhorar."

 

O último relatório de Bruxelas sobre Portugal, publicado no mês passado, aponta o enfraquecimento do poder das prestações sociais como "situação crítica" no painel de indicadores sociais com que a Comissão Europeia avalia a evolução macroeconómica de cada país. No mercado de trabalho, assinala-se que há espaço para aumentar a participação, que a proporção de jovens no desemprego é ainda considerável, que Portugal é um dos países da UE onde mais se recorre aos contratos a prazo e que a população mantém um baixo nível de qualificações.

Marianne Thyssen destaca, no entanto, a tendência positiva. "A taxa de desemprego média, que abarca todas as gerações, está melhor do que a média da União Europeia. A UE está em 6,5%; Portugal está agora em 6,3%. É uma grande diferença quando se compara com 2013 ou 2014, quando iniciámos o nosso mandato."

E se o desemprego jovem "é ainda alto, mais alto do que a média", já "quando se olha para o ponto de onde se partiu há cinco anos, este era quase o dobro". "Está em 19,3% [dados do terceiro trimestre de 2018; 16,4% em fevereiro], mas há dois anos estava acima de 30%. Quando se olha para a tendência, esta é muito, muito positiva."

"Sabemos que nem todos os empregos são a tempo inteiro e contratos sem prazo, e isso foi algo que também discutimos com o governo português, que está a tomar medidas para parar esta segmentação do mercado de trabalho. Vamos acompanhar. Tenho confiança de que haverá também melhoria", antecipa a comissária europeia depois do acordo alcançado no verão do ano passado em concertação social para mudar as leis laborais e introduzir limitações aos contratos a prazo.

Uma "agenda madura" para o futuro do trabalho

Mas a precariedade não só permanece elevada em Portugal e a nível europeu, como se adivinha tendência para se agravar cada vez mais devido à digitalização da economia. Em Cascais, com os parceiros da União para o Mediterrâneo, Marianne Thyssen destacou que 40% da população ativa da UE está hoje na categoria de trabalhador independente ou sem um contrato duradouro a tempo inteiro. Para a comissária, é urgente reforçar a proteção legal e social destes trabalhadores.

"Com a digitalização haverá mais daquilo a que por vezes chamamos trabalho flexível, o que pode ser agradável e muito atrativo. Mas o outro lado é que também significa mais incerteza. É preciso mudar mais vezes de emprego ao longo da vida. Significa que há momentos de transição em que as pessoas estão mais vulneráveis. Temos de ver em conjunto que tipo de serviços sociais devem existir para acompanhar as pessoas nessas transições, ver se é necessário atualizar ou adquirir novas competências e fazer que as pessoas voltem o mais cedo possível ao mercado de trabalho. Isso é muito importante", defende.

A comissária apela ao reforço da legislação, com novas garantias de segurança social e a tipificação das novas condições contratuais trazidas pelo mercado laboral emergente: o dos freelancers, dos trabalhadores das plataformas eletrónicas, ou dos trabalhadores on call. As relações de trabalho mudaram, mas a legislação laboral ainda não.

"As leis que temos têm como sujeito um indivíduo em contrato de full-time e sem prazo. Temos também algumas coisas para os part-timers. Mas, se pensarmos que mais pessoas vão estar com contratos curtos e talvez a trabalhar para diferentes empregadores ao mesmo tempo, temos de garantir que ainda há boas condições de trabalho e que toda a gente pode construir a sua segurança social", defende a responsável de Bruxelas.

Marianne Thyssen destaca o acordo alcançado, em fevereiro, para a nova diretiva europeia de transparência e previsibilidade nas condições de trabalho com a qual a Comissão Europeia se propõe oferecer mais garantias a 200 milhões de trabalhadores não convencionais.

"Já é lei. Significa que quem está em situações flexíveis, por exemplo em contratos de disponibilidade permanente, poderá ao menos saber em que horários pode ser chamado, e irá sabê-lo com antecipação no seu contrato, com aviso prévio bastante, e uma regra em que, se forem chamados para trabalhar, mas se a tarefa for cancelada são compensados por isso. E ainda que os empregadores não os podem proibir de trabalhar para outros ao mesmo tempo, porque quem apenas faz dez horas semanais não pode estar na disposição exclusiva de um único empregador, descreve sobre as mudanças que chegarão em breve aos diferentes países, também a Portugal."Temos de garantir que a nossa agenda está madura para o que aí vem."

 

Fonte: Maria Caetano in Diário de Notícias

OCDE defende fim do regime de pensões para desempregados de longa duração

20 de março de 2019

A OCDE propõe o fim do regime especial de acesso à reforma antecipada por parte de desempregados de longa duração, defendendo antes maior proteção no desemprego.

 

As conclusões integram o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre o sistema de pensões de Portugal, apresentado hoje em Lisboa, com a presença do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

 

No documento, a OCDE defende a eliminação do regime atual que permite que nas situações de desemprego de longa duração (mais de 12 meses) e após esgotado o período inicial do subsídio de desemprego, a idade de acesso à reforma possa ser antecipada.

 

Nestes casos, a reforma pode ser antecipada para os 62 anos de idade nas situações em que o desemprego ocorreu aos 57 anos, sem os cortes de 0,5% por mês de antecipação. Já quem ficou desempregado aos 52 ou mais e já tinha pelo menos 22 anos de descontos pode reformar-se, mas com os cortes mensais.

 

Estes cortes são anulados a partir do momento em que o pensionista atinja a idade normal de acesso à pensão. Porém, em ambos os casos, há redução pelo fator de sustentabilidade (quase 15%).

 

Para a OCDE, em vez deste regime, o Governo português deverá antes “garantir um apoio efetivo nos esforços ativos de procura de emprego dos trabalhadores mais velhos”.

 

“As medidas de política devem garantir que os regimes de desemprego não incentivam a reforma antecipada”, frisa a organização no documento.

 

“Em vez de permitir que os desempregados de longa duração entrem na reforma muito cedo com penalizações mais baixas, o subsídio de desemprego deve ser adaptado para oferecer uma boa proteção no desemprego, ao mesmo tempo que fornece programas eficazes para reforçar a procura de emprego e esforços e a empregabilidade antes da idade de reforma”, lê-se no relatório.

 

Segundo a organização internacional, este regime pode levar à redução dos esforços para procura de emprego por parte dos trabalhadores mais velhos e limitar a vontade dos empregadores em mantê-los.

 

A reforma antecipada “é relativamente comum” em Portugal e, em 2016, mais de 30 mil pessoas deixaram a vida ativa antes da idade exigida, metade das quais através do regime relacionado com o desemprego, o que representa 45% do total de 66.700 novos aposentados no regime geral de pensões, avança a OCDE.

 

Em comparação com outros países da União Europeia, Portugal está entre os que têm a maior percentagem de pessoas que passaram do desemprego para a aposentação (17% dos novos reformados). Apenas a Finlândia reporta um nível mais alto, enquanto a média dos outros 13 países analisados é de 9,6%.

 

Fonte: Lusa in Observador

Portugal com 3.º maior aumento da UE do custo do trabalho

19 de março de 2019

O custo da mão-de-obra subiu 2,3% na Zona Euro e 2,8% na União Europeia, nos últimos três meses de 2018. Em comparação, esse custo aumentou 10,3% em Portugal, no mesmo período.

 

O custo horário da mão-de-obra aumentou, no quarto trimestre de 2018, 2,3% na Zona Euro e 2,8% na União Europeia (UE) na comparação homóloga, com Portugal a registar a terceira maior subida (10,3%), segundo o Eurostat.

 

Na Zona Euro e na UE, o aumento do custo horário da mão-de-obra desacelerou face ao período entre julho e setembro de 2018, quando subiu 2,5% e 2,6%, respetivamente, em termos homólogos.

 

Nos últimos três meses de 2018, as maiores subidas homólogas do indicador registaram-se na Roménia (13,1%), na Letónia (11,8%), em Portugal (10,3%) e na Lituânia (10,2%), tendo sido assinalada apenas uma quebra, de 0,5%, em Malta.

 

Na Zona Euro, a parte relativa a salários subiu 2,3% e os custos não salariais aumentaram 2,4% no quarto trimestre de 2018, face ao mesmo período de 2017 (2,3% e 2,9% no trimestre anterior).

 

Na UE, os custos salariais cresceram, entre outubro e dezembro, 3,0% e os não salariais evoluíram 2,2% (2,7% e 2,4% entre julho e setembro de 2018).

 

Em Portugal, os custos com salários avançaram 10,8%, a maior subida entre os Estados-membros, e 8,5% com a parte não salarial.

 

Fonte: in Eco sapo online

O que preocupa mais os portugueses? Doenças, deficiência, despesas e desemprego

19 de março

É o resultado do inquérito "Riscos que Importam" da OCDE.

 

Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que os portugueses vivem preocupados com a possibilidade de ficar doentes ou com uma deficiência, pagar as despesas ou perder o emprego, e preferiam pagar mais impostos para ter melhores pensões e cuidados de saúde.

De acordo com os resultados do inquérito "Riscos que Importam", na tradução para português, que inclui as preocupações de 22 mil pessoas, entre os 18 e os 70 anos de 21 países, cerca de metade dos inquiridos apontou "ficar doente ou com uma deficiência" como uma das três principais preocupações sociais ou económicas que os afete a eles ou à família próxima no próximo ano ou dois.

Portugal não é exceção e 63% dos portugueses que responderam a este inquérito apontaram "ficar doente ou com uma deficiência" como a principal preocupação no futuro próximo, sendo um dos três países onde esta preocupação é mais elevada, abaixo da Polónia (64%) e da Finlândia (65%).

 

A segunda maior preocupação é conseguir fazer face a todas as despesas mensais (44,5%), seguida do receio de perder o emprego (39%), às quais se seguem a preocupação com o crime ou a violência (30,3%), o acesso a cuidados de longa duração (30,15%), habitação (25%), acesso a cuidados infantis ou educação.

Há ainda quase 5% de portugueses que diz não ter qualquer uma destas preocupações.

Os cuidados de saúde de longa duração são aqueles onde as pessoas, em geral, estão mais insatisfeitas e, em média, 50% do total de inquiridos acha que não tem acesso a "serviços públicos acessíveis e de boa qualidade na área dos cuidados a longo prazo para os mais idosos" e 45% sente o mesmo em relação às pessoas com deficiência.

Sensação de injustiça generalizada

O inquérito mostrou uma generalizada sensação de injustiça no acesso a benefícios sociais e que os governos não escutam as pessoas, sustentada na crença de que os governos não trabalham para o cidadão comum.

"Em países como França, Grécia, Israel, Lituânia, Portugal e Eslovénia, a percentagem destas pessoas atinge os 70% ou mais. Estes sentimentos estão espalhados por quase todos os grupos sociais e não estão limitados apenas aqueles que se sentem 'postos de parte'", lê-se no relatório.

Aliás, 71% dos portugueses apontam a injustiça como a principal causa para a pobreza e 75% responderam que sim quando questionados sobre se concordavam ou não em aumentar os impostos sobre os mais ricos para ajudar os mais pobres.

De uma maneira geral, as pessoas querem mais investimento nas pensões (54%) e nos cuidados de saúde (48%) de modo a sentirem-se economicamente mais seguros e à sua família, com as pensões a serem a escolha popular em 14 dos 21 países e a saúde noutros cinco, nos quais se inclui Portugal.

Quase metade dos portugueses (49%) dizem mesmo que estão dispostos a pagar mais impostos para financiar melhores pensões e cuidados de saúde.

A OCDE diz que são precisos "maiores esforços" para perceber a razão destas perceções e por que razão tantas pessoas acham que as políticas sociais não vão ao encontro das suas necessidades.

 

Fonte: in RR Renascença

Conciliar trabalho e família? Há quem receie perder o emprego, conclui relatório da CIP

18 de março de 2019

As ferramentas de promoção da conciliação da vida familiar e profissional ainda são escassas e as que já existem têm fraca adesão. Isto porque os trabalhadores receiam mesmo perder os seus empregos.

 

Apesar de algumas empresas já disponibilizarem aos seus trabalhadores ferramentas com vista a facilitar a conjugação da vida profissional e familiar, os portugueses ainda são tímidos na adesão a essas medidas, por recearem perder mesmo os seus empregos. Esta conclusão faz parte do relatório “Desafios à conciliação família – trabalho”, divulgado, esta segunda-feira, pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

 

“Apesar da legislação laboral, em Portugal, prever situações que incentivam à conciliação e, apesar de certas empresas oferecerem medidas de conciliação, não é totalmente certo que os colaboradores as utilizem com frequência. Há um conjunto de situações, devidamente descritas na literatura académica e referida nas entrevistas às empresas, que funcionam como inibidores e barreiras à utilização de medidas de conciliação pelos colaboradores”, salienta-se no estudo, que foi elaborado pela NOVA School of Business and Economics.

 

Entre esses tais inibidores, estão a falta de conhecimento sobre a legislação em vigor e sobre as ferramentas oferecidas pelos empregadores, a resistência sentida no seio das empresas, o receio das repercussões de chefias e colegas, a perda de oportunidades de progressão na carreira e, no limite, a perda do próprio emprego.

 

Questionado pelo ECO sobre esse último ponto, o presidente da CIP garante que, enquanto líder dessa confederação de empresário, não reconhece essas situações, embora admita que possam existir. “O ser humano tem tendência a reagir ao novo e ao diferente, às vezes pela positiva, outras pela negativa”, sublinha António Saraiva. “Acredito que [essas situações] existam, mas há realidades [a necessidade de melhorar a conciliação trabalho – família] que são inexoráveis e, cedo ou tarde, temos de nos adaptar“, frisa o representante do patronato.

 

A propósito dessa adaptação, o estudo divulgado esta segunda-feira dá conta do fraco “reflexo prático” deste tema no mercado de trabalho luso. “O conceito de conciliação trabalho – família foi sendo desenvolvido e redefinido por parte da academia, mas estes desenvolvimentos ainda não encontraram reflexo prático, generalizado e consensual, no mundo do trabalho e, mais especificamente, na sociedade portuguesa”, explica o estudo.

 

De notar que essa pobre conciliação entre as esferas em causa tem repercussões não só nos trabalhadores, mas também nas empresas e no próprio Governo. No primeiro caso, os efeitos sentem-se ao nível da saúde dos colaboradores e na “falta de tempo para apoiar os membros da família”.

 

No caso das empresas, está em causa o aumento dos gastos com a saúde dos trabalhadores, a perda de produtividade e o absentismo. “A negação desta realidade, pelas organizações, pode até originar a perda de vantagem competitiva de uma organização, na procura e na manutenção de capital humano com talento”, reforça o estudo.

 

Já no que diz respeito ao Executivo, frisa-se o aumento da pressão sobre a Segurança Social e sobre a despesa feita com a Saúde.

 

O estudo aborda, além disso, o impacto das novas tecnologias e dos estereótipos de género nesta matéria da conciliação da vida profissional e familiar.

 

No primeiro ponto, destaca-se a problemática da constante “conexão” ao trabalho à boleia dos dispositivos móveis com acesso à Internet. Nesse âmbito, o relatório lembra que, em França, as empresas com mais de 50 trabalhadores são obrigadas a respeitar o “direito a desligar” dos emails e chamadas telefónicas depois do horário laboral. “As realidades que se desenvolvem numa determinada geografia não são necessariamente decalcáveis [cá]. Temos de estar abertos à mudança”, assinala o presidente da CIP, questionado sobre a importação desse “direito” para o mercado lusitano.

 

Mais do que estar abertos à mudança, o relatório recomenda que os parceiros sociais identifiquem “as situações e as medidas necessárias à promoção da correta utilização dos meios digitais de comunicação”.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Isabel Patrício in Eco sapo on-line

Globalização pressiona empresas e dificulta conciliação trabalho e família

18 de março de 2019

Ainda que haja mais consciência das empresas portuguesas para a necessidade de facilitar a conciliação trabalho e família, a globalização dificulta a tradução prática desses valores, diz ministro.

 

Ainda que a promoção de ferramentas que facilitem a conciliação entre as vidas profissional, familiar e pessoal comece já a ser vista, no mercado nacional, como um trunfo das empresas, no contexto do mercado globalizado há pressões que induzem a escolha de caminhos bem diferentes. O alerta foi deixado, esta segunda-feira, pelo ministro do Trabalho, na apresentação do relatório da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sobre esta matéria, que sublinha que, face à globalização e à consequente concorrência com outros mercados que não valorizam esse tipo de práticas, há “pressões crescentes” sobre as companhias lusitanas.

 

“Temos mais sensibilidade, mais recursos, uma melhor legislação, mas vivemos numa economia com uma concorrência dura, exigente. Associada à globalização e à concorrência com sociedades onde esses indicadores não são valorizados, há pressões crescentes“, sublinhou Vieira da Silva.

 

O governante aproveitou, por outro lado, para notar que as dificuldades na conciliação das esferas referidas limita o potencial de criação de riqueza e bem-estar das economias, “contraindo o próprio potencial da população ativa”. Isto porque, como enfatiza o próprio estudo, a fraca conciliação trabalho e família pode fazer aumentar o absentismo e consequentemente pressionar a produtividade das empresas.

 

Depois de ter reforçado que Portugal está entre os cinco países da União Europeia com uma melhor rede de apoio à primeira infância, o governante salientou, além disso, que a conciliação em causa não passa, apenas, pela parentalidade, mas também pelo cuidado aos ascendentes. “Conciliação não é apenas a questão da parentalidade. É a possibilidade de acompanhar os dependentes em situações críticas, é a possibilidade de acompanhar um ascendente em situação aguda”, defendeu o ministro.

 

Vieira da Silva frisou também que a flexibilização horária — uma das medidas recomendadas pelo estudo apresentado esta segunda-feira — não é uma solução definitiva, dependendo o seu sucesso da negociação entre patrões e trabalhadores.

 

“A conciliação é urgente se queremos manter as nossas sociedades capazes de criar valor, riqueza e de serem competitivas”, rematou o responsável pela pasta do Trabalho.

 

O relatório em causa conclui que, apesar de já se registarem algumas práticas positivas no sentido da promoção deste tipo de conciliação, permanecem alguns inibidores à sua adesão. “Apesar da legislação laboral, em Portugal, prever situações que incentivam à conciliação e, apesar de certas empresas oferecerem medidas de conciliação, não é totalmente certo que os colaboradores as utilizem com frequência. Há um conjunto de situações, devidamente descritas na literatura académica e referida nas entrevistas às empresas, que funcionam como inibidores e barreiras à utilização de medidas de conciliação pelos colaboradores”, salienta o relatório, referindo-se à falta de conhecimento sobre a legislação em vigor e sobre as ferramentas oferecidas pelos empregadores, à resistência sentida no seio das empresas, ao receio das repercussões de chefias e colegas nomeadamente da perda de oportunidades de progressão na carreira e, no limite, da perda do próprio emprego.

 

Sobre este tema, recorde-se ainda que, em dezembro do ano passado, o Ministério do Trabalho, em parceria com o Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa, anunciou o programa “3 em linha”, que prevê o alargamento da licença parental inicial exclusiva do pai de 15 para 20 dias.

 

A propósito, segundo disse Vieira da Silva esta segunda-feira, na última década, a possibilidade de partilha da licença parental fez saltar de menos de 1% para cerca de 37% os pais que decidem participar nas licenças em causa.

 

Fonte:Isabel Patrício in Eco sapo on-line

Robôs vão roubar trabalhos? Tem havido “alguma precipitação nas previsões”, diz Vieira da Silva

11 de março de 2019

Os avanços tecnológicos vão mudar o mercado de trabalho, mas a par da destruição de algumas profissões, também surgirão oportunidades. Vieira da Silva diz que tem havido "precipitação" no alarme.

 

Ainda que reconheça que as tecnologias já estão a provocar mudanças no mercado do trabalho, o ministro do Trabalho e da Segurança Social faz questão de sublinhar que tem havido “alguma precipitação” nas previsões que antecipam a eliminação do emprego. Esta segunda-feira, na apresentação do relatório “Trabalhar para o futuro do trabalho”, Vieira da Silva defendeu ainda que a aprendizagem ao longo da vida é a “maior revolução do ponto de vista das políticas públicas” provocada por esses avanços tecnológicos.

 

No estudo em causa, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) identifica dez medidas que devem ser tomadas pelos Governos para proteger os trabalhadores face à robotização, aos novos desafios demográficos e às alterações climáticas. Nessa lista, surge em primeiro lugar a necessidade de reconhecer o direito à aprendizagem ao longo da vida para melhorar as competências dos trabalhadores e permitir o desenvolvimento de novas competências.

 

Esta segunda-feira, Vieira da Silva escolheu esse ponto como prioridade para a sociedade lusa, tendo em conta “o défice de qualificações em comparação com os países” com os quais Portugal concorre. “A aprendizagem ao longo da vida só se constrói, se a educação for concebida, desde o início, como uma banda larga e não no sentido de ultra especialização“, assinalou o ministro.

 

Deste modo, o governante reforçou que as escolas e as universidades não podem ser apenas espaços para “completar” a etapa formativa inicial, mas lugares aos quais se regressa para facilitar estas transições provocadas pelos avanços tecnológicos. “Que as nossas escolas e universidades não sejam apenas o espaço onde se completa uma formação universal, mas um espaço onde se regressa para facilitar estas transições”, disse.

 

Vieira da Silva deixou ainda um nota sobre a necessidade de reforçar a proteção social, nomeadamente ao nível das “formas de trabalho atípicas”, como o trabalho independente. A propósito, o político sublinhou que no início do ano a Segurança Social sofreu uma mudança considerável nesse regime que resultou, precisamente, no reforço da proteção desses trabalhadores.

 

O ministro salientou, além disso, a necessidade de mitigar as desigualdades entre géneros, considerando que há uma potencial “reserva de recursos humanos” na população feminina que “pode ser mobilizada para responder aos desafios demográficos”.

 

Sobre o mercado de trabalho lusitano, o ministro acrescentou: “Em Portugal, se comparamos o emprego de 2008 e o emprego de 2018, verificamos que o emprego global é ainda inferior ao de 2008, mas o trabalho de conta de outrem já é mais alto. A profecia da eliminação do trabalho por conta outrem é um bocadinho exagerada“. Vieira da Silva enfatizou que tanto o trabalho independente como o por conta de outrem estão sujeito a destruição e criação, daí que note “alguma precipitação” nas previsões que antecipam a eliminação do emprego.

 

Não imaginamos um futuro sem trabalho nem sem tecnologia”, corroborou esta ideia Rebeca Grynspan, membro da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho. A responsável considerou, do mesmo modo, “alarmistas” os dados que deixam antever o desaparecimento do emprego e rematou: “A nossa preocupação não é com o trabalho, é com o acesso às oportunidades. Há um skills mismatch”. Grynspan referia-se à desadequação das competências dos atuais trabalhadores relativamente às reais necessidades dos trabalhadores.

 

Também a propósito da aprendizagem ao longo da vida, Rebeca Grynspan disse: “O direito à aprendizagem contínua durante toda a vida não é nada mais que o alargamento ao direito à educação e permite aos trabalhadores reintegrarem-se neste mundo em mudança”.

 

A responsável concluiu: “A primeira revolução industrial duplicou a nossa esperança de vida. Porque é que tem de ser diferente desta vez? Esta revolução industrial promete um sem fim de coisas boas. O potencial da tecnologia é infinito, mas não podemos concretiza-lo sem a vontade firme de todos. A revolução tecnológica não depende da máquina, depende de nós, da nossa ambição”.

 

No relatório em causa, a OIT identifica a inteligência artificial, a automação e a robótica como principais causas da eliminação de postos de trabalho para humanos, mas sublinha que essas mesmas “forças” vão criar novas oportunidades.

 

Fonte: Isabel Patrício in Eco sapo on-line

São profissões invulgares, escassas e improváveis. Pagam até 3 mil euros

9 de março de 2019

Têm tanto de improvável como de bem pagas. O ECO foi à procura das profissões mais invulgares e descobriu que os salários de algumas podem atingir os três mil euros por mês.

 

Ainda que não estejamos a falar de mediadores entre máquinas e humanos ou de advogados especializados nos direitos dos robôs, há profissões que já existem há vários anos e que não deixam, contudo, de poder ser consideradas uma espécie de profissões do futuro. Isto porque a procura é muito superior à oferta e, por isso mesmo, os salários vão escalando, às vezes para mais do triplo da remuneração média mensal em Portugal.

 

Estas profissões têm, no entanto, tanto de escassas ou de bem pagas, como de improváveis. Não requerem qualquer tipo de formação superior, muitas delas apenas de um curso técnico e, em alguns casos, é a própria empresa a facultar essa formação ao colaborador.

 

Com o apoio das consultoras de recrutamento Michael Page e Manpower, o ECO fez um levantamento de dez profissões que preenchem estes requisitos: um tanto de invulgares, outro de escassas e de bem remuneradas. Para identificar este conjunto de profissões, foi tomada como referência a remuneração média mensal base nacional, que é, atualmente, de 943 euros em valores brutos.

 

Dos estivadores aos modeladores de cerâmica sanitária, passando pelos cortadores de carne ou pelos técnicos de manutenção de pesados, conheça a lista completa:

 

Talvez algumas destas profissões não lhe sejam totalmente conhecidas, o que é suportado, em parte, pela escassez de profissionais. No caso dos modeladores de cerâmica sanitária é evidente: “estamos a falar de uma profissão com grande procura e pouca oferta”, afirma Mara Martinho, consultora da Michael Page Retail. Para ter uma ideia, em Portugal, há pouco mais de duas dezenas de modeladores de cerâmica sanitária.

 

A falta de oferta no mercado de trabalho destes profissionais faz com que, quanto atingem um perfil mais sénior, os modeladores cheguem mesmo a receber três mil euros mensais. Mas na área dos moldes há mais funções que são difíceis de recrutar, como os retificadores e os operadores de bancada, por exemplo.

 

Já os cortadores de carne, por sua vez, podem chegar a receber 1.100 euros. O que acontece, normalmente, é que estes profissionais — que não têm qualquer tipo de formação superior e, na maior parte das vezes, são formados internamente, dada a sua escassez — começam por receber entre 700 e 800 euros de remuneração bruta mensal.

 

De acordo com a Michael Page, mais tarde, “com o acréscimo de funções ao nível da gestão de equipa, análise de indicadores de performance, controlo de HACCP [análise de perigos e controlo de pontos críticos] e realização de inventários”, estes profissionais — já como responsáveis por este tipo de secção — podem chegar a auferir entre os 1.000 e 1.100 euros.

 

Quase 30% das empresas reforçam o pacote salarial

“Existem algumas profissões cujas vagas, pelo contexto atual da escassez de talento, se tornam desafiantes para o mercado. Isso acontece porque são profissões que carecem de constantes atualizações técnicas. São alvo de atualizações, não só nos conhecimentos, mas também nos próprios materiais e ferramentas utilizadas”, explica Vítor Antunes, managing director da Manpower.

 

Fonte: Joana Nabais Ferreira in Eco sapo -online

Globalização: sectores tradicionais mudaram de agulha mas ainda desafinam

5 de março 2019

Têxtil e o calçado sofreram os efeitos da globalização mas deram a volta. É uma história que realça o valor da inovação como chave de sucesso. Mas há uma "malha mental" que ficou solta, avisa um sociólogo que estudou o passado recente do Vale do Ave: a redistribuição da riqueza.

 Desde a entrada da China na Organização do Comércio Mundial (2001) e do fim do Acordo Multi-Fibras (entre 1995 e 2005) a indústria do têxtil e vestuário (ITV) perdeu cem mil postos de trabalho. Esta sangria parecia dar razão aos que só apontavam defeitos à globalização económica. E esse discurso, que nunca foi verdadeiramente abandonado, voltou a ganhar força. Porquê? Porque se alimenta de questões que não foram resolvidas durante a reinvenção dos sectores tradicionais. Exemplo: a redistribuição da riqueza.

Hoje é fácil sacudir os medos do passado com os dados "macro", que mostram que a ITV e o calçado estão a renascer das cinzas. Após década e meia de travessia do deserto, estes sectores recuperaram em indicadores fundamentais.

 Nas exportações, em 2018, venderam mais ao exterior do que vendiam em 2000, ano em que ainda havia barreiras e quotas a proteger as vendas de Portugal. No emprego, estes sectores têm vindo a recuperar desde 2011 (no caso do calçado) e desde 2014 (no caso do têxtil e vestuário). No volume de negócios, a indústria têxtil e vestuário (ITV) ainda não regressou aos níveis de 1999 ou 2000, mas desde 2012 está numa rota de aproximação a esses valores. Dir-se-ia que o “diabo” chegou, mas foi-se embora – ainda que muitos tenham comido o pão que ele amassou.

 

As chaves desta recuperação são conhecidas: inovação de processos e de produto; desenvolvimento tecnológico e maior agilidade; empresas mais organizadas (e mais pequenas também), “com a intuição e a experiência dos empresários da velha guarda aliada ao saber técnico de gestores e engenheiros da nova geração”, como de resto o PÚBLICO deu conta num exaustivo trabalho publicado em 2014, ano que marcou o fim da destruição de emprego na ITV.

Neste caminho, duas indústrias tradicionais souberam encontrar soluções para gerar mais valor. Cortaram no lead time (tempo de entrega), recuperando encomendas. Conquistaram novas fatias de um mercado geograficamente globalizado com uma aposta na qualidade. Aliaram investigação e produção, passando da mão-de-obra intensiva para a tecnologia intensiva e agora fornecendo as nossas casas, as nossas roupas, mas também outros clientes que antes estavam longe, como a aeronáutica ou o sector automóvel.

Não havia outro caminho?

“A necessidade aguça o engenho”, resume Alberto Castro, professor da Faculdade de Economia e Gestão da Católica-Porto e com um amplo currículo que se cruza com a história do sector do calçado em Portugal.

 “Desde o início dos anos 90 que o calçado tinha definido a concorrência em plano internacional como um pilar dos planos estratégicos para o sector”, recorda. Consequentemente, os apoios que a indústria pedia “eram formulados numa lógica de olhar para a frente e não numa lógica defensiva”. Mesmo assim, de 2000 a 2009, a contracção na indústria foi forte, quer ao nível do emprego quer nas vendas.

 Porém, o ajustamento foi mais devastador nos têxteis. Os efeitos foram particularmente notórios no Vale do Ave, coração desta indústria que viu as exportações caírem de 8300 milhões em 2001 para 5800 milhões em 2009.

Foi nesse território, de repente assoberbado por um desemprego galopante, que o sociólogo Esser Jorge mergulhou para uma tese de mestrado que acabaria por editar em livro com o título Fabricados na fábrica, Uma narrativa operária no século XXI (Húmus, 2011).

Saiba mais aqui: 

Fonte: Victor Ferreira in Público

Desemprego na UE cai em Janeiro para valor mais baixo dos registos do Eurostat

1 de março 2019

A taxa de desemprego na UE recuou em Janeiro para 6,5%, mas há realidades distintas: dos 2,1% da República Checa e dos 3,2% da Alemanha aos 18,5% da Grécia e 14,1% de Espanha.

A taxa de desemprego na União Europeia recuou em Janeiro para 6,5%, face aos 6,6% de Dezembro e 7,2% na comparação homóloga, atingindo o valor mais baixo desde que o Eurostat começou a publicar os dados mensalmente, em 2000.

Os dados hoje divulgados pelo gabinete oficial de estatísticas da UE revelam ainda que, na zona euro, a taxa de desemprego foi de 7,8% no primeiro mês do ano, estável face a Dezembro de 2018, mas abaixo dos 8,6% registados no período homólogo (Janeiro do ano passado), permanecendo assim no valor mais baixo desde Outubro de 2008.

Em Portugal, a taxa de desemprego foi de 6,7% - uma subida de uma décima na variação mensal (em Dezembro de 2018 foi de 6,6%), mas mais de um ponto percentual abaixo do valor registado um ano antes (7,8%) -, um valor que fica assim ligeiramente acima da média da UE a 28, mas abaixo da média no espaço da moeda única.

De acordo com o gabinete estatístico da UE, em Janeiro de 2019 as menores taxas de desemprego observaram-se na República Checa (2,1%) e na Alemanha (3,2%), enquanto as mais elevadas foram registadas na Grécia (18,5%, dados de Novembro de 2018), Espanha (14,1%) e Itália (10,5%).

Na variação homóloga, as taxas de desemprego recuaram em todos os Estados-membros à excepção de Dinamarca e Malta, onde se mantiveram estáveis, tendo as maiores quedas ocorrido em Chipre (de 10,1% para 7,4%) e Grécia (de 21,1% para os 18,5% entre os meses de Novembro de 2017 e 2018).

 

Fonte: Lusa in Público

Salário igual para trabalho igual? Governo lança linha de 900 mil euros para apoiar empresas

28 de fevereiro 2019

Uma semana depois de ter entrado em vigor a nova lei da igualdade salarial entre géneros, o Governo dá uma mãozinha às empresas na concretização das novas regras com uma linha de financiamento.

 

Uma semana depois de ter entrado em vigor a nova lei da igualdade remuneratória entre géneros, o Executivo de António Costa lança uma linha de financiamento de 900 mil euros para “apoiar as empresas na implementação de sistemas de avaliação” das competências dos seus trabalhadores, com base nas quais se deverão fixar os salários. Ao ECO, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade explica que se podem candidatar a esta linha os parceiros sociais que promovam a aplicação desses instrumentos num, ou em vários, setores de atividade.

 

“Para impulsionar a mudança que a lei promove e apoiar as empresas nesse caminho, estamos a desenvolver ações complementares à legislação e que visam dar às empresas instrumentos que as ajudem a percorrê-lo mais depressa. Neste contexto, refiro a linha de financiamento de 900 mil euros que vamos abrir dia 28 de fevereiro no âmbito do EEAGrants e que está diretamente alinhada com a lei”, sublinha Rosa Monteiro.

 

A EEAGrants é um mecanismo financeiro criado pela Islândia, pelo Liechtenstein e pela Noruega para reduzir as disparidades sociais e económicas no continente europeu. Esta nova linha de financiamento enquadra-se no já existente Programa Conciliação e Igualdade de Género, cujos objetivos são promover a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal, a luta contra a violência doméstica e de género e a boa governança.

 

“O objetivo é apoiar as empresas na implementação dos sistemas de avaliação em que a lei assenta, visando candidaturas de parceiros sociais que promovam essa implementação num ou vários dos respetivos setores de atividade“, reforça a secretária de Estado.

Em causa estão os processos que avaliam as funções desempenhadas pelos trabalhadores, tendo em conta as componentes, as competências e as responsabilidades dos postos de trabalho, a partir do qual os salários devem ser fixados. O estabelecimento destes sistemas é particularmente relevante já que, ao abrigo da nova lei, as empresas têm de ser transparentes nas remunerações atribuídas, que devem ser sustentadas por critérios objetivos e, claro, não discriminatórios.

“As empresas vão passar a ter de demonstrar, seja junto da inspeção de trabalho, seja junto da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), seja junto dos seus trabalhadores, seja ainda junto dos tribunais, que os salários que praticam são fixados de acordo com critérios objetivos como sejam os que decorrem do mérito, produtividade, assiduidade ou antiguidade”, já tinha adiantado ao ECO o secretário de Estado do Emprego.

No que diz respeito a esta nova linha de financiamento, será dada preferência aos parceiros sociais, embora também se possam candidatar empresas em nome próprio. A seleção será orientada sobretudo por estes dois critérios: a abrangência dos sistemas de avaliação e a diversidade dos aspetos incluídos nessa metodologia de análise. Os interessados têm até 2 de maio para apresentarem as suas candidaturas, que deverão ser feitas através da plataforma digital da EEAGrants.

 

“Esperamos com esta lei fomentar uma verdadeira transformação na forma com as políticas remuneratórias são desenvolvidas nas organizações de trabalho”, acrescenta ainda Rosa Monteiro, em declarações ao ECO. Além de tornar obrigatória a transparência salarial, o decreto-lei nº60/2018 dá novas competências à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e à CITE, que passam a emitir pareceres vinculativos nos casos de discriminação remuneratória. Está também prevista a publicação de dois relatórios sobre esta matéria: um a nível setorial, ainda este semestre, e um a nível empresarial, no próximo ano.

 

Fonte: Isabel Patrício in Eco-Online

Desemprego atingiu novo mínimo de 2002 no final do ano. Subiu para 6,7% em janeiro

28 de fevereiro 2019

De acordo com a estimativa provisória do INE, a taxa de desemprego situou-se em 6,7%, no primeiro mês deste ano. Fechou 2018 em mínimos de 2002.

A taxa de desemprego subiu para 6,7%, no primeiro mês do ano, mantendo-se ainda assim em mínimos de 2002. Isto de acordo com a estimativa provisória publicada, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de dezembro foi revista em baixa nos 6,6%.

 

Os dados publicados esta manhã pelo INE mostram uma subida da taxa de desemprego de 0,1 pontos percentuais (p.p) em janeiro face ao mês anterior, fixando-se nos 6,7%. Em dezembro, a taxa situou-se nos 6,6%, valor que foi revisto em baixa em 0,1 p.p. face à estimativa provisória que tinha sido divulgada. Estes 6,6% representam, por sua vez, uma descida de 0,1 p.p. em relação à taxa registada em novembro de 2018 e de 1,3 p.p. face ao mesmo mês do ano anterior. No último mês de 2018, 344,3 mil pessoas estavam desempregadas, o que equivale a um recuo de 0,4% face a novembro e de 15,9% em termos homólogos.

Em janeiro, o INE estima que 347,9 mil pessoas tenham estado desempregadas, o que reflete uma subida de 1% face a dezembro e de 1,4% relativamente aos três meses anteriores. Face ao mesmo mês de 2018, registou-se, contudo, uma redução de 14%.

Já a taxa de desemprego dos jovens recuou, em janeiro, 0,3 p.p. para 17,8%, o valor mais baixo desde de 2003.

“Em dezembro de 2018, a população empregada foi estimada em 4.841,8 mil pessoas, tendo aumentado 0,4% (18,4 mil) em relação ao mês anterior (novembro de 2018), 0,5% (24,2 mil) em relação a três meses antes (setembro de 2018) e 1,5% (71,7 mil) em comparação com o mesmo mês de 2017“, sublinha, por outro lado, o INE, no destaque publicado esta quinta-feira.

O instituto estima que, em janeiro, o número de pessoas empregadas tenha subido para 4.849,3 mil pessoas, o que representa uma subida de 0,2% em relação a dezembro, 0,5% em relação aos três meses anteriores e 1,5% em termos homólogos.

 

Fonte: Isabel Patrício in Eco-Online

Quase metade dos desempregados não ganha subsídio

25 de fevereiro 2019

Em janeiro, mais de 164 mil pessoas sem trabalho não recebia qualquer tipo de prestação, número está a baixar.

 

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) está a descer desde 2014, mas ainda há muitos milhares que não recebem qualquer tipo de prestação. Em janeiro, 164.014 pessoas estavam sem trabalho e sem subsídio. Os dados mensais do IEFP divulgados na semana passada indicam que estavam inscritos 350.772 desempregados e destes quase 47% não recebiam subsídio. O JN/Dinheiro Vivo cruzou estes dados com os da Segurança Social, também referentes a janeiro, e verifica-se que foi assegurado o pagamento desta prestação a 186.758 pessoas.

 

Mesmo assim, o valor é mais baixo do que em janeiro de 2018 quando quase 54% dos desempregados não recebia o subsídio de desemprego, que inclui as várias prestações criadas para apoiar as pessoas com maior dificuldade em regressarem ao mercado de trabalho.

 

A proporção de trabalhadores sem emprego e sem este tipo de prestação tem vindo a baixar nos últimos anos e, analisando os dados até 2009, verifica-se que nem foi durante o pico da crise económica (2012 e 2013) que se registou uma taxa de cobertura mais baixa. O pior janeiro dos últimos dez anos foi em 2017, quando a economia estava em franca recuperação. Nessa altura mais de 55% dos desempregados estavam sem apoio.

 

As sucessivas alterações nos critérios de acesso e de manutenção do subsídio de desemprego explicam parte do aumento do número de desempregados sem subsídio, que subiu de 38,1% em janeiro de 2009 para 46,8% no mesmo mês deste ano. Para esta evolução conta, por exemplo, o facto de a prestação poder ser paga durante 26 meses e não os 18 que foram definidos a partir de 2012.

 

Para a redução do número de pessoas sem subsídio de desemprego contribuíram as prestações criadas entretanto, como a medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração, que começou a ser paga em julho de 2016. Em janeiro, mais de 2200 pessoas estavam a receber esta prestação.

 

Os dados da Segurança Social mostram ainda que o valor médio do subsídio de desemprego em janeiro foi de 486,20 euros, uma descida superior a dez euros face a dezembro do ano passado, mas mais 4,62 euros do que em janeiro de 2018.

 

Casais desempregados

 

No final de janeiro existiam mais de 6700 famílias em que os dois elementos do casal estavam numa situação de desemprego. Comparando com o mesmo mês de 2018, há uma redução superior a 23%, o que corresponde a menos 2071 casais. Já em relação a dezembro do ano passado, houve um aumento de 3,6%.

 

De acordo com a informação disponibilizada pelo IEFP, 45% dos desempregados inscritos nos centros de emprego eram casados ou viviam em união de facto, o que corresponde a 145.970 pessoas.

 

 

Fonte: Paulo Ribeiro Pinto in Jornal de Notícias

Como os têxteis e o calçado ainda dão cartas

24 de fevereiro 2019

Juntas, as fileiras têxtil e do calçado empregam 180 mil pessoas, exportam €7 mil milhões e apresentam um saldo positivo de €2,5 mil milhões na balança comercial portuguesa. São apenas três números, mas ajudam a apresentar o sector com maior potencial para criar emprego em Portugal, como mostra uma análise publicada pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia.

 

“Cada milhão de dólares de crescimento na procura final de têxteis, couro e calçado tem potencial para gerar 20,3 novos empregos, o que é o valor mais alto da indústria transformadora portuguesa”, mostra o estudo “Cadeias de Valor Global e Especialização Vertical: o caso das exportações portuguesas de têxteis, couro e calçado”.

 

O estudo de Tiago Domingues, técnico superior do GEE (Direção de Serviços de Acompanhamento da Economia Portuguesa), coloca no extremo oposto o sector petrolífero, que apresenta um potencial de criação de 2,2 novos postos de trabalho por cada milhão de dólares de aumento da procura. Sustenta que mais do que comparar stocks de importação e exportação entre países, importa analisar o valor acrescentado. E na explicação volta a remeter para os têxteis e o petróleo: se Portugal exporta produtos petrolíferos, o valor acrescentado bruto é quase nulo e prende-se com a refinação de crude. Já nos têxteis, temos 30 cêntimos de importações para cada euro produzido.

 

Estes números são de 2014, mas mostram claramente o peso da fileira do têxtil e calçado na economia nacional: “O sector é mais relevante na economia portuguesa do que em qualquer outro país da zona euro em temos de output, emprego e valor acrescentado, e está a recuperar relevância desde 2009”.

 

Peso versus produtividade

A análise deixa claro que o peso relativo do sector em termos de valor acrescentado em Portugal anda nos 2,4%, contra 0,6% em Espanha ou 0,28% na Alemanha. No emprego, a diferença acentua-se, passando dos 4,9% do país para 0,9% em Espanha ou 0,3% na Alemanha. Nas exportações, a percentagem lusa anda nos 8,1%, descendo para 4,4% em Espanha e 2,8% na Alemanha. Já na produtividade laboral tudo muda e Portugal fica nos 14,2%, enquanto a Alemanha chega aos 49,8% e Espanha aos 29,7%.

 

Os responsáveis da indústria têxtil e do calçado olham para estes dados com interesse, sem esquecer a trajetória dos últimos anos. O calçado somou oito recordes seguidos na exportação até aos €1,96 mil milhões de 2017 e viu o preço médio por par de sapatos na exportação triplicar, para os €23,29. Os têxteis registam crescimentos de 33% no valor acrescentado (€2,2 mil milhões) desde 2012, a par de aumentos de 50% na faturação por trabalhador (€54.744 mil) e de uma subida de 54% no preço médio da T-shirt de algodão em 10 anos, para os €23,39.

 

Mas nas duas fileiras fala-se, agora, de “uma mudança de ciclo”. Admitem-se quebras depois do crescimento dos últimos anos. Em 2018, as exportações têxteis ainda aumentaram 2% (€5,3 mil milhões), enquanto o calçado caiu 2,8% (€1,9 mil milhões). A resposta passa pelo design, inovação, tecnologia, serviço ao cliente. “Hoje temos um perfil industrial diferente e podemos ver que todas as empresas que fizeram apostas nos têxteis de alta tecnicidade estão confortáveis”, diz Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. João Maia, diretor-geral da APICCAPS, associação sectorial do calçado, acrescenta: “Um produto atravessa fronteiras para que as fases do processo produtivo sejam executadas onde são mais eficientes. O caminho é cada vez mais estar envolvido em toda a cadeia global de produção e controlar as decisões que são tomadas”.

 

 

Fonte: Margarida Cardoso in Expresso

Salário já não é tudo para segurar os jovens talentos

18 de fevereiro 2019

As empresas estão em ebulição com as alterações do mercado de trabalho. Precisam de recrutar jovens talentos e reter esses recursos, mas as novas gerações estão pouco dispostas a fazer carreira.

 

"Há mais oferta de emprego e esses jovens estão muito disponíveis para mudar, têm mais vontade em colecionar experiências do que em ter uma carreira estável, com uma progressão natural", sublinha Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, subsidiária do grupo internacional de consultoria de recursos humanos. "São pouco carreiristas" e o valor do salário só por si já não é fator de atração.

 

Esta tendência reflete-se de forma expressiva na rotação dos jovens qualificados dentro das empresas. "É um problema. No setor dos serviços há áreas em que a taxa de rotação está nos 18%", quando o "normal e saudável é um máximo de 8%", alerta. Com base nesta realidade, Diogo Alarcão não tem dúvidas em afirmar: "Há um problema de atração e retenção de talento em Portugal". Para o responsável, já passou o tempo dos salários de 800/900 euros, agora já se aproximam dos 1200 euros.

 

Setores mais ativos

 

Banca, seguros, auditoria, consultoria, farmacêutica e tecnologia são as áreas mais ativas na procura de talentos. "Há uma pressão das empresas para dar resposta aos planos de crescimento e investimento", que esbarra na pouca oferta de recursos qualificados. Por isso, "cada vez mais as empresas vão às universidades logo nos primeiros anos dos cursos", mas ainda assim há todo um paradigma para mudar.

 

Diogo Alarcão frisa que é essencial as empresas "investirem muito mais no recrutamento e na gestão dos recursos humanos", até porque cada vez que sai um colaborador a empregadora está a desperdiçar valor.

 

Mas o que querem estes jovens? Segundo Diogo Alarcão, as novas gerações valorizam matérias como o bem-estar, integração da vida profissional e pessoal, mobilidade nas funções, comunicação digital, flexibilidade de horário e bolsa de benefícios. Por exemplo, para a maioria dos jovens, a saúde e o bem-estar é um requisito mais importante do que a carreira, mas grande parte dos empregadores continua a não responder adequadamente a esses propósitos.

 

Diogo Alarcão não tem dúvidas que também os espaços de trabalho no setor dos serviços terão de se alterar. Os jovens querem praticar exercício físico, ter serviços para apoiar o seu dia-a-dia, participar em eventos de networking, auferir de uma boa rede de transportes públicos nas proximidades e querem que lhes falem na linguagem com que nasceram, a digital.

 

 

Afinal eles querem um emprego para a vida

23 de fevereiro 2019

 

s empresas passaram as últimas duas décadas a preparar-se para atrair, reter uma geração de profissionais com uma visão de carreira disruptiva em relação às anteriores, os millennials. Profissionais que provaram que o mundo é um espaço de múltiplas oportunidades, dispostos a arriscar, ambiciosos, focados na carreira, adeptos da flexibilidade e sedentos de experiência. Anos de investigação e teorias de gestão que podem cair por terra. Há uma nova geração de profissionais a entrar no mercado de trabalho, os pós-millennials ou geração Z. Uma geração que cresceu com a crise, que é cautelosa na gestão da sua carreira e que marca uma rutura com a geração anterior. Esta é a geração que pode fazer regressar o culto do emprego para a vida.

 

Os primeiros estudos sobre os pós-millennials (nascidos entre 1997 e 2012), realizados quando os pioneiros desta geração ainda estavam na universidade, chegaram a apontar para um posicionamento face ao emprego em linha com o dos millennials. A entrada dos primeiros Z nas empresas provou que as previsões estavam afinal erradas. Um estudo da Associação Americana de Consultores Certificados (ACCA) defende que no que toca ao emprego esta geração quer “segurança, planos de carreira e um escritório físico para trabalhar”. Por outras palavras, enquanto os millennials estavam formatados para mudar de emprego a cada dois anos, os profissionais da geração Z permanecerão na mesma empresa toda a vida, desde que esta garanta um processo atrativo de progressão e formação e um ambiente de trabalho inclusivo.

 

Parece estranho vindo de uma geração que é a primeira nativa digital, que já nasceu na era da internet e não vive sem tecnologia, mas são várias as estatísticas a apontar nesta direção. Consultoras como a Accenture e a EY têm procurado analisar as ambições de carreira dos profissionais que estão agora a chegar às suas equipas. Das suas análises conclui-se que esta é uma geração que atribui grande relevância ao potencial de valorização e progressão que tem na empresa. Se a empresa apostar neles, a relação será duradoura porque preferem vínculos estáveis a rotações aceleradas na carreira. Os dados compilados pela plataforma de recrutamento Glassdoor apontam na mesma direção e ajudam a traçar o perfil desta geração e o seu posicionamento na carreira (ver caixa). E há aspetos curiosos como o facto de passarem mais de dez horas por dia online, mas não dispensarem o contacto humano em contextos profissionais.

 

Mas o que justifica esta mudança de paradigma? Para os especialistas ouvidos pelo Expresso a justificação é simples. Enquanto os millennials cresceram em tempos de prosperidade e oportunidades, “os Z são a geração que cresceu durante a recessão global, que viu os pais perderem o emprego, que viveu momentos de grande instabilidade e insegurança. Por isso, valorizam muito a estabilidade profissional e a segurança financeira”, explica Paula Baptista, diretora-geral da consultora de recrutamento Hays.

 

Profissionais mais leais?

A especialista reconhece que ainda é cedo para traçar cenários mais realistas sobre esta matéria, mas admite que “a nova geração de profissionais que agora está a entrar no mercado, pode marcar um regresso à lógica de emprego para a vida”. Paula Baptista chama contudo a atenção para o facto de estas relações de longo prazo com as empresas não poderem ser entendidas como um sinal de conformismo ou acomodação por parte desta geração. “Enquanto com os millennials a perspetiva era para que mudassem 15 vezes de emprego ao longo da vida, os Z mudarão no máximo cinco, mas a sua relação de longo prazo com a empresa não significa ficar a vida toda na mesma função, nem estagnar profissionalmente”, explica.

 

Pedro Borges Caroço, diretor executivo (executive manager) da Michael Page, corrobora acrescentando que para reter esta geração e aproveitar o seu potencial as empresas terão, mais do que nunca, de definir políticas de desenvolvimento muito atrativas, com grande foco na progressão e na formação permanente. E se é verdade que esta mudança de paradigma coloca as empresas perante a necessidade de redefinir as suas políticas de gestão e de compatibilizar diferentes gerações, com diferentes aspirações de carreira dentro da organização, não é menos verdade que num contexto de escassez de talento ter uma geração de profissionais disponível para assumir compromissos profissionais duradouros, é oportunidade que nenhuma empresa quererá desperdiçar. Até porque, defende o especialista da Michael Page, “era incomportável para as empresas que a próxima geração de profissionais tivesse o mesmo nível de inconstância que os millennials”. Pedro Borges Caroço recorda que nos últimos anos as empresas fizeram grandes esforços para se adaptar a uma geração muito inconstante, com grande necessidade de mudança e flexibilidade que, “em muitos casos não perdura nos projetos tempo suficiente para saber se teria mais a aprender ou não”. O especialista da Hays defende que, a confirmar-se esta mudança de paradigma, “as empresas ganharão muito em matéria de estabilidade das suas políticas de gestão”.

 

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Ter emprego não garante condições de vida dignas, conclui relatório preocupante

13 de fevereiro 2019

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera que ter emprego não é garantia de ter condições de vida dignas, pois em 2018 a maioria dos 3.300 milhões de empregados no mundo não tinha bem estar material nem segurança económica

Segundo um relatório que a OIT apresenta esta quarta-feira em Genebra, esta situação decorre do facto de muitos trabalhadores terem de aceitar postos de trabalho que não correspondem ao padrão de trabalho digno, muitos deles precários, mal remunerados e sem proteção social ou direitos laborais.

 

A OIT refere ainda, como indício de má qualidade de muitos empregos, que em 2018 cerca de um quarto dos trabalhadores viviam em situação de pobreza extrema ou moderada.

 

No relatório, a OIT considera que "o progresso na redução do desemprego a nível mundial não se refletiu na melhoria da qualidade do emprego", o que torna irrealista a meta de trabalho digno para todas as pessoas, enquanto base do desenvolvimento sustentável.

 

O documento salienta ainda a falta de progresso quanto às diferenças entre mulheres e homens no acesso ao emprego. A nível mundial, apenas 48% das mulheres fazem parte da população ativa em comparação com 75% dos homens. As mulheres também estão em maioria na situação de subemprego. Para a OIT, esta diferença percentual é alarmante e, por isso, defendeu a necessidade de medidas políticas para a reduzir.

 

Continua a ser uma preocupação para a OIT que um em cada cinco jovens com menos de 25 anos não trabalhe, não estude, nem esteja em formação, comprometendo as suas perspetivas futuras de emprego.

 

O relatório salienta, no entanto, alguns sinais positivos no mercado laboral, prevendo que o desemprego continue a diminuir em muitos países, se se evitar uma desaceleração significativa da economia.

 

Reconheceu também que se registou uma grande diminuição da pobreza no trabalho nos últimos 30 anos, especialmente em países de rendimento médio e um aumento no número de pessoas com formação escolar e/ou profissional.

 

Cem anos após a sua fundação, a OIT reafirma neste relatório, sobre as "Perspetivas Sociais e do Emprego no Mundo", a sua intenção de ajudar a solucionar os problemas detetados e de promover um debate fundamentado sobre as recomendações da Comissão Mundial sobre o Futuro do Trabalho.

 

 

Fonte:Lusa e Visão

Criação de emprego não consegue travar subida de 14,1% do desemprego entre os licenciados

7 de fevereiro 2019

O ano de 2018 chegou ao fim com sinais contraditórios quanto à evolução do mercado de trabalho. Em contraciclo com a redução generalizada do número de pessoas desempregadas, o desemprego entre os licenciados aumentou 14,1% face último trimestre de 2017. Apesar deste resultado, o último trimestre do ano passado também ficou marcado por um crescimento expressivo do emprego e da população activa com qualificação superior que, por enquanto, ainda não consegue ser totalmente absorvida pelas empresas.

 

João Cerejeira, economista e professor na Universidade do Minho, e Francisco Madelino, antigo presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional, avançam com algumas explicações para esta aparente contradição. Por um lado, o abrandamento da emigração e a entrada de mais de 100 mil licenciados na população activa.

 

De acordo com os números divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego estabilizou em 6,7% no quarto trimestre de 2018 e a população desempregada recuou perto de 73 mil pessoas face ao período homólogo (para 462.800 pessoas). Nesse período, a redução do desemprego foi transversal a todos os grupos da população, excepto entre os licenciados onde se verificou um aumento de 14,1%, correspondente a mais 11 mil pessoas (totalizando 89 mil licenciados desempregados).

 

Ao mesmo tempo, o número de pessoas qualificadas a entrar na população activa teve um incremento de 101.300 e, destas, 90.300 conseguiram lugar no mercado de trabalho.

 

Este crescimento da população activa, adianta Cerejeira, “pode ser o resultado de um abrandamento da emigração de licenciados, que ficam em Portugal como desempregados”. “O abrandamento da economia britânica, associada ao 'Brexit', pode estar por detrás disto”, afirma, acrescentando que outra possível explicação prende-se com os imigrantes com elevado nível de qualificação que nos últimos tempos têm chegado a Portugal, nomeadamente os vindos do Brasil.

 

O economista rejeita que o aumento do desemprego entre as pessoas com ensino superior seja o resultado da incapacidade da economia criar emprego qualificado. Essa ideia, nota Cerejeira, não tem tradução nos números agora divulgados, uma vez que “o crescimento do emprego é maior quanto maior o nível de escolaridade”. Olhando para a evolução homóloga, o emprego para trabalhadores com o ensino básico recuou 3,7% e cresceu 5,5% no ensino secundário e 7,2% nas qualificações superiores.

 

“Apesar de tudo, houve um crescimento expressivo quer do emprego quer da população activa com formação superior”, destaca o economista.

 

Também Francisco Madelino rejeita que haja aqui um problema estrutural, até porque, lembra, “a população activa é cada vez mais constituída por licenciados” e o emprego neste segmento está a crescer acima da média. O também economista acredita que estes números são já uma consequência do “Brexit” e da emergência de nacionalismos na Europa, o que cria um ambiente “menos favorável” à saída de pessoas qualificadas para o estrangeiro. Resultado, o contingente da população activa aumenta e é preciso dar tempo para que as pessoas encontrem lugar num mercado de trabalho que também dá sinais de estar a atingir o seu limite.

 

Emprego cresce, mas a um ritmo mais lento

Com a economia portuguesa a dar, tal como o resto da Europa, sinais de abrandamento nos últimos meses, o número de empregos diminuiu no quarto trimestre 0,4% face ao trimestre anterior, mas ainda assim cresceu em termos homólogos, embora o INE alerte que este indicador está em desaceleração desde o arranque de 2018.

 

Depois de ter registado um crescimento homólogo de 3,5% no final de 2017, a evolução do emprego registou um abrandamento ao longo de 2018. No primeiro trimestre o crescimento face ao período homólogo foi de 3,2%; no segundo trimestre foi de 2,4%, tendo baixado para 2,1% no terceiro trimestre e atingindo uma taxa de crescimento homóloga de 1,6% no final do ano.

 

Numa análise mais fina do comportamento do emprego é possível perceber que a subida homóloga da população empregada ficou a dever-se ao aumento do emprego nos homens e nas mulheres, nas pessoas com 45 a 64 anos, que completaram o ensino superior e empregadas no sector dos serviços. Em termos percentuais, é de destacar o aumento de 13,7% da população empregada com 65 e mais anos, enquanto nas faixas dos 25 aos 44 anos houve um recuo.

 

A maioria da população que trabalha por conta de outrem tem contrato sem termo, um vínculo que teve um acréscimo homólogo de 1,5%. Os contratos a termo, recuaram 1,1% para 733.900 pessoas, mas em contrapartida os outros tipos de contrato - onde estão incluídos os trabalhadores a recibo verde - aumentaram 6,1% para 155.100 pessoas.

 

Fonte: Raquel Martins in Público

A era da descida rápida do desemprego já chegou ao seu fim?

7 de fevereiro 2019

São já três, os trimestres consecutivos em que a taxa de desemprego nem sobe, nem desce, dando força à possibilidade de, ao fim de cinco anos de fortes melhorias no mercado de trabalho, se estar agora a chegar ao limite daquilo que a economia portuguesa, com a sua actual estrutura, pode fazer para reduzir ainda mais o desemprego.

A taxa de desemprego de 6,7% anunciada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira para o quarto trimestre do ano passado foi exactamente a mesma que já se tinha verificado no segundo e terceiro trimestres de 2018. Antes disso tinha-se assistido a um período, iniciado no primeiro trimestre de 2013, em que este indicador caiu, de forma quase ininterrupta, do máximo de 17,5% até aos 6,7% actuais. O número de desempregados caiu 62,3% ou 577 mil pessoas.

Agora, a dúvida está criada: vamos voltar à tendência de descida forte do desemprego a que se assistiu entre 2013 e 2018, ou os últimos três trimestres são o início de um período de estagnação? O Governo, e diversas outras entidades, prevêem que o desemprego continue a descer nos próximos anos, a um ritmo mais moderado e a verdade é que há alguns motivos para pensar que será mais difícil nos próximos trimestres voltar a uma tendência de descida da taxa de desemprego tão acentuada.

Um desses motivos está na chamada taxa natural de desemprego. Este indicador é calculado com o objectivo de medir qual a taxa de desemprego que, numa determinada economia, não gera pressões inflacionistas, assumindo-se que, a cada momento, é normal esperar-se que a taxa de desemprego real possa caminhar para esse ponto de equilíbrio. No caso português, os cálculos feitos por diversas instituições, como o Banco de Portugal ou a Comissão Europeia, apontam para que a taxa de desemprego portuguesa já esteja neste momento abaixo do seu nível natural, algo que não aconteceu até 2017.

Embora seja necessário ter cuidado em retirar conclusões definitivas de um indicador que se baseia no PIB potencial e que pode ter várias metodologias de cálculo, a passagem da taxa de desemprego real para um nível abaixo da taxa de desemprego natural pode indiciar o surgimento de condições menos favoráveis à criação de emprego no país.

Outra razão para esperar uma continuação deste período de estabilização no mercado de trabalho está no abrandamento que se espera para a economia. A zona euro está a crescer menos e Portugal dificilmente evitará este efeito de contágio. Os números do crescimento do PIB no quarto trimestre apenas serão tornados públicos pelo INE na próxima semana, mas o abrandamento do crescimento homólogo do emprego agora revelado – variação de 1,6% no quarto trimestre contra 2,1% no terceiro trimestre – pode também ser uma consequência de uma tendência de abrandamento semelhante na actividade económica. Entre o início de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, o emprego cresceu mais rapidamente do que a economia, mas a partir daí registaram taxas de variações homólogas exactamente iguais.

Neste cenário de expectativas mais fracas ao nível da redução do desemprego – que está a mínimos desde 2004, mas que ainda fica longe dos mínimos históricos perto de 4% - fica a esperança de que se passe a assistir agora a actualizações mais generosas dos salários. 

O que a ciência económica antecipa é que, quando a taxa de desemprego atinge patamares mais baixos, se regista uma pressão crescente para uma maior subida dos salários, à medida que os trabalhadores ficam com uma maior capacidade de reinvidicação junto das empresas e do Estado.

 

Salários sobem 3,7%, o valor mais alto desde 2012

Os dados revelados pelo INE esta quarta-feira parecem apontar para a ocorrência de um fenómeno desse tipo, já que os portugueses a trabalhar por conta de outrem viram, em média, o seu rendimento líquido a subir 3,7% durante o ano passado, o valor mais alto desde pelo menos 2012.

De acordo com a informação obtida através do inquérito ao emprego do quarto trimestre de 2018, o rendimento médio líquido da população empregada por conta de outrem foi, no decorrer de 2018, de 888 por mês. Face a 2017, este indicador registou uma subida de 32 euros, ou 3,7%. Em 2017, a subida tinha sido de 2% e em 2016 de 1,3%.

Esta aceleração dos salários líquidos já vinha sendo evidente nos dados publicados pelo INE trimestralmente. A variação do rendimento médio líquido tinha sido, em comparação com os períodos homólogos do ano anterior, de 3,5% no primeiro trimestre de 2018, 4,2% no segundo e de 3,5% no terceiro. Nos três últimos meses do ano passado, de acordo com a informação agora publicada, a variação foi de 3,6%. 

Para esta aceleração podem contribuir vários factores. Uma delas é o desempenho mais forte da economia, com redução da taxa de desemprego, que pode estar a contribuir para que se assista no mercado de trabalho a uma subida de salários, até aqui bastante modesta. Isso começou a ser particularmente evidente ao nível da negociação colectiva em alguns sectores e teve um efeito de base extremamente importante relacionado com a subida do salário mínimo nacional.

Para além disso, em 2018, as mudanças realizadas ao nível do IRS pelo Governo, com mudanças nos escalões, reflectiram-se no rendimento líquido recebido pelos portugueses, por via da adaptação parcial das taxas de retenção.

Por fim, as mudanças operadas ao nível da função pública, como o início do processo de descongelamento das progressões, também constituem um contributo para a aceleração do ritmo de crescimento dos rendimentos.

Fonte:Sérgio Aníbal in Público

Segurança Social lança alerta sobre novas regras dos recibos verdes

22 de janeiro 2019

Registo na Segurança Social Directa é essencial para entregar a declaração até 31 de Janeiro. Trabalhadores por conta de outrem que também passem recibos verdes têm novas obrigações se receberem mais de 1743 euros de trabalho independente

Nos últimos dias, a Segurança Social tem enviado emails e SMS aos trabalhadores independentes a alertá-los de que tem de ser registar na Segurança Social Directa, para poderem entregarem a sua declaração trimestral de rendimentos. A mensagem tem como objectivo evitar que falhem o prazo de 31 de Janeiro previsto no novo regime, mas está a gerar dúvidas junto dos trabalhadores por conta de outrem que também passam recibos verdes.

O novo regime contributivo dos recibos verdes aplica-se desde o início de Janeiro e traz novas obrigações, em particular para os trabalhadores por conta de outrem que também passam recibos verdes. Na prática, os trabalhadores nesta situação e que tiveram um rendimento relevante de recibos verdes acima de 1743 euros mensais (quatro vezes o IAS - Indexante de Apoios Sociais) no trimestre anterior terão de entregar a declaração trimestral e deixam de estar isentos de contribuições para a Segurança Social.

É o caso, por exemplo, de uma pessoa que tem um trabalho fixo e que no último trimestre de 2018 passou recibos verdes de 8000 euros (a que corresponde a um rendimento relevante de 5600 euros). Como o rendimento médio mensal é de 1866,67 euros mensais (acima dos quatro IAS), terá de pagar contribuições, mas a taxa só incidirá sobre 123,63 euros (a diferença entre os 1866,67 euros e os 1743 euros).

Já um trabalhador por conta de outrem que passe, no trimestre, um total de 5000 euros de recibos verdes não terá de apresentar declaração porque o rendimento relevante médio mensal é de 1166 euros (inferior aos 1743 euros).

Fonte: Raquel Martins in Público

11% dos jovens trabalhadores portugueses em risco de pobreza Portugal

22 de janeiro 2019

Em Portugal, 11% dos jovens que trabalham estava em risco de pobreza em 2017. Neste indicador, os jovens portugueses estão em linha com a média dos 28 Estados-membros (11%), mas ficam abaixo da média da Zona Euro (11,9%), segundo os dados do Eurostat divulgados esta terça-feira, 22 de janeiro. Um indivíduo é identificado como estando em risco de pobreza se o rendimento disponível - depois de ter em conta os apoios sociais - é menos do que 60% da média do rendimento no país.

Essa proporção caiu um ponto percentual em Portugal, passando de 12% em 2016 para 11% em 2017. Contudo, Portugal ainda está longe da proporção de 8,2% que registava em 2010, antes da crise. No caso da média da União Europeia, a queda foi de 1,1 pontos percentuais de 12,1% para 11%. O melhor desempenho é da República Checa onde apenas 1,5% dos jovens trabalhadores está em risco de pobreza, seguida da Eslováquia (3,8%) e da Finlândia (4,2%). Por outro lado, na Roménia quase um terço (28,2%) dos jovens trabalhadores está em risco de pobreza, seguido do Luxemburgo com 20% e a Dinamarca com 19,1%. Desde 2014 que a percentagem de jovens trabalhadores em risco de pobreza na União Europeia tem vindo a cair gradualmente, depois de ter atingido 12,9% no pico da crise. Na Zona Euro a tendência é semelhante.

O risco de pobreza dos jovens trabalhadores é superior ao risco de pobreza de todos os trabalhadores. Na União Europeia essa proporção era de 9,4% enquanto em Portugal era de 10,8%.

Fonte: in Correio da Manhã

“Trabalhadores precisam de maior soberania sobre o seu tempo”, diz OIT

22 de janeiro 2019

Organização Internacional do Trabalho recomenda medidas de regulação que estabeleçam um número mínimo de horas garantidas e previsíveis para os indivíduos que exercem funções através do teletrabalho 

O número de trabalhadores que trabalha horas excessivas é elevado, o que tem impacto na sua vida pessoal e no desempenho profissional. A conclusão faz parte do relatório “Work for a brighter future” publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) esta terça-feira.

“São demasiados os trabalhadores que continuam a trabalhar horas excessivas, o que lhes deixa pouco tempo livre”, refere a OIT. “Muitos trabalhadores têm que cumprir com uma longa jornada de trabalho porque a família é pobre ou porque correm o risco de cair na pobreza se reduzirem as horas de trabalho”, acrescenta.

A organização de Genebra salienta, contudo, que por outro lado existe um segmento que não têm trabalho suficiente. “Cerca de um em cada cinco trabalhadores em todo o mundo que trabalha poucas horas assinala que gostaria de trabalhar mais horas”, diz, explicando que para muitos destes trabalhadores as horas de trabalho “podem variar muito e ser imprescindíveis, sem um número garantido de horas semanais de trabalho remunerado, e com pouco ou nenhum direito a escolher quando trabalham”.

“Os trabalhadores precisam de maior soberania sobre o seu tempo. A capacidade de ter mais opções e de exercer um maior controlo sobre as horas de trabalho irá melhorar a sua saúde e bem estar, assim como o desempenho pessoal e profissional”, assinala a OIT.

Exorta ainda os governos, empregadores e trabalhadores a desenvolver acordos sobre a organização do tempo de trabalho que permita aos trabalhadores escolher os horários de trabalho, sujeitos às necessidades que tenha a empresa de uma maior flexibilidade e recomenda ainda que se adotem medidas de regulação apropriadas que estabeleçam um número mínimos de horas garantidas e previsíveis para os indivíduos que exercem funções através do teletrabalho.

Fonte: Ânia Ataíde in Jornal de Negócios

Ainda há espaço para descidas da taxa de desemprego? Sim, mas pouco

21 de janeiro 2019

Economistas ouvidos pelo Expresso apontam para uma estabilização da taxa de desemprego entre os 6% e os 6,5%

São cada vez mais os sinais de que a festa está a acabar na descida do desemprego em Portugal. Depois de quedas a pique nos últimos anos, que levaram a taxa de desemprego a recuar de uns inéditos 17,5%, no auge da crise (no início de 2013), para 6,7%, no terceiro trimestre de 2018, a tendência é agora de estabilização. É nesse sentido que apontam os economistas ouvidos pelo Expresso, depois de vários indicadores terem vindo a lançar o alerta. 

É o caso dos dados mensais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Os números relativos a dezembro de 2018, divulgados esta segunda-feira, revelam que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego — o chamado desemprego registado — voltou a aumentar face ao mês anterior (evolução em cadeia). É certo que em termos homólogos, isto é, em relação ao mesmo período de 2017, ainda se verificou uma queda acentuada, de 16%, para 339.035 pessoas. Mas, na evolução em cadeia o desemprego registado tem vindo a subir consecutivamente desde agosto de 2018, com outubro como única exceção a esta tendência de agravamento.

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso

Número de desempregados inscritos caiu 16% face a 2017

21 de janeiro 2019

Dados relativos a Dezembro mostram uma queda expressiva face ao período homólogo. IEFP contabiliza 339.035 pessoas inscritas.

 

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 16% em Dezembro de 2018, face ao período homólogo de 2017. Na variação em cadeia, os 339.035 inscritos representam um aumento de 1,2% face a Novembro de 2018.

Segundo os dados revelados nesta segunda-feira pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Dezembro de 2017 havia mais 64.736 desempregados do que em Dezembro de 2018. Para esta queda em termos homólogos, "contribuíram todos os grupos, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico", lê-se no documento divulgado pelo IEFP.

No último mês de 2018, o IEFP registou 40.791 inscrições de desempregados, sensivelmente o mesmo do de 2017, mas significativamente menos (-13.015, ou menos 24,2%) do que as novas inscrições no mês precedente.

Entre o universo de desempregados inscritos, os grupos profissionais mais representativos são os trabalhadores não qualificados (25,8% do total), seguidos dos trabalhadores dos serviços pessoais, protecção, segurança e vendedores (19,8%), do pessoal administrativo (11,5%) e trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices, que são 11,4% dos 339 mil desempregados actualmente registados.

Por regiões, o desemprego registado diminuiu em todo o território nacional, diz o IEFP, com ênfase para as regiões Norte (-19%) e Lisboa e Vale do Tejo (-16,3%).

Em termos demográficos, 55,7% dos desempregados contabilizados são mulheres, os jovens com menos de 25 anos são 10,3% dos desempregados e a maioria (56,1%) está inscrita há um ano ou menos. Os que procuram o primeiro emprego são 9,6% e há 13,5% de desempregados com formação superior. Nesta matéria dos licenciados com formação superior, estamos a falar de 45 mil pessoas, com uma grande diferença em termos de género: um terço são homens; dois terços são mulheres.

Fonte: in Público

“Robôs” eliminam 1,1 milhões de empregos em Portugal até 2030, avisa estudo da CIP

17 de janeiro 2019

 

Estudo da CIP e da McKinsey sobre o futuro do trabalho diz que, em compensação, até 2030, serão criados entre 600 mil e os mesmos 1,1 milhões de novos empregos.

Metade do tempo de trabalho em Portugal poderia ser feito por tecnologias de automatização que já existem, defende um estudo sobre o futuro do trabalho em Portugal feito pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) em parceria com o McKinsey Global Institute e a Nova SBE. O estudo antecipa um cenário em que, neste contexto, a massificação dos “robôs” (em rigor, tecnologias como as da robótica e da inteligência artificial, entre outras) poderá levar à eliminação de 1,1 milhões de empregos em Portugal — e, em compensação, serão criados entre 600 mil e (os mesmos) 1,1 milhões de novos empregos, no melhor cenário. A investigação conclui, também, que 1,8 milhões de trabalhadores irão necessitar de melhorar as suas competências ou mudar de emprego nos próximos 11 anos.

Este prognóstico “coloca desafios significativos que exigirão um papel ativo tanto pelo governo e setor privado no processo de reconversão da força de trabalho”, defendem os autores do estudo, que salientam que a economia portuguesa tem um “relativamente alto potencial de automação”, por se caracterizar por um peso relativamente alto da indústria transformadora e tarefas repetitivas em diversos setores.

“Cerca de 50% do tempo despendido nas atuais atividades laborais poderia ser automatizado com as tecnologias atualmente existentes, o que representa um elevado potencial de automação, quando comparado com outros países”, comenta o estudo apresentado esta quinta-feira em Lisboa, no Museu da Eletricidade.

 

Essa percentagem, contudo, tende a aumentar nos próximos anos. Em 2030, diz o estudo, a mesma proporção já terá subido para 67%. “No cenário de cerca de 26% (do potencial total de 67%) do tempo de trabalho ser automatizado, a adoção da automação poderá levar à perda do equivalente a 1,1 milhões de postos de trabalho até 2030, com maior incidência nos sectores da indústria transformadora e do comércio”, refere o estudo.

“Não basta formação de jovens, é preciso formação de adultos”

Em declarações ao Observador, o presidente da CIP, António Saraiva, comentou que a política se “preocupa com a formação de jovens e com a criação de oportunidades para os mais jovens, mas a inovação tecnológica obriga-nos a refletir sobre a necessidade de formar adultos para que estes consigam manter-se atualizados perante a transformação dos postos de trabalho”.

É frequentemente dito que algo como 50% das crianças que hoje estão a entrar nos infantários vão ter profissões que ainda nem sequer existem, mas “é preciso atuar já para que a economia e as empresas que a formam definam como prioridade a formação dos seus quadros atuais”, sobretudo com os desafios demográficos que estão no horizonte de Portugal e de muitos outros países. “Há hoje muitas profissões que são repetitivas — desde o portageiro ao trabalhador da linha de montagem, mas também trabalhos burocráticos — que serão rapidamente substituídas por meios tecnológicos”, salienta António Saraiva, alertando para o impacto irreversível sobre o mercado de trabalho.

O pior cenário “pode ser evitado se existirem políticas públicas e privadas no sentido de minorar este problema, com uma aposta na formação profissional designadamente tirando partido de fundos comunitários, que devem ser usados para a formação de adultos”. Uma das medidas concretas que a CIP tem proposto é que as empresas possam reservar uma parte do pagamento das contribuições para a Segurança Social, pagas por cada trabalhador, e possam utilizar esses valores no investimento na formação profissional dos seus quadros.

O estudo, que analisou cerca de 800 atividades profissionais e cerca de duas mil tarefas desempenhadas em diversos setores, não pretende ser alarmista mas, sim, alertar para a resposta que é preciso dar — “porque não podemos admitir que 1,8 milhões de pessoas fiquem sem emprego”, explicou António Saraiva.

Fonte: Edgar Caetano in Observador

 

Três em cada quatro emigrantes qualificados podem voltar a Portugal

4 de janeiro 2019

Cerca de 78% dos emigrantes portugueses qualificados admitem voltar a Portugal. Outros dizem que os próximos dois anos podem mesmo ser de regresso ao país.

Três em cada quatro emigrantes qualificados admitem regressar a Portugal, o que se traduz num valor de cerca de 78% daqueles que decidiram deixar o país no passado em busca de uma maior qualidade de vida. Destes 78%, 43% afirmam que podem fazê-lo nos próximos anos, segundo noticia a Renascença.

Este é o resultado do Guia do Mercado Laboral, avançado por uma consultora na área do emprego e do recrutamento especializado. De acordo com o inquérito, 84% dos portugueses que saíram do país no tempo da crise não se arrependem de o ter feito, mas a estabilização da economia nacional pode estar a atrair de volta aqueles que emigraram nessa altura e poderá estar também a fixar os mais qualificados.

O facto de as empresas começarem a pagar melhor e a promover os que se destacam nas respetivas áreas é algo que pode estar igualmente a abrandar a emigração portuguesa. Entre o período mais crítico da crise — no qual a taxa de desemprego ultrapassou os 16% — e 2018, a percentagem de trabalhadores dispostos a emigrar caiu de 80% para 37%.

O que o inquérito não conseguiu, porém, apurar foi o facto de este poder ser ou não o resultado daquilo que foi prometido pelo Governo em termos de benefícios fiscais, no início da legislatura. Ainda assim, 87% dos mais de 3 mil emigrantes inquiridos dizem que uma eventual redução do IRS como benefício fiscal terá pouca ou mesmo nenhuma influência na decisão de regressar.

 

Fonte:  in Observador

Retoma do emprego, mas não dos salários

3 de janeiro 2019

A expressão “recuperação sem emprego” (“jobless recovery”) foi cunhada na década de 1990 para caracterizar a economia norte-americana, que após a recessão de 1990-91 regressou ao crescimento económico sem que o desemprego diminuísse. Algumas das explicações então aventadas para este fenómeno incluíam a deslocalização de partes do processo produtivo para outras partes do globo e os aumentos da produtividade associados às novas tecnologias de automação e informação: ambos os processos tenderiam a aumentar o produto por trabalhador empregado, quebrando a ligação entre as dinâmicas do produto e do emprego.

Hoje em dia, no contexto da recuperação após a Grande Recessão e as diversas ondas de choque que a têm caracterizado, o problema central da recuperação económica nas economias avançadas é de uma natureza diferente. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, a taxa de desemprego caiu fortemente nos últimos anos, encontrando-se actualmente em níveis bastante reduzidos face aos padrões das últimas décadas: 6,8% na União Europeia, 3,7% nos Estados Unidos. Em contrapartida, a evolução dos salários não tem acompanhado a dinâmica de crescimento do produto, e em muitos casos tem até sido negativa. Em vez de uma “jobless recovery”, temos assim o que tem sido apelidado de “wageless recovery”: uma retoma sem crescimento salarial.

O Global Wage Report de 2018/19, publicado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho, avança alguns números ilustrativos: entre as economias do G20 (as mais avançadas), por exemplo, o crescimento dos salários foi de apenas 0,9% em 2016 e 0,4% em 2017, apesar da taxa de crescimento do produto nesses anos ter sido consideravelmente mais robusta. O problema é especialmente intenso na Europa, que registou um crescimento real dos salários praticamente nulo em 2017, mas também se faz sentir nos Estados Unidos, onde o crescimento real dos salários foi apenas cerca de 0,7% tanto em 2016 como em 2017.

A recuperação da economia portuguesa nos últimos anos padece do mesmo problema: a criação de emprego e redução do desemprego têm sido verdadeiramente notáveis, mas contrastam fortemente com a estagnação salarial. Por exemplo, a remuneração de base média mensal (valor ilíquido, antes de quaisquer descontos) em Portugal passou de 963 Euros em Abril de 2013 para 973 Euros em Outubro de 2017, o que corresponde a uma contracção em termos reais. Da mesma forma, o ganho médio mensal ilíquido (também antes de quaisquer descontos, mas incluindo horas extra, prémios e outros suplementos) mal se alterou em termos reais, passando, no mesmo período, de 1.125 Euros para 1.151 Euros.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Alexandre Abreu in Expresso

Os robôs estão a roubar os nossos empregos? Banco Mundial diz que o impacto é “insignificante”

3 de janeiro 2019

A revisão deixada pela humanoide Sophia no palco principal do Web Summit, em 2017, ainda não se está a concretizar, garante o Banco Mundial. “O medo de que os robôs vão eliminar os empregos não é apoiado pelas provas dadas até agora”, assegura o economista chefe Pinelopi Koujianou Goldberg, citado pela Bloomberg.

Segundo Goldberg, até ao momento, a automação e a robotização têm tido um impacto insignificante a nível global. Por exemplo, o declínio dos empregos industriais registado, nas últimas duas décadas, nas economias avançadas foi mais do que compensado pelo seu reforço desse tipo de trabalho no mercado asiático.

Além disso, de acordo com os estudos feitos pelo Banco Mundial, não estará em causa a extinção do trabalho humano, mas a mudança da sua natureza, com especial foco na substituição de tarefas repetitivas por processos criativos.

Tal conclusão já tinha sido apontada ao ECO pelos analistas da Deloitte e da PwC. “Os nossos estudos prevêem que mais de 40% dos empregos não existirão daqui uma década, mas isto não implica uma redução dos postos de trabalho”, tinha salientado Sérgio do Monte Lee, partner da Deloitte Portugal. “O grande desafio é reconverter carreiras”, tinha acrescentado Bethy Larsen, partner da PwC, frisando a necessidade de apostar em competências mais viradas para estas novas oportunidades.

Por sua vez, o economista chefe do Banco Mundial sublinha: “Esta é a quarta revolução industrial. Já acontecerem três e, em cada uma delas, conseguimos sobreviver. Portanto, não está em causa a eliminação total do trabalho humano pelas máquinas”.

Ainda assim, o número de empregos industriais registou efetivamente uma diminuição, caindo mais de 10% em países como o Reino Unido, Espanha e Singapura, onde os trabalhadores trocaram as fábricas pelos serviços.

A propósito, segundo já tinha adiantado a PwC ao ECO, este “assalto” aos trabalhos humanos protagonizado por robôs será menor em Portugal do que nos demais países europeus exatamente à boleia da forte relevância do setor dos serviços no mercado nacional.

Tudo somado, o Banco Mundial conclui que cabe aos Governos facilitarem essa transição, nomeadamente através do reforço da proteção social. Em cima da mesa, também pode estar a atribuição de um Rendimento Básico Incondicional, uma prestação fixa atribuída a todos os cidadãos, independentemente da sua situação laboral e financeira, que já foi experimentada pela Finlândia.

Fonte:Isabel Patrício in Eco

DouroAzul promove ação de recrutamento. Há 100 vagas

2 de janeiro 2019

Esta será a terceira edição da iniciativa. Os interessados devem inscrever-se até dia 6 de janeiro. A seguir DouroAzul tem 100 vagas.

A DouroAzul, empresa de cruzeiros fluviais, vai realizar um open day nos próximos dias 11 e 13 de janeiro, destinado a candidatos a trabalhar nos seus navios-hotel. Estão disponíveis 100 vagas para a época de cruzeiros de 2019

A empresa exige candidatos com formação nas áreas de turismo, hotelaria e restauração, mas sobretudo pessoas com vontade de aprender e desenvolver uma carreira num ambiente internacional, apoiados por profissionais qualificados e reconhecidos no mercado” afirma Carlos De Freitas, diretor de operações da DouroAzul, citado em comunicado. Os interessados devem apenas inscrever-se, até dia 6, através da plataforma de recrutamento da empresa, uma vez que a iniciativa está sujeita a um número limitado de participantes. Sara Azevedo, diretora de Recursos Humanos da DouroAzul, acrescenta: “Este é o terceiro ano em que realizamos este evento de Open Day que tem sido um sucesso em termos de recrutamento. A melhor forma de explicar o que é trabalhar num navio-hotel de uma empresa líder é trazer os candidatos a conhecer esses espaços e, dessa forma, esclarecer todas as eventuais dúvidas que possam existir”. Este ano, vão estar em operação 10 navios-hotel da DouroAzul no percurso do rio Douro entre o Porto e Barca D’Alva, aos quais se juntarão, a partir de março, duas novas embarcações, com 65 cabines duplas, que estão em construção nos estaleiros de Viana do Castelo. A DouroAzul, que é detentora de navios-hotel, barcos rabelo, um comboio turístico, autocarros panorâmicos, autocarros turísticos e iates, dedica-se ao turismo.

Fonte:Ana Rita Rebelo in Dinheiro Vivo

Portugal está no pelotão da frente no investimento de impacto social

29 de dezembro de 2018

Portugal está a ser olhado lá fora como um caso de sucesso no que diz respeito à sua estratégia para desenvolver um mercado de investimento de impacto social. Quem o diz é Filipe Almeida, presidente da Portugal Inovação Social (PIS), iniciativa pública tutelada pela ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, que mobilizou €150 milhões em fundos da União Europeia para investir em projetos inovadores de empreendedorismo e de inovação social.

“Estive há cerca de dois meses no Canadá, a convite do Governo do país, para dar conta do trabalho que estamos a fazer em Portugal nesta área”, conta o presidente da PIS em entrevista ao Expresso. Com ele viajou o presidente do fundo britânico Big Society Capital, o instrumento financeiro para a inovação social mais experiente e antigo da Europa. “O Canadá pondera criar instrumentos semelhantes aos que existem em Portugal e no Reino Unido. Depois do nosso encontro, já criou um fundo de 755 milhões de dólares para capacitar organizações, à semelhança daquele que temos em Portugal.”

O nosso país é um dos primeiros do mundo, depois do Reino Unido, a criar um Fundo para a Inovação Social, que deverá iniciar operações já ao raiar do novo ano. Pioneira na Europa, a PIS foi a primeira a utilizar verbas da União Europeia para investir em projetos de inovação social — ou seja, projetos diferenciados em relação às respostas convencionais que existem para responder a problemas sociais e que geram um impacto positivo em grupos vulneráveis ou na qualidade de vida.

 

Filipe Almeida destaca que a iniciativa pública portuguesa “trouxe uma dinâmica completamente nova, porque é um elemento agregador de todos os atores da área: sector público, privado e sociedade civil”. O objetivo é estimular o aparecimento de um mercado de investimento social em Portugal, aproximando a procura (organizações sociais) da oferta (investidores) através de quatro instrumentos de financiamento que acompanham o ciclo de vida dos projetos de inovação social: Capacitação para o Investimento Social, Parcerias para o Impacto, Títulos de Impacto Social e Fundo para a Inovação Social (ver caixa ao lado). “É um modelo vencedor que está a ser reconhecido por outros países dentro e fora da Europa — como Espanha, França e países do Leste —, com alguns deles já a reproduzir o que estamos a fazer cá.”

LISBOA NA MIRA

Um dos instrumentos mais inovadores que está sob o chapéu da Portugal Inovação Social são os Títulos de Impacto Social (TIS), que apoiam soluções disruptivas e alinhadas com prioridades de política pública, numa parceria entre sectores público e privado. “São uma espécie de PPP ao contrário, com o risco a ser transferido para o investidor privado”, sublinha Filipe Almeida, acrescentando que os projetos têm de ter resultados sociais mensuráveis. Se estes forem alcançados, o investidor é reembolsado. Em Portugal, no entanto, como a fonte de financiamento são fundos europeus, não é possível reembolsar o investidor com juros — problema que foi contornado com a introdução, no Orçamento de Estado para 2018, de um benefício fiscal para o investimento em TIS. O nosso país é, assim, o que tem mais títulos (sete) e o segundo a atribuir benefícios fiscais a quem neles investe, à semelhança do que fez o Reino Unido.

Até à data, a Portugal Inovação Social apoiou 217 projetos, num total de €29,5 milhões, nas regiões do Norte, Centro e Alentejo. Recentemente, fechou também um concurso para financiar projetos no Algarve (onde vai escolher oito das 11 candidaturas que recebeu, com €1,5 milhões) e vai alargar o financiamento a Lisboa. “Nesta reprogramação dos fundos europeus já estão previstos €5 milhões para a região de Lisboa”, adianta o presidente da PIS. “Ainda não falei com a autoridade de gestão do Programa Operacional Regional de Lisboa [Lisboa 2020], mas gostava de ter os primeiros concursos abertos até ao verão.”

Saiba mais aqui:

Fonte: Maria João Bourbon in Expresso

Turismo vai continuar a crescer acima da economia portuguesa

18 de dezembro de 2018

O Banco de Portugal prevê que as exportações do turismo tenham um peso cada vez mais preponderante na economia portuguesa, chegando aos 9,3% do PIB em 2021, quando no ano passado estava nos 7,8%. Em valor, isso quererá dizer que dentro de três anos será superada a fasquia dos 20 mil milhões de euros, mais cinco mil milhões de euros do que em 2017, ano que ficou marcado por um forte crescimento do sector.

Ainda assim, a previsão é a de um abrandamento à medida que o calendário for passando: depois do recorde de 14,5% em 2017, em 2021 o crescimento do peso na economia deverá ser de 2,6% (chegando então aos 9,3% do PIB). A informação consta de uma análise incluída no boletim económico de Dezembro, divulgado oficialmente esta terça-feira, intitulada "Exportações de turismo: desenvolvimentos recentes e perspectivas futuras".

No documento, o Banco de Portugal (BdP) antecipa que, este ano, as exportações de turismo cheguem aos 16,8 mil milhões, o que equivale a 8,4% do PIB. No início da década, em 2010, ano em que começou o actual ciclo de crescimento, as exportações valiam metade: 4,2%.

Com este crescimento, superior ao do resto da economia portuguesa, as vendas deste serviço junto do exterior (captando turistas e receitas em concorrência com os outros mercados) tornam-se também mais importantes para o financiamento do país.

De acordo com a análise do Banco de Portugal, o saldo comercial da rubrica de viagens e turismo, positivo, tem vindo a crescer (5,6% do PIB em 2017). Já o mesmo não se pode dizer da balança corrente e de capital, positiva, mas que decresceu em 2017 (de 1,6% para 1,4% do PIB). Se se retirasse o turismo da equação, o saldo geral passava mesmo para terreno negativo (-4,2%).

Banco de Portugal revê em baixa previsões de crescimento

Olhando para os números deste ano que já estão disponíveis, até Setembro, as exportações de turismo iam nos 12,8 mil milhões de euros, o que representa 53% dos serviços e 22,8% do total das vendas ao exterior (incluindo bens).

Sobre a importância do sector para a economia nacional, o INE deu conta esta segunda-feira de que a procura turística total (consumo por parte de estrangeiros e também de residentes) subiu para os 26,7 mil milhões de euros em 2017, chegando aos 13,7% do PIB (1,2 pontos percentuais acima do ano anterior).

Saiba mais aqui:

Fonte: Luís Villalobos in Público

Talkdesk cria laboratório de inovação em Coimbra. Vai recrutar mais de 100 pessoas em janeiro

17 de dezembro de 2018

A Talkdesk, startup portuguesa que desenvolve software para centros de contacto e que é o terceiro unicórnio (empresa que vale mais de mil milhões de dólares) português, anunciou esta segunda-feira que vai criar um laboratório de inovação em Coimbra. Segundo o comunicado enviado pela empresa, o laboratório TDX será inaugurado em 2019 e vai estar instalado na aceleradora de empresas do Instituto Pedro Nunes, numa parceria com a Universidade de Coimbra (UC).

Este será o laboratório “onde algumas das próximas novas soluções da empresa serão desenvolvidas” e, para isso, a Talkdesk pretende recrutar, já em janeiro de 2019, mais de 100 engenheiros de software e especialistas em áreas como a inteligência artificial, analytics e machine learning.

A inovação é um dos pilares estratégicos da Talkdesk, pois é o que nos permite crescer e liderar o nosso setor. Este [Coimbra] é um local estratégico para nós, devido à sua universidade e às áreas de conhecimento que lá se desenvolvem, nomeadamente a nível da engenharia de software e matemática”, referiu Marco Costa, diretor-geral da Talkdesk para a Europa, Médio Oriente e África, citado em comunicado.

O laboratório TDX também vai permitir à Universidade de Coimbra, através da parceria, desenvolver projetos de investigação, promoção de programas de investigação em contexto empresarial e organização de atividades de ligação aos alunos e investigadores.

Esta parceria com uma empresa que quer traçar as tendências do seu setor é um desafio para os nossos estudantes e investigadores que têm, desta forma, mais uma oportunidade de criarem o futuro”, referiu o reitor da UC, João Gabriel Silva.

Em setembro do próximo ano, o programa Tech Dojo vai ser acolhido neste laboratório, pretendendo recrutar recém-licenciados para integrar as equipas de desenvolvimento da empresa. O anúncio do novo laboratório surge depois de a startup ter lançado um fundo de 10 milhões de dólares (cerca de oito milhões de euros) para desenvolver soluções diferentes no serviço ao consumidor e, assim, dar mais acesso à inovação.

Fonte: in Observador

Quotas de emprego no privado “são um mal necessário mas não resolvem desemprego” dos deficientes

13 de dezembro de 2018

Nem um “Livro Branco” capaz de fornecer o retrato das pessoas com deficiência no país nem uma “estratégia nacional para a vida independente”: estas duas promessas feitas pelo Governo em 2016, para promover a inserção das pessoas com deficiência na vida social e no mercado de trabalho, continuam a marcar passo. Apesar disso, houve avanços: a lei que aumenta as quotas no trabalho para as pessoas com deficiência no sector privado foi aprovada no Parlamento e publicada em Diário da Assembleia da República, quarta-feira, dia 12, e vai ser enviada para promulgação pela Presidência da República num prazo de três dias.

A lei obriga as empresas com entre 75 a 250 trabalhadores a contratarem um a dois por cento de pessoas com deficiência, definindo coimas para quem não cumprir estas quotas.

“Gostaríamos que o mercado funcionasse e pudesse acolher estas pessoas que têm competências e que podem ser apoios úteis para as empresas, mas cremos que esta lei é um mal necessário que poderá funcionar como um estímulo à contratação de pessoas com deficiência”, adiantou ao PÚBLICO Paula Campos Pinto, coordenadora do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH) que divulga esta quinta-feira um relatório que faz um levantamento da situação em que vivem as cerca de 1,9 milhões de pessoas com deficiência em Portugal, segundo os Censos de 2011.

Quando se olha para o mercado de trabalho, o diagnóstico está longe de despertar sorrisos: entre 2011 e 2017, o desemprego registado entre as pessoas com deficiência subiu 24% — 10.408 inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Este agravamento contrasta com a queda de 34,5% no desemprego registado na população geral, no mesmo período.

Seis apoios para adaptação do posto de trabalho

“A taxa de emprego na população com deficiência moderada está 20 pontos percentuais abaixo da população sem deficiência. E, quando falamos de pessoas com deficiência grave, desce para metade. É um fosso muito grande”, nota a coordenadora do ODDH. Pior: “Entre as pessoas com deficiência registadas como desempregadas no IEFP, 86% têm mais de 25 anos, 82% procuram um novo emprego e 60% estão desempregadas há mais de um ano”.

A conclusão imediata é: “As medidas que existem não têm sido suficientes para criar emprego de forma sustentável para as pessoas com deficiência”. O relatório mostra, de resto, que, em 2017, houve apenas seis apoios concedidos pelo IEFP à adaptação dos postos de trabalho e à eliminação de barreiras arquitectónicas. “É um número extremamente baixo", aponta Paula Campos Pinto.

Saiba mais aqui:

Fonte: Natália Faria in Público

És emigrante e gostavas de regressar? O Match Point junta-te a empresas

13 de dezembro de 2018

Pelo segundo ano consecutivo, a Fundação AEP vai juntar mais de 200 jovens emigrantes qualificados que "anseiam regressar ao país" com mais de meia centena de empresas que "se deparam com falta de recursos humanos qualificados", esperando, assim "alinhar" as necessidades de ambos, refere a fundação da Associação Empresarial de Portugal (AEP) em comunicado.

A segunda edição do Match Point, a ter lugar em 27 de Dezembro nas instalações da AEP em Leça da Palmeira, acontece numa altura em que os jovens regressam a Portugal para festejar o Natal. Quer assim "promover o regresso de uma geração preparada e tentar minimizar os efeitos que a fuga de talentos tem na actividade económica nacional".

Tal como na edição do ano passado — que juntou meia centena de empresas e 200 jovens qualificados e serviu de palco a mais de mil entrevistas — os jovens são convidados a vir a Portugal apresentar um pitch (apresentação) e contam com uma agenda de speed meetings (encontros rápidos) com empresas, momentos de networking e aconselhamento de carreira. O programa completo pode ser consultado aqui. Sogrape, Auchan e Bosch são algumas das empresas que vão marcar presença, de acordo com a página de Facebook do evento.

Nesta edição, a Fundação AEP acredita que a "maior estabilidade da economia nacional e o consequente efeito no mercado de trabalho português" permitirá ao evento "atrair um número ainda mais elevado de jovens e de empresas". Citado no comunicado, o presidente da Fundação AEP explica que "o Match Point surge na sequência da preocupação que as empresas manifestam junto da AEP em relação à falta de recursos humanos qualificados, sobretudo ao nível das engenharias e biociências".

"No âmbito das iniciativas que temos desenvolvido, nomeadamente o programa Empreender 2020 - Regresso de uma geração preparada, a Fundação AEP tem tido como principal objectivo dar resposta às necessidades de criação de emprego, de inovação, de crescimento e de desenvolvimento económico", sustenta Paulo Nunes de Almeida.

O Match Point 2018 tem uma taxa de inscrição para as empresas, mas é gratuito e aberto aos jovens participantes, que devem apenas inscrever-se previamente. Os jovens podem candidatar-se aqui, enquanto as empresas podem fazê-lo aqui

Fonte: Lusa in Público

Desemprego cai para mínimo de 16 anos

29 de novembro de 2018

Taxa de desemprego mensal foi de 6,6%, o que representa um recuo em relação a Agosto. Em Outubro o desemprego deverá voltar a subir.

Depois da ligeira subida em Agosto, a taxa de desemprego voltou a recuar em Setembro, afectando 6,6% da população activa, mas em Outubro deverá subir novamente. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e apontam para uma redução do desemprego de 0,3 pontos percentuais em relação a Agosto e de 0,2 pontos em relação ao ano passado.

De acordo com o INE, “desde Setembro de 2002 que não era observada uma taxa de desemprego tão baixa”.

No final de Setembro, 340.900 pessoas estavam desempregadas, o que representa uma diminuição de 5% (menos 18.000 pessoas) em relação a Agosto e de 21,5% (menos 93.600 pessoas) em comparação com o mês homólogo de 2017.

O desemprego jovem também baixou em Setembro e afectava 19,9% da população activa entre os 15 e o 24 anos. Trata-se de um recuo face à taxa de 20,4% de Agosto e de 24,5% de 2017.

A população empregada totalizou 4,8 milhões de pessoas, um aumento de 0,2% (mais 8.800 pessoas) face a Agosto e de 1,8% (mais 84.000 pessoas) em relação ao ano passado.

O INE divulgou também a estimativa provisória da taxa de desemprego para o mês de Outubro, esperando que este indicador suba ligeiramente para 6,7% (um aumento de 0,1 pontos percentuais em relação a Setembro).

s dados de Setembro e as estimativas para Outubro estão ajustados dos efeitos sazonais. Mas se a sazonalidade não for tida em conta, as tendências mantêm-se: a taxa de desemprego de Setembro foi de 6,6% e em Outubro espera-se que afecte 6,8% da população activa (um aumento mais expressivo do que o previsto sem sazonalidade).

Desde 2014, o INE divulga todos os meses dados sobre a evolução do mercado de trabalho em Portugal, complementando as estatísticas trimestrais. Há diferenças metodológicas entre os números trimestrais e os mensais, o que leva a que todos os meses o instituto faça uma revisão dos dados mensais.

No terceiro trimestre de 2018 a taxa de desemprego manteve-se em 6,7%, dando sinais de que poderá estar-se perante uma estabilização do desemprego, indo ao encontro do que têm dito vários economistas.

Fonte: Raquel Martins in Público

Metade dos desempregados continua sem receber subsídio

23 de outubro de 2018

Em Setembro, a Segurança Social pagou prestações a 174.501 beneficiários, deixando sem apoio 48,5% dos desempregados registados nos centros de emprego e 50,5% dos desempregados estimados pelo INE.

A Segurança Social pagou, em Setembro, prestações de desemprego a 174.502 beneficiários, deixando sem apoio 48,5% dos desempregados registados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e 50,5% do total de desempregados estimados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com os dados disponibilizados na página da Segurança Social, nesta terça-feira, em Setembro existiam 174.502 beneficiários de prestações de desemprego, mais 3,2% do que em Agosto e menos 7,7% do que em 2017.

Tendo em conta o número de desempregados registados pelo IEFP (para receber as prestações os desempegados têm de estar inscritos nos centros de emprego), as prestações pagas abrangem 51,4% das pessoas, deixando de fora as restantes. Mas se forem consideradas as estimativas do INE que dão conta de 352.500 desempregados em Agosto, as prestações chegam a 45,5% das pessoas, deixando sem protecção mais de metade.

Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego.

O número de beneficiários de subsídio de desemprego foi de 144.515, mais 5% face a Agosto e menos 6,4% em relação ao período homólogo. O subsídio social de desemprego inicial, por sua vez, abrangeu os 6460 desempregados, registando uma variação positiva de 3,7% face ao mês anterior e uma quebra de 6,1% na comparação com 2017.

Nas restantes prestações (subsídio subsequente e prolongamento do subsídio) registou-se um decréscimo mensal e homólogo.

No caso da medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração, que em Setembro chegava a 3164 pessoas, registou-se um aumento de 19,7% em relação a Setembro de 2017 o que pode ficar a dever-se ao facto de o Orçamento do Estado para 2019 ter facilitado o acesso. Já na comparação entre Agosto e Setembro, houve uma quebra de 30,5%.

Fonte: Lusa e Público

Precário e desigual. Assim é o emprego em Portugal no pós-crise

17 de outubro de 2018

O relatório da Organização Internacional do Trabalho apresentado ontem elogia algumas das políticas económicas e sociais adoptadas por Portugal nos últimos anos. Mas deixa um aviso: a qualidade do emprego ainda fica aquém e os salários continuam baixos.

“A redução dos dias de férias e dos feriados, bem como dos pagamentos de prémios salariais por trabalho suplementar significam que os trabalhadores têm de trabalhar mais, recebendo menos.” Esta é uma das conclusões do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentado nesta terça-feira, em Lisboa. O estudo é uma análise sobre o trabalho em Portugal antes, durante e após a crise. Esta organização até diz que, em Portugal, se está a recuperar com “resultados surpreendentes”.

Ainda assim, entre 2009 e 2016, o número médio de horas de trabalho aumentou uma hora. As mulheres foram as mais afectadas — passaram das 36,9 para as 38 horas semanais. E se no início da década Portugal já era dos países com um número de horas de trabalho semanais mais elevado, em 2016, passou a estar entre os dez primeiros.

Entrevista ao director-geral da Organização Internacional de Trabalho: Em Portugal, mesmo com a crise, “o diálogo social continuou”

A proporção de trabalhadores que fazem horas extraordinárias também aumentou nos últimos anos. No período entre 2008 e 2017, diz a OIT, este valor duplicou para toda a população empregada. No caso dos homens, dos 7,5% para os 12,8% e, no caso das mulheres, dos 5,5% para os 11,2%. No documento, a OIT admite que “as alterações recentes que permitiram recuperar alguns feriados” poderão atenuar o fenómeno.

Fonte: Rita Marques Costa in Público

Desempregados com 52 anos vão ter acesso mais fácil a “prestação ponte”

13 de outubro de 2018

Os critérios para aceder ao subsídio social de desemprego serão facilitados no caso das pessoas que ficaram desempregadas com 52 ou mais anos e que não têm acesso a qualquer apoio. Pelo menos três mil desempregados poderão beneficiar da chamada "prestação ponte".

O Bloco de Esquerda (BE) garante que chegou a acordo com o Governo para facilitar o acesso ao subsídio social de desemprego subsequente no caso das pessoas que ficaram sem trabalho com 52 ou mais anos. O objectivo é abranger pelo menos três mil desempregados que agora não preenchem a condição de recursos para aceder a esta prestação, e que também ainda não podem pedir a reforma antecipada, ficando numa espécie de limbo sem direito a qualquer protecção.

Esta alteração foi uma das medidas anunciadas por Mariana Mortágua, deputada do BE, durante a conferência de imprensa deste sábado para dar conta das propostas negociadas com o Governo e que serão incluídas no Orçamento do Estado (OE) para 2019.

Propinas, pensões e IRS: o que já sabemos do Orçamento do Estado

Trata-se, disse a deputada, de uma "prestação ponte" que "pretende responder a uma situação muito concreta". "Queremos responder à realidade dos desempregados de longa duração, pessoas que esgotaram o subsídio de desemprego, que têm mais de 52 anos, que já não conseguem encontrar emprego, mas também não conseguem caber dentro das formas muito restritivas da condição de recursos" exigida para aceder ao subsídio social de desemprego subsequente, explicou.

Fonte: Raquel Martins in Público

Por hora, nascem em Portugal 23 empresas e morrem oito

07 de setembro de 2018

Em cada hora que passa, nascem em Portugal 23 empresas, oito encerram e uma empresa inicia insolvência. Este é o retrato da realidade empresarial traçado pelo Barómetro Informa D&B que resulta da análise e monitorização do tecido empresarial em Portugal.

Até ao fim de agosto, foram criadas 30 620 empresas e outras organizações, uma subida homóloga de 10%. Face a este desempenho, a Informa D&B, admite que 2018 poderá bater o recorde na constituição de empresas.

É o negócio turístico que está a impulsionar o empreendedorismo. No polo oposto, liderando a mortalidade encontram-se os setores Grossista e Indústrias transformadoras. Nos dois casos, a criação de empresas é mais lento do que no restante tecido empresarial.

TURISMO IMPULSIONA

A paixão pela constituição de empresas é transversal ao tecido empresarial e a todos os distritos do país. Mas, acentua a Informa D&B, o grande impulso resulta dos setores ligados ao turismo, com uma crescimento de 19%. Em destaque encontram-se os negócios imobiliários,, construção, alojamento e restauração e transporte ocasional - plataformas como a Uber não serão alheias a esta evolução. No conjunto, estes segmentos representam 40% das empresas criadas até ao fim de agosto.

A Informa D&B realça ainda o desempenho das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), em que constituição de 1191 sociedades traduz uma crescimento de 19%.

Serviços (9 977 nascimentos), Alojamento e restauração (3 604) e Retalho (3 564) foram os setores que mais empresas geraram.

Em contraciclo encontram-se setores mais tradicionais como a Agricultura, pecuária e pesca que geraram menos 384 anos do que em 2017 (-30%).

MORTALIDADE SOBE

Os 10 295 encerramentos registados nos primeiros sete meses de 2018 representam uma subida homóloga de 17%, uma evolução que se acentuou a partir de abril. O desempenho inverte a tendência de descida que se verificara em 2017. Considerando o ano móvel terminado em agosto a subida é de 3%

A subida da mortalidade é partilhada pela generalidade das atividades, mas os principais contributos resultam do setor Grossista, com mais 293 encerramentos ( +38%) e Indústrias transformadoras (+26,%), dois setores de elevada importância nas exportações.

O setor dos Serviços (2 406) e Retalho (1 827) são os que registam um número mais elevado de encerramentos, registando crescimentos de 11% e 14%, respetivamente.

Escrutinando a realidade das novas insolvências (1625), a Informa D&B concluiu que 2018 prossegue a trajetória descendente iniciada em 2013. Mas, a velocidade da queda é agora mais lenta (3,6% no ano móvel). Mais de dois terços das novas insolvências ocorrem nas Indústrias transformadoras, Serviços, Retalho e Construção.

Fonte: Abílio Ferreira in Expresso

Excedente da Segurança Social aumentou 198 milhões de euros até junho

06 de setembro de 2018

O excedente da Segurança Social aumentou 198 milhões de euros para 1,846 mil milhões de euros até junho, em termos homólogos, beneficiando da recuperação do mercado de trabalho, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP).

O crescimento da receita efetiva da Segurança Social – excluindo as transferências do Fundo Social Europeu (FSE) e Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC) – foi de 2,2%, uma variação superior à previsão de 1,7% implícita no Orçamento da Segurança Social (OSS/2018) para 2018.

“Este resultado reflete o ritmo de crescimento da receita de contribuições e quotizações, que aumentou 6,8% no primeiro semestre (acima dos 5,1% esperados no OSS/2018), beneficiando da recuperação do mercado de trabalho, quer do número de contribuintes quer do valor médio das remunerações declaradas, tendo estas aumentado 4,1% em termos homólogos”, refere o relatório sobre a execução orçamental da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA) relativo ao primeiro semestre de 2018.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Portugal com 3.ª maior quebra homóloga no desemprego em julho

31 de agosto de 2018

A taxa de desemprego homóloga recuou em julho para os 8,2% na zona euro e para os 6,8% na União Europeia, tendo Portugal registado a terceira maior diminuição face a julho de 2017, revelam dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

De acordo com os números do gabinete oficial de estatísticas da UE, na comparação homóloga (com o mesmo mês do ano anterior), a taxa de desemprego caiu em todos os Estados-membros, tendo os maiores recuos tido lugar em Chipre (de 10,7% para 7,7%), Grécia (de 21,7% para 19,5%, dados de maio) e em Portugal, onde desceu de 8,9% para 6,8%. Em julho de 2017, a taxa de desemprego era de 9,1% no espaço da moeda única e de 7,6% no conjunto dos 28 Estados-membros.

Na comparação em cadeia, face ao mês anterior, junho de 2018, a taxa de desemprego manteve-se estável na zona euro, ao permanecer nos 8,2% – o valor mais baixo desde novembro de 2008 -, enquanto no conjunto da UE teve um ligeiro recuo, ao baixar de 6,9% em junho para 6,8% em julho, o valor mais baixo desde abril de 2008. Em Portugal, o desemprego manteve-se estável e em cadeia com a UE, nos 6,8%. Em julho, as menores taxas de desemprego foram observadas na República Checa (2,3%), na Alemanha (3,4%) e na Polónia (3,5%), e as mais altas na Grécia (19,5%, em maio) e em Espanha (15,1%).

Fonte: Agência Lusa in Observador

Empregos na aviação devem crescer segundo um inquérito da IATA

22 de agosto de 2018

Operações em terra, serviços ao cliente e tripulação de cabine deverão ser os setores na aviação que terão mais crescimento em número de trabalhadores, segundo um inquérito da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo).

Promovido junto de mais de 100 profissionais de recursos humanos de companhias aéreas, aeroportos e empresas de operações terrestres, o estudo revelou que mais de 70% dos inquiridos espera que o trabalho aumente, sobretudo entre o pessoal de terra, serviço ao cliente e tripulantes de cabine, nos próximos dois anos.

Os inquiridos preveem sobretudo crescimento nas operações terrestres: 76% responderam este setor na perspetiva de dois anos e 81% quando a pergunta era feita num horizonte de 10 anos. Os outros setores indicados, com menos expressão, para crescerem em termos laborais foram da regulamentação e segurança.

Em maior risco estarão profissionais de gestão, finanças e contabilidade. O inquérito mostra que os especialistas em recursos humanos notam que a qualidade das formações não suficientemente boa (só 28% afirma ser muito eficaz). Outra conclusão é que garantir formação em segurança e competências no serviço ao cliente são maiores prioridades do que as áreas tecnológicas.

A tecnologia está a alterar, não a substituir, o papel do atendimento ao cliente, lê-se nas conclusões do relatório, que garante que, mesmo com a opção de serviços ‘self-service’, continuarão as funções tradicionais no ‘check-in’ e nas portas de embarque para ser proporcionada uma “experiência tranquila e agradável” aos passageiros.

A IATA deixou de fora deste inquérito os pilotos e a manutenção porque “a escassez esperada” nessas profissões “já foi amplamente coberta pela indústria”. Segundo a associação, cerca de 10 milhões de pessoas são diretamente empregadas pela indústria do transporte aéreo.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Dirigentes do Norte recebem triplo de trabalhadores não qualificados

10 de agosto de 2018

Os trabalhadores com funções de dirigentes auferem, na região Norte, um rendimento médio mensal líquido de 1.585 euros, valor que representa o triplo daquele recebido por trabalhadores não qualificados, revelam dados do relatório Norte Estrutura hoje divulgado.

“Uma análise por grupos de profissões mostra que a disparidade entre os trabalhadores por conta de outrem com maior e menor salário médio se manteve aproximadamente constante na Região do Norte desde 2014, com os chamados dirigentes a auferirem entre o triplo e 3,2 vezes o rendimento médio dos trabalhadores não qualificados (depois de em 2012 terem auferido o quádruplo)”, conclui o documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Na região, e entre os trabalhadores por contra de outrem, o grupo profissional dos dirigentes (onde se incluem representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos) é também um dos de menor dimensão (apenas cerca de 39 mil empregados em 2017).

A nível salarial, seguem-se os especialistas das atividades intelectuais e científicas (1.244 euros em 2017), o grupo dos técnicos e profissões de nível intermédio (919 euros), pessoal administrativo (716 euros mensais), trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (667 euros), operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (648 euros) e trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (630 euros).

Com os níveis salariais mais baixos do Norte estão os grupos de trabalhadores qualificados da agricultura, pesca e floresta (507 euros) e trabalhadores não qualificados (502 euros).

Saiba mais aqui:

Fonte: Agência Lusa in Observador

 

“O desafio da economia de biscates é tornar os empregos dignos”

30 de julho de 2018

O mundo do trabalho está a sofrer profundas transformações com a robotização da economia e com a emergência de novas actividades baseadas nas plataformas digitais, o que cria pressões e oportunidades para o futuro. Para Jeff Johnson, director adjunto do Departamento de Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o grande desafio que a economia de biscates (a chamada gig economy) enfrenta é conseguir que o emprego criado seja digno e respeite os direitos dos trabalhadores. O economista, que nos últimos anos se tem dedicado ao estudo do futuro do trabalho, não tem dúvidas de que os empregos repetitivos têm os dias contados, o que obrigará a reconverter um elevado número de trabalhadores. As empresas, garante, quererão cada vez mais trabalhadores com capacidade de trabalhar em equipa, com inteligência emocional e que compreendam a diversidade do mundo. E são essas competências que a escola também tem de ajudar a desenvolver, defende.

 

Estamos a assistir a grandes avanços na automatização e na robotização da economia. De que forma estas alterações vão determinar o futuro do trabalho?

Globalmente, há várias dimensões que estão a mudar a natureza do trabalho. A mais abordada nos meios de comunicação social é, de facto, a que está relacionada com a inovação e com a tecnologia. A forma como integramos a tecnologia e a inovação nos processos produtivos e como usamos a inteligência artificial nos modelos de negócios está a mudar a forma como trabalhamos e isso cria pressões e oportunidades para o futuro. Mas este é apenas um dos factores. Estamos também a assistir a grandes mudanças demográficas e confrontados com as alterações climáticas. Todos estes factores estão a conduzir a alterações na forma como trabalhamos, nos processos produtivos e até na forma como consumimos.

 

As actividades baseadas nas plataformas digitais, como a Uber ou a Airbnb, também têm vindo a crescer e trazem consigo novas formas de trabalhar e novas relações entre os trabalhadores e as empresas. Como é que os governos podem fazer face aos problemas laborais que emergem do desenvolvimento destas plataformas?

A resposta tem de ser encontrada não só pelos governos, mas em diálogo com as empresas e com os trabalhadores. Estamos perante novas formas de trabalho e a questão é saber se temos de adaptar a legislação dos vários países para responder às novas preocupações ou se precisamos, sobretudo, de obrigar as empresas a cumprir a lei. Na Alemanha, assim como noutros países, está-se a olhar para estes trabalhadores como sendo trabalhadores por conta de outrem e a tentar enquadrá-los no quadro legal. Nos últimos anos, temos vindo a mudar os modelos de negócios e é preciso saber como adaptamos estas formas alternativas de trabalho, garantindo que o trabalho é digno e produtivo

 

“Os consumidores têm uma responsabilidade que devem assumir ao escolher comprar bens e serviços que apoiam o trabalho produtivo e não a exploração.”

 

O que está a dizer é que temos de aprender a viver com estes novos negócios?

Uma coisa de que por vezes nos esquecemos é que temos de garantir que a actividade económica tem de servir a sociedade e não outra coisa. Temos de garantir que estas actividades acrescentam valor às nossas sociedades.

 

No caso de alguns trabalhadores, estas plataformas digitais proporcionam-lhes uns biscates que lhe permitem ganhar algum dinheiro enquanto estudam, por exemplo. Mas para outros, este é o único emprego que conseguem, com o que isso implica ao nível dos direitos e do acesso à protecção social. Como é que aqui se encontra algum equilíbrio?

Sempre que viajo, faço questão de andar de Uber, para poder falar com os condutores. Há pessoas que, de facto, consideram estes trabalhos como um biscate e como uma forma de sustentarem o seu estilo de vida. No extremo oposto temos pessoas que aceitam este tipo de empregos como um emprego de último recurso, têm de fazer alguma coisa para sobreviver e esta é a solução que encontram. A questão é que não queremos apenas que as pessoas sobrevivam, queremos que as pessoas possam escolher. E é aqui que a sociedade e o diálogo social têm um papel relevante para assegurar que estas actividades asseguram um emprego com direitos. Temos de perceber que o problema não se resolve apenas com medidas num país. Em muitos casos, o empregador pode estar num país, a plataforma noutro e o trabalhador noutro totalmente diferente e, por isso, é preciso garantir que os sistemas funcionam de tal forma que dão uma protecção adequada neste contexto.

 

E como é que se garante essa protecção?

A primeira pergunta que temos de fazer é se estes trabalhadores são efectivamente independentes e fazem apenas um biscate. Quando olhamos para os condutores da Uber, ou de outras actividades semelhantes, eles são trabalhadores independentes ou respondem a ordens e a indicações da empresa? Esta é uma oportunidade para os governos trabalharem de perto com as organizações de trabalhadores e de empregadores para determinarem isso e, a partir daí, definirem qual a protecção adequada.

Saiba mais aqui:

Fonte: Raquel Martins in Público

Randstad produz em Portugal apps para todo o mundo

30 de julho de 2018

Empresa de recrutamento decidiu criar uma fábrica digital e escolheu Portugal para a instalar. A partir de Lisboa são coordenadas equipas num total de 80 pessoas, com impacto em 36 países.

 

Sentados no open space do escritório da Avenida da República, em Lisboa, os programadores não tiram os olhos dos ecrãs dos computadores, mesmo que a voz se cruze muitas vezes entre conversas de equipas. Há poucos anos, o cenário era diferente: “Este é o novo aspeto, tínhamos um ar muito corporativo. Acabámos com os gabinetes, e isso faz parte da mudança de mentalidades, da busca pela transparência”, explica Gonçalo Vilhena, na Randstad desde 2008.

 

Em 39 países, a Randstad decidiu escolher Portugal para instalar a sua Digital Factory, aliada da estratégia digital da empresa para o mundo. “Temos uma multinacional, mas cada país faz as coisas à sua maneira: cada um tem o seu budget de IT, decide o que quer fazer localmente, e são estruturas muito pequenas. Mas queremos ter cada vez mais soluções que permitam aos nossos clientes globais ter uma oferta global”, explica Gonçalo Vilhena, em conversa com o ECO.

Por isso, a Digital Factory nasce com a entrada do Chief Digital Officer (CDO) há um ano e meio: na altura em que se unificou o IT com o marketing, a empresa começou também a criar a cultura de equipas multidisciplinares. E não só isso: também aqui numa lógica multi-país, conforme os centros de excelência. “Isto é muito importante porque o clássico tem sido, ou deslocaliza-se ou centraliza-se. E, historicamente, foi numa perspetiva de dar guidelines. Mas os projetos mudam de países e podemos ter eventualmente pessoas a trabalhar na Suécia para Portugal. E este conceito não existia na Randstad”, esclarece.

 

Definido o plano, foi necessário passar à ação. E rapidamente. Primeiro, as equipas, já a 100% no Porto, começaram a implementar na sede o planeado: fazer da empresa remote friendly, ou seja, transformar o espaço de trabalho em apenas um a juntar-se a outros possíveis. Depois, na prática, foi altura de criar, na holding, um sistema centralizado. “O conceito era conseguirmos criar o espírito de inovação nos diferentes locais — localmente conseguem identificar necessidades do mercado — e experimentá-las. Depois, com o suporte das local factory, fazer crescer um bocadinho o âmbito da experimentação e, no último passo, colocar isto numa fábrica, digital factory, onde fazes o replatform que significa colocar tudo o que se faz numa plataforma que os transforme em copiáveis e replicáveis para todos os países, fazendo um scaleup muito rápido”, explica Gonçalo Vilhena.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Mariana de Araújo Barbosa in Eco 

Consumidores menos confiantes, mas empresas mais optimistas

30 de julho de 2018

O índice do Instituto Nacional de Estatística (INE) que mede a confiança do consumidor baixou em julho, pelo segundo mês consecutivo, afastando-se dos recordes atingidos em maio. Porém, o mesmo relatório estatístico indica que os indicadores do INE para a confiança das empresas melhoraram, em especial na área das empresas da indústria transformadora.

 

De acordo com o relatório divulgado esta segunda-feira pelo INE, a redução do indicador de confiança dos consumidores em julho “resultou do contributo negativo de todas as

componentes, destacando-se as perspetivas relativas à evolução do desemprego e da situação económica do país.”

 

O INE indica que as “opiniões sobre a evolução da situação económica do país diminuiu pelo quinto mês consecutivo, de forma expressiva em junho e julho. No mesmo sentido, o saldo das expectativas relativas à evolução da situação económica do país diminuiu nos últimos quatro meses, também de forma mais significativa em junho e julho, dando continuidade ao perfil descendente observado desde setembro de 2017”.

Melhores notícias vêm da indústria, em especial a transformadora. A confiança tinha diminuído nos primeiros seis meses do ano mas voltou a aumentar em julho. Segundo o INE, “o comportamento do indicador deveu-se ao contributo positivo das perspetivas de produção, tendo os saldos das apreciações sobre a procura global e sobre a evolução dos stocks de produtos acabados apresentado contributos negativos”.

 

Já na área da construção e obras públicas a confiança diminuiu em julho, interrompendo a tendência crescente observada desde dezembro de 2012. “A evolução do indicador refletiu o contributo negativo da carteira de encomendas, uma vez que o saldo das opiniões sobre as perspetivas de emprego apresentou um contributo positivo”, afirma o organismo.

 

 Fonte: Edgar Caetano in Observador

Taxa de desemprego em Portugal desce para 6,7% em junho

30 de julho de 2018

A taxa de desemprego voltou a recuar em Portugal e terá ficado nos 6,7% em junho, segundo a estimativa provisória divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatístics (INE). Este valor (que é ajustado da sazonalidade) compara com 9,1% em junho de 2017 e para encontrar uma taxa inferior é preciso recuar a setembro de 2002, quando o desemprego em Portugal estava nos 6,5%.

 O INE reviu ainda em baixa o número de maio para a taxa de desemprego. A estimativa provisória, divulgada há um mês, tinha sido de 7,3%, um valor que, afinal, foi de apenas 7%, diz agora o INE na estimativa definitiva.

 Olhando para a população empregada, terá ascendido a 4,805 milhões de pessoas em junho, segundo a estimativa provisória do INE. Este número traduz um aumento de 0,3% face a maio (mais 13,2 mil pessoas) e de 2,7% (mais 124,1 mil pessoas) em relação a junho de 2017.

 Quanto à população desempregada, a estimativa provisória do INE indica que terá ficado nas 347,1 mil pessoas em junho, menos 4,3% (15,7 mil pessoas) do que em maio. Em termos homólogos, a queda foi de 26,1% (122,6 mil pessoas).

 Por fim, a taxa de desemprego dos jovens (dos 15 anos aos 24 anos) baixou para 19,6% em junho (valores ajustados de sazonalidade), segundo a estimativa provisória do INE. No mês anterior tinha sido de 20,5% e, há um ano, em junho de 2017, estava nos 23,8%.

 

 Fonte: Sonia M. Lourenço in Expresso

 

Empresas com maiores dificuldades na contratação de trabalhadores em 2017

27 de julho de 2018

As empresas demonstraram que em 2017 tiveram maiores dificuldades na contratação de trabalhadores e no acesso a técnicos qualificados do que em 2014, segundo o Inquérito aos Custos de Contexto divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 O inquérito divulgado esta sexta-feira, com referência a 2017, compara com a primeira edição, com dados de 2014 e publicada pelo INE em 2015. Assim, em 2017, o indicador global de custos de contexto, que agrega nove domínios, registou um valor intermédio de 3,05 pontos numa escala de 1 a 5, semelhante ao registado em 2014.

 Entre os domínios em análise, as empresas identificaram os maiores obstáculos, à semelhança do registado em 2014, no sistema judicial, nos licenciamentos e no sistema fiscal. No domínio dos recursos humanos foi, no entanto, onde se registou o maior aumento entre 2014 e 2017, 0,17 pontos, refletindo principalmente dificuldades na contratação de trabalhadores (0,28 pontos) e no acesso a técnicos qualificados (0,23 pontos).

 Por setor de atividade, o setor do alojamento e restauração continuou a apresentar o indicador mais elevado (3,16), apesar da diminuição face a 2014 (de 0,05 pontos).

 Por dimensão, as empresas de pequena e média dimensão continuaram a ser aquelas que apresentaram o indicador mais elevado, 3,09 pontos (0,02 que em 2014), enquanto as de micro dimensão percecionaram níveis de custos de contexto mais baixos (2,94 em 2017, menos 0,4 pontos do que em 2014).

 Em 2017, no conjunto dos custos associados ao cumprimento das obrigações de informação, 88,5% foi suportado com meios da própria empresa e 13,5% determinado pela subcontratação de terceiros. A prestação e entrega de informação empresarial e fiscal registou o maior peso no custo médio anual com o cumprimento das obrigações de informação (37,5%), seguida das licenças, certidões, autorizações ou permissões (23,2%).

 O Inquérito aos Custos de Contexto pretende conhecer a perceção das empresas relativamente à existência, evolução e impacto dos custos de contexto na sua atividade económica. Entendem-se como custos de contexto, os efeitos negativos decorrentes de regras, procedimentos, ações e/ou omissões que prejudicam a atividade das empresas e que não são imputáveis ao investidor, ao negócio ou à organização, explica o INE

 

Fonte: Agência Lusa in Observador

Governo já entregou oficialmente em Bruxelas a reprogramação do Portugal 2020

27 de julho de 2018

O Governo português já entregou formalmente o exercício de reprogramação do atual quadro comunitário de apoio à Comissão Europeia, confirmou ao ECO fonte oficial do Ministério do Planeamento e Infraestrturas. Em causa está a reafetação de 2,93 mil milhões de euros, que passam de umas gavetas para outras, ou seja de áreas com pouca execução para outras onde já faltam fundos comunitários.

 “A documentação seguiu na sexta”, dia 20 de julho, avançou a mesma fonte. “A expectativa é de que só haja desenvolvimentos em setembro”, acrescentou.

 O porta-voz da Comissão Europeia confirmou, esta segunda-feira, ao ECO a receção de todos os programas alterados da Política de Coesão enviados pelas autoridades portuguesas.

 O ECO apurou junto de fonte comunitária que Bruxelas pretende entregar a decisão formal antes do final de 2018. As regras determinam que a Comissão depois de receber as propostas — as primeiras a chegar foram as do Programa Operacional da Madeira, Po Açores e o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), sabe o ECO — tem um mês para fazer comentários e pedir esclarecimentos adicionais, aos quais os Estados membros são obrigados a dar resposta. Mas em agosto os serviços da Comissão estão praticamente fechados devido às férias. Contudo, como houve uma negociação informal entre o Governo português e os serviços da comissária da Política Regional, Corina Cretu, ao longo dos últimos meses, é previsível que o exercício de reprogramação esteja mais ou menos limpo.

 Recorde-se, tal como o ECO avançou, que Bruxelas pôs em causa várias opções do Executivo nacional, nomeadamente em termos de mobilidade urbana — o projeto de mobilidade do Mondego, que começou por ser no papel um papel, mas agora passou a ser um autocarro, foi dos que mais controvérsia gerou –, tendo mesmo sugerido que o Plano Juncker seria mais indicado para financiar alguns depois projetos e não os fundos estruturais do Portugal 2020.

 Houve também exigências em termos de criar novos indicadores e objetivos de empregabilidade para os projetos apoiados com verbas de Bruxelas, nomeadamente através do Programa Operacional Capital Humano (POCH). “A Comissão Europeia encorajou Portugal a rever, e quando relevante, definir novos indicadores e objetivos de empregabilidade, tal como especificado nas atuais regras do Fundo Social Europeu”, disse ao ECO, fonte comunitária. Ou ainda as opções que punham em causa o equilíbrio entre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e o Fundo Social Europeu, o respeito da concentração temática, etc.

 Mas apesar de este exercício não ter conclusão prevista nas próximas semanas, isso não significa que o Governo não possa lançar novos concursos, nomeadamente para empresas, cuja aprovação de candidaturas é feita em regime de overbooking há pelo menos cinco meses, segundo os últimos dados disponíveis. Isto porque as despesas são elegíveis desde o momento de lançamento do concurso. “A dotação dos fundos que apoiam o investimento empresarial será reforçada em 650 milhões de euros”, no âmbito deste exercício de reprogramação, de acordo com o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão. Ou seja, o sistema de incentivos ficará com uma dotação global de 4.633 milhões de euros.

(Notícia atualizada segunda-feira 30 de julho com a confirmação oficial do porta-voz da Comissão Europeia)

 

Fonte: Mónica Silvares in Eco

Funcionários públicos. Portugal com uma das menores percentagens da EU

23 de julho de 2018

Portugal está entre os países da União Europeia onde o emprego público pesa menos. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, em Portugal 15% dos cidadãos empregados eram funcionários públicos, em 2016, o que fica abaixo da média comunitária (16%). A liderar o ranking está a Suécia (29%), seguida pela Dinamarca (28%) e Finlândia (com 25%).

 Atrás de Portugal estão apenas a Alemanha (10%), o Luxemburgo (12%), a Holanda (13%) e a Itália (14%). Do outro lado da realidade estão os países nórdicos. Na Suécia, 29% do mercado de trabalho corresponde a funcionários públicos, seguido de 28% na Dinamarca, 25% na Finlândia, 23% na Estónia e 22% na Lituânia, França e Hungria.

 Os dados do Eurostat revelam ainda que, em 2014, os funcionários públicos na União Europeia ganhavam, em média, 2.600 euros brutos mensalmente.

 Nessa altura, os setores mais bem remunerados eram “as finanças e os seguros” (com um rendimento mensal bruto de 3.800 euros), as “atividades profissionais e técnicas (3.500 euros) e a gestão de esgotos e águas (2.100 euros). Por cá, nesses mesmos setores, os funcionários ganhavam, respetivamente, 2.500 euros, 1.555 euros e 1.074 euros, o que revela uma diferença significativa em relação à media comunitária.

 or Estado-membro, era na Dinamarca (4.500 euros), na Irlanda (4.300 euros), na Suécia (3.700 euros) e nos Países Baixos (3.600 euros) que se ganhava melhor enquanto funcionário público. Em contraste, a Bulgária (500 euros), a Roménia (600 euros) e a Hungria (700 euros) eram os países com remunerações mais baixas

Fonte: in Sol

Idade da reforma no setor privado sobe para os 64 anos

23 de julho de 2018

Nos últimos 17 anos, nunca os trabalhadores do privado se reformaram tão tarde

 

A esperança média de vida tem vindo a aumentar nos últimos anos, e o mesmo tem acontecido com a idade da reforma. De acordo com o “Jornal de Negócios”, em 2017, os pensionistas de velhice reformaram-se em média aos 64,2 anos, segundo dados do Ministério da Segurança Social recentemente atualizados pela Pordata.

 

Nos últimos 17 anos, nunca os trabalhadores do privado se reformaram tão tarde. A idade normal de reforma tem vindo progressivamente a subir desde 2014 e no ano passado estava já nos 66 anos e três meses, conta o matutino.

 

Na prática, a evolução da esperança média de vida tem vindo a ditar um progressivo aumento das penalizações aplicadas a quem quer reformar-se antecipadamente: o fator de sustentabilidade chegou no ano passado aos 13,88%.

 

Fonte: in Expresso

Portugal já lidera emprego online em plataformas como Uber, Airbnb e similares

23 de julho de 2018

Quem ganha mais de metade do rendimento mensal e trabalha mais de 20 horas por semana, conta.

 

 Reino Unido lidera, Portugal terceiro, diz centro da CE. A seguir Plataforma Airbnb em Portugal acolheu mais de 2,6 milhões de visitantes em 2017. Em Portugal, o peso do emprego gerado direta e indiretamente por negócios de plataformas digitais deverá ser já um dos mais elevados num conjunto de 14 países europeus, quase 11% do total, segundo um estudo pioneiro do Joint Research Centre (JRC), da Comissão Europeia (CE).

 

Estamos a falar de negócios como Uber, Ubereats, Glovo, Cabify, Taxify, Zomato, Booking, Airbnb, mas também pode envolver centros de contacto e retalhistas comerciais com presença virtual (supermercados, lojas de roupa e calçado, de artigos eletrónicos, por exemplo). Uns empregam diretamente os seus trabalhadores, mas a maior parte da estatística conta com aqueles que trabalham com a marca (usam a plataforma) e ganham dinheiro com isso. É o caso dos milhares de proprietários de casas, alojamentos locais, que estão a acompanhar a onda do turismo, por exemplo. Segundo os inquéritos conduzidos por aquele serviço de ciência da Comissão Europeia, 10,6% da população adulta em Portugal poderá estar envolvida de forma significativa e ter uma dependência financeiramente relevante face a estas atividades baseadas na internet. A média dos 14 países analisados deu 9,7% do emprego adulto a nível europeu. O líder do ranking é o Reino Unido, com 12% do total do emprego adulto que cai nas plataformas digitais, integrando a chamada “economia colaborativa” ou “economia da partilha”. A mesma fonte confirma que “existem diferenças significativas entre países: o Reino Unido tem a maior incidência de trabalhos de plataforma. Outros países com valores relativamente elevados são Alemanha, Países Baixos, Espanha, Portugal e Itália”. “Já Finlândia, Suécia, França, Hungria e Eslováquia apresentam valores muito baixos em comparação com o resto”, acrescenta.

 

Fonte: Luís Reis Ribeiro In Dinheiro Vivo

 

Velozes na criação de emprego

22 de julho de 2018

Em três anos, as empresas de crescimento elevado criaram mais de 90 mil empregos em Portugal

 

Entre 2013 e 2016, as chamadas empresas de crescimento elevado (ECE) criaram em Portugal mais de 90 mil novos postos de trabalho, 41,6% dos quais no sector dos serviços. Os dados do último estudo “As empresas mais velozes (2013-2016)”, agora divulgado pela Informa D&B, apontam para um crescimento de 136% no número de trabalhadores ao serviço destas empresas, no período considerado. Mas a dinâmica na criação de emprego não foi uniforme ao longo destes anos.

 

As empresas de elevado crescimento — organizações com mais de dez funcionários que se caracterizam por um crescimento orgânico médio anual de empregados superior a 20%, durante três anos consecutivos — são uma minoria (0,5%) num tecido empresarial nacional dominado por micro, pequenas e médias empresas (99,9%). Mas, nestes quatro anos, responderam por 11,4% do total de novos empregos criados pelas empresas em Portugal. As ECE estão em todos os sectores de atividade, mas é nas indústrias transformadoras (25,5%) e nos serviços (19,5%) que atingem maior expressão.

 

A análise agregada da evolução destas empresas entre 2013 e 2016 mostra que, com os 90.043 novos postos de trabalho criados, as ECE atingiram em 2016 o seu melhor ano desde 2009, altura em que o acumulado dos novos empregos gerados pelas empresas mais velozes do mercado, nos três anos anteriores, totalizava 82.647. Contudo, os dados desagregados relativos à criação de emprego por sector de atividade, cedidos pela Informa D&B a pedido do Expresso, revelam que a evolução da criação de emprego não foi uniforme, entre 2013 e 2016, com quebras registadas sobretudo no último ano. Em 2016, o último ano analisado pelo estudo, as empresas mais velozes do mercado nacional abrandaram o ritmo de contratação e criaram menos 666 empregos do que no ano anterior. Construção e serviços foram os sectores onde as contratações mais abrandaram. Mas vamos aos números.

 

Criação de emprego abranda em sector-chave

 

Há 1575 empresas de elevado crescimento em Portugal. O sector das indústrias transformadoras é o que absorve a maior parte destas empresas (402) e o segundo maior criador de emprego com 16.703 novos postos de trabalho criados entre 2013 e 2016. A análise anual isolada do desempenho destas empresas demonstra que as ECE a operar neste sector criaram menos 236 empregos em 2016 do que em 2015. O comportamento é semelhante nos sectores da construção e serviços que lideram o ranking dos que mais abrandaram na criação de postos de trabalho nos dois anos, com menos 1229 e 812 empregos criados, respetivamente. A análise da totalidade dos sectores aponta para uma redução de 666 novos postos de trabalho no total dos novos empregos criados em 2016, face a 2015.

 

Apesar deste revés, os indicadores das ECE mostram que nos três anos analisados aumentaram as empresas mais maduras (com mais de 20 anos de mercado) e o perfil exportador das organizações nacionais foi reforçado. Segundo o relatório, 53% das empresas nacionais de crescimento acelerado são exportadoras. Entre elas está a Science4you, liderada por Miguel Pina Martins. A empresa que soma dez anos, internacionalizou-se logo ao segundo ano de atividade. Um passo que, para Miguel Pina Martins, “foi fundamental” já que os negócios no exterior garantem mais de 70% da faturação anual da empresa. “Em 2017 faturámos 27 milhões de euros em vendas totais nos mais de 40 países onde a marca está presente”, explica acrescentando que o valor representa um crescimento de 66% face a 2016.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

22 mil portugueses trabalham sem salário

22 de julho de 2018

O trabalho em negócios familiares empurra muitos para a precariedade

 

Pedro e Rita são os rostos de uma estatística, a dos “trabalhadores familiares não remunerados”. Todos escolheram não divulgar a sua verdadeira identidade, mas personificam o que o Instituto Nacional de Estatística (INE) define como “indivíduos que exercem uma atividade independente numa empresa orientada para o mercado e explorada por um familiar, não sendo contudo seus associados nem estando vinculados por um contrato de trabalho”. Em 2017, eram 22 mil em Portugal. No primeiro trimestre deste ano, a contabilização do INE já soma 21,5 mil portugueses que trabalham em negócios familiares, sem remuneração ou pelo menos sem que os empregadores a declararem. Quem são estes trabalhadores, que qualificações têm e quantas horas trabalham permanece um mistério para os economistas, sindicatos e até para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

 

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Portugal é dos países que mais recebe de Bruxelas

22 de julho de 2018

Portugal recebeu, nos últimos três anos, quase cinco mil milhões de euros da Comissão Europeia, ocupando o terceiro lugar entre os Estados-membros que mais fundos comunitários receberam, segundo dados divulgados por Bruxelas.

 

"Até ao final de março de 2018 foram transferidos 4.849 milhões de euros para Portugal pela Comissão Europeia (CE). Este valor equivale a 18,6% do valor programado no Portugal 2020 e mantém-se acima da média da União Europeia (que se encontrava em 12,9%)", lê-se no último Boletim Informativo dos Fundos da União Europeia, divulgado em 31 de março.

 

Trata-se da "taxa mais elevada de entre os Estados-membros com envelopes financeiros mais elevados (acima de sete mil milhões de euros)", segundo a mesma fonte.

 

Nos últimos três anos, altura em que foram abertos os primeiros concursos do programa Portugal 2020, no total, foram transferidos pela CE para os 28 Estados-membros 58.819 milhões de euros, sendo que, desse montante, 8,2% foram destinados a Portugal.

 

No período em causa, mais de dois mil concursos foram abertos e apresentadas mais de 382 mil candidaturas, tendo sido aprovadas mais de 297 mil operações.

 

No que se refere à aplicação dos fundos europeus em Portugal, até ao final do período em causa, foram apresentadas candidaturas com intenções de investimento até 51 mil milhões de euros, 53% dos quais ligados ao setor da competitividade e internacionalização.

 

Por sua vez, o volume de fundos aprovados no Portugal 2020 fixou-se em 16,6 mil milhões de euros, "destinados a financiar operações de investimento no valor de 24,7 mil milhões de euros".

 

"A taxa de financiamento média sobre o investimento elegível era de 67%. A taxa de compromisso situava-se em 64%, tendo registado uma evolução de 5,3 pontos percentuais [p.p.] em relação ao último trimestre", explica a CE.

 

A liderar os valores de fundos aprovados estão os apoios às pequenas e médias empresas (24%), destacando-se ainda a educação (11%), ciência e investigação (9%), ambiente e recursos naturais (7%) e a área da competitividade, no âmbito do desenvolvimento rural (6%).

 

A concretização dos projetos financiados fixou-se em cerca de 6,1 mil milhões de euros de fundos executados, o que se traduziu numa taxa de execução de 24%, mais 2,3 p.p. do que em dezembro de 2017.

 

"Do lado da execução destacam-se os domínios temáticos do desenvolvimento rural e da competitividade e internacionalização com 28% dos fundos executados e o domínio do capital humano com 22%", revelou.

 

Por fundos, os maiores acréscimos em termos de aprovações registaram-se no Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com um aumento de 708 milhões de euros, e no Fundo Social Europeu/Iniciativa Emprego Jovem (FSE/IEJ), com uma subida de 470 milhões de euros.

 

Com uma dotação global de cerca de 26 mil milhões de euros, o programa Portugal 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, "no qual se estabelecem princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020".

 

Fonte: in Jornal de Notícias

Calçado quer exportar 150 milhões para os EUA em cinco anos

21 de julho de 2018

Entre 2010 e 2016, as exportações nacionais de calçado para os EUA cresceram 537%, passando de 12 milhões para 76,6 milhões de euros.

 

 

O mercado americano é a "prioridade estratégica" para a indústria de calçado na próxima década. O objetivo é duplicar as exportações, com ou sem acordo de livre comércio entre a União Europeia e os EUA. "Naturalmente que teríamos mais vantagens se o acordo tivesse sido concretizado, mas não nos deixamos condicionar por questões do foro conjuntural. A nossa aposta é de médio prazo, ambicionamos um crescimento sustentado", garante Luís Onofre, presidente da associação do setor, a APICCAPS.

 

Entre 2010 e 2016, as exportações nacionais de calçado para os EUA cresceram 537%, passando de 12 milhões para 76,6 milhões de euros.

O valor mais elevado de sempre, correspondente a 2,2 milhões de pares de sapatos exportados. Mas, em 2017, o mercado caiu 5,9% e, este ano, entre janeiro e maio, a quebra é de 17,4%. Números que não desmotivam os empresários. "A quebra é, infelizmente, extensiva à economia portuguesa em geral, mas o facto de, em poucos anos, multiplicarmos por seis as nossas vendas nos EUA mostra que o potencial de mercado existe. O último ano e meio, por via das flutuações cambiais, tem sido prejudicial e, por isso mesmo, estamos a fazer um grande investimento no mercado precisamente para não estarmos dependentes dessas flutuações", argumenta Luís Onofre.

 

A indústria portuguesa do calçado apresenta-se ao mercado nova-iorquino, na MRKT e na Project, certames de moda masculina e feminina, respetivamente, que decorrem de 22 a 24 de julho no Jacob Javits Center. São 18 empresas, responsáveis por 21 marcas, que estarão no espaço coletivo Portugal procurando, em 100 metros quadrados, "mostrar a excelência da oferta nacional". Carlos Santos, Felmini, Lemon Jelly, Tatuaggi e Fly London são algumas das marcas representadas, sendo que a Fly tem uma loja própria em Nova Iorque desde 2014.

 

Em simultâneo, a 23 de julho, o calçado associa-se ao vestuário e à ourivesaria para promover a moda portuguesa num hotel nova-iorquino. São 30 as marcas representadas, numa iniciativa enriquecida com a gastronomia e a música portuguesa, a cargo dos Best Youth.

 

Esta é uma investida que está a ser preparada há meses. Além de três viagens de prospeção ao mercado e da organização, em março, de uma conferência no Porto com especialistas, designada de 'Road to America', a APICCAPS trouxe a Portugal 11 importadores americanos, em maio, para visitarem algumas das principais empresas. Agora é a vez dos empresários nacionais visitarem lojas de referência e reunirem com cadeias de retalho e distribuidores.

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Ilídia Pinto in Diário de Noticias

Quando o trabalho nos consome

21 de julho de 2018

Quando não existe vida além da profissional, é altura de entrar em alerta. O burnout, um esgotamento provocado pelo trabalho, pode atingir 13% dos portugueses

 

A vida parece perfeita vista de fora. Pedro salva vidas todos os dias. Vive entre explosões constantes de adrenalina, que se alimentam umas às outras. A sua é mais do que apenas uma profissão, é um sonho realizado que lhe dá um salário bem acima da média. Secretamente sente-a quase como um dom. No consultório que ocupa num hospital da margem Sul do Tejo, as fotografias de doentes misturam-se com os desenhos de crianças.

 

Ampliada, a perfeição dilui-se. As vidas são salvas no limite. No limite do cansaço, dos meios, do tempo possível para o fazer. E, de cada vez, parecia que o tempo chegava mais ao limite. O sistema ‘crashava’, as filas de espera aumentavam, os utentes desesperavam. A adrenalina e a excitação de andar a correr nos corredores do hospital transformaram-se em palpitações. As tais imagens da parede não contavam as histórias dos bastidores, do excesso de horas para conseguir salvar aquelas vidas. Sem rede de apoio. O salário que permitia a vida acima da média era uma junção de três, um no Serviço Nacional de Saúde, outros dois feitos no privado, entre consultas e urgências. De turno em turno, o trabalho tornou-se a própria vida. E o corpo e a mente chegaram ao limite. Pedro é uma das vítimas de burnout, uma síndrome de carácter psíquico que leva a um esgotamento físico e mental cujo causa é o trabalho. É uma espécie de fim de linha. Uma fadiga, dividida entre a exaustão emocional, despersonalização e falta de realização pessoal, cuja causa é o trabalho. E que impede o corpo e a mente de seguirem o rumo natural.

 

“De início adorava o que fazia. E fazia mais, aceitava mais trabalho, por isso mesmo, por adorar. O trabalho passou a ser tudo na minha vida. E o tudo tornava-se sempre mais. A ser feito com menos. Menos gente, menos recursos, menos colegas”, conta Pedro, 43 anos, especialista em medicina interna, agora a viver uma espécie de pausa.

 

Vários estudos têm demonstrado os efeitos do excesso de trabalho e do stresse em diferentes profissões. A maioria relaciona a síndrome de burnout a profissões de grande stresse e exigência, ligadas a serviços públicos. Uma análise da Unidade de Investigação em Epidemiologia, do Instituto de Saúde Pública, da Universidade do Porto, afirma que afeta todos os profissionais de saúde, independentemente do cargo e da função que desempenham. Já os dados da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho dizem que oito em cada dez dirigentes europeus manifestaram preocupação com o stresse nas empresas. O mais recente estudo feito em Portugal, centrou-se nos professores e concluiu que mais de 65 mil docentes estão em exaustão emocional.

 

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Fonte: Carolina Reis in Expresso

Portugal mantém 3.ª maior dívida pública da UE no primeiro trimestre

20 de julho de 2018

Portugal continua a registar a terceira maior dívida em percentagem do PIB (126,4%), depois da Grécia (180,4%) e de Itália (13,4%)

 

 

A dívida pública fixou-se nos 86,8% do PIB na zona euro e nos 81,6% na União Europeia (UE), no primeiro trimestre, com Portugal a manter a terceira maior (126,4%), divulga esta sexta-feira o Eurostat.

 

De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, na zona euro, a dívida pública aumentou ligeiramente face aos 86,7% do trimestre anterior, mas recuou na comparação com os primeiros três meses de 2017, quando atingiu os 89,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

No conjunto os 28 Estados-membros, a dívida pública recuou para os 81,5%, face à de 81,6% do trimestre anterior, quer à de 83,6% do homólogo.

 

Portugal continua a registar a terceira maior dívida em percentagem do PIB (126,4%), depois da Grécia (180,4%) e de Itália (13,4%), enquanto as menores se observaram na Estónia (8,7% do PIB), no Luxemburgo (22,2%) e na Bulgária (24,1%).

 

A dívida pública portuguesa recuou, entre janeiro e março, 3,7 pontos percentuais face à de 130,1% do PIB registada no período homólogo e aumentou 0,7 pontos na comparação com a de 125,7% do PIB do quatro trimestre de 2017

 

De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, na comparação homóloga, só a Grécia viu a sua dívida pública aumentar em relação ao PIB nos primeiros três meses do ano (2,7 pontos percentuais), tendo os recuos mais significativos sido observados em Chipre (-11,3 pp), na Irlanda (-6,5 pp) e na Croácia (-6,4 pp).

 

Já face ao quarto trimestre de 2017, a Bélgica foi o país cuja dívida mais cresceu (2,9 pontos percentuais), seguindo-se a Grécia (1,8 pp) e a Itália (1,6 pp), tendo as maiores quebras sido registadas na Letónia (-4,4 pp), na Lituânia (-3,5 pp) e em Chipre (-2,8 pp).

 

A dívida pública portuguesa recuou, entre janeiro e março, 3,7 pontos percentuais face à de 130,1% do PIB registada no período homólogo e aumentou 0,7 pontos na comparação com a de 125,7% do PIB do quatro trimestre de 2017.

 

Fonte: in Diário de Noticias/ Lusa

Desemprego jovem: Portugal é dos que mais recuperou mas ainda está entre os piores

19 de julho de 2018

O FMI assinala que, embora a UE tenha recuperado bastante no desemprego jovem, tal não se deve só à criação de emprego, mas também ao desencorajamento e prolongamento dos estudos de milhões de jovens.

 

Portugal é um dos países onde o desemprego jovem mais recuperou desde a crise, tendo caído mais do que dez pontos percentuais, mas permanece entre aqueles que têm valores mais altos para o desemprego nesta faixa etária. A recuperação, embora tenha sido das mais acentuadas, não bastou para retirar Portugal do fundo da lista, revela esta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório sobre as políticas implementadas na União Europeia.

 

Recentemente, assinalam os responsáveis do FMI, os países da União Europeia têm registado uma queda do desemprego jovem, com “as melhores melhorias (…) a acontecer na Irlanda, Eslováquia, Lituânia, Letónia e Portugal, onde o desemprego jovem caiu mais de dez pontos percentuais”. No entanto, em muitos países as taxas continuam altas, e Portugal está entre os oito com as mais elevadas.

 

Na União Europeia, porém, a queda no desemprego jovem não tem acontecido principalmente pela criação de emprego. O FMI assinala que quase dois terços da recuperação na taxa de desemprego jovem se deve à saída de muitos do mercado de trabalho, seja por estarem desencorajados, seja por apostarem na formação ou educação. São quase três milhões de jovens a menos no mercado de trabalho entre 2008 e 2017, acrescenta o FMI. Só desde 2013, foram criados 300 mil trabalhos mas o desemprego jovem reduziu-se em 900 mil pessoas — ou seja, 600 mil “desapareceram”.

 

Para onde foram os três milhões desaparecidos?

 

Há várias razões para a diminuição do número de jovens no mercado de trabalho, que se reflete, por sua vez, na redução do desemprego jovem. Por um lado, assinala o relatório do FMI, o número de jovens diminuiu devido a uma imigração menor para os países europeus na consequência da crise económica. Por outro lado, muitos jovens decidiram dedicar-se à educação e formação. “A proporção de jovens na educação aumentou cinco pontos percentuais desde 2008, para chegar aos 57% em 2017”, assinalam os técnicos do FMI.

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Marta Santos Silva in Eco online

 

Há 16 anos que não havia tão poucos desempregados inscritos no IEFP

19 de julho de 2018

De maio para junho, o desemprego registado pelo IEFP caiu 5,1%, uma diminuição que é a maior deste tipo desde 1989. No total, há 332,4 mil desempregados inscritos nos centros de emprego.

O número de desempregados registados nos centros de emprego baixou em junho 20,5% relativamente ao mesmo mês de 2017, para 332,4 mil pessoas, o número mais baixo dos últimos 16 anos, divulgou hoje o Ministério do Trabalho.

 

De acordo com um comunicado do Ministério do Trabalho, a diminuição homóloga de 20,5% foi a maior registada desde 1989 e corresponde a um decréscimo de 85,8 mil desempregados. Comparando com o mês de maio, o desemprego desceu 5,1%, o que corresponde a menos 17,8 mil pessoas inscritas nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

 

O número de desempregados jovens baixou para 31,5 mil pessoas, com um decréscimo homólogo de 29,0% (menos 12,9 mil pessoas) e uma diminuição em cadeia de 10,1% (menos 3,5 mil pessoas), representando em junho 9,5% do desemprego registado (abaixo dos 10,6% do mesmo mês do ano passado).

 

O desemprego de longa duração teve uma redução homóloga de 23,6%, baixou para 162,8 mil pessoas, menos 50,2 mil pessoas, e teve um decréscimo de 5,6% face ao mês de maio (menos 9,7 mil pessoas).

 

Segundo o Ministério do Trabalho, desde o início da legislatura, mais de 222 mil pessoas saíram do desemprego (40%), sendo que mais de 97 mil eram desempregados de longa duração (37%) e quase 38 mil eram jovens desempregados (54%).

 

Fonte: Lusa in Eco online

Trabalhar menos dias e ganhar o mesmo. Numa empresa neozelandesa já é uma realidade

19 de julho de 2018

Os trabalhadores da Perpetual Guardian trabalharam menos um dia por semana com o mesmo salário e os resultados foram "um sucesso absoluto".

 

Trabalhar menos um dia por semana e ganhar o mesmo salário pode parecer um sonho, mas uma empresa da Nova Zelândia tornou-o realidade. A Perpetual Guardian experimentou durante oito semanas reduzir o horário laboral dos seus funcionários para quatro dias, sem reduzir os ordenados e sem exigir horas extras.

 

De acordo com o jornal The Guardian, os resultados foram um "sucesso absoluto" com a diminuição dos níveis de stress dos trabalhadores em 7% e uma maior capacidade para conciliar o trabalho com a vida profissional. Se antes da experiência apenas 54% dos funcionários conseguia equilibrar os compromissos pessoais com os laborais, depois das mudanças de horários a percentagem subiu para 78%.

 

Mas menos um dia de trabalho significa menos produtividade? Neste caso, pelo menos, isso não aconteceu, porque os colaboradores foram chamados a debater formas de manter a produtividade com menos dias de trabalho por semana.

 

"Os funcionários projetaram uma série de inovações e iniciativas para trabalhar de maneira mais produtiva e eficiente, desde a automação de processos manuais até à redução ou eliminação do uso de internet para assuntos não relacionados com o trabalho", explicou uma conferencista na Universidade Auckland Business School, citada pelo The Guardian.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Sara Beatriz Monteiro in TSF online

Alterações ao Código do Trabalho aprovadas na generalidade com votos do PS

18 de julho de 2018

A proposta de lei do Governo para alterar várias matérias do Código do Trabalho foi, esta quarta-feira, aprovada na generalidade com os votos favoráveis do Partido Socialista.

 

O diploma recebeu os votos contra do Partido Comunista, dos Verdes e do Bloco de Esquerda e as abstenções do PSD, CDS e PAN.

 

A Proposta de Lei n.º 136/XIII, que resulta de um acordo de concertação social assinado há um mês, vai também alterar algumas matérias do Código Contributivo.

 

O diploma vai baixar à Comissão Parlamentar de Trabalho para ser discutido na especialidade, o que deverá ocorrer após as férias parlamentares, em setembro.

 

No momento em que o vice-presidente da Assembleia da República Jorge Lacão perguntou aos deputados quem votava contra a proposta do Governo, além das bancadas do PCP, PEV e BE, levantaram-se várias dezenas de sindicalistas da CGTP, que acompanharam o plenário nas galerias, nomeadamente o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e a dirigente da federação sindical da função pública Ana Avoila.

 

A CGTP foi o único parceiro social que não subscreveu o acordo tripartido, por considerar que ele não resolve os problemas dos trabalhadores nem do país e, no caso da precariedade e da contratação coletiva até os agrava.

 

A proposta legislativa do Governo prevê, entre outras alterações, o alargamento do período experimental de 90 dias para 180 dias para contratos sem termo de jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração e o fim ao banco de horas individual, criando a possibilidade de um novo regime de banco de horas por acordos de grupo, dependente da aprovação de 65% dos trabalhadores.

 

Fonte: in Jornal de Notícias

Emprego dos jovens que acabaram agora o curso volta aos níveis pré-troika

18 de julho de 2018

Em Portugal, em 2017, quase 81% conseguiram arranjar trabalho. Na Alemanha, nível de concretização está em 91%.

 

O nível de emprego dos jovens que, em Portugal, acabaram recentemente cursos de grau mais elevado - secundário do 10.º ao 12.º ano, pós-secundário e ensino superior - regressou aos níveis pré-troika, mas continua a ser um dos mais baixos da Europa, indicam dados do Eurostat obtidos pelo DN/Dinheiro Vivo. Segundo os números oficiais, em 2017, 80,7% desses indivíduos (com idades dos 20 aos 34 anos e que acabaram o respetivo curso há três anos, no máximo) conseguiram arranjar emprego. Trata-se de uma proporção que está ao nível de 2010 (80,6%), último ano antes da bancarrota e do início do programa de ajustamento da troika.

 

Esta taxa de empregabilidade dos jovens com cursos mais avançados (licenciaturas e não só), que no fundo acaba por ser um indicador que também ajuda a medir o retorno do investimento em qualificações, está a subir desde 2012, ano em que atingiu o valor mais baixo da série do gabinete de estatísticas da União Europeia. Nessa altura, a taxa de emprego deste grupo de pessoas atingiu um mínimo de 67,5%.

A recuperação nos níveis de empregabilidade assente em qualificações mais altas não é um exclusivo de Portugal. Isso aconteceu em todos os países europeus.

 

Em termos comparativos, Portugal, embora esteja ligeiramente acima da média da União Europeia, continua a ter das empregabilidades mais baixas ao nível dos tais jovens mais qualificados que acabaram o curso há três anos ou menos.

 

A média da UE está nos 80,2%. Portugal está em 18.º lugar no grupo dos 28 da União. Em termos de empregabilidade, está atrás de concorrentes diretos do Leste Europeu, como Eslovénia, Estónia ou Eslováquia.

 

Os países com maiores taxas de sucesso na obtenção de emprego são Malta (94,5%), Alemanha (90,9%) e Holanda (90,4%). No fundo da tabela estão Croácia (65,9%), Itália (55,2%) e Grécia (52%).

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Luís Reis Ribeiro in Diário de Notícias

Emprego na OCDE aumenta no 1º. trimestre, Portugal com uma das maiores subidas

17 de julho de 2018

A taxa de emprego em Portugal no primeiro trimestre foi de 69,2%, acima do valor observado um ano antes (66,8%).

A taxa de emprego na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou 0,2 pontos percentuais no primeiro trimestre, face ao anterior, para 68,2%, com Portugal a apresentar uma das subidas mais elevadas.

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela OCDE, a taxa de emprego em Portugal no primeiro trimestre foi de 69,2%, acima do valor observado um ano antes (66,8%) e no trimestre anterior (68,9%).

Em termos homólogos, no conjunto dos países da OCDE, a taxa de emprego (percentagem de pessoas com emprego entre a população com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos) tinha sido 67,4% no primeiro trimestre do ano passado.

Na zona euro, a taxa de emprego subiu dos 66% observados no primeiro trimestre do ano passado para os 66,9% (face aos 66,8% registados no trimestre anterior). O aumento trimestral, segundo a OCDE, beneficiou todos os grupos, embora tenha sido mais pronunciado nos jovens (dos 15 aos 24 anos).

 

Fonte: Lusa in Eco online

Robôs vão substituir os humanos? Também vão ajudar a criar empregos

17 de julho de 2018

De acordo com o estudo da PwC, os setores do transporte e da indústria serão os mais afetados. Em meados de 2030, 30% deverão ser substituídos por robôs.

 

São vários os especialistas que defendem que, mais tarde ou mais cedo, os humanos serão substituídos por robôs no mundo do trabalho. Para tirar esta questão a limpo, a consultora PwC realizou um estudo, analisando 29 países, onde concluiu que haverá um equilíbrio, ou seja, a Inteligência Artificial (AI) substituirá alguns empregos em determinados setores mas, em contrapartida, ajudará a criar outros tantos.

 

Bill Gates e Elon Musk são dois dos muitos nomes que acreditam que o mercado laboral será dominado pela robótica. Mas, do lado da PwC, não passarão de suposições. De acordo com o estudo realizado pela consultora, citado pelo Business Insider (conteúdo em inglês), os robôs substituirão os humanos em certos empregos, especialmente nos setores dos transportes (38%)e da indústria (30%). Mas, em contrapartida, noutros setores ajudarão a criar emprego, possibilitando um equilíbrio, como por exemplo na saúde, prevê o estudo.

“A IA, a robótica e outras formas de automação inteligente têm o potencial de trazer grandes benefícios económicos, contribuindo com até 15 biliões de dólares (12,8 biliões de euros) para o PIB mundial até 2030“, lê-se nas conclusões. “Essa riqueza extra também impulsionará a procura por muitos empregos, não esquecendo que também poderá substituir muitos outros existentes”.

 

Até ao início de 2020, a PwC espera que sejam substituídos 3% dos empregos existentes atualmente, podendo esta percentagem aumentar à medida que as tecnologias vão sendo aperfeiçoadas. Em meados de 2030, esse número sobe para 30%, sendo os homens os mais afetados a longo prazo à medida que novas máquinas vão substituindo as tarefas manuais.

 

Ainda de acordo com um relatório publicado no início do ano pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apenas 14% dos empregos nos países-membros estavam em risco de automação. Mas, ambas as entidades concordam que os setores que mais irão beneficiar da Inteligência Artificial, ou correm menos riscos de automação, serão aqueles envolvem tarefas mais complexas e especializadas: educação, trabalho científico e técnico, e alojamento e restauração.

 

Por outro lado, os setores que correm mais riscos de serem dominados pela robótica são aqueles que envolvem tarefas administrativas repetitivas, tais como: finanças e seguros, retalho, construção, administração pública, transportes e indústria.

 

Fonte: Rita Neto in Eco online

Governo reconhece que Vistos Gold falharam na criação de emprego

14 de julho de 2018

Em reação à proposta do Bloco de Esquerda de acabar com os Vistos Gold, o ministro dos Negócios Estrangeiros lembra, no entanto, que o programa tem trazido investimento para o país.

 

O ministro Augusto Santos Silva reconhece que o programa dos Vistos Gold não cumpriu os objetivos iniciais de criação de emprego.

 

O Bloco de Esquerda quer acabar com os vistos dourados, alegando que abriram a porta à corrupção em Portugal, favorecendo a criminalidade económica e a especulação imobiliária. O Bloco lembra ainda que, em mais de 5700 pedidos de vistos, apenas nove foram para criar emprego.

 

À TSF, o ministro dos Negócios Estrangeiros admite que, nesse capítulo, o programa ficou abaixo das expectativas.

 

"Infelizmente é verdade que, no que diz respeito à terceira razão pela qual pode ser concedida autorização - projetos de investimento com criação de postos de trabalho - , essa razão tem sido usada residualmente. Introduzimos entretanto alterações no sentido de baixar o limiar neste último caso e também no sentido de atrair capital para fins culturais. Portanto, no sentido de valorizar também as razões de mecenato na concessão de autorização de residência", explicou.

 

Ainda assim, Augusto Santos Silva defende que é um programa importante para Portugal porque tem atraído muito investimento. "Este instrumento é útil, tem um efeito limitado, mas útil".

 

À TSF, o ministro admite também alguns casos irregulares na atribuição de Vistos Gold, mas sublinha que foram todos entregues à Justiça.

 

"Os pedidos têm sido analisados e concedidos seguindo todas as regras", garantiu. "Quando houve indícios de fraude no processamento das autorizações de residência por investimento, o Ministério Público atuou e os Tribunais procederam aos julgamentos que entenderam fazer".

 

Augusto Santos Silva salientou também que nada indica que este regime crie mais criminalidade. "Não tenho nenhuma informação que me permita dizer que neste regime se encontre uma taxa de criminalidade, delinquência ou evasão fiscal superior a outros regimes".

 

Fonte: in TSF

Bruxelas piora estimativa de crescimento da economia portuguesa

12 de julho de 2018

A Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano, para 2,2%, e espera um abrandamento da criação de emprego.

 Nas previsões de verão divulgadas esta quinta-feira, Bruxelas piora a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2,3% para 2,2%, ficando agora ligeiramente abaixo do que estima o Governo de António Costa (que é 2,3%).

 "O crescimento do PIB português abrandou para 2,1% (em cadeia) no primeiro trimestre de 2018, devido, sobretudo, a um enfraquecimento das exportações líquidas. Parte da moderação é explicada por fatores temporários, como más condições meteorológicas que afetaram a construção e a atividade portuária", explica a Comissão.

 Apesar do "arranque suave" no início do ano, o sentimento económico "melhorou em maio e junho, apontando para uma "performance mais favorável no segundo trimestre".

 O consumo privado continua a beneficiar da melhoria das condições de trabalho, mas, no entanto, Bruxelas estima que abrande na segunda metade do ano à medida que "o ritmo de criação de emprego abrande e, com menor medida, em resultado do impacto da subida do preço do petróleo nos rendimentos disponíveis".

 A Comissão prevê que tanto as exportações como as importações continuem a crescer a taxas elevadas, com uma contribuição para o crescimento negativa, devido a um ambiente externo menos favorável.

 O executivo comunitário mantém a estimativa de crescimento do próximo ano em 2% - abaixo da projeção do Governo, que espera que o ritmo de expansão do PIB se mantenha nos 2,3% em 2019.

 Já no que diz respeito à inflação, e depois de um "abrandamento significativo no início do ano", os preços começaram a recuperar em maio, devido à subida do preço do petróleo.

 Por isso, a inflação deve rondar os 1,4% em 2018 e os 1,6% em 2019, antecipa Bruxelas.

 "O crescimento dos salários tem estado subjugado, mas espera-se que recupere gradualmente no horizonte da projeção [até 2019], empurrando o preço dos serviços além da meta de inflação [que é de 2%]", segundo a Comissão.

 Lembrando que os preços na habitação cresceram 12,2% no primeiro trimestre, devido ao turismo e à entrada de capitais estrangeiros, a Comissão espera que a recuperação na construção de casas controle gradualmente os preços na habitação, embora a diferença face à meta de inflação permaneça substancial.

 Este ano, a Comissão Europeia voltou a publicar duas previsões abrangentes (primavera e outono) e duas previsões intercalares (inverno e verão) a cada ano, em vez das três previsões abrangentes no inverno, na primavera e no outono que produziu todos os anos desde 2012.

 Isso faz com o relatório intermédio apresente apenas atualizações do PIB e da inflação. Nos relatórios publicados desde 2012, a Comissão apresentava previsões também para a taxa de desemprego, o défice orçamental, a dívida pública e o saldo das contas externas, entre outros.

 

Fonte: in Jornal de Notícias

Rede Europeia diz Portugal tem dois milhões de pobres por falta de inclusão

12 de julho de 2018

O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Agostinho Jardim Moreira, criticou esta quinta-feira, no Funchal, a falta de políticas governamentais para a inclusão, vincando que o número de pobres em Portugal mantém-se igual há quatro décadas.

 "Desde o 25 de Abril mudam os governos, mas as políticas mantêm-se. Mantemos sempre os índices estatísticos [da pobreza] entre os 18% e os 20%. Isto é, andamos a manter dois milhões de pobres no país. Isto não é política", alertou.

 Agostinho Jardim Moreira falava aos jornalistas após a assinatura de um protocolo com a Câmara Municipal do Funchal, que concede à Rede Europeia Anti-Pobreza um apoio de 20 mil euros para criar um programa de formação e elaborar um diagnóstico da situação no município.

 "Pretendemos uma Europa de cidadãos, uma Europa de dignidade, uma Europa de toda a pessoa humana", realçou, acentuando que as situações de pobreza em que caiem as pessoas resultam de "injustiças", muitas vezes "institucionais", e também do "modelo político que temos".

 O responsável evocou, por outro lado, um relatório da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - que indica que são necessárias cinco gerações para tirar uma pessoa da pobreza em Portugal, situação que, segundo disse, "devia envergonhar-nos".

 "Não queremos alimentar a pobreza. Queremos tirar as pessoas da pobreza", realçou, sublinhando que a Rede Europeia é "apartidária e aconfessional" e opera diretamente no terreno, numa "observação científica independente" e em colaboração com "todas as entidades".

 O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, disse, por seu lado, que o protocolo com a Rede Europeia Anti-Pobreza vai "ajudar a dar substância" às políticas sociais da autarquia.

 "Com a vossa experiência, termos uma ajuda em termos de consultadoria e de formação, para lidarmos de uma forma profissional e consciente [com as situações de pobreza] e elaborar um diagnóstico que nos garanta um conhecimento mais profundo da realidade no concelho", afirmou.

 

Fonte: in Jornal de Notícias

Contratos a prazo dominam primeiro emprego

08 de julho de 2018

Vieira da Silva tem confiança que vai haver maioria parlamentar para aprovar o acordo laboral que foi assinado na concertação social. Um acordo que tem sido criticado pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda.

 Entrevistado pelo jornal online ECO, o ministro da Segurança Social defende as alterações à Lei do Trabalho como uma forma de criar estabilidade no mercado.

 O ministro que prefere "falar em instabilidade das relações laborais do que precariedade" está impressionado com as estatísticas.

 "Os números são muito impressionantes. Dos novos vínculos à Segurança Social, das pessoas que entram no mercado de trabalho, entre 80 a 85% fazem-no através de contratos a prazo. Não quer dizer que todas ficam condenadas a terem contratos a prazo para o resto da vida," sublinha Vieira da Silva.

 De resto a prestação social do desemprego também reflete esta tendência. "60% dos novos subsídios de desemprego são pagos porque alguém terminou um contrato a prazo mas as outras razões, o fim por extinção do posto de trabalho e todas as razões que a lei permite têm hoje um peso significativo".

 O ministro quis também desmistificar a ideia de que o mercado de trabalho está petrificado. "Em abril do ano passado eram cerca de 200 mil as pessoas que tinham mudado de empresa com um prémio salarial à volta dos 6%, em outubro eram 220 mil com um prémio salarial à volta dos 8% em média. Ou seja, a nossa economia não está parada". Não está presa a "relações laborais intermináveis".

 Vieira da Silva argumenta também que as novas regras não vão aumentar o desemprego. "A pior precariedade é não ter emprego mas não estamos condenados a ter um mau emprego porque um emprego assumidamente mais estável é um emprego com capacidade de se qualificar".

 Para o futuro o ministro defende que seria interessante que pudesse haver um acordo de concertação para se promover a competitividade da economia portuguesa.

 

Fonte: José Milheiro in TSF online

Há 30 cursos superiores que garantem emprego a recém-diplomados

06 de julho de 2018

A taxa de desemprego para os alunos que tiraram um curso numa instituição pública é de 5,5%, aumentando para 5,7% para os que frequentaram o ensino privado.

 Há 30 cursos superiores que têm uma taxa de desemprego entre os recém-licenciados de 0%, sendo que 20 fazem parte do ensino privado e dez do ensino público. A nível nacional, há menos recém-diplomados do ensino público no desemprego face aos últimos anos, de acordo com o portal Infocursos, citado pelo Público (acesso condicionado).

 Com a fase de acesso ao ensino superior à porta, poderá ser uma boa opção analisar esta lista de cursos com uma taxa de desemprego de 0%: licenciatura em Tradução e Interpretação de Português/Chinês e Chinês/Português, do Politécnico de Leiria; três licenciaturas em Teologia da Universidade Católica Portuguesa; os seis mestrados integrados de Medicina que existem no país.

 Para além destes, os três cursos de Enfermagem — Escola Superior de Saúde Egas Moniz, Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa e Instituto Politécnico de Setúbal –; Ciências do Mar, da Universidade de Aveiro; Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, da Universidade de Lisboa ou ainda Música, variante de Execução, do Politécnico de Lisboa, também apresentação o mesmo nível de empregabilidade. Estes são alguns dos exemplos.

 De acordo com a Direção-Geral do Ensino Superior e a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, a taxa de desemprego para os alunos que frequentaram um curso numa instituição pública é de 5,5%, aumentando para 5,7% para aqueles que frequentaram o ensino privado. Relativamente a 2016, isto representa uma melhoria no caso do público (7,2% na altura) e um agravamento no caso do privado (5,4% na altura).

 Arquitetura, Comunicação Multimédia e Educação Ambiental — respetivamente da Universidade de Évora, do Politécnico da Guarda e do Politécnico de Bragança –, aparecem com as taxas de desemprego entre recém-diplomados mais altas: 22% ou mais. Há, no total, 43 cursos com taxas de desemprego de 15% ou mais.

 

Fonte: in Eco online

Tem recibos verdes? Guia para saber o que mudou

03 de julho de 2018

Desemprego, descontos, despesas. Tudo o que mudou para os trabalhadores independentes

As alterações ao regime de proteção social dos trabalhadores a recibos verdes, como a redução do prazo de garantia de acesso ao subsídio de desemprego ou as novas regras que facilitam as baixas por doença, entraram em vigor a 1 de julho. Saiba o que mudou.

Acesso ao subsídio de desemprego

Acesso ao subsídio de desemprego após 360 dias de trabalho. Até esta data os trabalhadores tinham que acumular 720 dias de trabalho para terem acesso ao subsídio de desemprego. Assim é ditado pelo diploma promulgado a 15 de junho pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Valor do subsídio de desemprego

Prestação mensal do subsídio de desemprego equivalente a 65% do rendimento bruto relativo aos 360 dias de trabalho em causa. Até á data não podia ser inferior a 428 euros - Indexante de Apoios Sociais - nem superior a 1072 euros

 

Meses de descontos

Descontos para a Segurança Social reduzidos para 24 meses. Até essa data tinham de fazer descontos durante 48 meses imediatamente anteriores à data de cessação de atividade

 

Taxa de Desconto

A taxa de desconto baixa de 29,6% para 21,4%. A taxa de desconto do trabalhador independente que é empresário em nome individual baixa de 34,75% para 25,2%

 

Rendimento relevante

Rendimento relevante passa a corresponder a 70% do rendimento médio do último trimestre. Até à data, eram considerados 70% do rendimento do ano anterior

 

Descontos mais próximos do rendimento

Aproximação do valor sobre o qual incidem os descontos do rendimento do trabalhador, acabando os escalões e criando uma contribuição mínima de 20 euros

 

Período declarado

Passa ao período dos últimos três meses o montante mensal declarado à Segurança Social relativo à prestação de serviços e de vendas, sendo que poderão ajustar o rendimento 25% para cima ou para baixo

 

Despesas

A presunção automática de despesas passa a ser limitada: é presumida automaticamente uma dedução de 4.014 euros e 15% das despesas devem ser justificadas. Algumas outras despesas são consideradas em apenas 25%.

 

Empresários em nome individual

O diploma introduz uma alteração no conceito de redução do volume de negócios, que passa de 60% para 40%

 

Regime de proteção de doença

As novas regras estabelecem que os trabalhadores a recibos verdes passem a ter direito ao subsídio de doença a partir do 11º dia de incapacidade, quando até agora só tinham acesso ao mesmo a partir do 31º dia

 

Regime de parentalidade

Os trabalhadores independentes passam a ter direito aos subsídios para assistência a filhos e netos doentes e ao subsídio para assistência em caso de nascimento de neto, correspondente a um período até 30 dias consecutivos após o nascimento de neto que resida com o beneficiário em comunhão de mesa e habitação, desde que seja filho de adolescente menor de 16 anos

Fonte: in Diário de Noticias /Lusa

Portugal com 4.ª maior quebra homóloga no desemprego em maio

02 de julho de 2018

A taxa de desemprego recuou para os 8,4% na zona euro, face aos 9,2% do mesmo mês de 2017, e na UE para os 7,0%, que se compara à de 7,7% homóloga

A taxa de desemprego homóloga recuou em maio para os 8,4% na zona euro e para os 7,0% a União Europeia (UE), com Portugal a registar a quarta maior quebra entre os Estados-membros, segundo o Eurostat.

A taxa de desemprego recuou, em maio, para os 8,4% na zona euro, face aos 9,2% do mesmo mês de 2017, e na UE para os 7,0%, que se compara à de 7,7% homóloga.

Face a abril, o indicador manteve-se estável em ambas as zonas.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, o maior recuo homólogo na taxa de desemprego foi observado em Chipre (de 11,4% para 8,4%), na Croácia (de 11,3% para 8,9%), na Grécia (de 22,1% para 20,1%, em março) e em Portugal (de 9,2% para 7,3%).

Em maio, as menores taxas de desemprego foram registadas na República Checa (2,3%) e na Alemanha (3,4%) e as mais altas na Grécia (20,1% em maio) e em Espanha (15,8%).

Em Portugal, a taxa de desemprego de 7,3% regista um recuo em termos homólogos (9,2% em maio de 2017) e uma subida face aos 7,2% de abril.

Fonte: in Diário de Noticias /Lusa

Taxa de desemprego desce para 7,2% em abril, mínimo desde novembro de 2002

29 de junho de 2018

A taxa de desemprego desceu para 7,2% em abril, atingindo o valor mais baixo desde novembro de 2002, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 A taxa de desemprego de abril de 2018 situou-se em 7,2%, menos 0,3 pontos percentuais do que no mês anterior, menos 0,7 pontos percentuais em relação a três meses antes e menos 2,3 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2017", refere o INE. "Aquele valor representa uma revisão em baixa, de 0,2 pontos percentuais, face à estimativa provisória divulgada há um mês e ter-se-á de recuar até novembro de 2002 para encontrar uma taxa inferior a esta", acrescenta.

 A população desempregada de abril foi estimada em 369,4 mil pessoas, tendo diminuído 4,3% em relação ao mês anterior (menos 16,6 mil pessoas), decresceu 9,5% (39 mil) face a janeiro e 24,8% (121,7 mil) relativamente ao mês homólogo de 2017. "Aquele valor representa uma revisão em baixa de 3,1% (12 mil) face à estimativa provisória divulgada há um mês", refere o INE.

 Em abril, a população empregada foi estimada em 4.788,1 mil, tendo aumentado 0,2% (10,4 mil) em relação a março, 0,2% (10,3 mil) face a três meses antes (janeiro) e 2,6% (121,3 mil) a igual mês de 2017. "Aquele valor foi revisto relativamente ao provisório publicado há um mês em mais 0,5% (21,6 mil)", adianta o INE.

 Em maio, a estimativa provisória da população empregada ascendeu a 4.779,5 mil pessoas, representando decréscimos de 0,2% (8,6 mil) face a abril e de 0,1% (2,6 mil) face a três meses antes (fevereiro), "tendo aumentado 2,3% (105,5 mil) face ao mesmo mês de 2017".

 A taxa de emprego situou-se em 61,5%, diminuindo 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior, mantendo-se face a três meses antes e aumentando 1,5 pontos percentuais em relação ao período homólogo de 2017.

 A população ativa foi estimada em 5.157,5 mil pessoas em abril, uma redução de 0,1% (6,2 mil) face a março e de 0,6% relativamente a janeiro, mantendo-se praticamente inalterada face a igual mês de 2017. "Aquele valor foi revisto, relativamente ao provisório publicado há um mês, em mais 0,2% (9,6 mil)", aponta o INE.

 

Fonte: Lusa in Diário de Noticias

 

Dívida à Segurança Social aumentou 243 milhões em 2017

28 de junho de 2018

Dívida agravou-se 2,5% em 2017. Ministério prefere destacar maior eficácia da cobrança e descida das dívidas em processo de execução fiscal

 No último ano, a dívida total bruta à Segurança Social chegou aos 9.727,5 milhões de euros, registando um aumento de 234 milhões face a 2016, avançou o Negócios esta quinta-feira. Apesar deste aumento, os números fornecidos pelo Ministério do Trabalho ao mesmo jornal revelam que a dívida de cobrança duvidosa, ou seja, aquela que já foi participada para efeitos fiscais em mora há mais de seis meses, diminuiu 48,8 milhões, para 5.681 milhões de euros.

 O Ministério não quis revelar o valor das dívidas incobráveis e preferiu apenas destacar que a receita das contribuições em 2017 chegou aos 15.714,4 milhões de euros, uma variação positiva de 6,34% face a 2016, “denotando-se uma maior capacidade e eficácia de cobrança de contribuições nos prazos legais de pagamento, sem que constituísse dívida de contribuições”. Foi ainda revelado que a dívida da conta-corrente de curto prazo subiu 3,3%, onde se verificou “um aumento do montante total da dívida abrangida por acordos prestacionais em cerca de 204,3 milhões de euros” e que a cobrança de dívidas totalizou 1.249,3 milhões de euros nos dois anos.

 

Fonte: in Dinheiro Vivo

Há alternativa para diversificar o financiamento da Segurança Social

27 de junho de 2018

Para justificar cortes nas prestações sociais e a redução de direitos ao nível da proteção social, atacando a matriz da criação do Sistema Público, Solidário e Universal da Segurança Social, é recorrente introduzir-se a problemática da sustentabilidade da Segurança Social, sem abordar a questão de fundo.

O que efetivamente não é sustentável para a Segurança Social são os encerramentos de empresas, o reduzido número de trabalhadores no ativo, com baixos salários, a par do desemprego e da emigração ao mesmo tempo que não há uma intervenção firme para combater o elevado volume de dívidas à Segurança Social e utiliza-se receitas suas para fins bem distintos da sua missão.

O que efetivamente não foi sustentável foram as opções políticas de exploração e empobrecimento, que introduziu mais desigualdades e injustiças e que colocou a Segurança Social ao serviço de uma política económica contrária aos interesses do país, ditada pelos interesses do grande capital e ao processo de concentração da riqueza.

A criação de um sistema de proteção social dos cidadãos, pública, universal e solidária constituiu um enorme avanço civilizacional conquistado na Revolução de Abril.

Para reforçar as receitas da Segurança Social, em primeiro lugar é necessário a adoção de uma política de valorização dos salários e de uma justa redistribuição da riqueza entre o capital e o trabalho; da criação de emprego com direitos e consequentemente a redução da despesa com o subsídio de desemprego; do combate à fraude e à evasão contributiva e do combate ao elevado volume em dívida à Segurança Social e da reavaliação das medidas de isenções e da redução da TSU.

Em segundo lugar é necessário diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social. As contribuições devem não só incidir sobre os salários, mas igualmente sobre o valor gerado na atividade económica. Uma solução que passa pela contribuição de empresas com elevados lucros tendo em conta a riqueza líquida refletida no valor acrescentado líquido.

Uma empresa com um elevado número de trabalhadores contribui muito mais do que uma empresa, por exemplo do setor das novas tecnologias cujos lucros são avultadíssimos, mas que contribui menos para a Segurança Social porque tem poucos trabalhadores. A proposta que o PCP amanhã leva à discussão na Assembleia da República, é que as empresas com elevados lucros possam ter uma contribuição complementar correspondente a uma taxa do valor acrescentado líquido.

Propomos que se aplique do seguinte modo: “Se a soma das contribuições patronais pagas pela empresa durante o ano anterior calculadas com base nos “ordenados e salários” for superior ao valor obtido aplicando a taxa sobre o valor acrescentado líquido fixada para esse mesmo ano, a empresa não tem de pagar mais à Segurança Social”; mas “se a soma das contribuições patronais pagas pela empresa durante o ano anterior, calculadas aplicando a taxa de 23,75% aos “ordenados e salários”, for inferior ao valor que se obtém aplicando a taxa sobre o valor acrescentado líquido que foi fixada, então a empresa paga à Segurança Social a diferença em falta”.

É preciso dar passos no reforço do carácter Público, Solidário e Universal da Segurança Social.

 

Fonte: Paula Santos in Expresso

Excedente da Segurança Social cresceu 15,7% até maio

26 de junho de 2018

Saldo representa mais 202,1 milhões de euros face ao período homólogo.

 

O saldo da Segurança Social aumentou 15,7% até maio, atingindo 1.488 milhões de euros, anunciou hoje o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Num comunicado que antecede a síntese de execução orçamental, o ministério tutelado por Vieira da Silva adianta que "a melhoria do saldo resulta de um aumento de 3,3% da receita efetiva, que compara com um ritmo inferior de crescimento da despesa efetiva, na ordem de 1,6%".

A receita da Segurança Social totalizou 10.950,1 milhões de euros até maio, apesar da redução das transferências correntes do Orçamento de Estado (OE), "uma vez que foi eliminada em 2018 a transferência extraordinária do OE para cobertura do défice" do sistema que, segundo o Ministério, tinha atingido 179 milhões de euros até maio de 2017.

 

Para a evolução da receita contribuiu "de forma muito significativa" o aumento de 6,7% das contribuições e quotizações face ao período homólogo, o equivalente a mais 413,3 milhões de euros.

Segundo o ministério, outro fator que influenciou positivamente a receita foi o aumento das transferências correntes do Fundo Social Europeu (mais 38,1%, ou seja 113,4 milhões de euros) para financiamento de formação profissional no contexto da execução do PT2020.

Já a despesa da Segurança Social até maio ascendeu a 9.462 milhões de euros, um acréscimo homólogo de 1,6% que ficou a dever-se principalmente à despesa com prestações sociais, nomeadamente de parentalidade (+11%), do Rendimento Social de Inserção (+6,3%), do Complemento Solidário para Idosos (+2,5%), ou do abono de família (+6,2%).

A nova Prestação Social para a Inclusão (PSI), que teve início em outubro de 2017, registou uma despesa de 100 milhões de euros até maio, compensando parcialmente a redução da despesa com pensões de invalidez que migraram para esta nova prestação.

 

Em maio existiam 77.877 beneficiários da PSI, indica o Ministério.

Entre janeiro e maio, a despesa com prestações de desemprego e apoio ao emprego diminuiu 5,8% (menos 33,6 milhões de euros) em termos homólogos devido à redução do desemprego.

O número de beneficiários de prestações de desemprego foi, em maio inferior em 11,6% comparando com o mesmo mês de 2017.

A despesa com pensões e complementos caiu 1,1%, o que representa 66 milhões de euros, refletindo a alteração do calendário de pagamento do subsídio de Natal que será pago na íntegra em dezembro, ao contrário do que aconteceu em 2017, em que metade deste subsídio foi paga em duodécimos.

 

Fonte: Lusa in TSF

Só 316 trabalhadores independentes tiveram subsídio de desemprego em 2017

26 de junho de 2018

Em 2017, só 316 trabalhadores independentes conseguiram garantir o acesso ao subsídio por cessação de atividade, o equivalente ao subsídio de desemprego. O número é avançado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), no último Relatório de sobre Emprego e Formação, do Centro de Relações Laborais, e retrata a fraca abrangência desta prestação social.

A modéstia dos números já foi reconhecida pelo Governo que aprovou novas regras de proteção social para os trabalhadores independentes. A partir do próximo ano, passam a ser elegíveis para esta prestação os trabalhadores independentes que concentrem mais de 50 % da sua faturação numa única entidade, quando agora se exigem 80%. Mas, a este valor não será também alheio o facto dos 'falsos recibos verdes' estarem obrigados a comprovar a involuntariedade do desemprego, apresentando uma declaração da própria empresa a assumir a autoria do "despedimento". Uma exigência burocrática que, tal como o Expresso já havia noticiado, está a complicar a vida a muitos 'recibos verdes'.

E os números parecem comprová-lo. É que os 316 subsídios por cessação de atividade concedidos no último ano, representam uma diminuição para quase metade, face a 2016. Nesse ano, 602 trabalhadores independentes viram garantido acesso a esta prestação social. O Governo prevê que o novo regime de proteção - que entrará em vigor em dois momentos, o primeiro a 1 de Julho e o segundo no início do próximo ano - possa beneficiar um universo de 95 mil trabalhadores independentes.

O Relatório sobre Emprego e Formação 2017 é divulgado na tarde desta terça-feira pelo Centro de Relações Laborais e traça uma radiografia à evolução do mercado de trabalho durante o último ano. O documento a que o Expresso teve acesso, destaca o crescimento da taxa de emprego nacional, que atingiu o valor mais elevado dos últimos sete anos (53,7%), superando pela primeira vez, desde 2010, a taxa de emprego da União Europeia (53,5%), a par com a diminuição do desemprego. Portugal fechou 2017 com uma taxa de desemprego de 8,8%, menos 2,2% do que em 2016 e apenas 1,4% acima da taxa apurada na Europa.

 O que muda para os independentes

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Nível de vida dos portugueses está a regredir há 15 anos

21 de junho de 2018

Imagine dois irmãos, com a mesma escolaridade, que têm cinco anos de diferença entre si. O nível de vida que o irmão mais velho tem hoje já não está ao alcance do irmão mais novo, quando este chegar à sua idade, daqui a cinco anos. A comparação é muito simplificada, mas serve para resumir uma das ideias-chave de um estudo levado a cabo pelo Banco de Portugal: cada geração que passa regride face à anterior, em termos de rendimento e consumo.

O período de observação do estudo são 15 anos (entre 2000 e 2015/2016), precisamente o período coberto pelos três inquéritos aos orçamentos familiares levados a cabo pelo do Instituto Nacional de Estatística (INE), uma base de dados que tem servido para estudar as desigualdades do rendimento e consumo em Portugal.

Uma das conclusões do trabalho da equipa liderada por Nuno Alves, e que vai ao encontro de outros estudos, é que as famílias com formação secundária ou superior têm níveis de rendimento e de consumo bem acima das apresentadas por famílias com baixo níveis de escolaridade. Para se ter uma ideia, em 2015, em média, quem tinha formação secundária ou superior apresentava cinco vezes mais rendimento e consumia três vezes mais do que um agregado com baixas qualificações. Ou seja, estudar compensa – em média, pelo menos.

Outra conclusão previsível é que, entre 2010 e 2015, período em que Portugal atravessou uma profunda recessão, com o desemprego a disparar, os impostos a subir e a proteção social a encolher, registou-se uma quebra generalizada do rendimento e do consumo. Sejam jovens ou mais velhos, mais ou menos escolarizados, os níveis de rendimento e consumo baixaram (em contraste com uma tendência maioritária de aumento de rendimento e de despesas de consumo entre 2000 e 2010). E, também aqui, quem tinha mais escolaridade, apesar de ter perdido nível de vida (medido pelo rendimento e consumo), manteve-se acima do nível de vida de quem tinha até ao 9º ano (sempre em termos médios).

Filho com canudo vive pior que o pai doutor na sua idade

Mas, embora a escolaridade não seja indiferente em termos de nível de vida, as suas vantagens depressa se estreitam, e, a cada intervalo de cinco anos, reduzem-se, com o estudo a concluir que “para o mesmo nível educacional, há evidências de regressão de cada geração face às gerações anteriores quando tinham a mesma idade”.

Um exemplo: a geração que em 2010 tinha 45 anos, nessa altura, ganhava e consumia mais do que a geração seguinte, em 2015, quando fez 45 anos. E assim sucessivamente. Esta última geração que em 2015 tinha 45 anos, quando tinham 40 de idade (em 2010, portanto) vivia melhor do que a que em 2015 tinha 40 anos de idade. E por aí adiante.

Em termos simplificados, para se perceber melhor, pode dizer-se que o filho licenciado vive pior que o seu pai licenciado, quando este tinha a sua idade. E pior que o seu irmão mais velho, mas melhor que o seu irmão mais novo.

Esta tendência também se verifica entre a população que tem até ao 9º ano de escolaridade mas como dispersão de rendimentos é menor, as diferenças são muito mais esbatidas.

Uma quarta conclusão interessante do estudo é que entre grupos de pessoas com características semelhantes, há grandes diferenças de rendimento e consumo. Até aqui temos estado sempre a falar de médias, mas uma análise mais fina aos dados leva os economistas a concluírem que “existe uma elevada dispersão da despesa e do rendimento em cada geração, escalão educacional e escalão etário” e que “a dispersão aumenta ao longo do ciclo de vida, em particular ao longo da vida ativa”.

Isto é, duas pessoas com o mesmo nível de educação e a mesma idade podem ter níveis de vida muito distintos. E a desigualdade é tanto maior quanto mais velha é a geração.

 

Fonte: Elisabete Miranda in Expresso

IEFP. Número de desempregados inscritos cai para mínimos de 16 anos

21 de junho de 2018

Esta é a maior queda em cadeia desde, pelo menos, 1989, uma vez que num espaço de um mês, passaram a estar inscritos no centro de Emprego menos de 25,8 mil pessoas, de acordo com dados divulgados pelo IEFP.

Há cerca de 16 anos que os centros de emprego não tinham tão poucos desempregados inscritos. Por exemplo, no final do mês de maio, estavam registados nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) cerca de 350 mil desempregados - uma queda bastante significativa relativamente a 2017.

No total, estavam registados nos centros de emprego 350.174 pessoas no final de maio deste ano, o valor mais baixo desde agosto de 2002, e um número que representa uma quebra de 19% em relação ao mês de maio do ano passado e de 6,9% em relação a abril.

“Para a diminuição do desemprego registado contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1º ciclo básico, e ainda ensino secundário”, pode ler-se no relatório do IEFP.

 

Fonte: in Jornal I

Desemprego em Portugal cai quase 7% em apenas um mês

21 de junho de 2018

Portugal encerrou o mês de maio com 350 mil desempregados inscritos nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), um valor 6,9% abaixo do registado em abril, indicam os dados publicados esta quinta-feira pelo IEFP.

Em apenas um mês saíram da estatística de desemprego registado no IEFP mais de 25 mil pessoas. Já na comparação com maio de 2017 o desemprego baixou 19%, equivalendo a menos 87 mil cidadãos sem trabalho.

Embora o número de desempregados tenha tido uma queda significativa, o total de pessoas à procura de trabalho é ainda superior, com 523 mil pedidos de emprego contabilizados pelo IEFP em maio, o que ficou 4,4% abaixo de abril e 15,3% abaixo de maio de 2017.

Em termos homólogos, todos os grupos analisados pelo IEFP contribuíram para a queda do desemprego, sendo que as diminuições foram mais acentuadas na faixa etária acima dos 25 anos e entre quem estava sem trabalho há mais de um ano.

Por regiões, o Alentejo, o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo tiveram reduções do desemprego mais expressivas, acima da média nacional. Açores e Madeira foram as regiões com as quedas menos acentuadas do desemprego registado.

 

Fonte: Miguel Prado in Expresso

Há mais de 160 mil jovens em Portugal que não estudam nem trabalham

19 de junho de 2018

 Em Portugal, há mais de 160 mil jovens que não estudam nem trabalham, adianta esta terça-feira o Garantia Jovem – um programa europeu coordenado em Portugal pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com os dados divulgados, dos mais de 160 mil jovens portugueses que não estudam nem trabalham, 50,2% são do sexo feminino e 49,8% do género masculino.

Relativamente às idades destes jovens, 45% tem idades compreendidas entre os 20 e os 24 anos, 41% entre os 25 e os 19 anos, e 14% estão distribuídos pelas restantes faixas etárias.

Os dados mostram que 59% dos jovens em Portugal são desempregados que estão inscritos no serviço público de emprego, e 41% não se encontram sequer registados nos serviços de emprego, de educação e de formação.

A Garantia Jovem tem como objetivo dar resposta à inatividade e ao desemprego jovem.

 

Fonte: in jornal Sol

Portugal é um dos países com menos ofertas de emprego da UE

18 de junho de 2018

Portugal é o segundo a contar do fim na lista da taxa de ofertas de emprego, registando 0,9%. Abaixo só está a Grécia com 0,7%.

No entanto, este valor representa uma subida em comparação com os primeiros três meses do ano, onde Portugal registou 0,8%.

O valor atingido pelo país lusitano não chega a metade da média registada na Zona Euro, que atualmente está nos 2,1%, ou na União Europeia, que chega aos 2,2%. Ambos os indicadores registaram um aumento face aos valores homólogos, 1,9%, e em relação ao último trimestre, 2,0%.

Também a Espanha registou um valor igual a Portugal, enquanto a Bulgária e a Irlanda ficaram com pior resultado, com 1%.

As maiores taxas de ofertas de emprego vão para a República Checa, que chega aos 4,8%, seguida da Bélgica, com 3,5%, e da Alemanha e da Suécia, com 2,9%.

 

Fonte: in Jornal I

Falsos recibos verdes reféns das empresas

09 de junho de 2018

Governo prepara-se para alargar o regime de proteção social dos trabalhadores independentes, mas a medida arrisca-se a não alcançar o efeito desejado. Pelo menos no que respeita ao acesso ao subsídio por cessação de atividade, o equivalente ao subsídio de desemprego nos trabalhadores por conta de outrem.

 

Saiba mais aqui

 

Fonte: Cátia Mateus e Sónia M. Lourenço in Expresso

Emprego ou salários?

09 de junho de 2018

Apesar de uma taxa de desemprego ainda de 7,5%, não há hoje um único sector de atividade em Portugal que não se queixe de dificuldade de recrutamento de trabalhadores. A emigração, primeiro, um crescimento intensivo em trabalho, depois, e a baixa empregabilidade da generalidade dos trabalhadores que continuam a declarar-se desempregados aproximaram o país do pleno emprego. Os salários começaram a subir.

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Fonte: Daniel Bessa in Expresso

Há um novo unicórnio em Portugal e está a contratar

07 de junho de 2018

A empresa OutSystems juntou-se ao grupo de elite de startups e está à procura de pessoas para integrar a equipa. Foi graças ao investimento no valor de 360 milhões de dólares por parte da Goldman Sachs e da KKR, alcançado na terça-feira, que a OutSystems ultrapassou o patamar dos mil milhões de dólares de valorização.

 Esta é a segunda empresa com origem portuguesa a atingir este valor. E está a contratar: no dia antes de ser galardoada, a startup de criação de aplicações e plataformas com recurso a low-code – uma forma simplificada de criar software através de interfaces gráficas – anunciou 131 vagas que vão desde engenharia a marketing, passando pelo apoio ao cliente, 72 delas em Lisboa, Braga e Proença-a-Nova. Paulo Rosado, CEO da OutSystems, explicou em comunicado que o valor do investimento será aplicado para “trazer mais inovação aos nossos clientes, redefinindo o futuro do desenvolvimento do software empresarial”.

 A startup está “a combater um dos maiores problemas que as empresas enfrentam atualmente – a falta de velocidade e agilidade do desenvolvimento tradicional de software que está a dificultar as iniciativas de transformação digital em todo o mundo”, acrescenta o CEO. Já Stephen Shanley, diretor da KKR, acredita que estão “no início do que será um longo percurso de crescimento significativo no mercado do desenvolvimento de aplicações low-code”. O sentimento é partilhado também pela Goldman Sachs, que está “ansiosa” para começar a trabalhar com a startup portuguesa: “A OutSystems está diretamente alinhada com o que procuramos para novos investimentos”, disse Christian Resch, diretor executivo, “o apoio de fundadores excecionais e equipas de gestão em negócios inovadores que oferecem uma oportunidade significativa para criar valor a longo prazo.”

Desde que foi criada, em 2001, em Linda-a-Velha, Oeiras, a empresa que permite a criação de aplicações e plataformas com o recurso a low-code tem crescido a nível mundial e, atualmente, é utilizada por multinacionais como a Toyota, Logitech e Deloitte, entre outras. Ao atingir os mil milhões, a OutSystems junta-se à plataforma de venda de artigos de luxo, Farfetch, que atingiu o nível de unicórnio no ano passado.

“Sempre acreditámos neste potencial e a nossa estratégia está muito bem definida”, explicou na altura Luís Teixeira, diretor-geral da Farfetch, ao suplemento do “Sol”, o “B,I.”. “Fomos desenvolvendo o negócio e investindo para que a nossa capacidade de inovação e operação nos colocasse nesse patamar.” No entanto, mais recentemente, José Neves, fundador e CEO, disse, em entrevista ao “Expresso”, que a distinção não trouxe responsabilidade “nenhuma que já não” tivessem.

Também na lista das 50 empresas com maior probabilidade de atingir este galardão está uma portuguesa. A Feedzai, uma empresa de cibersegurança dedicada ao combate à fraude financeira, criada em 2008, figurou na lista elaborada pela Tech Tour Growth pela terceira vez consecutiva. Atualmente tem um total de capital de 82 milhões de dólares, ainda longe dos mil milhões necessários para integrar o clube de elite. No entanto, a prestação portuguesa foi reduzida, tendo a TalkDesk e a Uniplaces abandonado a lista entre 2017 e 2018. Ao contrário da Feedzai, a OutSystems não fazia parte da lista.

 

O que é um unicórnio? O termo unicórnio foi criado por Aileen Lee, a fundadora da RMG Networks e da Cowboy Ventures, ao publicar um artigo no “New York Times”, em 2013, chamado “Bem-vindos ao grupo dos Unicórnios: aprender com as startups de mil milhões de dólares”. O termo unicórnio entra aqui como uma criatura mitológica e rara, e por isso só distingue as startups que realmente conseguem atingir valores extraordinários, como os mil milhões de dólares.

As startups com maior avaliação, segundo a mais recente listagem feita pela Tech Startup em abril deste ano, são a chinesa Ant Financial, com o valor de 70 mil milhões de dólares, seguida da Uber, com 62,5 mil milhões, e da chinesa Didi Chuxing, com 56 mil milhões. No top-10 está também a Airbnb, com 30 mil milhões, numa lista dominada por empresas chinesas.

 Empresas Unicórnio

 Feedzai

A empresa de cibersegurança está pela terceira vez consecutiva na lista das 50 startups mais promissoras, com uma valorização de 82 milhões de dólares. A Feedzai foi fundada em 2008.

Farfetch

A plataforma de venda de artigos de luxo foi a estreia de Portugal no grupo de elite das startups, em 2017. Foi idealizada durante uma Paris Fashion Week por José Neves, o atual CEO.

 OutSystems

É a segunda portuguesa a entrar no clube exclusivo dos unicórnios, depois do investimento de 360 milhões de dólares.Dedica-se à criação de aplicações e plataformas com low-code.

 Uber

A conhecida empresa de transportes foi fundada em 2009 por Travis Kalanick e Garret Camp e atualmente vale 62,5 mil milhões de dólares.

 Airbnb

Marcar férias sem recorrer ao Airbnb pode parecer algo do século passado, mas não é. A empresa foi fundada em 2008 e está avaliada em 25,5 milhões de dólares.

 Xiaomi

Dedicada ao setor do hardware, a Xiaomi é uma empresa chinesa que representa 45 mil milhões de dólares. Foi fundada em 2010 por Lei Jun, que é ainda o CEO da empresa.

 

 Fonte: Filipa Traqueia in Sol

Empregabilidade no setor do turismo sobe para 90%

05 de junho de 2018

A taxa de empregabilidade dos alunos formados nas escolas do Turismo de Portugal subiu para 90%, tendo sido atingido o índice mais elevado dos últimos dez anos, de acordo com o "Estudo de Inserção Profissional" relativo a 2017.

Os cursos que registam maior empregabilidade são o de Técnicas de Cozinha/Pastelaria (94%) e o curso de Gestão Hoteleira em Restauração e Bebidas (95%).

O estudo destaca ainda que, dos alunos empregados, 88% se encontram a desenvolver atividade no setor do turismo e 90% ficaram colocados no mercado de trabalho em menos de três meses.

A Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, congratula-se com a “subida da empregabilidade para 90%, o que evidencia a qualidade do programa formativo das Escolas de Turismo, recentemente premiado pela Organização Mundial de Turismo e que levou as Escolas do Turismo de Portugal a serem as primeiras na rede internacional da OMT. Estes resultados obrigam-nos a trabalhar ainda mais para garantir que aumentamos o número de alunos das escolas”.

Para o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, “ano após ano, procuramos adaptar a nossa oferta formativa à realidade do mercado para, desta forma, contribuirmos para a empregabilidade dos nossos alunos e, consequentemente, a excelência do setor. O nosso objetivo último, inscrito na Estratégia Turismo 2027, é o de potenciar o conhecimento, valorizando as profissões do turismo, a formação de recursos humanos, a capacitação de empresários e gestores, a difusão de conhecimento e informação e a afirmação de Portugal como smart destination”.

 

Fonte: in Sol

Fórum para a Competitividade revê em baixa crescimento do PIB para 2% a 2,3% este ano

04 de junho de 2018

O Fórum para a Competitividade reviu esta segunda-feira em baixa a estimativa de crescimento da economia portuguesa este ano para 2,0% a 2,3%, destacando como principal aspeto negativo da desaceleração registada até março a “nova queda de produtividade”.

“No primeiro trimestre o PIB [Produto Interno Bruto] de Portugal desacelerou de 2,4% para 2,1%, como esperado, mas com perspetivas de novos abrandamentos, pelo que atualizamos a nossa estimativa para entre 2,0% e 2,3% [face aos anteriores 2,2% a 2,5%] para o conjunto do ano”, lê-se na nota de conjuntura de maio.

Segundo acrescenta, “um dos aspetos mais negativos desta evolução é que se registou de novo uma queda da produtividade”, ainda mais intensa do que no trimestre anterior, “com o PIB a crescer menos do que o emprego devido à baixa qualidade dos empregos criados”: “Com o emprego a crescer a 3,2%, o PIB deveria estar a crescer a 4,5% e não a 2,1%”, refere.

De acordo com a nota de conjuntura elaborada pelo Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, no primeiro trimestre de 2018 o Índice de Custo do Trabalho caiu 1,5%, quando no trimestre precedente tinha subido 3,8%, sendo a descida “generalizada a todos os setores, com exceção da indústria, onde houve estagnação dos custos”.

“A contenção salarial em simultâneo com uma queda continuada da taxa de desemprego é uma boa notícia para a competitividade da economia (os salários representam metade do PIB, não são um custo insignificante como muitos erradamente supõem), mas também um pouco surpreendente”, sustenta.

Segundo o Fórum para a Competitividade, “uma explicação possível é que as empresas ainda têm memória da necessidade e quase impossibilidade de baixar salários durante a crise e não querem aumentar estes custos, que são praticamente irreversíveis”.

O Fórum nota ainda que a avaliação que a Comissão Europeia fez do Programa de Estabilidade “coincide com as duas críticas principais” que o próprio Fórum já tinha feito: “excesso de otimismo quanto ao crescimento económico para lá de 2019” e “consolidação orçamental em termos estruturais muito aquém do necessário”.

 

Fonte: Lusa in Expresso

Como ensinar o seu filho a ser um líder de sucesso

04 de junho de 2018

Fizemos 5 perguntas à neurocientista Pamela Billig Melo Carpes e ficámos a saber que a chave para criar futuros líderes é dar aos filhos muita atenção e carinho na primeira infância A neurocientista brasileira Pamela Billig Melo Carpes esteve em Portugal para explicar como se ensinam as competências de liderança e se formam os profissionais do futuro. A professora de Psicologia na Universidade Federal de Pampa (Unipampa) veio a convite da organização Professional Women’s Network Lisbon (PWN Lisbon) e da Abreu Advogados para abrir a 6.ª edição do Programa de Liderança Neurociências em Ação que se dirige “às mulheres em funções de middle management”, explica Mónica Rodrigues administradora da PWN Lisbon e diretora do Programa de Liderança.

Este ano, o foco foi abrir os olhos dos pais para como é fundamental a primeira infância e a escolaridade pré ensino básico no desenvolvimento de líderes de sucesso. Os estudos mostram que há uma ligação entre a primeira infância e a vinculação parental na promoção de uma vida adulta segura, equilibrada e emocionalmente inteligente. Pamela Billig Melo Carpes, investigadora na área do stress, memória e comportamento, falou sobre o futuro das profissões e a importância do “aprender a aprender.” Estuda a neurociência aplicada à educação, já que, como diz, “para os professores é importante entender como o cérebro aprende e os neurocientistas também têm muito a aprender com os professores.” O seu trabalho é entender o que acontece no cérebro quando aprende e quando não aprende. Neste processo pretende também encontrar formas para proteger o cérebro de perdas de memória. Em entrevista ao Dinheiro Vivo deixou pistas para os pais.

 

Quais as caraterísticas do profissional do futuro?

 

O mundo mudou muito e o cérebro parece estar a mudar com o mundo. Não na perspetiva da anatomia, mas na forma como o cérebro se relaciona com o mundo. As crianças de hoje têm uma relação muito mais amigável com as tecnologias. Esta relação desenvolve-se cedo e com muita naturalidade. Estas crianças, que são os profissionais do futuro, têm o conhecimento disponível a partir de um clique. A grande diferença para os profissionais é saber selecionar o que é relevante perante tanto conhecimento disponível na internet.

 

Como podemos preparar os nossos filhos para as exigências das profissões do futuro?

 

Acho que precisamos de preparar os nossos filhos para o mundo. O mundo de hoje é globalizado, todos têm acesso à informação. O que se torna cada vez mais importante é saber selecionar as informações, ter sentido crítico. Hoje as pessoas têm opinião sobre tudo e sobre os outros, sem muitas vezes conhecerem, de fato, o tema. Outro aspeto que acho que pode ser diferenciador para os profissionais do futuro é a capacidade de relacionar-se com os outros. As crianças relacionam-se cada vez mais virtualmente e menos presencialmente, o que também pode vir a ter impacto no seu desempenho profissional.

 

Como se ensina o “aprender a aprender”?

 

Aprender é um processo muito íntimo. Um aspeto importante para que uma aprendizagem significativa aconteça é o interesse. O nosso cérebro interessa-se por aprender aquilo que lhe parece ter significado ou utilidade para nossa vida. Uma dica que deixo é procurar a aplicabilidade daquilo que se quer aprender. São vários os fatores que determinam se a aprendizagem ocorrerá e como ocorrerá: o nível de atenção, os aspetos emocionais e sociais ou a qualidade do sono, por exemplo. A empatia por quem ensina também é fundamental. Existem por aí muitas dicas de como aprender melhor através de métodos e ambientes de estudo, mas o que eu aconselho é conhecer-se a si próprio, entender qual o método de estudo que lhe permite compreender melhor. Este pode ser diferente de pessoa para pessoa. Muitos aprendem escrevendo, outros lendo, outros precisam de rever o conteúdo de diversas formas diferentes. Entender como eu aprendo melhor é autoconhecimento. Como pais podemos estimular nossos filhos a experimentar métodos diferentes de estudo e a tentar coisas novas.

 

Quais os cuidados parentais essenciais no início da vida para o desenvolvimento da aprendizagem e memória?

 

Nos cinco primeiros anos da criança, o cérebro é especialmente plástico, ou seja, é suscetível às mudanças mediante os estímulos que recebe. A nutrição é importantíssima para que o cérebro se desenvolva bem, mas o cuidado, o carinho e a atenção que os pais dão aos filhos é igualmente essencial.

 

Que estudo pode partilhar sobre este tema?

 

 Pesquisas com animais de laboratório realizadas pelo meu grupo [o Physiology Research Group de que é lider] e por outros, têm demonstrado que o cérebro de animais que foram privados destes cuidados [parentais] no início da vida, mesmo que tenham outras necessidades satisfeitas, como as nutricionais, mostram uma diminuição nos níveis de proteínas importantes para a plasticidade cerebral. Essas alterações têm de tal forma impacto que os animais do estudo apresentam deficits de aprendizagem e memória que persistem até à vida adulta. O cuidado parental é essencial. Esse cuidado implica não só a satisfação das necessidades básicas da criança, mas também a atenção, o carinho e o amor dados. Cada vez mais os estudos da Neurociência e da Psicologia têm demonstrado o quanto isto é importante.

 

Fonte: Maria João Alexandre in Dinheiro Vivo

Ministério lança portal para ajudar os estudantes a escolher o seu futuro

04 de junho de 2018

O fim do ano lectivo aproxima-se, as aulas do 9.º, 11.º e 12.º anos terminam na quarta-feira e o foco de muitos alunos vai virar-se para as provas finais. As do 9.º são mais perto do final do mês (a 22 de Junho é a de Português). E são precisamente os alunos do 9.º ano que estão, para já, no centro das atenções de uma iniciativa do Ministério da Educação. Esta é a altura de decidir o que fazer no próximo ano. Seguir um curso científico-humanístico? E em que área? Ou apostar no ensino profissional?

O Ministério da Educação acaba de lançar o portal da oferta educativa e formativa para ajudar nessa escolha. Desde o final do mês passado oferecem-se informações online sobre os vários níveis de ensino. Contudo, nesta fase dolançamento, aposta-se, sobretudo, em ajudar os estudantes que estão a terminar o ensino básico a escolher o seu caminho escolar a partir do 10.º ano.

“Terminei o 9.º ano, e agora?”, pergunta uma janela em destaque no novo site, juntamente com um menu rápido que permite a estes estudantes pesquisarem as ofertas existentes na sua área geográfica (numa busca através do código postal) ou por área de interesses (procura por nome de curso ou área de interesse). Se um aluno colocar, por exemplo “informática”, o portal vai mostrar-lhe todos os cursos da área de informática do país que existem no secundário.

O lançamento do site é acompanhado por uma campanha que vai chegar a “todos os alunos do 9.º ano” nas próximas semanas, convidando-os a conhecer o portal da oferta educativa e formativa, informa o Ministério da Educação. A campanha é suportada por cartazes e brochuras de divulgação, que vão também passar a ser distribuídos nos estabelecimentos de ensino.

Além disso, as escolas estão a ser convidadas a usar este site nas suas estratégias de orientação vocacional dos alunos do 9.º ano, através dos psicólogos escolares.

Especialmente destinado para os alunos que querem seguir para o ensino profissional, o Ministério da Educação apresenta o portal como um “complemento” da informação sobre os cursos profissionais que passou a estar disponível no portal Infoescolas, desde o início deste ano.

 

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Fonte: Samuel Silva in Público

O que é que os jovens preferem quando optam pela agricultura?

03 de junho de 2018

A crise dos últimos anos empurrou muitos jovens para fora do país mas, muitos dos que não saíram, acabaram por optar pela agricultura.

Dados oficiais apurados pelo Ministério da Agricultura indicam que, entre os jovens que optaram pela lavoura, há uma opção clara pelos investimentos em hortícolas. Dos 2.914 projetos de financiamento aprovados até ao final do primeiro trimestre deste ano, ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), 522 recaíram precisamente sobre a área da horticultura.

Logo a seguir vêm os projetos de investimento nos pequenos frutos (494), onde se incluem muitos dos frutos silvestres, onde agora Portugal começa a dar cartas, mesmo ao nível das exportações – com largo destaque para a framboesa, o mirtilo, a amora e a groselha. Basta referir que no ano passado 90% da produção de mirtilos e framboesas da região Centro seguiu para o estrangeiro.

767 milhões de euros já aprovados

Curiosamente, quase tão procurada como a área dos pequenos frutos está a ser a da pecuária, para onde foram encaminhados 493 projetos de investimento. Recorde-se que, apesar das ‘guerras’ de preços – entre a produção e a distribuição – Portugal continua a ser um país altamente deficitário neste domínio, pelo que continua a haver espaço para crescer, embora em concorrência aberta com alguns dos principais produtores europeus.

Com 480 projetos para novos investimentos está a área designada por ‘Pomar’, onde se inclui sobretudo a produção de pera, maçã e laranja.

Os projetos dos jovens agricultores estão a desenvolver-se maioritariamente no Continente (62%), com os restantes 38% nas ilhas. Os homens dominam nesta incursão pelo investimento agrícola em todas as regiões do país. Apesar de tudo, é na zona Norte que as mulheres empresárias marcam mais posição, com 40% do total dos investimentos.

Dos 767 milhões já encaminhados para projetos de jovens agricultores, é a região Centro do país que se mostra mais dinâmica, pois acolheu 36% daquele valor. Segue-se o Alentejo, com 30% e o Norte, com 27%.

 

Fonte: Vitor Andrade in Expresso

Portugal chegou ao top do talento

03 de junho de 2018

Portugal entrou para o primeiro quartil de países que lideram o Índice Mundial de Competitividade de Talento (Global Talent Competitiveness Index). O estudo, realizado anualmente pela escola de negócios Insead, a multinacional de recrutamento Adecco Group e a Tata Comunications, foi esta semana divulgado e coloca Portugal na 29ª posição da tabela global, entre 119 países analisados.

Tolerância a minorias e emigrantes, qualidade de vida, publicação de artigos em revistas científicas, sistema de pensões e diferença salarial entre homens e mulheres, são as áreas onde o país pontua melhor nesta análise de competitividade, apesar das notícias recentes sobre uma resistente desigualdade salarial entre homens e mulheres em Portugal.

No reverso desta medalha estão variáveis como a resistência à mudança, a escassa colaboração entre organizações e a comunidade académica, a transparência dos planos de gestão de carreira ou a escassez de oportunidades de liderança para as mulheres. Áreas onde o país continua a ter um longo caminho a percorrer e que o podem ter penalizado no ranking global.

O índice de competitividade de talento analisa o desempenho de 119 países e 90 cidades, avaliando a sua capacidade de desenvolvimento de talento em seis dimensões distintas: formação, atração, desenvolvimento, retenção, competências técnicas e vocacionais e competências globais de conhecimento. É no campo da retenção de talento que o país atinge a melhor posição no ranking global, 19ª em 119 países. Logo a seguir está o seu potencial de atração de talento, onde figura na 30ª posição.

 

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Fonte: Catia Mateus in Expresso

Bruxelas tira 600 milhões do orçamento da PAC às zonas rurais de Portugal

01 de junho de 2018

Portugal não escapa aos cortes do orçamento com que Bruxelas se propõe a "modernizar e simplificar" a Política Agrícola Comum (PAC). A Comissão Europeia apresenta, a esta hora, a proposta em que define os critérios para a distribuição do dinheiro europeu que vai destinar à agricultura no período de sete anos a partir de 2021.

O documento que já mereceu a oposição de seis governos europeus, entre os quais o de Portugal, propõe cortes que, em alguns casos, ultrapassam os 15%, encolhendo a verba que Bruxelas destina ao desenvolvimento das zonas rurais. Portugal deverá receber 3449 milhões de euros. No quadro financeiro que está em vigor, a Comissão tinha destinado 4058 milhões.

Se a "insatisfação" manifestada já pelos ministros da Agricultura de Portugal, Espanha, França, Finlândia, Irlanda e Grécia não for tida em conta no processo negocial que se inicia a partir de agora, Portugal arrisca-se a uma redução da ordem dos 600 milhões de euros, a preços correntes.

 

Pagamentos diretos

 

A proposta não prevê qualquer alteração ao critério atual que vigora para Portugal, relativamente aos pagamentos diretos. O país faz, aliás, parte de um grupo muito restrito, em que se incluem a Eslováquia e a Roménia que, segundo a proposta, não sofrem qualquer corte nas ajudas que são distribuídas aos agricultores, em função dos hectares de exploração.

Portugal vai até ter um ligeiro aumento do montante para os pagamentos diretos. Os 4% a mais, destinados a esta parcela, não são comparáveis ao aumento de 13% que se destina à Estónia, à Letónia e à Lituânia, mas permitirão a Portugal receber 4269 milhões de euros.

Bruxelas admite que os Estados-Membros possam "transferir até 15% das suas dotações para a PAC entre pagamentos diretos e desenvolvimento rural e vice-versa", consoante as necessidades estratégicas, definidas pelo governo.

A distribuição dos montantes destinados aos pagamentos diretos sofrem reduções graduais para explorações que acumulem pelo menos 60 mil euros de ajudas e serão limitadas ao máximo de 100 mil euros.

Cada Estado-Membro "terá de apresentar planos ecológicos" que serão, em parte, financiados "com as dotações dos pagamentos diretos nacionais". Pelo menos "30% de cada dotação nacional para o desenvolvimento rural será dedicada a medidas ambientais e climáticas", refere a proposta.

Bruxelas espera que "40% do orçamento global da PAC contribua para a ações climáticas", permitindo que os Estados-Membros transfiram, do primeiro pilar, para o segundo pilar, ainda outros 15% das atribuições, "para despesas com medidas relativas ao clima e ao ambiente". A verba resultante desta transferência poderá ser usada no desenvolvimento rural "sem cofinanciamento nacional".

 

Ciência

 

O orçamento prevê um gasto global de "10 mil milhões de euros do programa de investigação Horizonte Europa", destinado a projetos de investigação e inovação nos domínios da "alimentação, agricultura, desenvolvimento rural e bioeconomia".

 O objetivo seria "incentivar os Estados-Membros a usar grandes dados e novas tecnologias para controlos e monitorização (por exemplo, verificando tamanhos das explorações para pedidos de pagamentos diretos usando dados de satélite), reduzindo assim significativamente a necessidade de controles no local".

 

Fonte: João Francisco Guerreiro in TSF on-line

O que muda na lei laboral em sete medidas

31 de maio de 2018

Governo e parceiros sociais já se entenderam quanto às mudanças a operar no Código do Trabalho para combater a precariedade. Consulte aqui quais são as principais alterações em cima da mesa.

Fim do banco de horas individual, restrições nos contratos a prazo e temporários. Nova taxa de rotatividade para as empresas que mais recorrem aos contratos a termo. O Governo e os parceiros sociais (à exceção da CGTP) já se entenderam quanto às alterações que pretendem operar no Código do Trabalho. O documento segue agora para discussão no Parlamento, no dia 6 de julho. Veja quais são as principais alterações nas leis laborais que estão em cima da mesa.

 

Banco de horas individual desaparece

 

Era uma medida que estava prevista no programa de governo dos socialistas e avançou. Termina o banco de horas individual, contrariando aquilo que era uma pretensão dos empresários, para dar lugar ao banco de horas grupal. Além disso, acaba-se também com os bancos de horas de grupos com origem em acordos individuais.

Fixou-se um prazo de transição de um ano para a extinção dos bancos de horas já instituídos por acordo individual. Ou seja, estes têm de ser extintos até, no máximo, 12 meses após a entrada em vigor das novas regras laborais.

 

Período experimental estende-se para 180 dias

 

O Governo também já tinha admitido junto dos parceiros sociais a possibilidade de estender o período experimental de 90 dias para 180 dias, no caso de contratos sem termo celebrados com trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração. No documento mais recente, o Executivo acrescenta que, para efeitos de período experimental, conta o período de estágio profissional anterior ao contrato, bem como outras relações de trabalho já previstas na lei.

 

Taxa de rotatividade progressiva até 2%

 

É introduzida uma taxa de rotatividade até 2% para empresas cuja contratação a prazo exceda a média do setor. Será uma taxa progressiva: as empresas que estiverem mais perto da média do setor pagam menos; aquelas que estiverem mais longe da média pagam mais. E haverá algumas exceções, que poderão abranger o setor da agricultura. A taxa começará a ser paga em 2020.

O acordo alcançado esta quarta-feira traz pormenores, nomeadamente quanto ao apuramento da proporção anual de contratos a termo: não contam aqueles contratos que são obrigatoriamente celebrados a prazo por imposição legal “ou em virtude dos condicionalismos inerentes ao tipo de trabalho ou à situação do trabalhador”. Isto além dos contratos de muito curta duração e dos vínculos celebrados para substituir trabalhador em licença de parentalidade ou baixa superior a 30 dias.

 

 Contratos de muito curta duração é alargado

 

 Já se conhecia a intenção de alargar a duração máxima, de 15 para 35 dias, dos contratos de muito curta duração, que atualmente se aplicam apenas a atividade sazonal agrícola ou eventos turísticos. Mas o Executivo aborda agora este alargamento “em situação de acréscimo excecional e substancial da atividade de empresa cujo ciclo anual apresente irregularidades decorrentes do respetivo mercado ou de natureza estrutural que não seja passível de assegurar pela sua estrutura permanente, nomeadamente em atividade sazonal no setor agrícola ou do turismo”.

 

Contratos a termo e temporários com mais restrições

 

São colocadas várias limitações na contratação a tempo certo e na contratação temporária. Por exemplo, há uma redução da duração máxima dos contratos a termo de três para dois anos. As renovações destes contratos vão ser limitadas, não podendo exceder a primeira duração do contrato. Introduzem-se ainda limites ao número de renovações do contrato de trabalho temporário: só pode haver seis renovações.

 

Apoios à conversão de contratos

 

Para estimular a mudança no tipo de contração, o Governo vai reforçar e alargar transitoriamente os apoios à conversão de contratos a termo em contratos permanentes.

 

Contratos intermitentes mais curtos

 

É reduzido o período mínimo de prestação de trabalho anual do contrato intermitente de seis para cinco meses. Proporcionalmente, é reduzido de quatro para três meses o tempo de trabalho consecutivo. Estes contratos estão hoje previstos para empresas que exerçam atividade com descontinuidade ou intensidade variável, admitindo que as partes acordem a prestação de trabalho intercalada por períodos de inatividade.

Além disso, se o trabalhador tiver outra função remunerada durante o período de inatividade, o empregador deve informá-lo do início da atividade no âmbito do contrato intermitente com antecedência de 30 dias e, aí, o montante da segunda atividade é deduzido à compensação prevista na lei ou em convenção coletiva.

 

Fonte: Alberto Teixeira in Eco

Desemprego no nível mais baixo em 14 anos. Emprego abranda

30 de maio de 2018

A taxa de desemprego caiu para 7,5% em Março, atingindo o valor mais baixo dos últimos 14 anos, e as estimativas apontam para uma nova queda em Abril para 7,4%. Mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quarta-feira, trazem alguns sinais de que o mercado de trabalho está abrandar, uma vez que nos dois últimos dois meses a população empregada reduziu-se.

 Embora tenha revisto a taxa de desemprego de Março de 7,4% para 7,5%, o INE nota que ela é inferior à registada em Fevereiro (7,6%) e no período homólogo de 2017 (9,7%). De acordo com o instituto, é preciso recuar 14 anos, até Abril de 2004, para encontrar uma taxa de desemprego inferior.

Em Abril, a expectativa do INE é que o desemprego continue a cair, desta vez para 7,4%, afectando 381,4 mil pessoas.

 Apesar destas melhorias, começam a surgir sinais de que o mercado de trabalho em Portugal poderá estar a registar algum abrandamento. A população empregada em Março diminuiu ligeiramente (menos 4500 pessoas) para 4 776,7mil em relação ao mês anterior. E, em Abril, o INE espera que a queda face ao mês anterior seja mais pronunciada. As estimativas apontam para um recuo de 110.200 pessoas empregadas em relação a Março.Seguindo a tendência da população empregada, a população activa também recuou em cadeia, tanto em Março como em Abril.

 Embora assentem numa metodologia diferente, os dados trimestrais do INE, divulgados a 9 de Maio, também davam conta de um abrandamento na criação de emprego no arranque do ano. Tal como já tinha acontecido no final de 2017, a criação de novos empregos nos primeiros meses de 2018 foi quase nula. De um trimestre para o outro, mais 1800 pessoas entraram para a categoria da população empregada, o que corresponde a um crescimento trimestral de apenas 0,04%.

O INE divulga todos os meses dados sobre a evolução do mercado de trabalho em Portugal, complementando as estatísticas trimestrais. Mas há diferenças metodológicas entre os números trimestrais e os mensais, o que leva a que todos os meses o INE faça uma revisão dos dados mensais.

Os dados destacados pelo INE são ajustados dos efeitos sazonais. Se este efeito não for tido em consideração, a taxa de desemprego em Março foi de 7,7% e em Abril de 7,4%.

 

Fonte: Raquel Martins in Público

Rendimento por habitante: Portugal cai para 21º na União Europeia

26 de maio de 2018

Foi em 1999 que surgiu o euro, que António Guterres ganhou as eleições a Durão Barroso, que o Porto conquistou o pentacampeonato de futebol, que Macau voltou para a China e que o país se emocionou com a luta pela independência de Timor-Leste e a morte de Amália. Foi também nesse ano que o chamado produto interno bruto per capita em paridades de poder de compra (PIB per capita) atingiu o valor recorde de 84% da média da União Europeia (UE). Desde então, o país jamais repetiria a proeza de se aproximar assim tanto do padrão de desenvolvimento europeu.

Os dados agora atualizados pela Comissão Europeia revelam que o ano de 1999 permanece como o “expoente máximo” do desenvolvimento do país. Até porque Portugal está cada vez mais próximo, não do pelotão da frente, mas do “lanterna vermelha” desta corrida europeia pela convergência.

 Em 2017, o país até conseguiu crescer acima da média europeia e evitar ser ultrapassado pelos rivais de Leste: convergiu para 78% do PIB per capita da UE ao registar uma taxa de crescimento económico de 2,7%, a mais elevada no século XXI.

 Mas, em 2018, o ritmo de crescimento previsto para Portugal (2,3%) já não será suficiente para evitar a ultrapassagem, de uma assentada, de três rivais de Leste: Lituânia, Eslováquia e Estónia.

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Fonte: Joana Nunes Mateus in Expresso

Os millennials estão a chegar ao topo

26 de maio de 2018

Trinta anos é a média de idades com que um profissional assume hoje um cargo de liderança. A estimativa é avançada num estudo recente da Harvard Business Review. Se considerarmos que os primeiros millennials nasceram em 1983 (os últimos nasceram no ano 2000), basta fazer contas para concluir que aos 35 anos, aquela que é apontada como a geração mais qualificada e “tecnológica” de sempre, e que representa já 32% da força de trabalho nacional (50% a nível global), está a começar a alcançar cargos de decisão nas empresas.

Em Portugal, um estudo realizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), em parceria com a consultora Deloitte e a Sonae, estimava que no ano passado cerca de 35% dos millennials portugueses exercessem já funções de liderança em empresas nacionais. E a fasquia dos que aspiram a chegar a funções de topo é muito superior: 81%. Sendo certo que os processos de sucessão geracional no mercado de trabalho são naturais, este, garantem os especialistas, está a mudar drasticamente o quotidiano e a forma de trabalhar de muitas equipas.

“Nada nesta nova geração de líderes é igual às anteriores.” É Nuno Abreu, diretor da consultora Aon Hewitt, quem o diz e sustenta a afirmação num estudo global conduzido pela empresa a nível global, sobre a liderança da geração millennial e a forma como esta está a impactar a cultura e os valores das organizações em todo o mundo, o “The Millennials: today’s employees, tomorow’s managers” (os millennials: trabalhadores de hoje, líderes de amanhã).

E porque é que não é igual? Porque há dois fatores a mudar todo o ecossistema empresarial atual: “Uma flexibilidade crescente, que obriga os novos gestores a liderar equipas complexas e à distância, e uma produtividade sustentada na confiança nas lideranças.” Por outras palavras, nenhum millennial será produtivo a trabalhar para um líder em que não confia e essa visão molda o seu próprio posicionamento enquanto líderes, conclui o estudo.

Na verdade, os millennials não só estão a assumir cada vez mais posições de liderança nas empresas, como não estão dispostos a esperar muito para alcançar o topo. Essa é, de resto, uma das grandes características da nova geração de profissionais que tem vindo a mudar a gestão de recursos humanos, desde que chegou ao mercado de trabalho. Os millennials guiam-se por planos de carreira objetivos e a estagnação profissional é-lhes difícil de gerir.

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 Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Governo lança plataforma para ajudar refugiados a procurar emprego

25 de maio de 2018

Os refugiados em Portugal que estão à procura de emprego têm a partir desta sexta-feira uma plataforma especial para procura de trabalho. Chama-se Refujobs e pode ser utilizada por refugiados e empregadores.

A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, explicou à jornalista Sara de Melo Rocha que a plataforma online está também disponível em várias línguas.

Rosa Monteiro avança que estão 163 refugiados à procura de emprego em Portugal, seis deles com habilitações superiores.

A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade explica que as empresas se têm mostrado disponíveis porque "veem na população migrante no geral uma oportunidade" de combaterem a escassez de recursos humanos.

Além de disponibilizar informação acerca de emprego, a plataforma online Refujobs, lançada pelo Alto Comissariado para as Migrações, disponibiliza ainda informação sobre apoios ao empreendedorismo e formação profissional de forma a potenciar ascompetências profissionais das pessoas refugiadas.

A plataforma tem uma área pública com toda a oferta de emprego e informação e um domínio reservado dedicado ao acesso às empresas e às pessoas refugiadas.

 

Fonte: Sara de Melo Rocha in TSF on-line

Portugal sobe 6 posições no ranking das economias mais competitivas do mundo

23 de maio de 2018

Portugal subiu seis posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, ficando na 33ª posição. A lista integra 63 países e foi elaborada pelo IMD World Competitiveness com a colaboração da Porto Business School.

A economia portuguesa é uma das três economias da Europa Ocidental que estão a subir na tabela, a par da economia francesa (28º) e italiana (42º), que sobem 3 e 2 posições, respetivamente.

Portugal é, assim, o país que regista a maior subida no índice dos países da Europa Ocidental (6 posições). O resultado "reflete a melhoria da avaliação da economia portuguesa nas quatro dimensões avaliadas: performance económica (+9); eficiência governamental (+6), eficiência nos negócios (+13) e infraestruturas (+1)", explica a Porto Business School, através de um comunicado.

O mesmo ranking indica também os cinco principais fatores-chave que têm mais peso na atratividade da economia portuguesa: a competitividade dos custos, a mão-de-obra qualificada, a qualidade das infraestruturas, a mentalidade aberta e atitude positiva, bem como o elevado nível de educação.

Relativamente aos principais desafios para a competitividade da economia portuguesa durante 2018, o relatório aponta: reduzir o défice público de forma estrutural, por forma a reduzir a dívida pública e adquirir um excedente permanente; assegurar a estabilidade do sistema bancário e do mercado de capitais; acordar com a maioria das forças políticas uma política de educação orientada para o ensino das STEM - Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática; interromper/congelar as reformas previstas para o mercado de trabalho, que irão diminuir a atratividade para a mão-de-obra jovem e qualificada; reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do sistema judicial.

Outros países

Em termos globais, as cinco economias identificadas pelo ranking como as mais competitivas mantêm-se, mas com trocas de posições em relação ao ano passado. Os Estados Unidos ocupam, este ano, a 1ª posição, subindo três lugares. Já Hong Kong desce para o 2º lugar, seguido das economias de Singapura (3º), Holanda (4º) e Suíça (5º). Nas alterações registadas nos cinco lugares cimeiros, apenas Singapura mantém a posição do ano anterior (3º).

No que diz respeito aos demais lugares no top 10 são ocupados, maioritariamente, por países nórdicos - Dinamarca, Noruega e Suécia (6.º, 8º e 9º lugares respetivamente) – que evidenciam uma boa performance no que respeita à produtividade do setor privado e às práticas de gestão. Por sua vez, a Áustria (18º) e a China (13º) avançam positivamente, com subidas de 7 e 5 lugares, respetivamente, enquanto a Rússia e a Turquia sobem uma posição, para os 45º e 46ºlugares, respetivamente.

No contexto da Europa Oriental, a maioria das economias tiveram uma melhoria no seu posicionamento, com destaque para as subidas da Polónia, Eslovénia e Hungria, que ascenderam 4, 6 e 5 lugares respetivamente. Por outro lado, a descer no índice da competitividade, estão as economias da República Checa, Estónia e República da Eslováquia.

Já na Europa Ocidental, o cenário é o inverso, com a maioria dos países a descer no ranking, com a exceção da França (28º), Portugal (33º) e Itália (42º) que sobem 3, 6 e 2 posições, respetivamente.

O ranking do IMD World Competitiveness Centre já é realizado há 20 anos e avalia cerca de 260 indicadores de 63 países. Mais de metade dos indicadores avaliados corresponde a dados relativos a emprego e negócios. O restante diz respeito a resultados apurados por inquéritos e estudos que analisam fatores como a corrupção, preocupações ambientais e qualidade de vida de cada país.

 

Fonte: in Jornal Sol

Governo quer atrair jovens para a indústria

22 de maio de 2018

O Governo quer atrair os jovens para o setor da indústria e, para isso, vai apostar nos cursos profissionais.

A secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, disse, citada pela agência Lusa, que a oferta de cursos profissionais para o setor da indústria vai aumentar.

“A percentagem de cursos profissionais em áreas relevantes para a Indústria 4.0 aumentará de 26% para 40% no próximo ano”, disse a secretária de Estado.

“Estamos, por isso, a trabalhar em medidas para aproximar especificamente os jovens da indústria e vamos lançar, em breve, uma campanha, que está a ser trabalhada, para mostrar que a indústria pode ser uma atividade prestigiante para trabalhar”, sublinhou, acrescentando que “a indústria proporciona carreiras de longo prazo e que, com a devida especialização, podem ser potencialmente muito bem remuneradas”.

 

Fonte: in Jornal Sol

Centro de emprego. Número de desempregados inscritos em mínimos

21 de maio de 2018

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 16,6% em abril face a igual mês de 2017 para cerca de 376 mil pessoas. Este número representa uma queda de 4,4% face ao mês anterior, revelam os dados divulgados pelo IEFP.  Além disso, é preciso recuar quase 16 anos para encontrar um número mais baixo do que o apurado para o mês de abril.

Na comparação com o mesmo mês de 2017, há menos 75 mil desempregados inscritos nos centros de emprego e na comparação com o mês anterior a redução é de 17,3 mil desempregados.

O IEFP destaca também as quedas observados nos inscritos há um ano ou mais (18,3%), os que procuravam novo emprego (16,4%) e os que possuem como habilitação escolar o ensino secundário (14,9%) e ainda os que possuem o 1.º ciclo do ensino básico (18,7%).

Ainda segundo o IEFP, o desemprego afetava em março 39.086 jovens, o que representa uma redução homóloga de 22,9% e de 7,5% em termos mensais, e representava 10,5% do desemprego registado.

Já o número de desempregados de longa duração apurado no final de abril baixou para as 183 mil pessoas, com uma diminuição de 3% face ao mês de março e de 18,3% na comparação homóloga.

O desemprego de longa duração representa 48,6% do desemprego registado.

A nível regional, comparando com o mês de abril de 2017, o desemprego registado diminuiu em todas as regiões do país, destacando-se o Algarve com a descida percentual mais acentuada(19,9%), seguindo-se as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo (19,0%).

 

Fonte: in Jornal Sol

Emprego. Nova plataforma adequa perfis aos trabalhos disponíveis

21 de maio de 2018

Uma plataforma de recrutamento e gestão de talentos e de projetos que adequa (faz o match) os candidatos à oferta de emprego disponível com base nas suas competências, experiência, características e disponibilidade.”

A definição é da própria Bityond, fundada pelo português Pedro Febrero e que neste momento tem em curso uma ICO - Initial Coin Offering com o objetivo de dar um incentivo económico aos seus utilizadores.

 

“O formato é um pouco diferente das plataformas existentes [como o LinkedIn, Landingjobs ou ITjobs] no sentido em que os candidatos apenas têm de preencher o perfil com as suas skills, disponibilidade, nível de educação ou conhecimentos linguísticos, por exemplo, e a Bityond faz o matching entre os trabalhos disponíveis na plataforma e os seus perfis”, explica ao i Pedro Febrero.

Com a Bityond, “os candidatos não necessitam de procurar trabalhos, apenas de escolher entre aqueles que já foram pré-selecionados consoante o seu perfil”, acrescenta o fundador da plataforma, afirmando que “para quem recruta há uma enorme vantagem, visto que recebem automaticamente perfis de candidatos mal criam as oportunidades de trabalho”.

Pedro Febrero, que começou o projeto em 2015 e fundou a plataforma em maio de 2017, diz ainda ao i que os “empregadores podem também utilizar a Bityond para gerir equipas dentro da sua organização - daí a vertente gestão de talentos” e de gestão de projetos.

A concorrência da Bityond são as plataformas tradicionais, quer sejam bases de dados internas de empresas, quer plataformas online, mas esta distingue-se, segundo Febrero, por dar um “incentivo económico aos seus utilizadores”.

 

Ativo digital

 

O incentivo é a ICO da Bityond, que está a decorrer até julho e que, segundo o responsável, tem como objetivo dotar os participantes de Bityond Tokens. Estes “tokens são uma espécie de ativo digital com utilidade na plataforma” que permitem aos “detentores votar em novos desenvolvimentos, funcionalidades e módulos que serão criados na Bityond”.

Segundo Febrero, “para que exista realmente um incentivo serão também oferecidos Bityond Tokens gratuitamente aos utilizadores da Bityond” à medida que estes criem conteúdo na plataforma. Dessa forma, todos “os utilizadores serão detentores dos tokens e poderão ou trocá--los por Ether na rede Ethereum “ou utilizá-los para governar alguns aspetos da plataforma (através de votação) e decidir quais serão implementados (doando tokens à equipa)”.

Com a criação dos Bityond Tokens, a plataforma oferece a cada utilizador a hipótese de monetizar os seus dados ao mesmo tempo que lhe dá a oportunidade de participar na governação e consenso da Bityond. criando um incentivo económico para participar na rede.

Segundo Pedro Febrero, “a criação de um ativo digital que permite aos utilizadores monetizar os seus dados abre a porta a uma nova possibilidade: a ‘tokenização’ das empresas”. O fundador da Bityond argumenta que “ao serem criados tokens que são distribuídos pelos utilizadores gratuitamente, podendo os mesmos convertê-los posteriormente em criptomoeda, isso dá asas a novos modelos de negócio”. Segundo o gestor, se “os tokens valorizarem e os utilizadores realmente participarem neste modelo de negócio, irão utilizá-los também para melhorar a plataforma, visto que isso iria valorizar ainda mais os tokens que detêm”.

 

Avaliação

 

Ao i, Pedro Febrero diz que, para além da ICO, a plataforma se distingue pelo seu “sistema de matching”, que tem “todas as skills standardizadas” na base de dados. “São estes pontos, mais o fator recrutar/gerir talentos, que tornam a Bityond bastante diferente das plataformas no mercado”, diz.

 A ICO termina a 15 de julho e depois dessa data “iremos perceber, mediante o resultado, qual o interesse do mercado tanto para investir como para explorar e utilizar a plataforma”.

A empresa está registada em Portugal, mas opera em todo o mundo e, por essa razão, existe apenas em língua inglesa. Empresas como a ROFF, Gfi e Cross Border Talents já utilizam a Bityond tanto na Europa como na América Latina, mas ainda não pagam - os candidatos nunca irão pagar pela utilização da Bityond, apenas os recrutadores - porque há um acordo para receber feedback e melhorar a plataforma. “O nosso plano de marketing neste momento passa muito por publicidade em redes sociais, participação em feiras de emprego e também em eventos relacionados com criptomoeda e blockchain”, remata Pedro Febrero.

 

Fonte: in Jornal Sol

Economia cresceu 2,3% no primeiro semestre de 2018

15 de maio de 2018

A economia portuguesa abrandou ligeiramente no primeiro trimestre deste ano em comparação com o período homólogo do ano passado, crescendo 2,1%, quando, em 2017, foi de 2,4%, segundo o Instituto Nacional de Estatística.

Um crescimento abaixo do previsto pelo governo no Programa de Estabilidade, que previa um crescimento na ordem dos 2,3% para o ano inteiro. Para este resultado contribuiu o abrandar mais acentuado "das exportações de bens e serviços que a registada nas importações" e "uma ligeira desaceleração do consumo privado".

Em 2017, a economia portuguesa cresceu cerca de 2,7%, mas o governo aponta para um crescimento na ordem dos 2,3% para 2018, sendo acompanhado por instâncias internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, que prevê um crescimento de 2,4%.

Fonte: in Jornal Sol

A Comissão Europeia quer lançar também um programa dedicado à transformação digital no valor de 12 milhões de euros

10 de maio de 2018

A comissário europeu Carlos Moedas anunciou esta sexta-feira no parlamento o lançamento do programa Horizonte Europa, dotado com 100 milhões de euros, dedicados às áreas de inovação e ciência. “Na investigação e inovação vamos propor um novo programa — Horizonte Europa -, pela primeira vez, vamos ter um programa de ciência com 100 milhões de euros. Penso que não haja outro programa no mundo com esta dimensão”, disse Carlos Moedas durante uma audição parlamentar na Comissão Eventual de Acompanhamento do Processo de Definição da “Estratégia Portugal 2030”.

No âmbito da definição do novo quadro comunitário plurianual a Comissão Europeia pretende lançar também um programa dedicado à transformação digital no valor de 12 milhões de euros. Segundo o comissário europeu, a proposta prevê ainda “triplicar a despesa em gestão de fronteiras externas para 33 milhões de euros”, para apoiar, por exemplo, a guarda das fronteiras e a guarda costeira. Apesar de não adiantar mais pormenores, Carlos Moedas garante que, no âmbito da segurança, será proposto um “aumento significativo” para fazer face às ameaças terroristas, bem como um novo mecanismo de proteção civil, “inspirado pelos trágicos incêndios”. “Depois dos sacrifícios que vivemos nos últimos anos temos de investir nestas áreas”, vincou. O responsável europeu com a pasta da inovação, investigação e ciência, anunciou ainda o lançamento de dois novos instrumentos: o programa de apoio às reformas, no valor de 25 milhões de euros, e o instrumento de estabilização de investimento, que tem em vista apoiar um determinado país a investir, sem determinar a área em que este deve aplicar o dinheiro. “O processo de elaboração do novo quadro financeiro está agora a começar. Propomos este quadro e nos próximos tempos vamos passar à definição dos quadros setoriais. A União Europeia deve ser, cada vez mais, uma referência, para lidar com um mundo complexo”, concluiu. A Comissão Europeia propôs em 02 de maio um orçamento plurianual para a União Europeia para o período 2021-2027 de 1,279 biliões de euros, equivalente a 1,11% do rendimento nacional bruto da UE a 27 (já sem o Reino Unido), que prevê cortes que podem atingir os 7% na Política de Coesão e os 5% na Política Agrícola Comum.

 

Fonte: Dinheiro Vivo/Lusa

Empresas portuguesas dependem cada vez menos dos bancos nacionais

10 de maio de 2018

O Banco de Portugal (BdP) considera que que as companhias nacionais estão cada vez menos dependentes dos bancos portugueses. No boletim económico de maio o regulador destaca o tema do financiamento das empresas e conclui que apesar de as instituições financeiras a operar no país continuarem a ser a principal fonte de crédito das empresas, as firmas portuguesas recorrem cada vez mais a empréstimos lá fora, junto de outras empresas ou de bancos estrangeiros.

Esta opção é válida para as empresas que conseguem aceder a mercados externos, mas para as outras também há boas notícias: o banco de Portugal conclui que têm vindo a equilibrar a estrutura de financiamento através do reforço de capitais próprios por via da acumulação de resultados que são reinjetados nos cofres das marcas.

Pensões pesam cada vez mais

O pagamento de pensões foi a única rubrica da despesa pública que não caiu entre 2011 e 2016, tendo mesmo aumentado bastante mais do que na zona euro.

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Hugo Neutel in TSF on-line

Nunca houve tantos portugueses a ganhar mais de 3000 euros

10 de maio de 2018

 

Nunca, desde que os registos do Instituto Nacional de Estatística (INE) começaram, houve um número tão alto de portugueses a receber três mil euros (limpos) ou mais por mês, avança o “Diário de Notícias” esta quinta-feira.

No primeiro trimestre de 2018, o número de trabalhadores (por conta de outrem) nesta categoria disparou 30% face a igual período de 2017. Ao todo, existem, neste momento, cerca de 37,5 mil portugueses com salários superiores a três mil euros.

Segundo o matutino, há vários fatores que ajudam a explicar o aumento significativo do número dos mais bem pagos: a eliminação gradual da sobretaxa do IRS (medida que deixou para o fim o acerto dos salários mais altos), a subida do salário mínimo, a criação de emprego mais forte em profissões mais qualificadas.

Por exemplo, o grupo dos “especialistas das atividades intelectuais e científicas”, que engloba profissões como médicos e professores, expandiu-se a um ritmo significativo de 7% no primeiro trimestre de 2018. No mesmo sentido, o número de “trabalhadores qualificados da indústria e da construção” cresceu mais de 12%.

 

Fonte: in Expresso

Taxa de desemprego recua para 7,9%, a mais baixa desde 2008

9 de maio de 2018

A taxa de desemprego caiu para 7,9% no primeiro trimestre, o registo mais baixo desde 2008, revelou hoje o INE. Esta taxa está em queda em relação ao trimestre anterior há quase dois anos.

A taxa de desemprego recuou para 7,9% no primeiro trimestre do ano, menos 0,2 pontos percentuais (p.p.) do que nos três meses anteriores e 2,2 p.p. abaixo do verificado um ano antes, revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de desemprego traça uma tendência de queda face ao período imediatamente anterior desde o segundo trimestre de 2016, ou seja, há quase dois anos.

Apesar de ter passado para baixo da barreira dos 8%, a evolução da taxa de desemprego mantém o mesmo mínimo que tinha registado no último trimestre do ano passado. Ou seja, volta a ser preciso recuar ao quarto trimestre de 2008 para encontrar uma taxa mais baixa.

Entre outubro e dezembro de 2017, a taxa de desemprego situou-se em 8,1%. No arranque do ano passado, o desemprego tinha afetado 10,1% da população ativa.

No Programa de Estabilidade, o Governo espera uma redução da taxa de desemprego de 8,9% no conjunto do ano de 2017 para 7,6% em 2018. Também o Banco de Portugal acredita que a situação no mercado de trabalho continuará a melhorar. Nas previsões apresentadas no final de março, a instituição liderada por Carlos Costa apontava para uma redução da taxa de desemprego de 8,9% para 7,3%, entre 2017 e 2018.

Na nota sobre o mercado de trabalho, o INE revela que “a taxa de desemprego dos homens (7,6%) foi inferior à das mulheres (8,1%) em 0,5 p.p., tendo a primeira diminuído 0,1 p.p. em relação ao trimestre anterior e a segunda diminuído 0,3 p.p.“.

“Por seu turno, a taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) foi de 21,9%, o valor mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2011. Face ao trimestre anterior, aquela taxa diminuiu 1,6 p.p.”, acrescenta o instituto estatístico.

Apesar da melhoria no mercado de trabalho, as pessoas que estão há mais tempo em situação de desemprego continuam com dificuldades no regresso a uma situação de emprego. “A proporção de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) foi 53,8%, tendo diminuído 0,3 p.p. em relação ao quarto trimestre de 2017.”

Quanto à evolução da taxa de desemprego em relação ao mesmo trimestre de 2017, os dados do INE mostram uma redução em relação ao trimestre homólogo, “mais para as mulheres (2,4 p.p.) do que para os homens (2,2 p.p.)”.

Tal como na variação em relação ao trimestre anterior, também a taxa de variação homóloga da taxa de desemprego entre os jovens aponta para uma redução da taxa, de menos 3,2 p.p..

“Em relação ao primeiro trimestre de 2017, a proporção de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) diminuiu 1,8 p.p..”

População desempregada acima de 400 mil no primeiro trimestre

Nos primeiros três meses do ano, 410,1 mil pessoas estavam sem trabalho. Este universo “diminuiu 2,8% em relação ao trimestre anterior (11,9 mil), prosseguindo as diminuições trimestrais observadas desde o segundo trimestre de 2016”. A explicar esta evolução estiveram principalmente as mulheres, as pessoas dos 15 aos 24 anos, os que completaram, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico, as pessoas à procura do primeiro emprego, provenientes do setor da indústria, construção, energia e água, e as pessoas à procura de emprego há 12 e mais meses.

Em relação ao período homólogo, a população desempregada diminuiu 21,7% (113,8 mil), uma redução ligeiramente inferior à observada no trimestre anterior, com as razões para esta redução a serem mais transversais que as anteriores.

 

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Marta Moutinho Oliveira in ECO

Estatísticas: O desempregado é mulher, o empregado é homem, ambos nos serviços

9 de maio de 2018

Os dados do INE permitem conhecer o "empregado" e o "desempregado" típicos em Portugal. Conheça o perfil de quem procura emprego e de quem já o tem, numa altura em que o desemprego cai.

 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou esta quarta-feira que a taxa de desemprego voltou a descer no primeiro trimestre de 2018, chegando aos 7,9%, mínimos de 2008. Na fase de recuperação em que a economia portuguesa se encontra, o ministro Vieira da Silva já valorizou esta queda no desemprego – e também aumento do emprego – como um símbolo do dinamismo da economia portuguesa. Mas os dados do INE não nos dizem apenas isto.

Através das estatísticas divulgadas, é possível conhecer o desempregado médio – e também o empregado. Abaixo, o ECO reúne algumas das tendências que é possível identificar: há (um pouco) mais mulheres desempregadas, tal como há (um pouco) mais homens empregados. A maioria dos empregados e desempregados têm mais de 45 anos e trabalham ou pretendem trabalhar no setor dos serviços.

Os dados do desemprego e do emprego por si também são valiosos para perceber quem avança e quem recua à medida que o desemprego como um índice geral cai. Há menos 11.900 desempregados no primeiro trimestre de 2018, e mais 1.800 pessoas empregadas. No entanto, a taxa de emprego caiu ligeiramente para os homens, o que não é revelado pela tendência geral.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Marta Santos Silva in ECO

Trabalho temporário pode ser uma oportunidade para dar o salto na carreira?

9 de maio de 2018

 

Há novos conceitos e diferentes formas de estar que mudaram as regras do jogo também no mercado do trabalho

 Hoje em dia enfrentamos uma realidade bastante subjetiva sobre estabilidade profissional, apenas vinga quem apresenta resultados e se torna imprescindível à continuidade do negócio, tornando-se menos relevante aspetos que eram valorizados pela anterior geração ativa, agora na merecida fase da reforma. Refiro-me à ideia de ‘um emprego para a vida’, à sugestão da ‘necessidade de um vínculo profissional a uma empresa’, ao que conhecíamos como ‘horário fixo de trabalho’. Há novos conceitos e diferentes formas de estar que mudaram as regras do jogo também no mercado do trabalho. Existem vários motivos para procurar um novo desafio profissional e todos eles resultam numa melhoria específica, as mais comuns são a progressão de carreira ou um aumento salarial. Nem sempre é possível satisfazer todas as vontades num processo de recrutamento, a não ser que… esteja disponível a integrar num processo de Interim Management que passo a explicar.

O Trabalho Temporário Especializado caracteriza-se pelo colmatar de uma necessidade em específico, em perfis maioritariamente de gestão intermédia e de topo, onde o cariz técnico é indispensável, bem como a capacidade de dar uma resposta rápida e eficiente às necessidades de determinada empresa. Esperam-se candidatos altamente autónomos nas suas funções e com pensamento estratégico desenvolvido. Este conceito muitas vezes representa a oportunidade de boost e alavancagem que uma carreira profissional precisa, seja em termos de empresa, da função ou do salário. Um projeto deste cariz, sempre delimitado no tempo por diversos motivos, abre portas a candidatos potenciais e não apenas ideais. É aqui o momento de agarrar aquela promoção que tanto ambiciona, mas que na realidade viva na ânsia de saber se algum dia acontecerá… Já é possível as empresas encontrarem no mercado de trabalho candidatos à procura deste tipo de projetos em específico, onde através da sua flexibilidade e disponibilidade alcançam um maior reconhecimento profissional, ainda que possa ser momentâneo. Neste tipo de oportunidades o reconhecimento é o fator chave e diferenciador, o que resulta muitas vezes em casamentos perfeitos entre candidatos e empresas. Ao aceitar uma oportunidade com esta capacidade de lançamento, automaticamente os desafios futuros irão ao encontro da experiência anterior do candidato. Existem casos de sucesso, onde após o período definido, há a possibilidade de integração do colaborador. Embora não seja sempre assim para a empresa, por vezes pode também não ser o desejo do colaborador, que em determinado momento o que procurou foi precisamente alcançar o reconhecimento expectável, dar a conhecer o seu trabalho e alargar a sua rede de contactos. O mindset para o futuro deverá ser este, ou seja, esperar sempre mais e melhor de cada desafio e, porque não, através deste tipo de oportunidades, onde o percurso profissional é valorizado e também o potencial e a vontade de fazer acontecer de cada profissional.

 

Fonte: Associate Manager da Michael Page in Dinheiro Vivo

Libertar recursos qualificados de tarefas administrativas nas empresas

7 de maio de 2018

A Cegoc, empresa na área da formação e está em Portugal há 55 anos, vai celebrar uma parceria com a Cimes em regime de Business Process Outsourcing.

“As empresas querem resultados, querem ser mais competitivas, ser capazes de demonstrar ao mercado que têm valor e querem que os trabalhadores se sintam valorizados”. O cenário é traçado por Ricardo Martins, diretor-geral da Cegoc – Centro de Estudos de Gestão e Organização Científica, especialista em formação e desenvolvimento de empresas e pessoas, em entrevista ao Dinheiro Vivo. Habituado a que lhe batam à porta à procura de soluções, Ricardo Martins conhece bem o mercado empresarial em todas as suas vertentes e é-lhe fácil desenhar caminhos para os objetivos pessoais ou coletivos de quem contacta a Cegoc. Com um percurso de 55 anos, com presença também em Moçambique e Luanda, o centro que pertence ao grupo internacional Cegos, oferece soluções de formação a vários níveis: coaching, transformação digital, produtividade, recursos humanos, gestão, marketing ou liderança. Além dos programas definidos, são também esculpidas soluções à medida de cada cliente.

“Há empresas com estruturas de recursos humanos relativamente pequenas, com pessoas muito qualificadas mas que depois não tendo recursos suficientes acabam por utilizar essas pessoas para fazerem tarefas administrativas”, explica. Para resolver este problema a parceria propõe uma solução. “A nossa perspetiva é podermos colocar recursos Cegoc com tecnologia que permita aumentar a produtividade e a eficiência das equipas para que seja possível libertar as pessoas qualificadas para tarefas mais estratégicas para as empresas. Isto será numa lógica de Business Process Outsourcing, estaremos no mercado a fazer essa proposta no segundo semestre, estamos a estruturar uma equipa que vai estar na Cegoc e vai trabalhar para França”, informa o diretor.

Saiba mais aqui:

 

Fonte: Rute Simão in Dinheiro Vivo

“Incineradora” de startups e sete outros projetos apoiados pela ScaleUp Porto

5 de maio de 2018

Arranca oficialmente este sábado a Start & Scale, a semana em que os fazedores do Porto mostram aquilo que as startups da cidade Invicta estão a desenvolver ao longo do ano. A iniciativa promovida pela ScaleUp Porto decorre até sexta-feira, 11 de março, e faz parte da estratégia da cidade para promover o empreendedorismo, a inovação e a tecnologia da região. Ao longo da semana, irão decorrer conferências, visitas guiadas, encontros entre investidores e startups e ainda várias masterclasses. A cidade, desta forma “procura criar um ecossistema sustentável que aumente a competitividade económica da região, crie emprego e melhore a qualidade de vida dos cidadãos”.

Estas são as sugestões do Dinheiro Vivo para ficar a conhecer o ecossistema do Porto:

 1. Tecnologia para o bem: A semana começa com o lado bom da tecnologia. Até ao início da tarde de domingo, 170 pessoas vão estar no Palácio dos Correios a encontrar novas soluções para resolver problemas sociais. O Porto recebe pela primeira vez o hackaton da Hack for Good, a iniciativa de empreendedorismo social da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao longo de 28 horas, serão desenvolvidas soluções em equipa para crianças, idosos, migrantes e refugiados.

2. Visitas guiadas: Na segunda-feira, dia 7, será possível conhecer, no terreno, o que de melhor o Porto tem para mostrar nas áreas da tecnologia e da indústria. No centro da cidade, entre as 14h00 e as 19h, irá decorrer a “Scaleup walking tour with Porto Tech Hub”, para mostrar algumas das melhores scaleups; entre as 13h30 e as 19h, serão visitadas algumas indústrias da região e conhecidas as boas práticas de inovação e cooperação entre várias entidades.

3. Dados e Internet das Coisas: Terça e quarta-feira, o Palácio da Bolsa acolhe o Fiware Global Summit, evento que reúne programadores empresários, decisores políticos e investidores para trocarem pontos de vista sobre a implementação de soluções que envolvem IoT e Open Data para criação de um futuro mais inteligente nas áreas das cidades, indústria e agricultura. Ainda na área de dados, irá decorrer na quinta-feira, entre as 10h e as 13h, no Palácio da Bolsa, um workshop para resolver problemas com Data Science. Pedro Fonseca, cofundador da James, e Pedro Fonseca, responsável de investigação da Feedzai, serão os oradores.

4. Retenção de talento: Cada vez mais empresas estão a escolher Portugal para instalarem um centro tecnológico. Como não há assim tantas pessoas qualificadas, é cada vez mais necessário saber reter talento. Na sexta-feira, no Palácio dos Correios, irá decorrer a masterclass “Rewarding Talent”, com o responsável da Index Ventures Dominic Jacquesson.

5. Encontro entre arte e tecnologia: A semana Start & Scale encerra na sexta-feira com uma festa artística no Maus Hábitos. Neste espaço será possível encontrar artistas e amantes de tecnologia e assistir a várias performances.

 

Fonte: Diogo Ferreira Nunes in Dinheiro Vivo

Queda do desemprego revela “dinamismo positivo” do mercado, diz ministro

30 de abril de 2018

Vieira da Silva considera revisão em baixa do desemprego, divulgada pela INE esta segunda-feira, uma evolução que revela "um dinamismo muito positivo do mercado"

O ministro do Trabalho considerou, esta segunda-feira, que a descida do desemprego em fevereiro e em março reflete o “dinamismo muito positivo” do mercado de trabalho, destacando que, além desta tendência, “o emprego continua a crescer mais”.

“O número de pessoas desempregadas baixou os 400 mil pela primeira vez em quase 14 anos, o que é um resultado muito importante, mas, mais do que a diminuição do número de desempregados, importa referir que aquilo que é mais importante, é que o emprego continua a crescer mais do que a diminuição do desemprego”, disse o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, em declarações à agência Lusa.

Reagindo aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que reviu, esta segunda-feira, em baixa de 0,2 pontos percentuais a taxa de desemprego de fevereiro para 7,6%, o valor mais baixo desde abril de 2004, e estimou para março nova descida para 7,4%, Vieira da Silva vincou que “esta é uma evolução que, a todos os títulos, qualquer que seja a dimensão analisada, revela um dinamismo muito positivo do mercado de trabalho”.

“Esses dados mensais vêm reforçar uma tendência que se vem acentuando e, de facto, Portugal tem hoje uma taxa de desemprego que já se situa bem próxima da União Europeia e claramente abaixo da média da zona euro”, observou o governante, ressalvando que “isto é algo que acontece pela primeira vez desde há muito tempo”.

Até porque “não há muito tempo estávamos a baixar dos 10% de desemprego”, assinalou.

No que toca à criação de emprego, Vieira da Silva notou que “há muitas dezenas de milhares de portugueses que […] aumentaram a população no mercado de trabalho, que continua a ampliar-se, o que quer dizer que a economia está a criar novas possibilidades e novas oportunidades para jovens e pessoas adultas entrarem no mercado de trabalho”.

“Nós, tendo em atenção a previsão para o mês de março, atingiremos um valor superior a 300 mil postos de trabalho líquidos criados nesta legislatura”, realçou, falando ainda no “sinal extremamente positivo da continuação de uma tendência de […] crescimento económico rico em emprego”.

O valor definitivo do desemprego apurado para fevereiro divulgado hoje pelo INE representa uma descida em 0,3 pontos percentuais face ao mês anterior, menos 0,5 pontos percentuais em relação a três meses antes e menos 2,3 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2017.

A estimativa provisória da população desempregada de março foi de 381,2 mil pessoas, tendo diminuído 3,5% (13,9 mil) em relação ao mês anterior (fevereiro de 2018), 7,3% (30,2 mil) face a três meses antes (dezembro de 2017) e 24,0% (120,5 mil) face ao mês homólogo.

Já a estimativa provisória da população empregada de março foi de 4 791,8 milhões de pessoas, tendo aumentado 0,2% (8,4 mil) face ao mês anterior (fevereiro de 2018), 0,4% (19,7 mil) em relação a três meses antes (dezembro de 2017) e 3,0% face ao mesmo mês de 2017, refere o INE.

A estimativa provisória da taxa de desemprego avançada pelo instituto para março deste ano (7,4%) compara com os 9,7% apurados um ano antes.

Segundo o INE, em março, a taxa de desemprego dos jovens situou-se em 21,3% e aumentou 0,1 pontos percentuais em relação ao mês precedente. Já a taxa de desemprego dos adultos foi de 6,3% e diminuiu 0,3 pontos percentuais em relação àquele mês

Fonte: Lusa in ECO

 

ONU e OCDE criam plano de emprego para refugiados

24 de abril de 2018

Uma das principais medidas é encontrar potenciais empregadores e refugiados que tenham as competências procuradas

A ONU e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresentaram esta terça-feira em Genebra um plano destinado a aproveitar, junto do setor privado, o potencial dos refugiados no mercado de trabalho nos países de destino.

"O plano de ação mostra a maneira de garantir que o potencial económico dos refugiados seja aproveitado de forma adequada, contribui para a integração social e oferece uma alternativa em que todos ganham: os refugiados, os empregadores e as comunidades", afirmou o Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR), Volker Turk.

A proposta contém dez pontos, com base "em boas práticas" e inspirados em experiências concretas já em curso nalguns países europeus.

Entre as ações propostas, destacam-se as que visam facilitar aos empregadores interessados contratar refugiados após os trâmites administrativos, bem como a identificação dos potenciais beneficiários cuja formação e experiência laboral corresponda ao que se procura.

Uma das principais empresas da Dinamarca já pôs em funcionamento uma linha telefónica para disponibilizar este tipo de informação aos seus membros, enquanto no Reino Unido, uma associação encarrega-se de encontrar a coincidência entre as competências dos refugiados e os empregadores que oferecem oportunidades de emprego de muito curto prazo, cerca de 12 dias.

Também na Dinamarca, bem como na Noruega e na Suécia, já se deu início ao processo de identificação das competências profissionais dos refugiados num formato parecido com o existente no Reino Unido, permitindo uma "rápida avaliação" de um "portefólio eletrónico" criado pelos próprios refugiados através de uma aplicação para os telefones inteligentes ("smartphones").

Numa fase mais avançada, países como a Hungria ou a Turquia estão a oferecer atividades de formação prática aos refugiados, incluindo formações vocacionais e aprendizagem da língua nacional, para aumentar a possibilidade de aceder a um emprego.

Na Alemanha, a Associação de Câmaras Alemãs de Comércio e Indústria criou uma rede com as empresas que desejam contratar refugiados ou que já contam com alguns deles como assalariados, com o objetivo de preparar os responsáveis pela "gestão da diversidade" ou em como organizar o primeiro dia de trabalho de um deles.

Sobre todos estes modelos, Volker Turk sublinhou que o plano de ação conjunto da ONU e da OCDE oferece um novo enfoque, através do qual os refugiados são incluídos nas comunidades desde o princípio e, por isso, ganham acesso a empregos, que lhes permitirá autossustentarem-se e contribuindo, ao mesmo tempo, para a economia local.

 

Fonte: DN/Lusa

O emprego do futuro chama-se tecnologias da informação

23 de abril de 2018

A área das tecnologias da informação lidera os pedidos de recrutamento num Portugal cada vez mais tecnológico. Com a falta de mão-de-obra, as empresas são já obrigadas a oferecer salários mais altos

A economia está a crescer, o desemprego a cair a ritmo acelerado e as empresas estão a abrir as portas a novos profissionais. Em áreas como as tecnologias de informação (TI) há já um défice entre a oferta e a procura, e aumentos salariais de 7% e 9% já não seguram o profissional. É um setor que está muito dinâmico, a precisar de contratar para diversas funções e a tendência é para perdurar na década.

Mas não faltam oportunidades em outras áreas. O crescimento do turismo está a alavancar as necessidades de mão-de-obra. As empresas, que têm assegurado aumentos nas vendas via exportações, estão a apostar em comerciais. E profissões ligadas às áreas financeira e de engenharia continuam a ter forte procura. Interessante é verificar que o mercado de trabalho valoriza cada vez mais as soft skills.

A dinâmica nas TI não para. As empresas, e não só as de tecnologia, estão a recrutar programadores, engenheiros de software, profissionais de cibersegurança e especialistas de big data. É "um dos setores de futuro em Portugal", que "se está a transformar num centro tecnológico", com "muitas empresas internacionais a instalarem os seus hubs de tecnologia no país", diz Cristiano Aron, diretor da consultora Robert Walters em Portugal.

Carolina Mesquita, especialista de recrutamento e seleção da Adecco, sublinha que "são várias as empresas em Portugal que procuram profissionais nesta área", mas a oferta de emprego está a embater contra a parca disponibilidade de especialistas. A falta de resposta do mercado está a refletir-se em aumentos salariais. Como sublinha Cristiano Aron, em 2017 "os empregadores já se viram obrigados a aumentar os salários para atrair e reter talento" e essa "tendência vai continuar em 2018". A Robert Walters aponta, para este ano, subidas entre 7% e 9% nos salários.

A procura de engenheiros está também em alta, especialmente nas valências de mecânica, eletrónica, eletrotecnia e gestão e engenharia industrial. Segundo a Talent Portugal, "prevê-se que em breve exista uma carência significativa" de profissionais.

Motor em aceleração

As empresas estão confiantes na economia e, por isso, centradas no crescimento, com o recrutamento a estender-se a várias áreas. Indústria alimentar, saúde, logística, automóvel, turismo, fiscal, imobiliário e construção são setores que mostram grande dinamismo nas intenções de recrutamento, referem as consultoras Michael Page e Robert Walters.

"Acresce também a área comercial nos mais diferentes setores, que tem sido uma das maiores apostas dos nossos clientes", diz Carolina Mesquita, sublinhando que essa tendência terá que ver com a confiança "num crescimento efetivo do negócio". Neste capítulo, a Michael Page reforça a "fase positiva" que o país está a atravessar, mas recorda as previsões do Banco de Portugal que apontam para um progressivo abrandamento do crescimento até 2020, "pelo que é fundamental que haja prudência e que todos os players trabalhem para garantir que este é de facto um crescimento sustentado".

Se o inglês é fundamental, cada vez mais os empregadores exigem conhecimento de mais do que um idioma. Francês, alemão, espanhol, italiano, holandês e russo são as línguas mais solicitadas. E não é apenas para o setor do turismo, muito dinâmico no recrutamento dadas as expectativas de crescimento, mas também os serviços e a indústria.

Hoje em dia, os empregadores estão muito centrados naquilo que entrou no léxico comum como soft skills: capacidade de comunicação, criatividade, resiliência, proatividade, capacidade de relacionamento interpessoal, flexibilidade, espírito de equipa. Cristiano Aron sublinha que, "quando uma empresa está em dúvida entre dois candidatos, a escolha será quase sempre baseada em soft skills e não em qualificações técnicas".

 

Fonte: Sónia Santos Pereira in Diário de Notícias

Centenas de ofertas de emprego na hotelaria

22 de abril de 2018

 

“O que queremos demonstrar é o mundo de oportunidades que existe na nossa realidade e oferecer a possibilidade a todos de poderem iniciar uma carreira de sucesso no mundo Marriott”, resume ao i o diretor de Recursos Humanos da Marriott Hotels em Portugal.

Segundo António Pinto, a iniciativa “surgiu da ponte que temos vindo a desenvolver com as escolas e universidades e que fomos alargando a comunidade universitária e não só, também a todos aqueles que querem abraçar uma carreira na indústria do turismo”.

O responsável revela ainda que “realizámos anteriormente já ações com este objetivo mas nenhuma com esta dimensão” e que para além das nove unidades da Marriott em Portugal, vão estar presentes “23 hotéis vindos de diferentes de países da Europa”, entre os quais Reino Unido, Bélgica, França, Holanda, Alemanha.

O diretor de Recursos Humanos da Marriott prevê para o evento de hoje “cerca de quatro centenas de participantes” que terão ofertas desde “a área operacional, marketing, vendas” para um “processo transversal e cobre todas as funções e departamentos”.

António Pinto lembra que o “mercado hoteleiro cresceu logo a procura aumentou”, mas o que se pretende com esta iniciativa é “qualidade, atitude e coragem”.

O responsável acrescenta que “o resto é processo de formação que dá brilho ao diamante”, lembrando que a formação “é um bem que todos falam” e uma “ferramenta de gestão vital para às organizações e colaboradores”. Mas “tem de ser sustentada em processos de avaliação de desempenho rigorosos , para que possamos entrar no ciclo de desenvolvimento e crescimento e qualidade dos ativos”.

 

Fonte: Magalhães Afonso in Sol

Luz Saúde vai criar mil postos de trabalho em 2019

21 de abril de 2018

A Fosun mantém-se empenhada em investir na área da saúde e a venda de 49% da Luz Saúde pela Fidelidade à casa-mãe —uma transação concretizada este ano dentro do grupo —, visou fortalecer os rácios de capital da seguradora e criar músculo para crescer em Portugal e no exterior. Quem o diz é Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade, que não esconde a satisfação com o desenvolvimento do negócio.

A Luz Saúde deu um salto em dimensão desde que foi comprada pela chinesa Fosun ao grupo Espírito Santo no final de 2014. “Não tencionamos vender a nossa posição remanescente [cerca de 50%] e estamos a apoiar o crescimento acentuado do grupo. A abertura de mais cinco unidades desde que entrámos no capital é ilustrativo deste crescimento, que tem como exemplo mais evidente o projeto de expansão do Hospital da Luz em curso e que criará 1000 postos de trabalho em 2019. Estamos muito satisfeitos com o desempenho do Grupo Luz”, diz ao Expresso Jorge Magalhães Correia, também presidente do conselho de administração da Luz Saúde. O grupo Fosun, dono de 85% da Fidelidade, detém 97,78% da Luz Saúde, 49% diretamente.

África e América Latina na rota

Magalhães Correia assegura que “não obteve qualquer mais-valia” com a venda dos 49% da Fidelidade na Luz Saúde à Fosun Healthcare. “O valor de venda foi calculado tendo como base o valor de aquisição, acrescido da capitalização dos dividendos não distribuídos à Fidelidade”. A operação, acrescenta, foi desenhada pela seguradora e contou com o apoio total dos seus acionistas. A Fidelidade comprou a Luz Saúde em bolsa no final de 2014 por €5,01 por ação. Em janeiro vendeu à Fosun por €5,71.

A operação que envolve a Luz Saúde, explica Magalhães Correia, “permitiu-nos aumentar o rácio de capital e atingir os 150% que era o objetivo a que nos propusemos em 2017. Este nível de capital suporta o nosso crescimento em Portugal, com um aumento de 7,5% no segmento Não Vida, e a nossa expansão internacional no Peru, Bolívia e Paraguai”. Mercados em que entrou através da compra de 51% da seguradora peruana La Positiva. Ou seja, foi a venda da Luz Saúde que lhe deu músculo para garantir o investimento na América Latina.

A internacionalização estende-se à Europa e África. “A presença da Fidelidade passa por Espanha, França, Macau, Cabo Verde, Angola e Moçambique”, diz. “São mercados com desafios distintos. Espanha e França, por se encontrarem em mercados mais maduros, serão operações com crescimento e retorno mais estáveis nesta fase. Os mercados africanos serão aqueles onde esperamos investir e crescer mais, em particular em Angola e Moçambique”, remata.

 

Fonte: Anabela Campos e Isabel Vicente in Expresso

Função Pública: conheça os salários que mais caíram desde 2010

21 de abril de 2018

A maior de todas as perdas de salário na Função Pública dos últimos oito anos chega aos 989 euros. E quem a sentiu foram os reitores das universidades que assistiram a uma queda de 24,7% dos seus salários líquidos entre 2010 e 2018, segundo os cálculos do Expresso. Mas há outras seis carreiras e posições ou escalões que perderam pelo menos um quinto do seu vencimento.

Um desses casos é o dos juízes do tribunal do círculo ou equiparado e dos procuradores da República que assistiram a uma perda de 848 euros líquidos, equivalendo a menos 23%. Os professores catedráticos e os embaixadores seguem-se na lista com quedas de €747 e €639, respetivamente.

Os professores do ensino básico e secundário no 5.º escalão perderam 305 euros e os inspetores da Polícia Judiciária de 4.º escalão assistiram a uma queda de 288 euros.

Entre os 29 casos analisados pelo Expresso que abrangem diversas carreiras e posições ou escalões remuneratórios de trabalhadores com vínculo de emprego público, as reduções menos intensas foram as dos assistentes operacionais (menos €25) e dos soldados das Forças Armadas (menos €64).

Além dos congelamento dos salários, a inflação, o agravamento do IRS e o aumento das contribuições para a ADSE e para a CGA ditaram perdas do poder de compra que em alguns casos chegou aos dois dígitos em relação a 2010.

Saiba mais aqui:

Fonte: in Expresso

Inscritos nos centros de emprego abaixo dos 400 mil pela primeira vez em 10 anos

19 de abril de 2018

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 16,6% em março, face a igual mês de 2017, para 393.335 pessoas, caindo 2,8% face ao mês anterior, segundo dados do IEFP.

De acordo com os dados disponíveis na página do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2017, contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens (menos 19,1%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (menos 15,6%), os inscritos há um ano ou mais (menos 17,4%), os que procuravam novo emprego (menos 16,3%) e os que possuem como habilitação escolar o ensino secundário (menos 15,3%).

De acordo com a série longa do instituto, é preciso recuar a agosto de 2008 para encontrar um valor mais baixo do que aquele que foi apurado em março deste ano.

Segundo o IEFP, o desemprego afetava em março 42.259 jovens, o que representa uma redução homóloga de 23,6% e de 6,2% em termos mensais e representava 10,7% do desemprego registado.

Já o número de desempregados de longa duração apurado no final de março foi de 188,4 mil, diminuindo 17,4% em relação ao mês homólogo e recuando 0,9% em termos mensais. O desemprego de longa duração representa 47,9% do desemprego registado.

A nível regional, comparando com o mês de março de 2017, o desemprego registado diminuiu em todas as regiões do país, destacando-se o Algarve com a descida percentual mais acentuada (-19,7%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (-17,6%).

No que respeita à atividade económica de origem do desemprego, 69,6% do total tinham trabalhado em atividades do setor dos serviços, com destaque para as "Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio" (25,6%).

 

Fonte: in Jornal de Notícias

Em Portugal há 100 hotéis em construção

17 de abril de 2018

"Neste momento há mais de 100 novos hotéis que estão em construção, muitos deles fora dos locais com maior intensidade turística por todo o país, no interior, em novas regiões que estão neste momento a crescer mais do que as regiões de turismo mais tradicional que continuam a crescer", revelou o ministro da Economia.

Manuel Caldeira Cabral, que falava no ministério da Economia disse que o programa Valorizar, que apoia investimento em projetos turísticos que promovam a coesão económica e social do país, “tem 262 projetos aprovados”.

“No turismo lançámos uma série de linhas especialmente destinadas a apoio a empreendimentos turísticos e de investimentos na área do turismo (...) já disponibilizámos 593 milhões para este setor que está a crescer bem, não apenas na procura, mas também na oferta”, acrescentou.

Já o programa Revive, de incentivo à recuperação do património do Estado por privados para a exploração em regime de concessão para projetos turísticos, tem “uma linha no valor de 150 milhões para apoiar projetos, especialmente projetos de recuperações de imóveis históricos”, para 33 edifícios sinalizado, salientou Caldeira Cabral.

Também as linhas de qualificação da oferta “têm já 163 projetos de mais de 200 milhões de investimento em curso, o que significa muitos hotéis a serem renovados, alguns a serem criados e também alguns hotéis novos que estão a abrir”, afirmou ainda.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de janeiro a dezembro do ano passado há registo de 20,6 milhões de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros em Portugal – um aumento de 8,9% face a 2016 - e de 57,5 milhões de dormidas, uma subida de 7,4%,

Até ao final de 2019 Portugal deverá ter 115 novos hotéis, com mais de 9500 quartos. 71% dos projetos são de hotéis de 4 e 5 estrelas.

 

Fonte: Magalhães Afonso in Sol

 

CIP. Recuperação da economia é mérito das empresas

11 de abril de 2018

Para o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, a recuperação da economia deve-se ao “mérito” das empresas, lamentando que continuem a ser “insuficientemente” apoiadas pelo governo e penalizadas por uma crescente carga fiscal. E lembrou que, “se a taxa de desemprego está hoje abaixo dos 8%, é porque as empresas geraram mais emprego”, revelou no congresso anual da CIP.

“Em 2017, atingimos o maior nível de crescimento económico em 17 anos por mérito das empresas. São elas que produzem, são elas que inovam, são elas que exportam”, disse, acrescentando que “são também, essencialmente, as empresas que investem: mais de dois terços do investimento em Portugal é realizado pelas empresas”.

Também o défice historicamente baixo atingido em 2017 ficou, segundo o responsável, a dever-se, em grande parte, à aceleração económica registada no último ano e ao aumento do emprego. “Ambos são mérito dos empresários. Não só das escassas centenas de grandes empresas que operam no nosso país, mas principalmente das centenas de milhares de micro, pequenas e médias empresas, cujos responsáveis vivem dos frutos do seu trabalho e da sua capacidade de arriscar e lutam, todos os dias, pela manutenção dos postos de trabalho que criam, prestando, tantas vezes, um apoio social insubstituível nas comunidades onde se inserem”, afirmou António Saraiva.

No entanto, o presidente da CIP, lamentou que o esforço das empresas continue a ser insuficientemente apoiado, quando não contrariado pela ação do governo. Desde logo através do aumento da carga fiscal em Portugal, que atingiu em 2017 o nível mais elevado em pelo menos 22 anos. Só nos impostos indiretos, o aumento foi superior a 6%. “E a imaginação do governo para criar novas forma de tributação permanece viva, fértil e voraz”, concluiu.

“Na sua atividade legislativa, o governo, em vez de apoiar a atividade das empresas, penaliza frequentemente aquele que é o motor do crescimento da economia nacional. Ao mesmo tempo que se promove o SIMPLEX+, continuam a surgir novos procedimentos e novas exigências que vão alimentando a carga administrativa que pesa sobre as empresas”, cujo exemplo mais recente é a legislação nacional relativa à proteção de dados, salientou.

Para combater a esta situação, a CIP defende a inversão do aumento da carga fiscal sobre as empresas, com estabilidade, simplicidade e previsibilidade na tributação, políticas de estímulo à capitalização das empresas, ao redireccionamento do crédito bancário para o setor produtivo, à diversificação de fontes alternativas de financiamento, investimento público, nomeadamente em infraestruturas com vista à competitividade da nossa produção e instrumentos de política pública que apoiem e promovam o esforço de qualificação dos recursos humanos das empresas.

 

Fonte: Sónia Peres Pinto in Expresso

Uma "Porta única" para os empresários

09 de abril de 2018

Os empresários de 33 concelhos do país vão poder tratar das burocracias num único lugar. É a nova geração do "Espaço Empresa". Licenciamento e informações podem ser obtidos nestes balcões como por exemplo, acesso aos fundos do Portugal 2020 e do programa Capitalizar.

Um balcão onde os empresários podem ter acesso a "todos os incentivos e apoios que existem mas também todas as obrigações", explica o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

Para o governante, "o espaço empresa terá uma alteração muito importante na relação do Estado com as Empresas, que poderão num único ponto de acesso ter contacto com os diferentes (26) pontos focais da administração pública" central e local.

Nasce assim um caminho para desburocratização em dois níveis dos Estado; "não só o autárquico como também o do governo central", defende.

Da parte da administração central o "Espaço Empresa" vai também ser expandido e vai passar a ir além das questões de licenciamento. Vai ter "um conjunto muito mais amplo de serviços. Vamos ter um espaço presencial com informação e capacidade de ajudar nas candidaturas a todo o tipo de incentivos". Incentivos do Portugal 2020, para o investimento, para a criação de emprego, acesso a linhas de crédito bonificadas e que "muitas vezes os empresários conhecem uns mas não conhecem outros", adianta Caldeira Cabral.

Para o ministro a ideia é alargar o conceito a todo o território nacional mas para já, "não vai estar em todos os municípios mas vai estar espalhado por todo o país num território que abrange 33 municípios, 12 deles agregados na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste" mas, "esta já uma escala nacional".

De acordo com o Governo estamos numa fase de arranque do projeto e até ao final do ano ou no incio de 2019 é possível alargar a outras autarquias ou comunidades intermunicipais.

O atendimento presencial é a matriz do "Espaço Empresa" mas na retaguarda estão 26 organismos do Estado, desde o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), à Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). "Uma equipa que está no 'BackOffice' mas que está lá para dar apoio direto a quem está à frente do empresário" para dar respostas específicas e detalhadas", revela Caldeira Cabral.

"Não queremos que os projetos de investimento se atrasem fiquem à espera por questões de licenciamento e o que também não queremos é que os empresários continuem a ir a um conjunto muito grande de entidades para terem os seus esclarecimentos. Aqui vão ter uma porta única", conclui.

 

Fonte: José Milheiro in TSF on-line

O que desmotiva os trabalhadores portugueses... segundo os chefes

08 de abril de 2018

Um inquérito a duas centenas de gestores nacionais mostra a perspetiva "de cima" sobre a origem da desmotivação dos trabalhadores

Um trabalhador é exposto diariamente a diversas fontes e formas de quebra na motivação. E a falta de clareza estratégica na empresa é o principal gatilho, na opinião de 70% dos 208 gestores portugueses inquiridos no estudo realizado pela QSP, uma consultora de marketing.

Mas a lista continua. No leque dos desencadeadores da desmotivação laboral contam-se ainda a falta de objetivos e salários desajustados, aos quais se juntam a indefinição de funções e a sobrecarga de trabalho.

A motivação dos trabalhadores também depende do modelo de liderança dos decisores e espelha-se no envolvimento das equipas no cumprimento das tarefas e dos objetivos da empresa.

Ainda que os gestores, na sua generalidade, descrevam a sua liderança como próxima e democrática, o estudo mostra que 31% não consideram que os trabalhadores estão envolvidos nos seus projetos. O número sobe para os 71% quando se fala na falta de conhecimento dos trabalhadores em relação às dificuldades inerentes a um cargo de liderança.

A investigação procurou perceber o valor que os gestores atribuem às questões da inteligência emocional e comunicação no seio das suas empresas. A grande maioria dos "chefes" - 99,5% - concorda com a importância destes pontos, mas esta é uma posição que não se reflete em termos práticos: em 2017, apenas cerca de um terço apostou na formação nestas áreas.

"A utilização da inteligência emocional aprende-se e treina-se com formação e pode ser decisiva para orientar o pensamento e o comportamento e ainda para gerir e ajustar emoções ao ambiente que nos rodeia ou para atingir determinados objetivos", refere Rui Ribeiro, CEO da QSP.

Os resultados do estudo permitem ainda verificar que 98% dos dentetores de cargos de topo nas empresas comunicam preferencialmentre através de e-mail embora recorram a outras alternativas como as plantaformas de messaging, os SMS, a intranet e as redes sociais. No entanto, mais de metade (57%) considera que a quantidade de e-mails que recebe diariamente é exagerada. Cerca de um quinto dos inquiridos afirmou ocupar entre 51 a 70% do seu dia a ler e-mails. Ora, num horário de trabalho normal - 8 horas diárias - um gestor dedica entre 4 a 5 horas e meia, aproximadamente, à leitura de correio eletrónico.

Ainda assim, as decisões de maior relevo continuam a ser comunicadas pessoalmente, pelo menos para 88% das empresas envolvidas neste estudo, representadas pelos seus decisores.

A maioria dos líderes das empresas parece estar alinhada quanto às expetativas em relação do futuro. Conscientes da necessária reconfiguração de funções e criação de novos empregos em virtude dos avanços da tecnologia, poucos acreditam que isso tenha efeito na manutenção dos postos de trabalho já existentes.

 

Fonte: Paulo Miguel Godinho in Visão

Economia circular pode criar 36 mil postos de trabalho

07 de abril de 2018

Mais de cinco milhões de euros é quanto o Ministério do Ambiente tem para apoiar a economia circular em Portugal, um modelo económico que aposta na regeneração dos recursos. Em pouco mais de uma década, além de melhorias ambientais, as transformações geradas por este modelo podem criar 36 mil novos postos de trabalho no país. A “economia do futuro é necessariamente circular” porque “as matérias-primas esgotam-se e não há maneira de poderem ser regeneradas”, defendeu o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

As empresas, a nível mundial, reconhecem, cada vez mais, que um dos problemas que vão enfrentar a médio/longo prazo está associado à escassez de matérias-primas. Por isso, Matos Fernandes assume que “se persistirmos num modelo linear” – assente na extração de matérias-primas, na produção de bens com base nesses materiais e na eliminação dos mesmos – “vamos ter um futuro que não é de abundância. E, ou os recursos vão ficar muito caros e, com isso, vai haver seriação pelo preço e necessariamente vai haver mais excluídos, ou temos mesmo de fazer outra opção”. Esta “outra opção” é a economia circular em que “não há nenhuma perda de bem-estar, não há nenhuma perda de acesso [a bens], há sim um deixar de ter a sua posse, com ganhos para as empresas, porque podem ter relações de confiança com os seus consumidores. E com ganhos para os consumidores, porque passam apenas a pagar o que usam, sem ter que comprar os bens para terem lá em casa”, explica o ministro João Matos Fernandes.

Neste modelo, há assim uma transformação: os consumidores deixam de comprar todos os objetos que utilizam e passam a pagar pela utilização dos mesmos. Berbequins e outro tipo de máquinas que são usadas esporadicamente pelas famílias podem ser alguns dos exemplos. Para as empresas, por outro lado, este modelo requer também uma mudança. Para muitas pode significar deixar de vender concretamente um produto para passar a vender um serviço, mas pode também significar que os produtos passam a ter uma “vida” mais prolongada, passando a haver uma aposta na reparação em caso de avaria, em vez da troca. Matos Fernandes acredita que parte da mudança passa primeiro pelas empresas.” Muitas destas coisas começam no modelo de negócio e na própria conceção dos produtos. O ecodesign é a conceção de produtos preparados para durar mais tempo, para poderem ser reparados e remanufaturados. De uma vez por todas, deixemos de dizer nas nossas casas que avariou o aquecedor, a torradeira e é melhor deitar fora do que mandar arranjar. Isso é um trabalho que começa naturalmente junto de quem fabrica”. Em Portugal, as empresas, diz o ministro do Ambiente, estão conscientes das vantagens que este modelo traz. Embora “não tenho dúvidas nenhumas que há aqui um trabalho a ser feito e que há setores onde isto vai ser mais evidente que em outros”. No ano passado, o Ministério do Ambiente, através do Fundo Ambiental, destinou um milhão de euros para apoiar projetos nesta área. Houve “muitos concorrentes” e o “dinheiro foi todo aplicado”. Por isso, explica Matos Fernandes, “este ano são vários avisos, alguns já fechados, outros a abrir no curto prazo, muito voltados para a indústria” – plásticos, setor da construção e setor público -, mas também para as pessoas e para as comunidades. No total, o governo português, através do Fundo Ambiental, vai disponibilizar este ano 5,35 milhões de euros, sendo que parte dessa verba – 350 mil euros – está destinada ao protocolo com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) para o desenvolvimento das agendas regionais para a economia circular. A expectativa é que a verba seja distribuída na totalidade até ao final de 2018.

No plano para a economia circular, publicado em dezembro do ano passado, o governo aponta que o impacto da concretização de medidas para a economia circular na Europa pode gerar um aumento de 11% do produto interno bruto europeu até 2030. No caso de Portugal, o ministro do Ambiente refere que os efeitos podem sentir-se, nomeadamente, na criação de emprego. “Os números que temos são relativamente conservadores. A nossa expectativa, por exemplo, é da criação de 36 mil empregos diretos a partir da concretização do plano de ação da economia circular” até 2030, avança. “Mas o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD) pôs cá fora agora um trabalho onde apenas a partir de 32 empresas concluiu que uma fatia muito grande desses 36 mil postos de trabalho podem ser criados muito depressa”.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Ana Laranjeiro in Dinheiro Vivo

Currículo: Este formato dá-lhe dez vezes mais hipóteses de ser contratado

5 de abril de 2018

Os CV em papel estão a ficar fora de moda. Ter um currículo em formato vídeo é a nova forma de conquistar os recrutadores.

 Os candidatos que apresentam um currículo em formato de vídeo têm dez vezes mais hipóteses de ser contratados face à concorrência que ainda apresenta o histórico profissional em papel. A conclusão é de um estudo da Unono, uma agência digital de recrutamento direccionada para a população mais jovem (os chamados Millennials), e que tem como base as contratações feitas no último ano através da Unono e os mais de 50 mil candidatos registados na plataforma.

Segundo a perspetiva de quem recruta novos talentos, um currículo em formato vídeo garante uma visão geral mais ampliada do candidato, sobretudo ao nível da comunicação, expressão e apresentação. “Todos os dias contacto com responsáveis pelos processos de recrutamento e seleção das empresas que me indicam que é claro que o vídeo CV traz uma vantagem competitiva. Há competências que são mais evidentes neste formato do que num CV. Ter a certeza que um candidato tem as soft skills certas, acelera o processo de recrutamento”, explica Edgar Campos, Country Manager da Unono em Portugal, citado no comunicado da Unono enviado esta quarta-feira às redações. Desde que a plataforma digital de emprego foi criada que inclui este formato de apresentação (o vídeo) no seu processo de candidatura, com vista a facilitar o processo tanto para os candidatos como para quem recruta. “Com esta facilidade no contacto entre as duas partes, a Unono digitaliza mais um contacto que só seria possível no contexto de entrevista, poupando tempo a quem recruta”. Se quer apostar em remodelar o seu currículo para um formato mais moderno, o responsável dá-lhe ainda alguns conselhos, como “olhar a câmara como se estivesse a falar com outra pessoa, ser natural e assertivo é essencial para conseguir passar uma mensagem autêntica e descontraída”.

 

Fonte: in Dinheiro Vivo

Função pública sem aumentos salariais até 2020

04 de abril de 2018

Até ao final do primeiro trimestre mais de 90 mil funcionários públicos receberam o acréscimo remuneratório resultante do descongelamento salarial.

O universo de funcionários públicos que viu em março o seu salário ser descongelado duplicou em relação ao mês anterior. Esta nova atualização foi revelada esta quarta-feira, pela Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, aos sindicatos da função pública. Daqueles 90 mil trabalhadores, a maior parte (66 mil) teve direito a valorização remuneratória na sequência da avaliação de desempenho e dos pontos que lhes foram atribuídos no período de congelamento que vigorou de 2011 a 2017.

Neste momento, estão ainda a ser analisados vários pedidos de ponderação curricular (para as pessoas que não foram avaliadas ou que discordam que lhes seja atribuído um ponto por cada ano sem avaliação). Estima-se que em abril seja reconhecida a valorização remuneratória para cerca de mais 10 mil trabalhadores nas carreiras que progridam por pontos. Relativamente aos trabalhadores da função pública, em que o tempo é o elemento essencial para terem direito a progressões remuneratórias, estão já a receber o acréscimo salarial correspondente 22 mil pessoas. São cerca de 20% do número total que se prevê até ao fim do ano. Entre as carreiras que progridem com o tempo estão os professores, oficiais de justiça ou forças de segurança Apesar de os números terem duplicado face a fevereiro, o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, entende que são ainda “manifestamente insuficientes tendo em conta que as pessoas ganharam em janeiro o direito a progredir”.

 

Fonte: Lucília Salgado in Dinheiro Vivo

Despesa com pessoal do Estado é a mais baixa desde 1989

26 de março de 2018

A despesa com o pessoal do Estado está nos níveis mais baixos dos últimos 29 anos, um cenário favorecido pelo crescimento económico, pelo congelamento de salários e pelas reformas mais recentes no setor público. E será com esse cenário em cima da mesa que o Governo tentará convencer os seus parceiros de esquerda de que não irá atualizar salários na função pública. Isto porque, como explica o Público na sua edição de hoje, o executivo de António Costa irá argumentar que, apesar do bom momento económico, não existe margem para mais aumentos em 2019.

A tendência, aliás, é de descida da despesa com vencimentos, tanto dos novos como dos que se reformam: o governo estima mesmo que pode compensar o fim dos cortes aplicados durante a crise e os efeitos do descongelamento das carreiras iniciado.

De acordo com a estimativa apresentada na semana passada pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), a despesa pública com pessoal terá sido, em 2017, de 11% do PIB: é menos 11,3% face a 2016 e o indicador mais baixo desde 1989, de acordo com as séries publicadas pela Comissão Europeia. Ainda assim, a despesa com pessoal ainda se mantém acima da média do euro, que deverá ficar em 9,9% em 2017.

Esta segunda-feira também serão conhecidas as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) que deverão confirmar as boas perspetivas da economia portuguesa em 2017.

 

Fonte: in Observador

Governo espera não ter de cobrar taxa sobre rotatividade nas empresas

25 de março de 2018

O Governo espera não ter de aplicar a taxa sobre o excesso de contratos a prazo nas empresas, já que isso significaria “níveis de rotatividade mais aceitáveis em Portugal”, disse este domingo o secretário de Estado do Emprego.

“Diria que o Governo espera não cobrar taxa alguma, será sinal de que os comportamentos de algumas empresas mudaram e que temos níveis de rotatividade mais aceitáveis em Portugal”, disse Miguel Cabrita, que falava na sessão de encerramento do congresso do Sindicato da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), em Lisboa.

De acordo com o governante, o objetivo do executivo com a criação de uma taxa anual à Segurança Social entre 1% e 2%, a partir do final de 2019, sobre as empresas que recorram de forma excessiva aos contratos a prazo “não é cobrar a taxa”.

“Aliás, estamos até convictos de que a cobrança da taxa vai ser bastante inferior às expectativas iniciais”, acrescentou.

Em sentido contrário, “o objetivo do Governo, ao implementar a taxa, é induzir a mudança de comportamentos”.

A medida faz parte do pacote de propostas que o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, apresentou na sexta-feira em sede de Concertação Social, visando a redução da segmentação do mercado de trabalho e a dinamização da contratação coletiva. As medidas não estão ainda fechadas.

A taxa proposta pelo Governo será aplicada sobre a massa salarial dos trabalhadores com contratos a termo, sendo progressiva entre 1% e 2%, e terá em conta a média dos contratos a prazo em cada setor de atividade.

Miguel Cabrita frisou que este pacote de medidas sobre a lei laboral “não induz apenas a um agravamento das obrigações das empresas no que diz respeito a pagamentos de taxas”.

“Tem também um apoio acrescido em termos de política ativa para as empresas que decidirem converter os contratos a termo em contratos sem termo”, destacou.

Outra medida prevista é o alargamento do subsídio social de desemprego.

“Temos hoje um nível de cobertura que é baixo, que baixou ao longo dos anos e que é importante alargar”, precisou, referindo-se nomeadamente a quem tem contratos precários ou poucos meses de descontos em contratos a prazo.

Miguel Cabrita vincou que “as medidas correspondem, no essencial, ao programa de governo e ao debate que foi sendo tido com os parceiros sociais”.

“É evidente que não era expectável que houvesse um acordo, pelo menos de início, entre os diferentes parceiros sociais, que têm visões diferentes sobre o mercado de trabalho e sobre a realidade e também sobre aquelas que podem ser as soluções para resolver estes problemas”, reconheceu, sublinhando, contudo, a intenção do executivo de “atacar problemas estruturais”.

Falando num “pacote de medidas suficientemente sólido, robusto e com possibilidade de tradução na prática”, o responsável instou “todos os parceiros sociais e todas as forças da sociedade portuguesa” a apresentar sugestões.

“As propostas do Governo são para combater a precariedade e não para fazer o contrário e para promover o dinamismo da contratação coletiva e não para fazer o contrário”, concluiu.

Fonte do Governo explicou, no final da semana passada, que as médias setoriais dos contratos a termo já existem, sendo geradas pelo atual sistema contributivo através das declarações à Segurança Social, mas terão ainda de ser aperfeiçoadas. Para já, os parceiros sociais irão discutir a medida tendo em conta os valores atuais e provisórios.

O Governo prevê que no final deste ano as médias oficiais já estejam identificadas setor a setor e que, em 2019, o comportamento das empresas será afetado, estimando-se o primeiro pagamento da nova taxa no final de 2019.

 

Fonte: Lusa in Expresso

Governo quer limitar contratos a prazo e penalizar as empresas que abusem destes vínculos

23 de março de 2018

O Governo vai reduzir a duração máxima dos contratos a prazo e limitar as regras de renovação deste tipo de vínculo laboral. Será criada uma nova taxa para penalizar empresas que abusem destes contratos e vai ser limitado o número de trabalhadores que podem ter contratos precários numa nova empresa. Estas e outras medidas constam de um pacote mais alargado apresentado esta sexta-feira aos parceiros sociais, na reunião de Concertação Social.

A grande expectativa é perceber de que forma esta aguardada revisão da lei laboral acompanhará as pretensões e exigências dos parceiros parlamentares mais à esquerda. Mais do que uma reforma profunda, o Governo procurou resolver de forma cirúrgica os dois maiores problemas estruturais que identificou: a excessiva percentagem de vínculos de trabalho de natureza precária e o enfraquecimento da contratação coletiva. “Não tem a ambição de ser uma revisão global do código laboral“, assumiu fonte do Governo, numa sessão de esclarecimento com os jornalistas no Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Contratos a prazo passam para um máximo de dois anos em vez de três

Entre as medidas previstas está, precisamente, a redução da duração máxima dos contratos a prazo de três para dois anos, o que significa que uma empresa não pode contratar um trabalhador para cumprir funções supostamente temporárias por mais de dois anos.

Além disso, as empresas estarão agora muito mais limitadas na renovação desses contratos a termo. O Governo quer introduzir uma norma que impeça que as renovações possam ser superiores à duração do primeiro contrato. Exemplo prático: se uma determinada empresa contrata um trabalhador por seis meses, não pode renovar esse vínculo por mais um ano. Outro caso: uma empresa não pode contratar um trabalhador por seis meses, renovar uma primeira vez por outros seis meses e, terminado esse período, oferecer novo contrato de seis meses. Porquê? Porque a soma do segundo e terceiro contrato seria superior ao período de duração do primeiro contrato. Contas simples: seis meses mais seis meses seriam 12 meses, período superior ao do contrato original (que previa apenas seis meses de vínculo).

O ministério liderado por Vieira da Silva avança ainda com outra proposta: a revogação da norma que permite que as empresas contratem a termo jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração. Essa possibilidade manter-se-á apenas para desempregados de muito longa duração (mais de dois anos no desemprego).

A medida que se presume que venha a ter mais impacto junto dos representantes patronais já fora antecipada por António Costa e confirmada esta sexta-feira: o Governo vai criar uma nova taxa para penalizar empresas que recorram abusivamente a contratos a prazo.

Empresas que abusem de precários são penalizadas com uma taxa que varia com o setor

As regras são complexas e serão afinadas nos próximos meses: a taxa será progressiva e variará entre 1% a 2% — uma empresa mais prevaricadora pagará mais do que outras menos prevaricadoras; a contribuição será anual e será calculada em função da massa salarial dos trabalhadores com contratos a prazo; para que a taxa não se aplique a todas as empresas de forma indiscriminada, será tida em conta a média sectorial em que a empresa se insere. Exemplo: empresas do sector do turismo recorrem, naturalmente, a mais contratos a prazo; logo a média será superior à dos restantes sectores. O que acontece é que, de acordo com as regras que vão ser adoptadas, as empresas que ultrapassem a média do seu próprio sector serão penalizadas.

O Executivo socialista já definiu, inclusive, um calendário: até ao final de 2018, serão identificadas as médias por sector, que serão de consulta pública; no final de 2019, já será cobrada a taxa. O Governo espera ter com esta medida um encaixe de 70 a 90 milhões de euros. O objetivo do Governo, assumiu fonte do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, é imprimir uma “mudança de comportamentos” no mercado de trabalho português.

No entanto, fica uma questão por esclarecer: se a nova taxa (de 1 a 2%) é calculada em função da massa salarial dos trabalhadores precários (presumivelmente baixa), até que ponto será compensatório para uma empresa converter contratos a prazo em contratos sem termo, que representam, naturalmente, mais encargos para a entidade empregadora? O Governo socialista reconhece apenas que a medida ainda pode ser afinada, mas o princípio manter-se-á.

Para compensar de alguma forma as empresas, o Governo vai reforçar os apoios às empresas  que convertam vínculos precários em contratos sem termo.

O Governo tem ainda outras propostas em cima da mesa: as empresas que iniciem atividade não poderão ter mais do que 250 trabalhadores a termo — o limite atualmente é de 750; a lei será clarificada no sentido de impedir que as convenções coletivas alterem o regime legal da contratação a termo — algo que não está exatamente definido atualmente; e ficará também clarificado na lei que, mesmo nos casos em que empresa e trabalhadores concordem na não renovação do vínculo temporário, o trabalhador terá sempre direito a compensação.

Contratos a termo incerto e trabalho temporário também serão afetados

O Governo prepara ainda alterações nas regras dos contratos a termo incerto e do trabalho temporário. À cabeça, o Executivo socialista vai reduzir a duração máxima dos contratos a termo incerto de seis anos para quatro anos.

Mas não só. O ministério de Vieira da Silva estuda ainda a possibilidade de limitar o número permitido de renovações dos contratos temporários, que atualmente é inexistente — as empresas podem oferecer um contrato de um dia a um determinado trabalhador por semanas ou meses consecutivos.

O Governo não se compromete ainda com o limite que vai ser definido, mas a posição de princípio é essa. O grande objetivo dos socialistas é reforçar a transparência no recurso ao trabalho temporário.

Banco de horas dependerá da contração coletiva

Outro do objetivo do ministro do Trabalho e da Segurança Social é reforçar o papel da contratação coletiva no mercado de trabalho português e combater a excessiva individualização da relação laboral.

À cabeça, o Governo pretende reservar para a contratação coletiva o mecanismo do banco de horas. Na prática, os empregadores não poderão discutir individualmente com os trabalhadores essa possibilidade; o banco de horas dependerá sempre do acordo coletivo.

Ao contrário do que pretendiam os partidos mais à esquerda, sobretudo o PCP, o princípio de caducidade da contratação coletiva não será revertido. É essa, pelo menos, a garantia do Governo. Os socialistas pretendem apenas reforçar os mecanismos de negociação entre as partes.

Se as novas regras forem aprovadas, as negociações decorrerão assim: se empregadores e trabalhadores não conseguirem chegar a um acordo de convenção coletiva que se aproxime do fim, uma das partes pode pedir um prolongamento do prazo (máximo de seis meses) e recorrer ao colégio de árbitros criado no Conselho Económico e Social (CES), que conta com representantes de sindicatos, empresas e um árbitro escolhido por ambas as partes.

Esse colégio arbitral avaliará vários aspectos, incluindo se houve ou não empenho de todas as partes na renovação daquela convenção coletiva. Terá, sobretudo, um papel de mediador. No limite, pode não ser possível chegar a acordo e o colégio de árbitros não poderá fazer nada.

O Governo vai ainda reforçar os meios da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e dos meios de apoio ao papel de conciliação e de mediação das leis laborais.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Miguel Santos Carrapatoso in Observador

Europa: Salários não acompanham preços das casas

22 de março de 2018

Das 220 milhões de famílias da União Europeia quase 11 milhões vivem em estado de “privação severa de habitação”; mais de 33 milhões vivem em casas com humidade; quase 37 milhões habitam em lares com demasiadas pessoas; 30 milhões moram em zonas muito poluídas. A grande incógnita é o número de sem-abrigo. A vermelho está escrito: número desconhecido.

O terceiro relatório da francesa Fondation Abbé Pierre e da FEANTSA (sigla da Fédération Européenne d'Associations Nationales Travaillant avec les Sans-Abri; Federação Europeia de Associações Nacionais que Trabalham com os Sem-Abrigo) – duas instituições que atuam em prol dos mais desfavorecidos – mostra o lado negro da Europa através dos dados do Eurostat (a agência estatística da União Europeia) relativos a 2016.

Se, em alguns casos, há dados que espelham o aumento exponencial de pessoas sem-abrigo nalguns países da União Europeia (UE), noutros não há números, como é o caso de Portugal.

Na Alemanha, existem 860 mil sem-abrigo e, só entre 2014 e 2016 o aumento foi de 150%. Já em Inglaterra, entre 2010 e 2017 o aumento foi de 169% e na Irlanda, entre 2014 e 2017, mais 145% passaram a viver nas ruas. A Finlândia é o único país que conseguiu baixar (18%) o número de pessoas sem casa no período entre 2009 e 2016.

De acordo com o estudo, a esperança de vida de uma pessoa sem-abrigo é 30 anos inferior à restante população e, em média, vivem 10 anos na rua.

As crianças sem casa estão a tornar-se no maior grupo que dorme em abrigos e há milhares nas ruas. Na Irlanda, um em cada três sem-abrigo é uma criança, num total de mais de três mil. Na Suécia, 10 mil a 15 mil crianças não têm lar e na Holanda são quatro mil.

O aumento do preço das casas não acompanhou nem de perto, nem de longe os ordenados praticados na UE. Entre 2010 e 2016, o custo das casas para as famílias mais pobres aumentou três quartos. O agravamento dos preços foi de 20% em quase metade dos países, mas nalguns foi mais do dobro. Casos de Portugal, com mais 40% (que ocupa o terceiro lugar neste ponto), atrás do Reino Unido com mais 45% e da Bulgária com 54%.

Já no que diz respeito à proporção média do rendimento disponível das famílias pobres que é gasto na habitação, a Grécia lidera com 75% e Portugal, com 35%, está baixo da média que é de 42.1%.

Entre os cidadãos da UE, com idade entre 18 e 24 anos, abaixo da linha da pobreza, 43% estavam sobrecarregados pelos custos de habitação em 2016, quatro vezes mais do que a população em geral. Os países onde este nível é mais alto são a Áustria (50%), Reino Unido (50%), Bulgária (52%), República Checa (54%), Suécia (54%), Alemanha (57%), Holanda (70%), Dinamarca (87%) e Grécia, onde 90% dos jovens em situação de pobreza está assoberbado pelos custos da casa. Em Portugal são 33%.

Fonte: In Visão

Sindicatos e patrões concordam com combate à pobreza mas divergem na forma

21 de marco de 2018

Sindicalistas e confederações patronais concordam que é necessário combater a pobreza mas discordam na maneira de o fazer, com os primeiros a defender melhores salários e os segundos legislação laboral flexível e mais produtividade.

As duas visões do mesmo problema foram hoje debatidas num Fórum sobre "Estratégia de combate à pobreza e exclusão social: importância de uma responsabilidade coletiva", organizado pela Rede Europeia Anti-Pobreza e que decorreu n Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Numa mesa redonda sobre "o investimento social em linha com o pilar europeu dos direitos sociais", concordou-se que o facto de se ter emprego não significa que não se seja pobre, como também se concordou que esse pilar europeu dos direitos sociais é vago, embora seja uma tentativa de construir uma Europa mas solidária.

Mas enquanto Gregório da Rocha Novo, da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu uma legislação laboral mais flexível, porque a flexibilidade "leva a menos exclusão", José Cordeiro, da União Geral de Trabalhadores (UGT) defendeu mais solidariedade e sindicatos mais fortes para combater a pobreza.

"Temos de conviver com a ideia de que não basta ter trabalho para se sair do ciclo da pobreza", disse o sindicalista, acrescentando que é preciso "pensar seriamente num rendimento básico universal" e sugerindo aos parceiros sociais a criação de um conselho informal que monitorize o pilar europeu dos direitos sociais.

Se para a CIP a pobreza combate-se também com a luta contra o abandono escolar precoce, e a melhor maneira de melhorar a coesão social é aumentar a competitividade da Europa, para Arménio Carlos, da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a pobreza decorre "da continuada redução dos rendimentos dos trabalhadores e das alterações das leis laborais".

"O modelo que temos em Portugal é o do trabalho precário e baixos salários. É o modelo que mais rapidamente acrescenta lucros a alguns mas deixa trabalhadores e o país em situação delicada", afirmou Arménio Carlos.

João Vieira Lopes, que preside à Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), já tinha pedido "cuidado" em estabelecer regras que as empresas não possam cumprir, quando considerou preocupantes as taxas de pobreza em Portugal, "que atinge parte significativa de pessoas que têm emprego".

"A visão simplista é aumentar salários. Temos que olhar para 400 mil empresas com limitações claras de funcionamento", disse, admitindo que é necessário "evoluir na produtividade e nos salários, que são baixos", mas acrescentando que a questão da produtividade "é central".

Na questão dos salários a mesma posição do presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, que a defendeu assim: "Temos reconhecido que o salário mínimo e baixo e é desejável que haja subida sustentada das condições que permitam às empresas acompanhar".

E ainda na mesma linha, de colocar o acento no crescimento económico, esteve Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português (CTP).

"É mais fácil combater a pobreza com uma economia mais forte", disse, acrescentando que sendo Portugal o sexto país mais envelhecido do mundo, "por mais combate à pobreza que queiramos fazer é impossível".

Arménio Carlos respondia no final que é a partir de um "salário digno" que as pessoas se organizam, que é preciso valorizar o trabalho, que a Europa esteve durante anos a impor políticas erradas, que levaram a redução de rendimentos, à recessão, a desemprego e a mais pobreza.

E que o pilar europeu dos direitos sociais "não passa de generalidades" e de recomendações para quem as quiser aplicar, e que a "vertente social continua a ser secundarizada".

Joaquina Madeira, da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, já tinha dito que o pilar reconhece que há pobreza mas que tem aspetos omissos e as medidas previstas não são de cumprimento obrigatório.

Agostinho Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Ant-Pobreza Portugal, não falou do pilar europeu mas defendeu na sessão de encerramento que é necessário "recuperar a estratégia nacional de luta contra a pobreza".

E sugeriu até a criação de uma secretaria de Estado de combate à pobreza. A ideia não mereceu do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrou o Fórum, grande acolhimento. "Não sei se não é um mau principio" para lidar com a questão da pobreza, disse. 

Fonte: Lusa in Diário de Notícias

Portugal e mais oito países da UE continuam com salários abaixo de 2010 apesar da retórica da retoma

19 de marco de 2018

Portugal é um dos nove Estados-membros da União Europeia onde os trabalhadores continuam a ganhar menos do que antes da crise, “apesar de toda a conversa sobre a retoma económica”, denuncia esta segunda-feira a Confederação Europeia de Sindicatos (CES).

Apoiando-se em dados contidos num relatório publicado esta segunda-feira pelo Instituto Sindical Europeu sobre o mercado laboral na Europa, o CES aponta que há nove países na UE onde os trabalhadores ganharam menos em 2017 do que ganharam em 2010 – Itália, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Grécia, Portugal, Finlândia, Croácia e Chipre -, sendo que em seis deles os salários em 2017 foram inferiores aos de 2016 (Portugal, Croácia e Chipre são as exceções).

Segundo os dados do Instituto Sindical Europeu — que estima os “salários reais” tendo em conta o aumento do custo de vida -, os salários reais recuaram 8,3% em Portugal entre 2010 e 2017, tendo conhecido um aumento “muito modesto”, de 0,1%, entre 2016 e 2017. Portugal esteve sob programa de assistência financeira entre 2011 e 2014.

“Apesar de toda a conversa sobre a retoma económica, os trabalhadores em muitos países encontram-se ainda pior do que antes da crise e continuam a perder”, lamentou a secretária confederal da CES, Esther Lynch. Sublinhando que “até a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu estão a pedir um crescimento salarial mais forte”, a mesma responsável sustenta que “é chegada a altura de considerar ações muito mais fortes para promover as melhores formas de alcançar aumentos salariais justos”.

“As regras dos contratos públicos da UE deveriam contemplar contratos apenas para as empresas cobertas por acordos coletivos. A UE e os Estados-membros poderiam fixar objetivos para aumentar o número de trabalhadores cobertos por contratos coletivos, e a UE deveria exigir imediatamente aos Estados-membros que deem conta das medidas que se propõem tomar para aumentar a cobertura dos acordos coletivos”, sugere a CES.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Também emigrámos das estatísticas?

12 de março de 2018

O serviço público de emprego não está a acautelar ou a resolver a vertente social, nem a lidar com a qualidade do emprego.

No último artigo que escrevi sobre emprego (ou desemprego) jovem, questionava-me sobre a pertinência das estatísticas e das percentagens nesta discussão. Há indicadores para todos os gostos: os do IEFP retratam o número de cidadãos que quer trabalhar e que vai diminuindo ao passo que os mesmos passam a estar “ocupados” em estágios e formações profissionais; os do INE retratam o número de cidadãos da população ativa que estão empregados; os da OCDE misturam os dois… enfim.

Permitam-me que ilustre o problema da inutilidade das estatísticas quando vistas por si só, sem contexto, com um exemplo de choque: num país em guerra a taxa de desemprego pode ser zero, porque as pessoas estão a fugir, não estão à procura de emprego.

Esta semana, e em boa hora, o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia mostrou-nos que existe uma taxa de desemprego para além dos indicadores tradicionais, que inclui as pessoas que estão em situação de subemprego ou de “trabalhos” temporários, as pessoas que desistiram de procurar emprego e as pessoas que não estão em condições de aceitar uma proposta de trabalho (por hipótese: quem tem pessoas a seu cargo, quem engravida…). Em 2008 estes representavam 176 mil cidadãos, hoje são 484 mil. Nenhum deles está incluído nas estatísticas do desemprego.

Durante a crise, a dimensão económica do desemprego diminuiu face à sua componente social. Essa mantém-se absolutamente determinante e não pode ser desvalorizada nem ofuscada por estatísticas que tantas vezes falham em espelhar a realidade, porque não são lidas no seu contexto. E a realidade passa a mostrar assim que a emigração não foi só para fora do país: foi também para fora das estatísticas.

No desemprego jovem, que – já agora – continua a ser o dobro do da população no geral, precisamos de uma abordagem que integre quem os números não representam, desafiante do sistema, crítica da forma como queremos resolver este problema. Continuamos a ver anúncios que não se concretizam, porque tem havido sempre outras prioridades e opções políticas: mas temos ficado sempre por aí, pelos anúncios… Onde está o plano nacional de combate à precariedade? Para quando o inovador contrato-geração? Como refinanciaremos em larga escala as medidas ativas de emprego, para aproveitar o ciclo económico positivo para dar soluções aos desempregados? Quem terá a coragem política de abordar com seriedade o tema do subemprego e dos postos de trabalho com condições e vínculos precários?

Volto a dizer: o serviço público de emprego não está a acautelar ou a resolver a vertente social, nem a lidar com a qualidade do emprego. E, pelo visto, vai continuar a refugiar-se em descidas de uns números que deixam de fora quase meio milhão de pessoas, que nem cumprem os critérios estatísticos para serem representados num gráfico.
É célebre a frase de que os números das estatísticas, quando suficientemente torturados, acabam por dizer o que se pretende. Temos de parar de discutir números e décimas, para começar a olhar para as pessoas e para o seu contexto: e estas pessoas precisam de soluções.http://feeds.feedburner.com/~r/PobrezaNaImprensa/~4/VtNl5rl6ZEw?utm_source=feedburner&utm_medium=email

Fonte: Hugo Carvalho, in Público on-line

Os pobres continuam pobres, mesmo depois de arranjarem emprego

12 de março e 2018

Investigadores acompanham desde 2011 um grupo de pessoas em situação de pobreza, em Lisboa. "O combate à pobreza necessita forçosamente de uma mudança de paradigma", defendem.

Olegário (nome fictício) tem 30 anos. Vive numa carrinha, em Lisboa, com a mulher e os dois filhos. Tem o 5.º ano e esteve desempregado durante muito tempo. Em 2017 arranjou trabalho como jardineiro. Ainda assim, pouco (ou nada) mudou. Continuam nessa carrinha e pesa-lhe não poder garantir condições de higiene e estudo aos filhos, que normalmente tomam banho em casa de outra família vizinha. Na verdade, a sua situação habitacional nunca foi “estável”.

Em 2007, quando Olegário se casou, mudou-se para casa dos sogros, uma habitação social no Bairro Marquês de Abrantes, em Marvila. Os conflitos familiares frequentes levaram à sua saída e depois à ocupação abusiva de uma habitação durante três anos. Agora, Olegário e a família encontram abrigo na carrinha emprestada. Está inscrito para aceder a uma habitação social há dez anos.

A situação de Olegário e da família é uma das que são pormenorizadas no relatório da terceira fase do Barómetro de Pessoas que se Encontram em Situação Vulnerável, feito pelo Dinâmia-CET (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território) do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com o Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa. Será apresentado publicamente na terça-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Nunca vamos para lado nenhum. O dinheiro das férias é sempre para comprar mais qualquer coisa, roupa, sapatos. Eu nunca faço férias, vou só à praia de vez em quando. 

(Julieta, 51 anos, trabalhadora pobre) 
O projecto, que começou em 2011 e terminará apenas em 2020, tem como objectivo acompanhar ao longo de uma década o mesmo grupo de pessoas que vivem em situação de pobreza, em Lisboa. “As abordagens de percursos de vida são de particular relevância no quadro de uma avaliação de políticas” sociais, explicam os investigadores.

Em 2011 foram entrevistadas 74 pessoas. Em 2014, a equipa conseguiu localizar e entrevistar 57. E, em 2017, apenas 47 (perdeu o rasto a várias o que é, dizem, habitual neste tipo de estudos longitudinais). 

Desde o início do barómetro, em seis anos, portanto, apenas duas pessoas das que os investigadores seguiram “podem ser consideradas como tendo saído da pobreza”. Para ambas isso aconteceu em 2014. Arranjaram um trabalho que lhes permite “auferir um rendimento suficiente para uma vida condigna”, explica o estudo.

Muitas outras, mesmo com emprego, não tiveram a mesma sorte. Das 47 cujo percurso é acompanhado desde 2011 um total de 20 são classificadas em 2017 como trabalhadores pobres. Em 2011 eram 12. 

Para a equipa esta é uma primeira conclusão que se pode retirar já, nesta fase do estudo: o trabalho não tira as pessoas da pobreza. “Essa permanência em grupos de fragilidade observa-se, apesar do aumento do número de elementos integrado no mercado de trabalho.” O estudo fala mesmo de um “paradoxo” que é preciso entender: mais pessoas no mercado de trabalho não se traduziu em menos pessoas pobres.

[A vida melhorou] Muito. Paguei as minhas despesas, paguei tudo. Mudei de casa, mudei de carro, tenho o meu trabalho. Os meus filhos continuam comigo, nunca há uma assistente social a bater à porta. 

(Sofia, 44 anos, trabalhadora pobre) 
“A inserção no mercado de trabalho é mal remunerada e, embora melhorando a situação económica familiar, não é suficiente” para que as pessoas saiam dessa condição, explicam. “A fraca intensidade laboral” (poucas horas de trabalho) também não ajuda a ultrapassar esse cenário.

Os números mais recentes do EU-SILC (estatísticas sobre o rendimento e condições de vida na União Europeia) dão conta que, em Portugal, 10,8% dos trabalhadores estão em risco de pobreza (a taxa para população em geral é 18,3%). O fenómeno não é exclusivo de Portugal. “É um problema social emergente em toda a Europa”, dizem os autores do estudo. Para quem é essencial “acompanhar cuidadosamente a evolução da pobreza entre estes trabalhadores e as suas famílias”, bem como, “reflectir sobre o acesso às pensões de invalidez quando se verificam problemas de saúde impeditivos do acesso ao mercado de trabalho”.

Saúde e habitação

Em 2011, quando o estudo começou, os entrevistados viviam nas freguesias de Marvila/Santa Clara e Santa Maria Maior/São Vicente. Entretanto, duas pessoas mudaram de concelho (Amadora e Seixal) e cinco trocaram de freguesia, mas mantêm-se em Lisboa. “Em 2017, arrendar uma habitação no mercado privado tornou-se praticamente impossível, dada a crescente procura de habitações para o arrendamento turístico”, lê-se no estudo. Apesar do enraizamento destas pessoas ao local onde vivem, o pouco dinheiro que têm disponível para habitação tornou a mudança para as freguesias mais afastadas do centro inevitável.

Pronto, o que eu gostava mesmo era de uma ajuda para a casa, que me arranjassem uma casa, pronto, uma casa melhor que esta.

(Márcia, 60 anos, trabalhadora pobre) 
Mesmo assim, aumentou o número de titulares de habitação privada e social. Mas ainda prevalecem algumas formas “pouco dignas” de habitação. De resto, um levantamento divulgado em Fevereiro de 2018 sobre as necessidades de realojamento habitacional dos portugueses mostra que há quase 26 mil famílias no país que precisam de casa ou que vivem em casas a necessitar de reabilitação.

Quanto às condições de saúde destas pessoas, os resultados da fase três do barómetro vêm reforçar a ligação entre a pobreza e a saúde. “A pobreza desencadeia uma saúde frágil e uma saúde frágil desencadeia também a pobreza.” 

O Sistema Nacional de Saúde fica aquém na forma como lida com estas situações, uma vez que “tende a diagnosticar os casos de doença, mas não disponibiliza os recursos terapêuticos necessários para o seu restabelecimento, controlo ou mitigação”. Faltam alternativas para as pessoas que não têm capacidade económica “para pagar medicamentos e exames complementares de diagnóstico”, diz o estudo. Que fala ainda da demora, ou mesmo, nalguns casos, do “não reconhecimento da incapacidade para o trabalho por motivo de saúde”.
Miserável não me sinto, pobre sinto-me. 


(Gonçalo, 75 anos, idoso) 
À medida que o fim do estudo se aproxima, Sérgio Aires, director do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa, explica que se começa a desvendar uma conclusão: “O impacto das políticas públicas é positivo até certa medida. Leva as pessoas até a um determinado patamar, mas dificilmente as consegue tirar dali. Depois, são as outras coisas que começam a ter influência. O mercado de trabalho, a própria economia, o acesso aos serviços e outras coisas que ultrapassam as medidas de política pública.”

Os investigadores detalham que “das oito integrações no mercado de trabalho” registadas no grupo que tem vindo a ser seguido, “nenhuma foi mediada pelos mecanismos sociais previstos, ainda que o registo dessa necessidade fosse do conhecimento do sistema”. Isto mostra “que a acção dos dispositivos de assistência parece estar insuficientemente articulada com as políticas de emprego”.
Lidamos com outras pessoas e comecei a ver que aquilo [violência doméstica] não estava certo para mim. Queria ser eu, queria-me encontrar, a força que me davam era suficiente para me sentir apoiada. 

(Anabela, 50 anos, trabalhadora pobre) 
Resignação ou resiliência
Se há sentimento que oscila no discurso destas pessoas é a esperança (e a falta dela), diz Sérgio Aires. “Vão-se abaixo.” Quão mais persistente é o quadro de vulnerabilidade em que se inserem, maior a atitude de resignação e de desresponsabilização dos próprios em relação à sua situação.

Ainda assim, Sónia Costa, coordenadora do barómetro detalha que, nesta fase, depararam-se com “uma melhoria do estado de espírito” dos entrevistados. Metade está activamente à procura de oportunidades que lhes permitam reverter as situações de vulnerabilidade em que se encontram. E desses, há seis pessoas cuja trajectória de pobreza é persistente, mas que “mantêm a crença em si”.
O melhor do Público no email

Às vezes tenho esperança [de encontrar trabalho]. Tudo depende do dia em que acordo. 

“Os salários que as pessoas têm não as fazem sair da pobreza”
Por que razão Ana diz que pobreza não se mede só com números?
Para Sérgio Aires não há dúvidas: “O combate à pobreza necessita forçosamente de uma mudança de paradigma.” “O nosso modelo não se adequa à dimensão da pobreza que nós temos”, prossegue. 
Nas últimas linhas do relatório, os investigadores recomendam uma “aposta nas políticas de emprego, nomeadamente por via do apoio ao microcrédito, a par de orientações estratégicas nas políticas de saúde e protecção social, bem como um acompanhamento social que faça efectivamente a mediação entre os perfis de vulnerabilidade e os recursos disponíveis” como formas de promover a “autonomização” e a “vida condigna” das pessoas.

Saiba mais aqui:

Fonte: Rita Marques Costa, in Público on-line

Os salários que as pessoas têm não as fazem sair da pobreza

12 de março de 2018

Sérgio Aires, director do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa, defende que é preciso ouvir mais as pessoas de modo a desenhar políticas que sejam realmente úteis.

Quais são as principais conclusões a que chegam nesta fase do barómetro?
As pessoas mexem-se. Mas nem todas, porque a nem todas lhes é permitido o movimento na direcção do emprego ou noutras direcções de iniciativas individuais. Quanto às que se tentam mexer, têm sempre o trânsito um pouco condicionado. Quando ingressam no mercado de trabalho, entram pela porta pequena, ou têm actividades relativamente parciais. Os salários que as pessoas ganham não as fazem sair da situação de pobreza ou de risco de pobreza.

Outra conclusão prende-se com o facto de as políticas públicas de combate à pobreza terem um efeito assistencial, de ajuda em vários universos, mas não conseguirem tirar as pessoas da pobreza.

As políticas falham?
Algumas poderão estar a falhar ou ser menos adequadas, ou precisarem de ser revistas... Mas uma das coisas muito importantes é a participação das pessoas. Uma das recomendações permanentes do barómetro é que as pessoas sejam ouvidas. O respeito por aquilo que elas dizem e por aquilo que lhes acontece é muito pouco vertido nas políticas. Há muitos indicadores que nos indicam que ouvir as pessoas de forma mais atenta, seja a nível local ou central, poderia ajudar a ter melhores políticas.

No estudo só são entrevistadas pessoas de Lisboa. É possível extrapolar a realidade que encontraram para outros territórios?
É natural que se replicássemos este estudo noutro concelho com características semelhantes fôssemos encontrar as mesmas circunstâncias. Mas a economia que existe noutros sítios é diferente [da da capital]. Lisboa tem um problema: quase toda a economia são serviços e estão cada vez mais qualificados. O que deixa ficar muita gente de fora a nível de qualificação e da idade — "Tenho 50 anos, mas sou muito nova para reforma e muito velha para trabalhar", como dizem algumas pessoas.

 

Fonte:Rita Marques Costa, in Público on-line

Tem de haver tolerância zero à precariedade

11 de março de 2018

Criado há 10 anos pelo ISCTE, o Observatório das Desigualdades apresentou esta semana um livro que compila investigações em várias áreas, desde o mercado de trabalho, à educação e ao acesso à saúde, e que revela que as assimetrias aumentaram em Portugal ao longo da última década. O diretor do Observatório defende a proibição da discriminação salarial entre homens e mulheres e considera que as empresas e instituições públicas com grande rotatividade de recibos verdes e contratos a prazo devem ser penalizadas.

O Observatório concluiu que as desigualdades aumentaram em Portugal nos últimos dez anos. De que forma?
A intervenção da troika e as consequentes políticas de austeridade tiveram um impacto muito forte no aumento das desigualdades, desde logo ao nível do rendimento. As populações mais pobres empobreceram ainda mais, em grande medida devido ao corte das políticas sociais. Por outro lado, houve também o impacto do desemprego, que atingiu o pico em 2013 e que foi um motor de produção de desigualdades. 

Já se nota o impacto da retoma?
Nos últimos anos assistimos a uma inversão de tendência, no sentido em que as desigualdades diminuíram, mas é uma inversão ainda ténue. Não se trata de uma alteração estrutural. Em 2015 e 2016 houve alguma recuperação, não apenas pela descida do desemprego, mas também pela reposição de rendimentos e pelo incremento de políticas sociais.

Vão continuar a diminuir?
O problema é que uma parte considerável do emprego que está a ser criado é precário e associado a baixos salários, afetando sobretudo os jovens, que não conseguem sair de uma situação de precariedade. E isso pode ser um forte obstáculo à redução das desigualdades, que são o maior problema do país. 

Porquê?
O nosso grande défice é a desigualdade social. Não temos grandes problemas no sistema político, que é relativamente estável e até ficou mais enriquecido desde as últimas eleições, no sentido em que o arco da governação passou a incluir todos os partidos com representação parlamentar. Não existem e não se prevê que venham a surgir movimentos populistas, nomeadamente de direita, racistas, com um discurso anti-imigração, como os que estão a crescer noutros países europeus. A esse nível Portugal começa a ser uma excecionalidade à escala europeia. Mas as desigualdades persistem e reproduzem-se.

Como se explica que Portugal seja dos países mais desiguais da Europa?
É-o do ponto de vista do rendimento. Temos um problema de baixos salários que afeta uma parte significativa da população, enquanto no topo há salários muito altos. Há uma disparidade muito grande. E se olharmos só para o topo do topo, então essa disparidade é quase estratosférica. Mas há também outro tipo de desigualdades, como as educacionais.

O estudo mostra, aliás, que as desigualdades são muito transversais, da educação à saúde, ao acesso à cultura, à participação cívica, etc. É um círculo vicioso?
Essa é que é a questão. Para rompermos com esse círculo é necessário termos políticas também elas transversais e estruturais. O mercado de trabalho está a gerar um conjunto de dinâmicas que, se não forem invertidas, vão perpetuar as desigualdades. Temos uma população com níveis de instrução bastante baixos em comparação com a média europeia, o que se verifica também nas chefias, nos empresários, nos empregadores e na classe dirigente, o que é um problema.

Que esperança há para um país como Portugal onde os patrões têm um nível médio de instrução mais baixo do que os empregados? 
As políticas públicas dirigidas para a formação contínua deveriam também incluir os empregadores e dirigentes. Esta ainda é uma questão tabu. Mas é fundamental para a competitividade da economia e para aumentar os níveis de produtividade. Aliás, um dos nossos estudos desmitifica algumas das razões que se aludem para a baixa produtividade do país. A questão não está no facto de os portugueses trabalharem pouco ou menos do que a média europeia, como foi veiculado no período da troika.

Passou-se a mensagem de que somos preguiçosos.
Exatamente. Mas a questão nunca foi essa. Tem a ver precisamente com a qualificação, quer dos trabalhadores quer das chefias. E isto tem repercussões, nomeadamente a nível da valorização das qualificações no mercado de trabalho, como algo em que as empresas devem investir.

A prova é que as mulheres são mais qualificadas do que os homens e, ainda assim, ganham menos e não chegam aos lugares de topo.
É verdade. Apesar de serem mais escolarizadas, as mulheres não têm o devido retorno ao nível do mercado de trabalho. Em Portugal, a desigualdade de género até está a aumentar a nível salarial. A precariedade e o subemprego também afetam mais as mulheres. 

Saiba mais aqui:

Fonte: Joana Pereira Bastos e Raquel Albuquerque (texto), José Caria (foto) in Expresso

Carlos Farinha Rodrigues: ‘A desigualdade é algo que construímos com a nossa economia’

10 de março de 2018

O que vais ouvir, ler ou ver foi produzido pela equipa do É Apenas Fumaça, um projeto de media independente, e foi originalmente publicado emwww.apenasfumaca.pt

Ter um emprego estável não significa uma vida livre de privações. Não significa sequer escapar à pobreza e pode significar ter de apagar as luzes, mesmo quando a luz que entra pela janela não chega.
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que, em 2016, já com a Geringonça no poder e as actualizações ao salário mínimo nacional em vigor, 10,8% dos trabalhadores portugueses permaneciam em risco de pobreza. O que significa isto? Estar em risco de pobreza significa – apesar da tentativa de branqueamento da realidade que o nome do indicador parece procurar – ser-se pobre. Não há como dar a volta. Significa estar-se abaixo do limiar da pobreza. Em Portugal, receber o salário mínimo é viver entre a espada e a parede.

Isabel Nascimento, retratada pelo semanário Sol na reportagem “Viver com o salário mínimo: o milagre da multiplicação”, de 2014, era uma das faces desta realidade. Recebia o salário mínimo e via-se obrigada a falar aos jornalistas às escuras. Dos 431,65 euros que recebia, 300 perdiam-se imediatamente na renda da casa que dividia com o marido, desempregado, e os dois filhos. Teve que apagar as luzes para poupar. Isabel faz parte daqueles que recebem o salário mínimo nacional. São “trapezistas equilibrados num fio muito fino”. Quem o disse,num artigo do jornal Público, foi Susana Peralta, investigadora e professora na Universidade Nova de Lisboa. O número de trabalhadores a receber o salário mínimo passou de “5% em 2008 para cerca de 25% no final de 2016”. “Preocupante”, considera a economista.

A pobreza em Portugal é uma realidade demasiado abrangente. Em 2016 o INE contava 2,4 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social em Portugal. É o mesmo que dizer 23,3% da população do país, menos 1,8 pontos percentuais em relação a 2015. Mas se a taxa de risco de pobreza desceu neste período, o mesmo não pode dizer-se da taxa de intensidade da pobreza, que mede quãodistantes estão os rendimentos mais baixos relativamente ao limiar definido para a pobreza. De 2015 para 2016 esta taxa subiu 0,3 pontos percentuais, para os 27%. A subida é curta, é certo, mas revela uma intensificação da pobreza entre os mais pobres dos pobres.

“A cada 2 dias” aparece um novo bilionário e 82% de toda a riqueza gerada acaba nos bolsos das 1% mais ricas. “Nada para as 50% mais pobres”. Foi assim em 2017, segundo o relatório “Reward Work, Not Wealth”, lançado em 2018 pela Oxfam International. O nome do relatório revela o desejo, longínquo: “Recompensar o Trabalho, Não a Riqueza”. Mas o fosso não para de aumentar, sobretudo quando comparamos os mais ricos e os mais pobres.
Esta semana fomos até ao Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) falar com Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em Economia e professor naquela instituição de ensino superior. É membro do Observatório das Desigualdades do CIES-IUL, assessor do INE e um dos mais proeminentes especialistas em pobreza e desigualdade em Portugal.

Qual é o caminho para eliminar a pobreza e reduzir a desigualdade?
Terão os estados os recursos que lhes permitam acabar com a pobreza, quando nas últimas décadas o denominador comum tem sido odeclínio generalizado do capital público perante o aumento desmesurado do capital privado? Quão importante é o papel das transferências sociais na redução da pobreza e da desigualdade? Terá Pedro Ferraz da Costa razão, quando afirma que“as pessoas não querem trabalhar”, ou estaremos nós perante um problema pandémico de precariedade no emprego que nos está a conduzir a situações de pobreza?
Ouve aqui o novo episódio:

Fonte: Frederico Raposo, Pedro Santos e Ricardo Ribeiro in É Apenas Fumaça

Quanto mais mulheres trabalham, maior é o fosso salarial

08 de março de 2018

A diferença salarial entre homens e mulheres mantêm-se há anos nos 16% e voltou hoje a ser confirmado pelo Eurostat. A Comissária para a Justiça e Igualdade de Género diz-se frustrada com esse facto e pede mais ação aos Governos. Portugal é o país onde o fosso mais aumentou entre 2011 e 2016. Vera Jourová pede ao Executivo português que procure as causas do problema 

O relatório publicado esta quarta-feira dá conta da estagnação da diferença salarial entre homens e mulheres. Há vários anos que está nos 16%. Significa isto que os esforços feitos são insuficientes?
Sim. É o que isso significa. Vemos que a diferença salarial entre homens e mulheres está estagnada. Todas as propostas que temos feito têm de ser levadas à prática. Tentamos dar resposta à discriminação direta, quando há diferença de salários entre homens e mulheres que têm o mesmo trabalho. Isto é proibido pela lei e os Estados-membros deveriam garantir que a lei é aplicada. Depois existe a questão da família, que está principalmente nos ombros das mulheres, e isso também contribui para a diferença. E é por isso que estamos a propor medidas para melhorar as condições para as mães que trabalham. Estou muito frustrada com a estagnação destes números.

Olhando para Portugal: em 2011, antes do resgate, a diferença salarial entre géneros era de 12,9%, bem abaixo da média. Em 2015 era de 17,8% e os últimos números disponíveis, referentes a 2016, apontam para 17,6%. 

Portugal foi o país da UE onde a diferença mais aumentou. O que é que explica isto?
Há mais um fator, que tem a ver com a diferença no emprego. Em Portugal, a taxa de mulheres empregadas aumentou, mas também aumentou a diferença salarial. Isto é um paradoxo. Quanto mais mulheres trabalham, maior é o fosso salarial. Recomendaria ao Governo português - e vou discuti-lo com o ministro com esta pasta - que olhe para a origem desta tendência de aumento do fosso. Deve haver um problema estrutural no sistema. Quando tento entender este fenómeno de “quanto mais emprego, maior o fosso salarial”, percebo que a raiz do problema pode estar relacionada com os trabalhos em “part-time”.

Em todos os países ou só em Portugal?
Em geral. Porque tem acontecido também noutros países. 
Por outro lado, o relatório divulgado hoje também dá como exemplo a lei portuguesa de agosto de 2017, que define o regime da representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização das entidades do sector público empresarial e das empresas cotadas em bolsa. Foi uma boa decisão?
Dentro de dois anos devemos começar a ver os efeitos destas medidas, com um aumento das mulheres em cargos mais elevados das empresas. Este tipo de decisão é algo que deveríamos ter nos vários estados membros. É por isso que tento pressionar para que a diretiva sobre o número de mulheres nos conselhos de administração avance. Queremos assegurar que haja 40% de mulheres nos cargos de supervisão das empresas cotadas. Esta legislação está bloqueada (no Conselho). Espero que seja retomada, e haverá um novo debate na primavera.

Esta quinta-feira é o Dia Internacional da Mulher. Que conselho deixa às mulheres portuguesas?
São necessárias três condições para que haja mudanças nesta área: vontade política, mudanças culturais e de mentalidade e remoção das barreiras que as mulheres têm dentro delas. Muitas mulheres dizem que não querem mudanças e aquelas que querem uma mudança devem pedir melhores condições, melhores salários. Se algo de errado se passa com elas, devem pedir explicações aos seus superiores. Temos de ser mais ativas.http://feeds.feedburner.com/~r/PobrezaNaImprensa/~4/XKlUXrDjjks?utm_source=feedburner&utm_medium=email

 Fonte: Susana Frexes, correspondente em Bruxelas, in Expresso

Portuguesas ganham em média menos 17,5 cêntimos por hora que os homens

08 de março de 2018

Por cada euro que os homens ganharam em 2016, por uma hora de trabalho, as mulheres receberam apenas 82,5 cêntimos. A desigualdade salarial em Portugal agravou-se nos últimos anos. 

As mulheres portuguesas com mais de 65 anos ganham menos 43,4% do que os homens, avança o Público. Portugal posiciona-se assim no terceiro lugar da tabela de diferenças salariais mais elevadas da Europa, a seguir ao Chipre e à Espanha. É o país onde a diferença salarial entre homens e mulheres mais se agravou nos últimos anos.

Ainda que em Portugal a participação das mulheres no mercado de trabalho seja equiparada “aos países europeus mais igualitários em termos de género”, o mesmo não se reflete nas condições económicas das portuguesas que continuam afastadas dos cargos de liderança. Estas conclusões podem ser lidas num dos capítulos do livro Desigualdades Sociais — Portugal e a Europa, das investigadoras Sandra Palma Saleiro e Catarina Sales de Oliveira do 

Também os dados lançados na quarta-feira pelo Eurostat demonstram que as trabalhadoras portuguesas ganham, em média, 82,5 cêntimos por hora, ao passo que os homens ganham um euro para o mesmo tempo de trabalho. Uma diferença de 17,5 cêntimos que fica acima da média de 16 cêntimos a menos que as mulheres recebem a nível europeu.

Apesar de não se encontrar entre os piores no ranking europeu do gender pay gap — ou de diferenças salariais entre homens e mulheres — destaca-se por ter sido o país onde este indicador mais se agravou: entre 2011 e 2016 aumentou 4,6 pontos percentuais contra uma média europeia de desagravamento em 0,6 pontos percentuais.

Diferenças na escolaridade e áreas vocacionais
As desigualdades entre homens e mulheres vão muito para lá dos salários: em 2016, 20,4% das mulheres tinham o nível superior contra apenas 14,9% homens. Entre 2003 e 2015 aumentou o número de mulheres a fazer doutoramentos, pelo que Portugal se destaca no que ao número de investigadoras diz respeito: 44% contra uma média mundial de apenas 28,4%. Contudo as mulheres permanecem “em maior número na população analfabeta”.

67,4% das mulheres trabalham a tempo inteiro face a 74,2% dos homens e as assimetrias são claras: se as mulheres se fazem representar mais em profissões ligadas ao cuidado e trabalho com pessoas dependentes (serviço social, educação, saúde) é certo que os homens dominam nas áreas tecnológicas, da construção ou dos transportes.http://feeds.feedburner.com/~r/PobrezaNaImprensa/~4/FQWsYdJyzpw?utm_source=feedburner&utm_medium=email

Fonte: in o Observador

Bruxelas diz que subidas do salário mínimo não prejudicaram emprego

07 de março de 2018

A Comissão Europeia considera que os rendimentos dos trabalhadores de menores salários subiram e não houve efeitos negativos na criação de postos de trabalho. Mas pede ao Governo e aos parceiros sociais para monitorizarem a situação 

A comissão Europeia considera que as subidas do salário minimo nacional não prejudicaram a criação de emprego e até apoiaram o rendimento dos trabalhadores com salários mais baixos. Esta conclusão sublinhada no Country Report sobre Portugal divulgado hoje em Bruxelas contrasta com posições anteriores da Comissão que, em análises anteriores, sempre mostrou receios sobre os impactos das subidas do salário mínimo.

“As subidas do salário mínimo apoiaram o rendimento dos trabalhadores de salários baixos e não parecem ter afetado negativamente a criação de emprego”, lê-se no documento. E acrescenta: “Em particular, as subidas do salário mínimo não impediram a taxa de emprego dos trabalhadores menos qualificados subir durante a recuperação, também devido a expansão dos setores intensivos em trabalho como o turismo e a construção.”
Bruxelas considera, no entanto, que permanecem alguns riscos sobre a empregabilidade destes trabalhadores e pede ao Governo e parceiros sociais para monitorizarem o impacto do salário mínimo.http://feeds.feedburner.com/~r/PobrezaNaImprensa/~4/qR_qnpvrJFo?utm_source=feedburner&utm_medium=email

Fonte: João Silvestre, in Expresso

Por cada 10 homens a trabalhar só existem 6 mulheres

07 de março de 2018

Mulheres recebem 20% do que os homens pelo mesmo trabalho

Por cada 10 homens que trabalham, só há seis mulheres nas mesmas condições, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho, que alerta que esta relação se pode deteriorar até 2021.

O documento, intitulado "Perspetivas Sociais e do Emprego no Mundo: As Tendências do Emprego Feminino 2018", prevê que a taxa mundial de atividade das mulheres se situe em 2018 nos 48,5%, ou seja 26,5 pontos percentuais abaixo da dos homens.
Por outro lado, a taxa de desemprego das mulheres para 2018 deve atingir os 6,0%, nas previsões da OIT, ou seja, mais 0,8 pontos percentuais do que a dos homens. Significa isto que por cada 10 homens a trabalhar existem apenas seis mulheres empregadas.
Com esta informação, os peritos da OIT deduzem que, "à escala mundial, as mulheres têm menos possibilidade de participar no mercado de trabalho do que os homens".

A distância entre as taxas de atividade de homens e mulheres reduziu-se em dois pontos percentuais desde 1990, com a maior parte da redução a verificar-se até 2009. Porém, desde 2009 a tendência desacelerou. As estimativas da OIT são que "vai parar no período 2018-2021 e possivelmente até pode retroceder e invalidar as melhorias relativamente menores registadas na última década, na igualdade de género em termos de acesso ao mercado de trabalho". A propósito da disparidade salarial, em termos médios e mundiais, as mulheres recebem 20% do que os homens pelo mesmo trabalho.

A OIT apontou ainda que as mulheres representam menos de um terço dos cargos intermédios e superiores de direção na maioria dos designados países desenvolvidos e menos de 5% dos cargos de direção-geral nas empresas cotadas.

Por junto, o relatório realça que o nível de participação feminina na força de trabalho, as diferenças consideráveis de remuneração entre os géneros, a maior probabilidade de uma carreira profissional mais curta ou com mais interrupções e a presença excessiva de mulheres no trabalho informal e vulnerável afetam negativamente a sua capacidade de consolidar direitos de jubilação.http://feeds.feedburner.com/~r/PobrezaNaImprensa/~4/m8eGD1bs1CI?utm_source=feedburner&utm_medium=email

Fonte: Lusa in Jornal de Notícias

 

Desemprego real atingiu os 17,5% no final de 2017, o dobro do oficial

2 de março de 2018

O número de desempregados a receber subsídios caiu 13,1% em janeiro, face ao mesmo mês do ano passado, e subiu 3,8% relativamente a dezembro de 2017, para os 192.331, divulgou esta terça-feira a Segurança Social.

De acordo com os dados mensais da Segurança Social, o número de beneficiários do subsídio de desemprego foi de 157.440 em janeiro, menos 10,1% que no mês homólogo e mais 4,4% que no último mês do ano

E se aos chamados desempregados oficiais somarmos os desencorajados, os subempregados, os inactivos indisponíveis para trabalhar, porque estão doentes ou têm um familiar a seu cargo, por exemplo, e os chamados “ocupados dos centros de emprego”? Teremos uma taxa redimensionada que atira o desemprego real para valores muito acima das estatísticas oficiais: 17,5%, no terceiro trimestre do ano passado, contra os oficiais 8,5%. O cálculo foi feito pelos investigadores Frederico Cantante e Renato Miguel do Carmo, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa, num trabalho de desocultação do verdadeiro impacto da crise na cada vez mais frágil e precária relação das pessoas com o trabalho.

Ao chamarem para esta “taxa de desemprego redimensionada” estes “conjuntos de pessoas que não contam” para os cálculos oficiais, os investigadores concluíram que, no pico da crise, no primeiro trimestre de 2013, o desemprego real subiu até aos 28,1% - muito acima dos históricos 17,5% admitidos então pelas estatísticas. E que os desempregados se mantiveram sempre acima dos 25% até ao primeiro trimestre de 2015, tendo gradualmente começado a decrescer até aos referidos 17,5% do final de 2017.

“Durante a crise foi-se mascarando a situação real de desemprego até por via de uma alteração de critérios estatísticos que levou à exclusão das estatísticas oficiais de várias realidades sociais ocultas”, constata Renato Miguel do Carmo, um dos coordenadores do livro Desigualdades Sociais: Portugal e a Europa, que vai ser lançado no dia 7 de Março, num colóquio comemorativo dos 10 anos de actividade do Observatório das Desigualdades.

Saiba mais aqui:

Fonte: Natália Faria in Público

Taxa de desemprego no valor mais baixo desde 2004

28 de fevereiro de 2018

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou nesta quarta-feira os números finais do desemprego relativos a Dezembro de 2017 que dão conta de uma revisão face à estimativa provisória divulgada no mês passado.

Assim, segundo o INE, “a taxa de desemprego de Dezembro de 2017 situou-se em 8,0%, menos 0,1 pontos percentuais (p.p.) que no mês anterior, menos 0,5 p.p. em relação a três meses antes e menos 2,2 p.p. face ao mesmo mês de 2016”. Adicionalmente, a taxa final “representa uma revisão de mais 0,2 p.p. face à estimativa provisória divulgada há um mês”. O INE acrescenta que “ter-se-á de recuar até Julho de 2004 para encontrar uma taxa inferior a esta”.

No que diz respeito à população desempregada registada em Dezembro, o número foi estimado “em 412,3 mil pessoas, tendo diminuído 1,3% em relação ao mês precedente (menos 5,5 mil pessoas), enquanto a população empregada foi estimada em 4771,5 mil pessoas, tendo aumentado 0,4% (mais 19,7 mil pessoas) face ao mês anterior”.

Já os números de Janeiro dão conta de uma melhoria adicional dos indicadores. “A estimativa provisória da taxa de desemprego de Janeiro de 2018 situou-se em 7,9%”, sublinha o INE, acrescentando que “neste mês, a estimativa da população desempregada terá sido de 410,6 mil pessoas e a da população empregada de 4773,4 mil pessoas”.

Fonte: in Público

Programas como o Garantia Jovem nivelaram os salários por baixo

27 de fevereiro de 2018

O recurso a instrumentos financiados por fundos europeus como o Garantia Jovem, destinado a reduzir o desemprego entre os jovens, está a ter efeitos perniciosos no mercado de trabalho que o Estado não soube acautelar: dos empregos temporários e precários que se perpetuam à nivelação por baixo dos salários pagos aos trabalhadores mais jovens.

“Não é com estágios sucessivos nem com formações financiadas por bolsas que um jovem adquire autonomia financeira que depois leve à autonomia de vida. E, por outro lado, estes estágios estão a servir para nivelar por baixo aquilo que um empregador está disposto a pagar. Há que providenciar um sistema de acompanhamento destas medidas, fixando, por exemplo, plafonds de estagiários na proporção de postos de trabalho efectivamente criados”, sugeriu ao PÚBLICO o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, antecipando algumas das recomendações contidas no estudo Os Jovens na Europa Precisam de um Futuro que é apresentado esta terça-feira.

Da disponibilização de habitação a preços acessíveis à manutenção de níveis salariais dignos e ao alargamento da protecção social em caso de desemprego, são cinco as recomendações que a instituição responsável pela acção social da Igreja Católica lança ao Governo. Objectivo: libertar os jovens dos espartilhos que os impedem de se projectar no futuro.

Utopia? “Há utopias que não podem ser remetidas para muito mais tarde sob pena de passarmos a ter gerações, como alguns economistas já admitem, que possam nunca vir a ter trabalho. Não é utópico defender políticas firmes que defendem os direitos fundamentais das pessoas, nomeadamente o direito a trabalho capaz de garantir a estabilidade de que os jovens precisam para gerar um filho”, reage o presidente da Cáritas, quando questionado sobre a exequibilidade das recomendações contidas no estudo. “E não é com um cheque de mil euros aquando do nascimento que se motiva para o crescimento da natalidade”, acrescentou.

Cruzando estatísticas oficiais, a Cáritas conclui que a média do salário mensal dos trabalhadores jovens era de 621,05 euros em 2015, apenas 64,5 euros acima do que era então o salário mínimo nacional (subiu para os 580 euros, em Janeiro último).

A Cáritas precisa que o apoio nos estágios profissionais (695,18 euros por mês no caso de um licenciado e 737,31 euros para um doutorado) levou os empregadores a usar estes valores “como referência para a remuneração dos trabalhadores jovens, ainda que não estejam abrangidos por nenhuma medida de emprego”, sendo que “a maioria dos empregadores não oferece um contrato após o termo do estágio, inviabilizando o acesso ao subsídio de desemprego”. Acresce outro problema: desde que a duração dos estágios foi reduzida de 12 para nove meses, os jovens que são dispensados a seguir deixam de poder aceder ao subsídio de desemprego que só é possível depois de um período mínimo de 12 meses de trabalho. 

“Programas como o Garantia Jovem são um caminho que poderia ser prosseguido desde que se consiga garantir algo que não seja andar em dez estágios ou acções de formação seguidos e depois continuar sem ter segurança em termos de autonomia financeira que leve depois à autonomia de vida”, precisa Fonseca.

Saiba mais aqui:

Fonte: Natália Faria in Público

Despesa com prestações de desemprego cai 9,1% em janeiro

27 de fevereiro de 2018

A despesa com prestações de desemprego caiu 9,1% e a despesa com pensões e complementos desceu 1,1% em janeiro, em termos homólogos, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS).

Os números são sinalizados pelo MTSSS com base na síntese de execução orçamental de janeiro, divulgada na segunda-feira pela Direção Geral do Orçamento e depois da Segurança Social ter divulgado na semana passada que o número de desempregados a receber subsídios caiu 13,1% em janeiro, face ao mesmo mês do ano passado, e subiu 3,8% relativamente a dezembro de 2017, para os 192.331.

“A redução significativa dos níveis de desemprego ao longo do último ano conduziu a uma redução expressiva da despesa com prestações de desemprego em janeiro de 2018 (-9,1%), registando-se ainda uma redução da despesa com pensões e complementos (-1,1%)”, refere, em comunicado, o gabinete de Vieira da Silva.

A evolução da despesa com pensões e complementos é explicada fundamentalmente pela alteração do calendário do pagamento do subsídio de Natal que, em 2017, metade foi pago em duodécimos ao longo do ano, e que em 2018 será pago na íntegra em dezembro, e ainda pela incorporação da atualização extraordinária de pensões, que se iniciou em agosto de 2017.

Segundo o MTSSS, registaram-se acréscimos de despesa com as prestações de parentalidade (27,6%) e com o subsídio por doença (16,5%), “que reflete o crescimento da população empregada, bem como o duplo processamento mensal, implementado desde abril de 2017, no sentido de contribuir para a redução do tempo que medeia entre o requerimento da prestação e o efetivo pagamento ao beneficiário”.

Registou-se, igualmente, uma despesa no montante de 17,6 milhões de euros com a nova Prestação Social para a Inclusão (PSI), que teve início em outubro de 2017 e abrangeu em janeiro de 2018 cerca de 66.470 beneficiários, incluindo os beneficiários do Subsídio Mensal Vitalício e da Pensão Social de Invalidez que transitaram para esta prestação.

De registar ainda o aumento das transferências para emprego, higiene e formação profissional (de 10,7%) e o aumento da despesa com subsídios correntes relativos à vertente de formação profissional e de ação social (9,3%).

Em janeiro de 2018, o saldo do subsetor da Segurança Social foi excedentário, totalizando 503,4 milhões de euros, o que corresponde a uma melhoria face a igual período do ano anterior na ordem dos 27,1%.

Para a melhoria do saldo contribuiu um aumento de 5,8% da receita efetiva, superior ao ritmo de crescimento da despesa efetiva, na ordem de 1,4%.

Para a variação da receita contribuiu, em grande medida, o acréscimo das receitas com contribuições e quotizações (de 8,6%, o equivalente a mais 118,2 milhões de euros) e das transferências do exterior (de 38,5%), nomeadamente receitas do Fundo Social Europeu para o financiamento de formação profissional e no contexto da execução do PT2020.

O crescimento das contribuições sociais em janeiro de 2018 é superior em 4,5 pontos percentuais ao registado em janeiro de 2017 (4,1%) e superior ao previsto no orçamento para 2018 (corresponde a 9% das receitas com contribuições previsto para 2018), refere ainda o MTSSS.

Fonte: Agência Lusa in  Observador

Centros de empregos vão ter “gestores de carreira” para pessoas sem-abrigo

27 de fevereiro de 2018

São mais de 200 as pessoas em situação de sem-abrigo que estão inscritas em centros de emprego e formação profissional. Em 2015, eram cerca de 140, segundo dados avançados nesta terça-feira pelo secretário de Estado do Emprego, que considera que os números de registo actuais ainda não são suficientes. À margem do primeiro encontro nacional dos Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-abrigo (NPISA) do país, Miguel Cabrita fez ainda saber que, “muito em breve”, estes centros passarão a ter “gestores de carreira” dedicados a casos específicos e “socialmente complexos”, entre os quais pessoas sem-abrigo.

Haverá duas novas figuras nos centros de empregos, detalhou: “Uma espécie de pivô” da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (2017-2023), que irá “receber estes casos e acompanhar pessoas que estão sinalizadas como sem-abrigo”, e este gestor de carreira que “garantirá que estes beneficiários tenham alguém a que se possam dirigir” quando procuram soluções de emprego ou formação profissional.

A figura do “pivô para públicos mais difíceis" passará também a existir nos centros de formação para adultos Qualifica, destacou.

Para o governante, estas medidas criam condições para a “construção de um plano pessoal de emprego – de caminho e intervenção” que vá além de programas a curto prazo, que são aqueles que, pela experiência dos serviços, reúnem maior sucesso junto desta população. E surgem da ideia defendida pela secretaria de Estado de que a “activação” e aproximação das pessoas sem-abrigo do mercado de trabalho não deve “partir de uma ideia mera de auto-responsabilização”, mas também dos serviços públicos e da sociedade civil.

Miguel Cabrita destacou ainda que “já está a ser feito um caminho em estreita articulação com núcleos locais e diferentes entidades”, que permitiu hoje ter “uma maior capacidade de sinalização e inscrição nos centros de emprego”, justificando o aumento de 140 para “mais de 200 pessoas” inscritas desde 2015. “Um progresso claro na capacidade de referenciação”, destacou o governante, que, no entanto, considera ainda não ser “suficiente”, pois “há um universo maior que pode ser reencaminhado”.

Na área do emprego, a estratégia nacional define como objectivo, até 2023, garantir respostas de emprego e formação profissional adequadas ao perfil das pessoas em causa. Esta personalização foi aliás destacada pelos governantes das áreas do emprego, habitação, saúde e segurança social, presentes numa mesa redonda no evento que decorre na Culturgest, em Lisboa, como forma de intervir com sucesso junto de uma “população tão complexa e diversa”.

Para Miguel Cabrita é claro que “não basta encontrar uma resposta para as pessoas, é preciso garantir que depois há capacidade para agarrar [as pessoas às oportunidades que proporcionamos], e que não se transformam que em mais uma experiência mal sucedida que de alguma forma pode servir também como desincentivo para que as pessoas prossigam o seu projecto de intervenção”.

Fonte: Margarida David Cardoso in Público

Comissão Europeia e FMI continuam a pedir mais facilidade para despedir em Portugal

23 de fevereiro de 2018

FMI e a Comissão Europeia continuam a defender mais flexibilidade nos contratos permanentes, considerando que é a dificuldade em despedir que motiva as empresas a contratarem a prazo e que, por isso, a diferenciação da TSU não chega.

Durante o período do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) foram introduzidas mais de uma dezena de alterações legislativas em matéria laboral, com principal incidência na facilitação do despedimento dos trabalhadores com contratos permanentes e na diminuição das indemnizações associadas.

Ainda assim, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm afirmado, em praticamente todos os relatórios desde que Portugal concluiu o PAEF em 2014, que a legislação laboral continua a ser demasiado restritiva e que é preciso ir mais longe.

Este mês, a Comissão Europeia reiterou que Portugal ainda tem espaço “para ir mais longe em reformas que reduzam a proteção laboral excessiva nos contratos permanentes”, uma posição que, não sendo nova, acabou por motivar críticas do Governo e dos parceiros que o apoiam no parlamento, por ter sido vista como uma forma de pressão numa altura em que estão em cima da mesa alterações à lei laboral.

O último alerta de Bruxelas tinha chegado em janeiro, depois da missão pós-programa do outono de 2017. A Comissão Europeia avisou que uma estratégia para reduzir a segmentação do mercado de trabalho dependente sobretudo de alterações nas regras dos contratos teria “eficácia limitada”, lembrando que alguns empregos são, “por inerência, de natureza temporária”.

Embora tenha admitido que alterações nos contratos temporários possam ser úteis, a Comissão afirmou que “não providenciam incentivos suficientes para contratar mais sem termo”, defendendo que essas alterações “não atacam o problema subjacente da rigidez que permanece em torno dos despedimentos individuais dos trabalhadores permanentes”.

Em causa está a incerteza dos custos do despedimento, a falta de clareza sobre as condições que permitam o despedimento individual por razões económicas e requerimentos processuais ainda complexos, segundo a Comissão.

No verão de 2017, Bruxelas salientava que os trabalhadores mais novos são “afetados desproporcionalmente” por vínculos temporários e têm maiores taxas de desemprego, o que afeta as suas perspetivas de carreira. Um ano antes, a Comissão Europeia lembrou as “reformas significativas” feitas por Portugal durante o PAEF, insistindo que a legislação continuava a estar “entre as mais restritas na Europa”.

Saiba mais aqui:

Fonte: Agência Lusa in Observador

Portugal é o terceiro país da UE onde empresas mais recorrem a contratos a prazo

23 de fevereiro de 2018

Portugal é o terceiro país da União Europeia (UE) onde as empresas mais recorrem a contratos a prazo, sendo que mais de um quinto de todos os trabalhadores têm vínculos precários.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os trabalhadores com contrato a termo e com outros vínculos atípicos representavam 22,2% do total de empregados por conta de outrem no final de 2017. Este valor, que é semelhante ao registado em 2016, mantém Portugal no topo dos países da União Europeia onde a percentagem dos trabalhadores com estes contratos temporários está mais presente.

Apenas Espanha e a Polónia recorrem mais a contratos temporários do que Portugal, onde 26,1% e 27,5%, respetivamente, do total dos trabalhadores têm contratos a prazo ou outros vínculos atípicos, segundo dados do gabinete europeu de estatística, Eurostat.

Portugal fica também bastante acima não só da média dos países da zona euro (15,6%) como também da média dos países da União Europeia (14,2%).

Para o professor da Universidade do Minho João Cerejeira, este “é um dos principais problemas” do mercado de trabalho português, explicando que “há uma componente estrutural”, comum a Espanha, que justifica esta percentagem alta: o peso “muito elevado” das atividades sazonais (turismo e construção), onde existe uma “prevalência maior” de contratos temporários.

O economista acrescenta que nos dois países “há muita facilidade na contratação a termo e uma penalização grande, do ponto de vista do empregador, das condições de despedimento e do ajustamento que as empresas podem ter de fazer da contratação a termo.

De acordo com os dados do INE, referentes ao último trimestre de 2017, quase 890 mil trabalhadores dos mais de 4 milhões tinham um contrato a prazo ou outro vínculo atípico. Dos quase 175 mil novos trabalhadores por conta de outrem contabilizados no final de 2017, a grande maioria (77,6%) tem contratos sem termo, sendo que apenas 39 mil novos postos de trabalho ofereceram um contrato a prazo ou outro tipo de vínculo. Os dados do INE mostram também que os trabalhadores com contrato com termo cresceram mais do que os contratos sem termo em 2017, 5,4% contra 4,5% em termos homólogos.

Acresce ainda que, segundo a mais recente atualização ao Livro Verde das Relações Laborais, os trabalhadores com contratos permanentes estão “muito menos expostos ao risco de pobreza”, sendo que o risco de pobreza entre os trabalhadores sem vínculos permanentes “é mais do dobro” em 2016, 13,5% contra 6,6%.

“Esta discrepância na exposição ao risco de pobreza associa-se a um diferencial salarial substantivo entre os trabalhadores com contratos permanentes e os trabalhadores com contratos não permanentes”, lê-se no documento, que destaca que a remuneração média mensal base dos trabalhadores por conta de outrem com contrato a termo certo “corresponde a cerca de 72% da remuneração dos seus pares” com contratos sem termo.

Outra questão destacada no documento é a incidência “particularmente elevada” dos contratos de trabalho não permanentes entre os jovens, “correspondendo atualmente a cerca de dois terços doemprego jovem”. Segundo os dados do INE, referentes ao quatro trimestre de 2017, a população empregada aumentou 3,5% e a taxa de desemprego desceu para 8,1%. O total dos jovens que não estudam nem trabalham desceu de 294,7 mil no quatro trimestre de 2016 para 233,9 mil no mesmo trimestre de 2017.

A população desempregada de longa duração desceu 32,4% em termos homólogos, de 337,4 mil para 228 mil no quatro trimestre de 2017, e a população desempregada à procura do primeiro emprego caiu 27,2%, de 107,2 mil para 78 mil.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Será que os portugueses não querem trabalhar?

21 de fevereiro de 2018

Que explicações existem para a existência de vagas de emprego não preenchidas, em países onde há desempregados?

As primeiras páginas dos jornais da semana que passou deram destaque às declarações de Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade, que afirmou que “qualquer empresa que queira contratar pessoas não consegue”, concluindo, de seguida, que “os portugueses não querem trabalhar”.

Uma pessoa é considerada desempregada sempre que esteja disposta a trabalhar, activamente à procura de emprego, e não encontre trabalho. A classificação de um indivíduo como desempregado é feita através do inquérito ao emprego, realizado trimestralmente pelo Instituto Nacional de Estatística, e pressupõe uma série de características verificadas pelo inquiridor. Não basta uma pessoa declarar-se desempregada para ser classificada enquanto tal pela autoridade estatística. Por outro lado, os desempregados que recebem subsídio de desemprego perdem o direito ao mesmo se recusarem um “emprego conveniente” proposto pelo centro de emprego em que estão inscritos. Nem o sistema de classificação estatística de desempregados nem o funcionamento dos centros de emprego é isento de falhas. Mas também não é provável que as vagas de emprego a que Ferraz da Costa se refere, sendo sugeridas a desempregados para quem sejam convenientes, sejam por estes recusadas por falta de vontade de trabalhar.

A coexistência de ofertas de emprego não preenchidas e de desempregados é tão frequente que os economistas lhe deram, até, um nome: a curva de Beveridge, em honra do economista inglês William Beveridge que, em 1944, discutiu pela primeira vez a relação entre estas duas variáveis. A curva de Beveridge é a representação gráfica da relação entre a taxa de desemprego (que se obtém dividindo o número de desempregados pela população activa) e a taxa de ofertas de emprego — ou vacancy rate, em inglês. Obtém-se dividindo o número de ofertas de emprego pela soma entre estas e os empregos, sendo uma medida de procura de trabalho não satisfeita, por parte das empresas — dá-nos a percentagem do total de postos de trabalho que estas “disponibilizam” e que não estão preenchidos por uma trabalhadora. Normalmente, quanto maior a vacancy rate, menor a taxa de desemprego, com períodos de recuperação económica caracterizados por mais vagas e menos desemprego, e inversamente em períodos de contracção.

Os dados do Eurostat para 2017 (média dos primeiros três trimestres do ano) mostram-nos que Portugal é, junto com a Bulgária, o país da Europa com a vacancy rate mais baixa, com um valor de 0,9%. Os países com as vacancy rates mais elevadas, para o mesmo período, eram a República Checa com um valor acima dos 3,5%, seguida pela Alemanha, com 2,7%. Seguindo a sugestão de considerar as vagas não preenchidas como indicação de falta de vontade de trabalhar, podemos concluir que há europeus — incluindo os alemães — com menos vontade de trabalhar do que os portugueses.

Estes números para o total da economia escondem, habitualmente, diferenças consideráveis entre sectores e, sobretudo, qualificações profissionais. Por exemplo, nas actividades especializadas, técnicas e científicas, Portugal tem uma vacancy rate, em 2017, de 2,1%. Neste caso, está a meio caminho entre a Bulgária e a República Checa que têm também neste sector, respectivamente, as vacancy rates mais baixa e mais alta da União Europeia. O número aumenta para 2,5% quando nos restringimos ao universo das empresas com mais de dez trabalhadores. Ou seja, não parecendo haver evidência para a afirmação de que “qualquer empresa” não consegue contratar, há certamente empresas em Portugal que têm dificuldade em preencher as vagas de emprego que anunciam.

Que explicações existem para a existência de vagas de emprego não preenchidas, em países onde há desempregados? O mercado de trabalho não funciona como os restantes. Por exemplo, se uma pessoa quer comer um iogurte, vai ao supermercado e escolhe o seu preferido (natural ou com sabor, com ou sem pedaços, biológico ou não). Claro que até provar um determinado tipo de iogurte não sabe se este lhe agrada e se vale — para o consumidor — o preço que custa. Mas é muito fácil, barato e rápido testar novos tipos de iogurte. Quando uma empresa procura uma trabalhadora, dependendo da função que esta vai exercer, pensa nas qualificações e experiência que pretende encontrar numa candidata ideal. Nem sempre encontrará com facilidade o que procura. Por outro lado, uma parte fundamental da qualidade da relação entre o empregador e o empregado depende de características de ambos que só se descobrem com o tempo e envolvem uma aprendizagem no próprio exercício de funções; não são perceptíveis na primeira entrevista, nem nas primeiras semanas de trabalho. Num mercado com estas características, dito de matching, é expectável que coexistam pessoas sem emprego, mas que querem trabalhar, e empresas que procuram trabalhadores. Por vezes, as competências dos trabalhadores disponíveis não correspondem ao que as empresas procuram. Outras vezes, o trabalhador não reside na região da empresa que o poderia empregar, e pode até nem ter informação acerca da vaga anunciada. Existem vários aspectos — como o grau de generosidade do subsídio de desemprego ou a atractividade do emprego que a pessoa espera poder encontrar — que podem condicionar o esforço de procura de emprego e, consequentemente, o tempo que demora até o indivíduo encontrar a oferta de emprego que lhe convém.

Em 2010, a economia americana começava a sair da recessão, observando-se um aumento na vacancy rate sem que, no entanto, a taxa de desemprego descesse. Nessa altura, o Presidente do Minneapolis Federal Reserve Bank comentou desta forma essa situação: “As empresas têm empregos, mas não conseguem encontrar os trabalhadores apropriados. Os trabalhadores querem trabalhar, mas não conseguem encontrar empregos apropriados.” Deixo esta sugestão de uma explicação com maior fundamento científico, mais neutra e menos moralizadora para os trabalhadores portugueses.


Fonte: Susana Peralta, in Público

RSI: Prestação social subiu este ano e já está a ser paga

21 de fevereiro de 2018

O valor de referência do Rendimento Social de Inserção (RSI) foi aumentado para 186,68 euros em 2018, de acordo com uma portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República. A reposição já constava no Orçamento do Estado.

valor de referência do Rendimento Social de Inserção (RSI) foi aumentado para 186,68 euros, face aos anteriores 183,84 euros, de acordo com uma portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República, acrescentando que a prestação já está a ser paga desde o dia 1 de janeiro de 2018.

Esta medida constava no Orçamento do Estado para 2018, com o objetivo de repor mais 25% dos cortes que foram aplicados pelo anterior governo a partir de 2013. A reposição tem vindo a acontecer desde 2016, “reforçando-se a eficácia da prestação como medida de combate à pobreza e à exclusão social”, pode ler-se na portaria.

Assim sendo, o valor da prestação social, ou RSI, passa a ser de 183,84 euros, mas deve salientar-se que este montante não é fixo e varia consoante a composição do agregado familiar e dos seus rendimentos. O valor do montante da prestação também é influenciado pelo aumento do Indexante de Apoios Sociais (IAS).

De acordo com dados do Ministério da Segurança Social, a despesa com o RSI deverá aumentar 3% este ano, para 357,3 milhões de euros.

Em janeiro deste ano, 220.043 pessoas receberam o RSI, mais 880 pessoas face a dezembro de 2017, segundo dados do Instituto da Segurança Social (ISS). A prestação média de RSI por beneficiário foi de 114,12 euros em janeiro de 2018, o que compara com 112,00 euros em dezembro de 2017 e com 112,45 euros em janeiro de 2017.

O que é o RSI?

O rendimento social de inserção, também denominado por prestação social ou RSI, é um valor distribuído às famílias para garantir mínimos sociais, protegendo os grupos de maior fragilidade e vulnerabilidade, em situação de pobreza extrema, distinguindo-se de outros apoios e prestações sociais por incluir uma componente de integração e inclusão.
Seja sempre o primeiro a saber.

Fonte: in Noticias ao Minuto

 

Reinventar a educação para enfrentar o futuro

21 de fevereiro de 2018

Como todos os revolucionários, Tony Wagner eliminou a palavra "medo" do seu vocabulário. E incentiva professores, educadores e instituições a fazer o mesmo. Devemos reinventar a educação e dar um sentido moral a tudo o que fazemos.

Tony Wagner é um revolucionário. Mas para isso não precisa de levantar a voz, fazer comícios ou recitar slogans. Ele prefere a análise rigorosa e a honestidade intelectual. Não é em vão que é um dos maiores especialistas do mundo em educação. Diretor do Laboratório de Inovação da Universidade de Harvard, Wagner é assessor de inúmeras instituições educacionais e agências públicas. E quando fala sobre educação, sabe do que está a falar, pois trabalhou como professor do ensino secundário e catedrático. Ou seja, não é um teórico, mas alguém que esteve na sala de aula.

A revolução apresentada por este professor reside na necessidade de mudar o modelo educacional atual para que os jovens possam enfrentar com garantias o futuro que os aguarda. Wagner argumenta que devemos repensar o papel da escola, já que o conhecimento está em todo o lado e acessível a todos, pelo que deixou de ser essencial ter uma pessoa para o transmitir. Assim, bons professores devem mudar o papel que desempenharam até agora para se tornarem a força motriz por trás do talento dos seus alunos. A curiosidade e a criação artística, diz ele, estão inscritas no DNA do ser humano, por isso devemos perguntar-nos o que fazemos de errado com as crianças para que percam essas inquietudes quando se tornam adultos.

Fonte: in Jornal de Notícias

Financiamento da Segurança Social deve passar por mexidas na TSU

21 de fevereiro de 2018

A Segurança Social deve ter um modelo de financiamento alternativo que passa por mexidas na TSU e pelo alargamento da base de incidência contributiva ao Valor Acrescentado Líquido (VAL), revela um estudo da CCP que será apresentado esta quarta-feira.

O estudo “O Setor dos Serviços e os Desafios da Segurança Social”, elaborado pelo economista e antigo dirigente da direção-geral de Emprego da Comissão Europeia, Armindo Silva, será apresentado, em Lisboa, pela Confederação dos Serviços e Comércio de Portugal (CCP).

Segundo o documento, um dos principais problemas do financiamento da Segurança Social assenta no facto de a Taxa Social Única (TSU) incidir apenas na massa salarial, afetando a criação de emprego, e sobretudo setores de mão de obra intensiva, como é o caso dos serviços.

No documento são propostos quatro modelos alternativos de financiamento, três dos quais têm por base mexidas na TSU, numa altura em que os parceiros sociais discutem uma eventual diferenciação da taxa a pagar pelo empregador por tipo de contrato, no âmbito do combate à precariedade.

Segundo disse à Lusa o autor do estudo, todas as soluções apresentadas “implicam decisões difíceis”, mas a proposta que teria “efeitos mais profundos” seria a do alargamento da base de incidência da TSU ao VAL, embora seja também a que exige “mais estudos prévios e maior debate”.

Por exemplo, uma redução de dez pontos da TSU poderia ser compensada por uma taxa de 5,4% sobre o VAL, uma medida que iria favorecer as empresas com mão-de-obra intensiva, nomeadamente as pequenas e médias empresas, refere o estudo.

Uma das principais vantagens do alargamento da base contributiva seria a criação de emprego, uma vez que o custo do trabalho seria reduzido em cerca de 8% no curto prazo, prevendo o autor a criação líquida de 200 mil novos postos de trabalho.

Saiba mais aqui:

Fonte: Agência Lusa in Observador

Prestações de desemprego caíram 13,1% em janeiro

20 de fevereiro de 2018

O número de desempregados a receber subsídios caiu 13,1% em janeiro, face ao mesmo mês do ano passado, e subiu 3,8% relativamente a dezembro de 2017, para os 192.331, divulgou esta terça-feira a Segurança Social.

De acordo com os dados mensais da Segurança Social, o número de beneficiários do subsídio de desemprego foi de 157.440 em janeiro, menos 10,1% que no mês homólogo e mais 4,4% que no último mês do ano passado.

No primeiro mês deste ano o subsídio social de desemprego inicial abrangeu 9.263 indivíduos, o que representa um decréscimo de 18,4% face a janeiro de 2017 e uma subida de 10,5% relativamente a dezembro.

O número de desempregados com subsídio social de desemprego subsequente foi de 23.826, o que corresponde a uma descida homóloga de 27,3% e de 2,6% relativamente a dezembro.

O valor médio do subsídio em janeiro foi de 481,49 euros.

Segundo os dados da Segurança Social, a medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração abrangeu 2.348 indivíduos em janeiro, o que corresponde a menos 17,5% em termos homólogos e menos 4,5% relativamente a dezembro.

De acordo com os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados em janeiro, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego era de 403.771 em dezembro, menos 16,3% face a igual mês de 2016, sendo o valor mais baixo desde outubro de 2008.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Desemprego na OCDE desce para 5,5% em dezembro e fica abaixo do nível pré-crise

12 de fevereiro de 2018

A taxa de desemprego no conjunto da OCDE desceu para 5,5% em dezembro, menos uma décima do que em novembro e pela primeira vez desde 2008 abaixo do nível pré-crise, foi anunciado esta segunda-feira.

Ainda assim, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sublinha, num comunicado divulgado esta segunda-feira, que o número de desempregados nos 35 Estados-membros no final de 2017 era de 34,8 milhões de pessoas, 2,2 milhões de pessoas acima do verificado quando se começaram a fazer sentir os efeitos da crise.

A taxa de desemprego na zona euro manteve-se estável em dezembro em 8,7%, mas desceu em alguns países, designadamente em Portugal (três décimas para 7,8%), na Irlanda (duas décimas para 6,2%), na Eslovénia (duas décimas para 6,2%) e em Espanha (duas décimas para 16,4%).

Grécia e Espanha continuavam a ser os países com maior percentagem de desempregados da OCDE, designadamente com taxas de 20,7% em outubro (último dado disponível) e de 16,4% no final de 2017.

Fora da Europa, a taxa de desemprego também diminuiu de forma relevante em dezembro de 2017 em Israel (três décimas para 4%) e de forma menos marcada no México (uma décima para 3,4%), no Canadá (uma décima para 5,8%) e na Coreia do Sul (uma décima para 3,6%).

Nos Estados Unidos a taxa de desemprego manteve-se em dezembro em 4,1% pelo terceiro mês consecutivo e segundo os últimos dados voltou a não se alterar em janeiro.

Durante todo o ano de 2017, a taxa de desemprego na OCDE reduziu-se em sete décimas, com descidas que foram superiores a dois pontos percentuais na Grécia, Portugal e Espanha.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Mais contratações e pressão para subida de salários em 2018

5 de fevereiro de 2018

Consultora Michael Page prevê mais emprego na indústria, setor das tecnologias de informação e centros de serviços partilhados.

A criação de emprego em 2017 atingiu o nível mais alto dos últimos 19 anos e a taxa de desemprego em Portugal foi de 7,8%, o valor mais baixo a registar desde 2004, segundo os dados revelados pelo INE. A tendência, segundo o Governo e empresas, é que o ritmo se mantenha. Essa é também a previsão da empresa de recrutamento Michael Page. Todos os anos, a consultora analisa os diferentes setores de atividade e elabora as respetivas tendências de mercado para o ano seguinte. Na análise feita para este ano, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, a Michael Page antecipa um reforço das contratações em 2018, transversal a várias áreas de negócio.

“Os centros de serviços partilhados, os centros tecnológicos e de I&D, e as áreas de tecnologias de informação (TI) e indústria” serão os setores com mais vagas de emprego este ano, antecipa a Michael Page. No caso das tecnologias, “a procura tem sido maior, de tal forma que a faturação [da empresa] cresceu 68% face ao ano anterior”, aponta António Costa, responsável pela área de TI da Michael Page em Portugal, acrescentando que “a orientação para as ferramentas de inteligência empresarial, internet of things (IoT) e machine learning estarão entre os conhecimentos necessários para este ano. Já na indústria, adianta o mesmo responsável, “a procura em 2017 quase duplicou e os salários aumentaram cerca de 15%. Este é um mercado com grande procura de profissionais com know how técnico”. As empresas do setor da industriais poderão enfrentar algumas dificuldades na retenção de trabalhadores, considera Pedro Martins, responsável da Michael Page por esta área. “Os recursos humanos são por vezes difíceis de reter, uma vez que os candidatos procuram cargos com um conjunto de benefícios aos quais as empresas devem estar atentas”. Ao nível salarial, as indústrias da tecnologia e engenharia são também as que mais evoluíram face aos anos anteriores, “graças à diferença entre a oferta e a procura”, explica Carlos Andrade, responsável do escritório do Porto desta multinacional de recrutamento. Segundo as estimativas da consultora, no Porto ganha-se menos do que em Lisboa. Na maioria dos setores, os ganhos anuais brutos, sem bónus na capital são superiores aos do Norte, à exceção de áreas como o marketing, indústria e logística. “O Porto continua a ser um mercado muito mais industrial e Lisboa de serviços”, sustenta Carlos Andrade. Mesmo assim, o responsável nota que, “com a criação de vários centros de serviços partilhados nos últimos anos, alguma desta diferença tem-se esbatido”, o que o leva a acreditar que “esta seja uma tendência que irá continuar, com o Porto a conseguir atrair e reter mais talento no futuro”. Essa trajetória, sublinha, “será alavancada pelo grande número de alunos que está a sair de universidades como a Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), Universidade do Minho, Universidade de Aveiro e Universidade de Coimbra”.

Saiba mais em:

Fonte: João Lopes Oliveira in Dinheiro Vivo

GAFA: como contratam os “gigantes”

4 de fevereiro de 2018

Nunca a velha máxima de que “não se tem uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão” fez tanto sentido como quando se está a candidatar a um emprego numa das quatro maiores tecnológicas mundiais, Google, Apple, Facebook e Amazon (os designados GAFA). O processo de seleção nestas empresas pode demorar meses e implicar múltiplas entrevistas com os mais variados interlocutores, mas não é a sua duração que dita o sucesso na identificação de talento. É o fator criatividade, do candidato e do processo em si, que tem muito pouco de convencional. Numa altura em que a Google anuncia a criação de hub tecnológico em Oeiras e a contratação de 500 profissionais, e em que se sabe que a Amazon poderá estar a preparar a sua entrada em Portugal, com um centro no Porto, mostramos-lhe a ‘fórmula de talento GAFA’ e tudo o que precisa de ter para garantir um lugar nestes quatro gigantes da tecnologia.

Google, Apple, Facebook e Amazon não recrutam o licenciado x ou y, recrutam inovadores que pensam à frente do seu tempo e que encontram na criatividade uma ferramenta de trabalho quotidiana. Nestas empresas, a qualificação técnica, por si só, tem pouco valor se não estiver associada a uma experiência de vida e de trabalho suficientemente sólidas, para demonstrar que o conhecimento académico tem uma utilidade prática. Trocando isto por miúdos: carimba o passaporte de entrada numa destas empresas quem conseguir demonstrar que a sua ação foi determinante para revolucionar um negócio ou uma equipa. Há também livre-trânsito par quem fracassou e voltou a tentar.

Entrevistas criativas

São muitas as formas possíveis para filtrar estes perfis. A Google sustenta o seu processo de seleção em entrevistas estruturadas, aplicando os mesmos métodos de entrevista a candidatos que concorrem à mesma função. Numa entrevista típica, as questões mudam consoante o candidato, o seu currículo ou o próprio entrevistador. Na Google, as questões são definidas antes e têm, cada uma, uma escala de avaliação diferente, consoante a sua relevância. O problema para os candidatos é pontuar o máximo nas respostas. É que as questões são tão criativas e inovadoras, como se espera que os candidatos sejam.

Eileen Naughton, que desde julho de 2016 tutela, como vice-presidente, o departamento de talento da Google, segue a estratégia do seu antecessor Laszlo Bock que durante uma década foi o responsável pela captação de talento para a empresa e coloca o foco da seleção na capacidade de os candidatos resolverem problemas concretos. No fundo, o que se espera que sejam capazes de fazer, diariamente, na empresa. Há dois tipos de questões: comportamentais e hipotéticas. As primeiras focam o passado do candidato e as segundas, muito mais difíceis de preparar, procuram antecipar o futuro e demonstrar as capacidades do candidato. Neste grupo cabem, por exemplo, questões como “escolha uma cidade e dê uma estimativa de quantos afinadores de piano terá” ou “quantas bolas de golfe cabem num autocarro escolar”. O objetivo não é, garantem os especialistas de recrutamento da tecnológica, alcançar uma resposta correta, mas conhecer o raciocínio do candidato e a forma como procura solucionar os problemas.

Na Amazon, a criatividade também é determinante. Beth Galetti, vice-presidente da empresa com tutela pela área de recursos humanos, é conhecida por valorizar perfis inovadores e sem medo do risco. No último ano, contratou milhares de profissionais e continua a recrutar a nível global. A tecnológica tem total foco no cliente e quando contrata procura perfis orientados para a resolução de problemas complexos. Para filtrar os candidatos certos Jeff Bezos, o CEO da Amazon, definiu um conjunto de três questões essenciais que coloca a quem entrevista os candidatos: admira esta pessoa; este candidato aumentaria o nível de eficácia da equipa onde será integrado; em que dimensões pode esta pessoa ser considerada um super-herói? Causar boa impressão ao entrevistador, em cada uma destas dimensões, é garantir a entrada na Amazon. Mas encher a medidas ao CEO da Amazon não é fácil. Jeff Bezos continua a garantir que prefere “entrevistar 50 pessoas e não contratar nenhuma, do que recrutar a pessoa errada”.

“No seu melhor dia de trabalho, o que é que fez?” Este é o ponto de partida para quase todas as entrevistas de seleção para o Facebook. A empresa utiliza esta questão para perceber exatamente o que move os candidatos e o que os apaixona. Experiências de trabalho anteriores e resultados alcançados, melhores qualidades e defeitos ou até mesmo um histórico de fracassos profissionais são algumas das questões que os candidatos a um emprego na rede social terão de responder. A premissa é de Zuckerberg, que não contrata ninguém para quem ele próprio não estivesse dispostos a trabalhar. Enquanto este for o princípio, “não há como correr mal”, garante o fundador.

Ter a Apple no currículo é garantir acesso a quase todas as tecnológicas, mas entrar na Apple não é para todos. Durante muito tempo, o processo de seleção de talento da tecnológica esteve envolto em secretismo, mas foram sendo conhecidas algumas das suas estratégias de contratação. A Apple recruta a nível global, pelo talento e não pela nacionalidade. Diversidade é sua grande aposta no momento e mantém a máxima do fundador, Steve Jobs: contratar os melhores, estejam eles onde estiverem. Steve Jobs aplicou o seu perfeccionismo à constituição das equipas, acreditando que uma pequena equipa de grandes talentos era mais eficaz do que uma grande equipa de profissionais medianos. A premissa mantém-se. O processo de seleção é demorado e difícil, com muitas entrevistas e questões criativas que analisam aspetos como a personalidade, forças e fraquezas do candidato, comportamentos antigos, conhecimento e competências.

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Primeira fase dos Estágios Profissionais arranca quinta-feira com 30 milhões de euros

31 de janeiro de 2018

As candidaturas à primeira fase dos Estágios Profissionais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em 2018 arrancam quinta-feira e terminam a 1 de março, com uma dotação orçamental de 30 milhões de euros, segundo o organismo.

As candidaturas aos Estágios Profissionais do IEFP irão realizar-se este ano em quatro períodos distintos: de 1 de fevereiro a 1 de março; de 1 de maio a 1 de junho; de 1 de julho a 31 de julho; e de 1 de outubro a 2 de novembro.

Segundo o aviso de abertura de candidaturas publicado pelo IEFP, a dotação orçamental afeta ao primeiro período de candidaturas é de 30 milhões de euros, dos quais 11,55 milhões para a região Norte, 9,7 milhões para Lisboa e Vale do Tejo, 5,7 milhões para o Centro, 1,75 milhões para o Alentejo e 1,3 milhões para o Algarve.

No ano passado, a dotação orçamental para cada período de candidaturas foi de cerca de 37 milhões de euros e as candidaturas aprovadas nas duas primeiras fases do apoio destinaram-se a apoiar 9.251 novos postos de trabalho, maioritariamente contratos de trabalho permanentes (7.597), segundo dados do IEFP.

Aos Estágios Profissionais podem candidatar-se pessoas singulares ou coletivas, do setor privado, com ou sem fins lucrativos e as candidaturas são aprovadas tendo em conta vários critérios, até ao limite da dotação orçamental.

Os estágios têm a duração de nove meses e dirigem-se a desempregados inscritos no IEFP, sobretudo jovens entre os 18 e os 30 anos de idade ou desempregados de longa duração (há mais de 12 meses no desemprego), entre outras situações.

Os estagiários têm direito a uma bolsa mensal, que varia em função do seu nível de qualificação. O IEFP apoia no pagamento da bolsa (suporta 65% ou mais destes valores, dependendo da tipologia do destinatário e do promotor) e a entidade empregadora cobre a parte restante dos custos.

Por sua vez, o primeiro prazo para a medida Contrato Emprego – cuja dotação orçamental foi de 20 milhões de euros por cada fase em 2017 – decorre entre 1 e 31 de março. O segundo período terá lugar em junho e o terceiro em setembro.

A medida Contrato Emprego consiste num apoio financeiro concedido às empresas que contratem desempregados inscritos nos centros de emprego. O apoio é atribuído aos empregadores que celebrem contratos de trabalho sem termo ou a termo certo, por prazo igual ou superior a 12 meses, com a obrigação de darem formação profissional aos trabalhadores contratados.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Portugal com 3ª maior queda no desemprego na UE em dezembro

31 de janeiro de 2018

A taxa de desemprego recuou em dezembro e em termos homólogos na zona euro e na UE, com Portugal a registar a terceira maior quebra entre os Estados-membros, divulgou esta quarta-feira o Eurostat. Na zona euro, a taxa de desemprego recuou para os 8,7%, face aos 9,7% de dezembro de 2016, tendo-se mantido estável face à de novembro.

Na União Europeia (UE), a taxa de desemprego caiu dos 8,2% de dezembro de 2016 para os 7,3% em dezembro de 2017, sem variação face ao mês anterior. Na variação homóloga, Portugal registou a terceira maior quebra no indicador (de 10,2% para os 7,8%), depois da Grécia (de 23,3% para 20,7% – dados de outubro) e da Croácia (de 12,5% para 10,0%).

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, a República Checa (2,3%), Malta e a Alemanha (3,6% cada) tiveram as menores taxas de desemprego em dezembro e a Grécia (20,7% em outubro) e Espanha (16,4%) as maiores. No que respeita aos jovens com menos de 25 anos, a taxa de desemprego recuou para os 17,9% na zona euro (20,3% em dezembro de 2016 e 18,1% em novembro de 2017) e para os 16,1% na UE (18,0% homóloga e 16,2% em cadeia).

A República Checa (4,9%), a Alemanha (6,6%) e a Estónia (6,8 em novembro) registaram as menores taxas de desemprego jovem e a Grécia (40,8% em outubro), a Espanha (36,8%) e a Itália (32,2%) as mais altas. Em Portugal, este indicador baixou para os 22,1% em dezembro, quer em termos homólogos (26,2%), quer em cadeia (22,8%).

Fonte: Agência Lusa in Observador

Perspetivas de recrutamento em Portugal estão num nível elevado

29 de janeiro de 2018

As perspetivas de recrutamento em Portugal estão num nível elevado, o que constitui um “claro reflexo” do dinamismo do mercado de trabalho, segundo um estudo da consultora em recrutamento especializado Hays divulgado esta segunda-feira.

A Hays diz mesmo que 2018 é “o verdadeiro ano da retoma do emprego em Portugal”. De acordo com os resultados do Guia do Mercado Laboral 2018, as perspetivas de recrutamento para 2018 atingem os 81%, constituindo o valor mais alto alguma vez verificado nos inquéritos realizados pela consultora.

Esta percentagem, que constitui um claro reflexo do dinamismo do mercado de trabalho atual, torna-se, no entanto, “algo preocupante quando comparada com a de profissionais que demonstram interesse em mudar de emprego, que desceu este ano para o valor mais baixo de sempre (70%)”.

Assim, “as perspetivas de recrutamento e o interesse numa mudança de emprego parecem estar a seguir rumos opostos, acentuando a clivagem entre procura e oferta de competências”. No entanto, de acordo com o relatório, estas tendências variam “consideravelmente consoante a região do país e o tipo de empresa”.

Nas grandes empresas nacionais, por exemplo, as intenções de recrutamento para 2018 estão bastante acima da média (86%), ultrapassando até as das empresas multinacionais (81%). A nível regional, encontram-se também algumas diferenças relevantes.

A percentagem de empresas na região Norte que têm interesse em recrutar é a mais elevada do país, ascendendo a 88%. Já as regiões Centro e Sul partilham a mesma previsão de recrutamento (78%), mas têm evoluído de forma distinta, uma vez que enquanto no Centro esta percentagem caiu quatro pontos percentuais face ao ano passado, no Sul disparou 10 pontos percentuais.

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Fonte: Agência Lusa in Observador

Conflitualidade laboral mais baixa em 2017

28 de janeiro de 2018

A conflitualidade laboral voltou a baixar em 2017, com pouco mais de 200 greves realizadas em vários sectores de actividade e mais de uma centena de manifestações e concentrações em todo o país.

Segundo dados da CGTP, contabilizados pela agência Lusa, que os cruzou com o seu noticiário, foram realizadas ao longo ano que findou 216 greves, 38 das quais parciais. Para demonstrar o seu descontentamento, os trabalhadores realizaram também 79 manifestações e concentrações e 19 plenários com expressão pública.

Estes dados podem sempre pecar por defeito, tendo em conta a falta de dados oficiais. Em 2016 foram emitidos 488 pré-avisos de greves, segundo dados da Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), e em 2015 tinham sido registados 811 pré-avisos.

No entanto, é possível que o número de greves concretizadas nestes dois anos tenha sido inferior ao número de pré-avisos que deram entrada na DGERT, dado que algumas delas podem ter sido desconvocadas, como aconteceu ao longo de 2017.

Em 2017 os trabalhadores do sector da hotelaria, restauração, cantinas, alimentação e bebidas fizeram 23 greves, uma das quais parcial, entre Janeiro e Dezembro, em defesa de aumentos salariais, dos direitos laborais e dos seus postos de trabalho.

Estes trabalhadores fizeram ainda sete concentrações junto às empresas e aos ministérios do Trabalho e da Economia.

Os trabalhadores da indústria do vidro, cimento e da construção fizeram quatro greves, uma das quais parcial, e duas concentrações, por aumentos salariais. No sector do comércio e serviços foram feitas 25 greves, duas das quais parciais, e sete concentrações.

Na função pública (administração central e local) realizaram-se 20 greves, das quais três ao trabalho extraordinário e três parciais, concretizadas ao longo do ano pelos trabalhadores dos museus, da saúde, da educação, das autarquias, entre outros, que também protestaram em nove concentrações e vigílias.

A precariedade, os salários e o horário de trabalho foram os principais motivos dos protestos dos funcionários públicos que paralisaram a nível nacional em 26 de Maio. Os professores também fizeram uma greve nacional em Novembro. O sector da saúde destacou-se na conflitualidade laboral geral, não tanto pelo número de paralisações, mas sobretudo pelo impacto destas no quotidiano dos utentes dos serviços. Por isso, o número de protestos realizados pelos profissionais da saúde não foi somado ao total da função pública, embora se tratem de trabalhadores da administração pública.

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Fonte: Lusa in Público

Trabalhadores não permanentes mais expostos ao risco de pobreza

25 de janeiro de 2018

Os trabalhadores não permanentes estão mais expostos ao risco de pobreza do que os trabalhadores permanentes, uma discrepância que é acentuada pelas diferenças salariais que separam uns e outros. O alerta é deixado no documento apresentado pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, durante a reunião desta quarta-feira da Comissão Permanente de Concertação Social.

“O risco de pobreza entre os trabalhadores não permanentes é mais do dobro por comparação com os trabalhadores com contratos permanentes: em 2016, as taxas eram de 13,5% para os primeiros e 6,6% para os segundos”, refere-se no documento que actualiza o Livro Verde sobre as Relações Laborais com base na informação dos Quadros de Pessoal de 2016.

Esta discrepância é potenciada pelo diferencial salarial entre estes grupos de trabalhadores. Olhando para os dois tipos de contrato mais frequentes no trabalho por conta de outrem, a remuneração média mensal base dos contratados

Os trabalhadores não permanentes estão mais expostos ao risco de pobreza do que os trabalhadores permanentes, uma discrepância que é acentuada pelas diferenças salariais que separam uns e outros. O alerta é deixado no documento apresentado pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, durante a reunião desta quarta-feira da Comissão Permanente de Concertação Social.

“O risco de pobreza entre os trabalhadores não permanentes é mais do dobro por comparação com os trabalhadores com contratos permanentes: em 2016, as taxas eram de 13,5% para os primeiros e 6,6% para os segundos”, refere-se no documento que actualiza o Livro Verde sobre as Relações Laborais com base na informação dos Quadros de Pessoal de 2016.

Esta discrepância é potenciada pelo diferencial salarial entre estes grupos de trabalhadores. Olhando para os dois tipos de contrato mais frequentes no trabalho por conta de outrem, a remuneração média mensal base dos contratados a termo certo corresponde a cerca de 72% da remuneração atribuída aos contratados sem termo, uma diferença que tem vindo a acentuar-se.

Em 2016, um trabalhador permanente tinha uma remuneração média de 1003.9 euros mensais, enquanto uma pessoa com contrato a termo certo recebia 720,6 euros.

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Fonte: Raquel Martins in Público

Envelhecimento coloca pressão acrescida ao mercado de trabalho

22 de janeiro de 2018

O envelhecimento da população é um dos principais desafios que se colocam aos países da Europa e da Ásia Oriental e traz uma pressão acrescida ao mercado de trabalho. O alerta é deixado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no relatório sobre as tendências do emprego em 2018, divulgado nesta segunda-feira.

“Além do desafio que o crescente número de aposentados traz aos sistemas de pensões, uma força de trabalho cada vez mais envelhecida também terá um impacto directo no mercado de trabalho, diminuindo a produtividade e a capacidade de ajustamento aos choques económicos”, alerta o economista da OIT, Sangheon Lee.

Nos países desenvolvidos, onde o envelhecimento é consideravelmente mais rápido, estima-se que, em 2030, haverá cerca de cinco pessoas com 65 ou mais anos para cada dez pessoas empregadas. Ao mesmo tempo, nota a OIT, a idade média da população activa aumentará, colocando os próprios trabalhadores sob pressão para conseguirem acompanhar o ritmo de inovação e as mudanças estruturais no mercado laboral.

Mas o envelhecimento da população também conduzirá a uma alteração dos padrões de consumo, criando oportunidades de emprego no sector da prestação de cuidados aos mais idosos.

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Fonte: Raquel Martins in Público

Será que há um momento perfeito para procurar um novo emprego?

22 de janeiro de 2018

O início do novo ano traz, para muitos, novos objetivos. Está à procura de emprego e não sabe quando responder aos anúncios? Será que há um momento perfeito para procurar emprego? As respostas encontram-se abaixo.

O melhor mês do ano

Os dados dos maiores sites de pesquisa de emprego do mundo mostram que a procura aumenta significativamente quando o mês de janeiro se aproxima. Em 2017, seis dos dez melhores dias para procurar emprego foram em janeiro, de acordo com a BBC.

Dezembro tende a ser a altura em que as pessoas reavaliam o quão satisfeitas ou insatisfeitas estão com os empregadores”, disse Jodi Chavez, presidente da Randstad Professionals, uma empresa de recrutamento.

Assim, apesar de a procura por emprego aumentar em janeiro, bem como as ofertas, meados de dezembro pode ser a melhor altura para começar a procurar. Quem o diz é Paul McDonald, diretor executivo da empresa de recrutamento Robert Half.

Half diz ainda que, nas empresas que oferecem um bónus no final do ano, os empregos ficam muitas vezes imediatamente disponíveis — os funcionários recebem os seus bónus e despedem-se depois.

O melhor dia da semana

Os especialistas dizem que os melhores dias para responder a anúncios de emprego tendem a ser segunda-feira e terça-feira.

Assim, se um anúncio sair na segunda-feira, a melhor estratégia é não ser a primeira pessoa a responder. Normalmente, o que acontece é que [os recrutadores] veem o que lhes chega, avaliam e esperam para ver o que ainda vai chegar”,diz Chavez.

O melhor, segundo a especialista, é enviar o currículo entre 12 a 24 horas depois de o anúncio ser publicado online, e durante o horário de funcionamento da empresa a que está a concorrer.

O melhor momento do dia

Os dados do portal de recrutamento Indeed mostram que os europeus tendem a procurar emprego durante a manhã (entre as 11h e as 14h) e depois do jantar. Chavez afirma que “Há uma maior possibilidade de obter visibilidade se enviar o currículo durante o horário da empresa”.

Assim, mesmo que encontre um anúncio durante a noite, prepare todos os documentos necessários para concorrer e, no dia seguinte, envie a candidatura. A ideia é que o seu currículo não fique ‘escondido’ pelos outros que chegam durante a manhã. Para a especialista, o ideal será enviar o currículo entre as 10h e as 11h ou entre as 14h e as 15h.

Então existe um momento perfeito para procurar emprego? Para os ‘caçadores de empregos’ a resposta poderá ser “terça-feira de dezembro, entre as 10 e 11 da manhã”. Contudo, Chavez e McDonald concordam que o mais importante é enviar um bom currículo e uma carta de apresentação adequada ao cargo — algo que pode ser feito a qualquer momento do dia.

Fonte: in Observador

Número de beneficiários de subsídios de desemprego caiu 17,5% em dezembro

21 de janeiro de 2018

O número de beneficiários de prestações de desemprego caiu 17,5% em dezembro face ao mesmo mês do ano anterior e subiu 1,5% comparativamente a novembro, para 185.284, segundo os dados mensais da Segurança Social divulgados esta segunda-feira.

O número de beneficiários do subsídio de desemprego foi de 150.807 em dezembro, menos 14,4% tendo em conta o período homólogo e mais 1,7% face a novembro, de acordo com os dados do Instituto de Informática do Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Por sua vez, o subsídio social de desemprego inicial abrangeu 8.385 indivíduos, revelando um decréscimo de 26,7% face a dezembro de 2016 e uma subida de 10,4% relativamente ao mês anterior.

O número de desempregados com subsídio social de desemprego subsequente foi de 24.471, uma descida homóloga de 29,7% e de 1,9% relativamente a novembro.

O valor médio do subsídio em dezembro foi de 470,38 euros, mais 4,6% face ao mesmo mês de 2016 e mais 1% face a novembro.

Segundo os dados, a medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração abrangeu 2.458 indivíduos, ou seja, menos 146 comparando com novembro e uma redução de 756 indivíduos comparando com o mesmo mês do ano anterior.

Analisando as prestações de desemprego por idades e, em comparação com o período homólogo, verificou-se um decréscimo no processamento na maioria dos grupos etários, mais notório nas idades entre 45 e 54 anos (menos 21,7%) e no grupo de indivíduos com 24 ou menos anos (menos 20,5%).

De acordo com os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) também divulgados hoje, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego foi de 403.771 em dezembro, menos 16,3% face a igual mês de 2016, sendo o valor mais baixo desde outubro de 2008.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Portugal tem mais de 800 mil trabalhadores por conta própria

15 de janeiro de 2018

Menos satisfeitos, mas com mais autonomia e sobretudo sem trabalhadores. No final da primeira metade do ano passado havia mais de 800 mil pessoas que trabalhavam por conta própria, o equivalente a 16,9% da população empregada em Portugal, sendo que quase três quartos destes são empresários sem qualquer trabalhador a seu cargo, e a maioria espera que assim continue.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística, que traçou um perfil dos trabalhadores por conta própria em Portugal através da realização de um inquérito ad hoc, que aponta que 72,5% dos trabalhadores por conta própria não têm trabalhadores, e 57,5% não está a prever que vir a empregar, ou a recorrer a subcontratações, no futuro próximo.

Quem são estes trabalhadores?

De acordo com o INE, quase 30% do total de trabalhadores por conta própria estavam no setor da agricultura e pescas. Os números são especialmente significativos quando se olha para quantos dos trabalhadores deste grupo profissional usa estes regime: 76,4%.

Há ainda uma especial concentração de trabalhadores por conta própria entre os trabalhadores com 65 anos ou mais (75,1%), em parte explicado por se tratarem de trabalhadores já em idade de reforma.

Porque não têm trabalhadores ao serviço?

Grande parte destes trabalhadores por conta própria, apesar de serem empresários em nome individual não têm qualquer trabalhador ao serviço, nem esperam que isso venha a acontecer. A principal razão, de acordo com as respostas dadas ao INE, é que não há trabalho suficiente para contratar mais pessoas, ou mesmo subcontratar trabalhadores durante um período mais curto para suprir necessidades pontuais. Esta é a razão dada por 41,6% das pessoas.

Logo de seguida, mas muito longe dos números da primeira, surge a vontade de trabalhar sozinho (7,8%) e os elevados encargos que têm de ser suportados por cada um destes trabalhadores (6,6%).

Quase 60% dos trabalhadores adiantam que não devem vir a fazer contratações nos próximos doze meses.

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Fonte: Nuno André Martin in Observador

OCDE manteve em novembro perspetiva de “crescimento estável”

15 de janeiro de 2018

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) manteve esta segunda-feira a perspetiva de “crescimento estável” na atividade dos seus países membros e na zona euro, com sinais de aceleração do crescimento na Alemanha e Itália.

De acordo com os indicadores compósitos avançados, divulgados pela OCDE, que sinalizam possíveis alterações no ciclo económico nos próximos seis a nove meses, a média dos países membros subiu em novembro para os 100,2 pontos.

A organização sinalizou uma manutenção da tendência de crescimento nos países da zona euro (com 100,6 pontos) como um todo, mas também nos EUA, Japão e Canadá. Na Alemanha e Itália, a OCDE sinaliza sinais de aceleração do crescimento da economia e no Reino Unido identifica sinais de abrandamento do crescimento.

Fonte: Agência Lusa

Novo regime dos recibos verdes entra esta quarta-feira em vigor, com efeitos só em 2019

10 de janeiro de 2018

O novo regime contributivo dos trabalhadores independentes foi publicado terça-feira em Diário da República e entra esta quarta-feira em vigor, mas as novas regras produzem efeitos apenas a 1 de janeiro de 2019. Com o novo regime, as taxas a aplicar aos recibos verdes passam a ter em conta o rendimento médio trimestral, o que significa que a primeira declaração ao abrigo das novas regras ocorrerá em janeiro do próximo ano, tendo por base o rendimento do último trimestre de 2018.

De acordo com o diploma, até ao início da produção de efeitos das alterações, “mantém-se em aplicação a base de incidência contributiva fixada em outubro de 2017”. À luz do novo regime, a taxa de descontos para a Segurança Social baixa de 29,6%, para 21,4%, sendo aplicada sobre 70% do rendimento médio dos últimos três meses. E os trabalhadores podem ajustar o seu rendimento até 25% para cima ou para baixo, tendo em consideração aquilo que receberam. “No momento da declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento superior ou inferior até 25% àquele que resultar dos valores declarados”, sendo esta opção “efetuada em intervalos de 5%”, lê-se no diploma.

Esta regra que permite ajustamentos levou já o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, a afirmar que “não é fácil” dizer quem irá descontar mais ou menos para a Segurança Social com as novas regras. Passa ainda a existir uma contribuição mensal mínima de 20 euros, por forma a garantir a estabilidade da carreira contributiva para efeitos de pensão futura ou outras prestações sociais (subsídio de desemprego ou por doença).

O novo regime prevê que o subsídio por doença passe a ser atribuído a partir do 11.º dia e não do 31.º como atualmente e o subsídio de desemprego passe a exigir 360 dias de descontos em vez dos atuais 720. O trabalhador independente é obrigado a declarar o rendimento à Segurança Social todos os trimestres e, caso não o faça, o sistema gera uma contribuição oficiosa correspondente à contribuição mínima. Já as entidades contratantes passam a descontar 10% nas situações em que a dependência económica seja superior a 80% ou 7% abaixo deste montante.

Mantêm-se as isenções para os trabalhadores independentes que sejam simultaneamente pensionistas e os que tenham contribuído durante um ano pelo desconto mínimo de 20 euros.

Por sua vez, os trabalhadores a recibos verdes que acumulem a atividade com trabalho por conta de outrem e cujo rendimento mensal médio relevante (relativo a um trimestre) não ultrapasse o valor de quatro IAS – Indexante dos Apoios Sociais (cerca de 1.715 euros) terão uma isenção. Até agora, não havia este limite, ou seja, quem acumulava trabalho dependente com independente era isento.

Fonte:Agência Lusa

Desemprego jovem cresce apesar da recuperação do mercado de trabalho

8 de janeiro de 2018

Formação desadequada às necessidades das empresas, retoma do emprego em sectores pouco qualificados ou as alterações às regras dos estágios ajudam a explicar que um quarto dos jovens portugueses continue desempregado.

Portugal foi o país da União Europeia onde o desemprego jovem mais cresceu entre Setembro e Outubro do ano passado (de 24,6% para 25,6%), em contraciclo com a tendência de descida registada na maioria dos países. Ainda é cedo para dizer se esta tendência veio para ficar ou se estamos perante uma subida pontual — algo que o Instituto Nacional de Estatística (INE) ajudará a explicar com os dados mensais que serão divulgados nesta segunda-feira. Há, porém, um conjunto de factores que podem justificar que um terço dos jovens continue desempregado: a desadequação entre a formação e as necessidades das empresas, a retoma do emprego em sectores que não valorizam as qualificações mais elevadas ou a reformulação dos estágios apoiados pelo Estado.

Já no terceiro trimestre de 2017, contrastando com a redução da taxa de desemprego global e com a melhoria generalizada do mercado de trabalho, se tinha verificado um agravamento do desemprego na população jovem em comparação com o trimestre anterior, interrompendo a descida em cadeia verificada desde o arranque no ano.

O Governo não vê na evolução mais recente do desemprego jovem uma tendência consolidada, por considerar que na comparação homóloga este indicador continua a recuar. “Tenho alguma dificuldade em acompanhar a leitura de que o desemprego jovem esteja a evoluir em contraciclo com a evolução global do mercado de emprego”, diz ao PÚBLICO o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita. “Se olharmos para os últimos dois anos tínhamos uma taxa de desemprego jovem que estava acima dos 30% e no terceiro trimestre de 2017 tínhamos 24,2%, em linha com a evolução da taxa de desemprego global. Houve nalguns meses uma evolução em cadeia positiva, mas é normal que aconteça”, justifica.

Além disso, nota, com a redução do número de inactivos desencorajados, muitas pessoas poderão ter passado para o emprego e outras terão voltado a procurar trabalho, passando à categoria de desempregados no inquérito do INE, algo que poderá influenciar as estatísticas. Miguel Cabrita não nega, porém, que a taxa de desemprego jovem “ainda é elevada” e “uma preocupação”.

Já o economista João Cerejeira atribui alguma relevância à subida recente em contraciclo com a melhoria generalizada do mercado de trabalho. “Continuamos a ter uma taxa muito elevada de desemprego jovem e inverteu-se a tendência de descida deste agregado. Nesse sentido é preocupante”, alerta.

E adianta algumas hipóteses para o que está a acontecer: "Há que destrinçar se esta evolução tem mais a ver com a estrutura da economia, ou se decorre de outros factores como a alteração das regras dos estágios profissionais em meados de 2017".

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Fonte:Raquel Martins in Público

Novos contratos precários alastram e pagam quase tanto como os efetivos

5 de janeiro de 2018

Observatório do CES Lisboa alerta para o "predomínio da precariedade", que se manifesta numa compressão salarial nos novos contratos permanentes e numa perpetuação de novos vínculos temporários, "à revelia da lei".

Está em curso na economia portuguesa uma tendência clara de desvalorização dos salários dos vínculos mais seguros (novos contratos efetivos, permanentes) e de forte aumento nos ordenados dos novos contratos ditos precários (a prazo e outras formas), que, além de dominarem em número, estão a tomar conta da realidade em muitos setores. Atividades ligadas ao turismo ou que exigem poucas qualificações, por exemplo.

De acordo com um estudo do Observatório sobre Crises e Alternativas, do Centro de Estudos Sociais, em Lisboa, hoje divulgado, o número de novos contratos assinados no setor privado que sobreviveram (a diferença entre os que foram assinados menos os que cessaram por despedimento e outras razões) aumentou 23,5% (mais 243,6 mil) entre janeiro e outubro de 2017.

No entanto, ao contrário do que sinalizam os dados do INE, os novos contratos a prazo rivalizam em número com os vínculos efetivos. Foram assinados e estão vigentes 89 532 contratos a termo contra 89 506 sem termo. Além destes, há 64 593 tipos de contratação que configuram outras formas precárias (termo incerto, tempo parcial e temporários).

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Fonte:Luís Reis Ribeiro in Diário de Noticias

Diferença salarial entre contratos permanentes e a prazo é cada vez menor

5 de janeiro de 2018

Retoma sustentada pelos serviços pode ajudar a explicar alta rotatividade de trabalhadores e salários baixos.

O mercado de trabalho tem vindo a recuperar a um ritmo considerável, mas essa evolução não tem sido acompanhada por uma melhoria da qualidade do emprego criado. O peso da contratação permanente na totalidade dos novos contratos assinados desde 2013 continua a ser diminuto e a diferença entre a remuneração dos novos trabalhadores permanentes e a dos trabalhadores precários é cada vez menor, situação que poderá estar relacionada com o facto de a retoma económica estar a ocorrer sobretudo em actividades que requerem baixos níveis de qualificação e de estabilidade dos quadros de pessoal.

Estas são algumas das conclusões de um estudo do Observatório sobre Crises e Alternativas, da autoria do economista João Ramos de Almeida, que analisou os dados do Fundo de Compensação do Trabalho e do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (mecanismos onde, desde Outubro de 2013, têm de ser registados os novos contratos).

Nos últimos quatro anos foram registados nos fundos 3.884.768 contratos, dos quais apenas 33% estavam vigentes no final de Outubro de 2017. E quando se olha para o emprego que se mantém, tudo parece indicar que a consolidação da retoma “não passou por um reforço do peso dos contratos permanentes”. “Os contratos permanentes representam apenas cerca de um terço (33,6%) até 24 de Outubro de 2017), quando no emprego por conta de outrem concentravam cerca de 77% do total”, nota o autor do estudo intitulado “Retoma Económica: o astro chamado precariedade”.

Ainda assim, assinala-se que entre Maio (data do anterior estudo do Observatório) e Outubro do ano passado os contratos sem termo aumentaram ligeiramente o seu peso, passando de 33,1% para 33,6%.

O “predomínio da precariedade” nos novos contratos vem, segundo o autor do estudo, acompanhada de uma tendência para a “degradação da remuneração média dos novos contratos permanentes, ao mesmo tempo que se verifica uma subida da remuneração média dos contratos não permanentes, tudo apontando para um ponto de convergência em que o salário mínimo nacional se apresenta como a remuneração de referência”.

Os dados mais recentes são disso exemplo. Em Janeiro de 2016, 234 euros separavam o salário ilíquido de um novo trabalhador permanente (887 euros) da remuneração de um trabalhador não permanente (653 euros). Quase dois anos depois, em Setembro de 2017, a diferença é de apenas 60 euros.

Isto acontece, refere o estudo a que o PÚBLICO teve acesso, porque o salário médio mensal dos contratos permanentes registou uma estagnação, enquanto o dos contratos não permanentes teve uma subida continuada.

João Ramos de Almeida alerta que a precariedade e a degradação das remunerações dos novos contratos permanentes pode estar relacionada com o facto de a retoma económica estar a ocorrer em actividades de serviços ligadas ao turismo. “A economia portuguesa está a assentar a sua criação de valor em actividades que, na maior parte dos casos, têm baixo potencial de crescimento produtivo e que requerem um baixo nível de qualificação ou de estabilidade dos seus quadros de pessoal”, nota, acrescentando que isso torna o mercado de trabalho “muito vulnerável a alterações da conjuntura externa”.

Fonte:Raquel Martins in Público

Segunda fase de candidaturas aos Estágios Profissionais termina hoje

3 de janeiro 2018

O segundo período de candidaturas, que arrancou em 15 de novembro, termina esta quarta-feira. O IEFP suporta 65% das despesas e a entidade empregadora cobre os restantes custos, cerca de 35% do total.

O segundo período de candidaturas aos Estágios Profissionais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), medida que conta com uma dotação orçamental de 36,65 milhões de euros, termina esta quarta-feira às 18:00. Segundo informação publicada na página do IEFP, o segundo período de candidaturas, que arrancou em 15 de novembro de 2017, termina neste dia, podendo candidatar-se pessoas singulares ou coletivas, do setor privado, com ou sem fins lucrativos.

A dotação orçamental para o segundo período de candidaturas é de 36,65 milhões de euros, semelhante à verba afeta à primeira fase, que decorreu entre maio e julho de 2017 e em que o IEFP recebeu 13.906 candidaturas, correspondentes a 17.086 estágios.

Os estágios têm a duração de nove meses e dirigem-se a desempregados inscritos no IEFP, sobretudo jovens entre os 18 e os 30 anos de idade ou desempregados de longa duração (há mais de 12 meses no desemprego), entre outras situações.

Os estagiários têm direito a uma bolsa mensal, que varia em função do seu nível de qualificação, fixando-se entre os 428,9 euros (equivalente a um Indexante de Apoios Sociais) para um estagiário com o ensino básico e os 750,5 euros (1,75 IAS) para um estagiário com doutoramento. Têm ainda direito a refeição ou subsídio de refeição nos dias de estágio, a transporte ou subsídio de transporte.

O IEFP apoia no pagamento das bolsas de estágio (suporta 65% ou mais destes valores, dependendo da tipologia do destinatário e do promotor), comparticipando ainda subsídios de alimentação e seguros de acidentes, e despesas de transporte nos casos aplicáveis. A entidade empregadora cobre a parte restante dos custos (cerca de 35% do total) e é responsável pelo pagamento da Taxa Social Única que incide sobre a bolsa.

As candidaturas devem ser apresentadas no portal do IEFP. Para 2018, o IEFP também já definiu o prazo das candidaturas aos Estágios Profissionais, que irão realizar-se em quatro períodos distintos: de 1 de fevereiro a 1 de março; de 1 de maio a 1 de junho; de 1 de julho a 31 de julho; e de 1 de outubro a 2 de novembro. 

Fonte:Rodrigo Baptista/LUSA in Observador

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 16,8% em novembro

24 de dezembro de 2017

O número de inscritos nos centros de emprego caiu 16,8% em novembro face ao mesmo mês do ano passado, para 404.625, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

“No final do mês de novembro de 2017, estavam registados, nos Serviços de Emprego do continente e regiões autónomas, 404.625 indivíduos desempregados, número que representa 69,4% de um total de 583.277 pedidos de emprego”, avança o instituto na informação divulgada esta semana.

Apesar da queda de 16,8% face ao mês homólogo (menos 81.809 desempregados), os dados mostram que, comparando com o mês anterior, o número de inscritos ficou praticamente inalterado (mais 61 desempregados).

Para a diminuição do desemprego face a novembro de 2016, contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para os homens (menos 19,3%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (queda de 16,5%), os inscritos há menos de um ano (menos 16,4%), os que procuravam novo emprego (menos 17%) e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo do ensino básico (menos 20,7%).

Saiba mais aqui:

Fonte: Agência Lusa

Segurança Social paga prestações a 42% dos desempregados

21 de dezembro de 2017

A segurança social atribuiu cerca de 182 mil prestações de desemprego em novembro, deixando sem estes apoios cerca de 254 mil desempregados, de acordo com as contas feitas pela agência Lusa com base nos últimos dados oficiais disponíveis.

De acordo com os dados disponibilizados na página da Segurança Social, em novembro existiam 182.468 beneficiários de prestações de desemprego, mais 2.304 pessoas do que em outubro e o equivalente a 42% do último número total de desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (estimativas provisórias de outubro).

Em novembro de 2016, o número de beneficiários de prestações de desemprego era 225.502.

Os últimos dados divulgados pelo INE, relativos a outubro, estimavam um total de 436,9 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 8,5% (o mesmo que a taxa definitiva apurada para setembro).

Das prestações contabilizadas pela Segurança Social, 98.595 referem-se a mulheres e as restantes 83.873 dizem respeito a homens.

Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em novembro o valor médio de 465,45 euros, face aos 450,46 euros registados um ano antes.

Fonte: Agência Lusa

Número de pessoas com deficiência a trabalhar duplica, mas aumenta desemprego de longa duração

13 de dezembro de 2017

  

O número de pessoas com deficiência no mercado de trabalho mais do duplicou entre 2011 e 2016, mas o desemprego de longa duração nesta população sofreu um agravamento de cerca de 60%, segundo um relatório divulgado esta quarta-feira.

“Apesar de o número de colocações profissionais de pessoas com deficiência registadas pelo IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional] se manter bastante reduzido (10% do número total de pessoas com deficiência desempregadas registadas em 2016), assinala-se a progressão positiva deste indicador, com um aumento de 138% no número de colocações entre 2011 e 2016”, refere o relatório do Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos (ODDH).

O relatório “Pessoas com Deficiência em Portugal — Indicadores de Direitos Humanos 2017” assinala uma redução de 6,7% no desemprego de curta duração, mas salienta que o desemprego de longa duração (mais de 12 meses) registou um agravamento na ordem dos 60% entre 2011 e 2016.

“Apesar de se verificar uma redução global do desemprego” registado entre 2011 e 2016 (18,8%), essa melhoria não se alargou às pessoas com deficiência, registando-se inclusivamente um agravamento de 26,7% no número de pessoas registadas nos centros de emprego”, refere o documento.

Saiba mais aqui:

Fonte:  Agência Lusa

Gastos com pensões em Portugal vão atingir 15% do PIB em 2030

05 de dezembro de 2017

Os gastos com pensões em Portugal, que mais do que duplicaram nas duas últimas décadas, vão continuar a aumentar e atingir 15% do PIB em 2030, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Segundo o Panorama das Pensões 2017, a despesa do Estado em pensões, entre 1990 e 2013, passou de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) – abaixo da média da OCDE que era de 5,8% – para os 14% do PIB, bem acima da média de 8,2% da OCDE.

As projeções da organização revelam que, em Portugal, o peso das pensões no PIB deverá continuar a subir e atingir o pico de 15% do PIB em 2030/35, e corrigir a partir daí, mas permanecendo sempre acima dos 13% até 2060, com o país a continuar a gastar mais com as pensões, face à média dos países da organização.

Na média dos países da OCDE, o relatório estima que os gastos com pensões passem dos atuais 8,9% do PIB para 10,9% do PIB em 2060.

Entre 2000 e 2013 os gastos com pensões subiram em Portugal 78,4%, a terceira maior subida entre os países que compõem a organização, apenas ultrapassada pelo México (que aumentou em 175,4% os gastos com pensões para 2,3% do PIB) e pela Coreia (que aumentou em 99,3% para 2,6% do PIB). Próximos de Portugal estiveram os aumentos na Grécia (de 67,6% para 17,4%) e na Turquia (de 66,4% para 8,1%).

A idade da reforma completa nos países da OCDE aumentará 1,5 anos para homens e 2 anos para as mulheres até 2060 para se situar nos 66 anos. Em Portugal – onde no próximo ano a idade da reforma será de 66 anos e 4 meses -, será preciso chegar aos 68 anos para em 2069 ser possível conseguir a reforma completa, indica o relatório que sinaliza que em Portugal 34,5% da população ativa tem mais de 65 anos (acima dos 27,9% da média da OCDE).

Saída mais aqui:

Fonte:  Agência Lusa

Economia portuguesa cresce 2,5% em termos homólogos no 3º trimestre

30 de novembro de 2017

A economia portuguesa cresceu 2,5% no terceiro trimestre deste ano em termos homólogos e 0,5% face ao trimestre anterior, de acordo com os números divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes números surgem em linha com a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais relativas ao terceiro trimestre divulgada no passado dia 14 pelo INE.

No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da economia portuguesa tinha registado um crescimento homólogo de 3,0% e uma evolução de 0,3% em cadeia.

Fonte: Agência Lusa

OCDE prevê crescimento da economia portuguesa nos próximos anos

28 de novembro de 2017

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça 2,6% este ano e 2,3% em 2018 e 2019, alertando que uma política fiscal demasiado expansionista ameaçaria a sustentabilidade fiscal.

Segundo as estimativas do “Economic Outlook” da OCDE, divulgado esta terça-feira, o crescimento económico em Portugal deverá ser de 2,6% este ano e “permanecer acima dos 2% [2,3% em cada um dos anos seguintes de acordo com a tabela anexa ao relatório] em 2018 e 2019, impulsionado pela procura interna e pelas exportações”, o que colocaria o país a crescer acima da média da zona euro durante três anos.

“O crescimento do consumo continuará sólido, suportado pela descida da taxa de desemprego [de 9,1% este ano para 8,2% em 2018 e 7,4% em 2019] e por um mais forte crescimento dos salários”, lê-se no relatório, segundo o qual “o investimento será impulsionado pela aceleração do mercado exportador e pelo crescente investimento público”.

Prevendo que a política fiscal deverá ser “moderadamente expansionista em 2017 e 2018”, a OCDE avisa que “estímulos orçamentais adicionais devem ser evitados dada a necessidade de reduzir a dívida pública”, que considera continuar “demasiado alta” e “limitar a capacidade de resposta do Governo na eventualidade de futuros choques externos negativos”.

Ainda assim, a organização com sede em Paris diz haver “margem para uma política fiscal mais amiga do crescimento, mediante ajustamentos na composição da despesa e dos impostos”.

No que se refere ao défice orçamental português, as estimativas da OCDE apontam para um défice de 1,5% do PIB este ano, de 1% em 2018 e de 0,3% em 2019.

O “Economic Outlook” de outono refere ainda o “elevado nível de endividamento” do setor privado em Portugal, “apesar da desalavancagem feita nos últimos quatro anos”, advertindo que esta situação “agrava a vulnerabilidade do sistema bancário”, que “continua a apresentar baixos níveis de rentabilidade e um elevado nível de crédito malparado”.

A este nível, a OCDE nota que “medidas políticas de apoio ao desenvolvimento do mercado da dívida permitiriam reduzir as vulnerabilidades financeiras, apoiar o crescimento a longo prazo e promover a estabilidade fiscal”.

Fonte: Agência Lusa

Pilar dos Direitos Sociais é "virar de página nas políticas europeias"

17 de Novembro de 2017

Europa cria Pilar dos Direitos Sociais na primeira cimeira europeia dedicada a questões sociais nos últimos 20 anos. Vieira da Silva, que acompanha António Costa, salienta importância do documento.

É em Gotemburgo, na Suécia, que as instituições europeias assinam nesta sexta-feira o Pilar Europeu dos Direitos Sociais. O documento, oficializado na primeira cimeira europeia dedicada a temas sociais desde 1997, estabelece um conjunto de 20 pontos de política social que os Estados-membros devem seguir, e que incluem temas como o salário mínimo, a proteção no desemprego, o direito à habitação ou a diferença salarial entre géneros.

António Costa, que participa na conferência, viaja para a Suécia acompanhado pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, que à TSF realça a importância do documento: "Procura aquilo a que podemos chamar um virar de página nas políticas europeias, recentrando as prioridades da Europa - não deixando de considerar todas as outras áreas que têm absorvido a política europeia nos últimos anos, mas voltando a dar à dimensão social a importância que para muitos não tem tido nos últimos anos", sublinha.

O ministro destaca "a necessidade de todos os países terem um sistema adequado de salários mínimos para satisfazerem as necessidades dos trabalhadores e das suas famílias" como uma das principais orientações do documento, realçando que "é um objetivo que tem, senão uma novidade, um destaque que não aconteceu noutras ocasiões da história da UE". E sublinha outra medida: "se pensarmos que tem o objetivo de não dever existir relação de trabalho sem proteção social adequada, estamos a falar de uma afirmação inovadora no espaço da União Europeia", afirma.

Questionado sobre se este documento, como tantas vezes acontece na política europeia, é vago, Vieira da Silva considera que não. O ministro reconhece que "o salário mínimo, o rendimento mínimo, a conciliação entre as vidas profissional e familiar, a igualdade de género na questão salarial são objetivos concretos em áreas que têm muito a ver com a vida das pessoas e por isso não é um documento vago", embora reconheça que o pilar "ainda vá precisar, naturalmente, de um desenvolvimento e de um plano para o transformar em realidade".

E Portugal?

Incluídos nos 20 pontos do documento estão orientações que vão ser "desafios" para Portugal: o ministro entende que "quando falamos da formação profissional ao longo da vida, da qualidade das nossas qualificações, quando falamos da diferença salarial entre mulheres e homens, sabemos que, como outros Estados-membros, estamos ainda distantes dos objetivos que qualquer país deve ter. Quando falamos do desemprego juvenil, do acesso mais rápido a oportunidades de emprego por parte dos jovens, da habitação, da assistência aos sem-abrigo, estamos a falar de áreas que são um desafio".

Fonte: Hugo Neutel in TSF online

Hotelaria alerta para falta de recursos humanos no turismo

16 de Novembro de 2017

A dificuldade em captar pessoas para trabalhar numa altura de grande crescimento do turismo foi enfatizada no congresso da Associação da Hotelaria de Portugal  

A falta de recursos humanos ligados ao turismo "é sentida com premência por todos os empresários hoteleiros, de todas as categorias e estrelas", alertou Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), na abertura do congresso, que decorre em Coimbra, sob o tema "Descobriram Portugal. E agora?".

Lembrando que até agosto os turistas aumentaram 9% em Portugal para 14 milhões de hóspedes, e que as receitas subiram 19% para 9,9 mil milhões de euros, Raul Martins enfatizou que "o turismo tem sido a estreia mais brilhante, contribuindo decisivamente para o crescimento da economia nacional ", mas há nesta fase "ecos justificados de preocupação ".

Uma das preocupações está na "escassez de recursos humanos " e os contratos coletivos de trabalho que estão obsoletos e não satisfazem nem empregadores nem os novos colaboradores nesta indústria ".

A "pressão turística nos destinos urbanos mais maduros, que está a ter impacto sobre a habitação" e o aeroporto de Lisboa já esgotado são outras preocupações da AHP.

"Depois de mais de cinco séculos a descobrir o mundo, é o mundo quem agora nos descobre, com uma força e entusiasmo que tomaram de surpresa até os mais avisados", frisou Raul Martins.

Fonte: Conceição Antunes in Expresso online

Hotelaria e restauração explicam quase 40% da subida no emprego

9 de novembro de 2017

Setor ligado ao turismo é responsável por 53 mil dos 142 mil empregos criados nos últimos 12 meses. Taxa de desemprego cai para 8,5%, valor mais baixo em nove anos A economia portuguesa criou 141,5 mil novos empregos entre o terceiro trimestre de 2016 e igual período deste ano. É uma subida de 3%. Destes, mais de 37%, cerca de 53 mil postos de trabalho, apareceram no alojamento e restauração.

O contributo do setor, que está intimamente ligado ao turismo, parece ser estrutural. Nos últimos dois anos, hotéis, restaurantes e similares foram responsáveis, em média, por um terço da criação de emprego em Portugal. Superam o contributo da indústria transformadora (20% do emprego total criado) ou da saúde (30%).

No terceiro trimestre, o alojamento e restauração empregava já 346 mil pessoas, o maior valor das séries, em que a mais antiga remonta ao início de 2008. O crescimento homólogo implícito é também um dos mais poderosos de que há registo: um salto de 18,1%.

 

Fonte: Luís Reis Ribeiro in Diário de Notícias

Assédio no trabalho à espera da actualização da lista das doenças profissionais

9 de Novembro de 2017

Governo esgotou prazo de 30 dias para incluir a depressão, o esgotamento e o burnout na lista de doenças profissionais. Sem isso, os custos relacionados com essas doenças não podem ser imputados às empresas como prevê a nova lei do assédio no trabalho.

Mais de um mês depois da entrada em vigor da nova lei sobre o assédio no trabalho, o Governo ainda não avançou com a actualização da lista de doenças profissionais a que ficou obrigado. Está assim criado um vazio legal que inviabiliza a aplicação de um dos pressupostos fundamentais da nova lei: a imputação às empresas de todos os custos relacionados com as doenças profissionais decorrentes do assédio, como, por exemplo, a depressão, o esgotamento ou o burnout.   

“É preciso que doenças do foro psicológico possam ser consideradas doenças profissionais para que, quando exista um nexo de causalidade comprovado entre determinadas práticas laborais e o desenvolvimento destas patologias, a lei possa funcionar em pleno. Sem isso, o que existe é uma espécie de norma vazia”, declarou ao PÚBLICO José Soeiro, deputado do Bloco de Esquerda.

Agastada com a espera, a bancada parlamentar bloquista avança, esta quinta-feira, na Assembleia da República com um projecto de resolução que recomenda ao Governo que regulamente, com a máxima urgência, o quadro legislativo aplicável ao assédio em matéria de acidentes de trabalho e doenças profissionais. “Sem isso”, insiste José Soeiro, “é impossível imputar às empresas os custos pela reparação dos danos causados aos trabalhadores”.

"Segurança social suporta as despesas"

Depois de quatro meses de audições e muitas horas de debate, a lei n.º 73/2017, de 16 de Agosto, prevê no seu artigo 283.º que a responsabilidade pelo pagamento da reparação dos danos emergentes de doença profissional é da Segurança Social, “ficando esta sub-rogada nos direitos dos trabalhadores, na medida dos pagamentos efectuados, acrescidos de juros de mora vincendos”.

Tradução prática, pela voz de  Soeiro: “A Segurança Social suporta as despesas associadas às doenças, como a baixa médica, consultas e medicamentos, mas depois, tendo ficado provado o nexo de causalidade no âmbito de um processo de assédio, vai cobrar essa despesa à empresa”. E essa é, conclui, “a melhor forma de inibir os comportamentos assediantes nas empresas e de as obrigar a adoptar medidas preventivas”.

Sem uma referência directa destas doenças do foro psicológico na lista de doenças profissionais, porém, permanece tudo como dantes. O que equivale a dizer, ainda segundo Soeiro, que “continua a compensar às empresas que se queiram ver livres de um trabalhador recorrer a todo o tipo de práticas assediantes na esperança de que este acabe por sair pelo próprio pé, dispensando o empregador do pagamento das compensações pela cessação do contrato de trabalho”.

O PÚBLICO questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre os motivos deste atraso, mas não obteve qualquer resposta até à noite desta quarta-feira.

Nos restantes pontos fundamentais, a lei vigora sem obstáculos, nomeadamente na inclusão das empresas que venham a ser condenadas por assédio numa “lista negra” a publicar no site da Autoridade para as Condições de Trabalho.

O novo quadro legal clarificou a proibição de todos os tipos de assédio, nomeadamente do que ocorre por recurso a email ou telefone e é perpetrado por pessoas externas à empresa, como fornecedores. Além disso, proíbe as empresas de lançar processos disciplinares contra os trabalhadores como mecanismo de retaliação contra quem se queixa de assédio ou aceita testemunhar num processo deste âmbito. 

Fonte: Natália Faria in Público

Análise: os dois sectores que mais puxaram pelo emprego em Portugal

8 de novembro de 2017

No espaço de um ano, entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período de 2017, a população empregada em Portugal aumentou em 141,5 mil pessoas. A fatia de leão está nos sectores da hotelaria e restauração e da indústria transformadora.

ano está a ser de recordes no turismo em Portugal, e o impacto positivo na economia estende-se ao mercado de trabalho. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira, não deixam margem para dúvidas. No espaço de um ano, entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período deste ano, a população empregada em Portugal aumentou em 141,5 mil pessoas, para 4,803 milhões de trabalhadores. Um aumento que ultrapassou até a redução do número de desempregados no mesmo período, que caiu para as 444 mil pessoas (menos 105,5 mil pessoas), sinalizando que se está a ir buscar pessoas à inatividade, à emigração (regresso de portugueses que tinham saído do país) ou entrada de imigrantes estrangeiros. E que é um pilar da redução da taxa de desemprego, que baixou para os 8,5%, quando há um ano estava nos 10,5%.

Ora, o sector do alojamento e restauração, umbilicalmente ligado ao turismo, tem o papel principal neste aumento do emprego, com mais 52,9 mil pessoas entre o terceiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Um valor que representa 37,4% do aumento do emprego em Portugal, em termos líquidos, neste período.

Segue-se a indústria transformadora, com um incremento no emprego de 41,9 mil pessoas. O que significa 29,6% do aumento da população empregada no último ano. Em conjunto, estes dois sectores representam 67% - ou seja, mais de dois terços - do aumento do emprego líquido entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período deste ano.

Destaque ainda para as atividades da saúde humana e apoio social, onde o emprego aumentou em 17,6 mil pessoas, o que significa 12,4% do aumento total do emprego em termos líquidos neste período.

Em sentido inverso, os sectores da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca foram os que perderam mais emprego entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre deste ano. São menos 37,3 mil pessoas empregadas nestes sectores (considerados em conjunto). Decréscimos que se estenderam às atividades de informação e de comunicação (menos 5 mil pessoas), às atividades financeiras e de seguros (redução de 3,6 mil pessoas) e às atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (menos 3,1 mil pessoas), embora muito menos expressivos.

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso

Taxa de desemprego cai para 8,5% no terceiro trimestre

8 de novembro de 2017

A taxa de desemprego caiu de 8,8% para 8,5% no terceiro trimestre do ano, com menos 17,4 mil desempregados do que há no final da primeira metade do ano, anunciou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O desemprego de longa duração também diminuiu, mas nem tudo é bom: o desemprego entre os jovens está a aumentar.

No final de setembro havia 444 mil pessoas que eram consideradas desempregadas de acordo com as estatísticas do INE, menos 17,4 mil do que três meses antes e menos 105,5 mil quando se compara com setembro de 2016.

Para esta melhoria muito contribuiu o aumento do emprego que se verificou neste período, com mais 42,6 mil pessoas a entrar no mercado de trabalho entre julho e setembro, mais 141,5 mil que há um ano. O emprego está a crescer em termos homólogos (de ano para ano) desde o final de 2013.

Também o desemprego de longa duração – entre as pessoas que procuram emprego há mais de um ano – caiu 1,9 pontos percentuais face a julho, e 5,8 pontos percentuais em comparação com o que acontecia há um ano.

No entanto, as boas notícias não se estendem a todos. A taxa de desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos aumentou 1,5 pontos percentuais nos últimos três meses, estando 1,9 pontos percentuais acima do registado há um ano. Ou seja, nesta altura, quase um quarto dos jovens nesta faixa etária está no desemprego.

Olhando para um grupo um pouco mais alargado, entre os 15 e os 34 anos, as notícias não são melhores. 11,8% destes jovens não estavam empregados, nem em educação ou formação, um aumento de 1 ponto percentual face ao trimestre passado. Ainda assim, há um ano havia mais jovens nesta situação do que há hoje.

 

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Fonte: Nuno André Martins in Observador

Guia: Precários têm até 17 de Novembro para pedir integração

3 de Novembro de 2017

Quando é que começa a segunda fase de candidaturas ao PREVPAP?

O site do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP) permitirá a entrada de requerimentos entre 6 e 17 de Novembro. Durante este período, os sindicatos e as comissões de trabalhadores podem comunicar aos dirigentes situações de trabalhadores a assegurar necessidades permanentes nos serviços ou empresas públicas sem o vínculo adequado.

Quem é que pode apresentar requerimento?

Esta segunda fase destina-se aos trabalhadores que podiam ter submetido o requerimento na primeira fase (entre 4 de Maio e 30 de Junho) e, por algum motivo, não o fizeram. Estamos a falar dos trabalhadores que, entre 1 Janeiro de 2017 e 4 de Maio de 2017, tenham exercido funções nos organismos da administração directa ou indirecta e nas empresas públicas, sujeitos a poder hierárquico, de disciplina e de direcção e obedecendo a um horário de trabalho, assegurando necessidades permanentes sem o vínculo adequado.

Um trabalhador que se enquadra nos requisitos e não entregou requerimento por ter um horário a tempo parcial poderá agora entregar o requerimento?

Sim, desde que cumpra todos os requisitos. Também os precários das universidades públicas com o estatuto de fundação que não entraram na primeira fase têm oportunidade de enviar o seu requerimento às Comissões de Avaliação Bipartidas (CAB) criadas junto de cada ministério.

Esta nova fase abrange os requerimentos que deram entrada depois de 30 de Junho?

Sim, estes requerimentos, considerados fora de prazo, vão ser analisados pelas CAB, incluindo os requerimentos que estas comissões já tinham deliberado não admitir com fundamento na sua entrega fora do prazo. Os trabalhadores nesta situação não necessitam de voltar a entregar requerimento. A portaria que o Governo preparou prevê ainda que serão também admitidas as comunicações dos dirigentes, relativas aos trabalhadores com contratos emprego-inserção, que deram entrada depois do prazo.

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Fonte: Raquel Martins in Público

Empresas que não cumpram igualdade salarial podem ser impedidas de celebrar contratos com o Estado

2 de novembro de 2017

Proposta de lei foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, numa altura em que as mulheres nos quadros superiores das empresas portuguesas recebem 72,1% do que os homens auferem, segundo relatório que coloca Lisboa no topo do ranking das regiões mais desiguais.

As empresas portuguesas vão ser obrigadas a corrigir as desigualdades salariais entre homens e mulheres. Esta quinta-feira (no mesmo dia em que foi apresentado um relatório que concluiu que as trabalhadoras portuguesas ganham em média menos 240 euros do que os homens), o Conselho de Ministros aprovou uma lei que prevê penalizações para as empresas incumpridoras. 

Nos termos da proposta - que terá ainda que passar pelo crivo da Assembleia da República -, a discriminação salarial em razão do sexo constitui uma contra-ordenação grave. Nos termos do Código do Trabalho, as penalizações podem passar pela limitação ou mesmo proibição de assinar contratos com o Estado, da adjudicação de obras a programas de subsidiação de estágios laborais, passando pelo concurso a fundos estruturais europeus. 

Nos primeiros dois anos, a proposta do Governo prevê que a lei seja aplicável apenas às empresas com 250 ou mais trabalhadores. A partir do terceiro ano, aplicar-se-á às empresas com 100 ou mais trabalhadores, o que deixa de fora milhares de micro e pequenas empresas.

Mas, e antecipando-se a eventuais críticas quanto à universalidade da lei, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, esclarece que não é bem assim. “Qualquer trabalhador abrangido pelo Código do Trabalho, independentemente da dimensão da empresa em que trabalha, verá reconhecido o direito de requerer à CITE [Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego] um parecer sobre a existência ou não de discriminação salarial no seu local de trabalho em razão do género. As empresas visadas ficam então, tal como todas as outras, obrigadas a demonstrar o contrário ou, em alternativa, a adoptar medidas correctivas.”

Na prática, o que se pretende é que as empresas assegurem políticas remuneratórias transparentes, “com base em critérios objectivos e não enviesados pelas questões de género”. “É uma mudança de paradigma", sustenta Rosa Monteiro.

A proposta governamental foi aprovada no mesmo dia em que um relatório da CITE quantificou a existência de uma desigualdade em função do sexo que não é de hoje: no final de cada mês, e para um trabalho igual, as mulheres recebem um cheque de apenas 966,9 euros, contra os 1207,8 euros auferidos pelos homens. É uma diferença média de 240,9 euros que se repete todos os meses, segundo os dados de 2015, e que, além do salário, inclui componentes como o trabalho suplementar, prémios e outros benefícios.

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Fonte: Natália Faria in Público

Há mais homens a optar por ficarem em casa com os filhos

1 de novembro de 2017

A adesão dos pais trabalhadores à partilha de licença parental tem vindo a aumentar, diz relatório sobre o progresso da igualdade entre mulheres e homens no trabalho.

Cerca de 30% das crianças nascidas em 2016 tiveram o pai em casa nos seus primeiros meses de vida e isso aconteceu por opção dos progenitores. Em 2005 aquela percentagem foi apenas de 0,4%.

Estes são dados do último relatório sobre o progresso da igualdade entre mulheres e homens no trabalho, que será apresentado na quinta-feira, e que mostram um aumento significativo “da adesão dos pais trabalhadores à partilha de licença parental”, frisa-se naquele documento.

A licença parental inicial tem uma duração entre 120 e 150 dias, sendo este o período que pode ser dividido entre o pai e a mãe ou até gozado em simultâneo, a partir do quarto mês do bebé. A escolha da modalidade é optativa ao contrário do que sucede com as licenças obrigatórias: seis semanas após o parto, no caso da mãe, e 15 dias no primeiro mês de vida da criança, no caso do pai. A estas acrescem ainda mais dois tempos facultativos de 30 dias para a mãe e de outros 10 dias para o pai.

O relatório sobre o progresso da igualdade dá conta de que em todas as vertentes se verificou um aumento de adesão dos homens às licenças parentais. Em percentagem de crianças nascidas e tendo o ano de 2005 como ponto de comparação, esta evolução foi de 39,3% para 67,3%, no caso da licença obrigatória, e de 30,1% para 59,1% na licença facultativa.

No documento elaborado pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), com a colaboração de várias outras entidades públicas, dá-se conta de que, em 2016, 60,2% da população empregada com o ensino superior era do sexo feminino”. Apesar da disparidade salarial entre mulheres e homens se manter estável a favor destes, e ser maior no topo da hierarquia das qualificações profissionais do que na base, o relatório sublinha que “a crescente qualificação das mulheres tem vindo a reflectir-se, paulatinamente, numa relativa melhoria da posição das mulheres no mercado de trabalho”.

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Fonte: Clara Viana in Público

Mulheres continuam a trabalhar em áreas tradicionalmente femininas mas a situação está a mudar

1 de novembro de 2017

Crescimento do emprego nas profissões altamente qualificadas foi mais significativo para as mulheres do que para os homens.

As mulheres continuam a trabalhar principalmente em áreas "tradicionalmente femininas", mascomeça a aumentar a sua representatividade nas actividades de consultoria, científica, técnica e similares, revela um relatório divulgado nesta quarta-feira.

O relatório sobre "o progresso da igualdade entre mulheres e homens no trabalho, no emprego e na formação profissional – 2016", que é apresentado na quinta-feira em Lisboa, no seminário "A Igualdade de Género no Mercado de Trabalho - Dia da Igualdade Salarial", sublinha que "a crescente qualificação das mulheres tem vindo a reflectir-se, paulatinamente, numa relativa melhoria da posição das mulheres no mercado de trabalho".

A presença de mulheres em actividades de consultoria, científicas e técnicas subiu de 54,3% em 2015 para 56,4% em 2016, "apesar de as taxas de feminização mais elevadas continuarem a observar-se em áreas tradicionalmente femininas, como a saúde humana e o apoio social (82,4%) e a educação (76,7%)".

Entre 2015 e 2016, o crescimento do emprego nas profissões altamente qualificadas foi mais significativo para as mulheres (+4,3%) do que para os homens (+2,2%), tendo a proporção de mulheres empregadas nestas profissões aumentado de 36,8% para 37,6%, enquanto nos homens foi de 34,8% para 35,4%.

Segundo o relatório, divulgado pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), a população feminina também aumentou no grupo "representantes do poder legislativo e órgãos executivos, dirigentes, directores e gestores executivos" (mais 11,1 mil pessoas), enquanto nos homens diminuiu (menos 6,7 mil).

 

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Fonte: Lusa in Público

Prazo de candidatura à medida Contrato-Emprego termina esta terça-feira

31 de outubro de 2017

O terceiro e último período de candidaturas deste ano à medida Contrato-Emprego, um apoio financeiro concedido às empresas que contratem desempregados inscritos nos centros de emprego, termina esta terça-feira, às 18h00. A dotação orçamental prevista pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional para a terceira fase da medida, que arrancou no início do mês, é de 20 milhões de euros.

O apoio financeiro é atribuído aos empregadores que celebrem contratos de trabalho sem termo ou a termo certo, por prazo igual ou superior a 12 meses, com a obrigação de darem formação profissional aos trabalhadores contratados. No caso de contratos sem termo, o apoio corresponde a nove vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais, ou seja, a 3.792 euros. Já no caso de contratos a termo, o apoio do IEFP é de três vezes o IAS, isto é, de 1.264 euros.

A candidatura é efetuada no Portal NetEmprego, na área pessoal de cada entidade, através de sinalização de oferta de emprego. Segundo dados do IEFP solicitados pela Lusa, a medida Contrato-Emprego contou com 11.588 candidaturas nas duas primeiras fases do ano, tendo sido aprovadas 7.796, a que corresponde um apoio financeiro de 32,7 milhões de euros.

As candidaturas aprovadas nas duas primeiras fases do apoio, concluídas este ano, destinam-se a apoiar 9.251 novos postos de trabalho, maioritariamente contratos de trabalho permanentes (7.597). “Já foram efetivamente contratadas 6.854 pessoas, das quais 22% se encontravam em situação de desemprego de longa duração (30% são jovens com menos de 30 anos)”, adiantou fonte oficial do IEFP.

As empresas podem ainda formalizar os pedidos ao Prémio de Conversão dos contratos de trabalho a termo que foram convertidos em contratos sem termo, e cuja conversão tenha ocorrido entre 01 de maio e 31 de outubro de 2017. O Prémio Conversão corresponde a duas vezes a retribuição base mensal prevista no contrato, até ao limite de cinco vezes o IAS (2.106,6 euros).

 

Fonte: Agência Lusa in Observador

Botija de gás social avança em 2018 em parceria com a Cepsa

26 de outubro de 2017

A botija de gás social, dedicada às famílias economicamente vulneráveis, vai avançar no próximo ano, através de um projeto-piloto em parceria com a petrolífera espanhola Cepsa.

"Vamos ter uma primeira fase, um projeto-piloto, para ver como funciona a garrafa social em alguns municípios do país para depois criar em Portugal um regime equiparado à tarifa social da eletricidade e do gás natural", afirmou, esta quinta-feira, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, à margem da Convenção de Gás da Cepsa, a decorrer em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, Jorge Seguro Sanches manifestou "total disponibilidade para trabalhar com as empresas para que os consumidores possam ter preços de gás de garrafa, nomeadamente em situação de rendimentos mais baixos, equiparado ao que acontece com outras fontes de energia [gás natural]".

"Estamos a trabalhar com base na proposta da Cepsa para Garrafa de Gás Solidária e espero que outras empresas se juntem", acrescentou.

De acordo com o diretor-geral ibérico de gás da Cepsa, Filipe Henriques, o protocolo com a petrolífera espanhola ainda terá que ser negociado com o Governo, a quem cabe definir os preços a serem praticados bem como quem serão os beneficiários de gás de garrafa a preço mais acessível e a rede de distribuição.

Saiba mais:

Fonte:  in Diário de Notícias

Taxa de emprego na OCDE sobe e Portugal tem das subidas mais elevadas

17 de outubro de 2017

A taxa de emprego na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou 0,2 pontos percentuais no segundo trimestre, face ao anterior, para 67,6%, com Portugal a apresentar uma das subidas mais elevadas (seis décimas).

De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela OCDE, a taxa de emprego em Portugal no segundo trimestre foi de 67,3%, acima do valor observado um ano antes (64,9%) e no trimestre anterior (66,7%).

Portugal apresentou assim a terceira subida mais alta no segundo trimestre entre os países-membros da OCDE, depois da Grécia (oito décimas, para 53,6%) e Espanha (seis décimas, para 61%).

Em termos homólogos, no conjunto dos países, a taxa de emprego (percentagem de pessoas com emprego entre a população com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos) tinha sido 66,4% no segundo trimestre do ano passado.

Na zona euro, a taxa de emprego subiu dos 65,9% observados no primeiro trimestre para os 66,2% (dos 65,3% registados um ano antes).

Este valor está 3,2 pontos percentuais acima do mínimo registado em 2009, mas ainda um ponto abaixo do nível alcançado em 2008, antes de se fazerem sentir os efeitos da crise económica, sinaliza a OCDE em comunicado.

Foram também registadas subidas de duas décimas no Japão (para 75,2%) e nos EUA (para 70%).

Do lado das descidas, a OCDE destaca o México (três décimas para 61,1%) e a Nova Zelândia (de duas décimas para 76,2%).

Fonte: Agência Lusa in Observador

Como o aumento da precariedade está a mudar o discurso da UE

9 de outubro de 2017

Desde 2008 houve mais de 400 mudanças nas leis laborais nos países da União Europeia. Mas quatro em cada cinco dos novos empregos são a tempo parcial ou a prazo. A desregulação das leis parece ter aumentado a precariedade. E isso mudou a política de Bruxelas.

De eleição para eleição, na Europa fala-se do mesmo: trabalho. Seja da precariedade crescente, seja da ausência de um futuro mais promissor, o velho dossier laboral está no topo das preocupações políticas europeias. Foi assim nas eleições francesas, tinha sido assim no referendo do “Brexit”, voltou a ser assim na Alemanha. Pode não ser a causa principal, mas a precariedade tem um papel na Europa que se confronta com o populismo. E ganhou o primeiro plano nas ruas francesas, onde a lei laboral de Macron enfrenta a oposição de parte do eleitorado que o elegeu.

O problema é tão grave quanto parece. A União Europeia atravessa o seu melhor desempenho económico da última década. Desde 2012, foram criados cinco milhões e meio de empregos. Mas quatro em cada cinco destes empregos, segundo revela o Eurostat (o gabinete de estatísticas da UE), são temporários, ou part-time. São, sobretudo, mal pagos. Do lado dos trabalhadores afectados, as estatísticas também são claras: dois terços gostariam de ter empregos permanentes, full-time, é o que revela o mais recente relatório da UE sobre o mercado de trabalho.  

As instituições que, há poucos anos, defendiam "reformas estruturais" da legislação laboral estão agora preocupadas com o efeito da precarização. O BCE, a Comissão Europeia e o FMI — a antiga troika — mudaram o seu discurso. Agora, é como se a troika de 2017 criticasse a troika de 2011. 

Quase metade dos empregados com menos de 25 anos têm contratos temporários, e em Espanha este valor é de mais de 70%. "Isso é muito problemático", diz Marianne Thyssen, comissária da UE para o Emprego e Assuntos Sociais.

A comissária recebe-nos no seu gabinete, no edifício Berlaymont, em Bruxelas. No mesmo piso está um dos outros governantes europeus, Valdis Dombrovskis, o letão que chefia a discussão económica em torno do euro. Historicamente, os assuntos laborais foram tratados de maneira bastante diferente entre estes dois eixos em Bruxelas. Hoje, a autonomia da comissária Thyssen parece ser maior. Ao longo de mais de uma hora de conversa, a democrata-cristã belga nem por uma vez se solidariza com a política seguida no passado pela comissão liderada por Durão Barroso. "Eu não posso ser responsabilizada por uma política que não é minha", esclarece.

Saiba mais em:

Fonte: Paulo Pena e Harald Schumann in Público

Desemprego de longa duração é mais pesado do que no tempo da troika

9 de outubro de 2017

A taxa de desemprego está a descer, a economia está a crescer, mas o volume daqueles que não conseguem encontrar trabalho há mais de um ano face ao volume total de desempregados é hoje ainda mais pesado do que nos tempos da troika. Segundo o Diário de Notícias, o peso do desemprego de longa duração no total de desempregados ultrapassou os 59% no segundo trimestre deste ano, acima dos 52,9% que registava nos primeiros três meses de 2011.

De acordo com o mesmo jornal, o desemprego de longa duração é motivado sobretudo pela falta de investimento em formação profissional, ora pelas empresas ora pelos próprios trabalhadores, que, muitas vezes numa idade já avançada, não investem na aprendizagem de novas competências.

Se a taxa de desemprego chegou a atingir o pico de 17,5% em 2013, durante a aplicação do programa de ajustamento da troika, agora está já nos 8,9%. Mas isso não quer dizer que estejam também a diminuir os desempregados que procuram emprego há muito tempo. Antes pelo contrário: no segundo trimestre deste ano, segundo o INE, havia 461,4 mil desempregados, dos quais 273,2 mil estavam sem trabalho há mais de um ano. Desses, 70% estava sem trabalho há mais de dois anos, e 55,6% há mais de seis anos.

Números mais elevados, em proporção, do que os que se registavam nos tempos da troika, em que a taxa de desemprego era bastante maior.

O Banco de Portugal prevê que a economia portuguesa cresça 2,5% neste ano, mais ainda do que prevê o Governo, cujas previsões iniciais apontavam para 1,8%, mas o regulador tem vindo precisamente a alertar para o perigo de, apesar de a retoma económica ser evidente, o desemprego de longa duração vir a ser um travão ao crescimento do PIB.

Certo é que nem sempre o “desemprego real” coincide com o desemprego oficial. Em agosto deste ano, o INE publicou pela primeira vez dados relativos às pessoas que, para efeitos de contabilização oficial, ficam habitualmente de fora do conceito de “desempregados” por se enquadrarem nas definições de inatividade ou de subemprego. E os resultados foram muito diferentes: no segundo trimestre do ano havia afinal mais de 903 mil desempregados “reais”, quase o dobro dos 461,4 mil desempregados que estavam a ser contabilizados para os dados oficiais.

Fonte: Rita Dinis in Observador

Contributo das PME para criação de emprego no mundo estagnou

9 de outubro de 2017

O contributo das pequenas e médias empresas (PME) para a criação de emprego no mundo estagnou, depois de um importante salto dado entre 2003 e 2016, segundo um documento apresentado nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Neste período, a quantidade de trabalhadores em PME formais, isto é, registadas fiscalmente, quase que duplicou e passou a constituir 35% do total. Mas, em 2015 e 2016, praticamente não houve evolução, segundo o relatório “Perspetivas Sociais e do Emprego no Mundo 2017″.

O documento analisa em particular a sustentabilidade das empresas e a relação entre empregadores formais e o trabalho digno, um dos objetivos perseguidos por este organismo técnico da Organização das Nações Unidas. Ao apresentar a publicação, a OIT confirmou a sua previsão de que o desemprego vai afetar este ano 201 milhões de trabalhadores, mais 3,4 milhões do que em 2016, e 87% do emprego global assenta no setor privado, tanto formal como informal.

O setor privado inclui cerca de três milhões de trabalhadores. Um setor privado sólido é o pilar do crescimento, da criação de emprego e da redução da pobreza”, afirmou a autora principal do relatório e perita da OIT, Marva Corley-Coulibaly. A OIT mostrou a sua preocupação com o desaparecimento do dinamismo evidenciado pelas PME no passado recente, o que afeta diretamente a criação e a qualidade de emprego, em especial nos países em desenvolvimento, onde representam 54% do emprego total.

Na conferência de imprensa, a subdiretora-geral para políticas da OIT, Deborah Greefield, atribuiu a redução do papel das PME às dificuldades que têm no acesso ao crédito e à consequente desaceleração da produtividade.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Desemprego recua na zona euro e na União Europeia em agosto

2 de outubro de 2017

A taxa de desemprego baixou, em agosto e na comparação homóloga, para os 9,1% na zona euro e para os 7,6% na União Europeia (UE), sendo nesta o valor mais baixo desde novembro de 2008, divulga o Eurostat. Na zona euro, a taxa de desemprego manteve-se estável face ao mês anterior, mas recuou 0,8 pontos na comparação com agosto de 2016.

De acordo com o gabinete oficial de estatísticas da UE, no conjunto dos 28 Estados-membros, a taxa de desemprego recuou 0,1 pontos em cadeia e 0,8 em termos homólogos (era 7,7% em agosto de 2016). Entre os Estados-membros, as taxas de desemprego mais baixas foram registadas na República Checa (2,9%), na Alemanha (3,6%) e em Malta (4,2%) e as mais altas na Grécia (21,2% em junho) e em Espanha (17,1%).

Em Portugal, a taxa de desemprego manteve-se estável nos 8,9% face a julho, mas recuou na comparação com os 10,9% homólogos. Em termos homólogos, o desemprego recuou em todos os Estados-membros exceto a Finlândia, onde se manteve estável.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Salários continuam a crescer abaixo dos níveis pré-crise e podem manter-se

27 de Setembro de 2017

O crescimento dos salários continua abaixo dos níveis pré-crise de 2008 na maioria das economias desenvolvidas e pode manter-se assim até que o emprego involuntário a tempo parcial diminua ou a produtividade acelere, avisa o FMI.

“O crescimento nominal dos salários na maioria das economias desenvolvidas permanece marcadamente abaixo do que era antes da Grande Recessão de 2008-2009”, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) num dos capítulos analíticos do ‘World Economic Outlook’ divulgados esta quarta-feira.

O Fundo conclui que grande parte desse abrandamento dos salários é explicado pelo hiato do mercado de trabalho (um desemprego elevado a uma utilização reduzida da força de trabalho, que se verifica em emprego involuntário a tempo parcial), pela inflação e pela produtividade.

Depois de fazer este retrato, a instituição sediada em Washington avisa que “o crescimento dos salários pode continuar subjugado até que o emprego involuntário a tempo parcial diminua ou que o crescimento da produtividade recupere”.

De acordo com o FMI, enquanto este tipo de emprego “pode ter apoiado a participação da força de trabalho e facilitado uma ligação mais forte com o local de trabalho do que a alternativa desemprego, ele enfraqueceu o crescimento salarial“.

Outros fatores como a produtividade e a inflação “também exerceram uma pressão negativa nos salários recentemente”, refere o relatório coordenado pelo economista Malhar Nabarm.

Nesse sentido, o FMI defende que um conhecimento mais aprofundado das forças que estão a constranger a subida dos salários “é importante para definir o decorrer apropriado da política monetária.

O Fundo Monetário Internacional afirmou também esta quarta-feira, num relatório sobre os impactos transfronteiriços da política orçamental, que aumentar o investimento público tem efeitos de contágio noutros países mais benéficos do que reduzir impostos.

Num dos capítulos analíticos do ‘World Economic Outlook’ divulgado esta quarta-feira, o Fundo refere que, “apesar de a margem orçamental ser atualmente mais limitada”, os estímulos orçamentais nas grandes economias “podem ser importantes para aumentar a atividade económica noutras, ainda que não em todo o lado”.

A comparação apresentada pelo FMI para ilustrar esta situação é feita entre os Estados Unidos e a zona euro: o argumento é que, tendo em conta a posição cíclica da economia norte-americana e as condições de política monetária gradualmente menos acomodatícias, “um estímulo orçamental nos Estados Unidos provavelmente teria efeitos de contágio transfronteiriços relativamente modestos, em particular se esse estímulo fosse feito através de medidas fiscais”.

Por outro lado, na área do euro, “onde há margem orçamental em alguns países”, um estímulo orçamental “poderia ter maiores efeitos noutros países”, considerando as expectativas de manutenção da política monetária acomodatícia e do atraso ainda significativo em alguns países.

Outro aspeto apontado pela instituição liderada por Christine Lagarde é que o impacto de um estímulo orçamental nos desequilíbrios externos de outros países também depende da origem desse estímulo: é que “um estímulo nos Estados Unidos deverá aumentar estes desequilíbrios, ao passo que um estímulo em alguns países excedentários da área do euro pode reduzi-los”.

No caso da zona euro, por exemplo, os efeitos de contágio de uma política orçamental expansionista em países com margem para o fazer – “como um maior investimento público para aumentar o produto potencial na Alemanha” – nos parceiros comerciais com uma posição cíclica mais fraca “podem ser importantes”.

O FMI conclui assim que, de um modo geral, “a despesa em investimento público deverá produzir ganhos transfronteiriços maiores do que cortes nos impostos”.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Projeto de inclusão social mobiliza 120 jovens em seis municípios do Norte até 2019

26 de Setembro de 2017

Cerca de 120 jovens em situação de risco e com idades entre 18 e 25 anos vão ser envolvidos num projeto de inclusão social, através da capacitação, a desenvolver até 2019 em seis municípios nortenhos, adiantaram hoje os promotores.

Promovido pela Fundação da Juventude, em parceria com Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, na qualidade de investidor social, o projeto, denominado GET FORWARD, destina-se a jovens em situações de maior fragilidade social como desemprego, abandono escolar, situações familiares delicadas ou institucionalizados.

Em comunicado enviado à agência Lusa, os promotores explicam ser um projeto que, no contexto de crise económica e financeira internacional "procura estimular o desenvolvimento pessoal, a integração social e a empregabilidade dos jovens através de iniciativas como a formação de competências pessoais, o acompanhamento social através de mentores e a promoção da primeira experiência no mercado de trabalho".

O projeto envolverá 120 jovens da região Norte, em seis ações de capacitação realizadas até 2019, uma por cada um dos seis municípios parceiros do projeto (Porto, Maia, Gondomar, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira).

O presidente Executivo da Fundação da Juventude, Ricardo Carvalho, afirmou ser este um projeto através do qual aquele organismo "procura assegurar uma transição bem-sucedida entre o estado de desemprego, ou de exclusão social, para a reintegração no sistema de educação ou no mercado de trabalho".

O GET FORWARD "aposta em novas políticas públicas de promoção de competências técnicas ajustadas às necessidades de competências laborais, como também procura promover a alteração de comportamentos de risco, como o abuso e o tráfico de drogas, crime, violência e gangues, com evidentes efeitos positivos para a sociedade", lê-se no comunicado.

O projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, Portugal 2020 e União Europeia - Fundo Social Europeu.

Fonte: Lusa in Diário de Notícias

Empresas criaram 200 mil postos de trabalho em dois anos

8 de Setembro de 2017

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas avançou, esta sexta-feira, em Viana do Castelo, que nos últimos dois anos foram criados 200 mil postos de trabalho em resultado do investimento das empresas e dos apoios do Portugal 2020 a esses investimentos.

“O melhor sinal de como faz diferença na vida dos portugueses o resultado do investimento das empresas e o resultado dos apoios do Portugal 2020 nesse investimento é que desde que tomou posse este Governo, desde novembro de 2015, já aumentou em mais de 200 mil o número de postos de trabalho em Portugal. Duzentos mil postos de trabalho criados é o melhor sinal do sucesso desta estratégia, desta viragem em direção à economia e ao emprego”, afirmou Pedro Marques.

O governante, que discursava na inauguração de uma fábrica da multinacional francesa Eurostyle Systems Portugal na zona empresarial de Lanheses, na capital do Alto Minho, adiantou que “até final de agosto” o Governo atingiu “mais pagamentos às empresas dos apoios do Portugal 2020 do que em todo o ano de 2016”.

“Já ultrapassámos os 480 milhões de euros de pagamentos no ano de 2017 em resultado do investimento das nossas empresas”, disse.

Pedro Marques referiu-se à multinacional francesa que hoje inaugurou em Viana do Castelo a primeira de duas unidades a implantar naquele concelho como “empresa talismã do desenvolvimento económico do país e para a implantação do Portugal 2020”.

O governante disse ainda que a dinâmica do Alto Minho, nos últimos dois anos, tem sido “muito importante para a diversificação económica do país”, apelando a uma “ligação mais próxima” da região com a vizinha Galiza e à “criação de condições para atrair mais investimentos inovadores para Portugal”.

O presidente da Câmara, José Maria Costa, destacou “o contributo de Viana do Castelo para criação de emprego”, referindo que “desde outubro de 2013 até julho de 2017 o concelho reduziu a taxa de desemprego em 46%” e “aumentou em 30% as exportações”.

A Eurostyle Systems Portugal vai fabricar componentes e acessórios para automóveis destinados às linhas de montagem das principais marcas em Portugal e Espanha.

Esta é a primeira de duas unidades a implantar em Viana do Castelo. Representa um investimento superior a 18 milhões de euros, apoiado pelos fundos europeus do Portugal 2020. Vão ser criados 102 postos de trabalho, 11 deles qualificados.

Fonte: Agência Lusa in Observador

Medida Estágios Profissionais recebeu quase 14 mil candidaturas para 17 mil estágios

2 de Agosto de 2017

A medida Estágios Profissionais, principalmente destinada a jovens, recebeu 13.906 candidaturas, que representam 17.086 estágios, número muito superior às 8.000 vagas estimadas para o primeiro período, anunciou esta quarta-feira o Governo.

“Relativamente ao primeiro período de candidatura, que decorreu entre 16 de maio e 31 de julho, foram recebidas 13.906 candidaturas [de empresas], que apresentam vagas para 17.086 estágios, ultrapassando as 8.000 vagas” apontadas como meta indicativa para esta fase, refere uma informação do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) vai agora avaliar as candidaturas recebidas das empresas para a iniciativa, que pretende sobretudo a inserção de jovens no mercado de trabalho ou a reconversão profissional de desempregados.

O Ministério liderado por Vieira da Silva refere também que, no âmbito do Prémio ao Emprego, correspondente a ex-estagiários que foram contratados sem termo pela entidade em que estagiaram, foram recebidos 1.243 pedidos, para 1.496 pessoas contratadas.

Acrescenta que será aberta nova candidatura para Estágios Profissionais e Prémio ao Emprego a 15 de novembro, encerrando a 31 de dezembro.

Os Estágios Profissionais consistem no desenvolvimento de “uma experiência prática em contexto de trabalho, envolvendo um conjunto diversificado de destinatários, com destaque para os jovens recém-qualificados e outros desempregados em situação de maior desfavorecimento, de forma a melhorar o seu perfil de empregabilidade e proporcionar condições mais facilitadas de integração profissional”, explica o Ministério. Os estágios decorrem durante nove meses, no regime geral, podendo ser de 12 meses para algumas categorias de desempregados, por exemplo, para pessoas com deficiências e incapacidades, ou se forem integrados em projetos de interesse estratégico.

Segundo a informação, os estagiários têm direito a uma bolsa mensal de estágio, que varia em função do seu nível de qualificação (entre 421,32 euros para um estagiário com o ensino básico e 737,31 euros para um estagiário com doutoramento), a refeição ou subsídio de refeição nos dias de estágio, a transporte ou subsídio de transporte e a um seguro de acidentes de trabalho. O IEFP apoia no pagamento das bolsas de estágio com, pelo menos, 65% daqueles valores, dependendo da tipologia do destinatário e do promotor, e comparticipa nos subsídios de alimentação, seguros de acidentes e despesas de transporte.

A entidade beneficiária cobre a parte restante dos custos (no máximo cerca de 35% do total) e é responsável também pelo pagamento da taxa social única que incide sobre a bolsa de estágio, explica ainda o Ministério.

Fonte: Agência Lusa in Observador

 

A partir de agora há novos incentivos à contratação de jovens e desempregados

1 de Agosto de 2017

 

Medidas dirigem-se a desempregados de longa duração e determinam a redução das contribuições das empresas que os contratarem. Desempregados que se encontrem inscritos no IEFP há mais de 25 meses são um dos grupos abrangidos

O novo regime de incentivos à contratação de jovens à procura do primeiro emprego e de desempregados de longa duração, que prevê a dispensa temporária parcial ou total do pagamento de contribuições, entra esta terça-feira em vigor.

As novas regras determinam que haja uma redução temporária de 50%, durante cinco anos, da taxa contributiva para a Segurança Social da responsabilidade das entidades empregadoras que contratem jovens à procura do primeiro emprego e durante três anos caso sejam contratados desempregados de longa duração.

Além disso, haverá também uma isenção total do pagamento de contribuições, durante um período de três anos, em caso de contratação de desempregados de muito longa duração.

Este novo regime de incentivos aplica-se apenas aos contratos de trabalho sem termo e introduz o designado “conceito de portabilidade”, que transfere o benefício do incentivo também para o trabalhador ao prever que este seja atribuído ao trabalhador independentemente das entidades empregadoras que o contratem sem termo, mediante determinadas condições.

Assim, “sempre que ocorra a cessação do contrato de trabalho sem termo por facto não imputável ao trabalhador antes do fim dos prazos fixados” (três ou cinco anos de isenção de contribuições, consoante os casos), “o trabalhador mantém o direito à dispensa parcial ou à isenção total do pagamento de contribuições nas situações de contratações sem termo subsequentes durante o período remanescente”.

No novo regime está ainda previsto, dentro do grupo de desempregados de longa duração, um novo subgrupo que integra os desempregados de muito longa duração, identificados como as pessoas com 45 anos de idade ou mais que se encontrem inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) há 25 meses ou mais.

Segundo o texto do decreto-lei, as alterações agora introduzidas ao regime de incentivos à contratação de jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração visa responder às necessidades dos “segmentos e grupos mais atingidos nos anos de austeridade” e adequar a legislação “à actual situação do mercado de trabalho”, já que o actual regime data de 1995.

As novas regras permitem a acumulação do direito à dispensa parcial ou isenção total do pagamento de contribuições para a Segurança Social com outros apoios à contratação, "salvo se resultar daqueles regimes específicos a sua não acumulação com o presente apoio".

Fonte:Agência Lusa in Público

 

 

Turismo rendeu mais 17% em 2016

31 de julho de 2017

O volume de negócios agregado de hotéis, estalagens, aparthotéis, motéis, pensões e outros estabelecimentos de turismo registou uma subida de 17% no ano passado, para 3.075 milhões de euros, divulgou, esta segunda-feira, a Informa D&B.

De acordo com o estudo setores 'Estabelecimentos Hoteleiros', esta subida em 2016 foi sustentada "no bom comportamento da procura portuguesa e, nomeadamente, estrangeira", sendo que "no curto prazo continuará o crescimento da faturação setorial".

O número de hóspedes nos hotéis, estalagens, aparthotéis, motéis, pensões, pousadas, aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, bem como estabelecimentos do turismo no espaço rural e novas unidades de alojamento local ultrapassou os 19 milhões em 2016, "registando um crescimento face a 2015 de cerca de 10%, taxa semelhante à registada pelas dormidas, as quais se elevaram a 53,5 milhões".

Já no caso em particular dos hotéis, a Informa D&B aponta que o número de hóspedes aumentou 12% para 14,7 milhões.

"As dormidas de residentes em Portugal cresceram 5,2% até aos 15,2 milhões, 28,5% do total", refere.

No ano passado, "sobressaiu o notável aumento das dormidas da população estrangeira, situada em 11,4%, e nomeadamente das correspondentes a residentes nos Estados Unidos (+20,8%), França (+18,1%), Brasil (+13,6%) e Holanda (+13,4%). Os britânicos mantiveram-se em 2016 como os clientes estrangeiros mais importantes, assumindo 17,3% das dormidas totais".

O estudo refere ainda que a capacidade hoteleira em Portugal tem subido de forma significativa na última década, acrescentando que "considerando aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, hotéis, estalagens, aparthotéis, motéis, pensões e pousadas, o número total de camas aumentou cerca de 40%, passando de 263.814 em 2005 para 362.005 em 2015".

Por sua vez, o número de estabelecimentos atingia os 4.339 em 2015, contra 2.012 uma década antes.

Por distribuição geográfica, regista-se uma concentração da atividade no Algarve, onde está um terço do total das camas, e Lisboa, com cerca de 20%.

Fonte:in Jornal de Notícias

 

Taxa de desemprego volta a recuar na Europa em junho

31 de Julho de 2017

A taxa de desemprego voltou a baixar, em junho, nas médias da zona euro e da União Europeia (UE) e, em termos homólogos, em todos os Estados-membros à exceção da Estónia, divulgou esta segunda-feira o Eurostat.

De acordo com o gabinete oficial de estatísticas da UE, a taxa de desemprego foi, em junho, de 9,1% na zona euro, face aos 9,2% de maio e aos 10,1% de junho de 2016. Já no conjunto da UE, o desemprego recuou para os 7,7%, abaixo dos 8,6% do mês homólogo e estável face a maio.

As taxas de desemprego mais baixas foram registadas na República Checa (2,9%), na Alemanha (3,8%) e Malta (4,1%) e as mais elevadas na Grécia (21,7% em abril) e em Espanha (17,1%).

Na comparação homóloga, o desemprego baixou em todos os Estados-membros exceto na Estónia, onde subiu de 6,5% para 6,9%, tendo as quebras mais representativas sido observadas em Espanha (de 19,9% para 17,1%) e na Croácia (de 13,3% para 10,6%).

Em Portugal, o desemprego diminuiu em junho para os 9,0%, face aos 11,1% homólogos e aos 9,2% de maio. O desemprego jovem foi de 18,7% nos 19 países da moeda única e de 16,7% na UE, contra 21,0% e 18,8% homólogos e 19,05 e 16,9% de maio, respetivamente.

A Alemanha registou a menor taxa de desemprego entre as pessoas com menos de 25 anos e a Grécia (45,5% em abril), a Espanha (39,2%) e a Itália (35,4%) as mais altas. O desemprego jovem foi, em junho, de 23,4%, que se compara com os 26,7% homólogos e os 23,9% de maio.

Fonte:Agência Lusa in Observador

 

Precários do Estado: 30 mil requerimentos submetidos

31 de Julho de 2017

"Os números para a administração central, directa e indirecta, estão na ordem dos 30 mil trabalhadores até aqui identificados", afirmou hoje Helena Rodrigues em conferência de imprensa realizada na sede do STE e convocada pela Frente Sindical para anunciar as propostas reivindicativas para 2018.

De acordo com a dirigente sindical, este balanço refere-se ao número de requerimentos submetidos "até ao final da semana passada" no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários da Administração Pública (PREVPAP), tanto pelos trabalhadores como pelos chefes dos serviços.

Depois de em Junho os trabalhadores precários da administração pública e do sector empresarial do Estado terem apresentado pedidos de vínculo permanente com o Estado, termina hoje o prazo para que os dirigentes de serviços proponham os precários a serem também integrados.

O processo de integração dos precários que preencham os requisitos do PREVPAP, que deverá iniciar-se no final de Outubro e que decorrerá até ao final de 2018, está a ser acompanhado por comissões de avaliação bipartidas (uma em cada ministério) com representantes dos ministros das Finanças e do Trabalho, outro do dirigente do serviço e ainda dos três sindicatos da Função Pública.

A presidente do STE considerou ainda que "o processo está a decorrer de forma um pouco lenta, mas com empenhamento das organizações sindicais" e acrescentou que "quase todos [os casos] são para regularizar".

Helena Rodrigues espera ainda, "com a entrada em funções da Assembleia da República [na próxima sessão legislativa]", poder discutir o diploma que é um pouco mais abrangente que a portaria que permitiu que os trabalhadores se candidatassem.

"Temos esperança de que algumas coisas que não estão neste momento a correr tão bem possam, em sede de Assembleia da República, vir a ser corrigidas", afirmou a sindicalista.

Fonte:Agência Lusa in Público

 

Desemprego cai para nível mais baixo em quase 9 anos

28 de julho de 2017

A taxa de desemprego baixou para os 9% em junho, o valor mais baixo em quase nove anos, de acordo com a estimativa provisória do INE, que reviu em baixa a taxa que tinha calculado para o mês de maio de 9,4% para 9,2%.

Os números relativos a junho ainda podem ser objeto de revisão no próximo mês, quando o INE publicar novos dados sobre o desemprego mensal, mas para já colocam a taxa no seu valor mais baixo desde novembro de 2008. 

De acordo com os dados, havia 462,6 mil pessoas desempregadas em junho, menos 103 mil que há um ano.

O número de pessoas empregadas aumentou mais que a redução de taxa de desemprego – quase 130 mil face aos números de junho do ano passado – o que indica não só que a taxa de desemprego está a cair através da criação de emprego e não através da redução da população ativa que serve de base a estes cálculos. Pelo contrário, a população ativa está a aumentar, o que demonstra que há desempregados que estão a voltar aos seus empregos e que há novos participantes no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego de maio foi revista em baixa, com o INE a apresentar uma taxa – agora definitiva – de 9,2%, melhor que os 9,4% que haviam estimado há um mês.

 

Saiba mais em:

Fonte:Nuno André Martins in Observador

 

Limite ao corte de 10% do subsídio de desemprego custou 1,8 milhões de euros

26 de julho de 2017

O ‘travão’ no corte de 10% nos subsídios de desemprego pagos há mais de 180 dias custou 1,8 milhões de euros no primeiro mês em vigor, segundo a síntese de execução da Segurança Social de junho.

Em junho entrou em vigor um ‘travão’ à redução de 10% aplicada aos beneficiários do subsídio de desemprego há mais de 180 dias, que impede que o subsídio de desemprego pago, depois desse corte, fique abaixo do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), atualmente em 421,32 euros.

Isto quer dizer que os desempregados que, até aqui, recebiam menos do que este valor devido ao corte passam a receber o montante equivalente ao IAS.

Segundo a síntese de execução orçamental, a Segurança Social apresentou um excedente de 1.647,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano, quase quatro vezes superior ao registado no mesmo período do ano passado.

“Para este resultado contribuiu quer o crescimento da receita efetiva, de 315,5 milhões de euros, quer a diminuição da despesa efetiva, de 103,4 milhões de euros”, lê-se na síntese de execução.

A receita efetiva aumentou 2,5% para 12.825,1 milhões de euros até junho (no mesmo período de 2016 foi de 12.509,6 milhões de euros), devido, “essencialmente, ao aumento das contribuições e quotizações em 406,1 milhões de euros (a que corresponde uma variação de 5,8%)”.

Já a despesa efetiva atingiu o montante de 11.177,4 milhões de euros, um decréscimo de 0,9% face ao período homólogo gerado, “essencialmente, pelo comportamento da despesa com pensões, cujo diferencial face a 2016 atinge o montante de 138,1 milhões, traduzindo-se numa redução de 1,9%”.

A despesa registada em junho, segundo a Segurança Social, “inclui cerca de 1,8 milhões de euros por aplicação do Decreto-Lei n.º 53-A/2017, de 31 de maio”, ou seja, a alteração legislativa que impede o pagamento da prestação social abaixo do valor do IAS.

No primeiro semestre do ano, a Segurança Social pagou 171,8 milhões de euros com Rendimento Social de Inserção (RSI), mais 8,2 milhões de euros ou 5% do que até junho de 2016, gastou 327,6 milhões de euros com abono de família (mais 10,5 milhões de euros ou 3,3%) e dispendeu 103,7 milhões de euros (mais 2 milhões de euros ou 1,9%) com Complemento Solidário para Idosos.

Por outro lado, pagou cerca de 7.007 milhões de euros em pensões e complementos, menos 138,1 milhões de euros (menos 1,9%) do que no mesmo período de 2016, que resulta, explica a Segurança Social, “da alteração do calendário de pagamento” do subsídio de Natal)”. Recorde-se que este ano, 50% do subsídio de Natal é pago em dezembro, sendo os restantes 50% pagos em duodécimos, quando no ano anterior foi pago 100% em duodécimos.

 

Fonte:Agência Lusa in Observador

 

 

Milionários portugueses estão mais ricos

26 de julho de 2017

Os 25 portugueses mais ricos são responsáveis por 10% da riqueza produzida no país e viram a sua fortuna crescer para 18,8 mil milhões de euros, de acordo com a revista Exame.

Este é o quarto ano consecutivo que as 25 maiores fortunas registam um crescimento, somando agora 18,8 mil milhões de euros, contra 15 mil milhões de euros em 2016, altura em que tinham um peso de 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

"É o maior crescimento anual dos últimos anos: neste ano, as 25 maiores fortunas cresceram quase quatro mil milhões de euros", refere a Exame, que adianta que as três maiores fortunas valem, sozinhas, quase oito mil milhões de euros, ou seja, mais mil milhões de euros que na edição anterior.

 

A família Amorim lidera a lista, sendo que, com a morte recente do empresário Américo Amorim, a fortuna passa agora para os herdeiros.

Em segundo lugar está Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, grupo que detém a rede de supermercados Pingo Doce. Soares dos Santos viu a sua fortuna aumentar em 500 milhões de euros para mais de 2,5 mil milhões de euros, graças à valorização das ações da empresa.

A Guimarães de Mello é a segunda família mais rica de Portugal e ocupa o terceiro lugar na lista, tendo a fortuna aumentado de 1,2 para 1,47 mil milhões de euros, com os investimentos no grupo José de Mello, Brisa, CUF e Efacec.

Belmiro de Azevedo, rosto do grupo Sonae, mantém o quarto lugar no 'ranking', depois de já ter sido o homem mais rico do país, sendo que "a sua fortuna bolsista cresceu mais de 150 milhões para 1,31 mil milhões de euros".

Na oitava posição consta a mulher mais rica do país, que reforçou a sua fortuna: Maria Isabel dos Santos, uma das principais acionistas da Jerónimo Martins. Com 10% da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, a acionista mantém a mesma posição que no ano passado, com uma fortuna de 664 milhões de euros.

Por sua vez, no top 10 entram Maud e Pedro Queiroz Pereira, com a subida em bolsa da Semapa.

A revista Exame faz o levantamento do património empresarial usando todas as fontes disponíveis, como relatórios e contas (de 2015 e 2016), entrevistas de gestores, 'sites' das empresas e do mercado, aplicando depois diversos critérios de avaliação, conforme as empresas em apreciação.

Segue-se a lista completa dos 'top 10' do ranking

 

Fonte: TSF com Lusa in TSF on line

 

Piloto de linha aérea uma profissão de futuro

25 de julho de 2017

Boeing diz que são precisos 637 mil pilotos até 2036

O fabricante aeronáutico Boeing prevê que sejam necessários mais 637 mil pilotos até 2036 para acompanhar o crescimento do tráfego aéreo, de acordo com um estudo divulgado esta terça-feira.

Num estudo que publica anualmente e que apresentou numa convenção em Oshkosh (Wisconsin), a Boeing refere que a região Ásia-Pacífico é a que terá mais procura de pessoal para tripulação de aviões.

Segundo estas previsões, entre 2017 e 2036 são necessários 637 mil novos pilotos para linhas comerciais, 648 mil técnicos de manutenção e 839 mil assistentes de voo.

Por áreas geográficas, são precisos nos próximos 20 anos 253 mil novos pilotos na Ásia-Pacífico, 106 mil na Europa e 117 mil na América do Norte, de acordo com o estudo.

 

Fonte:Lusa in TSF on line

 

Cursos nas áreas de tecnologias e saúde são os que têm mais saída

23 de julho de 2017

Um curso na área das Tecnologias de Informação (TI) ou da Saúde dá mais garantias de emprego, melhor salário e oportunidades de carreira do que outras especializações. Já é uma tradição dos últimos anos, que se repete ao olharmos para os dados estatísticos divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em infocursos.mec.pt, onde pode consultar a empregabilidade de todos os cursos ministrados em Portugal.

A confirmação destes números vem do lado do mercado de trabalho pela voz dos head hunters, cuja função é ‘caçar’ os melhores profissionais para satisfazer as necessidades dos empregadores. “Os diplomados funcionam como uma commodity. Nas tecnologias e na saúde, como a procura é superior à oferta, o preço dispara e a tendência vai manter-se a médio prazo”, confirma Lourenço Cumbre, senior manager da Michael Page Portugal.

“É verdade. Temos praticamente pleno emprego nas áreas informáticas”, diz Sandrine Veríssimo, diretora regional em Lisboa da Hays, apesar de não aparecerem muitas licenciaturas no top dos cursos com desemprego zero. Medicina encabeça a lista dos diplomas com maior empregabilidade, com zero desempregados. Nos mais de 20 cursos com desemprego zero ou abaixo dos 0,5%, segundo os recém-diplomados que estavam inscritos nos centros de emprego do IEFP em 2016, estão os sete mestrados integrados de Medicina que existem em Portugal nas Universidades de Lisboa, Nova, dois da Universidade do Porto, Minho, Coimbra e Beira Interior.

Mas as oportunidades na área da saúde vão muito além de Medicina e Enfermagem, esta última também com empregabilidade elevada (medida de acordo com este critério, já que há muitos enfermeiros emigrados): outras profissões ligadas a esta área estão em ascensão, como farmacêuticos, fisioterapeutas, entre outros, aponta Sandrine Veríssimo, acrescentando que “são cursos com elevadas saídas profissionais, tanto na vertente mais técnica como na de gestão”.

“É um sector que vai dar que falar a curto e médio prazo. A aposta na saúde vai ter retorno nos próximos 30 anos. Hoje é cada vez mais o hospital que vai ter com o cliente. Está tudo à mão no seu smartphone”, defende Lourenço Cumbre.

Quanto ao potencial das TI, continua a valer a certeza de que o emprego não vai faltar. “Estamos a viver a adaptabilidade das pessoas e das empresas às plataformas. O digital e o e-Commerce estão a apoderar-se de todos os negócios”, sublinha o responsável da Michael Page. A diretora da Hays sublinha ainda o impacto enorme que o digital está a ter “

 

Saiba mais em:

Fonte:Carla Castro in Expresso

 

 

Alunos na via profissional aquém da meta do Governo

22 de julho de 2017

Entre 2010 e 2015, 44% dos estudantes escolheram o ensino profissional

 

Entre os anos letivos de 2010/11 e 2014/15, o número de jovens matriculados nas vias profissionalizantes do ensino secundário aumentou em 10.151, o que representa 44% dos estudantes, divulgou esta semana o Tribunal de Contas (TC). Por um lado, o número é bastante superior aos da viragem do século, por outro, a proporção fica aquém do objetivo definido por este Governo no Plano Nacional de Reformas, de 55%, e reflete um decréscimo em relação a 2014, em que os inscritos no plano profissional eram mais do que 45% do total.

A auditoria “Utilização de dinheiros públicos (nacionais e comunitários) na formação e as necessidades do mercado de trabalho: formação profissional secundária e pós-secundária não superior”, do TC, conclui, por outro lado, que nem sempre os cursos de formação com maior número de alunos se integram nas áreas consideradas prioritárias pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP).

É preciso ajustar a oferta

Ao Expresso, a entidade informou que as ciências informáticas, a hotelaria e a restauração, os audiovisuais e a produção dos media, o comércio, a eletricidade e energia, bem como a metalurgia e a metalomecânica são as áreas com maior concentração de alunos nos cursos profissionais, de aprendizagem e de especialização tecnológica. São também estes os eixos considerados prioritários face às necessidades do mercado de trabalho. No entanto, opções como técnico de turismo ou de apoio à gestão desportiva, ou os cursos de técnicas de esteticismo-cosmetologia e de técnico especialista de tecnologia mecânica e de desenvolvimento de produtos multimédia têm prioridade baixa e receberam uma soma significativa de inscritos, entre 5% e 7%.

O TC recomenda, por isso, o “ajustamento da oferta formativa às prioridades de qualificações”. A indicação regular de áreas de interesse para as qualificações “é recente, evidenciando que o sistema de educação e formação profissional ainda se encontra numa fase inicial de adaptação da oferta formativa à evolução do emprego, limitando a análise da sua eficácia”, conclui o Tribunal de Contas.

Existe, ainda, outra “insuficiência”: é necessário acompanhar o percurso dos formandos, plano sobre o qual não existe informação consistente.

Fonte:Rute Barbedo  in Expresso

 

Emprego vai cair, prevê Bruxelas

22 de Julho de 2017

De acordo com a Comissão Europeia, para compensar o declínio do emprego, é preciso ganhar em produtividade

 

Apesar da atual euforia em relação à descida das taxas de desemprego em vários países europeus, “mais cedo ou mais tarde, o emprego vai diminuir”, avisa a Comissão Europeia (CE) na “Análise Anual do Emprego e da Situação Social na Europa” publicada esta semana. Tendo sempre as evoluções demográficas como pano de fundo, que levarão a “restrições do fornecimento de mão de obra”, o documento esclarece que, no pior dos cenários, o crescimento do emprego será negativo daqui a cinco anos. Na melhor das hipóteses, o fenómeno poderá ocorrer apenas em 2032. Para que a economia continue a crescer, a Comissão recomenda “ganhos na produtividade do trabalho” que compensem este decréscimo.

Jovens pagam “preço elevado”

Também salientado na análise está o hiato entre rendimentos, consoante a faixa etária da população ativa. “O rendimento das gerações mais novas pode ser (temporariamente) subestimado devido ao adiamento da sua entrada no mercado de trabalho. Uma questão crucial nesta perspetiva é se as gerações mais novas terão a oportunidade de acompanhar e experienciar um aumento mais rápido dos salários, ao capitalizarem um investimento sem precedentes na educação”, especifica o relatório.

Nos últimos 30 anos, o salário dos jovens entre os 18 e os 35 anos caiu para valores abaixo da média da população, ao contrário do que aconteceu com os trabalhadores mais velhos. Por esse motivo e devido às “maiores dificuldades para encontrar trabalho” e à exposição a “formas atípicas de emprego, incluindo os contratos temporários”, a CE releva o “preço particularmente elevado a pagar pelas gerações mais jovens”.

Na União Europeia foram criados 10 milhões de postos de trabalho desde 2013. “Com mais de 234 milhões de pessoas empregadas, o emprego na UE nunca registou valores tão elevados, ao mesmo tempo que o desemprego regista o seu nível mais baixo desde dezembro de 2008”, nota a Comissão. 

Fonte:Rute Barbedo in Expresso

 

 

Empresa espanhola reconhece direito a desligar o telemóvel fora do horário de trabalho

21 de Julho de 2017

A filial espanhola da multinacional francesa do sector dos seguros AXA é a primeira empresa em Espanha que reconhece, em contrato laboral, aos empregados o direito de desligarem o telemóvel fora do horário de trabalho.

“Exceptuando causa de força maior ou circunstâncias excepcionais, a AXA reconhece o direito dos trabalhadores de não responderem aos correios electrónicos ou às mensagens profissionais fora do horário de trabalho”, prevê o acordo colectivo de trabalho em vigor até 2020, assinado esta semana entre a seguradora e as Comisiones Obreras, o sindicato com maior representatividade na empresa.

Segundo um comunicado, “o novo acordo inclui a necessidade de impulsionar o direito à desconexão digital uma vez finalizada a jornada de trabalho”.

O acordo colectivo assinado é assim o primeiro de uma grande empresa em Espanha que reconhece “o direito a não estar conectado”.

França, onde está a empresa-mãe da AXA, foi o primeiro país a pôr em prática esta alteração nas leis do trabalho.

Desde 1 de Janeiro que as empresas francesas com mais de 50 trabalhadores devem ter acordos negociados com os funcionários para fixar horários de ligação ao telemóvel e à internet.

A Volkswagen, na Alemanha, foi pioneira neste nesta área, ao estabelecer que entre as 18h15 e as 7h o correio electrónico profissional deve ter o acesso bloqueado.

 

Fonte:Agência Lusa in Público

 

 

Desempregados inscritos nos centros de emprego desce 18,3% em junho

19 de julho de 2017

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego continuou a descer em junho, com menos 18,3% do que em igual mês de 2016, abrangendo 418.189 pessoas, revelou esta quarta-feira o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Segundo os dados divulgados pelo IEFP, na comparação com o mês de maio, o número de desempregados registou uma redução de 3,3%, ou seja, menos 14.085 inscritos.

A redução homóloga de 18,3% em junho (correspondente a menos 93.453 desempregados) segue-se à queda de 19,2% em maio e de 19,9% em abril, que tinha sido a maior quebra homóloga desde que há registo (1989) e colocou o desemprego registado ao nível de janeiro de 2009.

Para a diminuição do desemprego em junho face a igual mês do ano passado, contribuíram todos os grupos, com destaque para os homens (menos 20,5%), os adultos mais velhos, com idades iguais ou superiores a 25 anos (menos 17,5%), os inscritos há menos de um ano (menos 21,7%), os que procuravam novo emprego (menos 18,2%) e os que possuem como habilitação escolar o 3.º ciclo do ensino básico (menos 20,7%).

Segundo o IEFP, o desemprego afetava em junho 44.424 jovens (com menos de 25 anos), o que representa uma redução homóloga de 24% (menos 14.049 jovens) e uma quebra mensal de 6,1% (menos 2.911 jovens).

O número de desempregados de longa duração foi de 212.933 no mês de junho, diminuindo 14,7% em relação ao mês homólogo (menos 36.585 pessoas) e 2,7% em termos mensais (menos 5.893 pessoas).

A nível regional, comparando com junho de 2016, o desemprego diminuiu em todas as regiões do país, e o IEFP destaca o Algarve e o Alentejo com as descidas percentuais mais acentuadas, de respetivamente 29,6% e 20,8%. Em relação ao mês anterior, o desemprego diminuiu em todas as regiões, com o Algarve a apresentar a descida percentual mais elevada, de 13,2%.

O IEFP refere ainda 24.663 ofertas de emprego no final de junho, representando um acréscimo de 1,5% face ao mês anterior e de 12,2% na comparação com igual período de 2016.

Fonte:Agência Lusa in Observador

 

 

Suspensão dos apoios à contratação reduz ofertas de emprego em 21,4%

17 de julho de 2017

Os centros de emprego receberam no ano passado menos 31 mil ofertas de emprego, interrompendo a tendência de aumento que se verificava desde 2012. Esta redução de 21,4% em relação a 2015 ficou a dever-se, como explicou o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, à suspensão dos apoios à contratação e a uma maior dinâmica do mercado de trabalho.

O relatório sobre emprego e formação, divulgado nesta segunda-feira, pelo Centro de Relações Laborais (CRL), dá conta de 146.642 ofertas de emprego registadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), menos 31 mil do que em 2015.

Os centros de emprego receberam no ano passado menos 31 mil ofertas de emprego, interrompendo a tendência de aumento que se verificava desde 2012. Esta redução de 21,4% em relação a 2015 ficou a dever-se, como explicou o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, à suspensão dos apoios à contratação e a uma maior dinâmica do mercado de trabalho.

O relatório sobre emprego e formação, divulgado nesta segunda-feira, pelo Centro de Relações Laborais (CRL), dá conta de 146.642 ofertas de emprego registadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), menos 31 mil do que em 2015.

Para beneficiarem deste apoio, as empresas eram obrigadas a registar a vaga de emprego nos centros do IEFP, mas como esta medida esteve suspensa entre Julho do ano passado e Janeiro deste ano, isso acabou por influenciar os números globais.

Desde final de Janeiro está em vigor a medida Contrato-Emprego que é mais selectiva do que o Estímulo-Emprego e está sujeita a novas regras.

Olhando para os vários sectores, constata-se que todos, sem excepção, contribuíram para a diminuição do número total de ofertas de emprego recebidas em 2016. Isso aconteceu sobretudo nos serviços que, em termos absolutos, registaram a maior quebra (de 21.657) o que corresponde a 68,4% do valor total. A indústria e a agricultura apresentaram também decréscimos (de 20% e 24,5%), o que, em termos absolutos, corresponde a menos 7595 na área da indústria e a menos 2062 na agricultura.

Para beneficiarem deste apoio, as empresas eram obrigadas a registar a vaga de emprego nos centros do IEFP, mas como esta medida esteve suspensa entre Julho do ano passado e Janeiro deste ano, isso acabou por influenciar os números globais.

Desde final de Janeiro está em vigor a medida Contrato-Emprego que é mais selectiva do que o Estímulo-Emprego e está sujeita a novas regras.

Olhando para os vários sectores, constata-se que todos, sem excepção, contribuíram para a diminuição do número total de ofertas de emprego recebidas em 2016. Isso aconteceu sobretudo nos serviços que, em termos absolutos, registaram a maior quebra (de 21.657) o que corresponde a 68,4% do valor total. A indústria e a agricultura apresentaram também decréscimos (de 20% e 24,5%), o que, em termos absolutos, corresponde a menos 7595 na área da indústria e a menos 2062 na agricultura.

 

Saiba mais em:

Fonte:Raquel Martins in Público

 

Lei que facilita conversão de trabalho precário entra em vigor em Agosto

17 de Julho de 2017

A lei que alarga os mecanismos de protecção contra a precariedade a todas as formas de trabalho não declarado, com os falsos estágios ou o falso voluntariado, foi publicada nesta segunda-feira, em Diário da República, e entra em vigor a 1 de Agosto.

 

A lei 55/2017 “aprofunda o regime jurídico da acção especial de reconhecimento da existência de contrato de trabalho”, que agora se aplica apenas quando estão em causa falsos recibos verdes, a todas as formas de trabalho não declarado.

Assim, sempre que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) detectar indícios de que uma empresa recorre a trabalhadores precários que, na verdade, deviam ter um vínculo permanente, notifica o empregador para regularizar a situação no prazo de dez dias. Caso a empresa não o faça, a ACT envia uma participação ao Ministério Público (MP), que por sua vez instaura uma acção especial de reconhecimento da existência de um contrato de trabalho.

O MP actua automaticamente em todas as situações de falsos contratos, e será ao Ministério Público que caberá representar os interesses do trabalhador e estar presente em todas as fases do processo.

A lei prevê ainda um mecanismo de protecção dos trabalhadores contra o despedimento, enquanto a decisão não for proferida pelas instâncias judiciais.

Adicionalmente, e em linha com a jurisprudência do Tribunal Constitucional, revoga-se a possibilidade de conciliação entre o trabalhador e a empresa, antes do julgamento da acção. O objectivo é evitar que o trabalhador venha a reconhecer, por eventual pressão do empregador, que a sua situação é voluntária, inviabilizando que o processo chegue ao tribunal.

O diploma resulta de uma acção concertada entre o PS e o Bloco de Esquerda na Assembleia da República.

A Lei 63/2013 (aprovada por unanimidade no Parlamento, na sequência de uma petição pública) já estipulava uma acção especial para o reconhecimento de falsos recibos verdes, mas tanto o BE como o PS defendiam que era preciso alargar o regime a outras formas de precariedade, compromisso que foi assumido no Orçamento do Estado para 2017.

 

Fonte:Raquel Martins in Público

 

Remunerações em Portugal abaixo do nível de 2000

15 de Julho de 2017

Cortes no Estado e salários baixos no privado explicam queda. Retoma a partir de 2016

 

Portugal saiu da recessão em 2014, mas o crescimento do produto interno bruto (PIB) nestes três anos ainda não permitiu recuperar as remunerações dos trabalhadores. No ano passado, em termos reais (descontando a inflação), a remuneração média por trabalhador estava ainda quase 7% abaixo do que era em 2010, o ano imediatamente anterior à chegada da troika. Pior, era inferior ao ano 2000 e estava pouco acima do ano 1999. Isto apesar de 2016 ter sido já um ano de recuperação das remunerações com uma subida real de 0,4%. As séries das remunerações por trabalhador são publicadas pelo Banco de Portugal que as calcula através do rácio entre o total de remunerações na economia e o número de pessoas a trabalhar (ou o seu equivalente para trabalho a tempo inteiro).

Quando se olha para as remunerações no seu conjunto, e não para a média, o desempenho nestes anos de crise é ainda pior. Percebe-se facilmente porquê: houve uma redução do montante que cada empregado leva para casa e há, ao mesmo tempo, menos pessoas a trabalhar. Mesmo tendo havido uma redução da taxa de desemprego desde o pico atingido há quatro anos. E as diferenças são bastante visíveis. Enquanto a remuneração por trabalhador está 7% abaixo de 2010 em termos reais, as remunerações totais estão a perder cerca de 10%.

Fonte:João Silvestre in Expresso

 

 

Salários negociados na contratação colectiva sobem 2,9%

14 de Julho de 2017

As convenções colectivas publicadas na primeira metade de 2017 permitiram aos trabalhadores ter aumentos nominais de 2,9%. Os dados constam do relatório semestral da contratação colectiva, publicado pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) nesta quinta-feira, que revela que mais de 234 mil trabalhadores foram abrangidos por novas tabelas salariais, ou seja, 93% do total de pessoas envolvidas pelos instrumentos de regulamentação colectiva publicados entre Janeiro e Junho.

Este valor é calculado tendo em conta o aumento médio em relação à tabela salarial anterior, que depois é ponderado pelo número de trabalhadores abrangidos, e reflecte o efeito do aumento do salário mínimo nacional, que no início do ano passou de 530 para 557 euros. Se descontarmos esse efeito, o aumento nominal fica em 1,8%.

As variações nominais mais significativas registaram-se na indústria transformadora (3,4%), nas actividades administrativas (2,4%) e na administração pública (2,7%). Contudo, alerta a DGERT, estes dados têm que ser analisados com cuidado pois, tanto nas actividades administrativas como na administração pública, os aumentos dizem respeito apenas a duas convenções (Contrato colectivo dos serviços de desinfestação e aplicação de pesticidas e acordo dos bombeiros de Reguengos de Monsaraz) que têm “uma abrangência residual em termos de número de trabalhadores”.

Se descontarmos o valor da inflação, o ganho real conseguido é bastante inferior e, em média, não vai além de 1,4%. Este valor é influenciado pelo peso e pelos aumentos na indústria transformadora (1,8%) e no comércio (0,3%). Na maioria dos sectores, o ano será de “moderação salarial, assistindo-se à manutenção do poder de compra” e a DGERT assinala que em algumas áreas se regista uma evolução negativa das remunerações, em particular nos transportes e armazenagem, na educação e no alojamento e restauração.

O relatório agora publicado permite ainda concluir que a remuneração média prevista nos instrumentos de regulamentação colectiva publicados é de 675,37 euros, mais 118 euros do que o salário mínimo.

Saiba mais em:

Fonte:Raquel Martins in Público

 

 

Pensões atribuídas desde o início do ano terão acertos

14 de Julho de 2017

As pensões atribuídas este ano pela Segurança Social serão recalculadas com efeitos retroactivos desde Janeiro, de acordo com a portaria publicada nesta sexta-feira em Diário da República. O documento determina a forma como devem ser revalorizados os salários que servem de base ao cálculo das pensões.

A portaria actualiza a tabela dos coeficientes para "aplicar na actualização das remunerações registadas que servem de base de cálculo às pensões iniciadas durante o ano de 2017".

A nova tabela entra em vigor "no dia seguinte ao da sua publicação e produz efeitos de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2017", o que significa que os pensionistas receberão agora retroactivos relativamente aos valores recebidos desde o início do ano.

A legislação em vigor estipula a fórmula que deve ser aplicada à revalorização das remunerações anuais relevantes para o cálculo da remuneração de referência, e que é feita tendo por base a inflação apurada pelo Instituto Nacional de Estatística sem habitação.

Compete ao Governo determinar os valores dos coeficientes de revalorização a aplicar na actualização das remunerações registadas e que servem de base de cálculo às pensões iniciadas durante cada ano.

 

Fonte:Agência Lusa in Público

 

Liderar o mundo a partir de Portugal

04 de julho de 2017

“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.” A frase de Álvaro de Campos, um dos heterónimos do escritor Fernando Pessoa, é uma inspiração para contar as histórias de empresas portuguesas que lideram a nível mundial. Têm nelas o sonho que lhes permitiu conquistar o mundo. Assim acredita Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp. “É preciso fomentar a cultura do risco e do sonho. Primeiro a poesia, depois a economia. E o que faz as empresas nascidas em Portugal chegarem à liderança mundial são os sonhos.”

Dos exemplos mais conhecidos e de maior dimensão, como são os da Corticeira Amorim, da Navigator ou da Sovena, passando pelas tecnológicas Outsystems (desenvolvimento de soluções móveis) ou WeDo (software de garantia de receita e gestão de fraude), até casos mais surpreendentes, como os de empresas que, a partir de Portugal, conquistaram o mundo no fabrico e comercialização de botões (Louropel), chávenas de café (Cup & Saucer), mochilas de servir bebidas e snacks aos consumidores (2east), cadeiras para bicicletas (Polisport) ou fatos de banho para competição (Petratex).

Pedro Santa Clara, professor e responsável pelo projeto do novo campus da Nova SBE, destrinça os exemplos das grandes empresas, como a Sovena (azeites), a Corticeira Amorim (cortiça) ou a Navigator (papel de escritório premium) das restantes. “Estão muito ligadas a recursos naturais em que Portugal tem muita vantagem, como os olivais, a cortiça e a madeira [pasta e papel].”

Já nos casos menos conhecidos, que estão à margem dessa vantagem, “o que é notável é que atuam em ultranichos, como o fio técnico para as telas usadas na indústria da produção de papel (Filkemp) ou os caiaques (Mar Kayaks). Parece ser tudo fruto do empreendedor que entra no mercado”. Nestes sectores de ultranichos “não deve haver gigantes”. Mas nos casos das empresas tecnológicas, “essas, sim, combatem com gigantes”.

 

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Fonte: Margarida Fiúzain Expresso

 

 

Governo quer chegar aos 176 mil jovens “afastados do sistema”

25 de junho de 2017

Inclusão Estratégia para localizar jovens que não estudam, trabalham ou estão em formação é apresentada na terça-feira

 

A partir de segunda-feira, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) espera começar a ver ‘cair inscrições’ de jovens que não estudam, não trabalham nem frequentam qualquer formação no mais recente programa de combate ao desemprego. O Garantia Jovem prevê que, gradualmente, num prazo de quatro meses após o jovem sair do sistema de ensino ou do mercado de trabalho lhe seja feita uma oferta de emprego, de continuação dos estudos, de formação profissional ou de estágio, contando para isso com uma rede de 1500 parceiros, desde autarquias a associações juvenis ou instituições de solidariedade social. Maior ainda é a intenção de chegar, com esta medida, a quem não está inserido em nenhuma destas frentes mas também não procura soluções de forma ativa, os mais “afastados do sistema”.

Os chamados NEET, na sigla inglesa, correspondem a uma fatia da população que as políticas públicas não têm conseguido abranger de forma eficaz, mas que o IEFP quer agora “sinalizar”, informar, orientar e motivar a participar em ações inclusivas de educação, formação ou procura de emprego e/ou estágios, em Portugal ou no estrangeiro.

Quem são os NEET?

“É difícil dizer taxativamente quem são estes jovens”, mas as motivações para o seu “desencorajamento”, sublinhadas pelo vice-presidente do IEFP e coordenador nacional do Garantia Jovem, Paulo Feliciano, são várias e resultam numa mancha heterogénea. Genericamente, são pessoas com “baixa expectativa de encontrar emprego ou que têm um percurso de insucesso escolar”. Por outro lado, poderão viver “questões económicas difíceis” ou ter algum tipo de incapacidade que impossibilite o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

De acordo com os dados do primeiro trimestre deste ano, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Portugal existem 175.800 jovens até aos 29 anos (inclusive) que não estudam, não trabalham nem frequentam qualquer programa de formação profissional. Entre eles, 67.500 também não procuram respostas nestes domínios.

“Queremos tentar chegar a mais pessoas, mobilizá-las para participarem no Garantia Jovem. Esse é o maior problema”, afirma Paulo Feliciano, admitindo que, com as medidas implementadas até hoje, o IEFP não estava “a conseguir chegar aos NEET”. Não que não existissem algumas destas ferramentas, mas a atual estratégia reforça a sua “complementaridade”.

Para chegar aos públicos-alvo é preciso saber onde estão. De acordo com o estudo desenvolvido ao longo de 2016 (recorrendo a dados de 2015 do Labour Force Survey) em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho, a maioria dos NEET em Portugal tem entre 15 e 24 anos (58,6%), é do sexo feminino (52,1%) e integra-se nos níveis 3 e 4 da Classificação Internacional Normalizada da Educação (ensino secundário ou pós-secundário não-superior).

Ao mesmo tempo, os microdados do Inquérito ao Emprego do INE indicam que dos 47.750 jovens inativos que não se encontravam registados nos serviços públicos de emprego em 2015, mais de 14 mil sofriam de alguma doença ou invalidez, 9660 alegavam responsabilidades familiares e mais de 7500 eram considerados “jovens desencorajados”. Sabe-se também que quase metade dos NEET em Portugal tem habilitações escolares até ao 3º ciclo do Ensino Básico.

Outros dados relevantes para “o sucesso” do Garantia Jovem, como a distribuição territorial em função da escolaridade ou o mapeamento de situações de deficiência ou de debilidade social, serão apresentados nesta terça-feira, no auditório do IEFP em Xabregas, Lisboa, na presença de Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, e Gianni Rosas, especialista de políticas na área do Emprego Jovem da Organização Internacional do Trabalho.

24 na Europa, 29 em Portugal

O plano coordenado pelo IEFP contempla “um diagnóstico pormenorizado de cada jovem”, porque, nota o seu vice-presidente, esta é a forma mais eficaz para encontrar soluções à medida, que não têm necessariamente de se enquadrar nos campos da formação ou do emprego. “É difícil encontrar uma razão e uma solução únicas [para o afastamento de certos jovens do ‘sistema’]. As necessidades podem ser de natureza social, vocacional, de orientação ou de desenvolvimento pessoal”, explica Paulo Feliciano, adiantando que, por isso, as respostas no terreno poderão passar pelo reforço da autoestima ou por assistência social.

Se para o Conselho da União Europeia era preciso estabelecer uma “Garantia para a Juventude” (de acordo com a recomendação de 22 de abril de 2013), “Portugal decidiu alargar a faixa etária [de ação] até aos 29 anos [inclusive], considerando que tinha, à data, uma taxa de desemprego jovem superior à média da União Europeia”, pode ler-se no documento de apresentação da iniciativa pública.

Segundo dados do INE relativos ao primeiro trimestre deste ano, 25,1% dos jovens entre os 15 e os 24 anos encontravam-se desempregados, quando a média de desemprego jovem na zona euro é de 19,4% (era 21,6% há um ano). Os piores desempenhos neste parâmetro são o da Grécia (45,2% dos jovens estão desempregados), de Espanha (41,5%) e de Itália (35,2%).

Fonte:Rute Barbedo in Expresso

 

Beneficiários de prestações de desemprego diminuem 13,7% em maio para 200.786

20 de junho de 2017

A Segurança Social pagou prestações de desemprego a 200.786 beneficiários em maio, menos 32.061 (-13,7%) do que no período homólogo de 2016 e 10.645 (-5%) face a abril, divulgou esta terça-feira a entidade.

De acordo com os dados estatísticos divulgados pela Segurança Social, na sua página de Internet, em maio foram processadas 200.786 prestações de desemprego, número que compara com 232.847 um ano antes e com 211.431 em abril.

As prestações de desemprego incluem o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego inicial e subsequente, o prolongamento do subsídio social de desemprego e a medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração.

No final de maio, a Segurança Social contava com 1.109.597 titulares de abono de família, o que corresponde a uma quebra de 1,5% (menos 17.591) face ao período homólogo de 2016 e de -0,16% (menos 1.787) face a abril.

Por sua vez, os beneficiários de subsídio de doença ascendiam a 118.584 no mês passado, mais 6,0% do que um ano antes (+6.709), mas menos 24% que os 156.109 registados em abril último.

No que respeita aos beneficiários de prestações de parentalidade, em maio estavam contabilizados 37.010, mais 10,6% do em igual mês de 2016 (+3.569) e um recuo de 9,5% face a abril (menos 3.891).

O número de beneficiários de RSI – Rendimento Social de Inserção ascendia, no mês passado, a 209.364, um recuo de 2,0% (4.385) face a abril, e de 1,2% em termos homólogos.

Já os beneficiários de Complemento Solidário para Idosos (CSI) totalizavam 165.597, número que compara com os de abril (mais 522) e uma subida de 2,5% num ano (+4.190).

O número de pensões de velhice aumentou em maio 0,3%, em termos homólogos, para 2.033.205. Em abril, os beneficiários de pensões de velhice totalizavam 2.031.827.

No que respeita a empresas em situação de ‘lay-off’ [suspensão temporária dos contratos de trabalho), no mês passado contabilizavam-se 45, menos 16 que em abril e uma diminuição de 25 face a maio de 2016.

Fonte:Agência Lusa in Observador

 

 

Um sonho é a Google, o outro é que o trabalho não ‘engula’ a vida

17 de junho de 2017

As empresas que conseguirem garantir o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho serão, provavelmente, as primeiras a aparecer nos sonhos dos jovens portugueses. Entre novembro e abril, a consultora Universum perguntou a 8576 estudantes de 26 instituições do Ensino Superior nacionais quais os objetivos de carreira mais importantes. Mais de metade não hesitou em responder que o essencial é que o trabalho não corrompa o tempo do lazer e do ócio (ver infografia). Menos relevantes parecem ser os objetivos de liderar uma equipa ou de atingir o ‘título’ de especialista numa determinada função ou técnica.

As aspirações profissionais que movem os jovens portugueses foi outra das vertentes analisadas pela consultora no estudo anual “Os empregadores mais atrativos de Portugal”, cujos resultados foram revelados esta semana ao Expresso (a nível global, a análise centra-se nas respostas de mais de 1,2 milhões de jovens, no entanto, este dados serão apenas conhecidos a 28 de junho). A outra face do inquérito vai direta a nomes, colocando no topo da lista das organizações mais desejadas para trabalhar a tecnológica Google, tanto na perspetiva de uma carreira em engenharia como de negócios. Mas também a Apple, o Banco de Portugal, a Jerónimo Martins, o Grupo Sonae, a Microsoft, a Bosch, a Samsung ou a Volkswagen AutoEuropa espelham as ambições dos portugueses.

As perguntas (dirigidas a estudantes de Gestão, Engenharia, Humanidades, Ciências Naturais, Tecnologias de Informação, áreas da saúde e Direito) conduziram a outro dado curioso: 18% escolheram a banca como o sector em que gostariam de começar a trabalhar. Logo a seguir, surgiram a consultoria em gestão e estratégia (14%) e o turismo e atividades de lazer (13%).

Sonho? Não, inovação

Sejam futuros engenheiros ou gestores, há uma palavra que toca como um sino na cabeça da maioria dos inquiridos assim que imaginam o empregador ideal. Equipa? Sonho? Crescimento? Não. O que mais os fascina é a inovação, eventualmente influenciados pela imagem criativa e vanguardista de organizações como a Google ou a Microsoft.

De acordo com João Araújo, gestor da Universum no Reino Unido e Irlanda, “os alunos portugueses valorizam muito uma carreira internacional e um ambiente meritocrático” e uma das principais razões para isso é a possibilidade de uma carreira sem fronteiras, acredita o responsável. “Mas também é verdade que empresas internacionais trabalham a sua marca de empregador há mais tempo e têm processos globais estabelecidos para garantir que são atrativas em todos os países em que estão presentes”, contrabalança João Araújo.

Se a Google surge em primeiro lugar tanto para a área de negócios como para as engenharias, esse facto também pode dever-se à visibilidade da marca. A tecnológica “tem feito um trabalho enorme a comunicar de forma transparente como é trabalhar na empresa”, divulgando desde imagens dos escritórios à cultura organizacional, ilustra o responsável. Ainda assim, também algumas empresas nacionais parecem estar “a ganhar terreno rapidamente e têm capacidade para oferecer este tipo de carreiras internacionais, como são os casos da Jerónimo Martins ou do Grupo EDP”, que também se enquadram nas preferências dos inquiridos.

Trabalha-se melhor a reputação

Segundo João Araújo, a maior diferença observada neste estudo, em comparação à edição do ano passado, é que “agora temos empresas portuguesas a trabalhar muito bem a sua reputação como empregador”. Os destaques vão para a Jerónimo Martins, o grupo Sonae, a KPMG, o grupo Pestana, o Santander ou a Bosch, que “tiveram subidas consideráveis na sua atratividade junto dos alunos universitários portugueses”, confirma o responsável.


Fonte: Rute Barbedo in Expresso

 

Maior participação das mulheres na força de trabalho pode somar 5,3 mil milhões de euros ao PIB

15 de junho de 2017

Relatório “Perspetivas Mundiais do Emprego e da Economia Social - Tendências para as mulheres 2017”, da Organização Internacional do Trabalho, estima que reduzir em 25% o diferencial entre a participação de homens e mulheres na força de trabalho levaria a um aumento do PIB português em 2%, considerando paridades de poder de compra.

 

Em Portugal, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho é de 53,3%, ficando abaixo da dos homens, que chega aos 63,7%. Um diferencial de 10,4 pontos percentuais, com custos significativos para a economia, conclui a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no relatório "Perspetivas Mundiais do Emprego e da Economia Social - Tendências para as mulheres 2017”, publicado esta quarta-feira.

A estimativa da OIT é que uma redução deste diferencial entre homens e mulheres na participação na força de trabalho em 25% até 2025, geraria um adicional de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) português, considerando paridades de poder de compra. Ou seja, somaria ao PIB cerca de seis mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de euros), mais uma vez considerando paridades de poder de compra.

A explicação é simples: um aumento da participação das mulheres significa um incremento na força de trabalho total, gerando maior produção, mais salários na economia - com um aumento dos rendimentos das mulheres - e, também, mais impostos para os cofres públicos.

Em termos mundiais, a OIT estima que a participação dos homens na força de trabalho atinja os 76,1%, enquanto a das mulheres fica apenas nos 49,4%. Ou seja, menos de metade das mulheres no planeta participam no mercado de trabalho, podendo aceder a empregos pagos. O diferencial é de 26,7 pontos percentuais.

Ora, reduzir este diferencial em 25% até 2025 - um compromisso assumido em 2014 pelos líderes mundiais na cimeira do G20 - levaria a um aumento da força de trabalho mundial em 203,9 milhões de pessoas. Já o PIB mundial teria um empurrão de 3,9%, ou seja, 5,8 biliões de dólares (cerca de 5,2 biliões de euros) considerando paridades do poder de compra.

O Norte de África, os Estados Árabes e o Sul da Ásia veriam os maiores benefícios desta evolução, já que "nestas regiões os diferenciais nas taxas de participação de homens e mulheres excedem os 50 pontos percentuais", destaca a OIT.

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso

 

Não são 10, não são 100, não são 100.000: são 84 milhões as crianças que arriscam a vida a trabalhar

12 de junho de 2017

No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, as Nações Unidas e diversas organizações não-governamentais insistem na urgência de abolir as situações de menores a trabalhar, muitos deles em condições de escravidão.

 

Cerca de 168 milhões de crianças trabalham no mundo, das quais mais de metade faz trabalhos perigosos colocando em risco as suas vidas, segundo dados das Nações Unidas e de organizações não-governamentais.

As organizações divulgaram estes números no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, e insistem na urgência de abolir os trabalhos dos menores, muitos em condições de escravidão.

A agricultura é o setor com o maior número de crianças que exercem trabalho infantil (98 milhões), seguindo-se o setor de serviços (54 milhões) e da indústria (12 milhões).

Este ano, o alerta do dia mundial incide no impacto dos conflitos e desastres naturais no trabalho infantil.

A ONG World Vision dá como exemplo o de uma criança síria refugiada no Líbano que vende tecidos na rua para ajudar a sua família.

Os refugiados sírios que vivem na Jordânia e no Líbano não estão legalmente autorizados a trabalhar, o que os obriga a fazerem tarefas por salários muito baixos, e os seus filhos renunciam à educação para procurar trabalhos para ajudar as suas famílias.

A ONG de defesa da infância Plan International destaca que dez milhões de crianças, 67% das quais meninas, trabalham no serviço doméstico em condições de escravidão, escondidas nas vivendas dos seus empregadores sem que estas atividades possam ser controladas.

A organização recorda que em muitos países da América Latina e de África o trabalho doméstico e infantil é aceitável a nível social e cultural, pelo que pede aos Governos e aos legisladores que incluam nas suas prioridades "o objetivo de limitar o trabalho doméstico e garantir o acesso à educação".

A ONG Educo, que desenvolve projetos contra o trabalho infantil no Bangladesh, exige aos governos que cumpram com suas obrigações e compromissos estabelecidos antes de 2025, dentro dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

"A educação é a melhor solução para se lutar contra o trabalho infantil", explica esta ONG, porque ajuda as crianças a romperem o círculo de pobreza em que vivem.

A organização Comércio Justo chamou a atenção para a utilização de menores "em situações de trabalho forçado e de exploração" nos setores da alimentação e têxtil, destacando a necessidade de se conhecerem as condições de fabrico dos produtos para evitar a "violação dos direitos das crianças".

Fonte: Lusa in Expresso

 

 

Vida mais longa, pensão mais curta

03 de junho de 2017

O fator de sustentabilidade significa um corte à cabeça para todas as reformas antecipadas. Este ano, voltou a agravar-se

1. Como é que a esperança de vida está ligada ao valor da pensão?

A resposta chama-se fator de sustentabilidade. Criado em 2007, na reforma do sistema de Segurança Social promovida pelo então (e atual) ministro Vieira da Silva, no governo PS de José Sócrates, o fator de sustentabilidade associa o valor da pensão à evolução da esperança média de vida aos 65 anos. O objetivo era ajudar a proteger o sistema dos efeitos do envelhecimento populacional, já que o fator de sustentabilidade se agrava à medida que a esperança de vida aumenta. Assim, todas as reformas antecipadas passaram a ter um corte à cabeça, associado a este fator. Em 2014, o governo PSD/CDS agravou as regras de cálculo, o que levou a um aumento do corte sobre as pensões antecipadas.

2. Qual o corte aplicado às reformas antecipadas este ano?

O corte é de 13,88% sobre o valor da pensão e está a ser aplicado desde o início do ano a quem se reforma antes da idade legal de acesso à pensão, que está nos 66 anos e três meses (mas também está associada à evolução da esperança de vida, estando a aumentar ao ritmo de um mês por ano). Este valor resulta da relação entre a esperança média de vida aos 65 anos em 2000 (16,63 anos) e a registada em 2016 (19,31 anos), com o corte a ser aplicado tanto a quem se reforma antecipadamente no Estado (Caixa Geral de Aposentações) como no privado (Segurança Social). O número já tinha sido calculado com com base nas estatísticas provisórias do Instituto Nacional de Estatística (INE), em novembro. Agora, foi confirmado pelo INE.

3. O corte nas pensões vai continuar a agravar-se?

Caso as regras atualmente em vigor se mantenham, tudo indica que sim. Isto porque a esperança média de vida aos 65 anos tem vindo consecutivamente a aumentar. Sinal disso, o corte aplicado à pensão de quem se reforma este ano antes da idade legal de acesso é maior do que o que foi aplicado às reformas antecipadas que começaram a ser pagas no ano passado. Nessa altura, o corte à cabeça derivado do fator de sustentabilidade era de 13,34%. Atenção: além desta redução, quem se reforma antecipadamente tem de contar, adicionalmente, com um corte de 0,5% no valor da pensão por cada mês de antecipação em relação à idade legal de acesso à reforma. Tudo somado, há trabalhadores com cortes acima dos 50% no valor da pensão, por causa da reforma antecipada.

4. Todas as pensões de reforma são penalizadas?

O fator de sustentabilidade é aplicado apenas às reformas antecipadas, ou seja, a quem pede a pensão antes da idade legal de acesso (que atualmente está nos 66 anos e três meses). Mas a proposta do Governo para o novo regime das reformas antecipadas — que está atualmente em fase de discussão com os parceiros sociais — prevê a eliminação progressiva (ou seja, de forma faseada) deste fator. Numa primeira fase, e que se espera que entre em vigor ainda para este ano, os trabalhadores que se reformem antecipadamente, mas tenham longas carreiras contributivas — com 48 anos ou mais de descontos, ou que tenham pelo menos 46 anos de descontos e tenham começado a trabalhar antes dos 15 anos — deixarão de sofrer qualquer penalização. 

Fonte: Sónia M. Lourenço in Expresso

 

Estudo revela que Portugal é o país que mais valoriza a profissão

2 de junho de 2017

Portugal é o país onde a valorização da carreira profissional é mais importante do que a dedicação às tarefas domésticas, de acordo com um estudo feito em 20 países que será divulgado esta sexta-feira em Lisboa.

O estudo Global Home Index, desenvolvido com o apoio das Nações Unidas, visou perceber com que frequência os inquiridos se dedicam às tarefas da casa, como é feita a divisão dessas tarefas e “como se valoriza e se vive nos vários países a realidade diária do trabalho necessário para construir uma casa de família”.

Segundo o estudo, realizado pela Home Renaissance Foundation do Reino Unido, Portugal foi o país que obteve a percentagem mais elevada de valorização da carreira profissional (79% das mulheres e 67% dos homens) ‘versus’ as tarefas da casa, seguido de Itália (67% dos homens e 50% das mulheres).

Os valores mais baixos encontram-se no Quénia (36% das mulheres e 28% dos homens), adiantam as conclusões do estudo, que pretende “sensibilizar as pessoas para o valor do seu próprio trabalho como contribuição para o desenvolvimento humano”.

Os resultados do estudo, que serão apresentados pela investigadora Patricia Debeljuh, diretora do Centro de Conciliação Família e Empresa em Buenos Aires, apontam que mais de 80% de homens e mulheres entendem ser importante realizar as tarefas domésticas.

Em todos os países envolvidos no estudo são as mulheres quem gasta mais tempo nas lides domésticas, entre 14 a 23 horas semanais, enquanto os homens gastam entre seis a 17 horas. Os argentinos são os que dedicam mais tempo a estas tarefas, com as mulheres a empregar 23 horas semanais e os homens 16 horas.

Em Portugal, as mulheres dedicam 15 horas por semana a estas tarefas e os homens dez horas, refere o estudo, que aponta os italianos com os que aplicam menos horas aos trabalhos domésticos (nove horas as mulheres e seis horas os homens). Mais de metade (53%) das mulheres e 60% dos homens inquiridos entende que não dedica tempo suficiente às tarefas da casa e apenas 20% disseram distribuir as tarefas da casa pelos restantes membros da família.

As conclusões do estudo mostram que as mulheres dos 20 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Guatemala, Itália, Quénia, México, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido e Uruguai) são quem mais se ocupa diretamente da arrumação de casa, com valores entre os 20% a 49%, contra 1% a 44% dos homens.

Também são as mulheres que mais de encarregam das compras necessárias para a casa, com valores a variar entre os 39% a 85%, enquanto nos homens estes valores descem para 1% a 60%. Para a investigadora Patricia Debeljuh, “a realidade indica que as tarefas da casa são invisíveis, não quantificáveis, não entram nas contas públicas de nenhum país e estão pouco valorizadas”.

A investigação teve o apoio do Centro Walmart Conciliação Família e Empresa (CONFyE) do IAE Business School da Argentina e do Centro Cultura, Trabalho e Cuidado do INALDE Business School da Colômbia. Em Portugal, são parceiros deste estudo a BeFamily — Better Families, Better Companies e a APFN — Associação Portuguesa das Famílias Numerosas.

 

Fonte:Agência Lusa in Observador

Trabalhadoras portuguesas têm mais habilitações do que os homens, mas ganham menos

2 de junho de 2017

As mulheres trabalhadoras portuguesas têm habilitações superiores aos homens, mas ocupam sistematicamente níveis de qualificação mais baixos e têm um salário base médio inferior em 16,7%, segundo um estudo da CGTP-IN a divulgar esta sexta-feira.

Intitulado “Caracterização e dados sobre a situação atual das mulheres em Portugal”, o estudo integra o plano de ação daquela central sindical para os próximos quatro anos, a aprovar esta sexta-feira, em Lisboa, durante a 7.ª Conferência Nacional da Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens, durante a qual será ainda eleita a nova direção nacional daquela comissão.

 

Segundo as conclusões do trabalho, “as mulheres trabalhadoras têm hoje, em média, níveis de habilitação superiores aos dos seus companheiros de trabalho homens sem que exista, no entanto, correspondência em termos salariais”. “Assim, 60% do emprego total com o ensino superior é composto por mulheres e cerca de 49% com o ensino secundário ou pós-secundário também”, mas “até ao 9.º ano os homens são maioritários (57% do total)”, refere.

No que diz respeito aos salários, contudo, verifica-se que as trabalhadoras portuguesas não só “auferem salários base mais baixos do que os seus companheiros de trabalho do sexo masculino”, como “ocupam sistematicamente níveis de qualificação mais baixos quando comparadas com os trabalhadores homens na mesma situação”.

“Por exemplo, 41% dos homens trabalhadores licenciados estão classificados como quadros superiores, enquanto entre as mulheres a percentagem desce para os 29%”, sendo que “o mesmo sucede relativamente aos bacharelatos (30% face a 19%), mestrados (45,5% face a 26,9%) ou doutoramentos (73% face a 67%)”, conclui o estudo.

 

Saiba mais em:

Fonte: Agência Lusa in Observador

Subida do salário mínimo sem impacto negativo na criação de emprego, afirma Vieira da Silva

1de junho de 2017

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, considerou nesta quinta-feira que a subida do salário mínimo em 2017 não condicionou o crescimento de emprego no primeiro trimestre do ano. “Tivemos um primeiro trimestre forte ao nível da criação de emprego e não parece haver nenhuma evidência de um impacto negativo no crescimento do emprego devido ao aumento do salário mínimo”, afirmou aos jornalistas o governante, à saída de um encontro com os parceiros sociais na Comissão Permanente da Concertação Social.

“Este período [primeiro trimestre] confirma um aumento dos salários e da promoção de emprego”, reforçou Vieira da Silva. Questionado sobre se o executivo mantém a intenção de voltar a aumentar o salário mínimo nacional em 2018, para o valor de 580 euros mensais definidos no programa do Governo, o ministro do Trabalho jogou à defesa.

“O Governo não definiu ainda. São valores indicativos mas não há uma proposta final. Essa será feita daqui a uns meses, espero que mais cedo do que no ano passado”, afirmou. A saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) e o salário mínimo nacional foram os pontos hoje debatidos durante o encontro de quatro horas entre o Governo e os parceiros sociais.

Fonte:Agência Lusa in Observador

Distribuição cria mais de 9.700 empregos entre 2011 e 2015, de acordo com APED

1de junho de 2017

O setor da distribuição criou mais de 9.700 postos de trabalho entre 2011 e 2015, ano em que o setor dava emprego a um total de 110.800 pessoas, de acordo com um estudo da APED divulgado esta quinta-feira.

Segundo o estudo “As nossas pessoas – um retrato social da distribuição” elaborado pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), os mais de 9.700 empregos foram criados “num período marcado por um ciclo económico negativo”.

O estudo concluiu ainda que 72% dos colaboradores dos associados da APED tinham vínculo de efetivo no ano de 2015 e mais de metade se encontrava a trabalhar na mesma empresa há pelo menos cinco anos”.

O perfil do colaborador do setor da distribuição “tem vindo a alterar-se, tornando-se cada vez mais especializado e com maiores competências técnicas”, refere o estudo, adiantando que a aposta na formação “tem vindo a ser uma das prioridades das empresas associadas da APED que, em 2015, investiram 28 milhões de euros em formação profissional, um valor acima da média dos anteriores cinco anos”.

O investimento do setor da distribuição nos seus colaboradores “é uma das prioridades das empresas”, realçando a “importância para a construção de um setor que acrescente valor ao consumidor”, disse Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED, citada em comunicado.

 

Fonte:Agência Lusa in Observador

Cerca de 130 mil desempregados deixam de receber subsídio inferior a 421 euros em junho

1de junho de 2017

Cerca de 130 mil desempregados vão deixar de receber, a partir deste mês, um subsídio inferior a 421,32 euros, com a entrada em vigor de uma alteração legislativa que impede o pagamento da prestação social abaixo desse valor. Entra esta quinta-feira em vigor a introdução de um ‘travão’ à redução de 10% aplicada aos beneficiários do subsídio de desemprego há mais de 180 dias, que impede que o subsídio de desemprego pago fique abaixo do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), atualmente em 421,32 euros.

Isto quer dizer que os desempregados que, até aqui, recebiam menos do que este valor devido ao corte passam a receber o montante equivalente ao IAS. Segundo confirmou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social à agência Lusa, esta nova norma terá efeito já no subsídio pago em junho, beneficiando cerca de 130.000 desempregados (ou 58% do total).

Na semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, assegurou que entraria em vigor um “travão fundamental” para que não se aplique “de modo cego” o corte de 10% nos subsídios de desemprego aos beneficiários há seis meses a receber prestação, medida introduzida em 2012, pelo anterior governo PSD/CDS-PP.

Na quarta-feira, a alteração legislativa foi então publicada em Diário da República, definindo a sua entrada em vigor esta quinta-feira. “Tratando-se de uma prestação essencial para aqueles que se encontram em situação de perda involuntária de rendimentos do trabalho, afigura-se necessário introduzir nesta medida limites que assegurem o mínimo de subsistência”, defende o Governo, na alteração legislativa.

Nesse sentido, a redução de 10% no subsídio de desemprego “opera quando o seu montante mensal é de valor superior ao valor do IAS, mas desta redução não poderá resultar a atribuição de um montante mensal de valor inferior àquele indexante”. O IAS é o montante que serve de referência à Segurança Social para calcular as diversas prestações sociais e foi fixado em 421,32 euros em 2017.

 

Fonte:Agência Lusa in Observador

Rendimento universal básico? É de tentar, aconselha OCDE

24 de maio de 2017

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico considera positivo que os países experimentem a eficácia do rendimento universal básico. Quer tornar-se indispensável no trabalho?

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) considera positivo que os países experimentem a eficácia do rendimento universal básico, como a Finlândia ou a Holanda, porque o atual sistema de proteção social está a ficar obsoleto. Durante a apresentação do relatório da OCDE “O que mudaria um rendimento universal?”, Stefano Scarpetta, diretor de Emprego e Trabalho da organização, considerou que a concessão de um rendimento mensal a todos os cidadãos é “um debate importante, necessário e útil”.

Assim, experiências como a que está em curso na Finlândia, onde cerca de 2.000 desempregados recebem 560 euros por mês, são necessárias para saber o que funciona, disse. “É uma forma de compreender antes de uma aplicação a nível nacional, que é muito complicado”, sublinhou Scarpetta na sede da OCDE em Paris. Para o diretor, estas provas são pertinentes, pois o atual sistema de proteção social tem de adaptar-se a um novo modelo económico que produz menos assalariados e um aumento de trabalhadores independentes, que têm menos direitos sociais.

O documento analisa quatro países (Itália, França, Finlândia e Reino Unido), tendo como pressuposto que o rendimento universal seria aplicado a todos os adultos e menores e excluiria todos os reformados. Com esta modalidade, a conceção do rendimento universal significaria a eliminação de todas as ajudas ou prestações sociais, como o subsídio de desemprego, conservando-se apenas as ajudas à habitação e aos deficientes.

A simulação realizada pela OCDE também parte do pressuposto de que as contas estão equilibradas, fazendo com que a aplicação implicaria um aumento dos impostos, sobretudo para os mais ricos, para que o défice não aumente. Para os autores do relatório, o impacto do rendimento universal depende do sistema de proteção de cada país. Nos países onde as ajudas são robustas, casos da Finlândia e do Reino Unido, não se resolve o problema da pobreza, porque o pagamento de um rendimento universal significa uma retirada de ajudas a populações em risco. Nestes casos, a OCDE defende uma intervenção “mais centrada” em estratos vulneráveis, como os jovens que entram no mercado de trabalho. Contudo, em Itália, tal como sucederia em países com níveis de proteção parecidos como Portugal, Espanha e Grécia, o impacto do rendimento universal seria muito positivo devido à escassez de ajudas. Segundo Scarpetta, outro impacto potencialmente positivo da adoção do rendimento universal é a mudança de “comportamento” face ao mercado laboral, um assunto que interessa à Finlândia. “Neste tipo de países, que são muito generosos com o desemprego […], às vezes não compensa trabalhar”, comentou Scarpetta. Em contrapartida, com a atribuição do rendimento universal, estas pessoas poderiam estar dispostos a aceitar trabalhos que antes não pensavam, porque acumulariam salário e rendimento universal.

Fonte: in Dinheiro Vivo/Lusa

Concursos públicos: Lisboa vai penalizar empresas com precários

22 de maio de 2017

Segundo dados do Governo, existem nas autarquias e nas empresas municipais por todo o país cerca de 27 mil trabalhadores com vínculos precários, falsos recibos verdes, falsos estágios e com contratos emprego-inserção.

 A Câmara de Lisboa vai passar a discriminar positivamente as empresas fornecedoras de bens e serviços que não tenham trabalhadores precários na atribuição de contratos públicos, conta o “Diário de Notícias” esta segunda-feira. Esta revelação foi feita ao matutino pelo vereador dos Recursos Humanos e das Finanças da autarquia, João Paulo Saraiva.

A ideia “é introduzir na avaliação das propostas dos fornecedores que concorrem a um determinado procedimento da câmara o critério da percentagem de trabalhadores com vínculo permanente e/ou vínculos precários e haverá penalizações para quem tiver mais precários”, explicou.

Para além da discriminação positiva das empresas, a autarquia vai descongelar progressões nas carreiras e aumentar prémios de produtividade. Porém, estas medidas não vão avançar já nos próximos meses.

“Em breve, dentro de um mês ou dois, vamos constituir um grupo de trabalho - composto por empregadores, sindicatos e o terceiro setor - que nos vai ajudar a desenhar esta estratégia e fazer uma mudança social, comportamental e cultural sobre estas matérias”, revelou o vereador.

Questionado sobre o facto de a Câmara de Lisboa também ter trabalhadores precários, João Paulo Saraiva garantiu que a autarquia tem “muito poucos precários. Estamos a fazer o levantamento de potenciais situações de precariedade de trabalhadores a cumprir necessidades permanentes para serem integrados nos quadros. Mas dos oito mil trabalhadores da câmara devemos ter só entre dez e 20 precários”, disse.

Segundo dados do Governo, existem nas autarquias e nas empresas municipais por todo o país cerca de 27 mil trabalhadores com vínculos precários, falsos recibos verdes, falsos estágios e com contratos emprego-inserção.

Fonte: in Revista de Imprensa, Expresso

Insucesso escolar no 1.º ciclo atinge cerca de dois terços dos concelhos

22 de maio de 2017

O insucesso escolar no 1.º ciclo do ensino básico atinge cerca de dois terços (61,5%) dos concelhos portugueses e 14% das 3886 escolas públicas deste nível, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira. Um total de 541 escolas públicas do 1.º ciclo de um total de 3886 têm níveis de repetência superiores à média nacional, em todos os anos de escolaridade.

O estudo sobre retenção no 1.º ciclo em Portugal, da associação EPIS (Empresário pela Inclusão Social), foi realizado por Maria de Lurdes Rodrigues (coordenação), Isabel Alçada, João Mata e Teresa Calçada e é apresentado nesta segunda-feira em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Este projecto de investigação denominado Aprender a ler e escrever em Portugal tem como principal objectivo aprofundar o conhecimento sobre o problema do insucesso escolar nos primeiros anos de escolaridade. Uma das questões era perceber qual a incidência geográfica, social e organizacional do fenómeno do insucesso escolar nos primeiros anos de escolaridade, tendo sido identificadas 541 escolas com níveis de repetência superiores à média nacional, em todos os anos de escolaridade. Foram classificadas como “escolas do insucesso”.

Segundo os autores, a análise de dados estatísticos permitiu verificar que o insucesso não atinge de forma idêntica todas as escolas do país, não é um fenómeno disseminado, antes circunscrito, que se manifesta de forma desigual no território nacional, parecendo ser tributário das desigualdades territoriais e sociais que caracterizam a sociedade portuguesa.

Na verdade, não se regista o fenómeno da repetência em mais de 900 escolas do 1.º ciclo e cerca de quatro em cada 10 concelhos (38,5%) não têm estabelecimentos de ensino com elevado insucesso escolar. No entanto, o problema ocorre em cerca de dois terços (61,5%) das unidades concelhias de Portugal continental. Seis em cada dez "escolas do insucesso" estão em 40 concelhos, ou seja quase dois terços das escolas com elevada retenção e desistência situam-se em 14,4% do território nacional, com maior incidência no sul e menor incidência e circunscrição nos concelhos do norte.

Lisboa tem 39 "escolas de insucesso"

A título de exemplo o estudo revela que Lisboa tem 39 das 541 escolas de insucesso que representam 42% do total das suas escolas e que o Porto tem 10 escolas de insucesso que representam 20% do seu parque escolar.

Ainda segundo o estudo há também uma incidência e disseminação mais forte em concelhos do interior e de reduzida dimensão tanto no Sul como no Norte e Centro do país. Em Elvas, Beja, Silves, Crato, Serpa, Sines, Moura e Castro Marim, concelhos de interior, com baixa densidade populacional, a maioria das escolas destes concelhos são de insucesso. No Norte e Centro destacam-se os concelhos de Mirandela, Idanha a Nova, Penamacor, Sabugal, Freixo de Espada à Cinta, Vila Velha de Rodão, Vila Flor, Seia e Bragança, concelhos em que a maioria das escolas são de insucesso.

O estudo identifica ainda incidência e disseminação mais forte em alguns concelhos da periferia da cidade de Lisboa nomeadamente em Loures (45% das escolas com insucesso), Amadora (37%), Almada (37%), Setúbal (27%), o que contratas com menor incidência noutros como Vila Franca de Xira (23%), Oeiras (24%), Odivelas (20%), Cascais (17%) e Sintra (16%).

O problema do insucesso no 2.º ano de escolaridade, revela a investigação, assume proporções mais dramáticas em escolas do interior do país e da periferia da cidade de Lisboa e é tributário de desigualdades territoriais que as escolas não conseguem contrariar.

São assim escolas expostas e vulneráveis às desigualdades dos contextos territorial e social em que se inserem.

Dentro dos concelhos, sobretudo os de maior dimensão, o problema do insucesso escolas localiza-se apenas em determinadas escolas, em regra, as que prestam serviço educativo em territórios com problemas críticos.

 

Fonte: Lusa, in Público

Reabilitação precisa de 60 mil trabalhadores

21 de maio de 2017

Sector tem falta de chefes de obra, orçamentistas, carpinteiros, pedreiros e eletricistas

Ainda que não a muitos decibéis, a retoma do sector da construção já é assunto entre empresários, que têm aproveitado não só o comboio da internacionalização como o investimento estrangeiro (e o turismo) alocado à reabilitação de edifícios, um eixo que se tem feito sentir principalmente em Lisboa e no Porto. No último trimestre de 2016 registaram-se mais 16,2% de edifícios licenciados relativamente ao período homólogo do ano passado, sendo que a reabilitação contou com uma subida de 12,1%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). “Há dois anos construíram-se 6000 fogos e agora [em 2016] estamos nos 12 mil”, concretiza Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). A retoma também se fez sentir no plano do emprego. Os dados do inquérito ao emprego do INE revelaram um aumento de 6,7% do número de trabalhadores da construção no último trimestre do ano (relativamente ao período homólogo de 2015), que hoje ultrapassam os 300 mil.

Um milhão por explorar

Mas se há pelo menos um milhão de imóveis degradados no território nacional (também segundo o INE, ainda que a análise tenha recaído exclusivamente sobre as cidades de Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Leiria e Coimbra), isso significa que “temos de ser mais dinâmicos”, defende Reis Campos, lançando o enquadramento: “Se esta área representasse negócios na ordem dos €2000 milhões num ano, teríamos todo o património reabilitado mas, neste momento, vamos a metade. Lisboa e Porto têm trabalhado, mas noutras cidades não se passa nada.” Para que o sector acelere, falta sobretudo mão de obra, considera o responsável, estimando a necessidade de 60 mil trabalhadores, desde coordenadores de obra, passando por pintores, técnicos de pavimentação, pedreiros, carpinteiros, eletricistas e orçamentistas.

A crise económica que, sobretudo a partir de 2008, abalou fortemente o sector “obrigou as empresas a redimensionarem-se e a reajustarem-se, bem como a apostar na internacionalização. E um mercado global significa postos de trabalho a nível internacional”. Conclusão: “220 mil pessoas emigraram nos últimos anos e na sua maioria saíram mal do sector. Neste momento não as temos”, explica Manuel Reis Campos, garantindo que os trabalhadores atualmente em funções têm as competências necessárias para lidar com o mercado atual. “Os portugueses são reconhecidos em todo o mundo pelo seu excelente trabalho”, sublinha.

No entanto, “há muita clandestinidade nesta área; executar trabalhos sem pedidos de licenciamento é completamente ilegal e continua a acontecer”, sublinha o representante, que aponta a fuga ao Fisco e a falta de alvarás e de segurança como realidades frequentes.

Cidades do futuro

A aposta na reabilitação urbana reflete, ao mesmo tempo, uma nova forma de pensamento, menos centrada na construção de raiz e dando primazia à sustentabilidade. Os novos paradigmas, desde as ‘cidades do futuro’ às economias de baixo consumo energético, colocam a reabilitação num lugar privilegiado, inclusive ao nível de políticas públicas. Por outro lado, tendo em conta as baixas taxas de juro praticadas por alguns bancos nas soluções de poupança, “as pessoas viram na reabilitação urbana uma forma de investir de forma segura o seu dinheiro”, analisa o presidente da CPCI.

Fonte: Rute Barbedo, in Expresso

Desemprego em idade de pré-reforma pode tirar 13% à pensão

18 de maio de 2017

Nem sempre aceitar uma proposta de uma empresa para sair pouco tempo antes da reforma, mesmo com indemnização, é vantajoso para o trabalhador. Um estudo do Instituto BBVA de Pensões conclui que o impacto no valor da pensão de uma situação de desemprego em idade de pré-reforma (entre os 62 e os 66 anos) é significativo

 É uma situação comum em Portugal. Quando as empresas pretendem reduzir o número de empregados, muitas vezes apresentam planos de rescisões voluntárias dirigidos aos trabalhadores mais velhos. O argumento é claro: podem levar dinheiro para casa – da indemnização por rescisão de contrato –, ficam algum tempo no desemprego e, depois, podem reformar-se sem grande impacto no valor da pensão. Certo? Errado, demonstra um estudo do Instituto BBVA de Pensões, que analisou o impacto de quebras na carreira contributiva – com destaque para as provocadas por situações de desemprego – na pensão que o trabalhador irá receber na reforma, em Portugal e Espanha, e que é apresentado esta quinta-feira.

O estudo “On the influence of employment-breaks on pension benefits, da autoria de Jorge Bravo (professor da Nova Information Management School, da Universidade Nova de Lisboa) e José Herce (presidente do conselho de peritos do Instituto BBVA de Pensões e antigo professor da Universidade Complutense de Madrid) conclui que o impacto no valor da pensão de uma situação de desemprego em idade de pré-reforma (entre os 62 e os 66 anos) é significativo.

Fonte: Sónia M. Lourenço, in Expresso

Idade mínima de acesso aos serviços de assistência pessoal passa a ser de 16 anos

16 de maio de 2017

A idade mínima de acesso para pessoas com deficiência aos serviços de assistência pessoal passará a ser de 16 anos, em vez dos 18, disse à Lusa a secretária de Estado para a Inclusão, Ana Sofia Antunes, nesta terça-feira.

Esta alteração resulta da discussão e dos contributos recebidos durante o período de consulta pública do Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI), que decorreu entre 3 de Fevereiro e 27 de Março, para aplicação dos projectos-piloto Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI), com a duração de três anos, entre 2017 e 2020.

Segundo Ana Sofia Antunes, o objectivo da medida é "abranger alunos que estejam a terminar a escolaridade obrigatória e no processo de transição para a vida activa". "Há, todavia, de ter em consideração a escolaridade obrigatória, não devendo existir sobreposição com as actividades escolares", precisa o relatório que resultou da audição pública sobre o MAVI, divulgado nesta terça-feira.

A assistência pessoal é um serviço através do qual é dado apoio à pessoa com deficiência, desde higiene, alimentação, deslocações, apoio na formação profissional ou mediação na comunicação e destina-se a pessoas com deficiência de carácter permanente atestada com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.

Ana Sofia Antunes esclareceu que o tipo de apoio prestado será decidido entre o beneficiário e o assistente pessoal e não pelo CAVI. Outra alteração, que decorre das críticas apresentadas ao MAVI, prende-se com o alargamento de número de horas de apoio que cada beneficiário pode requerer, em função das suas necessidades específicas, que se circunscreviam a um mínimo de uma hora e um máximo de 40 horas semanais.

A secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência explicou que há casos, como pessoas tetraplégicas ou com deficiência mental profunda, que podem necessitar de mais horas de apoio. Para atender a estas necessidades, os CAVI poderão apoiar com esta medida 10% do total dos seus beneficiários, disse, sublinhando que para estas situações não há limites de horas.

Também haverá "revisões ao nível das equipas técnicas", cabendo aos aos CAVI escolher as áreas de formação dos técnicos que irão compor a equipa. "Haverá também uma bonificação para os CAVI que se candidatem e tenham na direcção da associação e na equipa técnica pessoas com deficiência e familares", avançou Ana Sofia Antunes. O objectivo "é promover a auto-determinação das pessoas com deficiência" e combater o desemprego.

Fonte: Lusa, in Público

Turismo impulsiona maior criação de emprego desde 1998

11 de maio de 2017

No espaço de doze meses, a economia portuguesa criou, entre Março de 2016 e Março de 2017, 144.800 postos de trabalho, uma subida inédita e a maior alguma vez registada desde, pelo menos, 1998. Os dados, revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmam a melhoria do desempenho do mercado de trabalho em Portugal e dão algumas pistas sobre aquilo que está a contribuir para este resultado: maior dinamismo nas actividades relacionadas com o turismo, com a contratação sem termo e os trabalhadores mais velhos a saírem privilegiados.

Depois de perdas sucessivas entre 2008 e 2013, o emprego começou a recuperar na recta final de 2013, mas nunca se tinha verificado um aumento homólogo desta dimensão.

O emprego cresceu em todos os sectores de actividade, mas foi nos serviços que se registou um aumento homólogo da população empregada: mais 111.500 pessoas, o que compara com mais 27.900 na indústria e mais 5.400 na agricultura.

O que explica este resultado tão impressionante nos serviços? Olhando com maior detalhe para este sector, são as actividades ligadas ao turismo que mais aumentam, em particular o alojamento e a restauração que registou mais 39.800 pontos de trabalho. Mas também os transportes tiveram uma subida significativa de 31.800 empregos, assim como as actividades imobiliárias que registaram mais 13.500 pessoas empregadas.

Na área da indústria, o emprego na construção teve uma subida significativa (mais 16 mil postos de trabalho), o que também pode estar relacionado com um maior dinamismo no sector do alojamento para turistas.

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Fonte: Raquel Martins e Sérgio Aníbal, in Público

Precários. Prazo para concorrer ao Estado termina a 30 de junho

11 de maio de 2017

Arranca esta quinta-feira a primeira fase de candidaturas a um contrato com vínculo permanente na administração pública. O prazo para os trabalhadores precários entregarem o requerimento termina no dia 30 de junho. Os requerimentos podem ser enviados online, preenchendo um formulário que pode ser descarregado num site criado para o programa de integração dos precários do Estado. Ou podem ser entregues diretamente nas comissões de avaliação dos respetivos serviços.

O site do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários da Administração Pública (prevpap.gov.pt) divulga um conjunto de 16 perguntas e respostas sobre o processo de candidatura que só resultará numa integração efetiva nos quadros do Estado no próximo ano.

Numa das respostas é esclarecido que quem não concorrer ou apresentar o pedido fora do prazo poderá ainda ser abrangido pelo programa por iniciativa dos dirigentes ou dos representantes sindicais que estarão nas comissões de avaliação bipartidas.

Um estudo divulgado no início do ano identificou 116 mil empregos com vínculo temporário no Estado, mas o programa que agora avança destina-se apenas aos trabalhadores da administração central e apenas para os casos em que chegue à conclusão de que o colaborador com um contrato temporário está a cumprir uma necessidade permanente.

O programa permite aos trabalhadores contestarem os pareceres das comissões de avaliação, com recurso à reclamação ou a meios contenciosos de impugnação.

Fonte: Ana Suspiro, in Observador

BPI avança com programa para a saída de cerca de 400 trabalhadores

10 de maio de 2017

O BPI vai avançar com um processo de saídas de cerca de 400 trabalhadores, oferecendo o banco 2,5 salários por cada ano de trabalho a quem aceite sair por rescisão amigável, mas sem acesso a subsídio de desemprego, segundo informação sindical.

Segundo a nota que consta no portal na Internet da federação dos sindicatos dos bancários ligados à UGT (Febase), no final de Abril, em reunião com os dirigentes sindicais, a administração do BPI comunicou que "pretendia reduzir o número de efectivos através de um programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo".

Fonte:Lusa, in Público

Desemprego desce para 10,1% no primeiro trimestre do ano, o valor mais baixo em oito anos

10 de maio de 2017

A taxa de desemprego caiu de 10,5% para 10,1% nos primeiros três meses do ano, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego caiu 2,3 pontos percentuais. Esta é a taxa mais baixa dos últimos oito anos.

Pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2011, ao número de pessoas empregadas aumentou no primeiro trimestre do ano, o que ajuda a explicar a diminuição da taxa de desemprego nos três primeiros meses do ano. De acordo com o INE, em comparação nos três primeiros meses do ano houve mais 14,5 mil pessoas a trabalhar do que no final do ano passado.

O emprego aumentou sobretudo em pessoas com contrato sem termo, empregadas no setor dos serviços, com idades entre os 45 e os 64 anos e pessoas com qualificações mais elevadas, tendo aumentado também mais entre os homens, apesar de também ter subido entre as mulheres.

As categorias não traçam um perfil exato. Cada uma destas teve as subidas mais elevadas dentro do seu grupo: tipo de contrato; grupos etários; sexo; qualificações. Mas permitem retirar algumas indicações sobre o tipo de emprego que foi criado nesta primeira parte do ano.

Um quarto da descida da taxa de desemprego é resultado não do crescimento do emprego, mas da diminuição da população ativa, que voltou a cair no primeiro trimestre do ano. De acordo com o INE, havia menos 4,8 mil pessoas consideradas para a população ativa (o número que serve de base para calcular a taxa de desemprego). Dentro deste grupo de quase cinco mil pessoas, os homens são responsáveis pela maior fatia. A taxa de atividade entre as mulheres manteve-se inalterada.

A comparação face aos três primeiros meses do ano mostra uma realidade bastante diferente. No primeiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego era de 12,4% e agora desceu para os 10,1%. Desde essa altura, há mais 144,8 mil pessoas empregadas, sendo que a população ativa cresceu apenas 28,6 mil. Ou seja, pode haver uma entrada menor de pessoas no mercado de trabalho (em termos de números globais), mas houve muitos que terão recuperado os seus empregos com a evolução da atividade económica mais favorável.

Esta é a taxa de desemprego trimestral mais baixa desde o último trimestre de 2009, altura em que a taxa de desemprego estava exatamente nos 10,1%, mas nessa altura em sentido contrário: crescia consecutivamente há ano e meio (estaria 10 trimestres consecutivos sem uma única redução).

É importante notar que o divulga também estimativas mensais para o desemprego, mas esses números são calculados para a população entre os 15 e os 74 anos e sujeitas a revisões. No caso das estimativas trimestrais, estas são calculadas para a população com 15 e mais anos

Fonte:Nuno André Martins, in Observador

99% do emprego criado no 1º trimestre foi com entradas para os quadros

9 de maio de 2017

Mais 144,8 mil pessoas empregadas e menos 116,3 mil pessoas desempregadas. São estes os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira, sobre a evolução do mercado de trabalho português no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. E não deixam margem para dúvidas: o emprego, em termos líquidos, cresceu mais do que a redução da população desempregada. A diferença, de 28,5 mil postos de trabalho, indica que, além do desemprego estar a baixar devido à criação de emprego, está-se a ir à população inativa ou a pessoas que tinham emigrado.

Nem sempre foi assim. Após o máximo histórico do desemprego em Portugal, quando no início de 2013 chegou aos 17,5%, a taxa começou a descer mas isso devia-se muito à passagem de trabalhadores para a inatividade (por deixarem de procurar ativamente um posto de trabalho) ou à emigração (saindo do país), levando à redução do desemprego medido pelo INE, sem efetiva criação de emprego. Sinal disso, em 2014, em termos médios anuais, o aumento do emprego representou pouco mais de metade (54,3%) da redução da população desempregada.

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Fonte: Sónia M. Lourenço, in Expresso

Web Summit: duas empresas nacionais relatam casos de sucesso

9 de maio de 2017

Duas das 67 startups que representaram Portugal na cimeira tecnológica Web Summit relataram à Lusa casos de sucesso: a knok healthcare está efetivar a internacionalização e a B-PARTS a celebrar a quintuplicação do seu crescimento.

Segundo José Bastos, da knok healthcare, os objetivos da participação na conferência tecnológica e de empreendedorismo de realizar contactos e formalizar investimentos foram alcançados, precisando que a empresa levantou 350 mil euros e que avança para a internacionalização.

“Como consequência do levantamento de fundos, ainda durante o primeiro semestre de 2017 conseguiremos lançar a knok em Madrid e, simultaneamente, lançar a aplicação knok 2.0, com mais serviços e uma oferta ainda mais relevante, que vai ao encontro do ‘feedback’ [retorno] que temos recebido dos nossos pacientes e dos nossos médicos”, afirmou o cofundador da aplicação.

Apresentando-se estilo ‘Uber para médicos’ e com o objetivo de melhorar o acesso a cuidados primários de saúde, a plataforma liga em tempo real doentes e médicos para “consultas pessoais, personalizadas e de elevada qualidade”.

A sua ronda ‘seed’ (ronda de investimento inicial), no valor de 350 mil euros, foi liderada pela Mustard Seed, uma empresa de capital de risco londrina. O acordo foi divulgado aquando da realização da Web Summit, que decorreu em 2016 pela primeira vez em Lisboa.

A B-PARTS, que garante ser o maior distribuidor de peças usadas da Europa, garantiu ter quintuplicado (400%) o seu crescimento em 2016.

O cofundador Luís Vieira resumiu o percurso da empresa à Lusa, relatando o início em 2014, a entrada no mercado nacional em 2015 e a internacionalização para Espanha em 2016. “O arranque comercial da B-PARTS em 2015 superou as nossas expectativas em faturação e 2016 comprovou a resiliência do modelo de negócio com um crescimento de 400%. 2017 arranca com ‘break-even’ (equilíbrio) operacional do negócio”, garantiu o responsável.

 

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Fonte: Lusa, in Observador

Construção de habitação volta a subir após 13 anos em queda

7 de maio de 2017

Nos primeiros dois meses deste ano o sector cresceu 49%. Em 2016 o aumento foi de 38%

Depois de mais de uma década em crise profunda, o sector da construção volta a levantar a cabeça, sobretudo ancorado na construção de habitação.

Em 2001 construíram-se 114 mil casas em Portugal e o sector empregava 900 mil pessoas. Daí até 2014 foi sempre a cair. Nesse ano foram colocadas no mercado 6785 casas novas —um valor historicamente baixo, nas últimas décadas — numa altura em que o emprego na área da construção já só abrangia 600 mil pessoas. Ou seja, em 13 anos foram destruídos 300 mil postos de trabalho, sobretudo a partir de 2008, quando a crise económica e financeira começou a causar estragos em larga escala, praticamente em todos os sectores de atividade.

Em 2015, com a troika já fora de Portugal, o sector dá um pequeno sinal de inversão (8219 novos fogos) e, já em 2016, chega a confirmação: a construção de habitação cresce 38% (para 11.344 casas concluídas). Mas as boas notícias não ficam por aqui. As estimativas da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) apontam para um aumento de 49% só nos dois primeiros meses de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. Outra boa notícia, segundo aquele organismo, é que só em 2016 foram criados 27 mil empregos.

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Fonte: Vitor Andrade, in Expresso

Governo destaca abertura dos parceiros sociais para igualdade de género

6 de maio de 2017

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, assumiu ao PÚBLICO a sua satisfação com “a abertura manifestada por todos os parceiros sociais” em relação às políticas para a igualdade de género no trabalho que levou à reunião da Concertação Social de anteontem

Na quinta-feira foram apresentados dois tipos de medidas: de combate à disparidade salarial entre homens e mulheres e de reforço da licença parental (aumentando para 20 dias obrigatórios a licença parental para o pai e criando licenças de 30 dias para ambos os pais cujos filhos recém-nascidos fiquem hospitalizados).

Estas medidas preenchem dois dos cinco pilares que constituem a agenda para a igualdade de género no trabalho que integra o programa do Governo. Um desses pilares está a ser trabalhado em fase de especialidade na Assembleia da República e passa por uma lei que introduz quotas mínimas por género na administração e nos órgãos sociais das empresas públicas e das cotadas em Bolsa.

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Fonte:São João Almeida, in Público

Haverá menos trabalhadores a poder antecipar reforma com novas regras

2 de maio de 2017

Com as novas regras da reforma antecipada, que nesta quinta-feira voltam à concertação social, o Governo quer facilitar a vida aos trabalhadores que começaram a descontar para a Segurança Social aos 12 ou aos 14 anos, mas ao mesmo tempo vai restringir o acesso a este regime aos restantes trabalhadores. Isso acontece por duas vias. O acesso apenas será permitido a quem aos 60 anos tenha 40 de descontos e, por outro lado, a idade mínima de 60 anos irá aumentar, acompanhando o ritmo de aumento da idade normal da reforma.

Estas medidas estão previstas no documento orientador que o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, entregou aos parceiros sociais no início de Abril e merece críticas dos sindicatos.

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Fonte:Raquel Martins, in Público

Portugal com segunda maior descida homóloga do desemprego na UE

2 de maio de 2017

Portugal teve a segunda maior descida homóloga da taxa de desemprego em março, tendo esta recuado tanto na zona euro quanto no conjunto dos 28 Estados-membros da União Europeia.

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), a taxa de desemprego, em março, foi de 9,5% na zona euro, estável face ao mês anterior, mas abaixo dos 10,2% do período homólogo, divulga o Eurostat.

Na UE, o indicador fixou-se nos 8,0%, abaixo dos 8,1% de fevereiro e dos 8,7% de março de 2016. Na comparação homóloga, a taxa de desemprego recuou em 23 Estados-membros, manteve-se estável em França e na Áustria e aumentou na Dinamarca (de 6,0% para 6,2%), na Itália (de 11,5% para 11,7%) e na Lituânia (de 8,0% para 8,1%).

Os recuos mais significativos foram registados na Croácia (de 14,0% para 11,3%), em Portugal (de 12,0% para 9,8%), em Espanha (de 20,3% para 18,2%) e na Irlanda (de 8,3% para 6,4%).

As menores taxas de desemprego observaram-se na República Checa (3,2%), na Alemanha (3,9%) e em Malta (4,1%), enquanto as mais elevadas se registaram na Grécia (23,5% em janeiro) e em Espanha (18,2%).

No que respeita ao desemprego juvenil, em março este recuou para os 19,4% na zona euro e para 17,2% na UE face, respetivamente, aos 21,3% e aos 19,1% homólogos.

A Alemanha (6,7%) registou o desemprego jovem mais baixo e a Grécia (48,0% em janeiro), a Espanha (40,5%) e a Itália (34,1%) mais elevado.

Em Portugal, a taxa de jovens com menos de 25 anos desempregados era, em março, de 9,8%, abaixo dos 12,0% homólogos e dos 9,9% de fevereiro.

Fonte:in Jornal de Notícias

Maioria dos portugueses quer UE mais ativa no desemprego

28 de abril de 2017

Portugueses consideram que luta contra o terrorismo e combate ao desemprego são as tarefas fundamentais da União Europeia

maioria dos portugueses considera insuficientes os esforços da União Europeia no combate ao desemprego, segundo um Eurobarómetro encomendado pelo Parlamento Europeu e publicado hoje. São 80% a pensar assim, ao mesmo tempo que consideram que esta é uma área prioritária de ação, a par da luta contra o terrorismo.

Em contrapartida, os europeus em geral querem uma União mais ativa no campo internacional, nomeadamente em relação aos Estados Unidos e ao mundo árabe. Uma maioria de 73% acredita mesmo que o mais adequado é uma abordagem comum da UE em relação ao Brexit, mundo árabe, Donald Trump ou à influência da Rússia e da China, de acordo com um comunicado do PE.

Uma maioria significativa dos europeus pede ainda que a UE seja mais firme na luta contra o terrorismo (80%) e desemprego (78%), na proteção do ambiente (75%) e no combate à fraude fiscal (74%).

Quanto aos portugueses, quanto ao crescimento do país, um terço (31%) acha que a crise vai durar ainda muitos anos, embora um quarto dos inquiridos (25%) sinta que “já estamos a regressar ao crescimento”.

Sobre o sentimento de pertença à UE, os portugueses são dos que menos se identificam com o “ser europeu” (45%), enquanto 97% se assume desde logo português. Mais de metade (54%) considera ser positivo pertencer à família europeia, embora a maioria (57%) se declare "não interessada" nos assuntos europeus (a média UE é de 43%).

O Eurobarómetro foi realizado entre 18 e 27 de março de 2017 através de entrevistas presenciais a 27 901 cidadãos dos 28 Estados-Membros da UE, dos quais 1 061 portugueses.

Fonte: Luísa Meireles, in Expresso

A Gulbenkian está à procura de novas ideias para ajudar refugiados

24 de abril de 2017

A Fundação Calouste Gulbenkian vai voltar a transformar uma galeria de exposições num grande laboratório tecnológico. Objetivo? Criar soluções para melhorar a vida de refugiados. A segunda edição da maratona digital (hackathon) Hack for Good vai decorrer a 24 e 25 de junho e está a procura de programadores, designers, gestores e criativos, com ideias globais e sustentáveis que ajudem a resolver os desafios que refugiados, e organizações que lhes prestam apoio, enfrentam. As inscrições estão abertas até 20 de maio.

Os desafios, aos quais os participantes terão de responder, ainda estão a ser definidos com o apoio do Alto Comissariado para as Migrações, responsável pelo plano nacional para a integração de refugiados. São questões relacionadas com educação formal e não formal, saúde, reconhecimento de diplomas e documentação que permitam a integração dos migrantes nos países de acolhimento, facilitação da integração social, cultural e económica de refugiados nas comunidades que os recebem, infraestruturas e acesso à Internet e tecnologia, por exemplo.

“Cada vez mais se percebe que as agendas locais e globais estão interligadas. Quando a Fundação lança este desafio da integração de refugiados não está só a pensar no papel das tecnologias em Portugal, mas que as soluções aqui desenvolvidas possam ter fit e potencial de utilização noutros contextos onde esta realidade é mais premente”, considerou Luís Jerónimo, gestor de projetos da Fundação Calouste Gulbenkian.”

São esperados 150 participantes de áreas como a programação, design, engenharia, gestão e outros profissionais interessados em tecnologia. Devem ser formadas equipas com três a cinco pessoas. Os vencedores vão receber 5.000 euros e os segundos classificados 2.000 euros.

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Fonte: Cristina Faria Moreira, in Observador

Há 292 mil portugueses desempregados e sem acesso a qualquer tipo de subsídio

21 de abril de 2017

Em fevereiro, a Segurança Social pagava subsídio de desemprego a 218 182 portugueses – 43% do universo assinalado pelo Instituto Nacional de Estatística

 A taxa de desemprego regressou a mínimos de 2009, o que são boas notícias para o Governo, mas ainda há muitos problemas por resolver. Mais de metade dos desempregados em Portugal – cerca 297 mil – não têm acesso a qualquer tipo de subsídio social, conta o “Diário de Notícias” esta sexta-feira.

Há dois meses o Instituto Nacional de Estatística (INE) dava conta da existência de 510,6 mil desempregados em Portugal. Em fevereiro, a Segurança Social pagava subsídio de desemprego a 218 182 pessoas - 43% do universo assinalado pelo INE.

Ao nível nacional, Porto e Lisboa são os distritos que têm o maior número de desempregados beneficiários de prestações de desemprego – com 42,5 mil e 42,4 mil, respetivamente.

Fonte: Revista de Imprensa in Expresso

Como estimular o emprego na era digital

16 de abril de 2017

Fórum para a Competitividade diz que aposta em novos modelos de ensino e requalificação são essenciais

A globalização, a economia digital e a quarta revolução industrial (Indústria 4.0) estão a alterar o paradigma na economia e na sociedade, mas a maioria dos trabalhadores portugueses ainda não se apercebeu de tal mudança. Esta é a crença (e preocupação) de gestores, economistas e professores catedráticos, que se juntaram para, a pedido do Fórum para a Competitividade, fazerem o diagnóstico e encontrarem a terapêutica possível para o problema do desemprego em Portugal (no âmbito de uma análise alargada aos sectores estratégicos e à qual o Expresso se associa). Apesar de longe do máximo recorde (que chegou a 17,7% no primeiro trimestre de 2013), a taxa de desemprego nacional mantém-se como uma das mais altas da União Europeia. E, sem medidas de fundo e que vão além dos ciclos eleitorais, dificilmente recuperará para melhores níveis, dado o défice de formação da mão-de-obra portuguesa, que continua a acentuar o desajustamento entre a oferta de qualificações existente e aquelas que as empresas procuram. Nesse sentido, o grupo de trabalho identificou várias dezenas de ações a colocar em prática para estimular o emprego, mas definiu uma dúzia de “medidas prioritárias” para fazer face aos desafios do emprego e da requalificação.

Na era do digital, uma delas passa pelo “reforço, desde o primeiro grau de ensino, da formação competente em matemática, a introdução da formação em inglês [mais à frente no documento, será também vincada a importância do francês], em literacia digital e em competências sociais básicas”. Como lembram os intervenientes, as mudanças disruptivas dos modelos de negócio da Indústria 4.0 darão origem a especializações que não existiam há meia dúzia de anos: um estudo do Fórum Económico Mundial calcula que 65% das crianças que estão agora a entrar no ensino primário terão empregos que hoje ainda não existem. Assim, como forma de combater o desemprego tecnológico, as competências dos trabalhadores terão de se orientar predominantemente para a matemática, a computação e a engenharia, “essenciais às funções da produção industrial futura”.

A integração de uma componente prática ministrada em contexto empresarial nos programas de formação (seja nas instituições académicas seja nas profissionalizantes) também é crucial.

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Fonte: Joana Madeira Pereira, in Expresso

Apoio extra vai abranger 10 mil desempregados de longa duração

11 de abril de 2017

O apoio extraordinário a desempregados de longa duração, que corresponde a 80% do subsídio social de desemprego cessado, é pago durante um máximo de seis meses apoio extraordinário a desempregados de longa duração deverá ser atribuído este ano a 10.000 beneficiários, o que custará 213 milhões euros, refere o Programa Nacional de Reformas (PNR). De acordo com o Programa, enviado pelo Governo ao Conselho Económico e Social (CES) para emissão de parecer, “o apoio pecuniário de caráter extraordinário a Desempregados de Longa Duração, em vigor desde março de 2016 e abrangendo mais de três mil beneficiários por mês”, deverá ser atribuído “a mais de 10 mil beneficiários únicos ao longo de 2017”.

“Estas volumetrias ficam abaixo do inicialmente previsto, para o que concorre a melhoria nos níveis de desemprego e a baixa adesão à medida”, diz o documento a que a agência Lusa teve acesso. O apoio extraordinário a desempregados de longa duração, que corresponde a 80% do subsídio social de desemprego cessado, é pago durante um máximo de seis meses.

Esta é uma das medidas previstas no âmbito da promoção da coesão social e da igualdade. A recuperação do rendimento disponível das famílias, é considerada uma outra vertente essencial no combate à pobreza e desigualdades. Por isso, o Programa prevê a implementação coordenada de “um conjunto de medidas de política que conjugam a recuperação e reposição de pensões e apoios que garantam os mínimos sociais aos cidadãos mais vulneráveis, com medidas de política salarial e de natureza fiscal”. Assim, foi levado a cabo o aumento do salário mínimo de 505 para 530 euros, em 2016, e para 557 euros, em 2017.

Foi reposto o mecanismo de atualização das pensões em 2016, com um aumento em 2017 para todas as pensões até 842,64 euros à taxa de inflação (+0,5%), e a perspetiva de uma atualização extraordinária, ainda este ano, para os pensionistas com pensões totais inferiores a 631,98 euros, abrangendo um total de 2,1 milhões de pensionistas.

A reposição dos salários no setor público, ao longo de 2016, e a progressiva extinção da sobretaxa, que incide sobre rendimentos do trabalho, com uma eliminação ou maior redução para os agregados familiares de menores rendimento (1.º escalão) e a substituição do regime do quociente familiar por uma dedução fixa por filho, com um concomitante aumento da dedução por dependente e ascendente deficiente, são outras das formas de recuperação de rendimentos das famílias, previstas no documento.

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Fonte: Lusa, in Expresso

Governo tem 15 milhões de euros para projetos de inovação social

7 de abril de 2017

A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa disse esta sexta-feira no Porto que Portugal dispõe de 15 milhões de euros apoiar a primeira fase do ciclo de vida dos projetos de inovação social, financiando o desenvolvimento de competências para a sua implementação.

A ministra falava na Fundação de Serralves, no Porto, na apresentação pública do instrumento Capacitação para o Investimento Social, com financiamento do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) do Portugal 2020, no âmbito da iniciativa Portugal Inovação social.

"É a primeira vez que a União Europeia usa fundos estruturais para financiar programas de inovação social. Estamos na situação de laboratório, todos estão a olhar para nós a ver se seremos ou não bem sucedidos, e vamos ser", afirmou Maria Manuel Leitão Marques.

O instrumento de financiamento Capacitação para o Investimento Social pretende apoiar o reforço das capacidades organizativas e competências de gestão das equipas diretamente envolvidas em projetos de inovação e empreendedorismo social.

Dá resposta às necessidades de capacitação específicas de cada projeto através da atribuição direta à sua entidade implementadora de um montante fixo não reembolsável, até ao montante máximo de 50 mil euros, para o financiamento do seu plano de capacitação.

Podem candidatar-se a este instrumento todos os projetos que estão já em funcionamento, à data da candidatura, desenvolvidos por entidades da economia social - cooperativas, associações mutualistas, misericórdias, fundações, outras instituições particulares de solidariedade social, associações com fins altruísticos que atuem no âmbito cultural, recreativo, do desporto e do desenvolvimento local e por fim entidades abrangidas pelos subsetores comunitário e autogestionário, integrados, nos termos da Constituição, no setor cooperativo e social.

"Imaginemos, por exemplo, uma associação que já esteja a desenvolver um projeto de reinserção social com reclusos através de produção de acessórios de moda que posteriormente coloca a venda. O programa poderá financiar ações de capacitação e de consultadoria que permitam desenvolver, por exemplo, um manual de imagem, um plano de marketing, um plano de gestão financeira para melhorar o controlo das despesas e aumentar as receitas ou um plano de angariação de financiamento para atrair investidores privados que queiram participar no crescimento deste negócio", explicou Maria Manuel Leitão Marques.

A primeira fase de candidaturas, com uma dotação de três milhões de euros, começou em março e decorre até 19 de junho, mas está prevista a abertura de mais candidaturas ainda este ano.

Os instrumentos de financiamento promovidos pela iniciativa Portugal Inovação Social visam apoiar os projetos que implementados nas regiões Norte, Centro e Alentejo (NUTS II).

A iniciativa pública Portugal Inovação Social foi criada em 2014 enquanto parte do processo de programação do Portugal 2020, com o objetivo de financiar, de forma integrada, ao longo de todo o período 2014-2020, Iniciativas de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES).

Fonte:in Jornal de Notícias

Subsídio de desemprego não poderá ser inferior a 421 euros

6 de abril de 2017

Medida foi aprovada em Conselho de Ministros, onde se decidiu ainda que os jovens à procura do primeiro emprego e os desempregados de longa duração e de muito longa duração não terão de pagar, em parte ou na totalidade, as contribuições para a segurança social

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros (CM), uma alteração ao atual regime de redução do subsídio de desemprego que obriga a que este não seja inferior ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que é de atualmente de 421,32 euros.

"Foi alterado o regime jurídico de proteção social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, através da introdução de um travão na redução aplicada, desde 2012, sobre o valor do subsídio de desemprego após 180 dias", pode ler-se no comunicado do CM. Ou seja, "a redução de 10% no montante do subsídio de desemprego quando este ultrapassa os 180 dias passa a ser aplicada apenas quando o montante mensal é de valor superior ao valor do IAS, não podendo desta redução resultar a atribuição de um montante mensal de valor inferior àquele indexante", acresenta-se ainda no mesmo documento.Para o Governo, esta alteração é essencial porque, sendo "o subsídio de desemprego uma prestação essencial para aqueles que se encontram em situação de perda involuntária de rendimentos do trabalho, esta alteração revela-se indispensável para assegurar o mínimo de subsistência".

O Conselho de Ministros aprovou ainda "o estabelecimento de incentivos à contratação de jovens à procura do primeiro emprego e de desempregados de longa duração e de muito longa duração, através de uma dispensa parcial ou isenção total do pagamento de contribuições para o regime geral de segurança social na parte relativa à entidade empregadora".

Ou seja, "é atribuída uma dispensa de 50% do pagamento da contribuição para a segurança social para os jovens à procura do primeiro emprego e para os desempregados de longa duração, por períodos de cinco e três anos respetivamente, e é atribuída uma isenção total do pagamento da contribuição para a segurança social para os desempregados de muito longa duração por um período de três anos".

Contudo, "o regime que agora se aprova" é "aplicável apenas aos contratos de trabalho sem termo" e só podem usufruir dele os jovens à procura do primeiro emprego, ou seja, com idade até aos 30 anos, inclusive, e que nunca tenham prestado a atividade ao abrigo de contrato de trabalho sem termo; os desempregados de longa duração (inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional há 12 meses ou mais) e os de muito longa duração (com 45 anos de idade ou mais e que se encontrem inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional há pelo menos 25 meses).

"Pretende-se, desta forma, fomentar uma inserção sustentável dos jovens à procura do primeiro emprego e dos desempregados de longa e de muito longa duração no mercado de trabalho, direcionando cada vez mais as políticas ativas de emprego para a criação de emprego sustentável e estável", pode ler-se no comunicado.

Fonte: Ana Baptista, in Expresso

Portugal com a segunda maior queda da taxa de desemprego na zona euro

3 de abril de 2017

A taxa de desemprego em Portugal desceu de 12,2% (em fevereiro de 2016) para 10% em fevereiro último, confirmou esta segunda-feira o Eurostat. Só em Espanha houve uma queda maior, em termos nominais, já que no país vizinho a taxa desceu de 20,5% para 18% no mesmo período comparativo.

Apesar da redução do desemprego em Portugal, para os níveis mais baixos desde 2009, o país continua a ter a quarta taxa de desemprego mais elevada da zona euro, a par de França. Olhando para a totalidade da União Europeia, Portugal tem a sexta maior taxa de desemprego.

Na média da zona euro, a taxa de desemprego caiu para 9,5%, um mínimo de oito anos. E a tendência é para o emprego continuar a acelerar, nos próximos meses, já que as perspetivas de contratação nas empresas fortaleceram-se nos últimos meses e o crescimento económico tem sido robusto”, escreve o economista Bert Colijn, do banco holandês ING.

Um dado mais preocupante é que a taxa de desemprego jovem na zona euro continua num nível elevado, em 19,4% (era 21,6% há um ano). Os piores países, neste elemento, são Grécia (45,2% dos jovens desempregados), Espanha (41,5%) e Itália (35,2%).

 

Fonte: Edgar Caetano, in Observador

Taxa de desemprego foi de 10% em fevereiro

31 de março de 2017

Em janeiro de 2017, a taxa de desemprego desceu ligeiramente para 10,1%, menos 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior e menos 0,5 pontos em relação a três meses antes. O valor representa uma revisão em baixa da estimativa provisória divulgada há um mês, de 10,2%.

Esta taxa constitui, também, o valor mais baixo desde março de 2009 (10,0%), de acordo com as estimativas divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e aproxima-se da barreira história dos dois dígitos, que pode ser quebrada se se mantiver esta tendência.

 A taxa de desemprego junto das mulheres manteve-se inalterada em 10,4%, valor superior ao da média nacional, enquanto se registou uma redução de três décimas no desemprego entre os homens. Entre a população jovem continua a evidenciar-se uma taxa de desemprego mais de duas vezes superior à que se verifica atualmente para o conjunto da população. Os dados do INE indicam que, em janeiro de 2017, 25,4% dos jovens não tinham trabalho. O número representa, ainda assim, uma ligeira redução, de 0,2 pontos percentuais, em comparação com janeiro.

A estimativa do número de desempregados do INE aponta para 518 mil pessoas, o que representa uma ligeira quebra de 0,4% em relação ao mês anterior (menos duas mil pessoas), enquanto a população empregada foi estimada em 4.605 mil pessoas, uma subida de 0,1% (mais 2,8 mil pessoas) face ao mês anterior.

Esta estimativa provisória da taxa de desemprego de fevereiro de 2017 foi de 10%. Neste mês, a estimativa provisória da população desempregada foi de 510,6 mil pessoas e a da população empregada foi de 4 610,5 mil pessoas.

Fonte:Helena Cristina Coelho, in Observador

Portugal terá menos de um milhão de jovens abaixo de 15 anos em 2055

29 de março de 2017

 A população com menos de 15 anos de idade residente em Portugal diminuirá até 2080, passando dos atuais 1,5 milhões para menos de 1 milhão de pessoas, segundo uma projeção do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O INE definiu quatro cenários de projeção da população: cenário baixo, cenário central, cenário alto e cenário sem migrações, com base em diferentes conjugações das hipóteses alternativas de evolução das componentes de evolução demográfica.

 Segundo o INE, a diminuição de 1,5 milhões para menos de um milhão de pessoas enquadra-se no cenário central. De acordo com este cenário, a população jovem ficará abaixo do limiar de 1,4 milhões já no próximo ano (1.396.366).

Em 2023, deverá estar abaixo dos 1,3 milhões (1.290.266) e sete anos depois, abaixo dos 1,2 milhões (1.191.634) e, em 2046, abaixo dos 1,1 milhões (1.090.695).

A queda para menos de um milhão de jovens em Portugal deverá acontecer em 2055 (994.294).

As projeções da população residente entre 2015-2080 têm como população de base a estimativa provisória de população residente a 31 de dezembro de 2015.

Segundo a projeção do INE, mesmo considerando, neste cenário, um aumento da fecundidade assim como uma alteração para saldos migratórios positivos, a redução de mulheres em idade fértil que se verifica desde 2003 terá inevitavelmente como resultado a diminuição do número de nascimentos e, consequentemente, da população jovem nos próximos anos.

A tendência de decréscimo da população jovem está presente nos resultados de todos os cenários de projeção considerados, podendo oscilar entre 1,3 milhões no cenário alto e 0,5 milhões no cenário baixo, em 2080.

As diferenças na evolução deste grupo etário relacionam-se sobretudo com a influência dos saldos migratórios, dos níveis de fecundidade e da conjugação de ambos, nos diferentes cenários.

Esta evolução é também transversal a todas as regiões e em todos os cenários, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve no cenário alto.

 Já relativamente à população com 65 ou mais anos, a projeção revela que poderá passar de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas, entre 2015 e 2080, no cenário central.

Contudo, o número de idosos atingirá o valor mais elevado no final da década de 40, momento a partir do qual passa a decrescer.

Esta situação, explica o INE, deve-se ao facto de entrarem nesta faixa etária gerações de menor dimensão, nascidas já num contexto de níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição das gerações.

Em 2080, a população idosa poderá atingir entre 3,3 milhões no cenário alto e 2,5 milhões de pessoas no cenário baixo.

O acréscimo mais acentuado no cenário alto resulta, sobretudo, de um maior aumento da esperança de vida considerado neste cenário.

A tendência de aumento da população idosa é transversal a todas as regiões e em qualquer dos cenários analisados, com exceção do Centro no cenário sem migrações e do Alentejo nos cenários baixo, central e sem migrações.

Esta analise como população de base a estimativa provisória de população residente a 31 de dezembro de 2015.

Segundo o INE, os resultados obtidos não devem ser entendidos como previsões, mas sim com um carater condicional uma vez que são determinados pelo volume e pela estrutura da população no momento da partida (2015) e pelos diferentes padrões de comportamento da fecundidade, da mortalidade e das migrações, estabelecidos em cada um dos cenários, ao longo do período de projeção.

 

Fonte: Agência Lusa, in Observador

Governo já tem diagnóstico para reformar mercado laboral

23 de março de 2017

É o retrato do país que trabalha e como mudou nos últimos dez anos. O resultado são 400 páginas e muitos dados estatístico que comprovam o que muitos sentiam: nos últimos anos, Portugal baixou salários, perdeu população, baixou os rendimentos salariais e fragilizou os contratos de trabalho. O mercado laboral é, hoje, muito diferente do que há uma década e até há algumas boas notícias: a produtividade aumentou ligeiramente, as responsabilidades parentais estão melhor repartidas e os direitos das mulheres grávidas estão mais protegidos. Mas, na maioria, o quadro tornou-se mais negro.

 Mas, vamos por partes. O Livro Verde sobre as Relações Laborais é um grande diagnóstico encomendado pelo atual Governo a uma equipa de investigadores, chefiada por Guilherme Dray. A ideia, diz Vieira da Silva no prefácio, é "contribuir para uma reflexão informado sobre a última década do mercado de trabalho português". E, com ele, pretende o Governo "abrir caminho a uma agenda de reforma com base no diálogo social, que é da máxima importante".

Por isso mesmo, um exemplar do livro foi, ontem, entregue a cada um dos parceiros sociais com assento no Conselho Permanente de Concertação Social, que a partir de agora terão uma palavra a dizer.

 Segundo o coordenador do trabalho, o estudo revela um País com "uma tendência paulatina, mas clara, para uma nova ordem laboral", que se traduz por contratos de trabalho "não permanentes ou de duração limitada". Quer isto dizer que, aos poucos, os contratos de trabalho estão a ser menos seguros, do ponto de vista do trabalhador, ou menos rígidos, do ponto de vista dos empregadores.

 A mudança é lenta mas persistente. Em 2015, a grande maioria dos contratos de trabalho por conta de outrem era permanente (78% no geral e 69,5% no sector privado), mas nesse mesmo ano 67,5% da população jovem encontraram trabalho com contratos não permanentes e revelando as estatísticas "uma tendência de acréscimo".

 Os indicadores de proteção laboral baixaram em Portugal, tornando-se mesmo o país no recordista da "queda do índice de proteção no emprego de trabalhadores com vínculos permanentes em caso de despedimento individual (menos 0,87 entre 2010 e 2013)". A crise, a mudança tecnológica e a globalização, tiveram resultados mensuráveis. A produtividade por hora aumentou entre 2004 e 2013, enquanto os custos unitários de trabalho registam reduções entre 2010 e 2015. O risco de pobreza entre trabalhadores também cresceu no mesmo período, atingindo 6,5% dos trabalhadores com contrato permanente e mais do dobro entre aqueles que trabalhavam com contratos mais precários.

O relatório é um longo retrato do abaixamento da conotação coletiva, do aumento do desemprego e da baixa dos apoios sociais. Mas nem tudo são más notícias. Entre 2008 e 2015 o número de homens trabalhadores que partilham a licença de parentalidade com a mãe dos seus filhos cresceu de 0,8 para 32,3%. E, se a desigualdade salarial entre homens e mulheres é, ainda uma realidade francamente favorável ao sexo masculino, há sinais de recuperação. Em 2007 a diferença salarial de género ascendia a 18,8%. Sete anos depois, baixou dois pontos percentuais.

 Fonte:Rosa Pedroso Lima, in Expresso

Jovens portugueses queixam-se de que trabalham mais e recebem menos do que os pais

21 de março de 2017

Acham que têm mais qualificações do que a anterior geração, mas que ainda assim recebem salários consideravelmente mais baixos e por mais horas de trabalho (60% a 70%). A maior parte (78%) considera que no mercado de trabalho se dá cada vez menor importância a valores e princípios. Muitos (70%) têm na situação económica uma das mais prementes preocupações — só a saúde suplanta a carteira, com 77%. Alguns (30%) assumem que adorariam ter mais filhos mas apenas se as respetivas entidades empregadoras tivessem melhores políticas de conciliação trabalho-família.

Posto isto, não é difícil perceber por que falam as conclusões do estudo, encomendado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) à Netsonda, numa “significativa falta de esperança” no futuro, por parte dos jovens portugueses.

No total foram 400 os inquiridos, através de entrevistas online, levadas a cabo no início de 2017. Todos tinham entre 20 e 40 anos, habilitações literárias da licenciatura ao doutoramento, e pelo menos um ano de experiência profissional. Só 7% estavam desempregados — e 12% admitiram acumular trabalhos de onde retiram parte significativa dos respetivos rendimentos (acima de 20% do total auferido). A maior parte (43%) afirmou receber entre 10 e 20 mil euros brutos por ano — dá entre 714 e 1.429 euros ilíquidos por mês (contas feitas a 14 meses).

O que menos preocupa os jovens portugueses? Numa perspetiva pessoal, as suas vidas espirituais ou interiores (29%) e a busca pela respetiva missão no mundo. Do ponto de vista profissional, terem de ir trabalhar para o estrangeiro (39%), ou terem escolhido um curso com poucas saídas (31%).

Fonte: Tânia Pereirinha, in Observador

Mais de 2600 desempregados usam subsídio para criar o seu emprego

9 de março de 2017

Foram aprovados mais 600 projetos com entrega parcial das prestações. Em troca, o beneficiário promete gerar o próprio trabalho

No verão de 2015, Joana Valadares e Teresa Madeira viram fechar a empresa onde trabalhavam há 20 anos. Sem trabalho, mas com vontade para iniciar um projeto próprio, procuraram opções. Acabaram por esbarrar no "montante único", o mecanismo do IEFP que entrega o subsídio de desemprego numa única prestação para que o beneficiário possa assegurar o próprio posto de trabalho. Submeteram um projeto no final desse ano e em abril conseguiram avançar. Com os dois subsídios integrais chegou a Mimobox, uma caixa surpresa que as grávidas e mães de bebés até 3 anos recebem em casa, com artigos para experimentarem, adequados à idade e características dos seus filhos.

"Já que esta possibilidade de entrega do subsídio existe, quisemos experimentar. Sem esta ferramenta, a Mimobox até poderia ter avançado, mas não tão rapidamente. Mal ficámos desempregadas, arregaçámos as mangas e fomos à luta", contou Joana Valadares ao DN/Dinheiro Vivo.

O caso das duas sócias está longe de ser o único. Em 2015, a Segurança Social processou 2740 entregas da prestação de desemprego de uma só vez; no ano passado houve outros 2673 a pedirem o subsídio antecipado para criar o seu próprio emprego.

 Saiba mais aqui

Fonte: Ana Margarida Ribeiro in Diário de Notícias

Jovens “nem-nem” podem candidatar-se a bolsa de 700 euros para montarem um negócio

23 de fevereiro de 2017

O Instituto Português do Desporto e da Juventude está a aceitar candidaturas de jovens “nem-nem” (que não estudam nem trabalham) para uma bolsa de 700 euros mensais, com a duração de um semestre. Esse dinheiro — que pode ser acrescido de 10 mil euros numa fase posterior — terá de ser aplicado para começar um negócio ou uma atividade com ou sem fins lucrativos.

As inscrições para a primeira fase de seleção para o Empreende Já estão abertas até dia 6 de março e no ano de 2017 serão aceites um total de 315 candidaturas — tantas quantas na segunda edição, que terá início em setembro de 2017.

As inscrições para a primeira fase de seleção para o Empreende Já estão abertas até dia 6 de março e no ano de 2017 serão aceites um total de 315 candidaturas — tantas quantas na segunda edição, que terá início em setembro de 2017.

 Até às 23h30 desta quinta-feira (23 de fevereiro), já tinham sido feitas 1351 registos e 71 já tinham sido aprovados. Quer isto dizer que, à altura, sobravam 244 vagas para passar à segunda fase.

A segunda fase destina-se aos 90 melhores planos de negócio entre todos os submetidos, após frequência de formação e de tutoria. Nesta segunda fase, após terem sido selecionadas, e mediante a apresentação de provas de abertura de atividade económica, as empresas podem receber um total de 10 mil euros.

As ideias apresentadas em cada candidatura podem ser elaboradas pelos concorrentes à bolsa. Da mesma forma, quem quiser recorrer a este programa também pode candidatar-se aos projetos que já estão previstos na Rede de Fomento de Negócios.

Segundo a informação disponível no site do Empreende Já, este programa destina-se a pessoas com o seguinte perfil:

  • Idade entre os 18 e os 29 anos;
  • Residentes em Portugal continental (para os Açores e para a Madeira existem já outros programas semelhantes);
  • Escolaridade obrigatória completa, de acordo com a legislação em vigor consoante na altura;
  • Não estudam, não trabalham, nem se encontram em formação;
  • Inscritos num centro de emprego;
  • Que não beneficiem de apoios de outras medidas do Plano Nacional de Implementação de uma Garantia para a Juventude.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2016, 13,2% dos cerca de 2 279 000 de jovens entre os 15 e os 34 anos que vivem em Portugal não tinham emprego nem estudavam.

Fonte:João de Almeida Dias, in Observador

“A precariedade vai moendo”: jovens adiam sonhos de terem uma vida digna

21 de fevereiro de 2017

Desapontados, desmotivados e angustiados. Passam por vários empregos e aquilo que era suposto ser uma condição temporária torna-se permanente. Adiam sonhos, decisões e compromissos. Comprar uma casa ou ter filhos fica para mais tarde. A incerteza é a única certeza. Os “millennials”, que já tantas vezes foram definidos como a geração melhor preparada, “correm o risco, se nada mudar, de ser também a mais desperdiçada de sempre”

 Há os estágios, os contratos a termo, os recibos verdes, os trabalhos temporários, os part-times, as bolsas de investigação… A precariedade assume inúmeras formas e os jovens são aqueles com maior probabilidade de cair nestas situações. A geração que hoje está na casa dos 20 a 30 anos vê o fenómeno persistir, tornando-se quase um modo de vida, que não afeta apenas o trabalho e que influencia a maneira como o presente é vivido e a relação com o futuro. Esta é uma das conclusões da investigação conduzida pelo Observatório das Desigualdades e que, esta terça-feira, é apresentado no colóquio “Desigualdades e Precariedade: dos diagnósticos às políticas com futuro”.

 “ [A precariedade] É uma situação dominante. Estar desempregado, estar precário, a estagiar e por aí adiante, passou a ser a regra. Atualmente, a exceção é encontrar um jovem que esteja numa situação contratual estável e que tenha a ideia de ter uma carreira”, considera Renato do Carmo, que assina juntamente com Ana Matias a análise “A precariedade como modo de vida: jovens em risco de uma crise existencial”.

Em causa não estão apenas as situações contratuais atípicas, os benefícios sociais limitados, a insegurança profissional ou baixos salários. Há uma dimensão subjetiva associada sobretudo à definição de planos de vida e de futuro. Apesar de quase toda a gente conhecer alguém nestas circunstâncias, diz o investigador e diretor do Observatório das Desigualdades, as consequências que estas acarretam são pouco faladas.

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Fonte: Marta Goncalves, in Expresso

Relatório OXFAM: uma economia para os 99%

14 de Fevereiro de 2017

Apenas 8 pessoas detêm património equivalente a mais de metade da população mundial


No relatório recente publicado em Janeiro último pela OXFAM sobre a situação atual das desigualdades no mundo, conclui-se que: “novas estimativas indicam que o património de apenas oito homens é igual ao de metade mais pobre do mundo”.

O presente relatório relembra a preocupação geral em torno das desigualdades, identifica as causas para a mesma, os argumentos que sustentam as desigualdades e aponta potenciais vias para reverter a atual situação.

Em 2012, no Fórum Económico Mundial, o aumento da desigualdade económica foi apontado como uma grande ameaça à estabilidade social, mais tarde, o Banco Mundial vinculou como objetivo erradicar a pobreza e a necessidade de promover uma prosperidade partilhada. Já em 2016, Barack Obama no seu discurso de despedida na Assembleia Geral da ONU referiu que “um mundo no qual 1% da população controla a riqueza equivalente à dos restantes 99% nunca será estável”. Perante este cenário, o relatório aponta como efeito do não combate à desigualdade a possibilidade de desintegração das sociedades, o aumento da criminalidade e a falta de esperança.

Como causas para a desigualdade, foram identificadas alguns factos, como as empresas estão atualmente a trabalhar para os mais ricos, onde segundo estimativas da Oxfam, as 10 maiores empresas mundiais tiverem entre 2015 e 2016, tantos lucros como o equivalente ao PIB de 180 países. Outro fator que explica o nível de desigualdade verificado prende-se com o facto de serem sacrificados os trabalhadores e os fornecedores, onde por exemplo, na India, o diretor executivo da maior empresa de informática recebe 416 vezes mais do que a média dos funcionários. A evasão fiscal é outro fator apontado. O super-capitalismo dos acionistas também contribui para o aumento das desigualdades, onde no Reino Unido, em 1070, 10% dos lucros eram distribuídos pelos acionistas, e em 2016 essa percentagem passou para os 70%. Os lobbies, ou capitalismo de camaradagem ajuda a justificar a desigualdade, principalmente pela via da manutenção destas posições privilegiadas, mantendo influência nas regulações e políticas públicas nacionais e internacionais. O papel dos super-ricos na crise das desigualdades e ainda a competição entre países para a atração de investimento criando benefícios fiscais são ainda apontados como causas para as desigualdades existentes.

São expostos no relatório 6 argumentos/premissas teóricas que alimentam e impulsionam a economia pensada para os 1% mais ricos. A lista das seis falsas premissas é a seguinte:

O mercado está sempre certo e o papel dos Governos deve ser minimizado;
As empresas precisam de maximizar os seus lucros e retornos para os acionistas a todo o custo;
A riqueza individual extrema é benéfica e um sinal de sucesso, e a desigualdade não é relevante;
O crescimento do PIB deve ser o principal objetivo da formulação de políticas;
O nosso modelo económico é neutro em relação ao género;
Os recursos do nosso planeta são ilimitados;

Para sustentar esta lista de argumentos, a Oxfam no relatório destaca três intervenções, Robert Kennedy, em 1968 afirmou que “O PIB mede tudo, exceto o que faz a vida valer a pena”, já a declaração da responsabilidade do FMI – Fundo Monetário Internacional diz que “Em vez de gerar crescimentos, algumas políticas neoliberais aumentam a desigualdade, colocando em risco uma expansão duradoura”, por fim Charlotte Perkin Gillman afirma que “É impossível melhorar o mundo com tantas pessoas mantidas no fundo”.

Ainda no relatório, são apontados oito bases sólidas de construção de uma economia humana:

Os Governos trabalharem para os 99%;
Os Governos cooperarem, ao invés de competirem;
As empresas trabalharem em beneficio de todos;
A extrema riqueza será eliminada para que a extrema pobreza possa ser erradicada;
A economia funcionar a favor de homens e mulheres igualmente;
A tecnologia ser colocada ao serviço dos 99%;
A economia ser movida por energias renováveis sustentáveis;
O que realmente importa ser valorizado e mensurado.

É ainda, nesta matéria, deixado um aviso pelo relatório, que devemos e podemos construir uma economia humana antes que seja tarde demais.
 
Fonte: Observatório das Desigualdades

Valor máximo do subsídio de desemprego sobe para 1053 euros

14 de Fevereiro de 2017

Subida deve-se à actualização do indexante de apoios sociais. Valor mínimo passa a ser de 421,32 euros.


Os limites mínimo e máximo do subsídio de desemprego vão ser actualizados já em Janeiro, por causa da subida do Indexante de Apoios Sociais (IAS). O valor mínimo do subsídio passa de 419,22 para 421,32 euros (valor equivalente a um IAS), enquanto o subsídio máximo sobe de 1048,05 para 1053,3 euros (2,5 IAS).
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Depois de ter estado congelado nos últimos sete anos, em Janeiro de 2017 o IAS aumenta 0,5% (de 419,22 para 421,32 euros), uma subida que se reflecte no valor e nas condições de atribuição de vários apoios e prestações sociais. O subsídio de desemprego é uma delas.

Provedor de Justiça quer limites à redução do subsídio de desemprego
O valor mínimo do subsídio aumenta 2,1 euros, enquanto o valor máximo tem uma subida de 5,25 euros. Porém, os desempregados só recebem o valor máximo nos primeiros seis meses de subsídio, dado que, passado esse tempo, a lei determina um corte de 10% no valor da prestação.
A atribuição do subsídio social de desemprego também depende do IAS, assim como o seu valor mensal. Têm direito à prestação os desempregados que não reúnem as condições para receber o subsídio de desemprego ou que esgotaram o período de atribuição, desde que o rendimento do agregado familiar, por pessoa, seja inferior a 80% do IAS. Ou seja, com a actualização do indexante, este limite sobe de 335,4 para 337,1 euros.

Por outro lado, o valor da prestação também é alterado: quem vive sozinho passa a receber 337,1 euros (80% do IAS) e quem está integrado num agregado familiar recebe 421,32 euros (o valor correspondente a um IAS).

De acordo com os dados mais recentes, 225.503 pessoas recebiam prestações de desemprego em Novembro do ano passado e o valor médio do subsídio era de 450,46 euros mensais.

Além das prestações de desemprego, são afectadas pela actualização do IAS os escalões de rendimentos que são tidos em conta para calcular quem tem direito a abono de família ou a isenção de taxas moderadoras, assim como os escalões de actualização das pensões.

Actualização do RSI abrange quem já está a receber
O Rendimento Social de Inserção (RSI) está também ligado ao IAS, tendo o Governo decidido que o seu valor passa a corresponder a 43,634% do valor do indexante.

De acordo com uma portaria publicada nesta terça-feira, o valor de referência do RSI passa a ser de 183,84 euros durante o corrente ano (mais 2,85 euros do que no ano passado), repondo-se assim 25% do corte que tinha sido efectuado nesta prestação em 2012. No Esta medida, somada à actualização feita em 2016, permite recuperar metade da redução feita durante o período da troika, “prosseguindo a política de aumento dos rendimentos das famílias em situação de pobreza”.

A portaria contém uma norma transitória que aplica o novo valor de referência às prestações em pagamento e aos requerimentos que estão à espera de decisão. Na prática, as prestações serão recalculadas com base no valor agora actualizado.

O valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) também é aumentado (0,5%) fixando-se em 5084,30 euros por ano e 423,69 euros por mês. Em 2016, o valor situava-se nos 5059,00 anuais, ou seja 421,58 euros por mês. 
 
Fonte: Raquel Martins, in iOnline

Finlândia paga salários para baixar desemprego

14 de Fevereiro de 2017

Medida, que a Holanda também quer testar e que a Suíça rejeitou em referendo, faz parte de um pacote do Governo de Juha Sipila para baixar o desemprego. Cada um dos 2.000 finlandeses vai receber 560 euros livres de impostos e contrapartidas


Dois mil finlandeses vão receber do Estado 560€ por mês sem contrapartidas, isentos de impostos e sem qualquer controlo. Os cidadãos selecionados aleatoriamente entre desempregados são os primeiros de um programa que vai testar o Rendimento Básico Incondicional (RBI).
A medida, que a Holanda também quer testar e que a Suíça rejeitou num referendo, faz parte de um pacote do Governo de Juha Sipila para baixar o desemprego.

Os cidadãos vão receber a quantia durante dois anos, mesmo que encontrem um trabalho fixo.

O Executivo quer, assim, incentivar alguns desempregados a aceitar trabalhos pouco convencionais, a experimentar empregos fora da sua área profissional ou outros em part-time, sem o risco de perder os benefícios sociais (no país é comum que os desempregados rejeitem trabalhos de baixos salários ou a prazo, para não perderem direito ao subsídio de desemprego).

Segundo o The Guardian, os 560€ serão, no entanto, deduzidos do total de que já beneficiam.

Olli Kangas, da agência governamental que controla os benefícios sociais – a KELA -, diz que esta vai ser uma experiência interessante que vai testar os comportamentos das pessoas.

É muito interessante ver como as pessoas vão comportar-se. Será que [o subsídio] vai levá-los a experimentar outros trabalhos? Ou, como alguns críticos receiam, torná-los mais preguiçosos por saberem que vão receber sem fazer nada?”, afirmou, ao The Guardian.

A media poderá, mais tarde, ser alargada a outros finlandeses com rendimentos baixos, como freelancers, trabalhadores em part-time ou por conta própria.

A quantia “garantida” não se assemelha, no entanto, ao salário médio do setor privado do país, que se situa nos 3.500€ por mês.
 

Fonte: TVI24

 

Inovação social: a nova forma de resolver problemas difíceis

17 de Fevereiro de 2017

Nos últimos anos, Portugal tem apostado na inovação social - sobretudo ao nível das empresas, das autarquias e do chamado terceiro sector - para resolver problemas que já não têm solução fácil através dos mecanismos tradicionais. Os subsídios não são a única resposta possível para a pobreza, o desemprego, a exclusão social ou o insucesso escolar, e é por isso que, até 2020, o Governo pretende investir 150 milhões de euros (fundos estruturais) para financiar estas soluções inovadoras, sem pôr em causa a função social do Estado. 


Entre os exemplos de inovação que o Governo tem dado nas iniciativas organizadas sobre esta matéria há pelo menos cinco que vale a pena conhecer. 

Um deles é a Academia de Código Junior, nascida em 2013, que tem como objectivo melhorar o sucesso escolar dos alunos do ensino básico, através da aprendizagem de programação informática. Além de alunos, esta empresa social também dá apoio a desempregados. É o primeiro título português de impacto social em Portugal (os títulos são uma espécie de acções negociadas numa bolsa especial, a Bolsa de Valores Sociais). 

Outro é a plataforma digital Patiente Innovation que pretende criar uma rede de partilha à escala global em que os pacientes, e não só, partilham entre si inovações no tratamento de doenças raras. 

A Speak é mais um dos exemplos de inovação social que o Governo elogia. Em 2015, venceu o Big Impact Award por ter desenvolvido um modelo de inclusão de imigrantes através do ensino de línguas e cultura em cidades por todo o país. 

Do Porto vem outra boa prática. Trata-se de Mundo a Sorrir (MaS), uma organização não-governamental criada por um jovem dentista do Porto que trabalha na área da prevenção e tratamento da saúde oral para jovens oriundos de situações económicas desfavorecidas. A MaS também tem protocolos com escolas e venceu o prémio de empreendedorismo social do INSEAD em 2014. 

Finalmente, o quinto projecto merecedor de destaque (até mundial) chama-se ColorAdd e implicou a criação de uma espécie de código universal que transforma cores em símbolos, facilitando a inclusão social de daltónicos. 
 
Fonte: 
Sónia Sapage, in Público on-line

Estado exige aviso de saída do país a desempregados

27 de Dezembro de 2016

Constitucionalistas questionam legalidade de os desempregados terem de comunicar ausências aos centros de emprego

Ana não tem boas recordações de 2016. Ficou desempregada. Neste final de ano admitiu ir passar o Natal com o filho, emigrado em Londres e impossibilitado de vir a Portugal. Foram os custos que a fizeram mudar de ideias, mas pelo caminho teve uma surpresa desagradável: percebeu que não se pode ausentar do país sem dar conhecimento ao centro de emprego.

De acordo com a lei, durante o "período de concessão das prestações de desemprego os beneficiários devem comunicar ao centro de desemprego" o "período de ausência do território nacional", o que deve ser feito no prazo de cinco dias "a contar da data da ocorrência". O diploma não distingue períodos curtos ou de longa duração, pelo que abrange qualquer saída, independentemente da duração ou de se tratar de uma deslocação sem motivação laboral (questão diferente é se a deslocação for expressamente para a procura de emprego no estrangeiro, o que exige regras adicionais, nomeadamente de comunicação no país de chegada). A justificação apresentada para esta medida é que, dando conhecimento da ausência ao centro de emprego, o desempregado não receberá nenhuma convocatória para esses dias.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Susete Francisco in Diário de Notícias

INE procura entrevistadores em part-time

26 de Dezembro de 2016

O INE necessita de pessoas com disponibilidade para trabalhar algumas horas por dia (sábados incluídos) e está a recrutar entrevistadores para zonas específicas do país. Os interessados poderão entregar a sua candidatura até 13 de janeiro e terão por missão reunir informação para a edição de 2017 do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR). Para já são necessários 17 entrevistadores, sendo que mais de metade (9) terão por missão recolher aquela informação na Ilha da Madeira. Além destes, o INE necessita ainda de dois entrevistadores para fazerem recolha de informação nas zonas de Loulé e Quarteira e a mesma quantidade para as ilhas de S. Miguel e Terceira.

Fonte: Lucília Tiago in Dinheiro Vivo

128 mil portugueses recuperaram emprego

26 de Dezembro de 2016

Ao longo de 2016 o país assistiu a um recuo do número de pessoas sem trabalho.

A taxa de desemprego de 10,5% registada no terceiro trimestre deste ano é a mais baixa desde o início de 2011 e os 22,9% de desempregados que nesse período transitaram para um emprego correspondem também ao segundo valor mais elevado destes últimos cinco anos, apenas superado entre abril e junho de 2015.

Recuemos ao início de 2011. Portugal preparava-se para mergulhar numa profunda crise e para cumprir um programa de ajustamento financeiro. Por essa altura, a taxa de desemprego estava nos 12,4% e o universo de desempregados era composto por 673,2 mil pessoas. Também por essa altura o Instituto Nacional de Estatística assinalava que 21,9% dos que estavam sem emprego no final de 2010 reentraram no mercado de trabalho nos primeiros três meses de 2011. Essa taxa seria ultrapassada pela primeira vez no segundo trimestre de 2015 e novamente em abril deste ano.

 

Saiba mais aqui:

Fonte: Lucília Tiago in Jornal de Notícias

Famílias mais ricas começam a ser mais controladas em janeiro

23 de Dezembro de 2016

Controlo apertado da Unidade de Grandes Contribuintes a singulares foi anunciado em abril. Fiscalização efetiva arranca no início de 2017

A Unidade de Grandes Contribuintes, que já fiscaliza de perto as grandes empresas, vai começar em janeiro a fiscalizar, também, os contribuintes singulares (famílias ou pessoas) com elevados rendimentos ou património.

A medida está anunciada pelo governo desde o final de abril e logo em maio foram publicados em Diário da República os critérios de quem passaria a ser acompanhado por esta Unidade que funciona na Autoridade Tributária.

Em causa estão não apenas as pessoas singulares com rendimentos anuais acima dos 750 mil euros, mas também aquelas que detenham de forma direta ou indireta (ou sejam beneficiários) de património de valor superior a 5 milhões de euros, bem como contribuintes singulares com manifestações de fortuna compatíveis com os rendimentos ou património antes referidos.

Saiba mais aqui:

Fonte: Nuno Guedes in TSF on-line

Salário mínimo aumenta para 557 euros

22 de Dezembro de 2016

A concertação social chegou a acordo para aumentar o salário mínimo nacional dos 535 para os 557 euros. Em contrapartida, a TSU para as empresas baixa 1,25 pontos percentuais.

O anúncio foi feito por António Saraiva, presidente da CIP, à saída da reunião da concertação social.

O aumento do salário mínimo entra em vigor no início de janeiro e vai abranger cerca de 600 mil trabalhadores. Como contrapartida, as empresas veem a Taxa Social Única descer 1,25%.

Atualmente, o salário mínimo nacional é de 530 euros, sendo o compromisso assumido pelo Governo de chegar aos 600 euros em 2019, que deverá ser o último ano da legislatura, caso o calendário eleitoral decorra normalmente.

De acordo com o terceiro relatório sobre o impacto da subida do salário mínimo, apresentado pelo Governo aos parceiros sociais, em setembro deste ano, cerca de 21% dos trabalhadores em Portugal, ou seja, 648 mil, recebiam o salário mínimo nacional.

Quanto à taxa social única (TSU), este é o valor que as empresas e trabalhadores descontam mensalmente para a Segurança Social.

A taxa paga pelas empresas desce 1,25 pontos percentuais para 22,5% (atualmente é de 23,75%), sendo a descida das contribuições pagas pelas empresas uma contrapartida por as entidades patronais terem mais gastos com o salário mínimo a partir do próximo ano.

Já os trabalhadores continuarão a descontar 11% do seu ordenado.

Saiba mais aqui:

Fonte: in TSF on-line com Lusa

Desempregados inscritos nos centros de emprego com maior queda homóloga do ano

21 de Dezembro de 2016

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego conseguiu em novembro a maior quebra homóloga do ano, baixando 11,6%, o equivalente a menos 63.816 pessoas, para 486.434, aproximando-se de níveis de março de 2009.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em comparação com outubro deste ano, o número total de desempregados registados em novembro recuou 0,8%, o que representa menos 4.155 pessoas.

Será necessário recuar até março de 2009 para se encontrar um número de inscritos inferior ao observado em novembro deste ano, tendo-se registado na altura um total de 484.131 inscritos.

Face ao mês homólogo de 2015, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu em ambos os sexos, mas a queda foi mais significativa nos homens, com uma descida de 13,4%, enquanto nas mulheres a redução foi de 10%.

Fonte: Lusa in TSF on-line

De "nem-nem" a empreendedores

20 de Dezembro 2016

Portugal tem 290 mil jovens que não trabalham nem estudam. Há vários anos que o número não era tão baixo. Governo lança programa especial de apoio para transformar "nem-nem" em empreendedores.

Quase todos os jovens empregados há menos de um ano ou que não têm emprego dizem que não receberam qualquer apoio institucional para encontrar trabalho (89%). Por exemplo, não tiveram ajuda de um centro de emprego, de uma instituição de ensino ou de outra entidade do Estado.

Pelo contrário, o método mais comum para encontrar emprego, para 42% dos jovens, é a rede de familiares, amigos ou conhecidos.

A conclusão consta de um estudo recente do Instituto Nacional de Estatística (INE) que há dias publicou um estudo sobre "Jovens no mercado de trabalho".

O trabalho também revela, contudo, que os chamados "jovens nem-nem", que não trabalham nem estudam, são cada vez menos: cerca de 290 mil (13,3% dos jovens de 15 a 34 anos) no segundo trimestre de 2016, depois de um máximo de 443 mil em 2012.

Fonte: Nuno Guedes in TSF on-line

Portugal tem a maior subida em cadeia no emprego no 3.º trimestre

13 de Dezembro 2016

A taxa de emprego na zona euro cresceu, no terceiro trimestre, 1,2% face ao homólogo e 0,2% na comparação com o trimestre anterior, com Portugal a registar a maior subida em cadeia (1,3%), divulga esta terça-feira o Eurostat. Já no conjunto da União Europeia (UE), o emprego aumentou 1,1% na comparação com o trimestre homólogo de 2015 e 0,2% face ao período entre abril e junho.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, Portugal teve a maior subida em cadeia do indicador (1,3%), seguindo-se a Espanha (0,8%) e o Luxemburgo (0,7%). Já as descidas mais marcantes no emprego foram registadas na Letónia (-1,5%), na Estónia (-1,0%) e na Bulgária (-0,7%).

Face ao período entre julho e setembro de 2015, Malta foi o país que registou a maior subida no emprego (3,8%), seguindo-se o Luxemburgo (3,0%), a Irlanda e a Espanha (2,8% cada). Em Portugal, o emprego aumentou 2,2% em termos homólogos, no terceiro trimestre. Na Roménia (-1,4%), na Letónia (-1,1%) e na Bulgária (-1,0%), o indicador recuou na comparação homóloga.

Fonte: Agência Lusa in Observador

UE: Portugal é o país com maior diferença entre salário médio e os mais elevados

12 de Dezembro de 2016

O Eurostat concluiu que em 2014 Portugal foi o Estado-membro da União Europeia (UE) com maior disparidade entre os salários brutos mais altos e o médio (2,8).

Em relação ao salário médio dos portugueses com remunerações mais elevadas e daqueles com vencimentos mais baixos, a diferença é de 4,3 vezes.

Os salários mais altos em Portugal eram, em 2014, pagos nos setores das atividades financeiras e de seguros, seguindo-se o da produção e distribuição de eletricidade e gás e o da informação e comunicação.

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, a seguir a Portugal, seguem-se a Bulgária, Chipre, Polónia e Roménia (2,5 cada), a Letónia (2,3), a Irlanda, a Lituânia, o Luxemburgo, Hungria e o Reino Unido (2,2 cada).

No outro extremo, estão a Dinamarca e a Suécia (com um rácio de 1,6 cada), a Finlândia (1,7), a Bélgica, a França, Malta e Holanda (1,8 cada).

Entre os salários baixos e a média, Portugal tinha, em 2014, um de 1,5 -- a par da Dinamarca, de França e da Itália -- o terceiro menor depois da Suécia (1,3), da Bélgica e da Finlândia (1,4 cada).

Entre os salários baixos e a média, Portugal tinha, em 2014, um de 1,5 -- a par da Dinamarca, de França e da Itália -- o terceiro menor depois da Suécia (1,3), da Bélgica e da Finlândia (1,4 cada).

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Fonte: Lusa in TSF online

Google ajuda a formar jovens portugueses em competências digitais

5 de Dezembro de 2016

A Google lançou, esta segunda-feira, o Atelier Digital, uma plataforma destinada a ajudar jovens portugueses a trabalharem as competências digitais. Inicialmente, a formação será feita apenas através de cursos online e, no início de 2017, com sessões presenciais para pessoas com ou sem grau académico, empregados e desempregados.

Os cursos online disponibilizam 23 módulos que cobrem diferentes áreas, tais como: pesquisa, email, redes sociais, rede de display, vídeo, e-commerce e web analytics. Esta formação baseia-se em tutoriais em formato vídeo, seguidos de algumas atividades. No final de cada módulo, os formandos terão um teste para que possam obter uma certificação (reconhecida pela IAB Europe).

Esta oferta formativa deve-se também ao que a União Europeia anunciou como sendo uma das grandes prioridades económicas e sociais: o desenvolvimento de competências digitais. De acordo com a Comissão Europeia, prevê-se que sejam abertas mais de 820 mil vagas que exijam competências digitais, tendo por base a premissa de que as empresas que decidem apostar nas habilitações tecnológicas são as que possuem maior probabilidade de sucesso. No entanto, o mesmo estudo indica que 90% das empresas europeias não possui capacidades digitais.

Fonte: Miguel Videira Rodrigues in Observador

Mais de 95 mil pessoas frequentavam ações de formação do IEFP no final do primeiro semestre

28 de novembro 2016

Mais de 95 mil pessoas frequentavam ações de formação promovidas pelo Instituto do Emprego e Formação profissional (IEFP) no final do primeiro semestre deste ano, das quais 80,3% estavam enquadradas em ações de Qualificação de adultos.

De acordo com um relatório elaborado pelo Centro de Relações Laborais (CRL), ao qual a agência Lusa teve acesso e que será, esta segunda-feira, divulgado, 95.500 pessoas frequentavam ações de formação promovidas pelo IEFP, menos 126 face ao semestre homólogo, “sobretudo nas ações de Qualificação de Adultos”. O documento, que incide sobre os dados do emprego e formação do 1.º semestre de 2016, revela que, das 76.600 pessoas que as ações de Qualificação de Adultos abrangiam neste período, 40.700 estavam integradas na medida “Vida Ativa”, 24.700 nos “Cursos de Educação e Formação de Adultos” e cerca de 9.000 na medida “Formação modular – ativos empregados”.

Quanto à qualificação de jovens, em junho de 2016, “a esmagadora maioria dos abrangidos (96,3%) enquadrava-se na medida “Aprendizagem”, indica o relatório do CRL, acrescentando que a quase totalidade dos formandos “encontrava-se desempregada no início da formação”.

Em junho último, as medidas de apoio ao emprego promovidas pelo IEFP envolviam 77.300 pessoas, das quais, cerca de 34.500 (44,7%) com “Contratos de emprego-inserção”.

Destas, 32.500, ou seja, o equivalente a 42%, frequentava estágios ao abrigo da medida “Inserção profissional” e cerca de 8.000 (10,3%) tinha beneficiado de “Apoio à contratação”, destaca o relatório, que cruza dados do IEFP e do Instituto Nacional de Estatística (INE), que vão sendo divulgados mensalmente.

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Fonte: Agência Lusa in Observador

Mais de 95 mil pessoas frequentavam ações de formação do IEFP no final do primeiro semestre

28 de novembro 2016

Mais de 95 mil pessoas frequentavam ações de formação promovidas pelo Instituto do Emprego e Formação profissional (IEFP) no final do primeiro semestre deste ano, das quais 80,3% estavam enquadradas em ações de Qualificação de adultos.

De acordo com um relatório elaborado pelo Centro de Relações Laborais (CRL), ao qual a agência Lusa teve acesso e que será, esta segunda-feira, divulgado, 95.500 pessoas frequentavam ações de formação promovidas pelo IEFP, menos 126 face ao semestre homólogo, “sobretudo nas ações de Qualificação de Adultos”. O documento, que incide sobre os dados do emprego e formação do 1.º semestre de 2016, revela que, das 76.600 pessoas que as ações de Qualificação de Adultos abrangiam neste período, 40.700 estavam integradas na medida “Vida Ativa”, 24.700 nos “Cursos de Educação e Formação de Adultos” e cerca de 9.000 na medida “Formação modular – ativos empregados”.

Quanto à qualificação de jovens, em junho de 2016, “a esmagadora maioria dos abrangidos (96,3%) enquadrava-se na medida “Aprendizagem”, indica o relatório do CRL, acrescentando que a quase totalidade dos formandos “encontrava-se desempregada no início da formação”.

Em junho último, as medidas de apoio ao emprego promovidas pelo IEFP envolviam 77.300 pessoas, das quais, cerca de 34.500 (44,7%) com “Contratos de emprego-inserção”.

Destas, 32.500, ou seja, o equivalente a 42%, frequentava estágios ao abrigo da medida “Inserção profissional” e cerca de 8.000 (10,3%) tinha beneficiado de “Apoio à contratação”, destaca o relatório, que cruza dados do IEFP e do Instituto Nacional de Estatística (INE), que vão sendo divulgados mensalmente.

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Fonte: Agência Lusa in Observador

Mais de 22% dos desempregados voltaram a trabalhar no segundo trimestre

25 de Novembro de 2016

Portugal está entre os nove países da União Europeia (UE) onde os fluxos entre o desemprego e o emprego do primeiro para o segundo trimestre de 2016 apresentaram resultados piores do que os registados em 2015. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat nesta sexta-feira, 22,4% das pessoas que estavam sem emprego no primeiro trimestre de 2016 conseguiram voltar ao mercado de trabalho no trimestre seguinte, abaixo dos 25% registados no mesmo período de 2015.

Ainda assim, Portugal continua acima da média europeia, onde 19,5% dos desempregados voltaram a trabalhar (acima dos 18,7% verificados no período homólogo).

O Eurostat destaca que do total de pessoas que estavam desempregadas no primeiro trimestre, 63,2% (12,6 milhões de pessoas) permaneciam desempregadas no trimestre seguinte, enquanto 19,5% (3,9 milhões) encontraram trabalho e 17,3% (3,5 milhões) tornaram-se inactivos (estudantes, pensionistas e outras pessoas que não trabalham e não estão disponíveis para procurar emprego).

E entre as pessoas que estavam empregadas, 97,3% (170,8 milhões) mantinham-se nessa situação, 1,2% (dois milhões) passaram ao desemprego e 1,6% (2,7 milhões) transitaram para a inactividade.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o mercado de trabalho em Portugal está a recuperar. Depois de baixar para 10,8% no segundo trimestre, a taxa de desemprego voltou a cair no período de Julho a Setembro para 10,5% da população activa, recuando também o número de pessoas no desemprego de longa duração.

Ao mesmo tempo, também se registou um crescimento no emprego, com um aumento de 59 mil postos de trabalho em relação ao trimestre anterior e mais 86,2 mil do que no período homólogo.

Fonte: Raquel Martins in Público

Jovens com pais desempregados têm mais fragilidades psicológicas e educacionais

24 de Novembro de 2016

Os jovens que vivem com pais desempregados revelam maiores fragilidades ao nível do bem-estar psicológico e têm piores expectativas educacionais, sendo que as raparigas são mais vulneráveis a esta situação, revela um estudo sobre crise económica, desemprego e família, da investigadora Diana Frasquilho, que vai ser discutido durante o Fórum “Crises Socioeconómicas e Saúde Mental”, esta quinta e sexta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian.

O trabalho centrou-se no impacto da recessão económica, em particular do desemprego, na estrutura familiar e na saúde mental e bem-estar de adultos desempregados e dos adolescentes que vivem com pais desempregados.

Entre os principais resultados do estudo, ressalta o facto de os jovens que vivem com pais desempregados, quando comparados com os que vivem com pais empregados, relatarem significativamente piores resultados ao nível do bem-estar psicológico e de expectativas educacionais, “percecionando as repercussões da crise económica de forma mais intensa”.

Os fatores de maior vulnerabilidade são o desemprego paternal, a baixa situação sócio-económica, ser rapariga, os jovens mais novos e os rapazes mais velhos cujo pai está desempregado.

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Fonte: Agência Lusa in Observador

Estado perdeu mais de 71 mil funcionários em cinco anos

15 de Novembro de 2016

 

O Estado perdeu mais de 71 mil funcionários públicos entre dezembro de 2011 e setembro de 2016, o que representa uma quebra de 9,9% em perto de cinco anos.

De acordo com a Síntese Estatística do Emprego Público, divulgada esta terça-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), a 30 de setembro de 2016 o emprego no setor das administrações públicas situava-se em 655503 postos de trabalho, mostrando uma quebra de 9,9% face a 31 de dezembro de 2011 (correspondente a uma redução de 71670 postos de trabalho).

A administração central é o subsetor que revela a maior diminuição de emprego face ao final de 2011, com uma redução de 52523 pontos de trabalho, que traduzem, em termos percentuais, uma quebra de 9,5%.

Já em comparação com o final do trimestre anterior (30 de junho), os dados da DGAEP indicam que o emprego nas administrações públicas caiu em 3659 postos de trabalho (-0,5%) no terceiro trimestre deste ano, em resultado da redução do número de trabalhadores da administração central (menos 3529 correspondente a uma quebra de 0,7%).

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Fonte: in Jornal de Notícias

 

Há 300 mil jovens “nem-nem” — não estudam, nem têm trabalho

9 de Novembro de 2016

O número de jovens que não estão empregados nem a estudar aumentou no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, em contraciclo com a redução global do desemprego no mesmo período. Há 301,7 mil jovens “nem-nem”, pessoas da faixa etária dos 15 aos 34 anos que estão desempregados ou contabilizados nas estatísticas como inactivos.

O aumento entre o segundo e o terceiro trimestre tem acontecido nos últimos anos e voltou a repetir-se em 2016, com um aumento de 11.700 mil pessoas, de 290 mil para 301,7 mil. É preciso ter em conta que os valores do INE não são ajustados de sazonalidade, estando em causa a comparação em cadeia entre o período que vai de Abril a Junho com os meses de Julho a Setembro, isto é, coincide com o período em que terminam os ciclos lectivos. Já quando se compara o número de jovens nesta situação com os valores de 2015, há uma descida, com menos 16.800 “nem-nem” do que no terceiro trimestre do ano passado.

O número de “nem-nem” aumentou nos jovens que completaram, no máximo, o 9.º ano (são 133 mil) ou o ensino secundário ou um curso de especialização tecnológica (109 mil). Já entre os jovens que acabaram o ensino superior, o número de “nem-nem” diminui (passando para 58,8 mil). Aliás, o maior aumento, detalha o INE, aconteceu entre os mais jovens, dos 15 aos 19 anos. Aqui, a taxa mais do que duplicou, “passando de 2,7% no segundo trimestre de 2016 para 5,9% no terceiro trimestre do mesmo ano”. O contrário aconteceu entre os jovens adultos dos 25 aos 34 anos que não tinham um emprego, nem estavam a estudar ou em formação. Aqui houve uma diminuição de 11,8 mil do segundo para o terceiro trimestre.

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Fonte: Pedro Crisóstomo in Público

Taxa de desemprego desce para 10,5% no terceiro trimestre

9 de Novembro de 2016

Depois de baixar para 10,8% no segundo trimestre, a taxa de desemprego voltou a cair no período de Julho a Setembro para 10,5% da população activa, recuando também o número de pessoas no desemprego de longa duração, de acordo com os dados trimestrais do mercado de trabalho divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A população desempregada recuou para 549,5 mil pessoas. São menos 9,8 mil pessoas do que nos três meses anteriores e menos 69,3 mil face ao nível de desemprego de um ano antes. O desemprego de longa duração diminui mas ainda há 347.200 cidadãos fora do mercado de trabalho há 12 meses ou mais tempo.

A taxa de desemprego dos jovens (dos 15 aos 24 anos) também recuou, mas continua a abranger mais de um quarto da população activa nesta faixa etária. Em 369,4 mil jovens, 96,5 mil estão no desemprego, o equivalente a uma taxa de 26,1%. Nos chamados jovens adultos (dos 25 aos 34 anos) o desemprego abrange 11,5%.

O INE sublinha que do total de 2,2 milhões de jovens dos 15 aos 34 anos, “13,3% (301,7 mil) não estavam empregados, nem a estudar ou em formação (isto é, estavam desempregados ou eram inactivos)”.

Ao mesmo tempo em que o desemprego recuou, também se registou um crescimento no emprego, com um aumento de 59 mil postos de trabalho em relação ao trimestre anterior e mais 86,2 mil do que no período homólogo. A população empregada estimada pelo INE passou para 4661,5 mil pessoas. O número de pessoas no mercado de trabalho aumentou tanto nos homens como nas mulheres (a população masculina é de 2,4 milhões, a feminina passou para 2,26 milhões).

Apesar do aumento de 59 mil pessoas no mercado laboral, o que representa um acréscimo de 1,3%, há “uma desaceleração face ao crescimento trimestral que havia sido observado no segundo trimestre (89.200, 2%)”, detalha o INE.

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Fonte: Pedro Crisóstomo in Público

Portuguesas ganham menos 14,9% do que os homens

31 de Outubro de 2016

A diferença salarial entre homens e mulheres ronda, em Portugal, os 14,9%. No conjunto da União Europeia a diferença é ainda maior: 16,7%.

Remuneração à hora de valor mais baixo, menos horas de trabalho em atividades remuneradas e taxas de emprego inferiores. São estes os principais fatores que explicam a enorme disparidade salarial entre homens e mulheres, sendo esta uma realidade comum aos diversos países da União Europeia.

A informação divulgada esta segunda-feira com base em dados do Eurostat mostra que a diferença salarial horária entre géneros coloca Portugal a meio da tabela que retrata esta desigualdade, mas também revela que na Alemanha, Finlândia ou Holanda a diferença é ainda maior, com estes países a revelarem média de, pela mesma ordem, 22,3%; 18,4%; e 16,1%. A média da UE é de 16,7%.

Estes dados foram divulgados a propósito do Dia Europeia da Igualdade Salarial, que se assinala na próxima quinta-feira (3 de novembro), que equivale ao dia do ano em que as mulheres europeias deixariam de ser pagas - o que equivale a dizer que, por comparação com os homens, trabalham o resto do ano gratuitamente.

Dito de outra forma: perante a diferença salarial horária observada em Portugal, as mulheres trabalham na prática gratuitamente durante 14% do ano. A diferença é ainda mais acentuada se se tiver em conta a disparidade salarial global - que mede a diferença entre o rendimento médio anual das mulheres e dos homens. Mas, mais uma vez, Portugal apresenta dados mais favoráveis do que a média da UE. Por cá, esta diferença é de 26,5%, enquanto no conjunto da União Europeia ascende aos 39,8%.

Além do valor pago por hora e do número de horas trabalhadas, há outra ordem de razões para que isto suceda. Uma delas está diretamente relacionada com o facto de os cargos de gestão e de supervisão serem maioritariamente ocupados por homens. Baste referir que nos cargos de topo, a proporção de mulheres é inferior a 4%. A isto soma-se o facto de as mulheres dedicarem mais do seu tempo a tarefas não remuneradas (nomeadamente domésticas) e de tenderem a estar periodicamente afastadas do mercado de trabalho.

Fonte: Lucília Tiago in Jornal de Notícias

Programa COOPJOVEM apoia criação de cooperativas de jovens entre 18 e 29 anos

28 de Outubro de 2016

O programa COOPJOVEM 2016, lançado em Lisboa nesta sexta-feira, pode disponibilizar até 15.000 euros para apoiar a criação de cooperativas por jovens que não estudam nem trabalham, entre os 18 os 29 anos.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, que participou na apresentação deste programa, explicou que os jovens que em Portugal não estudam nem estão inseridos no mercado de trabalho são “um número muito significativo” e os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para a existência de 100 mil jovens nesta situação, embora num escalão etário mais curto, entre os 15 e 25 anos.

É um grupo significativo que enfraquece a nossa capacidade no presente, mas principalmente debilita a capacidade que temos como coletividade, como comunidade, de sermos capazes de ganhar as batalhas do futuro, porque estamos a perder uma parte significativa (cerca de 10%) daqueles que serão os atores da mudança da nossa economia e das nossas relações sociais”, disse o governante.

Esta é uma situação que o ministro considerou de “muito grave” e em relação à qual diz que o Governo está atento e a procurar dar uma resposta, exemplificando com o programa COOPJOVEM, organizado pela CASES — Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, uma das medidas englobadas na Garantia Jovem.

As candidaturas ao COOPJOVEM, um programa de apoio ao empreendedorismo cooperativo destinado à criação de cooperativas, visa a criação do auto emprego e prevê abranger o universo dos jovens que não estão no sistema de ensino, nem no mercado de trabalho (‘NEET’), estão abertas até 21 de dezembro.

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Fonte: in Observador

Provedor de Justiça quer limites à redução do subsídio de desemprego

27 de Outubro de 2016

O provedor de Justiça, José de Faria Costa, defende que a redução de 10% no valor do subsídio de desemprego (aplicada após os seis meses iniciais) deve ter um limite, de modo a garantir que os desempregados têm acesso “a um mínimo de assistência material”. A proposta consta de uma recomendação enviada ao Governo em meados de Outubro e que foi também remetida ao Parlamento.

Na base da recomendação estão “diversas queixas”  - cerca de meia centena - apresentadas por desempregados subsidiados e não subsidiados e que, depois de analisadas, levaram o provedor a concluir que é necessário fazer uma alteração ao regime jurídico de protecção no desemprego em vigor.

Um dos problemas identificados tem a ver com o corte de 10% que é aplicado ao subsídio de desemprego e que, de acordo com o provedor, não lhes garante um montante mínimo

De acordo com o documento, vários desempregados a receber subsídio de valor igual ao Indexante de Apoios Sociais (IAS), actualmente nos 419,22 euros, ou inferior (no caso dos que têm remuneração de referência inferior ao IAS) viram a prestação ser cortada em 10% passados seis meses. Esta regra, introduzida em 2012 pelo Governo anterior, aplica-se a todos os desempregados subsidiados, mas não se articula com o que prevê a lei de 2006, que determina que o montante mensal do subsídio de desemprego não pode ser inferior ao IAS (excepto quando o valor líquido da remuneração de referência, que serviu de base de cálculo ao subsídio de desemprego, é inferior a esse montante).

O assunto é, desde 2013, alvo de troca de correspondência entre a Provedoria e o Instituto de Segurança Social, que entende que o corte deve aplicar-se a todos os desempregados subsidiados, mesmo que implique ficarem a receber menos do que o mínimo determinado na lei.

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Fonte: Raquel Martins  in Público

Desempregados sem prestações de desemprego descem para 340 mil em setembro

21 de Outubro de 2016

A segurança social atribuiu cerca de 220 mil prestações de desemprego em setembro, deixando sem estes apoios perto de 340 mil desempregados, de acordo com as contas feitas pela agência Lusa com base nos últimos dados oficiais disponíveis.

O número de desempregados que não recebe prestações de desemprego baixou assim em termos mensais, uma vez que, em agosto, o Estado português tinha atribuído cerca de 215 mil prestações de desemprego, deixando sem estes apoios perto de 352 mil desempregados, segundo os cálculos da Lusa.

De acordo com os dados disponibilizados na página da Segurança Social (www.seg-social.pt), em setembro existiam 220.543 beneficiários de prestações de desemprego, mais 5.212 pessoas do que em agosto e o equivalente a 39% do último número total de desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (estimativas provisórias de agosto).

Os últimos dados divulgados pelo INE, relativos a agosto, contabilizavam um total de 561,8 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 11% (mais uma décima do que a taxa definitiva apurada para julho).

Das prestações contabilizadas pela Segurança Social, 115.555 referem-se a mulheres e as restantes 104.998 dizem respeito a homens.

Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em setembro o valor médio de 460,48 euros, face aos 454,30 euros registados um ano antes.

Fonte: Agência Lusa

O que muda nos apoios à contratação e nos estágios?

20 de Outubro de 2016

Isenção da TSU desaparece

Os apoios dados às empresas que contratem jovens à procura de primeiro emprego ou desempregados de longa duração deixam de incluir isenções totais das contribuições para a Segurança Social (TSU). Em vez disso, a TSU será reduzida em 50%, durante um período de cinco anos, no caso da contratação de jovens, ou por três anos, no caso dos desempregados. Os apoios são menores do que actualmente.

Portabilidade dos apoios

As isenções de TSU passam a ser dadas ao trabalhador e o apoio é "transportável" de empresa para empresa. “Até agora, uma pessoa tinha esse apoio, se era despedida ou mudava de emprego, perdia o apoio. A partir de agora, a pessoa tem a garantia de que ao mudar de emprego, ou se perder esse emprego e depois encontrar outro, pode beneficiar desse apoio ao longo do tempo”, explicou o Governo.

Apoios directos à contratação baixam

Os apoios directos à contratação, que consistem no pagamento de um apoio financeiro às empresas que contratem desempregados inscritos no IEFP passam a ser menores e vão beneficiar os contratos sem termo. Deixa de ser possível acumular este apoio com a redução da TSU.

Estágios duram nove meses

Inicialmente, o Governo queria reduzir a duração dos estágios para seis meses, mas após a negociação com os parceiros sociais acabou por recuar e manter os actuais nove meses. As bolsas dadas aos estagiários mais qualificados podem chegar aos 734 euros.

IEFP já paga dívidas

Quando as empresas deixam de pagar a bolsa ao estagiário, este não tem outra solução a não ser recorrer para tribunal. Agora, o IEFP assume a responsabilidade de pagar parte da bolsa ao estagiário quando as empresas não lhe pagam. O problema é que o pagamento só será feito quando a empresa devolver o subsídio que recebeu ao instituto.

Fonte: Raquel Martins in Público

Centros de emprego terão de definir plano trimestral para cada desempregado

20 de Outubro de 2016

Os desempregados passarão a saber com antecedência quais as acções de formação, sessões de esclarecimento ou apresentações a convocatórias a que terão de comparecer em cada trimestre. A medida está prevista no projecto de portaria que regulamenta o acompanhamento personalizado que o Governo prometeu dar aos desempregados, depois de ter acabado com o polémico dever de apresentação quinzenal, um processo criado em 2006 e que desde 1 de Outubro deixou de existir.

Os centros de emprego terão de garantir um acompanhamento mais próximo e mais adequado aos desempregados subsidiados. Para isso, têm de elaborar o Plano Pessoal de Emprego (PPE) de cada um, no prazo máximo de 15 dias após a inscrição, e revê-lo periodicamente. É com base no PPE, definido em conjunto com o desempregado, que os centros terão de calendarizar as acções a propor às pessoas em cada trimestre, sendo que tem de estar garantido que as acções propostas são variadas e incluem sessões de procura de emprego acompanhada, divulgação de ofertas de formação “adequadas ao perfil do beneficiário”, sessões colectivas de informação sobre direitos e deveres ou sobre os apoios disponibilizados.

Adicionalmente, nesse plano trimestral poderão também ficar agendadas convocatórias para os desempregados se apresentarem nos centros de emprego ou nas entidades que têm protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.

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Fonte: Raquel Martins in Público

Governo reduz apoios à contratação de jovens e desempregados

19 de Outubro de 2016

As empresas que contratem jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração vão deixar de ter acesso a isenções da taxa social única, passando a beneficiar de uma redução de 50% no pagamento das contribuições para a Segurança Social. A medida, prevista num projecto de portaria a que o PÚBLICO teve acesso, apenas se aplicará aos casos em que a contratação é sem termo (ao contrário do que acontece agora, em que os contratos a termo são abrangidos) e resultará numa redução face aos apoios que estão actualmente em vigor.

Quando estiver em causa a contratação de jovem à procura do primeiro emprego, a taxa contributiva da responsabilidade da entidade empregadora será reduzida em 50%, durante um período de cinco anos. Actualmente, quem contrata jovens nestas condições terá uma isenção da contribuição por três anos. Na prática, isto resulta numa redução de seis meses no apoio dado.

No caso dos desempregados de longa duração, a redução do apoio é mais significativa. Agora, há uma isenção por três anos. No futuro a taxa será reduzida em 50%, mas mantêm-se os três anos de duração do apoio.

A reformulação dos apoios ao emprego abrange também os incentivos à contratação, que globalmente também terão uma redução face ao que está em vigor. Só a título de exemplo, as empresas que contratem sem termo um desempregado podem candidatar-se a um apoio de 3773 euros, um valor inferior aos 5534 euros previstos no programa Estímulo Emprego.

Estas reduções já eram esperadas, dado que o Governo já tinha avisado que o objectivo é concentrar os apoios públicos na contratação sem termo de jovens e desempregados.

Fonte: Raquel Martins in Público

Redução da TSU para quem contratar desempregados de longa duração e jovens

18 de Outubro de 2016

As empresas que contratem jovens e desempregados de longa duração vão ter uma redução temporária de 50% na contribuição para a Segurança Social, durante 5 e 3 anos, respetivamente, ao abrigo das novas medidas ativas de emprego.

De acordo com um projeto de decreto-lei enviado pelo Governo aos parceiros sociais, a que agência Lusa teve acesso, vão ser atribuídos "incentivos à contratação de jovens à procura do primeiro emprego e de desempregados de longa duração, através de uma dispensa parcial do pagamento de contribuições para o regime geral de Segurança Social, na parte relativa à entidade empregadora".

Os incentivos destinam-se a apoiar os jovens que procuram o primeiro emprego e os desempregados com mais de 35 anos, inscritos nos centros de emprego há mais de um ano.

A redução da Taxa Social Única (TSU) a cargo do empregador terá uma redução de 50% durante 5 anos nos casos de contratação de jovens à procura do primeiro emprego.

A contratação de desempregados de longa duração também dá direito a uma redução de 50% na TSU, mas durante 3 anos.

As empresas interessadas devem apresentar o respetivo requerimento nos primeiros 10 dias de contrato e as instituições da Segurança Social devem apreciar o pedido no prazo de 20 dias.

Se o pedido for aprovado, a dispensa parcial e temporária das contribuições produz efeitos desde o início do contrato de trabalho estabelecido.

Esta é uma das medidas de incentivo ao emprego que o Governo pretende pôr em prática no âmbito da revisão das políticas ativas de emprego, que o executivo discutiu com os parceiros sociais em junho e julho.

Esta é uma das medidas de incentivo ao emprego que o Governo pretende pôr em prática no âmbito da revisão das políticas ativas de emprego, que o executivo discutiu com os parceiros sociais em junho e julho.

Entretanto, no esboço orçamental para 2017 enviado a Bruxelas, o Governo compromete-se a discutir com os parceiros sociais a possibilidade de diferenciação da taxa social única aplicada aos empregadores, de acordo com o tipo de contrato celebrado com o trabalhador.

A TSU corresponde a 34,75% do salário de cada trabalhador, sendo que o próprio paga 11% e a sua empresa paga 23,75%.

Ao longo deste ano os empregadores estão a usufruir de uma medidas excecional de apoio ao emprego que faz com que paguem 23% de TSU relativamente aos trabalhadores que contratam a receber o salário mínimo, de 530 euros.

Fonte:  in Jornal de Notícias

Começar Hoje quer ajudar jovens a ir além “do que a Universidade dá”

13 de Outubro de 2016

A 19 de novembro, há uma “wake up call” (um abrir de olhos) para os jovens em Oliveira do Bairro, Aveiro. Objetivo: “acordar os jovens para o mundo empresarial”, explicou Miguel Frade, 27 anos, ao Observador. Como? Mostrando-lhes que “podem começar a procurar o seu futuro” antes de terminarem os cursos, num evento que quer promover diálogos abertos entre estudantes e vários líderes empresariais do país, o Começar Hoje.

Como é que estes jovens podem ser mais do que aquilo que a universidade lhes dá? O conhecimento que adquirem nas universidades não está errado, muito pelo contrário, mas é preciso que saibam como posicionar-se melhor do que os seus concorrentes diretos, os estudantes que terminam cursos ao mesmo tempo do que eles. É preciso que saibam que é possível fazer muito mais do que estudar e tirar um curso. É possível ter muito mais conhecimento”, explicou Miguel Frade.

A Conferência Começar Hoje vai na segunda edição, depois de um teste piloto em abril de 2015. Para este ano, os organizadores esperam ter cerca de 300 participantes e entre os oradores contam-se nomes como a presidente da Dielmar, Ana Paula Rafael, o diretor-geral da Comic Con Portugal, Paulo Rocha Cardoso, ou o o diretor de marketing da Moche, Samuel Carvalho.

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Fonte: in Observador

A economia do futuro pertence aos trabalhadores independentes

11 de Outubro de 2016

Podem ser motoristas a trabalhar para uma plataforma online; podem ser proprietários a arrendar o apartamento para um fim-de-semana; ou artistas a comercializar artesanato através de um site de compra e venda. Os trabalhadores independentes estão a mudar a economia mundial e a Internet dá-lhes um impulso precioso.

De acordo com os dados da McKinsey Global Institute, os trabalhadores independentes constituem entre 20 a 30% da população activa dos Estados Unidos e de 15 membros da União Europeia – o equivalente a 162 milhões de pessoas. “Os números por si só podem parecer surpreendentes e apontam para a possibilidade de uma mudança estrutural no mercado laboral”, notam os autores.

No estudo, um trabalhador independente é definido como alguém cujo trabalho preenche três critérios: um elevado grau de autonomia, pagamento por cada tarefa ou venda, e uma relação de curto-prazo com o cliente. A definição é mais abrangente que o conceito tradicional de trabalhadores por conta própria, acabando por abarcar até quem apenas arrenda uma casa, por exemplo.

De fora ficam, porém, os trabalhadores com contratos a termo, renovados de forma contínua, e que é uma das formas mais comuns do chamado “trabalho precário”. “Espera-se que estes indivíduos cumpram horários de trabalho regulares com pouca autonomia e têm uma relação continuada com o empregador”, justificam os autores do estudo da consultora norte-americana.

A McKinsey cruzou os dados estatísticos oficiais de 16 países com inquéritos mais aprofundados a oito mil pessoas de seis países (EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Suécia e Espanha).

A grande maioria (70%) diz trabalhar de forma independente por vontade própria, com os restantes a manifestarem preferência por empregos tradicionais. Mas a motivação destes novos trabalhadores está ligada ao contexto, alertam os autores. “Numa conjuntura de desemprego elevado consistente, Espanha, por exemplo, tem uma maior fatia de trabalhadores independentes do que nos restantes países da nossa sondagem”, analisa o estudo. Os espanhóis também são os que se dizem menos motivados a trabalhar de forma autónoma – são 42% os que dizem fazê-lo por necessidade – e são igualmente mais os que têm baixos rendimentos.

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Fonte: João Ruela Ribeiro in Público

FMI melhora previsão para o desemprego em Portugal

4 de Outubro de 2016

O Fundo Monetário Internacional espera uma maior queda do desemprego este ano e no próximo do que esperava há duas semanas, quando divulgou a sua análise regular da economia portuguesa. Mas mantém, no entanto, uma previsão consideravelmente menos otimista face ao crescimento do país que a do Governo.

Nas Perspetivas Económicas Mundiais, dadas a conhecer pelo Fundo no âmbito das reuniões anuais do FMI e Banco Mundial que decorrem entre 7 e 9 de outubro, a Organização liderada por Christine Lagarde revê as suas previsões, feitas ainda muito recentemente, para alguns dos indicadores da economia nacional.

As principais revisões são positivas. O Fundo prevê agora que a taxa de desemprego este ano desça para 11,2%, quando anteriormente esperava que se ficasse pelos 11,8%. Esta é, até agora, a previsão mais otimista para a taxa de desemprego em Portugal em documentos oficiais, melhor até que aquela inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade, que era de 11,4%.

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Fonte: Nuno André Martins in Observador

Mais desemprego nos anos de crise mas menos apoios

04 de Outubro de 2016

Portugal assistiu ao aumento do desemprego durante os anos de crise, ao mesmo tempo que os desempregados perderam apoios.

A análise consta de uma síntese que servirá de base ao debate sobre a austeridade, a desvalorização do trabalho e as políticas de emprego que o polo de Lisboa do Centro de Estudos Sociais (CES) promove esta terça-feira na capital para recolher contributos para o 3º Relatório do Observatório Sobre Crises e Alternativas, que está a ser ultimado.

Segundo o coordenador do CES de Lisboa, Manuel Carvalho da Silva, o relatório, que deverá ser divulgado no início do próximo ano, dedica cerca de 90 páginas às políticas de emprego e ao seu impacto entre 2008 e 2015.

A síntese, a que agência Lusa teve acesso, salienta que, apesar do aumento do desemprego no período em análise, os serviços públicos de emprego sofreram uma redução de pessoal de 17% entre 2008 e 2013, o "que compromete a eficácia das políticas públicas de emprego".

Carvalho da Silva disse à agência Lusa que a redução dos recursos humanos do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), "que compromete o apoio aos desempregados", é um sinal do que se passa na administração pública em geral, que "está a ficar aflita sem quadros".

O sociólogo considerou que a atuação dos serviços do IEFP está muito focada nas estatísticas e não numa política de emprego estratégica.

O documento elaborado pelos investigadores do CES faz uma análise crítica das medidas ativas de emprego, considerando que elas têm sido deslocadas progressivamente para as empresas. "As transformações verificadas no campo das políticas de emprego e de proteção no trabalho foram particularmente acentuadas na UE a partir da crise da zona Euro em 2011", refere o texto.

Estágios, financiados a 80% pelo Estado, corresponderam a cerca de um terço de todo o emprego criado em 2014.

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Fonte: in Jornal de Notícias

Controlo quinzenal desaparece, mas desempregados continuam a ter obrigações

29 de Setembro de 2016

A partir deste sábado, acaba a obrigação de os desempregados subsidiados se deslocarem de 15 em 15 dias aos centros de emprego para serem sujeitos ao chamado controlo quinzenal. Embora deixem de ter esta obrigação, quem recebe subsídio de desemprego continuará a ter de respeitar um conjunto de deveres já previstos na lei e que não se alteram.

Questionada pelo PÚBLICO sobre como será feito o acompanhamento dos desempregados com a entrada em vigor, a 1 de Outubro, do diploma que elimina as apresentações quinzenais, fonte oficial do Ministério do Trabalho e da Segurança Social lembra que esta era “uma entre várias obrigações dos desempregados beneficiários do subsídio de desemprego”. As restantes “medidas de controlo e avaliação previstas não sofreram alterações, pelo que continuam a ter que ser aplicadas”, acrescenta

Isto significa que, enquanto receberem subsídio, os desempregados têm de aceitar emprego conveniente, trabalho socialmente necessário, formação profissional e outras medidas activas de emprego desde que estejam ajustadas ao seu perfil. Têm ainda de procurar emprego pelos seus próprios meios e provar que o fazem. Finalmente, terão de se sujeitar a medidas de avaliação, acompanhamento e controlo, tal como actualmente, nomeadamente comparecer nas datas e nos locais determinados pelo centro de emprego e responder às convocatórias.

O incumprimento de algumas destas obrigações, como a falta às convocatórias dos centros de emprego “no âmbito de acções de controlo não periódicas”, dá lugar à anulação da inscrição e consequente perda do subsídio.

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Fonte: Raquel Martins e Pedro Crisóstomo in Público

Portugal continua a perder competitividade

28 de Setembro de 2016

Portugal desceu este ano oito lugares, de 38º para 46º, no ranking mundial da competitividade do World Economic Forum, relativamente a 2015.

De acordo com dados do Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do World Economic Forum, que será divulgado na quarta-feira, Portugal passou para o 46.º lugar do ranking da competitividade, num universo de 138 países.

As taxas e os impostos são apontados no documento como o fator mais problemático (18%) para os negócios e são também a primeira preocupação manifestada pelos empresários.

A burocracia mantém-se no 2º lugar e em 3.º está a preocupação dos empresários sobre a instabilidade política no país.

A preocupação com a regulamentação laboral mantém-se como 4ª preocupação, os regulamentos fiscais mantém-se como 5ª e as condições de acesso ao financiamento são o 6.º fator mais problemático para os empresários.

O Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do World Economic Forum vai ser apresentado quarta-feira em Lisboa pela PROFORUM, Associação para o Desenvolvimento da Engenharia, e pelo FAE, Forum de Administradores e Gestores de Empresas, numa sessão pública na AESE Business School.

A PROFORUM, a FAE e a AESE realizam em Portugal o Inquérito de Opinião dos Empresários para o WEF - World Economic Forum.

 

Fonte: Lusa in “Rádio Renascença”

Anulações de subsídio de desemprego recuam 26%

28 de Setembro de 2016

No primeiro semestre do ano, 1866 pessoas viram a sua inscrição nos centros de emprego ser anulada, por não cumprirem os deveres previstos na lei. Trata-se de um recuo de 26% face à primeira metade de 2015 e o valor mais baixo dos últimos três anos.

De acordo com o relatório semestral da Comissão de Recursos do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), uma espécie de provedoria para a qual os desempregados podem apelar, a diminuição das anulações está relacionada com o facto de o universo de desempregados subsidiados ter descido 21% face ao período homólogo.

Estas anulações resultam do incumprimento do artigo 49.º da lei, que estabelece a protecção no desemprego, nomeadamente, a segunda falta ao dever de apresentação quinzenal, a recusa de emprego conveniente, de frequência de acções de formação ou de trabalho socialmente necessário, ou não comparência às convocatória dos centros de emprego.

Porém, nem todos os desempregados se conformaram com a anulação e consequente perda do subsídio e 198 pessoas pediram a intervenção da comissão de recursos. O número de recursos caiu 27%, mas a percentagem face ao total de anulações manteve-se nos 11%.

Em 63 situações - 31,8% do total de recursos – os desempregados tinham razão e viram o seu problema resolvido. Em alguns casos, a decisão favorável só foi tomada num segundo momento depois de terem sido acrescentados novos elementos aos processos, refere a presidente da comissão de recursos, Cristina Rodrigues, no relatório que foi apresentado nesta quinta-feira ao conselho de administração do IEFP.

No documento, não se enumeram as principais razões que conduziram à anulação das inscrições. Mas uma delas – a falta ao controlo quinzenal – deixará de constar na lei já a partir de 1 de Outubro.

Em causa está a Lei 34/2016 que elimina a obrigatoriedade de os desempregados se apresentarem de quinze em quinze dias nos centros de emprego ou em locais previamente definidos (como as juntas de freguesia), para atestarem que continuam à procura de trabalho e que não mudaram de residência.

 Fonte:  Raquel Martins  in “Publico”

Showroomprive vai criar cerca de 150 novos empregos em dez diferentes funções em 2017

27 de Setembro de 2016

O grupo Showroomprive.com vai criar cerca de 150 novos empregos em dez diferentes funções em 2017, entre os quais contam com portugueses. “Contar com colaboradores portugueses é muito importante para o desenvolvimento internacional de Showroomprive, uma vez que Portugal é um país-chave na estratégia da empresa”, afirma Marta Panera, Diretora de Comunicação Externa de Showroomprive.

“Para Showroomprive é uma vantagem que Portugal conte com profissionais de grande talento no setor do comércio eletrónico e da moda uma vez que têm experiência e estarão a 100% desde o primeiro dia. Colaboramos com as universidades e headhunters locais para encontrar os perfis mais adequados, desde os mais seniores com experiência a jovens nativos digitais com grandes aptidões e com uma visão de negócio ligada ao “customer centricity”, acrescenta.

Saiba mais aqui:

Fonte: Virgínia Alves in “ Dinheiro Vivo”

Emprego dos jovens: investir no nosso futuro

27 de Setembro de 2016

Um jovem que não consegue encontrar emprego vê os seus sonhos destruídos. O Presidente Juncker, no seu discurso sobre o estado da União, não podia tê-lo dito de forma mais clara. Não podemos aceitar que a Europa seja recordada como um continente de jovens desempregados. Acima de tudo, temos de continuar a investir nos jovens.

Os nossos esforços começam a dar os seus frutos com a Garantia para a Juventude da União Europeia que lançámos há três anos para apoiar os Estados-Membros nos seus esforços. Ao abrigo deste programa, os Estados-Membros têm de assegurar que todos os jovens com menos de 25 anos recebem uma boa oferta de emprego, educação contínua, oportunidades de aprendizagem ou um estágio até quatro meses depois de saírem da escola ou de perderem o emprego.

Dentro de algumas semanas apresentaremos um relatório completo sobre os resultados da situação no terreno em todos os Estados-Membros da União, mas, até agora, os sinais têm sido encorajadores. Neste momento, há menos 1,4 milhões de jovens desempregados em comparação com 2013. 14 milhões de jovens europeus entraram no programa Garantia para a Juventude e 9 milhões receberam uma oferta de emprego. Tendo em conta estes resultados promissores, decidimos prolongar o programa e garantir um novo financiamento de mil milhões de euros adicionais a atribuir à Garantia para a Juventude. Este montante será acompanhado de mil milhões de euros provenientes do Fundo Social Europeu e proporcionará a mais 2 milhões de jovens a possibilidade de uma oferta de emprego, educação, aprendizagem ou formação.

Este é o nosso sinal contínuo de solidariedade para ajudar os jovens. Também o novo Corpo Europeu de Solidariedade foi concebido neste espírito. Em toda a Europa existem comunidades que enfrentam situações socialmente difíceis — quer se trate de ajudar a integrar os refugiados, de ajudar a crescente população de idosos ou de lidar com as consequências de catástrofes naturais. Ao mesmo tempo, muitos jovens europeus estão desejosos de contribuir, em busca de uma experiência de voluntariado ou de uma proposta profissional, de uma oportunidade para trabalhar no seu país ou no estrangeiro. O Corpo Europeu de Solidariedade mobilizará os jovens que estão socialmente empenhados e desejosos de pôr em prática os seus conhecimentos, aptidões e competências por uma boa causa. Deverá estar em funcionamento até ao final deste ano e esperamos contar com a participação de 100,000 jovens europeus até 2020. 

Investir nos jovens é investir no futuro. Todo o nosso capital humano deve ser utilizado e devem ser mobilizados todos os recursos e talentos inexplorados. O desemprego dos jovens continuará a estar no topo da agenda política europeia.

Fonte:  Marianne Thyssen in “Publico”

Desempregados inscritos no IEFP caem 7% em Agosto mas crescem 0,2% face a Julho

23 de Setembro de 2016

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 7% em Agosto, comparativamente ao mesmo mês de 2015, para 498.763, abaixo dos 500.000 pela primeira vez desde Agosto de 2008, subindo 0,2% face a Julho.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos nos centros de emprego não era tão baixo desde Agosto de 2008, mês em que se encontravam inscritas 389.444 pessoas.

Já em comparação com o mês de Julho deste ano, o número total de desempregados registados em Agosto avançou 0,2%, o que representa mais 1.100 pessoas.

Face ao mês homólogo de 2015, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu em ambos os sexos, mas a queda foi mais significativa nos homens, com uma descida de 8,5%, enquanto nas mulheres a redução foi de 5,7%.

Quanto ao grupo etário, quer os jovens (menos de 25 anos), quer os adultos apresentaram uma descida homóloga do número de inscritos, de 8,9% e de 6,8%, respectivamente.

No que respeita ao tempo de inscrição, os desempregados inscritos há menos de um ano diminuíram 5% em relação a Agosto de 2015, e os desempregados de longa duração, isto é, com tempo de inscrição igual ou superior a um ano, diminuíram 9,1%.

O número dos desempregados que procuravam um novo emprego diminuiu também face ao mês homólogo de 2015 (-7,1%) bem como aqueles que procuravam o primeiro emprego (-6,9%).

"A descida anual do desemprego fez-se sentir em todos os níveis de instrução. O decréscimo percentual mais elevado verificou-se no primeiro ciclo do ensino básico com -11,9% face ao mês homólogo de 2015", refere o IEFP.

A nível regional, comparando com o mês de Agosto de 2015, o desemprego diminuiu em todas as regiões do país, com o valor mais elevado na região do Algarve (-17,5%).

Em relação ao mês anterior, o Alentejo (1,6%), seguido pelo Norte e Centro (0,8% e 0,7%), respectivamente, apresentaram mais desempregados inscritos.

As colocações realizadas durante o mês de Agosto de 2016 totalizaram as 7.142 em todo o país, número inferior ao de igual período de 2015 (-25,4%, com menos 2.430 colocações) e inferior ao do mês anterior (-20,8%, com menos 1.870 colocações).

A análise das colocações por grupos de profissões, segundo o IEFP, mostra uma maior concentração nos trabalhadores não qualificados (37,5%) e nos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores (16,6%).

 

Fonte:   Lusa in “Publico”

Novos apoios à contratação entram em vigor a 1 de Outubro

23 de Setembro de 2016

Os novos incentivos ao emprego, que dão prioridade às empresas que contratem de forma permanente desempregados e jovens, entram em vigor em Outubro, assim como as novas regras dos estágios apoiados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). A data é avançada nas Grandes Opções do Plano (GOP), apresentadas esta quinta-feira pelo primeiro-ministro no Parlamento e enviadas aos parceiros sociais.

A reorientação das políticas de emprego do IEFP foi recentemente alvo de discussão com os parceiros sociais, o que levou a uma alteração dos regulamentos, que deverão ser publicados ainda durante o mês de Setembro, para entrarem em vigor a 1 de Outubro, adianta o documento a que o PÚBLICO teve acesso.

O Governo quer reforçar a ligação entre os subsídios dados às empresas e a criação efectiva de emprego e evitar que os dinheiros públicos subsidiem trabalho precário.

Assim, e tal como o PÚBLICO já tinha adiantado, os apoios serão mais selectivos, terão reduções significativas face aos que estão previstos na medida “Estímulo-Emprego” (aprovada pelo anterior Governo), será dada prioridade aos contratos sem termo e só serão apoiados os contratos a prazo em casos específicos. 

A intenção do Governo é também  impedir a acumulação de apoios à contratação com isenções de descontos para a Segurança Social, ao contrário do que acontece actualmente.

O acesso aos estágios financiados (o programa “Estágios-Emprego”) passa a fazer-se em períodos delimitados, as candidaturas serão avaliadas com base em critérios, com destaque para os níveis de empregabilidade e dando prioridade aos jovens, e haverá um limite máximo de 25 estagiários por empresa em cada ano.

A duração reduz-se de nove para seis meses e os estagiários com mestrado ou doutoramento terão uma bolsa diferente da dos licenciados, ao contrário do que acontece agora, em que todos recebem 692 euros.

Contrato-geração avança em 2017

Ainda no capítulo relacionado com o emprego, o Governo promete avançar já em 2017 com o programa Contrato-Geração, destinado a incentivar as reformas a tempo parcial e a contratação de jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego e as reformas a tempo parcial. “O programa será implementado ao longo de 2017”, refere-se no documento de apoio enviado em simultâneo com as GOP

Esta era uma promessa eleitoral e já constava do Plano Nacional de Reformas, mas o Governo não previa uma data para o seu início, nem quantificava o seu custo. Agora, fica claro que é para avançar já no próximo ano, mas a parte da tabela com o número de potenciais abrangidos e dos custos está ainda em branco.

O objectivo, lê-se no documento que servirá de base à elaboração do Orçamento do Estado para 2017, é cruzar “as questões da inclusão e dos perfis de participação no emprego com os equilíbrios geracionais e as diferentes fases do ciclo de vida e equilíbrios geracionais no mercado de trabalho”.

A ideia é que o Estado apoie a empresa que opte por dar a reforma a tempo parcial a um trabalhador mais velho e que, para suprir o resto do tempo de trabalho, contrate um jovem.

Isto vai traduzir-se no apoio a reformas a tempo parcial e em incentivos à contratação de jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego.

Fonte:  Raquel Martins in “Público”

OCDE: Portugal foi líder no aumento da carga fiscal nos baixos salários em 2015

22 de Setembro de 2016

Portugal foi o país da OCDE que mais aumentou a carga fiscal para os trabalhadores com baixos rendimentos em 2015, com a organização a afirmar que a introdução do crédito fiscal nesse ano tirou progressividade à tributação do trabalho.

No entanto, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), sublinha que depois de vários anos de aumentos, a carga fiscal sobre o trabalho estabilizou na média dos países da Organização e, em relação aos trabalhadores com rendimentos mais baixos, registou mesmo uma ligeira descida. Redução que acabou por ser anulada pelo aumento da carga fiscal em vários países, nos quais Portugal lidera.

No relatório sobre reformas fiscais 2015, divulgado esta quinta-feira, a OCDE sublinha que "o aumento destes impostos sobre os trabalhadores com baixos rendimentos foi particularmente elevado em Portugal, onde o sistema de crédito fiscal ficou menos progressivo".

Segundo a organização sediada em Paris, o aumento da carga fiscal para os trabalhadores com baixos rendimentos cresceu perto de 1,5% em Portugal entre 2014 e 2015, liderando a tabela, enquanto na Áustria (a segunda maior subida) ficou perto de 1% e no Luxemburgo (terceira maior subida), que a OCDE também destaca, pouco acima de 0,5%.

No Orçamento do Estado para 2015, o Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, manteve a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS aplicada a montantes de rendimento que excedessem o salário mínimo nacional, mas introduziu um crédito fiscal que permitiria desagravar, parcial ou totalmente, a coleta da sobretaxa referente ao ano de 2015.

No entanto, este desagravamento estava dependente das receitas de IVA e de IRS nesse ano, uma vez que a fórmula de cálculo do crédito fiscal considerava a diferença entre a soma das receitas destes dois impostos efetivamente cobradas e a soma da receita dos dois impostos estimada para o conjunto do ano no Orçamento do Estado de 2015.

No início de 2016 -- ano que o relatório ainda não contempla - os contribuintes acabaram por não receber qualquer devolução da sobretaxa paga em 2015, porque a evolução da receita de IRS e IVA durante esse ano ficou aquém da orçamentada.

Com o Orçamento do Estado para 2016, o Governo PS liderado por António Costa decidiu eliminar a sobretaxa em sede de IRS para os contribuintes do escalão mais baixo de rendimentos e torná-la progressiva para os escalões seguintes, mantendo-a inalterada nos 3,5% apenas para os rendimentos acima de 80.000 euros anuais.

Segundo o Programa de Estabilidade 2016-2020, apresentado em abril, o Governo pretende introduzir em 2018 um crédito fiscal a famílias com baixos rendimentos. Em causa está a atribuição de um complemento salarial a famílias de baixos rendimentos que, embora auferiram rendimentos do trabalho, continuam a viver abaixo do limiar de pobreza.

Ainda de acordo com o relatório da OCDE, Portugal também ocupa os primeiros lugares da tabela - é quarto - entre os países que mais aumentaram o peso dos impostos no Produto Interno Bruto (PIB), entre 2010 e 2014, em linha com a Grécia, com uma subida de cerca de 4 pontos percentuais. Só a Dinamarca e a Islândia registaram aumentos superiores.

Fonte:  TSF com Lusa  

Há mais empresas que prevêem contratar este ano e no próximo

14 de Setembro de 2016

Um estudo da consultora Mercer a 305 empresas presentes no mercado português, sobretudo multinacionais, aponta para um aumento na contratação de trabalhadores neste universo de empresas, às quais pertencem cerca de 160.200 funcionários.

Os resultados do inquérito, divulgados nesta quarta-feira, mostram que o número de empresas que contam reforçar os quadros de pessoal quase duplicou. Cerca de metade conta fazê-lo este ano (49% das empresas), quando em 2015 esta percentagem era de 26%. Mas em relação ao próximo ano as perspectivas descem ligeiramente.

São 44% as empresas que, em 2016, estão a contar manter o mesmo número de trabalhadores e 7% as que prevêem chegar ao fim do ano com menos funcionários. Para 2017, há menos empresas a projectarem uma redução do número de efectivos (2%), havendo uma maioria que planeia manter estável o quadro de trabalhadores (52%), acima das que esperam contratar (46%).

Mais de metade das empresas ouvidas no estudo são multinacionais (54%), na sua maioria de grupos sedeados nos Estados Unidos e em França, seguindo-se empresas portuguesas do sector privado (45%) e empresas públicas (1%). A realidade retratada no estudo envolve em grande medida empresas com menos de 500 funcionários (mais de 80% dos casos). Quanto ao volume de negócios, o universo em causa está “repartido sobretudo entre as empresas com menos de 50 milhões de euros de facturação (62% da amostra) e mais de 100 milhões de euros de facturação (20% da amostra)”.

Para reduzirem o peso da massa salarial na estrutura de custos, muitas empresas congelaram salários nos últimos anos de crise económica. Este ano, porém, há uma “descida significativa do número de empresas a praticarem esta política”, o que a Mercer liga à recuperação económica e ao próprio facto de os salários terem sido congelados nos anos anteriores.

Em média, os aumentos salariais previstos para este ano são mais altos nos quadros superiores (uma subida de 1,79%), seguindo-se as chefias intermédias (1,76%), os elementos de administração/direcção geral ficam ao mesmo nível dos administrativos (1,67%) e, depois, os directores de primeira linha (1,65%) e os comerciais de vendas (1,63%). A subida mais baixa acontece nos quadros inferiores, onde o incremento salarial médio nestas empresas é de 1,46%. Se as funções de maior nível de responsabilidade “têm sido as mais penalizadas em fases de contracção da economia”, são também as que “mais recuperam em períodos de crescimento económico”, sublinha o responsável da área de estudos de mercado da Mercer, Tiago Borges, citado nas conclusões do inquérito.

Para o próximo ano, os aumentos são maiores nos directores de primeira linha, nas chefias intermédias e nos administrativos, mas no caso dos administradores das empresas e dos operários já serão inferiores aos deste ano.

Outro dado que o inquérito permite medir é o salário base dos recém-licenciados, quando se trata do primeiro emprego. Nestas 305 empresas, o vencimento anual (12 meses, mais os subsídios de férias e Natal) “situa-se tendencialmente entre os 13.057 e os 17.984 euros”, ou seja, entre 933 e 1285 euros por mês.

 

Fonte:  Pedro Crisóstomo in “Público”

 

Só 16% dos alunos de cursos profissionais prosseguem para o superior

11 de Setembro de 2016

Já se adivinhava que muitos alunos do ensino profissional não seguiriam caminho para o ensino superior. Mas um estudo da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) quantifica agora o hiato que os separa dos restantes colegas que fazem os seus estudos secundários noutras vias de ensino. E é gigante: apenas 16% dos diplomados com cursos profissionais prosseguem para uma universidade ou politécnico. O mesmo acontece com 80% dos jovens dos chamados cursos científico-humanísticos.

Foram estes os números encontrados pela DGEEC quando foi saber onde estavam em 2014/2015 os jovens (quase 63 mil) que se tinham diplomado em alguma modalidade do ensino secundário no ano lectivo anterior, em Portugal continental.

O ministro da Ciência e Ensino Superior resumia assim, na sexta-feira, numa apresentação aos jornalistas, a situação encontrada: “O que hoje constatamos é que há 20 mil jovens por ano que acabam o 12.º ano por vias profissionais e que não estão a ingressar no ensino superior.” Diz Manuel Heitor que sendo certo que têm aumentado, em geral, os candidatos ao superior, “o pior que pode acontecer é não estarmos a educar mais jovens de 18 anos”.

Dados do estudo: concluíram cursos científico-humanísticos perto de 38.400 jovens (idade média de 17 anos); 80% seguiram para uma universidade ou politécnico; 4% continuavam no secundário, eventualmente em cursos diferentes daqueles em que já tinham diploma; apenas 16% não estavam a estudar (pelo menos em Portugal).

Já dos alunos que terminaram um curso profissional (22.845, com uma média de idades de 18 anos), apenas 16% estavam a frequentar uma instituição de ensino superior, 1% estavam num Curso de Especialização Tecnológica (não superior) e 2% tinham ido fazer alguma formação mais de ensino secundário. A esmagadora maioria, 82%, não estava a estudar.

Noutros ramos do secundário, com menos expressão, as percentagens variam, mas nunca há tanta gente longe do superior como os recém-diplomados pelo ensino profissional. Dos alunos que fizeram em 2013 o secundário artístico especializado, por exemplo, 45% não estavam a estudar em 2014 (mas a DGEEC admite que muitos possam estar a estudar fora do país).

Saiba mais aqui:

Fonte: Andreia Sanches in “Público” 

 

Harpoon: o melhor sítio para “pescar” no mercado de trabalho

06 de Setembro de 2016

Navegar no mar revolto do mercado de trabalho não é tarefa fácil. Há quem embarque na aventura sem uma bússola que oriente o caminho e ande aos papéis. No ceio de um mercado altamente competitivo em que a caça de talentos é uma regra fulcral, é premente que as empresas saibam exatamente o que pretendem “pescar” na altura de preencher novas vagas de trabalho. A mais recente e inovadora plataforma de recrutamento que está a dar que falar, promete revolucionar o mercado da contratação tal qual como o conhecemos.

Dá pelo nome de Harpoon.jobs e, tal como o nome indica, funciona como um arpão, uma arma rápida e precisa para quem anda à pesca de talentos qualificados ou do emprego dos seus sonhos.

 

O processo de recrutamento é fácil e eficaz, como explica o fundador e CEO da Harpoon.jobs, Matthieu Douziech. De um lado estão os candidatos; do outro, estão as empresas. Para cada candidato existirá um trabalho perfeito e vice-versa. Ora, em vez de procurar um a um, como agulha num palheiro, a Harpoon.jobs cruza os dados e faz tiro certeiro ao alvo. Já lá diz o povo: há sempre uma tampa para cada panela. O objetivo da plataforma é encontrar a “outra metade” que lhe assenta na perfeição.

 

“Somos agentes de talentos”

Na Harpoon.jobs, tudo funciona de forma muito simples: “O candidato regista-se na plataforma Harpoon.jobs, preenche o seu perfil, assina os termos de acesso ao seu histórico de carreira e responde a três perguntas em Inglês. Com base no percurso profissional, na capacidade de destaque e na conversa connosco, decidimos aceitar ou não o candidato como membro”, continua Matthieu Douziech, que deixou para trás uma carreira sólida nos Recursos Humanos da L’Oreal para fundar a startup portuguesa, em maio deste ano.

Sim, nem todos os candidatos têm acesso à plataforma. Há uma filtragem à entrada que pretende garantir a máxima qualidade nos recursos selecionados. Contudo, depois de ser aceite, cada um é tratado de forma única. “A nossa lógica é a de agentes de talentos. Conhecemos perfeitamente os nossos membros, sabemos quais são os seus perfis e expectativas”, compara.

O que acontece a seguir é pura matemática, mas não deixa de ter uma certa magia. “Quando uma empresa se regista na plataforma e coloca uma oferta de trabalho, o nosso algoritmo de matching entra em ação e verifica quais são os membros mais adequados. Se houver um match, os candidatos recebem uma notificação através da Web e da App, podendo aceitar ou recusar a oferta. Nós temos de garantir às empresas talentos qualificados e interessados Caso aceitem, as empresas recebem uma notificação com o perfil do candidato”, esclarece.

Também aqui a Harpoon.jobs se distingue das clássicas agências de recrutamento: o perfil de cada candidato fica parcialmente anónimo até que este decida partilhar os seus contactos. Assim, “a empresa vai aceitar ou recusar o perfil do candidato sem saber quem é”.

Segundo o CEO, a ideia do anonimato surgiu nos focus groups que desenvolveu antes de lançar a plataforma. “Descobri que os talentos valorizam imenso a possibilidade de sondar o mercado sem se comprometerem”, conta.

Fonte: in “ Observador”

Desemprego na zona euro e UE regista novos mínimos em julho

31 de agosto de 2016

A taxa de desemprego na zona euro baixou, em julho, para 10,1%, sendo a menor registada desde julho de 2011 e a da União Europeia recuou para 8,6%, a mais baixa desde março de 2009, divulga esta quarta-feira o Eurostat.

 De acordo com os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), na zona euro, a taxa de desemprego manteve-se estável na comparação com junho e desceu 0,7 pontos percentuais em termos homólogos, para os 10,1%, o valor mínimo desde julho de 2011.

 Já no que respeita ao conjunto dos 28 Estados-membros, a taxa de desemprego estabilizou na variação em cadeia e desceu 0,8 pontos na comparação com julho de 2015, ficando nos 8,6%, a menor desde março de 2009.

 Em julho, as menores taxas de desemprego foram registadas em Malta (3,9%), República Checa e Alemanha (4,2% cada), enquanto as mais elevadas se observaram na Grécia (23,5% em maio) e em Espanha (19,6%).

 No que respeita ao desemprego jovem, a zona euro registou, em julho, uma taxa de 21,1% (face aos 22,1% homólogos) e a UE uma taxa de 18,8% (que compara com os 20,2% de julho de 2015).

 As menores taxas de desemprego jovem observaram-se em Malta (7,1%) e na Alemanha (7,2%), enquanto as mais elevadas se registaram na Grécia (50,3% em maio), em Espanha (43,9%) e Itália (39,2%).

 Em Portugal, a taxa de desemprego foi de 11,1% e a de desemprego jovem de 26,3%, em julho.

 Saiba mais aqui

 Fonte: Lusa in ” Observador”

Desemprego estabiliza nos 11,1% em Julho

30 de agosto de 2016

Depois de três meses em queda, a taxa de desemprego provisória para o mês de Julho estabilizou nos 11,1%. Nas estimativas sobre o andamento do mercado de trabalho, divulgadas nesta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revê em baixa a taxa de desemprego de Junho (para 11,1%) e altera a forma como apresenta os dados mensais, dando mais relevo à taxa de desemprego definitiva do que aos dados provisórios de Julho.

 O INE começa por destacar que a estimativa definitiva da taxa de desemprego de Junho situou-se em 11,1%, “prosseguindo a trajectória descendente que se verifica desde Fevereiro de 2016”. Este valor, explica, resulta de uma revisão em baixa face à taxa provisória apurada anteriormente (passando de 11,2% para 11,1%).

 Esta taxa traduz-se em 565.500 pessoas desempregadas, menos 7300 do que no mês anterior. A população empregada aumentou para 4,548 milhões de pessoas, o que representa mais 20.800 do que em Maio.

 Saiba mais aqui

Fonte: Raquel Martins in  “ Público”

Governo cria subsídios para funcionários trabalharem a 60 kms de casa

29 de agosto de 2016

Nova proposta das Finanças chegou esta segunda-feira aos sindicatos. Afinal, os excedentários da administração pública não vão ter qualquer corte salarial. E mobilidade vai ser compensada com duplo salário (no primeiro mês) e com subsídios de deslocação e de transporte

 Saiba mais aqui

 Fonte: Rosa Pedroso Lima in “Expresso”

Três mitos sobre a nova emigração portuguesa

28 de agosto de 2016

Emigrar é, para muitos, uma escapatória ao desemprego e à precariedade. Um livro, Regresso ao Futuro – A nova emigração e a sociedade portuguesa (Gradiva), desfaz ideias sobre o que representa esta espécie de êxodo

A emigração está a aumentar desde o princípio do século e acelerou com a crise da dívida e as medidas de austeridade. Para entender a emigração do pós-2000, um grupo de cientistas – incluindo João Peixoto, Isabel Tiago de Oliveira, Joana Azevedo, José Carlos Marques, Pedro Góis, Jorge Malheiros e Paulo Miguel Madeira – analisou fluxos migratórios, lançou um inquérito online, aplicou um inquérito em papel e fez entrevistas aprofundadas a portugueses residentes no Reino Unido, em França, no Luxemburgo, no Brasil, em Angola e em Moçambique. A investigação, desenvolvida entre 2013 e 2015, agora reunido em livro, desmonta os mitos da nova vaga migratória.

 Os três mitos sobre a nova emigração portuguesa são questionados:

  1. A nova vaga migratória é composta apenas por pessoas qualificadas?
  2. Portugal perdeu meio milhão de pessoas para a emigração desde o início da crise?
  3. Os emigrantes de longa duração já não voltam?

Saiba mais aqui

Fonte:   Ana Cristina Pereira in  “ Público”

“É minha intenção promover uma auditoria interna aos procedimentos” do IEFP

28 de agosto de 2016

António Valadas da Silva, presidente do instituto, diz que auditoria vai arrancar "proximamente". Objectivo é "identificar áreas e aspectos de melhoria" para evitar fraudes no uso do programa de estágios e nos outros apoios ao emprego.

Saiba mais aqui

Fonte:    Raquel Martins in  “ Público”

Apresentação quinzenal de desempregados acaba a 1 de Outubro

24 de agosto de 2016

A obrigação de os desempregados subsidiados se apresentarem de 15 em 15 dias nos centros de emprego, juntas de freguesia ou gabinetes de inserção profissional acaba a 1 de Outubro. A lei publicada nesta quarta-feira em Diário da República prevê que a partir dessa data deixe de haver apresentação quinzenal e dá 30 dias ao Governo para regulamentar a forma como deve ser executado o Plano Pessoal de Emprego (PPE) de cada desempregado, assim como os novos mecanismos de controlo da procura activa de emprego.

 O diploma, que altera o decreto-lei 220/2006, deixa de prever os controlos obrigatórios, mas os centros de emprego vão continuar a convocar os beneficiários de prestações de desemprego “no âmbito de acções de controlo não periódicas”. A falta de comparência a estas convocatórias pode levar à anulação da inscrição e à consequente perda do direito ao subsídio. Os desempregados continuam, como actualmente, a ter de cumprir um conjunto de obrigações, nomeadamente aceitar emprego conveniente, formação profissional ou outras medidas activas de emprego ajustadas ao seu perfil e comparecer nas datas e locais determinados pelos centros de emprego.

 Logo que a lei entre em vigor (1 de Outubro), começam a contar os 30 dias para o Governo, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional, regulamentar a execução do PPE, a “realização e demonstração probatória da procura activa de emprego”, assim como “outras vertentes relevantes para a concretização das obrigações” dos desempregados.

 O controlo quinzenal dos desempregados subsidiados foi introduzido na lei em 2006 pelo actual ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, com o intuito de fomentar a procura activa de emprego. Com o tempo transformou-se num controlo meramente burocrático, muito criticado.

 A Lei 34/2016 resulta de uma iniciativa do Bloco de Esquerda, que depois teve contributos do PS e do PCP.

 Consulte aqui as principais alterações ao regime dos desempregados.

 Fonte: Raquel Martins in  “ Público”

Taxa de desemprego caiu para nível mais baixo desde 2011

10 de agosto de 2016

Há 559 mil pessoas desempregadas, segundo a estimativa do INE. Taxa está no nível mais baixo desde 2011

O desemprego em Portugal mantém sinais de uma trajectória descendente, com os dados mais recentes a mostrarem tanto um aumento da população empregada entre Abril e Junho, como uma redução do número de pessoas sem trabalho.

  A taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano caiu para 10,8%, de acordo com a informação divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. O valor fica 1,1 pontos percentuais abaixo do registado no segundo trimestre de 2015 e é uma descida de 1,6 pontos percentuais em relação primeiro trimestre de 2016.

 Fonte:    João Pedro Pereira in  “ Público”

Quase um em cada seis jovens em Portugal não estuda nem trabalha

11 de agosto de 2016

Quase um em cada seis jovens em Portugal não estuda nem trabalha, revela um estudo divulgado pelo Eurostat esta quinta-feira, véspera do Dia Internacional da Juventude. A proporção de jovens conhecidos pela sigla NEET (neither in employment nor in education or training) em Portugal — 17,5% — está ligeiramente acima da média europeia (17,3%) mas subiu de forma acentuada nos últimos 10 anos, já que em 2006 o registo era de 12,6%.

 Em Portugal, os dados relativos a esta faixa etária (20-24) distribuem-se da seguinte forma: 42,3% estão exclusivamente a receber formação académica; 8,5% aliam a formação académica ao trabalho; 31,7% estão exclusivamente a trabalhar e; 17,5% estão, então, sem se dedicar a uma coisa ou a outra. Os dados referem-se a 2015.

 Em 2006, o quadro era diferente: 33,7% totalmente dedicados à escola/universidade; 4,8% trabalhadores-estudantes; 49% só a trabalhar e; 12,6% sem trabalhar nem estudar.

 Os dados do Eurostat sobre “Educação, emprego, ambos ou nenhum? O que estão os jovens da UE a fazer?” foram conhecidos na véspera do Dia Internacional da Juventude (12 de agosto).

 Em toda a Europa, no subgrupo de jovens com idades entre 15 e 19, a taxa de NEET é de 6,3%. Os outros subgrupos, com mais idade, registam uma taxa mais elevada: 17,3% nas idades entre 20 e 24 e, 19,7% nos jovens com idades 25 e 29. Ou seja, neste subgrupo dos 25 a 29 anos, uma pessoa em cada cinco está desempregada e também não está a estudar ou a realizar formações profissionais.

Portugal fica muito pouco acima da média europeia na proporção de NEET, mas fica menos bem na figura quando se olha para a variação desta percentagem entre 2006 e 2015. O país é um dos que tiveram um maior aumento de jovens que nem trabalham nem estudam. A proporção subiu quase cinco pontos percentuais em menos de 10 anos. Pior do que Portugal, contudo, aparecem Itália, Grécia e Espanha.

 Fonte: in “ Observador”

É mais fácil despedir em Portugal depois da troika

03 de agosto de 2016

Uma investigação promovida por economistas do Banco Central Europeu conclui que as reformas laborais do período da assistência financeira a Portugal tornaram mais fácil os despedimentos (sobretudo os individuais, que eram considerados mais protegidos) no país. “A facilidade de despedir por razões económicas ou de ajustar o horário de trabalho parece ter aumentado na maior parte dos países sob stress”. Isto mesmo é referido sobretudo por empresas da Grécia, Espanha e Portugal”, diz o relatório “Novas evidências sobre reajuste salarial na Europa durante o período 2010-13”.

O período em análise, no caso português, coincide com a assistência financeira ao país, pelo BCE, FMI e Comissão Europeia (a troika) e, na edição desta quarta-feira, o Diário de Notícias cita o estudo para colocar Portugal como o terceiro país em que o despedimento individual é hoje considerado “menos difícil ou muito menos difícil”, com um terço dos inquiridos a identificarem esta facilidade, quando comparado com o que existia em 2010, o ano antes do pedido de assistência financeira. Uma situação só ultrapassada pelos registos em Espanha e na Grécia, os dois países que neste capítulo ficam à frente de Portugal, no conjunto de países identificados como “sob stress” (deste grupo, além de Portugal Grécia e Espanha, fazem também parte Eslovénica, Chipre, Itália e Irlanda).

No âmbito do mercado de trabalho, o anterior Governo (que exerceu funções entre 2011 e 2015) aplicou medidas como a redução das indemnizações compensatórias para casos de despedimento, tendo também sido introduzidos novos critérios para a redução de pessoal nas empresas. A reforma das regras laborais foi uma das exigências da troika, quando foi negociado o memorando de entendimento com Portugal, com vista à ajuda financeira ao país.

Este estudo é a terceira edição da Rede de Dinâmica Salarial (Wage Dynamics Network), um projeto de investigação de economistas do BCE e de 25 bancos centrais nacionais da União Europeia, incluindo o Banco de Portugal, segundo o DN. A investigação está a estudar os ajustamentos no mercado de trabalho, depois das alterações introduzidas no período de 2010 e 2013.

 

Fonte: Mário Cruz /Lusa in “ Observador”

Programa de empreendedorismo quer integrar 1500 desempregados do IEFP no mercado de trabalho

31 de Julho de 2016

O programa de Empreendedorismo IEFP — SOU OLÁ arrancou, oficialmente, este mês com o objetivo de ajudar a integrar no mercado laboral 1.500 desempregados do IEFP até 2020, disse à Lusa Elena Durán, responsável pelo programa.

 Segundo a mesma fonte, para este programa, que resulta de uma parceria entre a Unilever, do grupo Jerónimo Martins, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), ainda não há uma previsão exata de quantos desempregados poderá abranger já este ano, uma vez que se encontra no início, mas o objetivo é que possa “apoiar cerca de 1500 pessoas até 2020”.

 Assim, através do programa, os desempregados inscritos no IEFP têm a possibilidade de explorar um meio de venda Olá com 15. 000 euros de investimento. A multinacional Unilever comparticipa 50% do investimento inicial, correspondente a 7. 500 euros e o restante pode ser feito com capitais próprios ou através de um financiamento com condições especiais, a que o empreendedor se pode candidatar através de programas de apoio oferecidos pelo IEFP.

 “Não existe uma seleção dos candidatos, mas sim uma validação da sua candidatura conforme o modelo de negócio e o local escolhido para abrir o ponto de venda”, explicou a responsável do programa, sublinhando que essa validação “depende do potencial, em termos de rentabilidade, e do local escolhido pelo candidato”.

 

Para se candidatarem, os desempregados inscritos no IEFP têm de escolher um local com potencial para abrir um meio de venda de gelados, preencher o Simulador de Negócio, um documento disponível no website do programa, em www.souola.pt/empreendedorismo no menu “Como Candidatar-me”, preencher o formulário de candidatura e submetê-lo online.

 

Quando a candidatura for aprovada, o empreendedor deve avançar com o pedido de licenças às entidades públicas responsáveis pelo local escolhido, assinar o contrato de concessão e dar início à atividade assim que tenha os recursos financeiros necessários e as licenças aprovadas.

 Para além dos gelados da marca Olá, o empreendedor pode vender produtos como Lipton ice tea e chá quente, água, café, chocolate quente, waffles, sob aprovação da Olá.

 O programa tem como base o Plano de Sustentabilidade da Unilever e pretende “promover o empreendedorismo”, destinando-se a “pessoas em situação de desemprego que tenham espírito empreendedor e vontade de criar algo seu, mas não têm uma ideia de negócio ou os recursos necessários para concretizá-la”, explicou à Lusa Elena Durán.

 O programa arrancou oficialmente este mês, no entanto, a responsável explicou que ao logo dos últimos meses a Olá realizou várias sessões de esclarecimento no IEFP para avaliar a reação e interesse das pessoas em relação ao programa.

 Fonte: Paulo Novais/LUSA in “ Observador”

Governo quer mudar apoios à contratação. Há cinco mudanças fundamentais

23 de julho de 2016

 

O Governo apresentou aos parceiros sociais um conjunto de propostas para promover as contratações. Há corte na duração dos estágios e apoios direcionados para criar empregos nos quadros.

O Ministério do Trabalho, liderado por Vieira da Silva, enviou esta sexta-feira aos parceiros sociais um conjunto de propostas para reorientar as políticas de contratação. O objetivo é evitar que as empresas recorram aos estágios profissionais para colmatar carências de pessoal e estimular a contratação para os quadros, em detrimento dos contratos a prazo. Conheça as principais propostas do Executivo.

  1. Estágios mais curtos
  2. Contratos sem termo são favorecidos
  3. Prémio-emprego
  4. Contratos a prazo têm menos apoios
  5. Candidatura por pontos

 

Fonte: Manuel de Almeida /LUSA in “Observador”

Fundos Europeus Estruturais e de Investimento vão ser discutidos na concertação

22 de Julho de 2016

O Governo reúne, esta sexta-feira, com os parceiros sociais e deverá informá-los sobre a forma como estão a ser aplicados os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no âmbito do Portugal 2020.

A reunião de concertação social, convocada pelo Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tem na sua ordem de trabalhos o “ponto de situação do acesso aos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no PT 2020” e deve continuar a debater as medidas que o Governo está a desenvolver para recapitalizar as empresas, de modo a que possam voltar a investir.

As duas centrais sindicais, CGTP e UGT, consideram que os apoios às empresas devem repercutir-se nos rendimentos dos trabalhadores e nas suas condições de trabalho.

As confederações patronais consideraram positivas as medidas apresentadas pelo Governo mas querem urgência na sua aplicação.

As Políticas Ativas de Emprego também vão continuar em discussão nesta reunião da Comissão Permanente de Concertação Social.

 

Fonte: Pedro Nunes/LUSA in “ Observador”

Número de desempregados com subsidio de desemprego baixou em junho

20 de julho de 2016

O número de desempregados a receber prestações de desemprego diminuiu em junho, 5,2% em relação a maio e 17,3% face a junho de 2015, divulgou esta quarta-feira a Segurança Social.

De acordo com a síntese de informação estatística mensal da Segurança social, foi o subsídio social de desemprego inicial que apresentou a maior quebra em junho, 13,8%, o que corresponde a menos 1.495 beneficiários desta prestação.

No mesmo período, o subsídio de desemprego teve um decréscimo de 5,1%, ou seja, menos 9.269 subsídios atribuídos.

O Orçamento do Estado para 2016 criou uma medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração que tenham cessado o período de concessão do subsídio social de desemprego, que passou a designar-se de inicial ou subsequente.

Segundo o Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, estes dados ainda não refletem a nova medida.

O valor médio mensal de todas as prestações de desemprego processadas tem permanecido estável, sendo de 458,62 euros em junho.

Fonte: João Relvas/LUSA in “Observador”

 

“As políticas activas de emprego não podem fazer muito durante uma recessão”

18 julho de 2016

 

David Card, economista e investigador na Universidade de Berkeley, diz que o principal factor que determina as desigualdades salariais é a educação.

O economista David Card ficou conhecido pela investigação que desenvolveu, nos anos 80, sobre o impacto do aumento do salário mínimo nos restaurantes de fast-food de Nova Jérsia e Pensilvânia (EUA). Card e o economista Alan Krueger concluíam que o aumento tinha efeitos reduzidos no emprego, o que lhe custou algumas amizades. Recentemente a sua investigação tem-se centrado na imigração, nas desigualdades salariais e nas políticas activas de emprego. David Card, investigador e professor na Universidade de Berkeley, esteve em Lisboa no final de Junho para participar numa conferência sobre desigualdade salarial, organizada pela Nova School of Business and Economics, onde deixou algumas pistas sobre novas abordagens do problema.

 

Fonte:     Raquel Martins in  “ Público”

Governo e parceiros querem políticas de emprego mais selectivas e direccionadas

08 de julho de 2016

 

O Governo e os parceiros sociais concordaram nesta sexta-feira que os portugueses têm de melhorar as suas qualificações e que as novas políticas activas de emprego têm de ser mais selectivas e mais direccionadas para a criação de emprego de qualidade.

No final de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, para continuar a discussão sobre Politicas Activas de Emprego, o ministro do Trabalho disse aos jornalistas que a reflexão vai continuar até se encontrar o modelo adequado para o país, embora já se tenha chegado a um consenso generalizado quanto aos objectivos a atingir.

"Já conseguimos unanimidade quanto ao facto de as novas políticas activas de emprego terem de ser mais selectivas, dirigidas a quem mais precisa, e mais direccionadas para o apoio à criação de emprego", disse Vieira da Silva.

O governante lembrou que Portugal tem actualmente menos fundos comunitários para aplicar nas políticas de emprego, por isso tem de os adequar às dificuldades do país.

Viera da Silva remeteu para dia 22 de Julho a continuação e, eventualmente a conclusão, da discussão do novo modelo de políticas activas de emprego, para o qual os parceiros sociais estão a contribuir com propostas.

No último encontro, a 23 Junho, o ministro do Trabalho considerou que os resultados das medidas activas de emprego aplicadas nos últimos anos ficaram aquém do desejável.

 

Fonte:   Lusa in  “ Público”

Mais de metade dos desempregados em Portugal ainda são de longa duração

7 de julho de 2016

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sinalizou uma recuperação do desemprego de longa duração, mas em Portugal este grupo representa ainda mais de metade dos desempregados.

No relatório ‘Perspetivas de Emprego 2016’, a OCDE volta a alertar sobre a situação dos desempregados de longa duração, que em Portugal no final de 2015 representavam uma fatia de 57,4% dos desempregados (59,6% em 2014), acima da média da OCDE de 33,8%.

A OCDE recomenda que os governos prossigam com os programas de ativação e apoio na procura de emprego para este grupo.

A organização também sinaliza a sua preocupação com outro grupo que é dos jovens pouco qualificados que não estão na escola, nem em formação, nem a trabalhar (os NEET, da sigla em inglês).

Em 2015, 14,6% dos jovens entre os 15 e os 29 anos estavam nesta categoria (13,5% em 2007, antes da crise) e, destes, 36% não terminaram o ensino secundário.

A OCDE pede para estes jovens “políticas efetivas” que os voltem a conectar com o mercado laboral e evitem que caiam na pobreza e marginalização.

A organização antecipa para Portugal que o número de pessoas empregadas recue 0,3% este ano, depois de ter avançado 1,1% em 2015, e avance 0,7% em 2017.

Segundo a OCDE, a taxa de desemprego em Portugal deverá terminar 2016 nos 11,9% (12,1% em 2015) e 2017 nos 11,3%

Fonte: André Afonso / Global Imagens in “Observador”

 

Portugueses querem mais intervenção da UE no combate ao desemprego

1 de julho de 2016

A esmagadora maioria dos portugueses considera que a União Europeia (UE) deve intervir mais no combate ao desemprego (93%), à fraude fiscal e ao terrorismo (91% cada), segundo um Eurobarómetro divulgado pelo Parlamento Europeu esta sexta-feira.

Segundo o inquérito, além do desemprego, fraude fiscal e terrorismo, a proteção das fronteiras externas (87%) e a imigração (86%) são também áreas em que a grande maioria dos portugueses defendem mais intervenção da UE.

O Eurobarómetro, realizado entre 9 e 18 de abril, mostra que a luta contra o terrorismo é a área em que a maior taxa de habitantes da UE (82%) defende uma maior intervenção comunitária.

Em segundo lugar, na média da UE, surge a luta contra o desemprego (77%) e em terceiro o combate à fraude fiscal (75%).

Em relação ao terrorismo, quase metade dos portugueses (49%) consideram que o seu país corre “algum risco” de sofrer um atentado (UE 47%), enquanto 27% responderam considerar haver um “grande risco” (UE 40%) e 21% um “baixo risco” (UE 11%).

Fonte: Christian Bruna /EPA in “ Observador

10 ações para melhorar as competências dos cidadãos europeus

10 de junho de 2016

A Comissão adotou hoje uma nova e abrangente Agenda de Competências para a Europa. Pretende-se com esta iniciativa garantir que, desde cedo, as pessoas adquirem um vasto conjunto de competências, e tirar o máximo partido do capital humano europeu, o que contribuirá para aumentar a empregabilidade, a competitividade e o crescimento na Europa. 

Saiba mais aqui.


Fonte: Comissão Europeia

 

Plataforma Europeia do trabalho não declarado

27 de Maio de 2016

É hoje lançada em Bruxelas a plataforma europeia que tem como objectivo melhorar a cooperação em matéria de combate ao trabalho não declarado na União Europeia.

Neste evento, serão identificadas e discutidas as prioridades temáticas e as abordagens a efectuar, com a finalidade de conceber o primeiro programa de trabalho desta plataforma.

São participantes no evento os membros e observadores da plataforma: representantes das inspecções de trabalho, autoridades fiscais e aduaneiras, autoridadades da segurança social, sindicatos, organizações de empregadores, ministérios e outras organizações relevantes, como a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho,  a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho e aOrganização Internacional do Trabalho.

Saiba mais informações aqui

Fonte: Blog Eupportunity

Desemprego de longa duração com "níveis preocupantes" no sul da Europa - estudo

14 de Junho de 2016

Em alguns países da Europa, o desemprego de longa duração constitui já um "problema estrutural" e alcançou "níveis preocupantes" no sul do continente, fruto da crise, alerta um estudo publicado hoje pela Fundação Bertelsmann. O relatório indica destaca que Espanha, Grécia e Croácia figuram como os países onde o desemprego de longa duração -- pelo menos 12 meses sem trabalho -- se tornou crónico de uma forma mais significativa. Neste trio de países supera 10% da população ativa e, ao contrário do resto dos 28, afeta também de forma significativa pessoas com médias e elevadas qualificações.

Fonte: "Correio da Manhã"

Desemprego estabiliza na OCDE e sobe em Portugal

13 de Abril de 2016

Portugal não acompanhou a manutenção da taxa de desemprego no conjunto dos países da OCDE, que foi de 6,5%.

Em Fevereiro, a taxa de desemprego estabilizou no conjunto dos países da OCDE, mas Portugal não acompanhou esse movimento. Por cá, a taxa avançou de 12,1% em Janeiro para 12,3% em Fevereiro, longe da média de 6,5% registada na OCDE nestes dois meses.

Portugal conta assim com o segundo valor mais elevado entre os 25 países para os quais há dados actualizados. Espanha regista uma taxa mais alta (20,4%), bem como a Grécia, embora neste caso o valor ainda reporte a Dezembro de 2015 (24%).

De acordo com os dados hoje publicados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), é na Islândia que a taxa de desemprego é mais baixa (3,1%).

Fonte: Cristina Oliveira da Silva, in Económico on-line

Qualifica promove a educação, formação e emprego jovem

13 de Abril de 2016

De 14 a 17 de abril, a Exponor, no Porto acolhe a Feira Qualifica. Num só espaço e durante quatro dias, os jovens vão poder tomar contacto com as ofertas académicas nacionais e internacionais de qualidade, alargando os seus horizontes. Vão ter oportunidade de perceber mais e melhor o que podem os cursos profissionais fazer para ajudar a concretizar sonhos. Ou até descobrir novas propostas para ocupar os seus tempos livres.

A Exponor será um espaço de networking, de encontros entre professores e alunos, entre expositores e visitantes, num clima de grande informalidade e até divertimento, único.

A Qualifica é o maio evento no Norte de Portugal dedicado à Educação, Formação, Juventude e Desporto, tendo contado já com mais de 30.000 visitantes e 100 expositores.

Na edição de 2016 destaca-se o Spot jobs que contará com a presença de empresas de referência com oferta de oportunidades de trabalho e projetos para criar o seu negócio. No Study Abroad os visitantes conhecerão a ofertas de escolas, institutos e universidades. Haverá um espaço inteiramente dedicado ao Fenómeno dos Youtubers em Portugal, uma Área verde, designada Eco Qualifica, um espaço Gamming dedicado a vídeo jogos, novas tecnologias e entretenimento e ainda uma área especialmente pensada para a diversão.

Estas e outras informações encontram-se disponíveis em http://qualifica.exponor.pt/

Fonte: Impulso Positivo

Responsabilidade Social Empresarial na Europa

12 de Abril de 2016

A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) nasceu e popularizou-se nos EUA com grandes empresas e magnatas a realizarem contributos para causas sociais. A Europa adotou esta prática muito mais tarde e com maior discrição. São, por isso, evidentes as diferenças entre os dois lados do Atlântico, nomeadamente em termos de linguagem, de orçamentos alocados à RSE e de maturidade empresarial. Apesar disso, nos últimos anos, o velho continente tem vindo a apostar no desenvolvimento e implementação de políticas de RSE recuperando o tempo perdido.
A Comissão Europeia (CE) tem sido a grande impulsionadora da RSE na Europa, sendo a sua iniciativa mais importante a publicação do Livro Verde “Promover um Quadro Europeu para a Responsabilidade Social das Empresas”, que reforça a base voluntária e alerta para a necessidade destas contribuírem para a promoção de uma sociedade mais justa e um ambiente mais limpo.

Neste Livro Verde distinguem-se duas dimensões de RSE: a interna e a externa.

No plano interno, destacam-se as práticas relacionadas com os trabalhadores - foco no investimento, no capital humano, na gestão de recursos humanos, na saúde, na segurança e na gestão da mudança - e nas práticas ambientalmente responsáveis - atividades relacionadas com a gestão dos recursos naturais e impacto ambiental. No plano externo, realça-se o envolvimento de todos os stakeholders com relevo para a temática das preocupações ambientais globais e o respeito pelos direitos humanos.

Em 2011, a CE reviu o seu conceito de RSE para uma visão mais simples e abrangente: “responsabilidade das empresas pelo seu impacto na sociedade”. Esta nova interpretação aproxima a Europa dos princípios reconhecidos internacionalmente para o âmbito da RSE, do conceito da OCDE, da ISO 26.000 e dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos das Nações Unidas. Um detalhe que passaria despercebido não fosse a primeira vez, em 10 anos, que a Comissão altera a sua definição, com o intuito de se adaptar às novas realidades, apelando às empresas para incorporarem a responsabilidade social nas suas estratégias de negócios, elaborando uma nova proposta legislativa relativa à comunicação e criando um prémio europeu.

Na vertente mais académica, a investigação tem mostrado diferenças acentuadas entre regiões fruto da legislação e da pressão dos stakeholders não existindo “um” modelo social na Europa mas diversos - anglo-saxónico, mediterrânico, central-europeu, escandinavo, nórdico, etc. É ainda evidente que os esforços para o desenvolvimento da RSE refletem as características estruturais e político-económicas, quer a nível nacional, quer internacional, e são afetados pelos sistemas e agendas nacionais dos diferentes países.

A investigação sugere que em Portugal as empresas têm uma forte preocupação externa da componente de RSE enquanto na Holanda o tema que dominante é a sustentabilidade. Na Finlândia o destaque vai para a importância da iniciativa por parte dos gestores de topo e na Alemanha as empresas assumem uma postura ambivalente no que diz respeito às iniciativas de RSE, devido às consequências das normas rígidas de regulamentação implantadas no país. No Reino Unido, os investidores que estão orientados para as questões de RSE são mais sensíveis às práticas explicitas e às políticas adotadas pelas empresas. No que diz respeito aos países nórdicos, a existência de um estado social forte é uma vantagem para o desempenho de RSE resultando numa alta integração corporativista.

Apesar de todos os esforços (meritórios), os dados mostram que a RSE está diretamente ligada ao desenvolvimento económico de um país, ou seja, quanto mais desenvolvido, maior a incidência de políticas na área de RSE.

Esta evidência também é realçada na Europa em que os países com índices de desenvolvimento superior são os que apresentam práticas mais consistentes e, essencialmente, são os que estão menos dependentes da pressão legislativa.

Fonte: Marta Lopes, in "Oje"

Rendimento de indiferença

12 de Abril de 2016

Para medir o impacto do Rendimento Social de Inserção (antigo Rendimento Mínimo Garantido) ao longo de 20 anos de existência, seria necessário sair dos gráficos e ir à procura de vidas. Porque é por elas, pelas vidas que este valor mensal equilibrou ou a quem deu um pouco de esperança, que se mede a eficácia das políticas.

Mas o anonimato dos números é, à falta da tarefa impossível de avaliar milhões de vidas, o indicador que sobra. E os gráficos mostram a progressiva descida que este apoio tem sofrido, quer em montante global, quer em número de beneficiários. Não porque a pobreza diminuiu e o objetivo de reinserção foi sendo atingido. Apenas porque as regras do jogo mudaram e baixaram os valores que permitem aceder à prestação.

Nos últimos cinco anos, a taxa de pobreza aumentou de 17,9% para 20%. Com particular impacto entre as crianças, 28,3% das quais consideradas em risco. A taxa de intensidade de pobreza também subiu de 22% para 29%. Mesmo assim, apenas um quarto dos portugueses considerados pobres têm esta prestação.

Duas décadas de atribuição de RSI significaram um esforço financeiro idêntico ao buraco deixado pelo BPN. Ainda assim, continua a haver a perceção de que este apoio social custa mais do que acontece na realidade. Num certo discurso alheio ao princípio de solidariedade social, continua a ouvir-se dizer que há muito quem receba subsídios apenas porque não quer trabalhar. Sobre a fraude e evasão fiscal que dariam para pagar, anualmente, mais de metade do orçamento da Saúde, encolhemos os ombros e pouco exigimos. Somos mais facilmente exigentes com os mais frágeis das franjas da nossa sociedade.

Quem recebe RSI assina um contrato que visa restituir-lhe uma perspetiva de futuro e integração no mercado de trabalho. O Estado tem vindo cada vez mais a retirar-se dessa tarefa, entregando a gestão dos contratos a IPSS. O grande desafio está exatamente aqui. O difícil não é orçamentar verbas para o RSI, mas encontrar caminhos para que as pessoas saiam da sua alçada.

Numa altura em que o desemprego se mantém em níveis preocupantes, e sabendo que a educação é a chave para as mudanças sociais, o experiente ministro Vieira da Silva tem na criação de emprego e no diálogo com o colega Tiago Brandão Rodrigues difíceis prioridades. Em duas décadas, Portugal não gastou assim tanto com o RSI. Mas perdeu velocidade em políticas de promoção da vida ativa e de reforço da coesão nacional. Estamos mais pobres sempre que somos indiferentes ou desconfiamos do outro que precisa de nós.

Fonte: Inês Cardoso, in "Jornal de Notícias"

Seis em cada dez são desempregados de longa duração

15 de Fevereiro de 2016

A taxa de desemprego recuou 1,5 pontos em 2015. Mas a sua composição mantém-se muito igual: predominam os que procuram emprego há 12 meses ou mais

O desemprego de longa duração continua a ser uma realidade indiscutível em Portugal, constituindo o grande universo do que procuram emprego sem sucesso. Estavam sem um emprego no final do ano passado 646,5 mil pessoas. Destes, 410,6 mil já está nesta situação há doze meses ou mais.

O INE mostra que em 2015 o número de desempregados voltou a cair, para uma média anual de 12,4%. Isto quer dizer que havia, no final de dezembro, menos 79,5 mil pessoas no desemprego do que exactamente um ano antes. No entanto, o universo dos desempregados que compõem esta taxa poucas alterações tem – 63,5% são desempregados de longa duração.

Fonte: Ana Maria Pinheiro, in Dinheiro Vivo

E se tivéssemos direito a um rendimento só por nascermos?

15 de Fevereiro de 2016

A ideia de um Rendimento Básico Incondicional está em debate em Lisboa na segunda e terça-feira. É justo que todas as pessoas, ricas, pobres, que trabalhem ou não, tenham direito a um rendimento? É viável? O PAN é um dos co-organizadores do colóquio. Para eles, as utopias são possíveis.

A páginas tantas, Rafael Hitlodeu, português, sugere que, em vez de se condenar o ladrão a castigos “pesados e até horrendos”, seria preferível “providenciar” algum “modo de subsistência, de forma que ninguém tivesse de enfrentar, primeiro, a cruel necessidade de ter de roubar e, seguidamente, a inevitabilidade de perder a vida”. A ideia de um rendimento básico foi esboçada há já pelo menos 500 anos, na Utopia de Thomas More. Outras foram formuladas depois, o debate existe em muitos países, incluindo Portugal.

Agora o PAN – Pessoas-Animais-Natureza – quer, com outras entidades, arregaçar as mangas e ir mais longe. Uma das ideias poderá passar, nesta legislatura, por apresentar um projecto de resolução que aconselhe o Governo a formar um grupo de trabalho para reflectir sobre uma medida prioritária para este partido – a criação um Rendimento Básico Incondicional (RBI), um montante mensal atribuído a toda a gente.

Não é como outras prestações sociais – o Rendimento Social de Inserção, por exemplo, sujeito a condições para se beneficiar dele. No RBI, qualquer pessoa tem direito ao montante, é independente de quaisquer condições. Depois há nuances quando se trata de pôr a ideia em prática: alguns caminhos propõem que até aos 18 anos se receba metade; outros que se receba a partir dos 18.

Nesta segunda-feira e terça, haverá, na Assembleia da República e na Universidade Nova de Lisboa, um debate que pretende responder a muitas das dúvidas que se levantam mal se fala em RBI: é justo que ricos, pobres, que trabalhem ou não, recebam um mesmo rendimento? O debate, organizado pelo Grupo de Teoria Política da Universidade do Minho, pelo PAN, pelo Movimento RBI de Portugal e pelo Grupo de Estudos Políticos, chama-se A transição para uma alternativa social inovadora e inclui especialistas de vários países.

Na Finlândia, segundo o porta-voz do Movimento RBI Portugal, Roberto Merrill, há um projecto, com financiamento do Governo, em fase de preparação que deverá concretizar-se entre 2017-2018 e depois avaliado. Na Holanda, a experiência abrangerá 19 cidades e começará no fim de 2016 – o financiamento virá, entre outros, do sistema de Segurança Social, de municípios e fundos privados. No Brasil já houve um projecto que recomeçou este ano, numa aldeia com 100 habitantes. Enfrenta dificuldades, explica Merrill, o Governo ignora-o e é difícil manter doações privadas.

O RBI, explicam os militantes do movimento, é universal, incondicional, individual. Toda a gente o receberia, independentemente da situação financeira, familiar ou profissional, e, idealmente, deveria dar para viver de forma digna. As pessoas poderiam escolher trabalhar ou não, poderiam acumular os dois montantes.

“A ideia não é uma utopia”, diz Jorge Silva, que se tem dedicado no PAN à causa. Entende que o salto que se deu na sociedade para se criar o Estado Social foi mais “revolucionário” do que para criar agora o RBI.

Como se financiaria? Qual o montante atribuído em Portugal? As prestações sociais manter-se-iam? Para muitas destas questões, não há uma só resposta. Em qualquer dos casos, para o PAN e para os militantes do movimento, o objectivo não é retirar dinheiro às pessoas. O Estado Social é para manter.

Argumentam que o RBI ajudaria a combater a pobreza e permitiria que as pessoas se colocassem diante do trabalho de outra forma. Poderiam escolher trabalhar mais ou menos. Passar mais tempo com a família. Contribuir de outra forma para a sociedade, mesmo que tal não fosse remunerado. Ou como diz Jorge Silva: “Potenciar aquilo que de melhor as pessoas podem dar à sociedade”. O PAN “quer trazer essa discussão, quer que as pessoas possam fruir da vida, estar mais tempo com a família, mais tempo na natureza, com os amigos, a existência não é só trabalho”.

No entanto, ressalva, não é certo que o RBI leve as pessoas a deixarem de trabalhar. Pelo contrário, poderá estimular a criação do auto-emprego: “As pessoas têm um certo receio de arriscarem propostas pessoais, porque o trabalho que têm, mesmo que não seja satisfatório, é aquele que necessitam para fazer face às necessidades. Se tiverem um patamar mínimo de segurança, começam a pensar noutras possibilidades. Que podem ser muito ricas para a sociedade.”

Como financiar?
O que muda é a noção de trabalho: “Essa é que é a grande questão. Ainda temos a ideia de que o rendimento tem de vir do trabalho. Não. Há diferentes tipos de trabalho, hoje em dia, que não implicam um retorno financeiro.” A isto o membro do PAN junta a precariedade, o desemprego e a tecnologia para ilustrar alterações já existentes no trabalho e que devem motivar a sociedade a reflectir.

Um dos oradores, Miguel Horta, licenciado em Contabilidade e Administração Financeira, fez um estudo e explicou à Lusa que “não é necessariamente verdade” que o RBI seja uma medida cara. O modelo que propõe, imposto pelo Estado, passaria pela “criação de uma rede entre pessoas, que transferem os rendimentos entre si”. Os que têm mais financiariam os que têm menos. Definir-se-ia uma taxa sobre os rendimentos (que substitui o IRS) e o Estado reequilibraria o orçamento com os cortes em despesas de Segurança Social. O RBI, diz, aumentaria o emprego, acabaria ou reduziria “drasticamente a pobreza”, logo diminuiria outros gastos. Neste caso, cada um receberia 435 euros mensais (os menores, menos) e, ainda que alguém deixasse de trabalhar, seriam só 2%, sustenta.

Outro caminho proposto é, segundo Jorge Silva, mais gradual. Por email, Pedro Teixeira, assistente de investigação no Grupo de Mercados Financeiros e no Departamento de Finanças da London School of Economics, frisa que fez um estudo, o que não significa que seja defensor do RBI, nem membro do movimento.

Resumidamente, a proposta passaria por 200 euros mensais. O financiamento não diminuiria o Estado Social. Uma hipótese seria articular o RBI com as prestações já existentes, o que permitiria poupanças. A isto juntar-se-ia uma reformulação do IRS. Propõe-se ainda a adopção de outros impostos ou fontes de financiamento – redução da evasão fiscal; impostos ecológicos, sobre o consumo, transacções financeiras, património, heranças e grandes fortunas; entre outros.

André Barata, professor na Universidade da Beira Interior, que esteve envolvido na criação do Livre, também defende um RBI. Entre outros motivos, porque “em sociedades cujo funcionamento assenta na existência de rendimentos, deve ser reconhecido a todo o cidadão o direito a um rendimento mínimo de subsistência, tal como se reconhecem os direitos à habitação, à educação, à saúde.” Depois, quando o trabalho escasseia, “o rendimento imprescindível a uma vida digna não pode ficar refém” dele.

Não considera um conceito injusto: “É tão justo como um rico ter acesso à escola pública paga pelos impostos de todos.” Quanto ao facto de poder levar ou não as pessoas a deixarem de trabalhar, entende que “a razão por que as pessoas deveriam querer trabalhar é participarem na comunidade em actividades realizadoras e não na necessidade de um rendimento”.

O RBI está longe de ser consensual. Para André Barata, à esquerda isso pode dever-se ao “papel que se esperaria do trabalho como veículo para a libertação da opressão”.

O economista, professor universitário e bloquista Francisco Louçã, por exemplo, é crítico da ideia. Questiona não só a sua consistência, do ponto de vista económico, como entende que ao apagar-se “a diferença entre ricos e pobres liquida-se o princípio do combate à desigualdade”. Aliás, diz por email, “é por isso que alguns liberais” têm vindo a aprová-la: “ela tem a agenda implícita de justificar o fim da despesa em escola pública, saúde, e outros, e portanto a privatização desses serviços. Os pobres só teriam a perder com isso.”

Isso é o que advoga a direita que defende o RBI: “Dando às pessoas um rendimento, o Estado deixaria de ter de proporcionar os serviços de educação e saúde, indicando às pessoas que vão ao mercado”, admite André Barata. Mas contrapõe: quem à esquerda o defende, vê-o como um aprofundamento do Estado Social.

Fonte: Maria João Lopes, in Público on-line

Emprego sobe à custa dos contratos precários

15 de Fevereiro de 2016

Dados mostram que há mais 2,76% de empregados a trabalhar por conta de outrém

Ao longo dos 12 meses de 2015, o desemprego recuou em relação ao ano anterior e o emprego foi ganhando espaço. No entanto, o cenário que se tornou real com a crise, de um trabalho a prazo e mal remunerado, mantém-se mesmo agora que a taxa de desemprego passou para 12,2% no fecho do quarto trimestre.

As Estatísticas do Emprego, divulgadas ontem pelo INE, dão conta de um aumento de 2,76% no número de pessoas a trabalhar por conta de outrem - falamos do setor privado.

Dentro desta categoria existem dois tipos de vínculo, um a termo certo, os contratos a prazo, e um sem termo, que dá entrada direta para os quadros das empresas. Mas este segundo está a perder terreno para os contratos a prazo.

Entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015, houve um crescimento de 6,66% no número de contratos com termo. Já os contratos sem termo avançaram menos de metade, uns parcos 2,08%.

Também os salários continuam a ser predominantemente baixos. No país onde o ministro das Finanças Mário Centeno disse, em entrevista ao Diário de Notícias e ao Dinheiro Vivo que "quem tem 2000 euros de rendimento tem uma posição privilegiada", o INE confirma.

O salário médio em Portugal é de 828 euros e há quase tantas pessoas a receber menos de 310 euros euros mensais como as que recebem mais de 1800. No fundo, um terço dos trabalhadores portugueses recebe entre 310 euros e 600 euros. Outro terço recebe entre 600 euros e 900 euros.

A restante fatia é justificada pelos que recebem abaixo do limiar da pobreza e dos que recebem mais de 900 euros. Os números são, no entanto, preocupantes. Há 149,4 mil pessoas a receberem um valor de apenas 310 euros por mês, o que fica abaixo do considerado para o limiar da pobreza.

Fonte: Diário de Notícias

Desemprego sobe para 12,2% no último trimestre de 2015

15 de Fevereiro de 2016

Há mais de 646 mil pessoas desempregadas, segundo as estimativas do INE

A taxa de desemprego subiu 0,3 pontos percentuais para 12,2% no quarto trimestre de 2015 face ao trimestre anterior, mas a taxa média anual caiu 1,5 pontos percentuais no ano passado em relação a 2014, para 12,4%.
De acordo com as estatísticas do emprego hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a população desempregada, estimada em 646,5 mil pessoas, diminuiu 11% em relação ao ano anterior (menos 79,5 mil pessoas).
Em termos trimestrais, a população desempregada (estimada em 633,9 mil pessoas) registou um aumento de 2,4% (mais 15,1 mil pessoas) e uma diminuição homóloga de 9,2% (menos 64,4 mil pessoas).
A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 58,6%, valor idêntico ao observado no trimestre anterior e superior em 0,1 pontos percentuais ao do trimestre homólogo.
A taxa de atividade dos homens (64,6%) excedeu a das mulheres (53,4%) em 11,2 pontos percentuais.
O aumento trimestral da população desempregada, de acordo com o INE, foi explicado, essencialmente, pelos acréscimos ocorridos nos homens (de 5,2% para 15,8 mil), todos os grupos etários em análise de forma similar, pessoas com um nível de escolaridade completo até ao ensino secundário e pós-secundário (subiram 3,6% para 17,9 mil) e à procura de primeiro emprego (mais 11% para 9 mil).
O aumento de trabalhadores à procura de novo emprego também subiu 1,1% para 6,1 mil, face ao trimestre anterior, provenientes sobretudo do setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (mais 72,8% para 5,9 mil) e o dos serviços (1,7% para 5,8 mil).
Os trabalhadores à procura de emprego há menos de 12 meses aumentaram também 4,8% (para 11 mil).
A taxa de desemprego dos homens (12,0%) foi inferior à das mulheres (12,4%) em 0,4 pontos percentuais, aumentando em termos trimestrais tanto para os homens (0,5 pontos percentuais) como para as mulheres (0,1 pontos percentuais).

Taxa de desemprego jovem fixou-se nos 32,8%
Nos jovens, a taxa de desemprego fixou-se nos 32,8% no último trimestre de 2015 (mais do que os 30,8% observados no trimestre anterior, mas menos do que os 34% verificados um ano antes).
Em termos de média anual, a taxa de desemprego entre os 15 e os 24 anos baixou para os 32% em 2015 dos 34,8% observados em 2014.

Centro do País é a região com menos desemprego

Numa análise por regiões NUTS II, verifica-se que no quarto trimestre de 2015, a taxa de desemprego foi superior à média nacional na Madeira (14,7%), Norte (13,5%), Alentejo (13,3%), Algarve (12,9%), Açores (12,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (12,5%).
Abaixo da média nacional encontrava-se apenas a região Centro (9,0%).
Face ao trimestre anterior, assistiu-se de outubro a dezembro a um aumento da taxa de desemprego no Algarve (2,7 pontos percentuais), no Alentejo (1,5 pontos percentuais), no Centro (0,8 pontos percentuais) e nos Açores (0,5 pontos percentuais).
Em relação ao trimestre homólogo, e também à semelhança do sucedido globalmente para Portugal, a taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões, com os maiores decréscimos a ocorrerem nos Açores (2,9 pontos percentuais), no Algarve (2,0 pontos percentuais) e no Centro (1,7 pontos percentuais).
Considerando todo o ano de 2015, observaram-se taxas de desemprego superiores à média nacional na Madeira (14,7%), no Norte (13,7%), Alentejo (13,3%), Área Metropolitana de Lisboa (13,1%), Açores (12,8%) e Algarve (12,5%).
Abaix da média nacional, encontrava-se apenas a taxa de desemprego do Centro (9,2%).
Em relação a 2014, de novo à semelhança do observado globalmente para Portugal, a taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões, com as maiores diminuições a ocorrerem nos Açores (3,5 pontos percentuais), no Algarve (2,0 pontos percentuais) e na Área Metropolitana de Lisboa (1,8 pontos percentuais).
Em termos de população empregada, foi estimada em 4,56 milhões de pessoas no quarto trimestre, tendo-se verificado um decréscimo trimestral de 0,3% (menos 13,8 mil pessoas) e um acréscimo homólogo de 1,6% (mais 69,9 mil pessoas).
Considerando o conjunto de 2015, a população empregada foi estimada em 4,55 milhões de pessoas, tendo registado um acréscimo anual de 1,1% (mais 49,2 mil pessoas).

Fonte:  Diário de Notícias

Portugal entre os últimos no índice OCDE de bem estar no emprego

10 de Fevereiro de 2016

Medo de perder o emprego disparou em Espanha para 17,8%. Medo de perder o emprego disparou em Espanha para 17,8%.
Islândia, Suiça e Noruega lideram a lista de 34 países, enquanto Grécia, Espanha, Turquia e Portugal são os quatro últimos do ranking. A seguir 1 Portugal entre os últimos no índice OCDE de bem estar no emprego Mais vistas António Costa Fotografia: Rafael Marchante / Reuters OE 2016 #ConselhosDoCosta: Descidas sempre em ponto morto - Dinheiro Vivo Pessoas com força mental não desistem ao primeiro fracasso. Personalidade 13 coisas que as pessoas com força mental não fazem - Dinheiro Vivo Não são estrelas de rock, nem atrizes de cinema, embora estas tenham cada vez mais influência social. As 11 mulheres mais influentes do mundo, segundo a revista "Time", são médicas, empresárias, políticas, cientistas... mas acima de tudo com um forte sentido de entrega aos outros. Multimédia Conheça as 11 mulheres mais influentes do mundo - Dinheiro Vivo Ryanair está a recrutar em Portugal Foto: DR Emprego Ryanair está a recrutar.

Oferece até 1400 euros - Dinheiro Vivo Grécia, Espanha, Turquia e Portugal estão no fim da lista em qualidade do emprego segundo uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) à situação em 34 países. A Islândia, a Suiça e a Noruega ocupam, por seu turno, o topo da lista. A OCDE mediu as taxas de emprego, o desemprego de longa duração e a segurança laboral em cada uma das 34 grandes economias, considerando ainda o “medo de perder o emprego” e a remuneração média entre aqueles que estão empregados. Composto o índice, a média da OCDE é de 6,6 pontos. Mas o último da tabela, a Grécia, não vai além de 1,5 pontos; a Espanha tem apenas 2,4 pontos; a Turquia 3,8 e Portugal 4,1 pontos. Espanha pontuou particularmente mal, sendo o país da OCDE onde o “medo de perder o emprego” (17,8%) é mais do triplo da média (5,4%) dos 34 países e mais do dobro que em Portugal (8,6%).
Aquele valor tem vindo a aumentar ao longo do tempo, no país vizinho: em 2012, era de 10,8%; em 2013 subiu ligeiramente para 10,9%; e, em 2014, disparou para 17,7%. Nesse mesmo ano, a média da OCDE desceu para o nível atual de 5,3%. Quanto a Portugal, onde o desemprego de longa duração é o triplo (9,1%) da média da OCDE (2,8%), uma das maiores discrepâncias face ao conjunto de países analisados é no rendimento per capita, cuja média é de 25.908 dólares (23.216 euros) nos 34 países, sendo cerca de 20% mais baixa em Portugal: apenas 20.086 dólares (18 mil euros). “Mas [em Portugal] há uma diferença importante entre os mais ricos e os mais pobres – os 20% mais favorecidos da população ganham quase seis vezes mais do que 20% menos favorecidos”, refere a organização. Entretanto, também Espanha fica abaixo da média dos países desenvolvidos, com um rendimento disponível das famílias líquido per capita de 22.477 dólares (20.590 euros), o que compara com a média de 25.166 dólares (22.551 euros) da Itália, 28.799 dólares (25.806 euros) em França ou 31.252 (28 mil euros) em Alemanha.

Mais longe ficam os EUA, com um rendimento médio per capita de 41.355 dólares (cerca de 37 mil euros). Com certeza que não é este indicador que mais pesa, visto que na Islândia o rendimento médio per capita é de apenas 23.965 dólares (cerca de 21.500 euros). Porém, no país que lidera a tabela, o medo de perder o emprego é de apenas 4,1%, o desemprego de longa duração afeta apenas 1,2% e a taxa de emprego (população em idade de trabalhar com emprego remunerado) é de 82%. A Suiça (2º lugar) e a Alemanha (8º lugar) são os países europeus onde o medo de perder o emprego é menor, registando apenas 3% e 3,1%, respetivamente. A Alemanha consegue, ainda, empatar com os EUA neste índice de qualidade do trabalho, ambos com 8,1 pontos. Também a taxa de desemprego de longa duração alemã (2,4%) é três vezes inferior à espanhola e quase quatro vezes inferior à portuguesa, quando a taxa de emprego é de 73%, o que compara com os 61% de Portugal, os 56% de Espanha ou os 49% da Grécia. Bem longe da taxa da Suiça (80%) ou da Noruega (75%), onde o desemprego de longa duração é de apenas 1,5% e de 0,3%, respetivamente.

Fonte: Erika Nunes, in Dinheiro Vivo

Meio milhão de trabalhadores em risco de pobreza

25 de Janeiro de 2016

Governo vai criar o Complemento Salarial Anual, um apoio social para os assalariados que vivem com menos de €422

Cerca de 495 mil trabalhadores portugueses (11%) vivem abaixo do limiar de pobreza, calculado em 422 euros por mês, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Para “dignificar o trabalho e reduzir efetivamente” esta taxa, o Governo anunciou esta semana a criação do Complemento Salarial Anual (CSA), uma nova prestação social especificamente destinada às pessoas que se mantêm em risco de pobreza, apesar de trabalharem.

A medida, que consta do documento Grandes Opções do Plano 2016-2019 apresentado terça-feira, está ainda em estudo. Para já, sabe-se apenas que o novo apoio social vai funcionar através de um crédito fiscal destinado aos trabalhadores com salários baixos e uma elevada rotação de emprego ao longo do ano e que vivem abaixo do limiar de pobreza — calculado não apenas com base nos rendimentos, mas também na dimensão e composição do agregado familiar.

Questionado pelo Expresso, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social recusou adiantar mais informações sobre o CSA, alegando que a medida ainda está a ser desenhada.

A nova prestação social vem juntar-se ao Complemento Solidário para Idosos e ao Rendimento Mínimo Garantido (entretanto convertido em Rendimento Social de Inserção), duas das mais emblemáticas medidas de combate à pobreza, também lançadas por governos socialistas.

Estas ajudas suplementares, revistas em baixa no Governo PSD/CDS, também vão ter mexidas. No caso do Complemento Solidário para Idosos, o executivo de António Costa vai repor nos 5022 euros anuais (em vez dos atuais 4909) o montante máximo de rendimentos que podem ter para poderem usufruir do apoio.

A alteração permitirá alargar o número de beneficiários, que caiu de forma acentuada nos últimos anos: entre dezembro de 2012 e outubro de 2015, 63.679 perderam o direito o esse apoio. De acordo com o INE, a taxa de risco de pobreza entre os mais velhos aumentou pelo segundo ano consecutivo, chegando aos 17,1%. Só num ano, entre 2013 e 2014 (últimos dados disponíveis), mais 42 mil idosos ficaram abaixo do limiar de pobreza.

Também no caso do Rendimento Social de Inserção (RSI), que sofreu um corte de 6% em 2013, o Governo quer “reintroduzir, de forma consistente, níveis de cobertura adequados, reforçando assim a capacidade integradora e inclusiva desta prestação”.

A reposição do valor de referência, que vai subir de 178,15 euros para 180,99 euros já a partir de março, e as novas regras de ponderação por cada membro do agregado familiar vão permitir que o universo de beneficiários dispare dos atuais 130 mil para cerca de 240 mil portugueses.

Até agora, um casal com dois filhos só teria direito a esta prestação se tivesse um rendimento inferior a 374 euros. Com as alterações, um casal com duas crianças e rendimentos até 489 euros também passará a usufruir.

O aumento do abono de família, abono pré-natal e da majoração prevista para as famílias monoparentais que beneficiam destas prestações são outras das medidas inscritas nas Grandes Opções do Plano.

Fonte: Joana Pereira Bastos, in "Expresso"

Territórios Desemprego Zero

25 de Janeiro de 2016

 O projeto do ATD Quarto Mundo, transformado em projeto de lei, foi votado na Assembleia Nacional (Assembleia da República) francesa no dia 9 de dezembro e aprovado com unanimidade. O Senado irá pronunciar-se no princípio de janeiro e os decretos de aplicação deverão sair lá para abril. O lançamento efetivo será em outubro ou novembro de 2016. O projeto "Territórios Desemprego Zero" - uma iniciativa do Movimento ATD Quarto Mundo, à qual se associaram Emaús, Cáritas, a Federação Nacional das Associações de Acolhimento e Reinserção Social (FNARS), o "Pacte Civique" e o movimento "Bleu, Blanc, Zèbre" - parte da constatação de que ainda não se tentou tudo contra o desemprego e de que, contrariamente ao que afirmam numerosos discursos, o dinheiro existe, o trabalho também, e os desempregados só desejam tornar-se úteis à sociedade.

A experimentação está prevista para durar cinco anos em dez territórios de 5 000 a 10 000 habitantes. Consiste em propor (sem nunca impor) a pessoas no desemprego há mais de um ano, empregos com um CDI (contrato de duração indeterminada), pagos com o salário mínimo (em França : 1 143 euros limpos mensais), adaptados às suas competências e sem sobrecarga financeira para a coletividade. Esses empregos serão financiados pela transferência dos custos do desemprego de longa duração ligados à pobreza, - pagamento do rendimento mínimo garantido, impostos que deixam de entrar nas Finanças, taxas e cotizações sociais, custos de alojamento precário, do insucesso escolar, das despesas de saúde, etc. - ou seja, 33 biliões de euros por ano, segundo os cálculos do ATD.

Enquanto esta transferência não se fizer sentir, o Estado financiará a experimentação com 10 milhões de euros durante o primeiro ano. No fim dos cinco anos de experimentação, se a avaliação for positiva, qualquer território francês poderá optar por este modo de funcionamento e acabar assim com o desperdício humano e económico do desemprego de longa duração.

Os empregos criados corresponderão a necessidades úteis, mas não satisfeitas por não terem solvibilidade: manutenção de espaços públicos e privados, isolamento de edifícios, atividades culturais e recreativas, valorização do património, apoio aos idosos, aos isolados e deficientes... "Um dos aspetos importantes consistirá no fato de estas atividades não entrarem em concorrência nem com empresas, nem com serviços públicos. Isso é muito difícil de verificar no âmbito macro-económico, mas fácil de gerir a nível local", explica Michel de Virville, conselheiro honorário da "Cour des Comptes", que tem acompanhado o projeto.

Outra originalidade do projeto é que ele deverá ser avaliado não só a partir de critérios económicos standard, mas também a partir dos novos índices de riqueza instituídos pela lei de abril de 2015 e que dizem respeito ao meio ambiente, ao desenvolvimento sustentável e às desigualdades.


14 de janeiro de 2016 - O Senado francês acaba de votar e aprovar o projeto de lei sobre a experimentação dos "Territórios Desemprego Zero". O Movimento ATD Quarto Mundo sente-se orgulhoso pelo fato do seu trabalho e reflexão coletivos terem conseguido abrir uma nova perspetiva de solução prática e concreta para o desemprego. Próxima etapa: uma comissão mista paritária vai estabelecer um texto comum às duas assembleias. As primeiras empresas convencionadas deverão ser criadas em julho ou agosto deste ano.

Ideias para os deputados: e se cada lei fosse avaliada pelo impacto que tem na pobreza?

20 de Janeiro de 2016

Esta quarta-feira o Parlamento debate a pobreza, a pedido dos deputados do PS. Perguntámos a Pedro Adão e Silva, Carlos Farinha Rodrigues e Jardim Moreira o que acham que é prioritário discutir.

O Parlamento discute nesta quarta-feira o tema: “Reposição dos complementos sociais e combate à pobreza”. O que deve estar em cima da mesa? O que é que, em primeira instância, se deve discutir? Demos a palavra aos especialistas. O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, o padre Agostinho Jardim Moreira, aconselharia os deputados a criar um verdadeiro plano estratégico. “Até 2010 havia os planos nacionais de acção para a inclusão, mas depois veio a troika, deixou de haver uma estratégia nacional contra a pobreza, o país limitou-se às respostas assistencialistas. Temos que sair da visão da esmolinha e, para isso, o Parlamento deve olhar para a pobreza de forma integrada: devia ser criado um grupo interministerial, dependente do primeiro-ministro, porque o combate à pobreza não se faz só com o Ministério da Segurança Social, tem de envolver Saúde, Educação, Habitação. E devia ser criado, no próprio Parlamento, um grupo que passasse a analisar o impacto das leis na pobreza.”

Como assim? Jardim Moreira lembra os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados na proposta de estratégia nacional de combate à pobreza e exclusão, da Rede Europeia, recentemente divulgada: se a população portuguesa for dividia em escalões de rendimento, começando com os 10% mais pobres e terminando nos 10% mais ricos, verifica-se que entre 2009 e 2013 “o rendimento dos 10% mais ricos regista um decréscimo de cerca de 8%” enquanto “o rendimento dos 10% mais pobres diminui 24%”.

Ou seja, diz Jardim Moreira, foi este “o impacto das medidas de troika”. Seria este tipo de estudo que o INE fez que se deveria fazer para todas as leis que o país aprova, defende.

Metas concretas
O economista Carlos Farinha Rodrigues também sublinha a importância de se pensar uma estratégia nacional. “Haver uma estratégia integrada, consistente, compaginável com a melhoria das finanças públicas, que dê prioridade à redução da pobreza infantil, que tenha uma visão sobre o problema transversal, que envolva todo o Governo, que defina metas e objectivos quantificados, que possam ser alvo de avaliação, é uma condição essencial para melhorar a justiça social e uma condição essencial para um desenvolvimento sustentável do país.”

E há muito que isso falta, continua Farinha Rodrigues. Mesmo os planos nacionais de acção para a inclusão que existiram até 2010 “não tinham essa quantificação de metas”, passível de avaliação.

Em segundo lugar, o economista diz que é preciso que haja “uma recomposição, tão sustentável quanto possível, dos rendimentos” — a reposição gradual dos valores do Rendimento Social de Inserção (RSI), já aprovada pelo Executivo, bem como o aumento do abono de família e das pensões (em 0,4%) até 628 euros “vão no bom caminho”, considera.

Impacto do terceiro sector
Pedro Adão e Silva, sociólogo e co-autor do recentemente publicado livro Cuidar do Futuro — Os Mitos do Estado Social Português, sugere aos deputados duas prioridades. Primeiro, que se avalie o impacto do reforço do papel (e das funções) das instituições sociais, promovido pelo anterior Governo.

“O facto de ter havido um enorme aumento das transferências de recursos [1400 milhões de euros] para o terceiro sector sem que ela tenha sido acompanhada, em igual medida, de uma capacidade de monitorização da eficácia dessas transferências” deve ser alvo de atenção. “Não tenho nada contra a transferência, mas tem de ser avaliado.”

Em segundo lugar, Pedro Adão e Silva levanta uma questão “mais técnica”, mas que acha importante: “É preciso alterar a escala de equivalências, sobretudo no que diz respeito à forma como as crianças são contabilizadas nos agregados familiares.” Explique-se resumidamente: há uma série de prestações sociais, como RSI, ou o abono de família, que só são atribuídas a quem tem rendimentos mais baixos, são as prestações “sujeitas a condição de recursos”. Para calcular quer a elegibilidade de uma dada família quer o montante da prestação que pode receber, os serviços da Segurança Social atribuem a cada elemento do agregado familiar um determinado peso — por exemplo, crianças contam mais do que os adultos — utilizando escalas de equivalência. “As alterações a este nível contribuíram para o aumento de pobreza infantil que observámos em Portugal”, exemplifica Adão e Silva. Nas mudanças no RSI, aprovadas pelo Governo de António Costa, as crianças já passaram a “valer” em vez de 30%, 50% do valor de referência do RSI.

A urgência da pobreza
O debate sobre “Reposição dos complementos sociais e combate à pobreza” foi requerido pelo grupo parlamentar do PS, com carácter de urgência, precisamente na sequência das medidas de “reposição de mínimos sociais” aprovadas pelo Governo no fim do ano, explica o deputado João Galamba. "Este foi o momento em que foi possível agendar."

Do pacote de medidas de "mínimos sociais" fez ainda parte o Complemento Solidário para Idosos (CSI) — uma prestação social que visa aumentar os rendimentos de pensionistas com pensões muito baixas. Em 2013, o valor de referência do CSI passara de 5022 euros/ano para 4909 euros/ano, o que excluiu idosos da prestação. O Governo decidiu repor o valor de referência, num diploma publicado no último dia de 2015.

É de todas estas medidas que se vai falar, continua Galamba, sem adiantar nenhuma proposta concreta que o grupo parlamentar do PS tenha para apresentar. Questionado sobre a razão para a urgência, o deputado responde: “A pobreza é sempre uma urgência.”

Fonte: Andreia Sanches, in Público on-line                        

Desemprego mantém-se acima dos 12%

8 de Janeiro de 2016

Estimativa provisória do INE para Novembro aponta para taxa de desemprego de 12,4%, igual à de Outubro.

A taxa de desemprego em Novembro manteve-se em 12,4% da população activa, segundo a estimativa provisória publicada nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se se confirmarem estes dados quando houver uma estimativa definitiva, a taxa ficará inalterada em relação ao nível de desemprego de Outubro.

É o terceiro mês consecutivo em que a taxa está nos 12,4%. Depois de ter estabilizado em 12,3%, o desemprego subiu uma décima em Setembro, mantendo-se neste valor nos dois meses seguintes. Em Novembro havia 636,9 mil pessoas contabilizadas nas estatísticas oficiais como desempregadas, mais 3000 indivíduos do que no mês anterior. Este aumento não foi suficiente para alterar a taxa.

O nível de desemprego aumentou 1,1% entre os homens (mais 3,4 mil), com a taxa a passar de 12,1% para 12,2%. Entre as mulheres manteve-se praticamente inalterada, aumentando uma décima, de 12,6% para 12,7%. Entre os jovens também se registou um agravamento. Neste caso, a subida foi mais expressiva, de 3,7% (equivalente a 4,4 mil pessoas), levando a taxa de desemprego da população dos 15 aos 24 anos para os 33,4%.

Assim, dos 636,9 mil desempregados, 319,6 mil são homens e 317,3 mil são mulheres. E há 123,5 mil jovens contabilizados pelo INE como estando fora do mercado de trabalho. Nesta faixa etária, o desemprego tem vindo a aumentar nos últimos meses. Depois de ter estado abaixo dos 32% em Junho, Julho e Agosto, a taxa escalou para este patamar em Setembro e Outubro. Ao subir agora para 33,4%, está acima dos valores de Novembro do ano anterior.

Em Novembro, aumentaram as novas inscrições no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) por parte de pessoas que estão fora do mercado laboral. O fim de contratos a prazo foi a principal razão (abrangeu cerca de metade destes casos). Aos centros de emprego chegaram 64.695 novos registos, mais 3% do que no período homólogo. Com isso, passaram a estar ali inscritos 550,2 mil desempregados.

Emprego estabiliza
A estimativa provisória do INE para a população empregada é de 4,48 milhões de pessoas, mantendo-se “praticamente inalterada” em relação a Outubro, refere o INE. A taxa de emprego dos homens é de 61,4%, enquanto a das mulheres está em 53,8%. Aumentou na população masculina (0,2 pontos percentuais) e diminuiu na mesma proporção na população feminina.

As estatísticas mensais que o INE divulga sobre o mercado de trabalho referem-se a trimestres móveis, em que há um mês de referência (neste caso, Novembro) que corresponde sempre ao mês central desse trimestre (Outubro, Novembro e Dezembro).

Os valores relativos a Outubro já são definitivos. A taxa de desemprego não sofreu alterações, mas a do emprego foi revista ligeiramente em alta, em 0,1 pontos, passando para 57,5%. As estatísticas de Novembro são ainda provisórias, sendo conhecido um valor definitivo no próximo mês, ao mesmo tempo em que o INE já divulgará uma primeira estimativa para o mês de Dezembro.

Nos números mensais não são divulgadas estatísticas sobre a população activa e inactiva. Só com a publicação das estatísticas trimestrais há informação mais completa que permite avaliar algumas tendências. A estimativa de desemprego trimestral mais recente é a do período de Julho a Setembro (terceiro trimestre), quando a taxa tinha estabilizado em 11,9%. A estimativa trimestral tem pressupostos diferentes das estimativas mensais – consideram o universo da população com 15 e mais anos e os valores não são previamente ajustados da sazonalidade.

Fonte: Pedro Cristóstomo, in "Público"
 

Projeto (in)eet: capacitação local para a empregabilidade jovem

12 de Janeiro de 2016

O âmbito do projeto (IN)EET: Capacitação Local para a Empregabilidade Jovem, que a Delegação de Braga da OIKOS desenvolveu com apoio do Programa Cidadania Ativa da Fundação Calouste Gulbenkian, um instrumento de apoio às Organizações Não Governamentais (ONG), em vigor entre 2013 e 2016, e financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEAGrants), que integra a Noruega, Islândia e o Liechtenstein. Uma parceria com o Direção Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e da Juventude e com o Município de Braga Teve lugar do dia 8 de Janeiro no auditório do IPDJ, uma sessão de apresentação pública dos projetos dos jovens participantes, com o propósito de dar a conhecer o conjunto de ideias de negócio, que emergiram dos cursos de formação para o empreendedorismo jovem “Empresariarte”. Iniciativa que contou com a participação, para além dos jovens empreendedores, que apresentaram os seus projetos, com os parceiros, os formadores, a Equipa Técnica (IN)EET e, com os técnicos responsáveis pela área do empreendedorismo e da empregabilidade, do Município e do serviço de Braga do IPDJ.

Uma parceria que consubstancia um contributo simbólico, entre muitos outros, assumido por uma Organização Não Governamental, com créditos firmados ao nível nacional e internacional, centrado na solidariedade social, formação profissional e na promoção da empregabilidade, através da intervenção cultural, educativa, e do desenvolvimento comunitário de base local. Um desafio de intervenção inovador, virado para implementação de novos caminhos, que está a ser assumido pelas organizações de natureza associativa, onde o associatismo jovem em particular, têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais interventivo, que implica sair dos esquemas tradicionais, superando os preconceitos bloqueadores da tradição.
Uma excelente oportunidade, para explorar os resultados do relatório, apresentado gestor do Eurofound, na Cimeira do Grupo da Juventude, acerca doa "Inclusão social dos jovens". Documento recente, que faz uma análise da situação atual, e indica as futuras medidas prioritárias, na âmbito da inclusão social dos jovens na União Europeia. Avaliação que inclui a várias vertentes destinadas à capacitação da juventude e à participação cívica e social, como formas de promover a sua empregabilidade na Europa, de forma a ultrapassar as desvantagens decorrentes do desfasamento do mercado de trabalho e da educação, para apoiar a inclusão social.

Apesar do grande investimento na qualificação das novas gerações, que se consubstanciou, no POPH – Programa Operacional do Potencial Humano, em que a educação se assumiu como uma prioridade estrutural, verificam-se alguns insucessos nas áreas relacionadas com os modelos de organização do trabalho. Ocupando a empregabilidade um lugar de destaque, enquanto interface entre o sistema educativo e a sociedade e o mercado de trabalho, através da valorização das competências transversais adquiridas no contexto associativo, como se verifica na rede crescente de entidades, com o perfil da OIKOS.

Neste caso concreto, os participantes apresentaram oito ideias de negócio, dos foram seleccionadas as cinco melhores ideias empreendedoras, que vão aceder a assessoria técnica gratuita, prestada pelo projeto (IN)EET, através de um conjunto de consultores especializados, com a designação LANÇAR-TE. Um grupo jovens até aos 30 anos, em situação de inatividade, com escolaridade diversificado, entre o 12º ano e o mestrado, que integrou a formação estava dividido em duas turmas que decorreram nas instalações do IPDJ, durante os meses de Novembro e dezembro.
Percursos de capacitação que ditaram a conceção de oito ideias de negócio nas áreas da promoção dos produtos locais de excelência, da doçaria e da gastronomia, da construção de plataformas de apoio ao turismo e promoção da dinâmica cultural, do património de Braga, do apoio social e da agricultura biológica.

Uma intervenção na área geográfica do Distrito Braga que integrou os cursos de formação para o empreendedorismo EMPRESARIAR-TE e a atividade de assessoria técnica gratuita LANÇARTE, integram os percurso de capacitação o percurso de capacitação para a procura de emprego e o percurso de encaminhamento institucional.

Abordagem, que incorpora um conjunto de respostas para problemas, que pressupõem metodologias de intervenção, assentes no protagonismo e na responsabilização dos jovens, focadas em políticas integradas de inserção social, potenciando a atitude empreendedora e a sua empregabilidade, com a visão de identificar e estimular os jovens a desenvolverem os seu próprio emprego.
Um contributo que representa, simbolicamente, a nova abordagem preconizada pelo programa regional Roteiro Associativo para a Empregabilidade, em fase de implementação. Numa identificação de propósitos, que assenta na relação de proximidade e confiança, focada na responsabilização dos jovens nos mais diversos contextos.

Fonte: Manuel Barros, in "Correio do Minho"                    

Mais de 160 jovens esperam meses por estágios no sector público

14 de Janeiro de 2016

Arranque previsto inicialmente para Outubro. Muitos vivem situação difícil porque se despediram, tiveram que se deslocar e alugaram casa. Não há data para início da maior parte dos estágios.

Parecia um bom projecto para início de vida, mas acabou por se tornar num pesadelo. É o que garantem alguns dos 168 jovens licenciados que, no âmbito da terceira edição do Programa de Estágios Profissionais na Administração Pública Central, continuam sem data para começar a trabalhar. Os participantes têm sido confrontados com sucessivos adiamentos do início dos estágios e, na semana passada, 168 estagiários que ficaram colocados na área da Justiça (a maioria nas secretarias do tribunal) souberam que terão de esperar pela aprovação do próximo Orçamento de Estado para os estágios arrancarem.

Tarde para muitos, que depois da divulgação das listas definitivas de colocação, em finais de Novembro, se despediram dos empregos ou, como tinham ficado colocados longe de casa, começaram a organizar a vida e alugaram casa. Muitos têm denunciado a situação a vários responsáveis políticos e admitem levar o Estado a tribunal. Querem ser compensados pelas despesas que tiveram, já que, dizem, mantinham uma expectativa legítima de iniciar os estágios e começar a receber os 692 euros da bolsa, acrescido pelo subsídio de refeição, que totalizaria cerca de 780 euros.

O Ministério da Justiça não responde à hipótese de pagar compensações aos participantes lesados, e o Ministério das Finanças diz, sem adiantar mais, que a atribuição das mesmas “terá que ter enquadramento legal para o efeito”.

Goreti Ramalho, 26 anos, com o curso de solicitadoria terminado em Novembro de 2011, no Instituto Superior de Administração e Contabilidade de Coimbra, viu uma boa oportunidade no PEPAC. Desde 2012 que trabalhava como empregada de mesa num restaurante e viu no programa uma hipótese de ganhar experiência na área em que se formou. Por isso, quando soube que tinha ficado colocada, informou o patrão que iria embora no final de Novembro.

E assim foi. Também Hugo Babo, licenciado em Direito, deixou o estágio de advocacia que fazia há meses. Goreti Ramalho não alugou casa por pouco. “Ainda dei um sinal, mas como a senhora não queria passar recibos acabei por não arrendar a casa”, conta. Outros não tiveram a mesma sorte. Miguel, desabafa num grupo criado no Facebook, que rumou aos Açores, arrendou casa e agora nem sequer sabe quando começa o estágio.

A primeira data marcada pela Direcção-geral da Administração da Justiça para os
estágios arrancarem foi 9 de Dezembro, tendo os 223 candidatos da área da Justiça sido confrontados dois dias antes com um primeiro adiamento: afinal começariam a 14. A 11 de Dezembro receberam um email. “Considerando as medidas adicionais de combate ao défice excessivo, (…) temos a honra de comunicar a V. Ex.ª que não foi possível a esta Direcção-Geral garantir, em tempo útil, a celebração do contrato de seguro de acidentes de trabalho, a aplicar obrigatoriamente aos estagiários no âmbito do PEPAC. Consequentemente impõe-se adiar o início da realização do referido estágio, para data ainda a designar e a comunicar oportunamente, prevendo-se, no entanto, que a mesma possa vir a ocorrer no decurso do próximo mês de Janeiro”.

Na quarta-feira da semana passada receberam nova comunicação. Desta vez eram informados que afinal a DGAJ só tinha dinheiro para iniciar o estágio de 55 candidatos e que os outros teriam que esperar pela aprovação do novo Orçamento de Estado.

O deputado bloquista José Soeiro, que recebeu dezenas de queixas e endereçou diversas questões ao Ministério do Trabalho, lamenta a situação e prevê uma espera prolongada para estes estagiários. “O Orçamento de Estado nunca ficará aprovado antes de Março, na melhor das hipóteses estas jovens começarão os estágios em Abril”, critica, acreditando que seria possível encontrar um mecanismo orçamental para resolver este caso.

O Ministério da Justiça frisa que o PEPAC “foi uma das situações críticas” com que o novo Governo se deparou na área da Justiça. “A apresentação de 223 estagiários nos seus locais de estágios não pôde concretizar-se na data inicialmente programada, dado que a Direcção-Geral da Administração e da Justiça (DGAJ) não acautelou, durante 2015 e atempadamente, a celebração de contratos de seguro que cobrissem o risco de acidentes de trabalho, nem diligenciou no sentido de obter o necessário cabimento orçamental, que permitiria uma resolução mais célere do problema, logo no início de 2016”, explica. Insiste que no actual quadro orçamental transitório, só é possível iniciar 55 estágios. “Apesar das dificuldades com que se confrontou, o Ministério da Justiça assume como prioridade a salvaguarda das legítimas expectativas dos candidatos seleccionados. Por este motivo, no próximo dia 1 de Fevereiro iniciarão funções 55 estagiários, sendo que os restantes 168 entrarão após aprovação do Orçamento de Estado para 2016”, adianta.

Já o Ministério das Finanças, que tutela o INA- Direcção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas, destaca que a portaria que definiu a regra dos estágios “não estabelece uma data exacta para o inicio dos estágios”, mas apenas “uma data a partir da qual os estágios podem ter inicio (1 de Outubro)”. Precisa ainda que candidataram-se ao programa 5302 pessoas, das quais apenas 4178 foram admitidas. Para as 1437 disponibilidades de estágio postas a concurso, foram colocados 1124 candidatos. 

Fonte: Mariana Oliveira, in Público on-line                       

JEVE - Jovens para o Empreendedorismo Verde e Empregabilidade

22 de Janeiro de 2016

O JEVE - Jovens para o Empreendedorismo Verde e Empregabilidade – é um projeto que pretende apoiar jovens, entre os 18 e os 30 anos, na procura de uma nova oportunidade profissional, através do desenvolvimento de competências e atitudes empreendedoras no âmbito da Economia Verde, à distância de um clique (www.jeve.pt).

No início de 2016 o projeto está a desenvolver workshops presenciais para jovens e para técnicos de emprego.

Consulte o site (www.jeve.pt) para mais informações.

Desigualdade salarial em Portugal

19 de Janeiro de 2016

Portugal está entre os países da OCDE com maior desigualdade salarial, reconheceu anteontem o ministro do Trabalho, Vieira da Silva. Desde 2008 que esta tendência se mantém.Será que o novo governo conseguirá melhorar a situação?

«Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com um maior nível de desigualdade de rendimentos. No centro dessa desigualdade estão os salários que contribuem para que exista uma parcela significativa de trabalhadores pobres», disse o ministro da tutela, em Paris. A intervenção do ministro foi proferida no Fórum de Política sobre o Futuro do Trabalho, evento promovido pela OCDE, que ocorreu na quinta e sexta-feira passadas, em Paris. Vieira da Silva assumiu ainda que é essencial que Portugal promova a igualdade de rendimentos e combata o desemprego.

Qual a solução que o ministro apresenta? A necessidade da aplicação de medidas que passam pela atualização do salário mínimo, o crédito fiscal para famílias de baixos rendimentos, o reforço das políticas e instrumentos de aprendizagem e qualificação ao longo da vida.

O problema não é apenas de Portugal, pois a nível da OCDE «as desigualdades de rendimentos atingiram um nível máximo na maioria dos países, considerando as últimas três décadas» como afirmou o ministro. Assinalou ainda que «dois terços dos países da OCDE testemunharam um aumento das desigualdades de rendimentos nesse período, afetando sobretudo as mulheres, os jovens, os trabalhadores pouco qualificados, os migrantes e os trabalhadores precários».

Vieira da Silva referiu também tratar-se de um problema que «afeta a coesão social», a desigualdade prejudica igualmente «o desempenho económico, uma vez que desincentiva o investimento em capital humano». Acrescentou que «a elevada desigualdade de rendimentos significa que a vantagem económica é mais provável ser herdada do que merecida, desencorajando assim o esforço individual».

O diagnóstico é conhecido e o ministro do Trabalho deste Governo é abalizado na política deste setor. Esperemos que avance com políticas diferentes e assertivas. O desemprego, uma das chagas que mancham o nosso país, esteve sempre a subir desde a adesão de Portugal ao euro, com exceção do ano de 2008. Uma evolução insensível ao ciclo da economia, mas também refletindo taxas mais baixas de crescimento do PIB.

Na ocasião da integração de Portugal na moeda única, vários economistas alertaram que, num cenário de perda de competitividade e na impossibilidade de desvalorizar, o resultado seria o aumento do desemprego. porém, as suas palavras caíram em saco roto. É sabido que mais de metade dos desempregados possuem menos, ou nove anos de escolaridade e quase 20 por cento têm menos de 25 anos. Aqui também a falta de formação é um dos itens a recuperar.

Mas o problema do desemprego em Portugal não parece ser de solução fácil. O Fundo Monetário Internacional veio afirmar, no seu relatório anual de 2015, que Portugal vai demorar 20 anos a voltar aos níveis de desemprego que tinha antes da crise económica. Esta é uma das conclusões do relatório anual sobre as perspetivas da zona euro, que foi divulgado em Julho do ano passado. Tendo em conta o passado mais recente e as perspetivas de retoma económica bastante modestas até 2019, Portugal, à semelhança de Itália, precisa de duas décadas para retomar a taxa de desemprego que tinha antes de 2008.

Recorde-se que em Portugal, entre 2001 e 2007, a taxa de desemprego rondou os 6,4%. No ano passado atingiu quase os 14%, o mesmo se verificando em 2015. O pico máximo da taxa de desemprego nacional foi registada em janeiro de 2013 (17,5%). A taxa de desemprego em Portugal é a quarta mais elevada da União Europeia (UE), só melhor que Espanha, Irlanda e Grécia, indicam os dados mais recentes do Eurostat.

Perante a situação atual como será possível inverter esta tendência de desigualdade salarial e o desemprego? Vieira da Silva aposta na aplicação de medidas que passam pela «atualização do salário mínimo, o crédito fiscal para famílias de baixos rendimentos, o reforço das políticas e instrumentos de aprendizagem e qualificação ao longo da vida». Serão estas medidas suficientes? Até poderão ser, se acompanhadas com o crescimento da economia portuguesa. Mas isso parece que ainda não constitui prioridade para o Governo deste país, ou pelo menos, tardam em surgir políticas credíveis que nos convençam. Apesar de tudo, devemos dar o benefício da dúvida ao atual executivo e esperar que sejam assumidas rapidamente novas medidas que permitam e incentivem o crescimento económico, de que tanto estamos carecidos. 

Fonte: Eduardo Santos in Fátima Missionária                       

Portugal tem quase 500 mil trabalhadores pobres

19 de Janeiro de 2016

Aumento do salário mínimo visa reduzir desigualdades salariais. Número de trabalhadores em situação de pobreza aumentou desde a chegada da troika, em 2011.

O trabalho não chega para que 495 mil portugueses saiam da classificação de empregados pobres em Portugal. Era esse o número de trabalhadores em situação de pobreza em 2014, mais 26 mil do que em 2011.
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Nos anos em que a troika esteve no país, registou-se um aumento neste indicador, relativo a população ativa pobre. Se no ano em que começou o ajustamento representavam 9,9% dos trabalhadores no país, em 2014 a percentagem subiu para os 11%, de acordo com o Diário de Notícias.

Os dados de dezembro divulgados pelo INE representam uma preocupação para o Executivo, que tem na “redução efetiva da percentagem de trabalhadores em risco de pobreza, através de um complemento salarial” uma das suas bandeiras.

Isso mesmo deixou claro o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, numa conferência da OCDE em Paris. Dentro do conjunto de países ricos, Portugal ocupa o sétimo lugar na lista de maiores desigualdades salariais.

O aumento do salário mínimo, já acordado com o novo Governo, o “crédito fiscal para famílias com baixos rendimentos” e o “reforço das políticas e instrumentos de aprendizagem ao longo da vida” pretendem contrariar essa realidade.                        

Fonte: Notícias Ao Minuto 

Trabalho precário sobe para níveis pré-crise

19 de Janeiro de 2016

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, diz que as empresas não querem arriscar a contratar de forma mais permanente

Recibos verdes e contratos a prazo ultrapassaram os 800 mil. Empresários não contratam por falta de confiança na economia

Os números confirmam. Em 2015, os contratos a termo e os de prestação de serviços (a recibo verde) ultrapassaram a barreira dos 820 mil, algo que já não se verificava desde 2011. Entre os que trabalham por conta própria, e que no 3.º trimestre de 2015 ascendiam a 805 mil, não há registo de um universo tão elevado desde que a troika chegou a Portugal. Razões relacionadas com a atividade das empresas e de natureza económica explicam esta evolução, afirmam os empregadores, que recusam a criação de um regime que penalize e trate todos da mesma maneira.

"A perspetiva de que uma empresa que contrata trabalhadores a prazo é quase como um criminoso, é algo que não aceitamos." A frase é do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal que encontra várias ordens de razão para o aumento do recurso a trabalho não permanente. Há questões relacionadas com a sazonalidade e com a duração das prestações de serviço - se uma empresa ganha um contrato de segurança por dois anos, não quer arriscar chegar ao final do prazo e ficar com todos os funcionários - e ainda com a falta de confiança. "Há incerteza em relação à situação económica e as empresas não querem arriscar a contratar de forma mais permanente", precisa ainda João Vieira Lopes.

João Camargo, da direção da associação dos "Precários inflexíveis", acentua, por seu lado, a facilidade com que se pode dispensar um trabalhador a recibo verde ou não renovar um contrato a prazo. E junta a estes "aliciantes" permitidos ao empregador, o facto de um trabalhador precário, sobretudo a recibo verde, ficar bastante mais barato: "Não recebe indemnização, a taxa social única é mais baixa, não tem direito a férias ou subsídio de Natal", exemplifica.
Precários e desempregados são mais de 50% da força trabalhadora desde 2012

Portugal entrou em 2011 com 838,1 mil pessoas em situação precária (entre 713 mil com contrato a prazo e 124,3 mil em regime de prestação de serviços). Este número subiria no trimestre seguinte para os 877,6 mil (com acréscimos entre ambos os grupos), registando, a partir daí, um movimento de descida, com algumas oscilações pelo meio, até ter caído para os 720 mil, no quatro trimestre de 2014. De então para cá, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística, a tendência inverteu-se: o país entrou em 2015 com 773,4 mil destes precários, no trimestre seguinte eram 826,7 mil e no final de setembro somavam já 832,2 mi l.

Entre os trabalhadores por conta própria (categoria que serve também para tomar o pulso ao número de pessoas a recibo verde), o INE dava conta, no 3.º trimestre de 2015, da existência de 805,6 mil pessoas nesta situação - últimos dados disponíveis. São menos 20 mil do que no trimestre anterior, o que, segundo João Camargo, ilustra a elevada rotatividade destes trabalhadores.

Somado, o trabalho precário e o desemprego passaram a representar mais de 50% da força de trabalho em 2012 e nunca mais desceram deste patamar. A ajudar a esta situação estiveram os motivos já referidos e o regime excecional que permitiu às empresas prolongar a duração dos contratos a prazo.
Falta de regalias dos trabalhadores precários é aliciante para as empresas

Esta foi uma das medidas que vigorou durante a estada da troika em Portugal, a par de uma forte revisão do Código do Trabalho que, entre outras matérias reduziu o valor das indemnizações em caso de despedimento e facilitou o despedimento coletivo e a extinção do posto de trabalho. Ainda assim, os credores internacionais continuam a insistir no aprofundamento da reforma de forma a facilitar o despedimento individual.

Outro dos problemas, aponta João Camargo, reside no facto de muita desta precariedade ter sido apoiada pelo Estado e dinamizada pelos serviços do Estado - que recorreram a esta forma de trabalho.

João Camargo entende, por isso, que são necessários mecanismos que promovam um efetivo combate às várias formas de trabalho precário. José Brinquete, da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, discorda do recurso ao trabalho precário de forma generalizada, mas acentua que antes de se avançar para penalizações são necessárias políticas que possibilitem a sustentabilidade das empresas. Estabilidade fiscal e descida de impostos são duas das que sugere.

Fonte: Diário de Notícias

Riqueza de 1% da população superou a dos restantes 99% em 2015

18 de Janeiro de 2016

Relatório da Oxfam publicado a dois dias do Fórum Económico Mundial de Davos.

A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes, em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou neste domingo a ONG Oxfam, a dois dias do Fórum Económico Mundial de Davos.

"O fosso entre a franja dos mais ricos e o resto da população (o planeta) aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses", segundo um relatório da organização não-governamental (ONG) britânica Oxfam, intitulado Uma economia a serviço de 1%.

"No ano passado, a Oxfam estimava que isso acontecesse em 2016. No entanto, aconteceu em 2015: um ano antes", sublinha.

Para ilustrar o agravamento das desigualdades durante os últimos anos, a ONG calcula que "62 pessoas possuem tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade.

A dois dias do Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, onde se vão encontrar os líderes políticos e responsáveis das empresas mais influentes do mundo, a Oxfam apela aos participantes do influente encontro a agir.

"Não podemos continuar a deixar que centenas de milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para os ajudar estão concentrados, ao mais alto nível, em tão poucas pessoas", afirma Manon Aubry, directora dos assuntos de justiça fiscal e desigualdades da Oxfam, em França, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Segundo a ONG, "desde o início do século XXI que a metade mais pobre da humanidade beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto os 1% mais ricos partilharam metade desse mesmo aumento".

Para combater o crescimento destas desigualdades, a Oxfam apela ao fim da "era dos paraísos fiscais", sublinhando que nove em dez empresas que figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Económico Mundial de Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".

"Devemos abordar os Governos, as empresas e as elites económicas presentes em Davos a empenharem-se para acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais, e impedir que centenas de milhões de pessoas da pobreza", diz Winnie Byanyima, director-geral da Oxfam International, que estará presente em Davos.

No ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam, com a ONG a defender o método utilizado no estudo de forma simples: o cálculo do património líquido, ou seja, os activos detidos menos dívida.

A pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima quarta-feira, os líderes políticos e responsáveis das empresas mais influentes do mundo para debater a "4.ª revolução industrial", no âmbito do Fórum Económico Internacional Mundial (WEF).

Esta 46.ª edição do WEF, que termina a 23 de Janeiro, ocorre numa altura em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes.

Segundo o presidente do WEF, Klaus Schwab, a "'4.ª revolução industrial' refere-se à fusão das tecnologias", nomeadamente no mundo digital, que "tem efeitos muito importantes nos sistemas político, económico e social". 

Fonte: Público on-line

Cursos profissionais garantem melhores salários, mas só no início da carreira

21 de Dezembro de 2015

Os trabalhadores que fizeram o ensino secundário através dos cursos profissionais têm, em média, vencimentos no início da carreira superiores em cerca de 2% aos que concluíram o 12.º ano nos cursos do ensino regular, mas esta vantagem de partida dissipa-se ao longo da vida profissional: após cinco anos ganham 0,68% mais; após 10 anos, já estão a receber menos 0,61% e ao fim de 15 anos inverte-se a situação de partida – ganham em média menos de 2% dos trabalhadores que fizeram o ensino regular.

Esta é uma das constatações a que chegou a economista Sofia Oliveira, num trabalho intitulado “Regresso ao ensino vocacional em Portugal”, que será apresentado esta segunda-feira numa conferência sobre o ensino profissional, promovida pelo Instituto de Políticas Públicas Thomas Jefferson-Correia da Serra, que decorrerá no Instituto Superior de Gestão e Economia, em Lisboa

A economista lembra a propósito que o ensino vocacional tem sido tema de investigação de muitos autores em vários países. Vários têm enfatizado as vantagens deste tipo de formação, por garantir competências que são valorizadas pelas empresas e propiciar assim uma transição mais fácil para o mercado e trabalho, para além de contribuir para a redução do abandono escolar ao servir de alternativa a estudantes menos motivados ou com resultados académicos mais fracos. 

Mas Sofia Oliveira resume também outros argumentos, que poderão justificar a evolução que constatou no “prémio” salarial garantido por ambas as formações. Por exemplo, ao  garantir uma formação mais orientada para capacidades técnicas, por oposição a um ensino mais orientado para o conhecimento, os cursos profissionais poderão dar origem a “uma força de trabalho menos flexível e conduzir a uma menor taxa de crescimento do país neste tempo de rápidas mudanças tecnológicas”.

“O ensino regular garante uma componente de conhecimento geral que constitui a base para ajustamentos eficientes durante a carreira de trabalho e para uma resposta rápida à mudança tecnológica”, defende também Frank Corvers, professor da Universidade de Maastricht, outro dos autores citados por Sofia Oliveira.

No seu trabalho, Sofia Oliveira adianta que o fenómeno de evolução dos salários registado em Portugal repete-se também no Reino Unido e na Alemanha, onde os trabalhadores com cursos profissionais começam por ganhar mais cinco e 10%, respectivamente, mas que esta diferença é ultrapassada ao fim de cerca de seis anos de carreira pelos trabalhadores com habilitações do ensino regular. Já na Holanda, as diferenças entre os dois contingentes praticamente não existem.

Para elaborar este estudo empírico, a economista baseou-se nos dados existentes nos chamados Quadros de Pessoal, um inquérito que anualmente as empresas são obrigadas a entregar no Ministério do Trabalho e onde estão coligidas informações sobre os trabalhadores e as remunerações em vigor, entre outras variáveis. Sofia Oliveira seguiu o percurso de trabalhadores nascidos entre Janeiro de 1974 e Dezembro de 1990, que concluíram o ensino secundário, representando um total de 633.459 pessoas. Destes, 86,63% concluíram o secundário no ensino regular e só 13,37% o fizerem por via do ensino profissional. 

Este fosso poderá ser explicado pelo facto de o ensino profissional só ter renascido em Portugal em 1989 com a criação das escolas profissionais e do seu grande incremento se ter iniciado a partir de 2004, quando as escolas secundárias públicas começaram também a ter esta oferta, sendo agora o seu peso maioritário neste ramo. Há dois anos, 42% dos alunos que frequentavam o secundário estavam em cursos profissionais. A meta é chegar aos 50% 

Com o ministro Nuno Crato, a partir do ano lectivo de 2012/2013 foram também criados os cursos vocacionais, que têm como modelo o ensino dual alemão, onde a componente de formação prática pode chegar aos 70%. No ano lectivo passado, frequentavam estes cursos cerca de 25 mil alunos do ensino básico (podem ser desviados para esta formação a partir dos 13 anos de idade se tiverem dois chumbos) e cerca de dois mil do secundário. No programa do actual Governo prevê-se que os cursos vocacionais só continuem a existir no secundário.

 

Redefinir a oferta vocacional

Segundo Sofia Oliveira, a recente aposta de Portugal no ensino vocacional, que tem uma componente prática muito superior à dos cursos profissionais, poderá vir a aumentar a diferença salarial em início de carreira entre os que completam esta formação e aqueles que seguem o ensino regular. “No entanto é mais difícil prever como os salários evoluirão ao longo da vida profissional”, frisa, lembrando que os cursos vocacionais “têm uma componente de formação geral reduzida”.

Para Sofia Oliveira, o que já se sabe sobre os impactos na vida profissional de ambas as formações impõe que se redefinam políticas, nomeadamente garantido que os estudantes que sigam as vias vocacionais tenham uma componente geral de formação que seja relevante e exigente. Por outro lado, frisa, para que o ensino vocacional tenha sucesso em Portugal e para que o “prémio" salarial daí resultante aumente, “é necessário alinhar a oferta de formação com as  necessidades das actividades económica, e investir na credibilidade deste ramo de educação”.

Tanto investigadores, como directores de escolas, têm criticado este modelo: ao ser essencialmente dirigido a alunos com insucesso escolar, o ensino vocacional tende a ser a visto como “uma oferta de segunda”; por outro lado, não está garantida a qualidade da sua formação prática, já que muitas vezes esta é feita em grande parte nas escolas, em vez de nas empresas, e aquelas não têm condições para a garantir.

Também as expectativas manifestadas pelas empresas deixam a desejar. Um inquérito recente desenvolvido pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino profissional a 1630 empresas, destinado a ajustar a oferta dos cursos profissionais às necessidades do mercado de trabalho, teve este resultado: a maioria indicou que as qualificações que mais procuravam estavam relacionadas com o comércio e a restauração.

 

Fonte: Clara Viana   in Público

Número de desempregados inscritos sobe em novembro

19 de Dezembro de 2015

O número de desempregados inscritos nos serviços de emprego subiu para 64.695 em novembro, um aumento de 3% face ao período homólogo do ano passado, indicam as estatísticas divulgadas, este sábado, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com os dados do IEFP disponibilizados na página da internet, se face ao mesmo mês de novembro de 2014 houve mais 1.907 desempregados inscritos, em comparação com o mês de outubro, o número de inscrições foi inferior em 7,8%, ou seja, menos 5.499 inscritos.

No final de novembro último, estavam registados como desempregados, nos serviços de emprego do Continente e Regiões Autónomas, 550.250 indivíduos, número que representa 71,7% de um total de 766.983 pedidos de emprego.

O IEFP aponta que o total de desempregados registados no país em novembro diminuiu 8% em comparação com o mês homólogo de 2014 (menos 47.833 indivíduos) e aumentou 1,5% face ao mês de outubro (mais 8.220 indivíduos).

 O Alentejo foi a única região que, em termos homólogos, não aumentou o fluxo de desempregados.

 Comparativamente ao mês anterior, o volume de inscrições diminuiu em novembro em cinco das sete regiões do país (as exceções foram Algarve e Madeira).

 Tendo por base informação relativa ao Continente, mantém-se como principal motivo de inscrição dos desempregados o "fim de trabalho não permanente", representando 48,8% do total, segundo o IEFP, acrescentando que o motivo "despedido" surge em segundo lugar (8,5%) e a categoria "ex-estudantes" ocupa a terceira posição (7,9%).

 No final do mês em análise, as ofertas de emprego por satisfazer totalizavam 18.779, nos serviços de emprego de todo o país, um número que, segundo o IEFP, "corresponde a descidas de 6,5% face ao mesmo mês de 2014 e de 4,1% face ao mês anterior".

 Quanto às ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês de novembro, estas totalizaram 13.237 em todo o país, uma subida de 4,7% face a novembro de 2014 (mais 595) e inferior ao mês anterior em 18,1% (menos 2.929).

Fonte: in Jornal de Notícias

Portugal com menos emprego e mão de obra mais barata

17 de Dezembro de 2015

Portugal é o País da União Europeia onde o custo da mão de obra mais caiu e o segundo (ex-equo com a Polónia) com menos empregos disponíveis. Os dados, relativos ao terceiro trimestre de 2015 (por comparação ao período homólogo), foram avançados hoje pelo Eurostat, a autoridade estatística da União Europeia.

Na zona euro (composta por apenas 19 países da UE), o custo da mão de obra subiu 1,1% e na UE28, cresceu 1,8%, um pouco menos que no segundo trimestre deste ano (16,6% e 1,9%, respetivamente). Mas em Portugal, o custo caiu 2,8%, remetendo o nosso país para o fundo da tabela europeia. A Portugal, seguem-se a Eslovénia (-1,5%), o Chipre (-0,5%), a Itália e o Luxemburgo (ambos com -0,4%). Por contraste, as maiores subidas registaram-se na Letónia e na Bulgária (ambas com um aumento de 7,4%) e na Roménia (7,3%).

As notícias sobre emprego disponíveis também não são animadoras, quando se olha para Portugal. Se na Zona Euro a taxa de emprego disponível se estabeleceu nos 1,6% (e 1,7% na EU28), em Portugal (e na Polónia), os países com a segunda taxa taxa mais baixa da Europa, os valores situam-se nos 0,6% - pior, só a Letónia, com 0,4% de empregos disponíveis. Entre os Estados Membros, Bélgica (2,7%), Alemanha e Reino Unido (2,6% cada um) são aqueles onde se registaram as taxas mais elevadas de emprego disponível. E recorde-se que, de acordo com o Observatório da Emigração, o Reino Unido se tem vindo a confirmar como o principal destino dos emigrantes portugueses.

O cenário agrava-se quando se refere que em Portugal (e na Alemanha) foi registada uma diminuição de de emprego disponível de 0,1 pontos percentuais (ligeiramente superior aos valores verificados na Grécia, onde a diminuição foi de 0,2pp, no terceiro trimestre). O maior aumento registou-se na Bélgica (2,7%), na Alemanha. Ou seja, Portugal não é apenas o Estado Membro onde o emprego mais diminui, é também dos que, à partida, tinham menos emprego disponível.

 

Fonte: Inês Rapazote in Visão

Portugal mantém-se na 43.ª posição no índice de desenvolvimento humano

14 de dezembro de 2015

Portugal continua no grupo dos países com desenvolvimento humano muito alto, mas atrás da maior parte dos países europeus

Portugal mantém a posição 43 no Índice de Desenvolvimento Humano de 2015, num total de 187 países, que consta do Relatório do Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado esta segunda-feira.

 O índice é calculado com base em três dimensões do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente. Para isso, são tidos em conta fatores como a esperança media de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

Portugal continua no grupo dos países com desenvolvimento humano muito alto e tem uma pontuação de 0.830. Em 2014, a esperança média de vida no país era de 80.09 anos, a média de anos de escolaridade de 8.2, os anos de escolaridade esperados 16.3 e o rendimento bruto per capita de 25.757 dólares.

 Apesar de manter a posição, os dados revelam um desaceleramento no crescimento. Nos anos 90, o índice crescia a 0.97 por cento ano, na década seguinte a 0.47 e, desde 2010, abrandou para 0.33. Em 2009, o país estava no 34.º lugar.

 São poucos os países europeus com pontuações inferiores a Portugal e, entre os intervencionados pelo FMI, é o que se qualifica pior (a Irlanda está em 6º, empatada com a Alemanha e ultrapassando os EUA, Espanha em 26.º e a Grécia em 29.º).

 O país tem, no entanto, bons resultados em alguns dos indicadores, como em termos de igualdade de género, em que está em 20.º lugar.

 A Noruega lidera o ranking, seguida da Austrália, Suíça, Holanda, Alemanha, Irlanda e Estados Unidos.

 Os últimos lugares são ocupados pelo Burundi, Chade, Eritreia e República Centro-Africana.

 O índice faz parte do relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado hoje em Adis Abeba, na Etiópia.

 O relatório, com o título "Trabalho para o Desenvolvimento Humano", analisa as ligações, positivas e negativas, entre o trabalho e desenvolvimento humano num mundo em rápida transformação, motivada pela globalização, revolução tecnológica, transições demográficas e muitos outros fatores.

 Os autores garantem que estas mudanças criam oportunidades, mas também riscos, e defendem uma noção mais ampla de trabalho, que inclui trabalho não remunerado, e uma série de recomendações políticas alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados em setembro pela ONU.

Fonte: in Diário de Notícias/Lusa

 

 

Contratações temporárias aumentam 20% no Natal

11 de Dezembro de 2015

 

O aumento das contratações em época de final de ano não é novidade e está sobretudo sustentado na criação de empregos temporários, utilizados pelas empresas para reforçar as suas áreas comerciais e de vendas e, desse modo, fazer face a aumentos pontuais de atividade e picos de consumo. Segundo os especialistas em recrutamento, este incremento nos recrutamentos pode rondar os 20% entre novembro e janeiro. São funções temporárias, mas podem abrir portas a uma integração plena nas empresas, asseguram.

 

Operadores de loja, assistentes a clientes, promotores, operadores de caixa, operadores de embrulhos, embaladores, mas também, no sector do Turismo (onde a atividade também regista uma maior dinâmica nesta altura do ano), empregados de mesa, empregado de andar ou cozinheiros, completam a lista dos perfis mais óbvios no ranking de prioridades das empresas quando objetivo é reforçar, ainda que temporariamente, as suas estruturas na época natalícia e de ano novo. Mas segundo Magda Gomes, diretora técnica da empresa de recrutamento Multitempo, há perfis menos óbvios que, nesta altura do ano, registam também forte procura. A especialista fala na procura de candidatos temporários especializados nas áreas financeira, de telecomunicações, aeroportuária, indústria, agroalimentar, transportes, logística e serviços e acrescenta que o reforço das contratações nesta época “pode chegar aos 20%”.?

Por esta altura, a maioria dos profissionais a integrar nas empresas já estão identificados, mas até janeiro há sempre contratações pontuais a decorrer. O trabalho de identificação e recrutamento de reforços para as empresas nacionais, durante o período de Natal, começa a ser preparado em novembro e, segundo Magda Gomes, pode constituir uma boa oportunidade de aproximação dos candidatos aos recrutadores e a uma eventual oportunidade de transformar um emprego temporário em permanente. As condições oferecidas aos profissionais temporários, recrutados através de uma agência, “são iguais às oferecidas a profissionais que sejam diretamente contratados pelas empresas”, garante Magda Gomes acrescentando que “tal como as condições, as tabelas salariais são as que estão em vigor na empresa cliente e, por isso, também iguais às dos profissionais contratados diretamente pelas empresas clientes”.

 

Mónica Reis, area manager da Kelly Services, corrobora esta informação e fala numa média de remuneração base mensal na ordem dos 630 euros para os profissionais temporários contratados nesta época. Um valor “a que poderão acrescer horas noturnas, trabalho suplementar, subsídio de alimentação e outras rúbricas salariais associadas ao horário de trabalho e à função”, explica. Segundo a especialista da Kelly Services, “as grandes superfícies comerciais e demais empresas ligadas ao consumo, grande distribuição e sector hoteleiro são as que registam maior recurso à utilização do trabalho temporário nesta época”. Contudo, merecem também destaque as oportunidades geradas no sector dos serviços onde “existem organizações que tendem a contratar no final do ano, tendo por base as perspetivas para o ano seguinte. Como por exemplo, a área da banca”, realça Mónica Reis.

Há benefícios em ser temporário?

Entre as vantagens de aproveitar uma aproximação ao mercado de trabalho e às empresas pela via do emprego temporário, ambas as especialistas em recrutamento elencam, por exemplo, fatores como a capacidade de adaptação a diferentes contextos de trabalho que a experiência confere, o acesso a formação e experiência profissional, o conhecimento de diferentes realidades profissionais facilitando novas reintegrações, o acesso a um vínculo contratual previsto na legislação laboral, a aquisição de know-how específico e o estabelecimento de relações que podem contribuir para uma evolução no percurso profissional futuro. ?Magda Gomes acrescenta mesmo que “a integração ou a recolocação de trabalhadores temporários é para a Multitempo um processo natural que faz parte da metodologia de gestão”.

Nenhuma das especialistas quantifica a percentagem de profissionais absorvidos pelas empresas clientes, na sequência de processos de recrutamento temporários, mas a diretora técnica da Multitempo assegura que “existem bastantes empresas clientes que após o fim do contrato de trabalho temporário convidam os trabalhadores a ingressarem na empresa com um contrato de trabalho direto e, caso isso não aconteça, o trabalhador temporário integra de imediato a base de dados ativa da Multitempo”. Magda Gomes esclarece que “estes serão os candidatos prioritários a considerar para novas ofertas de trabalho que se adaptem às suas competências, pois já temos referências fundamentadas na sua avaliação de desempenho”.?

A propósito desta metodologia, Mónica Reis refere que num mercado de trabalho tendencialmente flexível a nível global, “os candidatos a funções em regime de trabalho temporário têm a possibilidade/vantagem de dispor de um serviço que identifica por si e para si, oportunidades de trabalho relacionadas com as suas qualificações e competências”. Segundo a especialista, um candidato nestas condições “terá mais rapidamente acesso a várias e diferentes oportunidades de trabalho”. Mónica Reis não hesita e afirmar que é possível gerir uma carreira como trabalhador temporário e acrescenta que “havendo boas referências acerca de um candidato/ ex-trabalhador temporário, relacionadas com o seu desempenho, produtividade, postura, atitude e profissionalismo, haverá uma tentativa permanente de recolocação no mercado”.

 

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

 

A tecnológica Huawei lançou recentemente num novo programa de talentos que formará na área das Tecnologias de Informação e Comunicação cerca de dois m

04 de Dezembro de 2015

Chama-se “Seeds for the Future” e o seu propósito é captar e qualificar novos talentos para uma carreira no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). O projeto é da tecnológica Huawei que estipula como meta formar dois mil estudantes europeus a partir do próximo ano e até 2020, e está integrado no European Pact for Youth, visando complementar com e-skills os estudantes europeus mais promissores. A primeira edição portuguesa do programa decorreu em julho deste ano. A Huawei continua de olhos postos nos talentos nacionais.

 O “Seeds for the Future” é o programa mundial de responsabilidade social corporativa da Huawei e o principal pilar dos esforços empresa para combater o gap de e-skills entre os profissionais e atrair talento para a empresa, qualificando-o nas matérias âncora da sua atividade. O programa que abrange atualmente 57 países (23 dos quais na Europa), contempla a seleção de talentos com potencial nas universidades dos vários países envolvidos, para uma visita de estudo à China onde os participantes poderão adquirir conhecimento sobre o trabalho de uma empresa multinacional na área das TIC, recebendo uma experiência cultural e formação linguística.

 Segundo Chen Lifang, administradora da Huawei, com este programa a empresa quer “ajudar os jovens a desenvolverem mais capacidades e ajudar a criar mais postos de trabalho e oportunidades para a próxima geração”. Um desígnio que considera “vital para a Europa e para o mundo”. Nos próximos cinco anos, cerca de dois mil estudantes europeus ganharão experiência na sede da empresa na China. Em paralelo, a Huawei promoverá também a educação nas área das TIC através de projetos como a competição InnoApps que incentiva os jovens a promoverem aplicações móveis e o programa Investigação e Inovação na Huawei, através do qual a empresa estabeleceu parcerias com 120 universidades e centros de consultoria e investigação na Europa.

 A primeira edição do programa “Seeds for the Future” em Portugal aconteceu em julho deste ano, na sequência da assinatura de um memorando de entendimento com a AICEP. Doze estudantes universitários do Instituto Superior Técnico e do Instituto Politécnico de Leiria foram selecionados para uma viagem de duas semanas à China, num projeto de imersão cultural em Pequim, de introdução ao mandarim e uma visita ao campus da Huawei em Shenzhen, onde é possível experimentar o contexto de trabalho de uma multinacional TIC. A identificação de talento é, segundo a administradora, um trabalho em permanente desenvolvimento e mais estudantes portugueses deverão integrar o programa.

 

Fonte: Cátia Mateus in Expresso

Licenciados ganham em média mais 69% do que portugueses com secundário

24 de Novembro de 2015

 

A OCDE destaca que a diferença é grande e que se deve ao facto de existir um baixo nível de qualificação superior entre a população portuguesa.

 "Apenas 31% dos jovens adultos (dos 25 aos 35 anos) em Portugal, tem formação superior", refere a OCDE

 A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) considera que Portugal tem uma compensação salarial “muito elevada” para os cidadãos licenciados, afirmando que ganham, em média, mais 69% do que a população com o ensino secundário.

 A média da OCDE neste parâmetro é de 57%, segundo os dados divulgados esta segunda-feira no relatório “Education at Glance 2015”, que contém indicadores dos 34 países da organização e de outros parceiros.

 Segundo os peritos que avaliaram os dados, 44% das pessoas com graus académicos no ensino superior ganham pelo menos o dobro do salário médio, comparando com apenas 15% da população total.

 “Os que têm uma licenciatura ou equivalente ganham em média mais 69% do que os que têm o ensino secundário, o que está acima da média da OCDE de 57%”, lê-se no documento.

 Para a OCDE estas diferenças são o reflexo de um baixo nível de qualificação superior entre a população portuguesa.

 “De facto, apenas 31% dos jovens adultos (dos 25 aos 35 anos) em Portugal, tem formação superior”, refere-se no relatório.

 As taxas de conclusão para Portugal de licenciatura, mestrado e doutoramento, à primeira vez, estão a par ou acima da média da OCDE, em 36%, 20% e 1,7%, respetivamente.

 Em geral, espera-se que 43% dos jovens adultos em Portugal faça pelo menos um programa no ensino superior, o que está ainda “bem abaixo da média de 50% da OCDE”.

 Apesar de as qualificações académicas entre as gerações mais velhas serem bastante mais baixas em Portugal do que noutros estados da OCDE, o país recuperou nos últimos anos e registou o maior aumento na formação da população.

 “Entre os cidadãos na faixa etária dos 55 aos 64 anos, apenas 23% atingiu o ensino secundário, mas a taxa sobe para 64% na faixa dos 24 aos 35 anos”, ainda assim abaixo da média da OCDE de 83%.

 A OCDE nota que o nível de instrução é bastante desigual em Portugal. “Com 36 por cento, Portugal tem a segunda percentagem mais alta de população sem o 3.º ciclo, apenas atrás da Turquia” nesta tabela.

 No entanto, 17% da população tem um grau de mestre no ensino superior, o que está bem acima da média da OCDE de 11%. “O nível de instrução faz uma grande diferença no mercado de trabalho”, observam os relatores.

 Apesar de o desemprego ser substancialmente mais elevado do que noutros países da OCDE, “diminui nitidamente para quem tem mais qualificações académicas”.

 No capítulo dedicado às habilitações académicas e ao mercado de trabalho, os autores do estudo sublinham que, em 2014, a taxa de desemprego para a população entre os 25 e os 64 anos com formação inferior ao secundário foi de 14,8%, para os que concluíram este nível de ensino foi de 12,6% e situou-se nos 8,9% para os licenciados.

 As médias correspondentes na OCDE foram de 12,8%, 7,7% e 5,1%, respetivamente.

 Fonte: Paulo Novais in LUSA

 

 

Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização apoiou 30 mil trabalhadores em dois anos

22 de Julho de 2015

Ajuda chegou a trabalhadores de 13 países da UE. Desde 2011 que Portugal não se candidata ao fundo.

Entre os anos 2013 e 2014, o Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) disponibilizou mais de 114,4 milhões de euros distribuídos por 13 países da União Europeia, com o objectivo de ajudar os cidadãos dos estados-membro a encontrar novas oportunidades de emprego.

Portugal e Chipre são os únicos países que estiveram sob intervenção da troika que não receberam qualquer apoio no âmbito deste fundo. São também os únicos países do grupo que inclui Grécia, Irlanda e Espanha (que aplicou um programa de ajuda à banca), que não apresentou qualquer candidatura nos últimos dois anos. Portugal não o faz desde 2011 e Chipre nunca o fez.

No total, o fundo beneficiou 27,6 mil trabalhadores despedidos por motivos relacionados com a crise económica ou com as consequências da globalização. Para além dos países já referidos, o montante foi distribuído por Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Polónia e Roménia.

Respectivo ao biénio 2013-2014, o fundo recebeu 30 candidaturas, tendo 28 sido aprovadas. No ano de 2014, verificou-se o número mais elevado de candidaturas (18) desde 2011, quando foram apresentadas 24. No entanto, o pico foi registado em 2010, quando deram entrada 29 pedidos. Dos 114,4 milhões de euros distribuídos no último nos últimos dois anos, 94,1 milhões são provenientes de fontes nacionais, especifica a Comissão Europeia (CE) em comunicado.

O relatório da CE sobre a execução do fundo nos últimos dois anos publicado hoje, mostra que 7,6 mil dos 15 mil trabalhadores que participaram nas medidas propostas ao abrigo do FEG “encontraram emprego ou iniciaram uma actividade por conta própria”. Para além de cerca de metade dos candidatos ter saído do desemprego por consequência do fundo, o documento dá conta de 667 outros que seguiram “acções de ensino ou formação destinadas a melhorar as suas perspectivas de emprego”.

Através do comunicado, a comissária Europeia do Emprego, Marianne Thyssen destacou a “taxa de reemprego notável de quase 50%” promovida pelo programa. Apesar de uma “conjuntura marcada pela escassez de recursos públicos”, o fundo tem prestado “um apoio bem-vindo a trabalhadores vítima de despedimentos colectivos motivados pela globalização ou pela crise”, defende.

O fundo existe desde 2007 e a UE anuncia que as intervenções vão prosseguir no período 2014-2020 “com a introdução de melhorias ao seu funcionamento”. Ao longo dos últimos anos, o âmbito do programa foi alterado para incluir os trabalhadores despedidos devido à crise económica. Novas alterações foram já anunciadas e prendem-se com o alargamento do campo de acção do fundo, para que este inclua “os jovens que não trabalham, não estudam, nem seguem qualquer formação”.

Desde a entrada em funcionamento, o FEG recebeu 136 candidaturas, no seguimento das quais foram pagos 550 milhões de euros para auxiliar 130 mil trabalhadores.

Entre estas estatísticas, encontram-se os 2,4 milhões de euros atribuídos pelo fundo em 2010 para apoiar 839 trabalhadores despedidos da fábrica de electrónica Qimonda. No mesmo ano a Comissão Europeia tinha dado luz verde ao pagamento de 1,6 milhões de euros, destinados a ajudar 680 trabalhadores afectados pelo encerramento da fábrica de calçado Rhodes, em 2009. Em 2011, a Europa aprovou a atribuição de ajudas de 1,5 milhões de euros relativos a 726 de trabalhadores despedidos em três empresas do sector automóvel das regiões do Norte e Centro de Portugal.

Fonte: Camilo Soldado  in Público

Tribunal de Contas. Só um terço dos estágios permitiu integração na própria empresa

20 de julho de 2015

Segundo o Tribunal de Contas apenas 33,3% das pessoas que fizerem estágios em 2014, conseguiram integrar-se no mercado de trabalho. TdC confirma papel dos estágios pagos pelo Estado no emprego.

O Tribunal de Contas (TdC) reconhece o mérito dos estágios profissionais na dinamização do mercado de trabalho, mas alerta para a baixa taxa de integração destes trabalhadores no mercado laboral e para os elevados níveis de precariedade. No ano passado, apenas 33,3% das pessoas que fizeram estágios conseguiram ser integradas no mercado de trabalho, quando em 2012, essa taxa de integração tinha sido de 42,4%. Os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) são citados no relatório de acompanhamento da execução do orçamento da Segurança Social, relativo ao ano passado.

Este documento realça o contributo das políticas ativas de emprego, promovida e financiadas pelo Estado, para a criação de emprego por contra de outrem que no ano passado cresceu 1,6%, o que compara com uma queda de 2,6% no ano anterior. Diz ainda que a redução dos níveis de desemprego, verificada em 2014 foi, em grande medida compensada pela criação de estágios profissionais financiados pelo IEFP, o que acabou por pressionar a despesa da Segurança Social, apesar da queda dos gastos com o subsídio de desemprego. Os custos com as políticas ativas de emprego subiram 8,7% no ano passado, apesar das despesas totais com o desemprego e apoio ao emprego terem caído 18,3%.

Esta substituição, reconhece o TdC, tem o mérito de manter no mercado de trabalho uma parte da população ativa desempregada, mas alerta para os “índices de precariedade elevados, aspeto que decorre da própria natureza dos estágios profissionais, não se cuidando de aqui de levar em conta a taxa de integração desta população na vida ativa após a finalização do estágio (em 2013, 42,4% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho após estágio e em 2014, apenas 33,3%).”

Estes números contrastam de certa forma com os avançados por Pires de Lima na semana passada no Parlamento, em resposta à deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua. No entanto, o ministro da Economia referia-se aos jovens cuja taxa de integração será de 70% após os estágios do IEFP. Mas destes só 30% ficam nas empresas que lhes deram o estágio, um número que é próximo do agora avançado pelo Tribunal de Contas.

O Tribunal considera ainda que se esta política alivia os custos de trabalho suportados pelo setor privado da economia, “terá também o demérito de pressionar negativamente a massa salarial do setor privado, com consequências diretas na arrecadação de receita contributiva”.


Fonte:
Observador

Desemprego de longa duração vai manter-se elevado

20 de julho de 2015

Comissão Europeia diz que nem todos os DLD vão voltar a trabalhar

O mercado de trabalho está a recuperar, mas parte deste movimento assenta na redução da taxa de crescimento dos salários reais e descida do número de horas trabalhadas. Este diagnóstico consta do mais recente relatório da Comissão Europeia sobre mercado de emprego, no qual Bruxelas alerta também para a persistência do desemprego de longa duração em níveis bastante mais elevados do que os observados antes da crise.

"A evolução do mercado de trabalho tem vindo a melhorar, no contexto de uma recuperação gradual da economia na UE", começa por referir o relatório, ao mesmo tempo que assinala uma descida da taxa de desemprego. Apesar destes movimentos, "o desemprego mantém-se em níveis elevados", afetando 23,6 milhões de pessoas na UE no final do primeiro trimestre.

Uma das situações que mais preocupa Bruxelas é o desemprego de longa duração (que abarca todos os que estão sem trabalho há pelo menos um ano), diz, observando que "as perspectivas de emprego se mantêm difíceis" para os que perderam o seu trabalho em 2008/2009. Bruxelas admite que nem todo o desemprego de longa duração (DLD) é estrutural e que alguns conseguirão voltar a trabalhar quando o crescimento económico se tornar mais forte, "mas isto não será suficiente" para os absorver a todos. Portugal está entre os países com taxas de DLD mais elevadas: na UE este representa 49,5% do total do desmeprego, mas por cá pesa 59,5%.

O estudo da CE aborda ainda a evolução salarial, assinalando a queda mais acentuada dos salários reais observada nos países do grupo onde Portugal se inclui. "No período 2012-2014, os salários reais evoluíram em linha com a produtividade média", salienta o documento, ressalvando, contudo, que nos países com taxas de desemprego mais elevadas (mais um vez o grupo de Portugal), "a produtividade crescer mais depressa do que os salários reais".

O Instituto do Emprego (IEFP) revelou que em junho estavam inscritos 536 656 desempregados. São menos 73 mil do que há um ano e 19,5 mil do que em maio.

Fonte: Lucília Tiago, in Dinheiro Vivo

José Soeiro: precários “farão a diferença” nas próximas eleições

20 de julho de 2015

São “quase metade da força de trabalho” e um desafio para partidos e sindicatos. Sociólogo e deputado José Soeiro mergulhou nas vidas do “precariado” português e estudou “novos reportórios de acção” deste grupo heterogéneo e crescente. Podem eles virar o mapa político?

Amigos com contratos a termo, recibos verdes, temporários. Colegas bolseiros e (eternos) estagiários. Filhos que regressam a casa dos pais, adiam a criação de família, reciclam projectos de vida. Pais que são o suporte e pais que já não podem ser o suporte. Avós que ficaram sem pensões. Não foi um sociólogo distante do objecto de estudo aquele que defendeu a tese de doutoramento no início deste mês na Universidade de Coimbra. José Soeiro assumiu-se “observador-participante” — “não é esta a realidade à nossa volta?” — e mergulhou nas vidas do “precariado” português: mais do que um retrato histórico, o também deputado bloquista fez uma cartografia das formas de luta deste grupo na última década e meia. O poder de mudar o futuro do país pode estar neles.

Em 2011, depois de a "geração à rasca" surpreender com uma das mais expressivas manifestações do país democrático, desenhou-se “a primeira e única grande vitória” dos precários do ponto de vista legislativo. Um grupo de trabalhadores recolheu assinaturas suficientes para levar à Assembleia da República (AR) uma proposta que originaria a lei contra a precariedade (braço direito da recente luta da Linha Saúde 24). “Há outras pequenas vitórias além desta, mas conseguir que a legislação fosse no sentido de dar alguns mecanismos de protecção, e não de precarizar, tem neste caso o único exemplo de sucesso”, concluiu José Soeiro na tese “A formação do precariado — transformações no trabalho e mobilizações de precários em Portugal”, a primeira que estuda as formas de luta dos precários.

Esta constatação não é um atestado de fracasso à luta deste grupo heterogéneo e crescente. O “precariado” (a expressão, usada pela primeira vez na sociologia nos anos 90, é uma junção das palavras precário e proletário) teve, por exemplo, a conquista de ver-se inscrito na agenda pública. Para o demonstrar, o sociólogo analisou todos os discursos onde a palavra precariedade (e seus derivados) foi utilizada na AR entre os anos de 1976 e 2014 (quase sete mil registos). Conclusão: o “boom de discussão sobre esses temas” surge em 2008, depois do primeiro MayDay, e em 2011, depois da manifestação da "geração à rasca". Na revisão das lutas do “precariado” feita por José Soeiro são evidentes as conquistas deste grupo, sobretudo ao nível da capacidade de mobilização: nos últimos anos, Portugal viveu nas ruas movimentos contestatários que só encontram paralelo nos ocorridos no período revolucionário, foram criadas diversas associações de resistência e combate à precariedade e, entre 2011 e 2014, houve tantas greves gerais como as que tinham ocorrido em todo o período democrático anterior.

Como se explica, então, tão poucas vitórias no terreno? “Os casos de sucesso aconteceram quando as pessoas encontraram forma de dar continuidade aos movimentos. Em alguns países isso aconteceu, encontrando sujeitos políticos que responderam a isso e inventaram uma gramática política a partir da experiência destas movimentações sociais.” Em Portugal, o surgimento de novos partidos não só “não recompôs o mapa político” como significou “uma fragmentação do espaço à esquerda”, analisa na entrevista ao P3 o deputado, recentemente regressado ao parlamento para substituir João Semedo.

Para o jovem, de 30 anos, uma resposta às políticas de direita passa pela criação de “um polo alternativo aos partidos de austeridade” (PS não incluído), representativo do grupo analisado na tese com mais de 400 páginas, a ser publicada em livro nos próximos meses. “A capacidade de constituir um sujeito político que expresse as reivindicações dos precários” será decisiva nas próximos eleições legislativas", acredita. É que este grupo de pessoas já representa “quase metade da força de trabalho” — e se a estes juntarmos os desempregados sem qualquer tipo de apoio verifica-se que “os ‘desemprecários’ [desempregados e precários] são hoje a esmagadora maioria” dessa classe trabalhadora. “Os precários farão a diferença”, vaticina.

"Precariedade assistida pelo Estado"

A precarização em Portugal ganhou expressão com os contratos a termo (criados por uma lei de 1978) e com os recibos verdes (representativos a partir do final da década de 80). Nos últimos anos, concluiu José Soeiro através de dados do IEFP, “é o trabalho temporário o que mais tem crescido”: Em 2010, eram 266 as empresas de trabalho temporário legalmente registadas, sendo que 198 intervieram no mercado, empregando 279.924 trabalhadores durante esse ano e alcançando uma facturação de 960 milhões de euros. “Mesmo quando houve uma destruição de emprego, o trabalho temporário cresceu. Significa que há também uma substituição de outras formas de precariedade por trabalho temporário”, lamenta.

Uma outra modalidade destacada é aquilo a que o sociólogo chama de “precariedade assistida pelo Estado”: estágios, bolsas e contratos de emprego inserção. Em 2013, havia 74.849 pessoas com contratos de emprego inserção. O fenómeno motivou já uma queixa à Organização Internacional do Trabalho e a intervenção crítica do Provedor de Justiça. “[O provedor] calculava que houvesse 45 mil contratos a serem utilizados para cumprir funções permanentes do Estado. Esta modalidade tem vindo a ser chamada, na própria Europa, de um novo trabalho forçado. As pessoas não podem recusar, trabalham a tempo inteiro, mas não têm um contrato de trabalho, um salário e um conjunto de direitos”, refere Soeiro. Também os estágios, “concebidos inicialmente como um trampolim para um emprego, funcionam agora como um alçapão da precariedade” e são “uma forma encapotada de apoio às grandes empresas”, acusa: “Há estágios na EDP, na Efacec, na Sonae...” Em 2014, os estágios do IEFP abrangeram 39 mil jovens, mas “a maior parte não se transformou depois num posto de trabalho”.

Entre os “novos reportórios de acção” do precariado relatados na investigação — onde Soeiro ensaia 15 teses sobre as transformações no trabalho e estas mobilizações de precários —, destaca-se a força do online. De facto, tanto manifestações que mobilizaram milhares de pessoas (12 de Março e 15 de Outubro de 2011) como alguma da organização de lutas colectivas (FERVE, Saúde 24 etc.) foram iniciadas na Internet, seja através de blogues ou de redes sociais. “O precariado sente que nos locais de trabalho não pode abordar este assunto e o online foi um local de encontro. Ocupou o espaço das tabernas, onde as comunidades operárias criavam consciência de classe no século XIX.”

Estas novas formas de união reagem também à “resposta insuficiente” do sindicalismo. A maioria dos activistas entrevistados pelo sociólogo nunca tinha contactado com um sindicato e outros consideravam que não respondiam às suas necessidades. Perante o júri, no qual estava Carvalho da Silva (ex-líder da CGTP), Soeiro defendeu a necessidade destas estruturas se reinventarem “em cooperação” com as organizações que vão surgindo: “Não são dois universos em conflito. Basta ver que algumas destas associações até se transformaram em sindicatos.”

Fonte: Mariana Correia Pinto, in Público on-line (P3)

Nível de vida dos portugueses regrediu em 2013 para níveis de 1990

8 de julho de 2015

A revelação consta do estudo "Três Décadas de Portugal Europeu: Balanço e perspetivas", coordenado pelo economista Augusto Mateus e encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que vai ser apresentado esta quarta-feira e atualiza um estudo anterior ("25 anos de Portugal Europeu") com os anos de 2011 a 2013, os primeiros anos da 'troika' em Portugal.

Segundo o relatório, o "Portugal Europeu passou de uma rota de convergência, concentrada nos anos seguintes à adesão à CEE e na segunda metade da década de 90 e mais intensa em termos de consumo das famílias, para um processo de visível divergência".

No panorama europeu atual, Portugal é incluído num segundo patamar de convergência, composto por países com um nível de vida 20 a 30% abaixo do padrão europeu, incluindo a Eslovénia, República Checa, Eslováquia, Lituânia, Grécia e Estónia, destaca o estudo, indicando que, desde 1999, Portugal apenas se aproximou da média europeia em 2005 e 2009.

Entre 2010 e 2013, o PIB 'per capita' português caiu 7% face ao padrão europeu e o nível de vida das famílias regrediu mais de 20 anos, refletindo a crise económica, a aceleração do processo de globalização, o alargamento da União Europeia a Leste e a aplicação do programa de resgate.

Recorde de aumento de impostos 

Portugal foi o país europeu que registou maior aumento na fiscalidade entre 2010 e 2013, com a carga fiscal a subir mais de 11%.

O aumento das receitas do Estado ficou a dever-se sobretudo aos impostos diretos, em particular o IRS, que aumentou mais de um terço entre 2010 e 2013, tendo os impostos e contribuições sociais absorvido em 2013, mais de um terço da riqueza criada em Portugal, totalizando cerca de 60 mil milhões de euros.

Portugal é também o Estado-membro em que os juros absorvem uma maior proporção da riqueza criada e o décimo que mais gasta em prestações sociais.

Os encargos com juros aumentaram em 2013 para 5% do PIB, refletindo as dificuldades no acesso a financiamento decorrentes da crise das dívidas soberanas, mas situam-se ainda assim abaixo dos valores registados até meados da década de 90.

O peso das despesas públicas no PIB que, em - 2009, cresceu cerca de cinco pontos percentuais, mantem-se desde essa altura em torno dos 50%, com crescente relevância das despesas com proteção social, cujo impacto no orçamento subiu de 30% em 1995 para 40% em 2013.

 

A taxa de população emigrada mais alta da UE 

Com mais de cinco milhões de pessoas de origem portuguesa espalhadas pelo mundo, Portugal apresenta atualmente a taxa de população emigrada mais elevada da União Europeia (UE28) e é o sexto país em número de emigrantes.

Segundo o estudo, as sucessivas vagas de portugueses que partiram rumo às Américas (Brasil, Venezuela, EUA ou Canadá), à Europa (França, Alemanha, Luxemburgo, depois Suíça, Espanha ou Reino Unido) ou às ex-colónias (agora Angola ou Moçambique) terão acumulado mais de dois milhões de emigrantes e espalhado pelo mundo e mais de cinco milhões de pessoas de origem portuguesa neste período.

O número de novos emigrantes já ultrapassa os 50 mil, ultrapassando desde 2011 a chegada de imigrantes, cujo valor caiu de um máximo de 80 mil em 2002 para menos de 20 mil em 2013.

 

Fonte:Visão

Apresentação da Estratégia Nacional e Plano de Ação para a Empregabilidade Digital 2015-2020

25 de Junho de 2015

Realizou-se, dia 24 de junho, a Cerimónia de apresentação pública da Estratégia Nacional e do Plano de Ação para a Empregabilidade Digital 2015–2020, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde participou a ADC – Agência para o Desenvolvimento e Coesão, no espaço dedicado ao InfoPoint.

Neste evento, que contou com a presença do Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, foi apresentada a reflexão desenvolvida por 18 entidades (públicas e privadas) que integram a Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital, coordenada pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, formalmente instituída em abril de 2015.

De forma a colmatar a falta de competências digitais na Europa, que se estima atingir um défice de 900.000 profissionais em 2020, esta Coligação pretende incentivar a adoção de medidas que promovam a formação de jovens na área das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, a requalificação da força de trabalho desempregada ou a consciencialização para a oportunidade ímpar de empregabilidade nesta área.

Jovens com piores perspectivas e desempregados de longa duração em risco

9 de Julho de 2015

O relatório Perspectivas do Emprego 2015 dos países da OCDE publicado nesta quinta-feira, sugere notícias pouco animadoras para jovens e desempregados de longa duração. A OCDE alerta para consequências a longo prazo se os governos não tomarem medidas.

Quanto aos dados estatísticos verifica-se que a população entre os 15 e os 24 anos actualmente empregada permanece 1,4 pontos percentuais abaixo dos níveis do quarto semestre de 2007, antes da crise financeira global.

Com a crise, o desemprego de longa duração aumentou 77,2% em relação ao último semestre de 2007; uma em cada três pessoas está desempregada há 12 meses ou mais. Há 43 milhões de desempregados, distribuídos pelos países da organização, mais 11 milhões do que os níveis verificados no período pré-crise. No mesmo sentido, a taxa média de desemprego situa-se nos 7,1%, 1,6 pontos percentuais acima do registado antes da crise económica.

 No relatório são analisadas também as alterações nas dinâmicas laborais onde se verifica:

a)      um aumento do trabalho em regime  part-time de forma involuntária para  20,6% dos trabalhadores, contrapondo aos 18,6% antes da crise, que reflecte a escassez de oportunidades de emprego a tempo inteiro;

b)       uma perda de empregos na manufactura e construção civil durante a crise que podem nunca vir a ser recuperados e por outro lado um crescimento de emprego no sector dos serviços, comércio por grosso e a retalho, alojamento e restauração e,

c)        um fraco crescimento salarial (ou mesmo a redução salarial verificada em países como Portugal e Grécia).

Também é analisado o  papel do salário mínimo como “ferramenta para garantir um salário justo”, como forma de “subir os salários mais baixos” e “proteger os trabalhadores e famílias de caírem na pobreza”. Contudo, é recomendado que para surtir efeito esta medida deve ser combinada com “outras políticas”. Entre elas estão os benefícios fiscais para os trabalhadores que recebem esta remuneração, tal como foi sugerido a Portugal.

Fonte: Jornal Público

"Cheque-formação" dá até 87,5 euros por empregado e até 500 euros por desempregado

17 Junho 2015

Empresas e trabalhadores podem candidatar-se ao novo “cheque-formação”, mas ficam excluídas se não tiverem garantido as 35 horas de formação que estão previstas na lei. Este ano, o IEFP aposta nos “empregos digitais”.

O Governo quer avançar a título experimental com o "cheque formação", uma medida que, de acordo com a proposta já enviada aos parceiros sociais, prevê que os trabalhadores e as empresas possam candidatar-se a um apoio máximo de 87,5 euros. No caso dos desempregados, o apoio máximo previsto na proposta do Governo é de 500 euros.

A portaria, a que o Negócios teve acesso, regulamenta um novo apoio financeiro a atribuir pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) aos trabalhadores empregados que façam formação numa entidade certificada e aos desempregados que, três meses depois da inscrição no centro de emprego, não se encontrem ainda abrangidos por uma medida activa de emprego e formação profissional.

O IEFP pode orientar o tipo de formação a fazer, definindo, anualmente, as áreas a privilegiar. "Para 2015, são consideradas prioritárias as áreas formativas relacionadas com os empregos digitais, designadamente na área da programação", pode ler-se no projecto de portaria.

Apoios até 87,5 euros mas só após formação obrigatória

A candidatura aos apoios poderá ser feita tanto pelo trabalhador como pela empresa e corresponde a 90% do valor da acção de formação, mas com um limite máximo de 87,5 euros.

"O apoio a atribuir, por trabalhador, considera o limite de 25 horas e um valor hora de 3 euros ou 3,5 euros, num montante máximo de 75 euros ou 87,5 euros, sendo que o financiamento é circunscrito a 90% do valor ou custo total da acção de formação", que deve ser dada por uma entidade formadora certificada, lê-se no projecto de portaria.

No caso dos empregados, porém, ficam excluídos aqueles que não tenham ainda frequentado um número mínimo de 35 horas de formação. Ou, no caso de contratados a termo por um período igual a superior a três meses, um número mínimo de horas proporcional.

Isto porque esta obrigatoriedade de formação pelas empresas está prevista no Código do Trabalho, que determina que "o trabalhador tem direito, em cada ano, a um número mínimo de trinta e cinco horas de formação contínua", ou, no caso de contratado a prazo, de período proporcional. Com esta restrição evita-se que uma obrigação da empresa seja financiada por fundos comunitários.

Podem candidatar-se as entidades empregadoras colectivas ou singulares de direito privado, com ou sem fins lucrativos, que reúnam os habituais requisitos de regularização de formalidades e de dívidas ao estado, e que "não se encontrem a usufruir de outras medidas de financiamento público no âmbito da qualificação".

O IEFP privilegia unidades de formação de curta duração, devendo o percurso ser orientado "para a aquisição de competências relevantes para a melhoria dos desempenhos individuais e para o aumento da competitividade das empresas".

A formação deve decorrer em horário laboral, correspondendo ao período normal de trabalho.

Desempregados podem pedir até 500 euros de apoio

No caso dos desempregados, a medida destina-se aos que, estando inscritos no centro de emprego há 90 dias e não tendo tido ainda acesso a uma medida activa de emprego, detenham pelo menos os níveis 4 a 6 de qualificação. Ou seja, que no mínimo tenham o ensino secundário por dupla certificação e acrescido de estágio e no máximo uma licenciatura.

Os apoios a atribuir são mais altos, podendo chegar aos 500 euros. "Os destinatários (…) que frequentem percursos de formação, com uma duração máxima de 150 horas, têm direito a um apoio financeiro correspondente ao valor ou custo total da acção de formação até ao montante de 500 euros", lê-se na proposta de portaria.

A este valor acresce uma bolsa de formação, subsídio de refeição e despesas de transporte, caso a entidade formadora os não atribua.

Fonte: Jornal de Negócios

Portugal tem a quinta taxa de desemprego mais elevada da União Europeia

30 Junho 2015

A taxa de desemprego na Zona Euro estabilizou em 11,1%, em Maio. Na União Europeia a taxa manteve-se nos 9,6%. Portugal continua a registar a quinta taxa mais elevada entre os 28 Estados-membros. Espanha e Grécia lideram com mais de 20% da população desempregada.

A taxa de desemprego na Zona Euro manteve-se nos 11,1%, em Maio, de acordo com os dados publicados esta terça-feira, 30 de Junho, pelo Eurostat. Na União Europeia a taxa manteve-se nos 9,6%.

A liderar o desemprego deverá continuar a Grécia, com uma taxa de desemprego superior a 25%, ainda que os últimos dados disponíveis se refiram a Março. Espanha, em Maio, verificou uma descida do desemprego para 22,5%. O país com a terceira taxa mais elevada verifica-se em Chipre (16,0%), seguido pela Croácia (15,8%). Em quinto lugar surge Portugal, com 13,2% de desempregados.

No total existem na Zona Euro 17,7 milhões de desempregados e mais de 23 milhões na União Europeia.

No que respeita ao desemprego jovem, a taxa diminuiu de 22,3% para 22,1%, na Zona Euro, e recuou de 20,7% para 20,6%, no mês em análise.

Grécia e Espanha continuam a liderar a taxa de desemprego jovem, com taxas muito próximas dos 50%, ainda que já estejam abaixo desse patamar. Portugal tem a quarta taxa mais elevada entre os estados-membros, tendo terminado o mês de Maio com 33,3% de jovens no desemprego.

Por géneros, entre os homens a taxa de desemprego na Zona Euro se manteve nos 10,9%, enquanto entre as mulheres a taxa desceu de 11,3% para 11,2%. Mais uma vez, Grécia e Espanha lidera, com taxas superiores a 20% em ambos os casos. Em Portugal, a taxa de desemprego entre os homens aumentou, em Maio, de 12,5% para os 13,2%. Entre as mulheres passou de 13,2% para 13,3%.

Fonte: Jornal de Negócios

Governo quer utilizar 1.500 milhões de euros de fundos para crédito e capitalização das PME

07 Julho 2015

O ministro da Economia adiantou que o Governo está a trabalhar o concurso para poder utilizar neste segundo semestre 1.500 milhões de euros de fundos europeus como instrumento de crédito e de capital através do chamado Banco do Fomento.

"Estamos neste momento a trabalhar o concurso para poder utilizar 1.500 milhões de euros de fundos europeus como instrumento de crédito e de capital através da Instituição Financeira de Desenvolvimento [Banco de Fomento] ainda durante o segundo semestre de 2015: 750 milhões de euros de linhas de crédito, 750 milhões de euros de linhas de capitalização para as Pequenas e Médias Empresas (PME)", disse António Pires de Lima.

Pires de Lima acrescentou ainda que a Instituição Financeira de Desenvolvimento "ajudou a montar uma linha de capitalização no valor de 100 milhões de euros", que está a ser activada pelas instituições financeiras já este mês.

"É a primeira vez que a linha PME Crescimento negociada com os bancos introduz uma vertente de instrumentos de capital vocacionados para as PME e micro empresas", sublinhou.

Pires de Lima lembrou que a Instituição Financeira de Desenvolvimento terminou o seu processo de licenciamento pelo Banco de Portugal há uma semana e meia.

"Foi há uma semana que obtivemos a licença do Banco de Portugal definitiva e, portanto, estamos finalmente a contratar pessoas para a estrutura da instituição que já tem uma comissão executiva a funcionar desde Janeiro".

Fonte: Jornal de Negócios pela Lusa

Menos 19 mil inscritos em maio nos centros de emprego

19 de junho de 2015

O número de desempregados registados nos centros de emprego desceu 3,4% em maio, em relação a abril, e 12,9% face a maio de 2014, totalizando 554.070, foi hoje divulgado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com os dados mensais do desemprego divulgados pelo IEFP, o número de desempregados em maio baixou 19.312 relativamente ao mês anterior e caiu 82.340 relativamente ao mesmo mês do ano anterior.

A diminuição homóloga de desempregados que se inscreveram nos centros de emprego em maio foi de 3,1%, passando dos 49.703 de maio de 2014 para os 48.152 de maio deste ano.

A descida do desemprego homólogo em maio abrangeu tanto homens como mulheres. Segundo o IEFP, nos homens a descida foi de -14,1% e nas mulheres de -11,8%.

O número de casais em que ambos os cônjuges estavam em maio registados como desempregados foi de 10.957, o que representa uma diminuição de 8,6% em relação a maio de 2014 e de 4,8% relativamente a abril de 2015.

Quanto ao grupo etário, jovens e adultos apresentaram uma descida do desemprego, respetivamente de 13,9% e 12,8%.

Em maio foram recebidas no IEFP 16.597 ofertas de emprego, o que representa mais 6,1% em termos homólogos e menos 5,9% em relação a abril deste ano.

No mesmo período foram colocadas no mercado de trabalho 11.605 pessoas, o que representa um acréscimo de 19,6% em termos homólogos e uma quebra de 4,3% relativamente a abril.

Fonte: Lusa

 

UE deve "comprometer-se com reformas ambiciosas", diz comissária europeia do Emprego

26 de junho de 2015

Marianne Thyssen defende que Portugal tem de intensificar as reformas no mercado de trabalho, para diminuir o desemprego e fazer crescer a economia. A Comissão Europeia está disposta a ajudar.

"Não há espaço para complacência. Todos os estados-membros devem comprometer-se com reformas ambiciosas, se queremos recuperar e prosperar novamente. A Comissão Europeia está aqui para ajudar Portugal a implementar as nossas recomendações", garante a comissária responsável pela pasta do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral.

Esta foi uma das ideias transmitidas por Marianne Thyssen, que marcou presença na Assembleia da República, onde esteve reunida com as Comissões dos Assuntos Europeus e da Segurança Social e do Trabalho.

No encontro, a comissária europeia sublinhou a necessidade de fazer crescer a economia e de aumentar os números do emprego, manifestando-se preocupada com os números atuais: "23,5 milhões de desempregados na União Europeia, metade dos quais de longa duração e um quinto dos jovens em situação de desemprego". Números que, entende Marianne Thyssen, devem impulsionar uma ação concreta de cada estado-membro, mas também por parte da Comissão Europeia: "Em vez de fazermos novos documentos, comunicações e um monte de palavras, tentamos ter ação".

Os próximos tempos, diz, devem passar intensificar as reformas no mercado de trabalho. Marianne Thyssen defende trabalhadores mais flexíveis, mas também mais protegidos pela legislação: "Se pedimos reformas estruturais,pedimos mais flexibilidade no mercado laboral. No futuro, as pessoas terão de ser mais flexíveis, mas não podemos pedir-lhes apenas isso."

Marianne Thyssen considera ainda que, para aumentar as oportunidades de emprego, os trabalhadores têm de adquirir novas competências: " O que o mercado de trabalho precisa é de técnicos muito qualificados. E não temos pessoas suficientes que estejam no ensino profissional e vocacional. Nós queremos melhorar esta questão porque, no futuro, 45 a 48 por cento das pessoas necessárias no mercado de trabalho precisam deste tipo de competências".

Esta sexta-feira, a comissária europeia do Emprego e Assuntos Sociais reúne-se ainda com os parceiros sociais.

Fonte:TSF

Desemprego cai em termos homólogos, mas sobe face a abril

29 de junho de 2015

A taxa de desemprego recuou para 13,2% em maio, em termos homólogos, mas subiu 0,4 pontos percentuais face à estimativa definitiva para abril, fixando-se em 12,8%, segundo a estimativa mensal hoje divulgada pelo INE.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a estimativa provisória da população desempregada para maio é de 676,8 mil pessoas, um aumento de 2,9% face ao valor definitivo obtido para abril (mais 19,1 mil pessoas).

Já a estimativa provisória da população empregada é 4.444,0 mil pessoas, menos 0,5% do que no mês anterior (menos 22,7 mil pessoas).

Nestas estimativas foi considerada a população dos 15 aos 74 anos e os valores foram previamente ajustados de sazonalidade.

"Em maio de 2015, a estimativa provisória da taxa de desemprego foi de 13,2%, o que se traduz num aumento de 0,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior, para o qual contribuiu o acréscimo da população desempregada e o decréscimo da população empregada", lê-se no documento do INE.

Em maio, a população desempregada aumentou em todos os grupos analisados: homens (5,3%; 17,2 mil), adultos (2,1%; 11,4 mil), jovens (6,6%; 7,7 mil) e mulheres (0,6%; 1,9 mil).

Neste mês, a taxa de desemprego das mulheres (13,3%) ultrapassou a dos homens (13,2%) em 0,1 pontos percentuais, mas ambas aumentaram face a abril (0,1 pontos percentuais e 0,7 pontos percentuais, respetivamente).

A taxa de desemprego dos jovens situou-se em 33,3%, tendo aumentado 1,6 pontos percentuais face ao mês anterior, assim como a taxa de desemprego dos adultos se situou em 11,6% e aumentou 0,2 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

Em maio de 2015, a estimativa provisória da taxa de desemprego não ajustada de sazonalidade foi de 13%, tendo aumentado 0,2 pontos percentuais face ao mês anterior e diminuído 1,1 pontos percentuais relativamente a maio de 2014.

Já a queda da população empregada observou-se: nos homens (1,2%; 27,7 mil), adultos (25 a 74 anos) (0,5%; 20,1 mil) e jovens (15 a 24 anos) (1,0%; 2,5 mil). Para as mulheres verificou-se um aumento de 5,0 mil pessoas empregadas (0,2%) face ao mês anterior.

A taxa de emprego situou-se em 56,8%, caindo 0,2 pontos percentuais face ao nível do mês anterior.

 

Fonte: Lusa

Economia social recorre às políticas de emprego para suprimir falta de trabalhadores

18 de Junho de 2015

As organizações da economia social (OES) recorrem às políticas ativas de emprego (PAE) como forma de dar resposta à falta de recursos humanos, havendo quase 10% dos colaboradores a serem recrutados desta forma, revela um estudo nacional.

O estudo, “Empregabilidade na Economia Social – O papel das políticas ativas de emprego”, é da responsabilidade da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal, que realizou inquéritos a 315 entidades, tendo também efetuado 19 entrevistas a “interlocutores privilegiados”, entre investigadores ou entidades estratégicas.

 

Para a realização do estudo, e para a caracterização das OES enquanto agentes empregadores e o uso que fazem das medidas ativas de emprego, foram analisadas sobretudo “as mais utilizadas” por aquelas organizações: Estágios Emprego, CEI, CEI+ (Contratos Emprego-Inserção) e Estímulo 2013/Emprego.

Segundo a EAPN Portugal, o recurso a medidas ativas de emprego tem sido “uma das estratégias para a manutenção e possível alargamento dos quadros de colaboradores”, revelando que as 315 OES inquiridas empregam 16.873 pessoas, 1.505 das quais (9%) através de PAE. Metade das organizações inquiridas afirmou que recorre às políticas ativas de emprego como forma de dar resposta “a carências em matéria de recursos humanos para a concretização das atividades regulares da organização”. Já 32% disse recorrer a estas políticas com vista à contratação para novas atividades, enquanto 22% afirmou que usa estas medidas para colmatar necessidades pontuais.

“Entre as organizações inquiridas, são as de menor dimensão aquelas que mais recorrem às PAE, indiciando que tais formas de contratualização permitem soluções que de outro modo não estariam ao seu alcance”, adianta o estudo.

Este estudo permitiu também apurar que, desde janeiro de 2012, as 315 organizações da economia social inquiridas integraram 2.833 colaboradores através de PAE, sendo que destes, 845 (30%) viu prolongado o seu vínculo de trabalho com as respetivas organizações. “Apenas em 14% a solução significou o prolongamento da colaboração através de outra medida de PAE, em 25% dos casos o vínculo transformou-se em efetivo, 57% celebraram um contrato a prazo e 4% acordaram num contrato de avença”, revela o estudo.

Na sequência destes dados, a EAPN aponta quatro estratégias, nomeadamente que as organizações “continuem vocacionadas para favorecer a empregabilidade das categorias sociais mais fragilizadas perante o mercado de trabalho, proporcionando-lhes as oportunidades que as empresas privadas lucrativas já não disponibilizam, tendo em conta a crescente disponibilidade de mão-de-obra mais bem qualificada e a baixos custos”. Por outro lado, sugere que as organizações facultem aos colaboradores oportunidades de formação, facilitem o acesso a cursos de educação e formação de adultos ou disponibilizem conhecimentos ou instrumentos para a posterior criação de autoemprego ou acesso ao microcrédito.

Propõe também a “adoção de boas práticas de gestão de recursos humanos consentâneos com os valores coletivos de cooperação, compromisso e de utilidade social. Por fim, aconselha uma maior articulação entre as várias OES e o aproveitamento das sinergias decorrentes das parcerias estabelecidas.

Estes e outros dados vão ser apresentados na quinta-feira, dia 18, num seminário no Centro de Formação Profissional do Porto.


Fonte: Observador

Economia portuguesa vai crescer, mas desemprego mantem-se

17 de Março de 2015

Os dados surgem por parte de 22 economistas inquiridos pela agência Bloomberg. O crescimento previsto poderá ser o mais forte desde 2010.

As estimativas dos economistas inquiridos pela Bloomberg dão conta de que o PIB português irá crescer 1,5% este ano e 1,8% em 2016. Mas para o desemprego os dados não são tão simpáticos dá conta o Diário Económico.

A média das estimativas dos 22 economistas aponta uma melhoria de duas décimas face às estimativas do inquérito anterior. Em 2017, a taxa de crescimento do PIB deverá ficar em 1,6%.

A confirmarem-se estas previsões, este será o crescimento mais forte da economia portuguesa desde 2010.

Contudo, o que diz respeito ao desemprego, os dados não são tão animadores. Indicam os economistas que deverá descer para 13,4% este ano e para 13,1% em 2016. Só em 2017 é que a taxa de desemprego ficará abaixo dos 13%.

Fonte:  Notícias Ao Minuto

Direito ao trabalho foi o mais afetado pela crise em Portugal

17 de Março de 2015

A crise teve um impacto acentuado nos direitos fundamentais em Portugal, tendo o direito ao trabalho sido provavelmente o mais afetado, conclui um estudo encomendado pela comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu.
A pedido da comissão parlamentar foram levados a cabo estudos sobre o impacto da crise nos direitos fundamentais em sete países da União Europeia - Portugal, Espanha, Grécia, Chipre, Irlanda, Itália e Bélgica -, que resultarão num relatório final, tendo o estudo conduzido em Portugal concluído que as políticas de austeridades associadas ao memorando de entendimento com a 'troika' afetaram um grande número de direitos fundamentais no país.
Segundo o relatório, "a crise económica teve um impacto muito significativo entre as crianças", tendo os seus direitos, especialmente o direito à educação, sido "seriamente afetado pelas medidas de austeridade", tendo o direito aos cuidados de saúde sido igualmente muito afetado, mas, aponta o estudo, "o direito ao trabalho foi provavelmente o direito fundamental mais afetado no contexto da crise económica".
De acordo com o documento, o direito ao trabalho foi afetado tanto pela crise em si -- que levou a uma subida significativa do desemprego, que "mais que duplicou desde 2008" --, como pelas medidas de austeridade, que incluíram cortes nos salários, nos subsídios de desemprego, e um aumento das horas de trabalho sem pagamento adicional.
O estudo defende, nas recomendações gerais, que "a prioridade dada à redução do défice seja equilibrada com a necessidade de manter níveis mínimos de serviços sociais, com os setores da saúde e educação a merecerem atenção especial", apontando que a implementação de medidas de austeridade deve ter muito mais em conta os direitos fundamentais.
Nessa perspetiva, o documento defende que as recomendações específicas sobre direito a pensões, ao trabalho, à segurança social, e ao acordo coletivo de trabalho, feitas por instituições e organizações nacionais e internacionais, sejam tidas em conta pelas autoridades, e avaliadas por instituições independentes, tais como o gabinete do Provedor de Justiça Europeu, até porque "este não é meramente um problema nacional, mas também europeu".

 

Fonte: Jornal de Notícias

Taxa de emprego portuguesa com a maior queda na UE

17 de Março de 2015

Números do Eurostat dizem respeito ao quarto trimestre do ano passado.
Portugal registou a maior queda da taxa de emprego entre os Estados-membros da União Europeia no quarto trimestre do ano passado, ao recuar 1,4% face ao trimestre anterior.
O valor negativo, entre Outubro e Dezembro do ano passado, acontece depois dos avanços no emprego registados tanto no segundo como no terceiro trimestre de 2014, de 0,9% e 1,4%, respectivamente, segundo o Eurostat.
Já fazendo a comparação homóloga - o quarto trimestre de 2014 com o mesmo trimestre de 2013 - a taxa de emprego aumentou 0,7% em Portugal. No terceiro trimestre, esta taxa tinha sido de 1,9%.
Quanto a dados agregados, de acordo com os valores divulgados pelo gabinete oficial de estatísticas europeu, o número de pessoas empregadas aumentou uns ligeiros 0,1% na Zona Euro, entre Outubro e Dezembro, face ao trimestre anterior, enquanto no total dos 28 países da UE o avanço foi de 0,2%.
Além de Portugal, também Chipre (-0,6%), Polónia (-0,3%), Itália (-0,2%) e Malta (-0,1%) registaram quedas no número de pessoas empregadas no quarto trimestre de 2014, face ao período anterior, enquanto Espanha e Letónia (ambos com 0,7%), assim como Irlanda e Eslovénia (0,6%) tiveram as mais altas taxas de crescimento do emprego.

Em termos homólogos, o emprego aumentou 0,9% na Zona Euro no quarto trimestre de 2014 e 1% na UE.
A taxa de crescimento do emprego dá conta da percentagem de variação de pessoas empregadas.
Segundo as estimativas do Eurostat, 226,7 milhões de pessoas tinham emprego na UE no quarto trimestre de 2014, sendo que desses 148,6 milhões são na Zona Euro.

Fonte:  RR

Passos quer políticas de emprego à medida das profissões com dificuldade de retoma

16 de Março de 2015

Passos Coelho admite que mesmo que todas as políticas dêem certo, "há pessoas que continuarão a não ter oportunidades de emprego".
O primeiro-ministro defendeu este sábado o desenho de políticas ativas de emprego à medida daqueles que trabalharam em áreas que não serão retomadas com a mesma importância do passado como é o caso da construção civil e obras públicas.
Durante o discurso do 15.º aniversário da Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde (ADICE), em Valongo, distrito do Porto, Pedro Passos Coelho admitiu que “o desemprego estrutural do país continua a ser muito elevado”, estando acima dos 10%, sendo necessário “um programa muito decidido e muito determinado” para o combater.

“É importante estar consciente de uma dificuldade. Há grupos de cidadãos portugueses que mesmo que tudo isto aconteça, mesmo que nós sejamos bem-sucedidos nesta nossa vontade de mudar estruturalmente o perfil da economia portuguesa (…) há pessoas que continuarão a não ter oportunidades de emprego”, alertou.

Segundo Passos Coelho, trata-se de um “grupo de pessoas que dedicaram um tempo grande da sua vida a áreas que não retomarão como tiveram importância no passado, sobretudo a área da construção civil e das obras públicas”.

“Essas pessoas precisam de sair dessa situação, não podem ficar à espera que todos estes nossos planos resultem bem. Temos de desenhar políticas ativas de emprego muito à medida deste problema específico que temos”, defendeu.

O primeiro-ministro considera que é preciso que estes desempregados possam “aceder a soluções de microcrédito, de apoio ao autoemprego, explorando nichos de oportunidades de mercado”.

“Conseguiremos atacar este problema se conseguirmos que as nossas instituições sejam suficientemente abertas para poder prestar apoio muito diferenciado a estes grupos a estes grupos específicos de cidadãos nossos”, acrescentou.

Na opinião do governante, esta situação é “resultado da transformação estrutural da própria economia”, sendo que “muitas vezes essas pessoas têm muito baixas qualificações e que mesmo que lhes seja disponibilizada formação, oportunidade para se reorientarem para outras áreas, irão estar sempre em competição com outras pessoas, 20 anos mais novas, com as mesmas competências ou outras ainda maiores, disponíveis para por menos dinheiro realizar o mesmo trabalho”.
Passos Coelho diz ser “muito importante que esta resposta possa ser colocada em marcha o mais rapidamente possível”, sendo para isso utilizados fundos europeus e uma estratégia concertada com instituições da sociedade civil.
Para reduzir o desemprego estrutural o primeiro-ministro explica que é necessário “crescer para além daquilo que hoje a capacidade instalada nos faz poder sonhar”, o que exige que se aproveitem bem os fundos europeus dos próximos anos e que todo o sistema educativo responda com mais proficiência ainda do que no passado.

“E com isto, se formos bem sucedidos, conseguiremos uma economia social de mercado mais competitiva, mais aberta, mais global. Se fizermos isto, conseguiremos reduzir uma parte do desemprego estrutural”, explicou.

Fonte: Observador

OCDE confirma desaceleração na recuperação da atividade económica em Portugal

9 de Março de 2015

OCDE confirma desaceleração na recuperação da atividade económica em Portugal
Indicador mensal de janeiro recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) continua a apontar para uma desaceleração da melhoria da atividade económica em Portugal, segundo os indicadores compósitos avançados hoje divulgados.
O indicador mensal para Portugal voltou a recuar duas centésimas em janeiro, face a dezembro, para 101,27 pontos, acima do nível 100 que marca a média de longo prazo e acima da média dos países da zona euro, que progrediu 11 centésimas para 100,7 pontos.
Os indicadores compósitos apontam para a tendência de evolução futura da atividade económica num período de quatro a oito meses, antecipando inflexões no ciclo económico.
Este indicador recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último, tendo-se fixado precisamente no valor em que se encontrava neste mês (101,27 pontos).

Na zona euro, os indicadores compósitos da OCDE apontam para uma "alteração positiva no sentido de um crescimento" e para a "manutenção da tendência de crescimento" nas restantes grandes economias e na área da OCDE como um todo.
Na Alemanha, os dados disponíveis confirmam os sinais positivos registados na avaliação do mês passado, tendo as perspetivas para Itália e França também melhorado, com os indicadores compósitos a evidenciarem agora "alguns sinais no sentido de uma alteração positiva da tendência de crescimento".
Nas restantes grandes economias, a OCDE antecipa a manutenção do crescimento estável que tem vindo a registar-se, nomeadamente nos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, China e Brasil.
Quanto à Índia, os indicadores compósitos continuam a apontar para um "crescimento firme", enquanto na Rússia revelam um abrandamento do ritmo de crescimento.


Fonte: Dinheiro Vivo

Portugal não se pode resignar

9 de Março de 2015

O índice da Bloomberg foi devastador. Portugal está no top 10 de países que vai enfrentar um 2015 em condições penosas. Na miséria mesmo. Onde trabalhar e viver será mais difícil.
Este é o ponto essencial. Este é o grande desafio que todos, todos sem excepção devem perceber e começar a arrepiar caminho.
Que retrocesso é este que estamos a assistir? Em que país se está Portugal a transformar?
É urgente dar resposta a esta situação difícil. Estamos melhor que Grécia e Espanha, melhores que Rússia e Ucrânia, mas não estamos numa posição confortável.
Este deveria ser o debate essencial nas próximas eleições legislativas cuja campanha já arrancou.

Há uma minoria silenciosa em Portugal: a minoria do flagelo da pobreza que todos os dias enfrenta privações. São situações de desespero nas quais as perspectivas de melhoria são remotas.
São jovens sem emprego, pessoas no meio de um caminho de vida feridos no seu orgulho e na sua dignidade.
Nunca foi tão urgente lutar contra este estado de desespero e desesperança. Para que queremos indicadores, números e variáveis económicas quando estamos assim? Espécie de ponto sem retorno, sem esperança, nem força para nos levantarmos do chão. O futuro da humanidade não pode ser a pobreza a morar ao lado da modernidade e a tecnologia, mas sem nunca lá entrar. Não podemos viver ao sabor dos humores dos mercados, quando temos um povo sob pressão. Perdido entre dívidas, credores, penhoras e desemprego.
É aqui que todos se devem concentrar. Decisores políticos, do Governo à Oposição, do Presidente aos membros das Autarquias Locais e obviamente a sociedade civil que se quer participativa.

Hoje a situação só não ganha contornos mais dramáticos, porque existe uma coordenação entre diferentes instituições como Câmaras, IPSS das quais se destacam as Misericórdias que procuram acudir às situações de emergência social que surgem. De fome, de abandono, de maus tratos, de envelhecimento sem cuidados, de doenças e vícios, de um buraco negro que não permite uma vida com um mínimo de dignidade humana.
Temos tantos heróis anónimos por este país fora. Com funções e acções que são uma verdadeira bênção para muitos.
A economia só pode existir ao serviço do ser humano.

É preciso reconstruir um País que está acabrunhado e anémico. É preciso acabar com a pobreza e a miséria mais ou menos escondida. Não nos podemos perder na espuma dos casos e soundbytes.

Este regime está de rastos.
É bom não perder o foco. O centro da política são as pessoas, tudo o resto é secundário.
Não nos podemos resignar.


Fonte: Diogo Agostinho, in Expresso

Governo reconhece: papel das IPSS amorteceu o impacto da crise

6 de Março de 2015

Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social prevê que a economia social e o sector social e solidário continuem a crescer, devendo ser, este ano, os grandes impulsionadores do emprego.
O Governo reconhece que o papel das instituições de solidariedade foi fundamental na redução da dimensão da crise social provocada pela crise económica e financeira.

“Todos nós, portugueses, fomos chamados a dar um contributo para resolver os problemas, mas não vivemos no nosso país uma crise social com a dimensão, por exemplo, que outros países que tiveram. E isso só foi possível, em boa parte, devido à actuação no terreno dessas milhares de instituições do sector social, que serviram de amortecedor à crise”, admite o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Agostinho Branquinho, em declarações à Renascença.

Em 2013, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a economia social e o sector social e solidário eram compostos por cerca de 55 mil instituições, com mais de 250 mil trabalhadores.
Na nova actualização de dados – a nova conta satélite para a economia social, que deve estar concluída em 2016 – o secretário de Estado prevê que o sector continue a crescer e a criar emprego.

“Aquilo que nós sabemos e é facilmente observável por todos é que o sector da economia social está em crescendo. Em todo o mundo e também em Portugal. Não sendo um sector privado – portanto, não visando o lucro – nem sendo um sector público, mas prestando serviços de interesse público, acaba por colmatar de uma forma mais eficiente e eficaz aquilo que o Estado não consegue fazer”, argumenta.

Agostinho Branquinho diz mesmo que, de acordo com os dados disponíveis, o sector da economia social deve ser o mais dinâmico na criação de emprego.


Fonte:  RR

Agências privadas vão gerir dez mil desempregados em Lisboa e no Porto

27 de Janeiro de 2015

A colaboração entre os centros de emprego e as agências privadas de emprego deverá abranger dez mil desempregados das zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Fonte oficial do Ministério do Emprego e da Segurança Social adiantou ao PÚBLICO que este é o objectivo e que “estão a ser ultimados os detalhes técnicos para a concretização dos projectos-piloto” nas duas regiões, que têm o maior número de desempregados em todo o país. A tutela não adiantou, contudo, quando se iniciará essa colaboração.

A intenção já tinha sido anunciada em 2012 e, no ano passado, o Governo tinha apontado para que os projectos-piloto começassem no primeiro semestre.

Em causa estão desempregados que acumulem um conjunto de características: têm de ser adultos (mais de 23 anos), estar inscritos nos centros de emprego há mais de 12 meses – no caso dos desempregados com mais de 45 anos basta estarem inscritos há mais de seis meses –, e ser subsidiados ou beneficiários do rendimento social de inserção. Se, após um período mínimo de um ano, o centro de emprego não conseguir dar uma resposta a estes desempregados, o serviço público poderá contratualizar com uma agência privada de colocação as respostas para estas pessoas.

“Não se trata de qualquer financiamento a empresas privadas, mas a prestação de um serviço que concorrerá para o cumprimento dos objectivos do serviço público”, nota o ministério. “O recurso a esta solução experimental visa, para além do nuclear objectivo directo de integração profissional das pessoas envolvidas, para as quais no final de um período mínimo de um ano o serviço público não tinha encontrado uma resposta, avaliar metodologias, processos e recursos diferentes dos promovidos, no sentido de poder melhorar as prestações futuras neste domínio”, acrescenta.

De acordo com os esclarecimentos prestados pelo ministério que tutela o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a prestação de serviços por parte das agências privadas  vai traduzir-se num acompanhamento dado aos desempregados durante, no máximo, 24 meses (contados a partir da data do encaminhamento dos destinatário), incluindo aqui o período pós-inserção, com a duração máxima de 12 meses, independentemente de se tratar de contratos distintos.

Este acompanhamento terá duas fases. A fase de “integração  profissional”, quando se dá a celebração de um contrato de trabalho (seja a tempo completo, sem termo, ou a termo certo de, pelo menos, três meses). E a fase de “acompanhamento pós-inserção”, que corresponde à duração do contrato de trabalho, ou, nas situações em que este seja celebrado por 12 ou mais meses ou sem termo, aos 12 meses iniciais desse contrato.

Quanto aos valores pagos às agências pela prestação desse serviço, estarão associados “às contribuições para o sistema de Segurança Social resultantes da integração profissional, valorizando os vínculos permanentes, a duração destes nas situações de contratação a termo e o valor das remunerações, bem como aos valores de desoneração da protecção no desemprego e social, por força da respectiva integração”.

O modelo é inspirado nas experiências britânica e francesa “das quais se identificaram algumas linhas de actuação e parâmetros que poderão ser transpostos para a realidade nacional”.

Os esclarecimentos foram prestados no dia em que foi publicado em Diário da República o decreto-lei que estabelece as regras da política de emprego em Portugal e que, entre outras matérias, prevê que os serviços de emprego possam ser desenvolvidos pelos centros IEFP espalhados pelo país e também por serviços privados. Em causa estão as entidades registadas como “agência privada de colocação” ou as empresas de trabalho temporário que desempenhem também estas funções.

A  Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego (APESPE)  conhece a intenção do Governo, mas continua sem ter acesso a uma proposta concreta. “Ainda não vimos um draft do caderno de encargos ou da estrutura financeira do que poderá ser esta colaboração”, disse ao PÚBLICO o presidente, Afonso Carvalho, que está a preparar um documento para enviar ao executivo e ao IEFP com as áreas em que entende haver vantagem na colaboração entre público e privado.

A última vez que tiveram notícia do projecto foi em Novembro do ano passado, quando lhes foi dito que a medida estaria para ser anunciada em breve. “O quê, como e quando, ninguém faz ideia”, realça.

Para já, a associação está preocupada com o facto de as exigências para a criação de uma agência privada de colocação serem “mais leves” do que para a criação de uma empresa de trabalho temporário, que está obrigada a pedir um alvará ao IEFP e a prestar garantias bancárias. “Quem serão as agências privadas que vão contratualizar com o Estado?”, questiona.


Fonte: Raquel Martins in Jornal Público

OIT avisa que o desemprego não vai parar de aumentar

20 de Janeiro de 2015

Em 2019, mais de 212 milhões de pessoas estarão sem qualquer trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou, nesta terça-feira, as suas previsões mais recentes e avisa que o desemprego não vai parar de aumentar.
“A crise financeira destruiu 61 milhões de postos de trabalho desde 2008 e as nossas estimativas mostram que o desemprego vai continuar a crescer até ao final da década. Isto significa que a crise no emprego está longe de terminar e não há tempo para complacências”, afirmou Guy Ryder, director-geral da OIT.

No relatório World Employment and Social Outlook, divulgado na véspera do arranque do Fórum de Davos, a organização sedeada em Genebra diz que actualmente há 201 milhões de pessoas no desemprego. A situação melhorou nos Estados Unidos e no Japão, mas permanece difícil noutras economias avançadas, sobretudo na Europa. Em Portugal, a taxa de desemprego (ajustada de sazonalidade) situou-se nos 13,9% em Novembro, segundo o INE. São 713,7 mil pessoas sem trabalho, mais 2,5% em comparação com Outubro.

As previsões da OIT para Portugal apontam para uma descida do emprego em 2019, para 10,11%.

“Pior para as mulheres”
Os mais jovens, entre os 15 e os 24 anos, são os mais afectados e a taxa de desemprego nesta população é de quase 13%, na média mundial, esperando-se “um aumento nos próximos anos”. Mais de 34% dos desempregados são da classe média, fenómeno que tem crescido nos países emergentes e mais pobres.
“A boa notícia é que o número de trabalhadores em situação precária caiu em todo o mundo. Contudo, não é aceitável que quase metade da população activa ainda não tenha acesso a condições básicas e a um emprego decente. E o problema é ainda pior para as mulheres”, sublinhou Guy Ryder.

As acentuadas “e crescentes” desigualdades e o clima de incerteza têm impedido a recuperação económica. Com salários mais baixos, há menos consumo e, em consequência, menos investimento. “Isto tem, obviamente, impacto negativo no crescimento. A desigualdade salarial em algumas economias avançadas atinge agora níveis que observamos em economias emergentes. Ao mesmo tempo, nestes países observamos progressos na redução das desigualdades”, continuou o director-geral da OIT.

Nesta segunda-feira, a Oxfam também alertou para este problema, prevendo que em 2016 metade da riqueza mundial estará nas mãos de apenas 1% da população. O fosso entre pobres e ricos está a acentuar-se.
 
Fonte:  Ana Rute Silva, in Público on-line

Baixas qualificações justificam taxas de desemprego crescentes, diz OCDE

20 de Janeiro de 2015

Portugal é um dos países da OCDE com maior percentagem de jovens adultos com habilitações abaixo do ensino secundário, que por sua vez estão associadas a taxas crescentes de desemprego, alerta a organização internacional num relatório divulgado esta segunda-feira.
Numa atualização, divulgada esta segunda-feira, ao relatório "Education at a Glance 2014", publicado em setembro passado, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) associa taxas de baixas qualificações com as taxas de desemprego, ainda que admita que em alguns países, como é o caso de Portugal, há um nível de desemprego entre jovens adultos licenciados ou com outros graus académicos de nível superior.
"Desde 2000 que se assiste a uma contração do mercado de trabalho em todos os países da OCDE. Os níveis de emprego têm baixado entre todos os níveis de habilitações, caindo, em média, dois pontos percentuais entre 2000 e 2013. [...] Ainda assim, em todos os países da OCDE, as pessoas com níveis mais elevados de habilitações são as que mais facilmente encontram emprego e, na maioria dos países, são também as que correm menores riscos de ficar desempregadas", lê-se no relatório.
Os dados apresentados relativos a Portugal indicam que menos de 30% dos jovens adultos portugueses (entre os 25 e 34 anos de idade) tinham habilitações ao nível do ensino superior em 2013, enquanto a média da OCDE indicava um quadro de 17% de jovens adultos com qualificações abaixo do ensino superior.
O relatório refere que Portugal, a par da Itália, México e Turquia, tem das maiores percentagens de jovens adultos com baixas qualificações, precisando que em Portugal e Espanha a percentagem de população entre os 25 e 34 anos com qualificações inferiores ao ensino secundário é superior a 30%.
A taxa de desemprego associada a níveis de habilitações inferiores ao ensino secundário era em 2013 de quase 40% para as mulheres e de quase 30% para os homens.
"Apesar de ainda haver perspetivas de emprego para trabalhadores com baixas qualificações no mercado de trabalho dos países da OCDE, o desemprego entre pessoas menos qualificadas aumentou em alguns países todos os anos, entre 2000 e 2013. Por exemplo, na Grécia, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, México, Holanda e Portugal, o crescimento médio anual da taxa de desemprego entre a população adulta com mais baixas qualificações é superior a 7%.
À exceção do México e da Islândia, todos os outros países têm taxas de desemprego para adultos pouco qualificados de pelo menos 8%, e bastante acima das taxas de desemprego média do país", escreve a OCDE.
No que diz respeito à população jovem com habilitações ao nível do ensino superior, a taxa de desemprego fixava-se em 2013 nos 18,4%, afetando mais as mulheres (com uma taxa superior a 20%), do que os homens (quase 15%).
Quanto aos chamados 'nem-nem', ou seja, jovens que não se encontram integrados nem no mercado de trabalho nem no sistema de ensino, Portugal registava em 2013, entre os jovens com idades compreendidas entre os 20 e os 24 anos, uma percentagem superior a 20% de população completamente inativa.
 
Fonte: Jornal de Notícias

Portugal quer ser pioneiro na luta contra desemprego de longa duração na UE

20 de Janeiro de 2015

Mota Soares reconhece "que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses"
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Mota Soares, disse hoje em Bruxelas que Portugal quer ser pioneiro a lançar o combate, ao nível da União Europeia, ao desemprego de longa duração, a exemplo do juvenil.
"Da mesma forma que Portugal foi pioneiro na discussão e na aplicação da Garantia Jovem, entendemos que é muito importante agora sermos pioneiros a falar do caso do desemprego de longa duração porque é também certamente um problema forte a nível europeu", disse à agência Lusa Pedro Mota Soares.
O desemprego de longa duração, salientou o ministro, "é um problema económico, mas é acima de tudo um problema social", adiantando a necessidade de encontrar medidas para combatê-lo.
Portugal vai lançar dois programas específicos dirigidos a desempregados de longa duração com mais de 30 anos "porque reconhecemos que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses".
Mota Soares adiantou que uma das medidas - Vida Ativa -- serve para "dar formação em meio de trabalho, em local de trabalho, a desempregados de longa duração".
Ao mesmo tempo, salientou, o Governo vai lançar o programa Reativar, que prevê a criação de estágios "para dar uma segunda oportunidade".
Com a medida Vida Ativa, de formação de desempregados de longa duração em contexto de local de trabalho, o Governo vai gastar 30 milhões de euros e pretende atingir 20 mil trabalhadores até abril, bem como a medida Reativar, que visa criar oportunidades para desempregados com mais de 31 anos.
Com esta medida, que conta com uma majoração no caso de os beneficiários serem desempregados com mais de 45 anos, o Governo quer atingir 12 mil portugueses ao longo de todo o ano, estimando investir neste programa 43 milhões de euros.
Mota Soares falava à Lusa à margem de uma conferência sobre desemprego juvenil.
A medida ativa de emprego -- REATIVAR -- tem como objetivo promover a reintegração profissional de pessoas desempregadas de longa duração e de muita longa duração, com mais de 30 anos de idade, através da realização de estágios profissionais.
Estes estágios profissionais destinam-se a desempregados inscritos há pelo menos 12 meses nos centros de emprego e que nunca tenham sido abrangidos por uma medida ativa de emprego deste género.
Os estagiários receberão uma bolsa que pode variar entre o valor de 1 Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que corresponde a 419,22 euros, e o equivalente a 1,65 IAS, dependendo do seu nível de qualificação.
A bolsa de estágio será comparticipada entre 65% a 95% pelo IEFP, consoante a situação da entidade empregadora e do desempregado.
 
Fonte: Diário de Notícias
 

Desemprego deve estabilizar em níveis ainda elevados

6 de Janeiro de 2015

Face a 2014, este ano será melhor. Mas a descida do desemprego deve perder fulgor.

Em 2015, o mercado de trabalho estará melhor, quando comparado com o ano passado. É esta a previsão do Executivo e também de vários economistas e instituições internacionais. Contudo, tal não significa que o desemprego vai continuar a baixar ao mesmo ritmo verificado até agora. O que se espera é antes uma estabilização nos níveis de desemprego, ainda elevados, registados no final do ano passado.

Quando arrancou 2014, a taxa de desemprego estava em 15,1% da população activa, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em Outubro, o último mês para o qual a informação está disponível, a taxa já tinha recuado para os 13,4%. A importante melhoria fez-se sentir nos bolsos das famílias, que voltaram a aumentar os níveis de consumo.
Contudo, este não deverá ser o ritmo de redução do desemprego a esperar para este ano. É o próprio Governo que antecipa uma taxa anual em torno dos 13,4% - ou seja, os mesmo valores que foram obtidos no final do ano passado.

Os economistas contactados pelo Diário Económico apontam para o mesmo cenário. "Há um sinal de que há uma perda de fulgor" na melhoria do mercado de trabalho, explicou Paula Carvalho, economista do departamento de ‘research' do BPI, quando o INE revelou a taxa mensal de Outubro. Este comportamento do mercado de trabalho coincide com a falta de vigor da recuperação económica. "Ficaremos por volta destes níveis enquanto a economia não ganhar mais dinamismo", antecipou.

João Cerejeira, professor na Universidade do Minho, corroborou a análise, quando contactado também a propósito da subida mensal do desemprego em Outubro, conforme estimado pelo INE. O economista adiantou que o ritmo de melhoria que se tem verificado no emprego "não é sustentável a longo prazo", já que a economia tem crescido pouco. E explicou: "O aumento na quantidade de trabalho é maior do que a produtividade e isso não é sustentável".

Para o próximo ano, João Cerejeira "não esperaria uma queda tão acentuada do desemprego como a observada" ao longo de 2014. "Mas se a economia crescer como previsto, apontaria para a manutenção ou para uma ligeira descida da taxa de desemprego", remata. O Executivo espera que o PIB aumente 1,5% este ano. Historicamente, o mercado de trabalho português só demonstra capacidade significativa de criação de postos de trabalho quando a economia cresce a um ritmo de, pelo menos, 2% ao ano. Mas esta relação poderá ter-se alterado na sequência da crise económica e da introdução de algumas reformas estruturais no mercado de trabalho.

Fonte: Margarida Peixoto, in Económico on-line

Só no ano passado emigraram 110 mil portugueses

14 de Novembro de 2014

Saídas tendem a agravar-se em 2014, e a crise acentuou o carácter europeu da emigração portuguesa. Saem mais homens do que mulheres do país e continuam a ser maioritariamente pouco escolarizados.
No ano passado, emigraram cerca de 110 mil portugueses. O número, retirado do relatório estatístico do Observatório da Emigração, confirma as previsões mais pessimistas dos especialistas que têm analisado a sangria demográfica do país. No ano anterior, em 2012, já tinham emigrado 95 mil. “O mais provável é que em 2014 este número volte a aumentar ligeiramente”, admite o investigador José Carlos Marques, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Porque o relatório mede as saídas dos portugueses com os dados sobre as entradas nos países estrangeiros de destino, José Carlos Marques admite que a realidade seja ainda mais dura: “Nem todos os portugueses que saem vão inscrever-se nos consulados dos países de destino.” Na caracterização dos portugueses que procuram trabalho lá fora, constata-se que 61% têm apenas a escolaridade básica, o que contraria a tese da “fuga de cérebros”.
Na medição do impacto da crise sobre os fluxos migratórios, o estudo constata que a emigração diminuiu no arranque da crise, mas voltou a crescer a partir de 2011. Entre 2007 e 2012, saíram do país, em média, 82,5 mil portugueses por ano, “mas em crescimento, oscilando entre 70 mil e 95 mil ao longo do período”, conforme se lê no relatório coordenado pelo investigador do ISCTE Rui Pena Pires, e encomendado pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades. Em meados deste ano, José Cesário já alertava para o crescimento do número de “situações graves de isolamento e pobreza” entre os que emigram de Portugal.
Este relatório não faz esse tipo de avaliação. Mas mostra que a crise acentuou o carácter europeu da emigração portuguesa. Entre 1960 e 2010, “a percentagem de emigrantes portugueses a viver na Europa passou de 16% para 67%”, ou seja, “multiplicou-se por nove, passando de 165 mil para mais de milhão e meio”.
Mais recentemente, entre 2008 e 2012, a Europa foi o destino escolhido por 80% a 85% dos emigrantes portugueses. Para Angola e Moçambique terão ido cerca de 10% a 12% e apenas 1% para o Brasil. “Apesar da crise, ainda existem na Europa bolsas de emprego em alguns sectores específicos nos quais os portugueses têm alguma facilidade em se inserir”, explica José Carlos Marques, para apontar ainda o “factor proximidade” na escolha do destino. “É mais fácil ir e experimentar procurar emprego na Europa do que ir à aventura para Angola ou Brasil. E os custos envolvidos também são de natureza diferente.”
No mapa-mundo da emigração portuguesa, Reino Unido, Suíça e Espanha perfazem o conjunto dos principais novos destinos. O conjunto da população portuguesa emigrada nestes três países aumentou em cerca de 600% (contra um aumento de 68% para a generalidade dos países europeus). Mas com diferenças entre os países. O Reino Unido, que é hoje o principal destino da emigração portuguesa, registou em 2013 um aumento de 50% no número de novas chegadas, atraindo sobretudo os portugueses mais qualificados.
Já em Espanha a emigração portuguesa não diminuiu: entrou em colapso. Após a crise financeira, a entrada de portugueses decresceu cerca de 80%. Em 2007, entraram 27.178 portugueses naquele país e, em 2013, apenas 5302. O decréscimo da emigração para Espanha resultou sobretudo da crise na construção. “O colapso de emigração portuguesa para Espanha foi, portanto, o colapso da emigração portuguesa mais desqualificada e precária, eventualmente com processos de reemigração.”
Já o Brasil, Canadá e Estados Unidos, assim como a Venezuela, somam muitos emigrantes portugueses sim, mas envelhecidos e em declínio, pois as novas chegadas àqueles destinos são insuficientes para compensar a mortalidade e eventuais movimentos de retorno e reemigração. Os investigadores distinguem ainda um terceiro conjunto de países com grandes populações portuguesas emigradas envelhecidas mas em crescimento, devido à retoma dos fluxos: é o caso da Alemanha, França e Luxemburgo.

No global, os portugueses a residir fora de fronteiras rondam os 2,3 milhões. “Contando com os descendentes directos destes emigrantes, a população de origem portuguesa nos países de emigração ultrapassará os cinco milhões”, contabiliza o relatório.
Portugal é, no contexto europeu, o país com maior emigração. Os portugueses emigrados representam mais de um quinto (21%) da população residente. No reverso desta medalha, a imigração atira-nos para o fundo da tabela: os imigrantes representam menos de 6% da população residente, se excluirmos os retornados nascidos nas ex-colónias, e com tendência para decrescer.

Mais velhos e pouco qualificados
O relatório aponta os riscos de recessão populacional. Na viragem do século, a população portuguesa emigrada cresceu mais do que a população residente em Portugal: 18% contra 7%, respectivamente, entre 1990 e 2010.
Recorrendo a dados provisórios da OCDE, os autores do relatório constatam que na última década a emigração portuguesa tornou-se ligeiramente mais masculina, “tendo em conta que a população emigrada masculina aumentou mais (19%) do que a feminina (14%)”. Isto dever-se-á, admitem, “provavelmente ao grande crescimento de uma emigração para Espanha em que predominava a procura de trabalho pouco qualificado no sector da construção e obras públicas”. Quanto a idades, “os portugueses idosos residentes nos países da OCDE cresceram 80%, enquanto os adultos activos, dos 25 aos 64 anos, aumentaram apenas 10%, ou seja, “as novas entradas de portugueses em países da OCDE não foram suficientes para compensar o envelhecimento da população portuguesa aí emigrada”.
Entre os portugueses emigrados em 2010/11 mais de metade (61%) continua a ter apenas o nível básico de escolaridade. Os portugueses com o ensino superior a procurar trabalho lá fora representaram 10% do total naquele período, quando dez anos antes representavam 6%. Considerando que a percentagem de diplomados na população portuguesa passou de cerca de 8% em 2001 para quase 14% em 2011, ou seja, aumentou cerca de 80%, o relatório sublinha que “a qualificação da população portuguesa mantém-se superior à da população emigrada, pelo menos à que reside em países da OCDE”. Logo, “o aumento da qualificação daquela população emigrada é mais um resultado do aumento da qualificação portuguesa do que de uma maior incidência da emigração nos sectores qualificados”. Uma constatação que não surpreende José Carlos Marques: “É verdade que os emigrantes altamente qualificados são hoje mais do que no passado, mas exagerou-se no destaque dado à emigração qualificada, porque a nossa emigração continua a ser marcada pela saída de pessoas pouco ou nada escolarizadas, o que se compreende, porque um dos sectores que mais sofreram com a crise em Portugal foi a construção civil.”

Principais destinos dos portugueses em 2013

Reino Unido
No ano passado, 30.121 portugueses foram trabalhar para o Reino Unido, mais 47% do que no ano anterior. Em 2007, ou seja, antes do início da crise, tinham entrado neste país 12.040 portugueses. No ano passado, os portugueses protagonizavam o quinto maior movimento de entrada de emigrantes no país, representando 5% do fluxo total. Em 2012, havia já 90 mil portugueses a residir no Reino Unido.

Suíça
Acolheu 14.388 emigrantes portugueses no ano passado. A emigração portuguesa representa, actualmente, o segundo maior fluxo de entradas no país, a seguir ao dos alemães. Em 2012, as entradas de portugueses correspondiam a cerca de 12% do total de entradas de imigrantes na Suíça – que continua a ser, a seguir à França, o segundo principal país de residência da população portuguesa emigrada, com 194.840 portugueses. Em 2012, os portugueses eram a segunda nacionalidade mais numerosa entre a emigração na Suíça (10% do número total de imigrantes).

Alemanha
Entraram no país liderado por Angela Merkel 11.401 portugueses, mais 26% do que no ano anterior. Em 2007, apenas 3766 portugueses tinham escolhido este destino para trabalhar; a população portuguesa emigrada neste país era de 104.084 em 2013.

Espanha
Foi o destino escolhido por apenas 5302 portugueses em 2013, contra os 27.178 registados em 2007, ou seja, antes da crise que se repercutiu desde logo no sector da construção civil. Em 2013, havia 134.248 portugueses a trabalhar em Espanha.

Luxemburgo
No ano passado, 4590 escolheram este destino para trabalhar, representando cerca de 22% do total de entradas de imigrantes no Luxemburgo, país em que são portugueses 28% dos emigrantes. Em números absolutos, os números de 2011 mostravam que havia 60.897 portugueses a viver no Luxemburgo.

Brasil
Os registos apontam para 2913 portugueses entrados em 2013. Apesar da diminuição do volume da emigração portuguesa desde a década de 1960, as saídas para este país aumentaram 96% em 2011, embora se mantenham modestas em termos absolutos. No ano passado, os portugueses constituíam 5% da imigração total em 2013, representando 23% do total de residentes no país nascidos no estrangeiro: 137.913.

Fonte: Natália Faria, in Público on-line

Trabalhadores em requalificação perdem 22% do rendimento desde 2011

19 de Novembro de 2014

Os trabalhadores em requalificação (a antiga mobilidade especial) são dispensados dos serviços e ficam num limbo: não perdem o vínculo ao Estado (os que entraram antes de 2009), mas também não têm trabalho, ficando a receber entre 60% e 40% do salário. No final de Setembro, estavam nessa situação 1069 trabalhadores.

Os dados divulgados na segunda-feira pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) revelam que estes trabalhadores recebiam em média 563 euros por mês, um rendimento 22% inferior ao que recebiam em 2011 e 5% abaixo do que recebiam em Outubro do ano passado, antes de mudarem as regras da requalificação.

Em Dezembro de 2013, entrou em vigor o novo regime da requalificação que reduz significativamente a compensação paga aos trabalhadores que se encontram nessa situação. Nos primeiros meses, os trabalhadores recebem 60% do salário-base com o limite máximo de 1258 euros. Daí em diante, recebem 40% sem poder exceder os 838 euros. Num caso e no outro, ninguém pode receber menos de 485 euros.

Além das mudanças legislativas, a variação do rendimento pode também ter a ver com a entrada e saída e trabalhadores que estão em requalificação. O número de pessoas que passou pelo regime não variou de forma significativa entre 2011 e 2014, mas o nível salarial dos trabalhadores que deixaram ou entraram em mobilidade acaba por influenciar a média.

Os trabalhadores que entraram no Estado antes de 2009 podem ficar na mobilidade especial a receber 40% do salário até à idade da reforma ou, caso entendam, fazer uma rescisão amigável. Quem foi admitido depois desse ano, é despedido ao fim de 12 meses.

O Governo comprometeu-se perante a troika a enviar 12 mil trabalhadores para a requalificação em 2014 e 2015. A ministra das Finanças garante que este "não é um objectivo vinculativo", mas um "objectivo conjunto para vários tipos de medidas", nomeadamente as saídas por aposentação e as rescisões amigáveis. Além dos cerca de 700 da Segurança Social, há 100 pessoas do Ministério do Ambiente que também serão enviados para requalificação ou alvo de rescisões amigáveis.

Os dados da DGAEP dão também conta da evolução do número total de trabalhadores da Administração pública. No final de Setembro, as administrações central, local e regional tinha m 646885 postos de trabalho, revelando uma quebra na ordem de 2,2% em relação a Junho e 3,6% em termos homólogos.

Entre Dezembro de 2011 e Setembro de 2014, saíram do Estado 79.879 trabalhadores, uma redução de 11%, muito acima da meta anual de 2% acordada com a troika.

Os dados mostram ainda que os funcionários públicos recuperaram 9,5% do ganho médio mensal (incluindo suplementos) entre Abril e Julho deste ano, uma consequência da devolução dos cortes salariais chumbados pelo Tribunal Constitucional que teve lugar entre Junho e Setembro. Em Abril, o ganho médio era de 1515,6 euros e em Julho de 1658,8 euros. Na prática receberam mais 143 euros.

Fonte: Raquel Martins, in Público on-line

 

Mapa das Empresas Sociais na Europa

20 de Novembro de 2014

As empresas sociais são um importante motor para o crescimento inclusivo e desempenham um papel fundamental na abordagem aos desafios económicos e ambientais atuais, de acordo com um relatório publicado pela Comissão Europeia.
No entanto, apenas oito países (Bulgária, Grécia, França, Itália, Luxemburgo, Eslovénia, Suécia e Reino Unido) têm uma estrutura política para incentivar e apoiar o desenvolvimento das empresas sociais.
Pela primeira vez, a Comissão Europeia lança estudo aprofundado que traça as principais características de empresas sociais em 28 Estados-Membros da UE e na Suíça, utilizando uma definição e abordagem comum. Este relatório também pressupõe uma visão geral dos ecossistemas das empresas sociais em todos os países, incluindo os fatores que limitam o seu desenvolvimento.

Consulte aqui, nos nossos documentos, o relatório síntese e o de Portugal.

No seguinte link poderá consultar os relatórios dos 28 países participantes.

Relatório de monitorização de boas práticas na área do emprego e inclusão social

20 de Novembro de 2014

A Comissão Europeia financia projectos que permitam às administrações nacionais, regionais e locais, aos parceiros económicos e sociais e a outras organizações, a troca de boas práticas nas áreas de emprego, condições de trabalho, inclusão social e protecção social. Para facilitar a divulgação dos resultados alcançados foi publicado um relatório que analisa exemplos de boas práticas de projetos apoiados pelo Programa Comunitário para o Emprego e a Solidariedade Social – Progress -  nos anos de 2011 - 2012.


Consulte o relatório, aqui, nos nossos documentos. 

Risco de desemprego com a introdução das novas tecnologias A Europa e Portugal

14 de Outubro de 2014

Abaixo encontram uma discussão sobre quais os países e as profissões que serão mais afectados pela introdução de novas tecnologias, em especial de computação, num futuro próximo. No link apresentado essa discussão é um pouco mais aprofundada, com destaque para as profissões.

Sendo que a relação entre pobreza e desemprego não é linear, dada a existência do estado social e do enquadramento familiar, a inexistência de rendimentos de trabalho é um importante factor de risco, sobretudo em países como Portugal, com um estado social relativamente incipiente e uma elevada taxa de desemprego.

http://www.bruegel.org/nc/blog/detail/article/1394-the-computerisation-of-european-jobs/

Estudo Faz-te ao Mercado - divulgação de resultados

2 de Outubro de 2014

O "Faz-Te ao Mercado" é o estudo que identifica o intervalo entre as competências que os jovens possuem e as competências que o mercado de trabalho procura neles.

É um estudo sobre competências pessoais e sociais transversais (soft skills) e os seus resultados transmitem-nos uma visão clara sobre as necessidades dos empregadores e onde se encontram os principais desencontros com as competências que os jovens apresentam.

 O estudo decorreu entre abril de 2013 e maio de 2014, e teve um âmbito nacional. Em termos de análise, o "Faz-Te ao Mercado" aliou metodologias qualitativas e quantitativas, conseguindo assim sistematizar um conjunto de informação muito rico sobre os principais desafios que os jovens enfrentam no processo de entrada e integração no mercado de trabalho.

 O sucesso deste projeto implicou um esforço multissetorial concertado, pelo que o estudo foi desenvolvido em colaboração com todos os atores intervenientes nas questões da empregabilidade jovem. Para isso, foram entrevistados não só jovens e representantes de empresas a operar em Portugal em diferentes setores de atividade, mas também representantes de instituições dos diferentes níveis de ensino e formação, e outros agentes e organizações da sociedade civil.  Foi ainda elaborado um questionário online que permitiu chegar a mais de 400 jovens e empregadores, solidificando as conclusões do "Faz-Te ao Mercado". 

 

 A TESE realizou a 30 de Setembro, na Fundação Cidade de Lisboa, o evento de apresentação nacional dos resultados do "Faz-Te ao Mercado: Estudo sobre o (Des)Encontro entre a Procura e a Oferta de Competências no Mercado de Trabalho e a sua Relação com a Empregabilidade Jovem", num dia repleto de atividades, que contou com a presença do Secretário de Estado do Emprego, o Dr. Octávio Oliveira.

Durante a manhã, jovens, formadores, técnicos de organizações de apoio à empregabilidade, representantes de empresas e demais interessados juntaram-se à TESE para um programa de workshops esgotadas em que se trabalharam as competências transversais destacadas pelo "Faz-Te ao Mercado" como as cinco mais valorizadas pelo mercado de trabalho: Responsabilidade, Disponibilidade para Aprender, Proatividade e Iniciativa, Motivação e capacidade para Trabalhar em Equipa. (Em anexo segue o manual jovens ao comando o qual foi discutido no workshop em que participei, enquanto instrumento de apoio para metodologias de desenvolvimento de competências transversais, incluindo, nomeadamente dinâmicas de coaching).

No período da tarde, coube a Octávio Oliveira, Secretário de Estado do Emprego, a abertura da conferência de apresentação oficial das conclusões da investigação da TESE, seguido de um painel de discussão composto por Braíma Cassamá (jovem participante de um dos programas de capacitação da TESE), Murta Rosa (Instituto Português do Desporto e da Juventude), Ricardo Carvalho (Fundação da Juventude), Maria Levy (Jason Associates) e Helena Gata (Diretora Executiva da TESE Portugal).

 

Toda a informação relativa ao estudo "Faz-Te ao Mercado" está agora disponível para consulta e descarregamento gratuito em www.fazteaomercado.org.

 

Relatório Técnico do estudo

http://media.wix.com/ugd/1e540f_ee83cad88e2f426b98bc280f46201b8f.pdf

 

Principais "produtos" decorrentes desta investigação:

o documento "Linhas Orientadoras para o Aumento da Empregabilidade Jovem"(vocacionado para instituições de ensino e entidades empregadoras) 

http://media.wix.com/ugd/1e540f_bb541e38254942a486aca0daecdbaaf7.pdf 

 o guia para jovens "Tens as Competências que os Empregadores Procuram?".

http://media.wix.com/ugd/1e540f_c9e768764ee94326a29df2ecfb423bb0.pdf 

OCDE mapeia o bem-estar das regiões

14 de Outubro de 2014

A OCDE disponibiliza um site que permite mapear o bem estar nas regiões que a incluem. Saiba mais aqui

VI Fórum Nacional de Combate à Pobreza e Exclusão Social

14 de Outubro de 2014

A EAPN Portugal pretende, a partir do contexto atual, suscitar o debate interno e a reflexão crítica por parte dos cidadãos que se encontram numa situação de vulnerabilidade relativamente a algumas temáticas que influenciam a sua cidadania ativa e que coloca muitas vezes em causa os direitos fundamentais dos cidadãos e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Neste sentido, a EAPN PT irá promover o VI Fórum Nacional de Combate à Pobreza e/ou Exclusão Social, assinalando igualmente o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. O Fórum tem lugar a 14 e 15 de Outubro no Vimieiro. Mais informações aqui

Mais de 400 mil desempregados sem subsídio

06 de Outubro de 2014

O Estado português atribuiu cerca de 318 mil prestações de desemprego em Agosto, deixando sem estes apoios 406 mil desempregados, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Segurança Social.

De acordo com os números disponibilizados no site da Segurança Social, em Agosto havia 318.741 beneficiários de prestações de desemprego, menos 4305 indivíduos do que em Julho. Cerca de 163 mil são homens, 155.700 são mulheres.

Neste universo estão incluídos dados relativos aos subsídios de desemprego e aos subsídios sociais de desemprego (que abrangem, por exemplo, as situações em que o desempregado já recebeu a totalidade do subsídio a que tinha direito).

O número de pessoas a receber prestações representa 44% do número total de desempregados estimado pelo Eurostat. Em Agosto havia 725 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 14%, de acordo com os dados do gabinete estatístico europeu.

O valor médio das prestações de desemprego atingiu em Agosto os 465,95 euros, face aos 481,94 euros observados um ano antes.

O Porto é o distrito cujo número de beneficiários com prestações de desemprego foi o mais elevado em Agosto último, tendo sido atribuídos subsídios a 71.363 desempregados. Seguem-se os distritos de Lisboa (64.778), de Setúbal (28.404) e de Braga (27.092). Do total de 318.741 beneficiários, 163.033 são homens e 155.708 são mulheres.

Segundo os dados divulgados a 30 de Setembro pelo Eurostat, a taxa de desemprego ficou nos 14% em Agosto, o mesmo valor registado em Julho, enquanto em termos homólogos cedeu 2,1 pontos percentuais, a segunda maior queda da União Europeia.

 

Fonte: Público e Lusa 

Faz-Te ao Mercado - 30 Set. @ Fundação Cidade de Lisboa

11 de Setembro de 2014

No próximo dia 30 de Setembro a TESE vai revelar as conclusões do estudo "Faz-Te ao Mercado" num evento a decorrer na Fundação Cidade de Lisboa.

Trata-se de um dia rico em atividades dirigidas a jovens, técnicos de organizações de apoio à empregabilidade e a empresas, os agentes visados pela TESE na investigação que pretende contribuir para a identificação de estratégias de correspondência entre a esfera da oferta e a da procura de emprego jovem em Portugal.

Conheça o Programa detalhado AQUI e garanta já o seu lugar através do Formulário de Inscrição disponível AQUI!

Banco Mundial denuncia crise de emprego à escala global

11 de Setembro de 2014

O Banco Mundial advertiu hoje que o mundo enfrenta uma crise de emprego generalizada que ameaça as perspetivas de uma retoma do crescimento económico e nenhum golpe de magia pode resolver o problema.

Num estudo tornado público antes de um encontro de ministros do Trabalho e do Emprego do G20, na Austrália, o Banco Mundial (BM) defende ser preciso criar 600 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo até 2030 apenas para se lidar com o aumento da população.

"Não há dúvidas de que há uma crise de emprego generalizada", disse Nigel Twose, chefe da delegação do BM à reunião do G20, em comunicado.

"Os países do G20 necessitam de mais e melhores empregos para um crescimento sustentável e para o bem-estar das suas populações", assinala o documento, cuja divulgação antecede a reunião ministerial, a ter lugar nos dias 10 e 11, em Melbourne.

Segundo Nigel Twose, "igualmente perturbador é o facto de estarmos a ver o aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20, apesar de terem sido alcançados progressos em algumas economias emergentes, como o Brasil ou África do Sul".

Em termos globais, defendeu, os mercados emergentes tiveram um melhor desempenho do que os países desenvolvidos do G20 no quadro da geração de emprego, com a China e o Brasil a figurarem como motores, mas ainda assim as perspetivas não são animadoras.

"As projeções atuais são sombrias. Perfilam-se no horizonte importantes desafios", frisou.

No documento, compilado com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), refere-se que mais de 100 milhões de pessoas estão desempregadas nos países do G20, enquanto 447 milhões são categorizados como "trabalhadores pobres", vivendo com menos de dois dólares norte-americanos por dia.

O Banco Mundial sublinha, por outro lado, que não obstante a modesta recuperação económica em 2013-14, o crescimento global deverá manter-se abaixo da tendência, com quedas previstas num futuro próximo, enquanto os fracos mercados laborais forem restringindo o consumo e o investimento.

"Não há uma 'bala mágica' para resolver esta crise do emprego, quer nos mercados emergentes, quer as economias desenvolvidas", disse Twose.

Esta é uma das reuniões ministeriais preparatórias para a cimeira do G20 que vai decorrer, em novembro, na cidade australiana de Brisbane. 

Fonte: Lusa in Diário de Notícias

Governo confirma possibilidade de recorrer a privados para colocar desempregados

11 de Setembro de 2014

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social admitiu, esta quarta-feira, a possibilidade de o Governo recorrer a outras empresas do setor privado para "encontrar postos de trabalho para os desempregados em Portugal".

"Uma parte significativa do modelo social europeu passa pelo Estado conseguir garantir medidas ativas de emprego, estímulos, e conseguir muitas vezes até fazer a ligação entre os desempregados que existem e as ofertas no mercado de trabalho", disse Pedro Mota Soares.

Para isso, "temos de trabalhar e os serviços públicos de emprego já o tem vindo a fazer", de forma a "ter a capacidade de ir buscar outras empresas ao setor privado, para podermos efetivamente encontrar postos de trabalho para os desempregados em Portugal, muitas vezes especialmente para os desempregados que estiveram muito tempo fora do mercado de trabalho, e que têm uma dificuldade maior", defendeu.

O governante considerou que essa medida "será certamente importante para essas pessoas".

"Queremos fazer esse caminho, discutimo-lo ontem [terça-feira] com os parceiros sociais. E posso dizer que na base de uma muita alargada opinião, parece-nos que esse é o caminho que devemos seguir", adiantou.

Pedro Mota Soares falava aos jornalistas no final de uma cerimónia que assinalou a transferência de terrenos e equipamentos da Câmara de Lisboa para a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, relativos ao albergue Mitra, que se pretende tornar num polo de inovação social.

À margem da ocasião, o ministro do Emprego divulgou também que o Estado pretende "alocar fundos comunitários para a dimensão da inovação social, para que as instituições sociais possam conseguir ter um conjunto de novas respostas".

Assim, "no próximo quadro comunitário queremos criar um Fundo de Inovação Social ao qual alocaremos cerca de 122 milhões de euros", referiu.

Segundo o responsável, o Estado já atribui cerca de um milhão e 200 mil euros por ano em contratos que faz com instituições de solidariedade para ter respostas de creches, lares, serviços de apoio domiciliários e auxílio a pessoas com deficiência.

"É uma parte significativa do Estado Social em Portugal e que é feita com a maior proximidade e qualidade pelas instituições sociais, muitas vezes melhor do que o Estado ao nível central", reconheceu.

Sobre a possível reposição das pensões no próximo ano, Pedro Mota Soares afirmou apenas que "face às decisões do Tribunal Constitucional, o Governo entende que qualquer alteração estrutural no sistema de pensões só possa ser feita com um amplo consenso político e até com um amplo consenso social".

Quanto à atualização do salário mínimo, considerou-a "importante" e que "é possível discutir agora essa matéria com os parceiros sociais" no sentido de realizar a mesma.

Fonte:  Jornal de Notícias 

Governo cria o Programa Investe Jovem

28 de Agosto de 2014

Este Programa visa promover o empreendedorismo através de apoio financeiro e técnico.

Portaria n.º 151/2014. D.R. n.º 145, Série I de 2014-07-30 cria o Programa Investe Jovem, destinado a promover a criação de novas empresas por jovens desempregados, através do apoio à criação do próprio emprego e micronegócios, e regulamenta os apoios a conceder no seu âmbito.

O Programa tem por objetivo promover o empreendedorismo, através das seguintes medidas:
a) Apoio financeiro ao investimento;
b) Apoio financeiro à criação do próprio emprego dos promotores;
c) Apoio técnico na área do empreendedorismo para reforço de competências e para a estruturação do projeto, bem como à consolidação do mesmo.

Governo cria a medida Emprego Jovem Ativo

28 de Agosto de 2014

Portaria n.º 150/2014. D.R. n.º 145, Série I de 2014-07-30  cria a medida Emprego Jovem Ativo, que consiste no desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho por jovens em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho conjuntamente com jovens mais qualificados.

Esta iniciativa tem como objetivos:
a) Promover a integração profissional de jovens, através do desenvolvimento de atividades que lhes permitam adquirir competências sociais e relacionais, transversais ou específicas;
b) Promover o desenvolvimento e integração profissional de jovens não detentores da escolaridade obrigatória e em situação de desfavorecimento em matéria de qualificações com o objetivo de favorecer posteriores processos de qualificação escolar e profissional e melhoria das condições de empregabilidade.

É possível melhorar a eficácia do Sistema de Protecção no Desemprego?

5 de Agosto de 2014

A protecção no desemprego (i.e. subsidio de desemprego) é, seguramente, uma das maiores conquistas sociais e apresenta importância acrescida em contextos particularmente adversos como os que vivemos.

A arquitectura destes esquemas de protecção deve, no entanto, ter em consideração o inevitável trade off que existe entre níveis de protecção e incentivo ao regresso/ingresso no mercado de trabalho. Ou seja, deve ser adequadamente desenhado (i.e. critérios de elegibilidade; nível de substituição do rendimento do trabalho; período de duração; deveres dos desempregados) de forma a “proteger” quem perdeu involuntariamente o desemprego e, simultaneamente, assegurar que esse desempregado tem todos os incentivos para não permanecer desempregado “voluntariamente”.

Por outro lado, o sistema deve ser suficientemente transparente e exequível para que o potencial beneficiário possa ter acesso à prestação. Salienta-se a este propósito o processo de atribuição de subsídio de desemprego a Trabalhadores Independentes Economicamente Dependentes (TIED), cujas condições de atribuição são de tal forma complexas e inexequíveis que se poderá afirmar que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha” do que um TIED ter subsídio de desemprego (aliás, será que esta prestação faz algum sentido dada a natureza do beneficiário?).

Por fim, importa referir que um sistema de protecção no desemprego adequadamente desenhado tem de ser equitativo, ou seja, deverá tratar situações idênticas de forma idêntica.

Para ilustrar a falta de equidade do actual sistema de protecção no desemprego analise-se o acesso ao denominado Subsídio Social de Desemprego (SSD), protecção destinada a trabalhadores que, não tendo cumprido os prazos para acesso ao Subsidio de Desemprego (SD), tenham 180 dias com registo de remunerações no período de 12 meses imediatamente anterior à data do desemprego, bem como o acesso ao denominado Subsídio Social de Desemprego Subsequente (SSDS), destinado aos trabalhadores que, tendo esgotado o direito ao SD, continuem em situação de desemprego e estejam inscritos no Centro de Emprego.

Para aceder a estas prestações sociais o trabalhador, para além dos requisitos referidos, terá de verificar a “condição de recurso” a qual tem duas componentes: a) o património mobiliário do requerente e do seu agregado familiar, à data do requerimento, não pode ser superior a 100.612,8 euros, ou seja, a 240 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS); b) os rendimentos mensais, por pessoa do agregado familiar, ponderados de acordo com a escala de equivalência (o titular é ponderado com o factor 1, o cônjuge com 0,7 e cada filho é ponderado com 0,5), não podem ser superiores a 80% do IAS, ou seja, 335,38 euros.

Para compreender de forma mais detalhada esta problemática, considerem-se dois agregados familiares (A e B), ambos constituídos por 2 adultos e 2 filhos menores (ponderador global de 2,7=1+0,7+0,5+0,5). Nos agregados A e B o adulto com emprego tem um rendimento mensal de, respetivamente, 905€ e 908€, existindo, em cada uma das famílias, um adulto que pretende aceder ao SSD.

Tendo em consideração os dados anteriores, o rendimento ponderado de cada elemento do agregado A será de 335,2€ (905 euros a dividir por 2,7) e do agregado B de 336,3 euros (908 euros a dividir por 2,7) o que significa, em termos práticos, que o desempregado do agregado A terá acesso ao SSD enquanto o desempregado do agregado B não terá direito a esta prestação, uma vez que este último tem rendimento ponderado superior a 80% do IAS (336,3>335,38).

Analisando o rendimento global dos dois agregados familiares após a atribuição do SSD, constata-se que o agregado familiar A ficará com um rendimento mensal global de 1.324,21 euros (905+419,21), enquanto o agregado familiar B manterá o seu rendimento mensal em 908€, correspondendo, agora, a um rendimento ponderado de 490,4 euros e 336,3 euros, respectivamente.

Como se observa, uma diferença de 3€ no rendimento mensal dos agregados familiares A e B, conduz a que após a atribuição do SSD a diferença nos rendimentos mensais das suas famílias passe a situar-se nos 416,21 euros.

Esta situação, para além de iniqua, é geradora de distorções no mercado de trabalho. Na realidade, e a título de exemplo, o elemento do agregado familiar B que trabalha tem todo o incentivo em solicitar à entidade empregadora que lhe reduza o salário mensal em 3€ para que o cônjuge possa aceder ao SSD.

Como ultrapassar então esta situação?

Sem prejuízo da criação urgente de uma prestação única que substitua o subsídio social de desemprego e outras prestações “equivalentes” (i.e. rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos, etc.), a solução para esta problemática é relativamente simples e já testada noutros países. Com efeito, para que o sistema seja equitativo, a prestação a atribuir deverá ser tal que o rendimento total ponderado do agregado após a atribuição da prestação seja igual ao valor de referência para efeito de atribuição da prestação. Ou seja, o valor da prestação a atribuir deverá ser variável e no montante estritamente necessário para que o rendimento ponderado dos agregados familiares, após atribuição da prestação social, seja idêntico.

Daqui resultariam duas grandes vantagens. Por um lado, todos os desempregados teriam o mesmo incentivo para regressar/ingressar no mercado de trabalho. Por outro lado, as poupanças potenciais que este novo modelo traria poderiam ser utilizadas no alargamento da protecção no desemprego, quer por via do aumento dos prazos de concessão, quer por via do aumento dos valores de referência.

Do exposto, fica claro que ao nível da protecção no desemprego é possível fazer mais e melhor com os mesmos recursos.

Fonte: Miguel Coelho (Professor da Universidade Lusíada e antigo vice-presidente do Instituto de Segurança Social), in Público on-line

Jovens aderem em força ao Programa Nacional de Microcrédito

13 de Agosto de 2014

O Programa Nacional de Microcrédito está a chegar a mais projetos e, só no primeiro trimestre de 2014, cresceu 98%. Os jovens são os que mais aderem a esta ferramenta para capitalizarem os seus negócios.

De acordo com a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), a entidade gestora deste programa, foram validados 97 projetos de investimento, mais 98% do que no mesmo período do ano passado. O aumento relaciona-se com um maior interesse dos portugueses por esta forma de financiamento.

No arranque deste ano, Lisboa e Vale do Tejo foi a região com maior adesão, correspondendo a 32% do total de projetos validados entre janeiro e junho de 2014.

Conheça melhor aqui o programa de microcrédito e saiba como aderir

Os projetos apresentados são na sua maioria promovidos por jovens entre os 26 e os 35 anos (42%); com pelo menos o 9º ano de escolaridade (96%), 40% com o 12º ano. No que respeita à situação profissional, 37% estão desempregados há menos de 1 ano e 49% estão desempregados há mais de doze meses.

A validação destes projetos permite um investimento global de 1,6 milhões de euros e a criação de 148 postos de trabalho a tempo completo e outros 43 a tempo parcial. O investimento médio, refere a entidade, é de 16.707 euros.


Fonte:  Dinheiro Vivo

Estatísticas de emprego 2º trimestre 2014

5 de Agosto de 2014

Foram hoje disponibilizadas pelo INE as estatísticas do emprego relativas ao 2.º trimestre de 2014.

Consulte as estatísticas do emprego - 2.º trimestre 2014 que indicam que a taxa de desemprego estimada para o 2º trimestre de 2014 foi 13,9%.

Este valor é inferior em 2,5 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre homólogo de 2013 e em 1,2 p.p. ao do trimestre anterior. A população desempregada foi de 728,9 mil pessoas, o que representa uma diminuição homóloga de 15,9% e uma diminuição trimestral de 7,5% (menos 137,4 mil e menos 59,2 mil pessoas, respetivamente). A população empregada foi de 4 514,6 mil pessoas, o que corresponde a um aumento homólogo e trimestral de 2,0% (mais 90,0 mil e 87,7 mil pessoas, respetivamente). A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 59,0%, menos 0,3 p.p. do que no trimestre homólogo e mais 0,3 p.p. do que no trimestre anterior.

Encontre informação mais detalhada aqui.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Menos desempregados pode não significar mais emprego

6 de Agosto de 2014

O Instituto Nacional de Estatística divulgou esta terça-feira os números do desemprego. A taxa prossegue o seu caminho de descida. No segundo trimestre do ano, ficou abaixo dos 14%.

Está tudo a cair. Mas nem tudo é um mau agoiro. A queda da taxa de desemprego, no segundo trimestre deste ano, confirma a tendência da recuperação do mercado de trabalho iniciada há um ano. Mas (há sempre mais do que um mas) a melhoria, ditada pelas estimativas do Instituto Nacional de Estatística, tem uma grande componente do fator sazonal, das passagens à reforma e da migração a que muitos cidadãos se obrigam por não verem presente nem futuro no seu país. A taxa é agora de 13,9%.

 

Fonte: Anabela Natário  in Expresso

Desemprego desce para 13,9% até Junho mas jovens continuam deixados para trás

6 de Agosto de 2014

Segundo trimestre assistiu a aumento na população empregada em 87,7 mil pessoas. Algarve e sazonalidade justificam evolução positiva

A economia portuguesa viu o total da população empregada crescer 2% entre Abril e Junho deste ano, o que significa a entrada de mais 87,7 mil indivíduos no mercado de trabalho. Este é o maior salto trimestral na criação de emprego em Portugal desde pelo menos 1998, ano em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a publicar dados do desemprego trimestralmente. Apesar desta evolução, Portugal continua sem espaço para os seus jovens.

Em termos trimestrais, o emprego na faixa etária entre os 15 e os 24 anos foi o único que continuou em queda, apesar dos mais 87,7 mil empregos que surgiram no período. Se desde o segundo trimestre do ano passado até ao primeiro trimestre deste ano o valor ficou praticamente inalterado, a rondar os 236 mil jovens com emprego, agora os bons sinais do mercado em geral resultaram num efeito oposto para os jovens: deu-se um recuo de 0,9% no trimestre no total de empregados até aos 24 anos. Esta evolução negativa acabou por engordar ainda mais o total de jovens inactivos do país, que em Junho deste ano atingiam já os 740 mil, contra os 727 mil em Março último - superando até os valores de há um ano, já que em Junho de 2013 contavam-se 737,6 mil jovens inactivos.

Segundo os dados ontem divulgados pelo INE, Portugal chegou a Junho com 728,9 mil desempregados, menos 59 mil do que os registados em Março e menos 137 mil que o desemprego existente há um ano. A taxa de desemprego caiu assim para os 13,9%, isto quando no final do primeiro trimestre estava nos 15,1% e há um ano atingia os 16,4%.

A criação de emprego registada entre Abril e Junho deste ano veio sobretudo dos trabalhadores a tempo completo, cujo total cresceu 2,2% no trimestre, ou mais 83 mil pessoas, contando-se ainda 21 mil novos trabalhadores a contrato com termo e 48,8 mil sem termo. Destaque também para o crescimento das situações de subemprego, que em Junho empregavam 252,2 mil pessoas, mais 7,3 mil que em Março - o subemprego, no final de 2011, era solução para apenas 52 mil pessoas, tendo crescido quase 400% desde então.

Regiões, sazonalidade e sexo Apesar da taxa de desemprego global do país ter-se fixado nos 13,9% em Junho, é de destacar que só duas regiões apresentam valores abaixo da média, estando todas as outras acima daquela taxa. A região Centro é a que apresenta o desemprego mais baixo, com uma taxa de desemprego regional de 10,4%, logo seguida pelo Algarve, que em Junho apresentava uma taxa de desemprego de 13,5%. É de destacar aqui a evolução da região algarvia de Março para Junho, já que evoluiu de um desemprego de 18,3% para 13,5% em apenas três meses, muito provavelmente à conta do aumento da procura turística por aquele destino já nos meses de Maio e Junho. O Algarve passou assim de região com a maior taxa de desemprego em Março para a segunda taxa mais baixa em Junho. Do lado oposto ao Centro e ao Algarve encontram-se Açores e Madeira, com 16% e 15,5% de desemprego respectivamente, valores que também representam uma melhoria, sobretudo nos Açores, cuja taxa estava nos 18% em Março.

A queda da taxa global de desemprego na economia portuguesa também teve efeitos diferenciados conforme o sexo, com uma redução mais elevada nos homens, suficiente para se verificar um indicador raro: em Junho havia mais mulheres desempregadas (365,5 mil) que homens (363,5 mil). Em Março a diferença estava em 385,2 mil mulheres desempregadas para 402,9 mil homens sem emprego. Assim, aumentou também o gap entre o desemprego masculino e o feminino. Se as taxas andavam bastante próximas, com o segundo trimestre deste ano a taxa de desemprego feminina ficou para trás. Há hoje 13,5% de homens desempregados para uma taxa de 14,3% do lado feminino - no trimestre anterior as taxas estavam em 15,1% e 15,2%. Tudo reflexos do facto de nos 87,7 mil novos empregos que surgiram, apenas 33% terem sido para mulheres.

Fonte: Filipe Paiva Cardoso, in iOnline

“O desafio é transformar isto numa mensagem que as pessoas possam usar à mesa do café”

11 de agosto de 2014

Desemprego é mais baixo entre os diplomados e um trabalhador com curso superior pode esperar ter um salário 70% maior do que o colega que tenha apenas o secundário.

As histórias de jovens empreendedores que lançaram ideias de negócio de sucesso sem terem concluído uma formação superior entram todos os dias pelas casas dos portugueses dentro. Na família ou na vizinhança, todos parecem conhecer histórias de exemplos que ajudam a insuflar o desemprego jovem para números recorde.

A isto juntam-se os discursos políticos de apelo à emigração e valorização do chamado ensino vocacional. Todos são ingredientes de um caldo cultural que parece contribuir para uma desvalorização social da formação superior. É assim que dois especialistas olham para a quebra da procura das licenciaturas nos últimos anos, dizendo que é preciso encontrar argumentos que possam ser usados nas conversas quotidianas para desmontar estes discursos.

“Os dados e as estatísticas desmentem estas ideias superficiais”, defende a socióloga da Educação da Universidade do Minho (UM), Fátima Antunes, lembrando, por exemplo, que apesar de o país ser o terceiro país da OCDE com mais desemprego entre os jovens, atingindo 35,4% da população entre os 15 e 34 anos, de acordo com a Direcção-Geral do Ensino Superior, a taxa de desempregados com licenciatura ou mestrado integrado registadas no IEFP é de 8%, uma valor significativamente menor.

Os relatórios da OCDE também têm continuado a demonstrar que estudar no ensino superior compensa. No seu último relatório anual sobre Educação, Education at a Glance 2013 aquele organismo internacional mostra que continua a valer a pena ter um curso superior em Portugal do ponto de vista da remuneração futura. O prémio já foi maior (desceu 8% entre 2004 e 2010), mas, mesmo assim, este continua a ser um dos países onde mais se valorizam os estudos: um trabalhador com curso superior pode esperar ter um salário 70% maior do que o colega que tenha apenas o secundário. Portugal destaca-se também por ser aquele onde o benefício económico bruto é mais elevado no caso das mulheres, que podem aspirar a receber mais 134 mil euros ao longo da sua vida de trabalho do que as que têm apenas o secundário.

“Precisamos de ter uma capacidade de comunicação que pelo menos confronte essa ideia superficial e de marketing”, defende a especialista, reconhecendo que é difícil combater ideias feitas “quando há casos concretos do vizinho do lado” a serem apresentados para rebater os dados apresentados. “O desafio é transformar isto numa mensagem que as pessoas possam usar à mesa do café”, sustenta Fátima Antunes.

Outra alteração dos últimos anos que parece ter contribuído para uma alteração do valor social das licenciaturas foi a maior aposta no ensino profissional. No ano passado, Paulo Peixoto, do Observatório de Políticas de Educação e Formação da Universidade de Coimbra fez uma avaliação dos estágios no estrangeiro dos estudantes de cursos profissionais e percebeu que o ensino superior e percebeu que o discurso em torno do sector e as políticas aplicadas nos últimos anos “retiraram um pouco do estigma que pesava sobre o ensino profissional”. Só que essa realidade acabou por ter efeitos sobre o ensino superior. Tirar uma licenciatura imediatamente a seguir à conclusão do 12º ano “deixou de ser uma inevitabilidade num ciclo de formação”. “Os jovens continuam a reconhecer o valor da formação superior”, afirma Peixoto, mas este deixou de ser “um destino imediato”. “Será algo que tentarão um dia mais tarde, depois de uma primeira passagem pelo mercado de trabalho”.

Fonte: Samuel Silva in Público on-line

Saúde e segurança no trabalho: Um quadro estratégico estabelece os objetivos da UE para 2014-2020

6 de Junho de 2014

A fim de proteger melhor os mais de 217 milhões de trabalhadores da UE contra os acidentes de trabalho e as doenças profissionais, a Comissão Europeia apresentou hoje um novo Quadro Estratégico para a Saúde e a Segurança no Trabalho 2014-2020, que identifica os principais desafios e os objetivos estratégicos da saúde e segurança no trabalho, apresentando as ações-chave e identificando os instrumentos para as concretizar. Este novo quadro visa assegurar que a UE continua a desempenhar um papel de liderança na promoção de elevados padrões para as condições de trabalho, tanto na Europa como a nível internacional, em consonância com a estratégia Europa 2020.

Leia o comunicado de imprensa na íntegra aqui.

Eures Portugal no Facebook com recrutamento transnacional

19 de Junho de 2014

O EURES Portugal criou uma nova página no Facebook (www.facebook.com/eures.pt), na qual passará a publicar regularmente notícias sobre as atividades de informação e recrutamento transnacional realizadas em Portugal, as oportunidades de emprego em destaque e algumas dicas práticas sobre como melhorar a sua procura de emprego na Europa.

Mantenha-se sempre atualizad@ sobre as atividades e serviços o Eures Portugal visitando a página.

Participantes UAW conhecem oportunidades de negócio

4 de Junho de 2014

Os Empreendedores UAW conheceram as oportunidades de negócio do projeto no Centro de Experimentação e Inovação Social do BIS. A Presidente do Conselho Operacional do BIS, Maria do Carmo Marques Pinto, apresentou 50 oportunidades concretas nas áreas da Saúde, Ação Social, Cultura e Património. 
 
Cultura por um Euro, criar um sistema que permita a convergência entre currículo escolar e cultura, ter uma plataforma digital que dê acesso a todos os serviços de saúde necessários, espaços para doentes e cuidadores poderem ter férias ou transporte especializado para doentes com incapacidades físicas são algumas das ideias por onde os participantes do UAW podem partir para formar os seus projetos. Muitas das oportunidades não se limitam a uma só área sendo transversais à Saúde e Ação Social mas não só.
  As oportunidades de negócio foram identificadas em dois brainstorming por vários especialistas das áreas que compõem o projeto. Os participantes podem agora formar equipas que terão de ser intergeracionais em torno de algumas destas ideias.
  O objetivo é criar empresas que respondam de forma inovadora às necessidades que fazem parte do âmbito do UAW. A sustentabilidade dos projetos e a forma como podem responder às oportunidades apresentadas foram algumas das questões que dominaram a apresentação.


Saiba mais aqui.

OIT vê nuvens negras no mercado laboral em todo o mundo

30 de Maio de 2014

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) continua a ver nuvens negras sobre o mercado laboral em todo o mundo. Apesar das perspetivas de crescimento terem melhorado há fatores que levam a OIT, num relatório anual revelado hoje, a dizer que os níveis de desemprego vão continuar elevados, especialmente entre os mais jovens.
Os números mais recentes mostram que Portugal, com 37,4%, é o 12º país do mundo com maior taxa de desemprego jovem. Uma lista liderada pela Bósnia, com mais de 60% de jovens desempregados.
A OIT acredita que estes números podem acentuar as novas tendências globais de imigração.
Raymond Torres, o director Geral da OIT, cita Portugal, entre os casos de países que registam novos movimentos de saída dos mais qualificados à procura de oportunidades.
«Mais recentemente, temos assistido a uma migração Norte-Sul. Os jovens formados de Portugal e da Grécia, por exemplo, estão a emigrar para países em desenvolvimento, porque não têm oportunidades de trabalhos nos respetivos países. É claro que isto é um fenómeno recente e ainda temos de perceber se será uma tendência estrutural para o futuro ou simplesmente uma resposta à recessão», salienta.
Raymond Torres chama mesmo assim a atenção para uma dificuldade que pode afetar estes novos migrantes. É que, também, nos países emergentes, está a gerar-se um problema que terá reflexo na criação de empregos.
«Existe muita turbulência nos mercados e isso afeta os países em desenvolvimento, de forma desproporcional. Foi investido muito capital nesses países, durante algum tempo, e agora esse capital está a ser retirado desses mesmos países, gerando instabilidade. Isso torna mais difícil a criação de empregos qualificados, nos países emergentes e em desenvolvimento. Estes factos tornam mais complicadas as perspetivas de criação de emprego, nos próximos anos», adianta.
A OIT volta a destacar, neste relatório anual, que a precarização do trabalho veio para ficar e que só com a qualificação do trabalho as economias podem crescer de forma sustentada.
Uma sugestão que a organização deixa: «É necessário utilizar os lucros dos negócios mais prósperos, não em especulação financeira, mas na criação de emprego para fazer movimentar a economia real».

FonteTSF

ES Jovem – Economia Social Jovem

19 de Junho de 2014

O que é?

É um projeto que nasceu da necessidade de dar a conhecer o setor da Economia Social aos jovens. 
A diversidade, a versatilidade, o dinamismo e a irreverência fazem parte do ADN deste setor, porque não se conforma com as contrariedades, procura colmatá-las, sempre na perspetiva de tornar este mundo melhor.

A Economia Social procura dar respostas a um conjunto diferenciado de necessidades, sob diferentes formas ou lógicas de atuação.
É um setor capaz de se adaptar e reinventar, criando soluções para, de uma forma eficiente, dar resposta aos problemas sociais, antecipando e atuando de forma pró-ativa, traduzindo o exercício de cidadania e intervindo na mudança.

Um setor de oportunidades

Este projeto procura divulgar a relevância, o dinamismo e o impacto da Economia Social, como um setor de oportunidades para a criação de emprego.


O que move o projeto?
 

  • Promover a Economia Social e sensibilizar para os seus valores;
  • Demonstrar a importância da Economia Social na criação de emprego;
  • Promover a inovação social, contribuindo para a criação de novas respostas;
  • Incentivar o conhecimento e a disseminação de boas práticas.  


Consulte e/ou faça o download do folheto ES JOVEM aqui

Desemprego, violência e funcionamento da justiça fazem portugueses sentirem-se inseguros

27 de Maio de 2014

Barómetro 2014 da Segurança, Protecção de Dados e Privacidade em Portugal revela que mais de metade dos portugueses acha que a segurança piorou no último ano e cerca de metade acredita que situação vai agravar-se. Maioria desconhece Comissão Nacional de Protecção de Dados.
O factor que mais está a contribuir para a sensação de insegurança dos portugueses é o desemprego. De acordo com os resultados do Barómetro 2014 da Segurança, Protecção de Dados e Privacidade em Portugal, o desemprego (76,3%), o aumento da violência na sociedade (43,8%) e a aplicação prática da justiça (36,2%) são os três motivos que mais contribuem para a sensação de insegurança dos portugueses.
Este barómetro, feito por uma empresa de consultoria, a pedido de uma empresa de segurança privada, vai ser apresentado nesta terça-feira na presença, entre outros, do secretário de estado adjunto do ministro da Administração Interna, Fernando Alexandre, e também do director nacional da PSP e director central de Investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A quinta edição do barómetro mostra ainda que mais de metade da população portuguesa acredita que a sua segurança piorou bastante no último ano e 48% afirmam que ainda irá piorar nos próximos 12 meses. À questão “Como pensa que evoluiu a segurança dos cidadãos nas diferentes áreas geográficas nos últimos 12 meses?”, a maioria considera que piorou no mundo (53,9%),na Europa (55%) e em Portugal (56%). Apesar disso, 73% dos inquiridos acham Portugal um país seguro ou muito seguro e cerca de 80% sentem-se seguros ou muito seguros nas cidades onde vivem.
É na rua que os portugueses se sentem menos seguros (34,4%). Seguem-se parques de estacionamento (14,1%), transportes públicos e locais de acesso (8,7%) e discotecas e bares (5,2%). Mas também houve quem respondesse não se sentir “nada seguro” em parques de estacionamento, garagens, transportes públicos e locais de acesso, discotecas, bares, via pública, ourivesarias, bombas de gasolina, dependências bancárias e caixas multibanco. Os dados mostram ainda que 35,7% dos inquiridos já foi vítima de algum crime ou acto ilícito e que, destes, cerca de 66% denunciaram-no às autoridades.
Para a maior parte dos portugueses, o aumento do clima de segurança em Portugal passaria pela melhoria das condições socioeconómicas dos portugueses (71,2%), pelo aumento do número de efectivos das forças de segurança (45,5%) e pela melhoria da qualidade da educação nas escolas (33,6%).
Outro dado revelado pelo barómetro é o de que 53,9% da população desconhece a existência da Comissão Nacional de Protecção de Dados, que tem como objectivo tutelar a protecção de dados pessoais.

Videovigilância
Quanto à videovigilância, 63,2% referiram que se sentem mais seguros na presença de equipamentos de videovigilância e mais de 76% concorda ou concorda plenamente que um sistema de um Circuito Fechado de Televisão dissuade comportamentos ilícitos.
Cerca de 85% dos portugueses entendem que estes equipamentos contribuem para auxiliar as forças de segurança e 67% não os vê como uma invasão de privacidade – o local de trabalho é, porém, o sítio onde se sentiriam menos à vontade com a videovigilância.
Os parques de estacionamento e a via pública foram os locais mais referidos (40%) para a existência de videovigilância e quase 71% dos portugueses indicaram que abdicariam da privacidade a favor da instalação destes equipamentos nas ruas. A maioria também concorda com a colocação de câmaras em paragens de autocarro.
Apesar de já ir na quinta edição, este levantamento não foi feito em anos consecutivos, tendo sido realizado em 2006, 2007, 2008, 2009 e, agora, em 2014. Assim, embora os portugueses considerem que a insegurança aumentou no último ano, sentem-se mais seguros do que em 2009, quando cerca de 41% dos inquiridos classificaram Portugal como “seguro”.

O barómetro foi desenvolvido pela empresa de consultoria Premivalor Consulting, tendo sido considerados válidos 813 questionários, feitos à população de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro. O trabalho de campo realizou-se entre os dias 14 de Janeiro e 14 de Fevereiro de 2014. O levantamento foi feito a pedido e patrocinado pela empresa de segurança Esegur, que presta, entre outros, serviços de segurança como videovigilância, e que é detida em 50% pelo Grupo Banco Espírito Santo e pela Caixa Geral de Depósitos.

Fonte: Maria João Lopes, in Público on-line

 

Parceiros discutem acumulação de subsídio de desemprego com salário

27 de Maio de 2014

O Governo já apresentou aos parceiros sociais as medidas activas de emprego que quer manter ou revogar. Mas uma delas ainda não tem destino traçado e é apresentada como medida "a discutir".
Em causa está o incentivo à aceitação de ofertas de emprego, que permite que os desempregados continuem a manter uma parte do subsídio de desemprego se aceitarem um posto de trabalho que pague um salário inferior ao da prestação. Esta medida vigora até ao final do ano e permite acumular 50% do subsídio durante a primeira metade da duração do contrato (até 500 euros) e 25% durante a segunda metade (até 250 euros).
Entre as medidas a revogar, e tal como o Diário Económico já noticiou, constam iniciativas como os estímulos à mobilidade geográfica, previstos desde 1979, ou o subsídio complementar de formação, que pode ser oferecido a ex-estagiários de formação profissional. O Programa Vida-Emprego (estágios e apoio ao autoemprego) e a medida rotação emprego-formação (que apoia a substituição temporária de trabalhadores em formação por desempregados inscritos nos Centros de Emprego) também fazem parte das medidas a eliminar.
O Governo quer, no entanto, manter iniciativas mais recentes como o Estímulo 2013 ou o apoio à contratação via reembolso da TSU, mas acrescenta que estes apoios deverão ser substituídos pelo "Estímulo Emprego". Os Estágios Emprego e os estágios na Administração Pública também serão mantidos bem como a isenção de contribuições para a Segurança Social, os contratos Emprego-Inserção, o apoio à criação de empresas, o Programa Nacional de Microcrédito, o apoio a desempregados que querem criar o seu próprio emprego, entre outros.
O futuro das medidas activas de emprego é discutido amanhã entre parceiros sociais, no âmbito de um grupo de trabalho.

 Fonte: Cristina Oliveira da Silva, in Diário Económico

 

Há 170 mil “ocupados” que não contam para o desemprego

26 de Maio de 2014

Peritos em mercado de trabalho, incluindo do Ministério das Finanças e do Banco de Portugal, estão atentos ao impacto das políticas activas de emprego.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o número de pessoas registadas como "ocupadas" pelos centros de emprego quase duplicou face ao mesmo período de 2013. Há quase 170 mil "ocupados" que não contam para o desemprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Os números despertaram a atenção dos especialistas, que querem saber se este impacto está a ser significativo na retoma do mercado de trabalho. Mesmo dentro do Ministério das Finanças e do Banco de Portugal, o assunto está a ser seguido de perto, sabe o Diário Económico.
Em Abril, o IEFP contabilizou 668 mil desempregados. Mas neste grupo não estão incluídos 169.408 "ocupados" - pessoas que estão integradas em programas de emprego ou formação profissional, excluindo os que estão ao abrigo de programas que visam a integração directa no mercado de trabalho.
Entre Janeiro e Abril deste ano, o grupo dos "ocupados" aumentou 77,5% face aos mesmos quatro meses de 2013. Aliás, os números têm vindo sempre a crescer (acima de 50%) no último ano.
Este efeito, conjugado com o facto de a taxa de desemprego registada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ter começado a cair no segundo trimestre de 2013, mesmo sem a economia a crescer a um ritmo significativo, despertou a atenção dos especialistas.
O Económico sabe que há peritos atentos aos números, tanto no Ministério das Finanças, como no Banco de Portugal. Não se trata de desconfiar das estatísticas do INE ou do IEFP, sobre o mercado de trabalho, mas sim de avaliar o impacto das políticas activas de emprego na sua recuperação.
É que isso faz diferença na hora de projectar o comportamento futuro da economia. Se o impacto for relevante, recomenda-se cautela em relação às expectativas para a actividade económica. "É muito claro que uma boa parte da redução no número de desempregados tem a ver com isso. Talvez mais de metade", diz uma fonte que está atenta aos números, referindo-se aos dados do IEFP.
Pedro Martins, ex-secretário de Estado do Emprego do actual Governo, avança outra estimativa e diz que o crescimento destes apoios explica "entre um quarto e um terço" da subida do emprego. "Há também um efeito de interacção entre a economia e estes apoios: as empresas estão mais dispostas a contratar e havendo estas medidas, têm mais interesse", frisa.
A prova dos nove é difícil de tirar. Os dados dos centros de emprego mostram que se todos os "ocupados" fossem contabilizados como desempregados, então o desemprego ainda estaria a subir. Mas também é certo que é o facto de estar a ser feito um esforço grande nas políticas activas de emprego que faz com que muitas pessoas se inscrevam no IEFP.
Se forem usados os dados do INE, não é mais simples retirar conclusões: o instituto não desagrega a informação da mesma forma. Aqui, o factor mais relevante é se a pessoa recebe uma remuneração, independentemente de estar a ser paga pela empresa ou pelos cofres públicos.
É por isso que não é fácil isolar o efeito das políticas activas de emprego na melhoria do mercado de trabalho. Por exemplo, entre Estágios-Emprego e Contratos Emprego Inserção (trabalho socialmente necessário), o IEFP registava quase 65 mil pessoas (valores acumulados de Março). Nas estatísticas do INE, este grupo faz parte da população empregada - porque recebem uma remuneração além do subsídio de alimentação ou transporte.
Em Fevereiro, o presidente do IEFP, Jorge Gaspar, reconheceu o impacto das políticas activas de emprego. Mas defendeu que não deve ser feita uma leitura administrativa desta questão. "Essa relação dicotómica está na lei", argumentou. "Ou acreditamos nas políticas activas de emprego e de formação profissional, ou não. Se não acreditamos, a visão administrativa da realidade impõe-se", explicou na altura.
João Cerejeira, professor na Universidade do Minho, também não subscreve a tese de que o emprego criado seja "falso". E explica: "De certa maneira, [estas políticas] favorecem os números do desemprego e emprego, mas também é verdade que um número muito significativo destas pessoas, mesmo sem a medida provavelmente também estariam empregadas".
Francisco Madelino, ex-presidente do IEFP, também reconhece que não é só o efeito do crescimento económico que faz subir os números do emprego. "As políticas activas de emprego, em conjunto com a economia, explicam a evolução", garante.

Fonte: Margarida Peixoto e Cristina Oliveira Silva, in Económico

 

Economia informal e inclusão social de públicos desfavorecidos

23 de Maio de 2014

Emprego de qualidade, seguro e estável permite acesso à formação profissional, progressão de carreira, e construção de carreiras contributivas mais duradouras

A Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, com a consultoria do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, realizou um estudo sobre a importância da economia informal na inclusão social e integração profissional de pessoas afastadas da economia oficial. O estudo teve por base o testemunho confidencial de actores chave e os resultados, apresentados publicamente no passado dia 29 de Abril, são resumidamente os expostos nesta crónica.
É possível percepcionar a prática da economia informal como meio de acesso a trabalho e rendimento, num contexto em que a inclusão pelo emprego não se concretiza, e a protecção social está ausente ou não é suficiente para permitir a satisfação de necessidades básicas. A economia informal apresenta-se então como factor de atenuação da pobreza e da exclusão social, sendo possível reconhecer efeitos positivos no exercício temporário a nível económico, social ou psicológico. Assim, a economia informal surge como reacção às adversidades.
A redução da economia informal poderá pois ser equacionada pela via do emprego de qualidade. Neste caso evita-se a precariedade associada aos vínculos laborais, o trabalho passa a ser a tempo completo e os salários adequados ao custo de vida, pelo que se reduz o estímulo à prática da economia informal. Por outro lado, o emprego de qualidade, seguro e estável permite o acesso à formação profissional e à progressão de carreira, e possibilita a construção de carreiras contributivas mais duradouras e o acesso à protecção social.
Na eventualidade da ocorrência de situações de desemprego, é determinante a capacidade de resposta rápida, direccionada para a requalificação e para a reinserção no mercado de trabalho. Essa resposta deve permitir aos indivíduos e seus agregados manter a capacidade de satisfação das necessidades. Assim, a formação de um desemprego estrutural (de longa ou de muito longa duração) questiona a eficácia e o contributo das políticas sociais para a inclusão social dos mais vulneráveis. Se, por exemplo, a questão é equacionada entre a possibilidade de frequência de uma acção de formação de longo prazo, sem apoios adequados, e a realização de actividades na economia informal que permitam suportar despesas imediatas, a opção dificilmente privilegiará o investimento na futura reinserção profissional.
Para além da inclusão por via do trabalho por conta de outrem, há também a possibilidade de inclusão por via do trabalho por conta própria. Neste caso, na medida em que a economia informal se associa ao desenvolvimento de actividades em pequena escala por parte de indivíduos isolados, importa facultar as condições de acesso a informação de qualidade, minimizar os custos associados ao processo de formalização e, simultaneamente, apoiar os indivíduos a identificar e assegurar as competências necessárias ao futuro exercício em contexto formal. Para que a formalização possa dispor de maior probabilidades de sucesso é também importante equacionar a operação das empresas criadas em contexto informal, sendo crucial adequar as exigências à escala das actividades para que possam ser cumpridos os níveis mínimos. Se a adequação da carga fiscal e das obrigações contributivas se afigura essencial face à incerteza dos rendimentos, também os regulamentos e os custos de operação se podem constituir como obstáculos que os indivíduos associam à formalização. Trata-se, a este nível, de verificar a sua adequação ao contexto específico das actividades, à sua escala e natureza, e simplificar o cumprimento. Neste âmbito é determinante o papel do Estado e das suas instituições, mas também de outras organizações ao nível sectorial e local, por forma a incorporar a natureza específica das actividades e as dinâmicas territoriais associadas.
Em suma, não obstante a economia informal, enquanto fenómeno orgânico e profundamente imbricado nas interacções sociais, encontrar sempre o seu espaço próprio, a sua abordagem justifica-se pela necessidade de propiciar a inclusão no mercado de trabalho daqueles que actualmente encontram na mesma a única resposta possível à situação em que se encontram.

Fonte: Óscar Afonso, in iOnline

Périplo Nacional Contra o Desemprego

19 de Junho de 2014

Com início no Porto a 25 de Abril e final em Lisboa a 28 de Junho, seguindo-se a ilha dos Açores e Madeira, pode ainda acompanhar o Périplo Nacional - Contra o Desemprego vai que passará por mais de 90 localidades para divulgar os objectivos, as intenções, métodos e valores, do Banco de Partilha Social, enquanto Causa Social Nacional para a cidadania participativa.
Com este périplo proporciona-se o encontro directo com a população desempregada, principalmente junto dos jovens desempregados, para recolha de currículos e realização de " Pré-Entrevistas/Pré-Candidaturas, para as soluções de empregabilidade a criar, sejam as de “Anjos da Guarda Social” ou “Agricultores Sociais” e outras.

Acompanhe o facebook da iniciativa para saber mais.

 

Dados Eurostat 2013 - Inquérito ao Emprego

19 de Maio de 2014

O Eurostat lançou hoje a sistematização dos principais resultados para 2013 do Inquérito ao Emprego da UE (LFS) para a União Europeia (UE) como um todo (UE-28) e para todos os Estados-Membros.


Conheça os dados aqui.

Seminário Internacional EMPRESAS SOCIAIS E INSERÇÃO PROFISSIONAL NA EUROPA 2020

16 de Maio de 2014

Seminário promovido pela ENSIE - European Network of Social Integration Enterprises, uma rede de ONG reconhecida ao nível Europeu pelo seu papel activo na redução da pobreza e na inclusão social, sendo por esta razão apoiada pelo PROGRESS. O seminário é organizado pela RESIT Portugal, com o apoio da Comissão Europeia, do Instituto Politécnico do Porto e da Câmara Municipal do Porto.

Conheça aqui o programa e realize aqui a sua inscrição.

Conferência_ A Transformação das Relações Laborais em Portugal e o «Memorando de Entendimento»

15 de maio de 2014

O "memorando de entendimento" representou, entres outras consequências para a sociedade portuguesa, uma mudança nas relações e condições laborais a vários níveis – legais, salariais, sociais. O aumento exponencial do desemprego, a flexibilização das relações laborais e a pobreza são temas centrais da sociedade portuguesa atual. 
Nesta conferência internacional, pretende-se analisar criticamente as relações laborais em Portugal, hoje e na sua evolução no Portugal contemporâneo, dando um contributo de especialistas académicos da área – numa perspectiva interdisciplinar -, para compreender criticamente a dimensão social desta mudança.
Esta conferência receberá trabalhos sobre as relações laborais, abrangendo as condições laborais,  a evolução do estado social e da segurança social, as questões do emprego e do desemprego, a pobreza e o assistencialismo, atual e numa perspetiva histórica; a evolução entre as crises do desenvolvimento capitalista e as mudanças nas relações laborais em Portugal, na sua evolução histórica até aos dias de hoje; os conflitos sociais do mundo do trabalho e dos movimento sociais, bem como a memória destes movimentos.  
A conferência terá uma perspetiva interdisciplinar, pelo que serão acolhidos trabalhos das diversas áreas das ciências sociais: economia, história, sociologia, antropologia, direito.

A conferência decorrerá a 21, 22 e 23 de Maio, nas instalações do ISCTE-IUL, FCSH-UNL , CES-UC. Consulte aqui o programa completo.

 

Tem mais de 40 anos e está desempregado? Conte a sua história

7 de Maio de 2014

No final do ano passado, 31% dos 827 mil desempregados em Portugal tinham 45 ou mais anos. São 259 mil pessoas no auge da sua vida activa que poderão estar a ficar para trás.

No âmbito dos trabalhos de balanço da passagem da troika por Portugal, o PÚBLICO quer contar a história dos “novos-velhos” que têm dificuldade em voltar ao mercado de trabalho. Se está nessa situação ou conhece alguém que esteja, envie-nos uma mensagem para leitores@publico.pt a contar a sua experiência.

Fonte: Público on-line

Trabalho não declarado: Comissão propõe nova plataforma para melhorar a prevenção e a dissuasão

6 de Maio de 2014

A Comissão Europeia propôs no início de Abril de 2014 a criação de uma plataforma europeia para reforçar a cooperação a nível da UE, a fim de prevenir e dissuadir mais eficazmente o trabalho não declarado. A plataforma congregará vários organismos nacionais responsáveis pela aplicação da lei envolvidos na luta contra o trabalho não declarado, um fenómeno que prejudica gravemente as condições de trabalho, a concorrência leal e os orçamentos públicos.

Conheça aqui o pressrelease com mais informações. 

Troika deixa Portugal com uma taxa de emprego ao nível dos anos 80

5 de maio 2014

O mercado de trabalho foi a principal vítima de três anos de programa de ajustamento. Desemprego elevado e níveis de emprego próximos dos anos 80 deixam muitas interrogações quanto ao futuro.
Nos últimos três anos, o mercado de trabalho em Portugal foi atingido por um violento furacão, que deixou atrás de si um rasto de destruição nunca antes visto. Os números falam por si: a taxa de emprego voltou aos níveis dos anos 1980, perto de 827 mil pessoas estão desempregadas, meio milhão das quais há mais de 12 meses, cerca de 140 mil jovens procuram trabalho e a população activa reduziu significativamente, nomeadamente pela via da emigração.
Contas feitas, em três anos, a economia destruiu 332 mil postos de trabalho, atingindo com particular violência o sector da construção (que registou um recuo no emprego de quase 35%). A perda só não foi maior porque a partir do segundo trimestre de 2013, em resposta ao crescimento da economia, começaram a registar-se tímidos aumentos do emprego e um recuo na taxa de desemprego. Mas será essa recuperação do mercado de trabalho sustentável?
Ontem, o próprio vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, reconheceu – durante a conferência de imprensa para fechar a 12ª avaliação do programa - que as melhorias registadas são ”insuficientes face ao necessário”.

Leia a notícia na íntegra aqui

 

Empresas têm dificuldade em encontrar trabalhadores apesar do desemprego

5 de maio 2014

A Comissão Europeia destaca que em Portugal há um desajustamento crescente entre as características dos trabalhadores à procura de emprego e as necessidades das empresas que contratam
A Comissão Europeia afirmou hoje que as empresas da zona euro têm dificuldades em encontrar trabalhadores, apesar do elevado desemprego, destacando que há em Portugal um desajustamento entre as competências dos trabalhadores e as procuradas pelas empresas.
Nas previsões económicas da Primavera, hoje divulgadas, Bruxelas analisa o desemprego estrutural na zona euro e conclui que, "depois da recessão na segunda metade de 2008, o desemprego cresceu e as vagas caíram, indicando um choque negativo da oferta".
"A recuperação incipiente no final de 2009 foi, no entanto, acompanhada por um aumento das vagas sem uma queda ampla do desemprego, o que pode sugerir que os empregadores estão a ter dificuldades em encontrar trabalhadores apesar do elevado número de trabalhadores à procura de emprego", lê-se no relatório.
Bruxelas destaca também os "sinais tímidos de recuperação" do número de postos de trabalho disponíveis, que se registaram em meados de 2013, considerando que "o declínio correspondente do desemprego foi apenas limitado".
No entanto, a Comissão Barroso considera que estes resultados não são suficientes para concluir que houve uma deterioração permanente do mercado de trabalho e que o desemprego estrutural aumentou, apontando que estes resultados podem estar associados a um "ajustamento relativamente lento".
Entre os fatores que explicam a queda de correspondência entre trabalhadores e empregadores, Bruxelas sublinha o aumento da falta de correspondência das competências laborais.
A Comissão Europeia destaca que em Portugal há um desajustamento crescente entre as características dos trabalhadores à procura de emprego e as necessidades das empresas que contratam.
"Em relação ao papel da falta de correspondência de competências, a evidência demonstra padrões fortes entre os países. O desalinhamento crescente entre as qualidades dos trabalhadores e as qualidades exigidas pelos empregadores levou à degradação da eficiência do mercado de trabalho em Espanha, na Grécia e em Portugal", segundo Bruxelas.
Por oposição, na Alemanha, a redução da falta de correspondência das competências ajudou a melhorar a eficiência do mercado de trabalho, refere o documento.
A Comissão Europeia destaca que a parte cíclica do desemprego (a que depende da variação da economia) sugere que "o desemprego pode responder bem à aceleração projetada do crescimento do Produto Interno Bruto", mas alerta que a deterioração da correspondência do mercado de trabalho "pode traduzir-se num maior desemprego estrutural, com o desemprego cíclico a não ser reabsorvido até ao final do período da projeção".
Por isso, Bruxelas recomenda que sejam feitos "esforços para melhorar a eficiência da correspondência [do mercado de trabalho] e a empregabilidade dos trabalhadores", por forma a reduzir este risco.
A Comissão Europeia previu hoje que a taxa de desemprego na zona euro atinja os 11,8% este ano e que recue ligeiramente em 2015, para os 11,4%.
Em Portugal, as projeções de Bruxelas apontam para uma taxa de desemprego de 15,4% em 2014 e de 14,8% no próximo ano, acima da média da área do euro nos dois anos.

Fonte: Lusa/Sol 

 

Projectos e acções concretas para o ajudar a encontrar emprego

2 de Abril de 2014

 

 

 

Inspiração e motivação para quem está desempregado

A realidade do emprego (ou do desemprego) em Portugal tem estado na ordem do dia. Praticamente todos conhecemos alguém que nos últimos tempos ficou sem emprego, ou alguém que tendo acabado o curso superior ainda não encontrou um trabalho.

É uma realidade que está tão perto de nós e que, por vezes, nos faz sentir impotentes, sem capacidade para ajudar. Felizmente há associações e empresas que têm criado projectos muito concretos para ajudar quem precisa a encontrar trabalho, mas também a melhorar o seu currículo, a preparar-se para uma entrevista de emprego, enfim, a aumentar as suas hipóteses de empregabilidade.

E às vezes é bom começar bem perto de casa. Sabe quantas pessoas na sua empresa têm familiares e amigos no desemprego? E como essa realidade influencia a sua felicidade e o seu desempenho profissional?
A Microsoft e a Randstad criaram um projecto chamado Juntos pelo Emprego que pretende apoiar e formar desempregados, pessoas próximas de colaboradores da Microsoft, na procura activa de emprego. Um exemplo de responsabilidade social que pode ser inspirador. (Mais informações através de juntospeloemprego@randstad.pt)

Já ouviu falar no “workshop” Mover Portugal para desempregados? Estes “workshops” começaram por realizar-se em Lisboa mas já se estenderam ao resto do pais e até às ilhas. São feitos por antigos desempregados que ensinam outros a arranjar trabalho. São “workshops” gratuitos que neste momento até já têm listas de espera. Uma Iniciativa da Ideias&Desafios que vale a pena conhecer AQUI.

A ACEGE é uma associação de homens e mulheres, empresários, que partilham valores cristãos e procuram aplicá-los na sua vida profissional. Perante a taxa de desemprego em Portugal, a associação criou um Fundo, o Fundo Bem Comum. A ideia é dar novas oportunidades a quem, por causa da idade, foi “esquecido” pelo mercado de trabalho. Homens e mulheres seniores ainda com muito para dar a Portugal… Vale a pena conhecer este Fundo, para que serve e como funciona!

Se há quem conheça bem em Portugal a realidade do desemprego é a Cáritas. Por isso criou uma plataforma, a ”In Spira” –a ideia é disponibilizar, ao mesmo tempo, o perfil de competências dos candidatos a emprego e também projectos de trabalho empresarial ou social. A ideia é aproximar os empregadores dos desempregados a partir dos 45 anos de idade!
 
Fonte: RR

Emprego e situação social na UE: ligeira recuperação e acentuadas debilidades

1 de Abril de 2014

De acordo com dados lançados pela Delegação de Emprego e Assuntos Sociais da Comissão Europeia, os dados que apontam para a recente recuperação económica, demonstram também que ela não tem sido capaz de criar novos postos de trabalho e não tem demonstrado resultados de melhoria da situação social na UE. 

Conheça aqui mais informações, nomeadamente o suplemento sobre transições no mercado de trabalho, tendências ao nível da pobreza e exclusão social e tendências em despesas sociais. 

 

Santa Casa procura jovens e seniores desempregados para criação de negócios

28/03/2014

Os jovens até aos 30 anos, com formação académica superior, e seniores entre os 50 e os 64 anos, qualificados pela experiência profissional e que estejam a sentir dificuldade em regressar ao mercado de trabalho, podem concorrer ao programa até 27 de Abril. 
Jovens e seniores desempregados, qualificados e com perfil empreendedor podem candidatar-se, a partir de hoje, a um programa de empreendedorismo intergeracional promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para criação de negócios sociais.
O programa “UAW - United At Work”, de âmbito nacional e internacional, tem como finalidade selecionar jovens e seniores qualificados e desempregados para que “juntos criem novas empresas”, disse à agência Lusa a diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa.
Os jovens até aos 30 anos, com formação académica superior, e seniores entre os 50 e os 64 anos, qualificados pela experiência profissional e que estejam a sentir dificuldade em regressar ao mercado de trabalho, podem concorrer ao programa até 27 de abril, adiantou Maria do Carmo Marques Pinto.
“São mais de 60 oportunidades reais de negócio social identificadas por painéis de especialistas, em áreas em que a Santa Casa e os parceiros do Banco de Inovação Social (BIS) possuem um vasto conhecimento, experiência e capacidade agregadora de ativos de apoio”, nomeadamente na Saúde, Ação Social, Cultura e Património.
Estas ideias estão a ser estruturadas num “catálogo de oportunidades” para negócios sociais, que será apresentado no dia 23 de abril.
Os candidatos selecionados podem optar no catálogo pelo negócio com o qual se identificam mais.
“Achamos que isso é um valor acrescentado, uma maneira de dar mais eficácia ao apoio ao empreendedorismo, porque estas pessoas estão desempregadas e o grande desafio é que abracem um novo projeto de vida o mais rapidamente possível”, salientou a responsável.
Devido à “enorme taxa de mortalidade de projetos (normalmente 60% dos projetos não sobrevive ao primeiro ano), considerámos que o apoio ao empreendedorismo deve centrar-se na estruturação de oportunidades de negócio e selecionar os perfis empreendedores mais adequados”, sustentou.
Contudo, ressalvou, isto “não quer dizer que não possamos selecionar alguém em função da sua ideia, mas esta terá de ter na base uma oportunidade de negócio séria”.
Inicialmente serão selecionados 200 candidatos e, numa segunda fase, 120, para criar 12 equipas intergeracionais, com um mínimo de duas pessoas e um máximo de cinco.
As candidaturas selecionadas deverão ser anunciadas no início de maio.
O UAW é uma iniciativa de experimentação social, financiada pela Comissão Europeia por ser “radicalmente inovadora, ao inverter o modelo de apoio ao empreendedorismo, apresentando oportunidades concretas de negócios sociais, e porque reúne gerações para o fazer”, sublinhou Maria do Carmo Marques Pinto.
Além da Santa Casa, incluem-se entre os parceiros do UAW, a Câmara Municipal de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Beta-i, o Inatel, a ACIDI, o ISCTE e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre outros. 

Mais informações e candiaturas aqui

Já existe uma plataforma especializada em estágios

13 de Março de 2014

Chama-se estagiar.pt e garante ser a primeira plataforma portuguesa especializada em estágios. O objectivo é facilitar a pesquisa de ofertas de empresas em áreas como Publicidade, Direito e Economia
E se o estágios puderem ser mais eficazes na criação de emprego? Foi esta pergunta que levou Margarida Mesquita a criar a primeira plataforma especializada em estágios em Portugal, o estagiar.pt.
Licenciada em Psicologia Social e das Organizações (ISCTE-IUL), Margarida desenvolveu o “site” porque reconhece “a importância que os estágios bem organizados podem ter na formação dos jovens, bem como na sua integração num mercado de trabalho cada vez mais exigente”, refere, em comunicado.
A plataforma nasceu com o objectivo de “facilitar a pesquisa de ofertas de estágios, de forma a captar novos talentos que possam tornar as empresas mais competitivas e capazes de criarem novos postos de trabalho" e surgiu do constante interesse pela página de Facebook, onde já se partilhavam notícias relevantes sobre estágios, emprego e empreendedorismo.
Actualmente, o site funciona como um agregador de ofertas de estágios que disponibiliza toda a informação relevante sobre o enquadramento legal de cada tipo de programa existente, em áreas como Publicidade, Direito e Economia.
Simultaneamente, ainda aposta na formação de empresas através de “workshops”. No futuro, o estagiar.pt pretende ser um negócio social cuja sustentabilidade financeira vai assentar nos serviços prestados às empresas. Esta irá ainda possibilitar às empresas a criação de redes de contactos, de optimizar os recursos existentes e gerar oportunidades.

Fonte:Silvia Silvi in Público online 

 

 

Cáritas lança 'franchising' para apoiar desempregados e jovens

13 de Março de 2014

Desempregados de longa duração, jovens e microempresas podem candidatar-se, a partir de Abril, a um programa da Cáritas Portuguesa destinado a apoiar projectos de Franchising Social, micro negócios e actividades por conta própria.
O projecto "Franchising Social potenciado pelo Marketing Social", que é apresentado na quarta-feira em Coimbra, visa "a inclusão social pela via do empreendedorismo, por forma a autonomizar financeiramente pessoas em situação de desemprego", segundo a Cáritas.
"O franchising social potenciado pelo marketing social tem como fim último gerar valor de forma sustentada através da replicação de projectos-piloto de franchising social e da criação de micro negócios e actividades por conta própria", acrescentou.
Para desenvolver este programa, a Cáritas concorreu ao Programa Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu, que aceitou o projecto, disse hoje à Lusa o coordenador do projecto, Carlos Medeiros.
Este projecto é dirigido a "três universos": desempregados de longa duração, jovens, "para tentar suster a emigração desenfreada", e "quadros de empresas que perderam os seus empregos, mas que têm uma história profissional importante", explicou o responsável.
O principal desafio do programa é apoiar "microempresas em situação difícil" e ajudar pessoas desempregadas "a ter uma actividade por conta própria que seja sustentável", explicou.
Para isso, as pessoas poderão apresentar, a partir de Abril, à Cáritas uma ideia de negócio ou recorrer a um "banco de ideias" da instituição, que depois os apoiará na sua concretização.
"O primeiro desafio é ter uma ideia viável", de acordo com as necessidades do mercado, o segundo "é arranjar meios para financiar o projecto", adiantou.
Carlos Medeiros espera que o Governo "dê um pequeno fundo" para a concretização de uma experiência piloto na área do franchising social.
"Já falámos com o ministro Poiares Maduro e com o secretário de Estado [adjunto do primeiro-ministro] Carlos Moedas, que foram muito receptivos", disse, comentando que têm "a esperança que a receptividade passe a actos concretos".
O projecto é desenvolvido pela Cáritas Portuguesa, conta com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network e é co-financiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica/Fundo Social Europeu.

Fonte: Lusa/Sol

Campeonato Nacional das Profissões

13 de Março de 2014

O Campeonato Nacional das Profissões a realizar no Porto, de 25 a 30 de maio, conta com a participação de 350 concorrentes nas 48 profissões a concurso.

Os Campeonatos das Profissões são encontros onde os jovens têm oportunidade de competir entre si.

Consulte o Regulamento e o folheto informativo disponíveis em http://skillsportugal.iefp.pt

Mais emprego não esconde emigração e aumento dos desencorajados

6 de Fevereiro de 2014

Depois de ter iniciado 2013 com a taxa de desemprego mais alta de sempre e com a mais forte destruição de postos de trabalho de que há registo, no último trimestre do ano a taxa de desemprego recuou para os 15,3% (face aos 16,9% do último trimestre de 2012) e, pela primeira vez desde 2008, a população empregada teve um crescimento homólogo, interrompendo-se um período de cinco anos e meio de decréscimos sucessivos. Porém, parte da descida do desemprego continua a encontrar explicação na redução da população activa por causa da emigração e há sinais de alerta para o futuro: 525 mil pessoas, que representam mais de 63% dos 826,7 desempregados, estão sem trabalho há mais de um ano.

Os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que a população desempregada teve um decréscimo homólogo de quase 97 mil pessoas. Mas destes, apenas 30 mil voltaram a trabalhar. Os restantes 67 mil emigraram ou reforçaram o número dos que desistiram de procurar emprego, indicador que teve um aumento no último trimestre do ano passado.

Lia a notícia completa aqui

Fonte: Raquel Martins e Sérgio Anibal, Jornal Público

 

Parceria entre o IEFP e empresas privadas de emprego avança no primeiro semestre de 2014

6 de Fevereiro de 2014

O Governo quer avançar com a colaboração entre os centros de emprego e as empresas privadas de recursos humanos na gestão e colocação de desempregados não subsidiados. A intenção é lançar os primeiros projectos-piloto nos centros de emprego das regiões de Lisboa e do Porto durante o primeiro semestre de 2014. Estas regiões são as mais pressionadas do ponto de vista dos serviços de emprego, concentrando mais de 70% do total dos desempregados inscritos nos centros de emprego em Novembro passado.

Em declarações ao PÚBLICO, Octávio Oliveira, secretário de Estado do Emprego, explicou que se pretende aproveitar a experiência das empresas privadas de emprego e recrutamento de recursos humanos na gestão dos desempregados e contratualizar com estas entidades objectivos anuais ou semestrais.

“Prevemos que o projecto-piloto, ainda em fase de esboço, se aplique às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto”, precisou.

O modelo de contratualização ainda está a ser desenhado, assim como o perfil dos desempregados a abranger nestes projectos-piloto. Mas à partida, só serão abrangidos desempregados não subsidiados ou desempregados de longa duração que já esgotaram as prestações de desemprego. Em cima da mesa poderá estar um modelo em que a economia resultante da colocação destes desempregados possa reverter para as empresas de recursos humanos.

Lia a notícia completa aqui

 

Fonte: Raquel Martins, Jornal Público

Plataforma DW4Y – discutir soluções para promover emprego jovem

6 de Fevereiro de 2014

A OIT desenvolveu uma plataforma digital - DW4Y que proporciona um espaço de discussão, partilha de experiências e de opiniões no qual têm vindo a participar jovens de todo o mundo. DW4Y é uma plataforma interativa que ajuda a encontrar soluções para promover o emprego jovem.

Participa aqui

Implementação do Programa “Garantia Jovem”

15 de janeiro de 2014

A 15 de Janeiro de 2014, 17 Estados-Membros já submeteram à Comissão Europeia os seus planos finais de implementação da “Garantia Jovem”, uma proposta da UE que pretende apoiar jovens com menos de 25 anos a encontrarem emprego, formação contínua ou estágios no período de 4 meses após entrarem em situação de desemprego ou concluírem a sua educação formal. Neste 17 Estados Membros inclui-se Portugal com uma alocação específica da Iniciativa Emprego Juvenil de 150, 2 milhões de euros.

Para mais informações consulte aqui um documento da Comissão Europeia com informação do estado de implementação dos Planos da “Garantia Jovem”. 

Convenção do trabalho digno para trabalhadores domésticos

29 de Janeiro de 2013

O Conselho de Ministros da UE adotou a Decisão que incentiva os Estados Membro a ratufucarem a Convenção da OIT relativa ao trabalho digno para trabalhadores doméstivos. Poderá consultar aqui  a Convenção datada de 2011. Em vários aspectos a lei europeia é mais protectora do que a Convenção. No entanto, a Convenção revela-se mais precisa na cobertura legislativa em que se enquadram os trabalhadores domésticos e em outros aspectos particulares deste tipo de trabalho. 

 

Medidas Contrato Emprego Inserção e Inserção +

3 de Janeiro de 2014

Por deliberação do Conselho Diretivo do IEFP, I.P., de 24 de outubro de 2013, o período de candidaturas para as Medidas Contrato Emprego Inserção e Contrato Emprego Inserção +, decorre entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2014, inclusive. Para mais informações: http://www.iefp.pt/noticias/Paginas/encerramento_candidaturas_emprego_insercao_patrimonio_ativo.aspx

 

Jovens portugueses não têm dinheiro para estudar

13 de Janeiro de 2013

Portugal tem uma das mais altas percentagens de jovens que queriam prosseguir os estudos, mas não têm possibilidade de os pagar (38%), revela um inquérito patrocinado pela Comissão Europeia que é apresentado nesta segunda-feira em Bruxelas. O mesmo estudo revela que os alunos não estão bem informados sobre as oportunidades de trabalho antes de terminarem a escola secundária.

O inquérito, intitulado Educação para o Emprego: “Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar” e elaborado pela consultora McKenzie, questionou 5300 jovens, 2600 empregadores e 700 instituições educativas de oito países da União Europeia: França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.

O documento sublinha que entre os oito países estão as cinco maiores economias da Europa (Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha), dois dos países mais afectados pela crise (Grécia e Portugal) e um da Escandinávia (Suécia). No conjunto, estes países têm perto de 75% do desemprego jovem na União Europeia a 28.

O valor das propinas pago pelos estudantes nas universidades públicas ultrapassa os mil euros por ano e o relatório indica outro factor que eleva as despesas: a deslocação da área de residência. "Quarenta e cinco por cento dos jovens tem de sair da sua cidade para continuar a estudar".

Neste inquérito, um terço (31%) dos jovens portugueses declarou não ter tempo para estudar porque tinha de trabalhar, o valor mais elevado entre os países analisados. Além da situação económica, em geral, é também afirmado que "problemas com o sistema de educação-emprego não estão a ajudar", já que "apenas 47 por cento dos jovens acredita que os seus estudos pós-secundário melhoraram as perspectivas de emprego".

Fonte: Jornal Público

Como Portugal evoluiu nos últimos 40 anos

6 de Janeiro 2014

 

Um olhar  para a sociedade e a economia do país, tendo como pontos de referências os anos de 1973, 1993 e 2013. Consulte aqui uma síntese de dados elaborada para o Público por Cátia Mendonça, Célia Rodrigues, José Alves e Raquel Albuquerque. 

INE vai passar a disponibilizar mensalmente a taxa de desemprego

6 de Janeiro 2014

A produção de estimativas mensais para a taxa de desemprego pretende «dar resposta a uma necessidade há muito sentida

O Instituto Nacional de Estatística (INE) passará a disponibilizar estimativas mensais nacionais para a taxa de desemprego em 2014, em articulação com o Eurostat e com base «numa metodologia mais adequada».

A informação é avançada, em comunicado, pelo Conselho Superior de Estatística (CSE), o órgão que tem como missão orientar e coordenar o sistema estatístico português.

De acordo com o CSE, a produção de estimativas mensais para a taxa de desemprego pretende «dar resposta a uma necessidade há muito sentida pelos utilizadores» e permitirá «um acompanhamento da evolução do mercado de trabalho com base em informação mais frequente e estável».

As Estatísticas de Emprego produzidas pelo INE eram até aqui elaboradas numa base trimestral, tendo o instituto divulgada a 7 de novembro dados relativos ao terceiro trimestre de 2013, que posicionavam a taxa de desemprego em Portugal nos 15,6%.

As estatísticas relativas ao último trimestre de 2013, de acordo com a informação prevista no site do INE serão disponibilizadas a 05 de fevereiro.

Este ano, terá também lugar uma nova mudança de base das Contas Nacionais Portuguesas, cujos primeiros resultados serão divulgados em setembro, consequência da adoção do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais e da incorporação de informação estrutural, nomeadamente dos resultados dos Censos de 2011.

Estão ainda previstos, de acordo com o CSE, novos inquéritos, a realizar em parceria com instituições públicas, como o Inquérito Nacional de Saúde, Inquérito ao Uso do Tempo e o Inquérito Social Europeu, dependentes ainda de cofinanciamento.

O CSE alertou também esta sexta-feira para os «riscos gravosos» da redução da dotação orçamental do Instituto Nacional de Estatística, considerando que o corte compromete a produção e divulgação de informação e a credibilidade do país, como relata a Lusa. 

Fonte: TVI24

Que geração é esta?

6 de Janeiro 2014

Os dados mais recentes da OCDE revelam que um em cada três jovens portugueses não trabalha. Em Agosto de 2013, a taxa de desemprego jovem rondava os 36,8%. Outro fenómeno, do qual não há dados concretos, pelo menos dados que diferenciem os jovens da restante população activa, é o da emigração “da geração mais qualificada do país”. Sabe-se que em 2013 quase milhão e meio de portugueses deixaram o país de Camões para fugir ao desemprego e às condições de trabalho instáveis e precárias. Portugal está no top dos países da OCDE onde se verificou a segunda maior taxa de emigração, 14,2%.

Segundo André Freire, “esta é a geração que menos respeita as hierarquias, as instituições e as tradições”, daí que esteja na linha da frente das acções “mais disruptivas”.

É na voz do secretário-geral da JS, João Torres, que de forma esquemática surge o “grande problema” desta geração, as dificuldades de emancipação, que o jovem divide em quatro: emprego, qualificações, habitação e mobilidade. 

Ainda que admita que o desemprego jovem é o tema “mais dominante da agenda pública do país”, o jovem político diz ser necessário desmitificar a ideia de que há licenciados a mais e chama a atenção para “o desinvestimento no ensino superior”. João acrescenta ainda que “os problemas da habitação e da mobilidade” passam por vezes despercebidos e lembra “o flagelo daqueles que não conseguem sair da casa dos pais”.

Manuel Braga da Cruz, o homem que liderou a Universidade Católica de Lisboa durante 12 anos, fala-nos com propriedade de “uma juventude que tem maior informação, formação, exposição aos media e maior capacidade de ser mobilizada social e politicamente”, e é depois desta conclusão que admite que um dos maiores problemas dos jovens portugueses é o retardamento da aquisição da maturidade social. A tal emancipação que tarda e que é alvo de preocupação do líder da JS. 

Na opinião de Braga da Cruz, o retardamento no ingresso na vida activa não se deve apenas aos partidos e às instituições, deve-se sim a inúmeros factores sociais e à própria evolução da sociedade. O professor justifica-se explicando que “a escolarização afastou a maturidade biológica da maturidade social” e que a juventude é produto das sociedades modernas. 

Fonte: Teresa Camarão, in Público on-line 

Governo oferece trabalho abaixo do salário mínimo

6 de Janeiro 2014

 

O Governo publicou, no passado dia 31, uma portaria que irá permitir a milhares de portugueses desempregados receber 419,22 euros em troca de “trabalho socialmente necessário”. 

Esta medida, pretende combater "situações de exclusão e risco social" e promove oito horas de trabalho diário em troca de um valor abaixo do salário mínimo nacional, revela o "Jornal de Negócios". 

De acordo com o mesmo, a partir do final deste mês, os portugueses que estiverem desempregados há mais de um ano, que não recebam subsídio de desemprego, que integrem uma família monoparental ou com cônjuges também desempregados vão ser abrangidos pelos chamados contrato emprego-inserção. O objectivo, explica o Governo na portaria publicada, é o de “fazer face a situações de exclusão e risco social” e o de promover a empregabilidade, reduzindo o risco de desmotivação ou marginalização. 

A novidade desta medida prende-se com o alargamento do leque de beneficiários. Até aqui destinava-se apenas a desempregados subsidiados e a desempregados que recebessem o rendimento social de inserção. Agora, os desempregados que não recebem qualquer benefício poderão garantir, ao final do mês, 419,22 euros mais o respectivo subsídio de alimentação - valor inferior ao salário mínimo nacional (485 euros). 

Este alargamento abrange também as empresas. A partir do final do mês são alargadas as candidaturas a empresas privadas do sector empresarial local. Até agora só os serviços públicos e autarquias podiam candidatar-se. 
 
Fonte: iOnline

 

A Anatomia da Crise: Identificar os problemas para construir as alternativas

6 de Dezembro de 2013

A 11 de Dezembro de 2013, pelas 14:30 no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa terá lugar a apresentação pública do primeiro relatório anual do Observatório sobre Crises e Alternativas, em versão ainda preliminar. Esta tem em vista, por um lado, sujeitar o relatório à apreciação crítica de um painel de comentadores, com vista à sua melhoria, e, por outro, pôr em discussão as implicações que dele decorrem em termos de cenários futuros e de políticas de resposta à crise.

A inscrição nesta iniciativa é gratuita, mas obrigatória. Conheça mais aqui

Banco de Inovação Social chega ao Porto

13 de Novembro de 2013

A Santa Casa da Misericórdia do Porto assinou o Acordo de Colaboração para se tornar o 26º membro do BIS. Paralelalmente, a Santa Casa também se tornou no terceiro membro do Fundo de Investimento Social - Fundo BIS. No Porto abrirá em breve uma Plataforma Operacional do BIS na sede da Santa Casa da Misericórdia do Porto. A Plataforma será presidida por um representante da Santa Casa e dela formarão parte membros do BIS, Entidades Operacionais e Investidoras que irão ser convidadas.

Em entrevista ao Jornal Notícias, António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, referiu que o BIS representa justamente "uma nova atitude e um novo esforço de comportamento de várias forças vivas da sociedade portuguesa". Reconheceu que há pela frente "muitos desafios", mas disse estar "firmemente convicto" de que o BIS atingirá os objetivos. "Estamos perante um projeto inovador que convoca responsáveis políticos, instituições públicas e privadas e a sociedade civil. Estou convencido de que terá um efeito multiplicador muito grande na resposta à crise do Estado Social."

Saiba mais em http://bancodeinovacaosocial.pt/ 

 

VI edição do prémio Europeu Carlos Magno para a Juventude

13 de Novembro de 2013

O Prémio Europeu Carlos Magno para a Juventude, organizado conjuntamente pelo Parlamento Europeu e pela Fundação do Prémio Internacional Carlos Magno, em Aachen, é atribuído a projectos desenvolvidos por jovens entre os 16 e os 30 anos. Os projectos vencedores devem servir de modelo para os jovens na Europa e dar exemplos práticos de Europeus que vivam em comunidade. Entre os programas habitualmente seleccionados, contam-se intercâmbios de jovens, projectos artísticos e de internet com dimensão Europeia.

O prazo de candidaturas termina a 20 de Janeiro de 2014. Os três projectos vencedores receberão 5.000, 3.000 e 2.000 euros, respectivamente, e serão convidados a visitar o Parlamento Europeu no Outono de 2012.

Para mais informações consulte o site do prémio aqui

Relatório da OIT afirma que medidas adicionais são necessárias para resolver a crise de emprego em Portugal

5 de novembro 2013

Com níveis sem precedentes de desemprego e com o investimento em declínio, o novo relatório da OIT descreve a situação socio-económica do país como "crítica". Um em cada sete postos de trabalho foram perdidos em Portugal desde o início da Crise Global em 2008, afirma o novo relatório: "Enfrentar a Crise de Emprego em Portugal", realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Uma parte significativa desta deterioração ocorreu desde o ínicio do programa de assistência financeira em 2011, sendo os jovens trabalhadores e as famílias com crianças pequenas desproporcionalmente afetados.

O relatório descreve a situação sócio-económica do país como "critíca", marcada por níves sem precedentes de desemprego, um declínio drástico de investimento produtivo e uma recuperação económica que provavelmente será demasiado fraca para alcançar um nicho nos números de desemprego.

"Muitas das ações políticas até agora, focaram-se na redução do défice fiscal e no impulso da competitividade", afirma Raymond Torres, chefe do Departamento de Pesquisa da OIT.

De acordo com o relatório. novas políticas são necessárias para enfrentar as tendências negativas. Os seus resultados serão discutidos numa Conferência de Alto Nível a realizar-se em Lisboa dia 4 de novembro.

"Cortes nos salários e nos programas sociais, juntamente com aumento dos impostos, erodiram os rendimentos das famílias e a procura doméstica. As pequenas e médias empresas  lutam para encontrar crédito, oq eu significa menos oportunidades para a criação de emprego," explicou Torres.

Factos e Números

O desemprego está na sua marca histórica dos 17 por cento e estabilizou recentemente.

Um em cada sete empregos foram perdidos desde 2008, tendo 2/3 dessas perdas ocorrido nos últimos dois anos. 56% das pessoas que estão à procura de emprego e que estão sem trabalho há mais de um ano, estão a perder competências e motivação. Muitos trabalhadores foram obrigados a emigrar- incluíndo alguns dos jovens mais talentosos e qualificados.

O custo de empréstimo para as empresas portuguesas é de 5,5%, comparativamente aos 2% das alemãs. As exportações para países fora da União Europeia crescream 30% em 2012.

As empresas portuguesas conseguem responder rapidamente à procura interna e às exportações, devendo as condições de crédito ser restauradas. Há uma tradição fecunda de diálogo social no país.

"O relatório demonstra que é possível reduzir os défices fiscais e reduzir o desemprego ao mesmo tempo, em vez de favorecer um objetivo às custas do outro".

Saiba mais aqui e consulte o relatório na íntegra no nosso separador de documentos.  

Medida Vida Ativa - Acordos de Cooperação IEFP e Instituições de Ensino Superior

30 de Outubro de 2013

No âmbito da implementação da medida Vida Ativa, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.celebrou no dia 29 de outubro, 10 Acordos de Cooperação com Universidades e Faculdades de referência no plano nacional, com a homologação de Sua Ex.ª o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social:

  • Universidade do Minho
  • Universidade Católica – Católica Porto Business School
  • Universidade do Porto – Porto Business School
  • Universidade da Beira Interior
  • Universidade de Aveiro
  • Universidade de Coimbra - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e Faculdade de Economia
  • ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
  • Universidade de Lisboa - Instituto Superior Técnico
  • Universidade de Évora
  • Universidade do Algarve

Ao apostar na mobilização alargada destes atores, o IEFP, I.P. procura reforçar as parcerias estratégicas que contribuem para adequar as qualificações dos desempregados, em particular dos detentores de habilitações de nível superior e com baixa empregabilidade, às necessidades do mercado de trabalho, nomeadamente através da aquisição de competências que promovam a empregabilidade destes públicos, como o empreendedorismo, a gestão, o empowerment ou outras áreas técnicas de elevada especialização.

Pretende-se que a formação desenvolvida ao abrigo destes Acordos de Cooperação abranja cerca de 900 desempregados inscritos nos serviços de emprego das cinco Delegações Regionais do IEFP, I.P.

 

Fonte:IEFP 

 

Encontrar um emprego na Europa

30 de Outubro de 2013

Viver e trabalhar noutro país é, cada vez mais, uma opção para muitos europeus.

Para ajudar todos os têm um projetos de mobilidade dentro da Europa, a Comissão Europeia lançou o Guia para candidatos a emprego.

Através desta publicação a rede Eures sistematiza todos os aspetos a considerar na preparação de um projeto pessoal de mobilidade: 

Descarregue aqui a publicação: Encontrar um Emprego na Europa - Guia para candidatos a emprego

Fonte: IEFP

Estudo defende "mudança radical" nos apoios à criação do próprio emprego

30 de Outubro de 2013

Um estudo desenvolvido nos últimos três anos por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) defende “uma mudança radical” das políticas de resposta aos desempregados.

“É necessária uma mudança profunda nas políticas de resposta às pessoas que se encontram em situação de desemprego”, concluiu uma investigação desenvolvida “ao longo dos últimos três anos, por uma equipa multidisciplinar de dez investigadores” daquela instituição, afirma uma nota da UC divulgada nesta segunda-feira.

A formação profissional é uma das áreas que tem de ser repensada, afirmam os especialistas, sustentando que é necessária uma “formação pragmática”. Alertam, por outro lado, para “a burocracia excessiva” que contraria o empreendedorismo.

Denominado “Impactos e ajustamentos psicossociais da transição para o desemprego involuntário de pessoas com idade igual ou superior a 40 anos”, o estudo sublinha que a “aceitação do desemprego como um fenómeno transversal na nossa sociedade exige um apoio sistemático e holístico”.

Esse apoio deve “oferecer as condições necessárias para que o indivíduo possa ter acesso e sucesso nas suas alternativas”, salienta Eduardo Santos, coordenador do estudo e coordenador científico do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Vocacional e Social da UC.

Financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, a pesquisa – da qual já resultou o livro De Desempregados a Empreendedores – considera que “um dos ajustamentos mais eficazes” ao desemprego “é a criação do próprio emprego, porque o Estado Social está a falhar”. As actuais “políticas de apoio [aos desempregados] estão ultrapassadas”, sublinha Eduardo Santos.

“Há uma burocracia excessiva que leva os desempregados a arriscarem pouco no empreendedorismo” e “é urgente repensar, por exemplo, a formação profissional, apostando numa formação pragmática centrada na flexibilidade e no desenvolvimento de competências de competitividade capazes de vencer as regras do mercado, que é extremamente agressivo”, afirma.

Perante as conclusões obtidas no estudo, que envolveu mais de dois milhares de cidadãos em situação de desemprego, os investigadores elencaram um conjunto de recomendações práticas para a reformulação de políticas.

Defendem, por exemplo, a criação de um serviço nacional de atendimento aos micro empresários, que “os ajude a gerir aspectos como competitividade, eficiência, custos e lhes faculte informação e apoio”. Outra das medidas preconizadas pelos investigadores aponta para a formação de “uma rede onde todos os micro empresários possam estar sempre em contacto para a partilha de experiências e troca de informações”.

 

Fonte: Jornal Público/LUSA


 

Portugal abaixo da média na meta de emprego da Estratégia 2020

30 de Outubro de 2013

Portugal estava, em 2012, dois pontos abaixo da média europeia (66,5% contra 68,5%) no caminho para a meta estabelecida para a taxa de emprego em 2020 (75%), segundo dados sobre a Estratégia 2020, divulgados nesta terça-feira pelo Eurostat.

Na análise que faz dos números divulgados no estudo sobre os principais indicadores da Estratégia 2020, o gabinete oficial de estatísticas europeu atribui a diferença de 8,5 pontos percentuais no indicador de emprego em relação aos 75% fixados como meta, ao “impacto particularmente grave” da crise, em Portugal.

Em relação à luta contra a pobreza e a exclusão social, os números mostram que o objectivo nacional está perto de ser cumprido, com 2,6 milhões de pessoas em risco ou em situação de pobreza ou de exclusão social, sendo o objectivo de 2,55 milhões, segundo dados de 2011.

Na UE, havia, em 2011, 119,8 milhões de pessoas em situação de pobreza ou de exclusão social, sendo a meta para 2020 de 95,7 milhões.

O Eurostat, que publica indicadores chave da Estratégia 2020, mostra ainda que, segundo dados de 2011, Portugal investiu 1,49% do Produto Interno Bruto (PIB) em Inovação e Desenvolvimento (I&D), tendo como meta, para 2020, um mínimo de 2,7%.

A média europeia, neste indicador é de 3,0% do PIB, sendo o investimento em I&D estimado, também com base em dados de 2011, em 2,03%.

Em relação aos números sobre educação, o Eurostat sublinha que “Portugal é o país que está mais longe do seu objectivo para a redução da taxa do abandono escolar precoce”, que, em 2012, era de 20,8%.

A meta, para 2020, é de reduzir a taxa do abandono escolar precoce para menos de 10% e a média europeia era, no ano passado, de 12,8%, segundo dados provisórios.

Também no objectivo comum de aumentar para, pelo menos, 40% a percentagem da população na faixa etária dos 30-34 anos que possui um diploma do ensino superior, Portugal é o segundo pior da UE, com uma taxa (em 2012) de 27,2%, muito abaixo da média europeia de 35,8%.

Já no que respeita à obtenção de 20% da energia a partir de fontes renováveis, o Eurostat sublinha que Portugal, com uma taxa de 24,5%, em 2012, já ultrapassou a meta fixada pela UE para daqui a sete anos, de 20%.

O objectivo nacional, neste indicador, é de 31% para 2020.

A estratégia Europa 2020 é um plano a dez anos que visa criar um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo e centra-se em cinco objectivos: emprego, investigação, educação, redução da pobreza e clima e energia.

 

Fonte: Jornal Público, Lusa 

Programa Garantia Jovem em vigor no início de 2014

30 de Outubro de 2013

O Ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, afirmou, a 15 de Outubro, que o programa de apoio ao emprego Garantia Jovem «entrará em funcionamento no início de 2014, sendo crucial para garantir mais oportunidades de trabalho» para as pessoas até aos 30 anos de idade. Estas declarações foram feitas em Bruxelas, no final de uma reunião com o comissário europeu do Emprego, Lázló Andor.

«Já conseguimos garantir a aplicação deste programa para jovens até aos 30 anos de idade, esta é uma novidade muito importante», sublinhou o Ministro, referindo que «neste momento, está a ser discutido se é possível conseguir financiamento acrescido por isto mesmo».

Pedro Mota Soares afirmou ainda que «os últimos dados sobre o desemprego são animadores», embora «seja preciso continuar a trabalhar muito para combater as elevadas taxas de desemprego em Portugal». «A expectativa que tínhamos em matéria de desemprego é menor do que inicialmente, mas isto não faz o Governo baixar os braços», acrescentou.

Lembrando que os anteriores programas Impulso Jovem 2012 e 2013, «foram reformulados para chegar a muito mais jovens alcançando, no total, apoios para cerca de 60 mil pessoas», o Ministro referiu também que «é fundamental, conjuntamente com os parceiros sociais, podermos executar o mais rapidamente possível o programa Garantia Jovem, de forma darmos a muitos jovens uma primeira oportunidade».

O programa Garantia Jovem é uma iniciativa cujo objetivo é assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, estágio ou programa de formação.

No Conselho Europeu de junho, os Estados-membros decidiram antecipar para 2014 e 2015 a disponibilização de uma verba de seis mil milhões de euros destinada a este programa, inicialmente prevista para o período 2014-2020.

 

Fonte: Portugal.gov

Workshop Cidadania Ativa - 14 de Novembro - Auditório da Câmara Municipal da Batalha

28/10/2013

No próximo dia 14 de Novembro terá lugar um workshop regional do Centro promovido pela EAPN Portugal no qual se pretende (re)pensar práticas e estratégias de cidadania ativa. Conheça aqui o programa e realize a sua inscrição gratuíta e obrigatória até 12 de Novembro.  

Europa 2020 - Promoção de parcerias empresariais em Portugal

14 de outubro de 2013

No próximo dia 28 de Novembro, em Lisboa, a Rede Empresarial da Europa (organismo da Comissão Europeia),  enquadrada na Estratégia Europa 2020 e em parceria com entidades portuguesas, organiza uma conferência com o objetivo de divulgar ao tecido empresarial europeu as oportunidades de investimento em e a partir de Portugal. fomentando parcerias não apenas neste contexto europeu mas igualmente além-fronteiras (ex. Angola e Brasil). O enfoque incidirá nos setores identificados como chave para o crescimento em Portugal, a saber: economia do mar; saúde; turismo; componentes automóvel; componentes de aeronautica; agricultura e alimentação; papel; centros de serviços partilhados, embora tenham igualmente lugar a destaque outros setores. 

Saiba mais aqui

 

III Jornadas da Economia Social

11 de outubro de 2013

Nos dias 31 de outubro e 1 de novembro, na Fundação Caixa Agrícola de Leiria, realizam-se as III Jornadas de Economia Social, sob o tema “Responsabilidade Social, Sustentabilidade e Bem-Estar nas Organizações”. A iniciativa é uma organização conjunta da APEPI – Associação de Pais e Educadores para a Infância de Pombal, Associação de Desenvolvimento Social da Freguesia de A-...dos-Negros, Centro Comunitário do Landal, Liga Social e Cultural Campos do Lis, Núcleo Distrital de Leiria da EAPN Portugal/ Rede Europeia Anti-Pobreza e Vida Plena – Associação de Solidariedade Social de Leiria, em parceria com a Fundação Caixa Agrícola de Leiria e Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria.

O encontro tem por base os seguintes objetivos:

a) Sensibilizar as entidades do setor lucrativo para a importância da Responsabilidade Social, enquanto fator de desenvolvimento económico e social;

b) Dotar as organizações sociais sem fins lucrativos (OSFL) de instrumentos que lhes permitam contribuir para a sustentabilidade, a nível financeiro, ambiental e social, através da apresentação de casos práticos

c) Divulgar práticas de bem-estar nas organizações com e sem fins lucrativos.

Esta ação dirige-se a empresários/as; dirigentes, técnicos/as e colaboradores de OSFL; dirigentes de entidades do poder local; professores/as, estudantes e todos/as os/as interessados/as nesta temática

Conheça aqui o programa e realize a sua inscrição. 

"Prémios ao Valor Social" vai atribuir 205.000€ a projetos sociais

8 de Outubro de 2013

O Grupo CEPSA organiza mais uma edição dos seus “Prémios ao Valor Social”. Com esta iniciativa, incluída no âmbito da Responsabilidade Corporativa, a CEPSA pretende reconhecer e apoiar os melhores projetos sociais e de solidariedade, colocando especial ênfase nos grupos mais desfavorecidos.

Este ano, a CEPSA repartirá 205.000 euros entre os melhores projetos apresentados em Portugal, Espanha (Huelva, Campo de Gibraltar, Canárias e Comunidade de Madrid) e Colômbia.

A CEPSA deseja promover estes valores solidários entre os seus colaboradores, a quem atribui protagonismo nestes Prémios: os projetos apresentados devem ser “apadrinhados” por, pelo menos, um colaborador do Grupo. Ficarão os colaboradores também responsáveis por eleger um dos projetos finalistas, que será distinguido com o “Prémio Especial do Grupo CEPSA”, um galardão que nasceu na edição de 2012.

O prazo de apresentação de candidaturas é de 16 de setembro a 13 de outubro de 2013.

Mais informações em www.valorsocialcepsa.com.pt

Lisboa recebe o maior evento de empreendedorismo da Europa

30 de Setembro de 2013

Lisboa vai receber um dos maiores eventos de empreendedorismo da Europa no próximo mês de novembro.  Com a duração de uma semana, o Explorers Festival vai permitir aos seus participantes partilhar conhecimento e ideias, explorar ferramentas de negócio e encontrar a inspiração que necessitam para fazer vingar o seu projeto numa economia competitiva.

Para André Marquet, Fundador da Beta-i e Coordenador do projeto, “...é o evento obrigatório para todos os atuais e futuros empreendedores. É o ponto de encontro das ideias e da criatividade e é um evento capaz de inspirar, desafiar e conectar empreendedores, investidores, mentores e provedores de serviços. Trata-se sem dúvida alguma, do maior evento de empreendedorismo a realizar-se este ano em Portugal e um dos maiores da Europa, com a presença dos principais players dos ecossistemas do Brasil, EUA, Israel e da Europa.”, referiu em comunicado.

O Explorers Festival decorrerá entre os dias 1 e 8 de Novembro, na Central Station (Lisboa) e será composto por três eventos principais: o Bootcamp, o Toolbox e a grande Conferência. 

Os bilhetes para o Bootcamp são extremamente limitados e já podem ser adquiridos em http://www.explorersfestival.com/tickets/ e as entradas para os restantes eventos, bem como o pack de acesso a todo o Explorers Festival, estão disponíveis aqui.

Fonte: Impulso Positivo

Comissão Europeia lança concurso para Capital Europeia da Inovação

30 de Setembro de 2013

A Comissão Europeia lançou a 3 de Setembro o primeiro concurso destinado a selecionar a Capital Europeia da Inovação, ou iCapital. O prémio destina-se a recompensar a cidade que está a construir o melhor «ecossistema de inovação», ligando cidadãos, organizações públicas, universidades e empresas. Atendendo a que 68% da população da UE vive atualmente em zonas urbanas, são estas que mais contribuirão para tornar a Europa mais inovadora. As cidades promovem a inovação nos serviços que prestam, mas a chave é criar o ambiente adequado para a inovação a outros níveis e permitir a ligação entre a esfera pública e privada. Na primavera de 2014, um painel de peritos independentes escolherá a cidade vencedora, à qual será atribuído um prémio de 500 000 EUR destinado à promoção dos seus esforços. O prazo para entrega de candidaturas é 3 de dezembro de 2013.

As cidades candidatas devem visitar o sítio Web do prémio iCapital para  informações e consulta do regulamento e condições. As perguntas relativas às candidaturas podem também ser enviadas para: rtd-i-capital@ec.europa.eu.

Conheça aqui o comunicado de imprensa com mais detalhes da iniciativa.

Rede de Gestão e Percepção de Negócios

30 de Setembro de 2013

Queres criar uma empresa ou desenvolver um projeto, mas sentes que te falta algo para começar? Tens entre 18 e 30 anos de idade, e o ensino secundário concluído?
 Durante cinco meses o programa Impulso Jovem oferece:

- Bolsa de apoio financeiro no montante máximo de 691,71 EUR (se fores licenciado) ou, no mínimo, de 544,99 EUR (se tiveres o ensino secundário concluído).
- Ateliês de capacitação, no total de 32 horas, para que possas ter aquele apoio necessário para completar, por exemplo, a parte financeira ou comercial do teu projeto.

Conhece mais aqui.

Passaporte para o Empreendedorismo

30 de Setembro de 2013

O Passaporte para o Empreendedorismo pretende estimular jovens empreendedores qualificados a desenvolverem o seu projeto de empreendedorismo inovador - ainda em fase ideia - através de um conjunto de ferramentas técnicas e financeiras.
A 7º fase para submissão de candidaturas decorre até 15 de Novembro.

Conhece mais aqui.

Subsidio apenas chega a 44% dos desempregados

30 de Setembro de 2013

O número de desempregados a receber prestações de desemprego em Agosto aumentou, mas os apoios continuam a deixar de fora mais de metade. Os dados divulgados nesta segunda-feira pela Segurança Social dão conta de 387.126 pessoas a receber subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego.

Tendo em conta os últimos dados do Eurostat, que dão conta de 878 mil desempregados em Portugal durante o mês de Julho, conclui-se que a protecção apenas chega a 44% das pessoas sem trabalho, deixando sem apoio mais de metade. Ainda assim, o número de pessoas a receber apoios no desemprego teve um crescimento ligeiro (0,8%) em relação a Julho e de quase 5% face ao ano passado.

O valor médio das prestações de desemprego foi, no final de Agosto, de 481,94 euros. Trata-se de uma redução de 0,5% face a Julho e de 4% em relação ao ano passado.

O valor da prestação de desemprego tem como referência o salário dos desempregados quando estavam no activo e está sujeito a limites. Desde o ano passado, o Governo alterou as regras do subsídio de desemprego. O limite máximo desceu de 1258 euros para 1048 euros e após os primeiros seis meses a prestação leva um corte de 10%. Estas medidas influenciam o valor do subsídio.

Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego inicial, o subsídio social de desemprego subsequente e o prolongamento do subsídio social de desemprego.

Os dados da Segurança Social dão ainda conta de uma diminuição do número de crianças e jovens a receber abono de família, interrompendo o crescimento mensal que se verificava desde Janeiro deste ano. Perto de 1500 crianças e jovens perderam o direito ao abono de família entre Julho e Agosto. Ao todo, havia 1.198.669 beneficiários, menos 0,12% do que em Julho e menos 1,3% face ao ano passado.

As prestações de rendimento social de inserção (RSI) também registaram uma quebra no mês de Agosto. Os dados que hoje foram divulgados onlinerevelam que havia 265.259 beneficiários, menos 1,6% do que em Julho e menos 10,2% do que no mesmo mês de 2012. Também o RSI foi alvo de alterações legislativas, que têm influenciado o acesso a esta prestação.

Já o valor pago a cada beneficiário aumentou ligeiramente, tendo chegado a 83,28 euros. Este valor compara com os 82,81 euros em Julho e com os 81,47 do ano passado.

Fonte: Jornal Público, Raquel Martins

“Um país como nós” revela Portugal em estatísticas

30 de Setembro de 2013

Um novo site português visualiza, de forma única, as estatísticas do nosso país e dos seus habitantes. A ferramenta 'Um país como nós' permite comparar dados de diferentes cidades e concelhos. Há ainda a possibilidade de construir um retrato de cidadão com base em informação inserida pelo utilizador.

Sabe quantas pessoas vivem na sua cidade com a mesma idade, a mesma escolaridade e a mesma profissão? Com a nova plataforma interativa 'Um país como nós', que oferece a possibilidade de construirmos o nosso próprio retrato com base nas estatísticas do país, já é possível conhecer, em poucos segundos, este tipo de dados.

Para isso basta escolher a opção "Retrato" e seguir as instruções inserindo os dados necessários – como localização, género, idade, formação, emprego - para, em poucos segundos, surgir no ecrã um retrato virtual correspondente aos dados inseridos, bem como as estatísticas locais e nacionais relacionadas com esses dados. O retrato pode depois ser partilhado nas redes sociais.
Outra opção disponível no novo site, designada de "Estatística", permite comparar, através de um gráfico simplificado, informação de concelhos distintos. 
Por exemplo, ao escolher a variável "População" será possível visualizar a densidade populacional de cada município, bem como dividir a população por género e idade. A variável "Emprego e Economia" avalia parâmetros como a taxa de desemprego, os salários e o poder de compra. Já o separador "Educação e Saúde", revela dados da escolaridade e do acesso a serviços médicos.

O projeto “Um país como nós” resulta de uma parceria entre o SAPO Labs, a Universidade de Aveiro e a Universidade da Beira Interior. Os dados fornecidos pelo site resultam de um cruzamento de várias fontes, como o Instituto Nacional de Estatística, o Instituto do Emprego e da Formação Profissional e a Direção Geral da Administração Local, entre outras. Muitos dos dados foram obtidos a partir do site da PORDATA.

Fonte: Boas Notícias

Desemprego em Portugal desce uma décima em Agosto, para 16,5%

1 de Outubro de 2013

A taxa de desemprego em Portugal desceu uma décima entre Julho e Agosto deste ano, situando-se agora nos 16,5%, o que significa que 877 mil pessoas estão desempregadas face às 879 mil que se registavam em Julho, indica o Eurostat.

Embora o desemprego no país esteja ainda acima do registado em período homólogo – 16,3% em Agosto de 2012 –, mantém-se a tendência de descida registada nos últimos meses. O desemprego jovem em Portugal recuou para os 36,8% (136 mil pessoas com menos de 25 anos) em Agosto, face aos 37,7% em Julho.

No entanto, o Eurostat reviu em baixa os valores dos últimos meses, tendo Portugal deixado de ser o terceiro país da União Europeia com uma taxa mais elevada, e passado a ser o quinto, atrás da Grécia (27,9% em Junho), Espanha (26,2%), Chipre e Croácia (ambos com 16,9%).

O Eurostat justificou as revisões, sobretudo as mais significativas, como no caso de Portugal, com a inclusão no processo de cálculo da taxa de desemprego dos dados mais recentes do estudo da UE sobre a força de trabalho, com base no qual calcula a taxa de desemprego, resultado do número de pessoas desempregadas enquanto percentagem da força de trabalho, noticia a Lusa.

Segundo os novos valores do Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal afinal não foi então tão elevada nos últimos meses: em Abril foi de 17,3% (contra os 17,8% anteriormente divulgados), caiu para os 17% em Maio (antes o valor era de 17,6%), para os 16,7% em Junho, e para os 16,5% em Julho, mantendo-se a tendência de descida desde Abril deste ano.

Entre os 28 Estados-membros, as taxas de desemprego mais baixas registaram-se na Áustria (4,9%), Alemanha (5,2%) e  Luxemburgo (5,8%).

Na comparação homóloga, a taxa de desemprego aumentou em 16 países e baixou em 11, mantendo-se estável na Polónia. As maiores subidas registaram-se em Chipre (de 12,3% para 16,9%) e na Grécia (de 24,6% para 27,9% entre Junho de 2012 e Junho de 2013).

No total da zona euro, a taxa de desemprego permanece estável nos 12% em Agosto, quando comparada com Julho. Porém, com a revisão dos dados, conclui-se que os números de Julho indicam que o desemprego baixou ligeiramente pela primeira vez desde o início de 2011 (0,1% menos que em Junho). No total dos 28 membros da UE, regista-se também estabilidade, conservando-se nos 10,9%. No entanto, regista-se uma aumento face a Agosto de 2012, altura em que na zona euro se registava 11,5% de desemprego, e na UE 10,6%.

Fonte: Jornal Público, Ana Fernandes

XV Congresso Internacional Norte de Portugal/Galiza de Formação para o Trabalho

2 de Setembro de 2013

O Grupo Galego de Estudos para a Formação e Inserção Laboral (GEFIL) da Universidade de Santiago de Compostela conjuntamente com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, o Centro de Desenvolvimento Vocacional e Aprendizagem ao longo da Vida da Universidade do Porto, o Governo Regional da Galiza e o concelho de Ourense, estão a organizar o XV Congresso Internacional Norte de Portugal Galiza de Formação para o Trabalho: “A FORMACÃO, A ORIENTACÃO E O EMPREGO, DETERMINANTES NA VULNERABILIDADE SOCIAL - cidadania, população ativa e sociedade inclusiva: impacto da crise no património imaterial das pessoas”. A sua realização será nos dias 26, 27 e 28 de Setembro de 2013, no Centro Cultural Marcos Varcárcel, na cidade de Ourense.

Conheça aqui o programa do evento e a respetiva ficha de inscrição. Para mais informações consulte o site da entidade organizadora.

2º Congresso Internacional sobre Condições de Trabalho

2 de Setembro de 2013

A Rede de Investigação sobre Condições de Trabalho (RICOT), iniciativa promovida pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, vai realizar a 5 e 6 de Setembro de 2013 a segunda edição do seu congresso internacional. O programa do CICOT 2013 encontra-se disponível aqui. As inscrições para participantes sem comunicação também se encontram abertas, encontrando mais informações aqui.

Seminário de encerramento “Empreendedorismo Social em Portugal”

2 de Setembro de 2013

No próximo dia 20 de Setembro de 2013, no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, decorrerá o seminário de encerramento do projeto “Empreendedorismo Social em Portugal: as políticas, as organizações e as práticas de educação/formação”, apresentando os resultados da pesquisa efetuada no triénio 2010-2013.

O programa do Seminário está disponível em http://empsoc.net/.

A participação é gratuita, estando sujeita a inscrição para o endereço geci@letras.up.pt.

Bruxelas saúda descida do desemprego mas trava euforia

2 de Setembro de 2013

A Comissão Europeia considerou “encorajador” que vários países, como Portugal, tenham vindo a reduzir ligeiramente a taxa de desemprego, mas advertiu que “a situação ainda é muito frágil” e “não é tempo para celebrações nem complacência”.

Reagindo aos mais recentes dados do Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, segundo os quais o desemprego recuou para os 16,5% em Portugal em Julho, o comissário europeu do Emprego, László Andor, sublinhou que os números confirmam que o desemprego deixou de subir em muitos países, “mesmo em Espanha, Portugal e Irlanda”.

“Após seis trimestres de recessão e dez trimestres de desemprego crescente”, apontou, é “encorajador que muitos países tenham conseguido reduzir ligeiramente o desemprego”, mesmo num contexto económico adverso, o que, na sua opinião, mostra a importância da implementação de novas políticas de emprego.

No entanto, o comissário sublinhou que “é claramente inaceitável que mais de 26,6 milhões de pessoas em busca de emprego estejam sem trabalho na UE (19,2 milhões na zona euro), dos quais mais de 5,5 milhões têm idade inferior a 25 anos (3,5 milhões na zona euro)”.

“As melhorias recentes são mínimas e a situação é muito frágil. Não é tempo para celebrações nem complacência. Pelo contrário, agora que podemos ver que estamos no caminho certo em termos de política de emprego, temos de aprofundar os nossos esforços”, declarou Andor.

Segundo os dados hoje divulgados pelo Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal desceu em Julho, pelo terceiro mês consecutivo, para os 16,5%, tendo o gabinete oficial de estatísticas da UE revisto em baixa os dados dos últimos meses referentes a Portugal.

O Eurostat justifica as revisões, sobretudo as mais significativas, como no caso de Portugal, com a inclusão no processo de cálculo da taxa de desemprego dos dados mais recentes do estudo da UE sobre a força de trabalho, com base no qual calcula a taxa de desemprego, resultado do número de pessoas desempregadas como percentagem da força de trabalho.

De acordo com os novos “números” do Eurostat, a taxa de desemprego em Portugal afinal não foi então tão elevada nos últimos meses: em Abril foi de 17,3% (contra os 17,8% anteriormente divulgados), caiu para os 17% em maio (antes o valor era de 17,6%), para os 16,7% em Junho (e não 17,4%), e para os 16,5% em Julho.

À luz destes “novos” dados, Portugal deixou de ser o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais elevada, como se verificara ao longo dos últimos meses, mas sim o quinto – atrás de Grécia (27,6%), Espanha (26,3%), Chipre (17,3%) e Croácia (16,7) –, e apresenta agora uma taxa apenas meio ponto percentual acima daquela verificada um ano antes, em Julho de 2012 (16,0%).

No entanto, Portugal continua bastante acima da média europeia, já que, em Julho, a taxa de desemprego foi de 12,1% na zona euro e de 11,0% no conjunto da União Europeia, valores idênticos aos do mês anterior.

Fonte: Jornal Público, LUSA

Desemprego baixou para 16,5% em Julho

2 de Setembro de 2013

O número de pessoas sem trabalho em Portugal baixou pelo quinto mês consecutivo, com a taxa de desemprego a situar-se em 16,5% da população activa em Julho, um nível historicamente elevado. De acordo com as estatísticas publicadas nesta sexta-feira pelo Eurostat, havia, no último mês, 878 mil pessoas fora do mercado de trabalho, um universo onde muitos são considerados como desempregados de longa duração.

O instituto estatístico europeu, que se baseia nos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (trimestrais) e na evolução do desemprego registada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), reviu em baixa em sete décimas a estimativa de desemprego relativa a Junho, passando-a de 17,4% para 16,7% – depois de o INE apontar para uma taxa trimestral abaixo dos 17%.

No mês seguinte, o número de desempregados baixou em dez mil. Mas, se recuarmos um ano nas estatísticas, quando as taxas batiam recordes de mês para mês, vemos que o nível de desemprego continua a ser superior. Em Julho de 2012, a taxa estava nos 16% (868 mil desempregados); um ano depois, há mais dez mil pessoas sem trabalho.

Os dados do Eurostat mostram uma descida do desemprego pelo quinto mês seguido, ao contrário do que aconteceu em 2012, um ano de travão a fundo na economia portuguesa em que, também nos meses de Verão, o desemprego continuou a subir. Para o conjunto de 2013, o Governo prevê que o nível de desemprego continuará a subir.

Entre a população feminina, embora a taxa tenha baixado em Julho (para 16,9%), continua próxima de um patamar recorde e permanece acima da taxa registada entre a população masculina, que no início do ano se aproximou dos 18% e foi baixando para se fixar em 16,2%.

Entre os jovens – a faixa etária dos 15 aos 24 anos –, a taxa está nos 37,4%. Em Julho 139 mil jovens não encontravam lugar no mercado de trabalho.

Na zona euro, o desemprego estabilizou desde Abril, mantendo-se em 12,1% da população activa. Há, nos 17 países da moeda única, 19,2 milhões de desempregados, quase três quartos das 26,6 pessoas sem trabalho na União Europeia a 28.

Portugal tem, no espaço do euro, a quarta taxa mais elevada, depois da Grécia (27,6%, dados de Maio), de Espanha (26.3%) e de Chipre (17,3%). No universo da UE, é o país com a quinta maior taxa (na Croácia, o desemprego estava nos 16,7%).

Fonte: Jornal Público, Pedro Crisóstomo

Santa Casa aposta no empreendedorismo entre gerações

2 de Setembro de 2013

Um projeto intergeracional da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa conseguiu o maior apoio do programa PROGRESS da Comissão Europeia. Entre 128 candidaturas apresentadas a nível europeu, a iniciativa portuguesa foi a eleita pelo júri, por promover o empreendedorismo entre gerações.

Pelo nome 'Promover o Empreendedorismo Intergeracional', a nova ação da Santa Casa da Misericórdia vai contar com um financiamento de 850.000 euros para testar "em que medida é que a associação entre jovens e seniores qualificados e desempregados pode facilitar a criação de novas empresas".

Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a instituição conta que o objetivo é juntar o conhecimento e o ‘know-how’ de pessoas mais velhas com a energia e a capacidade empreendedora dos mais jovens. Desta forma, pode tornar-se possível "assegurar o autoemprego e, ao mesmo tempo, fomentar a vida ativa dos seniores".

A Comissão, por sua vez, considerou de grande interesse a abordagem do desemprego de jovens e seniores qualificados desempregados mediante a criação conjunta de novas empresas, numa ação que visa também a promoção da intergeracionalidade.

O financiamento da CE cobre 80% do custo total da iniciativa que conta com a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian como parceiros, entre outros. A concretização do projeto está prevista para finais de Outubro.

Em Novembro, a Santa Casa lançará uma ampla convocatória dirigida a jovens e seniores qualificados e desempregados que queiram participar na experimentação social que será levada a cabo.

Fonte: Boas Notícias

Nova Incubadora de Empresas chega a Lisboa

2 de Setembro de 2013

Lisboa acaba de dar as boas-vindas a uma nova incubadora de empresas, com capacidade para albergar até 38 empreendedores. A DOCK38, incubadora e "seedfund" nacional, abriu as suas portas na passada sexta-feira com o propósito de "absorver o melhor do empreendedorismo português, incubá-lo, desenvolvê-lo, financiá-lo e prepará-lo para um crescimento global".

Localizada em pleno coração da capital Lisboa - no nº 38 da Avenida da Liberdade - a incubadora nasceu a partir da junção de experiências de Carlos Torres, José Vilaça, Miguel Caetano e Tiago Rodrigues, quatro empreendedores e empresários portugueses que quiseram criar um "espaço único para o desenvolvimento e incubação das melhores startups portuguesas".

Com um nome inspirado na História de Portugal e que remete para a Era dos Descobrimentos, a DOCK38 tem como maior ambição fazer renascer os tempos de glória portugueses por intermédio de empreendedores nacionais à procura de negócios sem fronteiras.

As candidaturas a um lugar nesta nova incubadora lisboeta já estão a decorrer e os interessados podem tentar a sua sorte através do site oficial http://www.dock38.co.

Para além do investimento na implementação e progresso dos projetos selecionados, o espaço vai apostar "na saúde e bem-estar das pessoas que os lideram, regendo-se pela filosofia 'a company is only as good as the people it keeps' (ou, em português, uma companhia é apenas tão boa quanto as pessoas que alberga).

Clique AQUI para aceder à página oficial da nova incubadora no Facebook e acompanhar todas as novidades.

Fonte: Boas Notícias

Guardian: ingleses inspiram-se em experiência portuguesa

23 de Julho de 2013

O jornal 'The Guardian' publicou recentemente um artigo onde diz que há muito a aprender com Lisboa. A aposta no empreendedorismo social e criação de incubadoras de empresas são alguns dos pontos em destaque no texto, que aponta a capital portuguesa como um bom exemplo a seguir na "revigoração da economia local".

Escrito por Chi Onwurah, candidato ao parlamento britânico para o ciclo de Newcastle, nas eleições de 2015, o artigo é intitulado "Lições de Portugal", em jeito de referência a um conjunto de experiências a reter com o a dinâmica socio-económica de Lisboa.

"O empreendorismo social tem sido uma prioridade no plano de revigoração da economia local em Lisboa", lê-se. O autor fala de casos como a Fab Lab, a Start Up Lisboa e a cozinha comunitária que diz terem vindo estimular a economia da capital.

No artigo lê-se ainda que este tipo de intervenção na capital portuguesa terá sido essencial para contrariar os efeitos recessivos sentidos um pouco por todo o país e ainda para travar o crescimento do desemprego.

Onwurah diz-se ciente de que "a economia portuguesa se encontra numa posição bastante mais crítica do que a nossa", mas que o tipo de investimento e ações levadas a cabo em Lisboa podem servir de exemplo e ser mesmo uma solução alternativa para diferentes regiões da Inglaterra.

A título ilustrativo das diferentes intervenções na capital, o jornal britânico conta, por exemplo, o impacto que a mudança da sede da presidência da Câmara Municipal de Lisboa para o Largo do Intendente teve na revitalização daquela zona abandonada e negligenciada da cidade.

Pode ler o artigo completo AQUI.

Fonte: Boas Notícias

A Filosofia do Falhanço

23 de Julho de 2013

Sónia Fernandes é uma das desempregadas que em Portugal não usufrui do direito a qualquer tipo de subsídio. Esta experiência levou-a a contar a sua história (que pode conhecer aqui) e a criar o site World"s Failurists Congress.

Failurist é um termo criado pelos fundadores da página de Facebook “The Failurists” onde, fazendo uso de uma visão invertida, sarcástica e repleta de ironia do conceito de Sucesso, instigam o Falhanço como sendo o novo (e único) Sucesso possível.

Novo programa da UE para o emprego e inovação social

23 de Julho de 2013

A Comissão Europeia alcançou um acordo político com o Parlamento Europeu e o Conselho relativo ao programa da União Europeia para o Emprego e Inovação Social (EASI), com um orçamento proposto de € 815.000.000 para o período 2014-20.

O EASI integra e estende a cobertura de três programas já existentes: Progresso (Programa para o Emprego e Solidariedade Social), a rede EURES (Serviços Europeus de Emprego) e o Instrumento Europeu Progress Microfinance, aos quais serão destinados, respetivamente, 61%, 18% e 21% do orçamento . O EASI permitirá à Comissão aumentar a coerência política e o impacto de seus instrumentos, que têm objetivos comuns, contribuindo assim para a Estratégia Europa 2020 para o Emprego e Crescimento.

O EASI vai apoiar os esforços dos Estados-Membros na conceção e implementação de emprego e das reformas sociais a nível europeu, nacional, bem como a nível regional e local, por meio de coordenação política, identificação, análise e partilha das melhores práticas. Isto beneficiará especialmente as autoridades nacionais, regionais e locais, bem como os parceiros sociais e organizações da sociedade civil.

Projetos e atividades concretas ajudarão a testar reformas no terreno antes da possível ampliação das mais bem-sucedidas, inclusive através do Fundo Social Europeu (FSE). Neste contexto, o EASI vai dedicar cerca de € 100 milhões para lançar tais experiências nos domínios mais críticos, como o emprego dos jovens ou a inclusão de grupos desfavorecidos.

Finalmente, o instrumento de microfinanciamento e o novo instrumento financeiro de apoio às empresas sociais vão oferecer uma plataforma para a experimentação e pode ser escalado pelos Estados-Membros, incluindo com o apoio do FSE.

Juntamente com o FSE, o Fundo para a ajuda europeia aos mais desfavorecidos e o Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, o EASI irá constituir o quarto pilar da Iniciativa da UE para o Emprego e a Inclusão Social 2014-2020.

O acordo político seguirá o procedimento ordinário e deve ser aprovado pelo Parlamento e Conselho Europeu, antes do final de 2013 para permitir o lançamento do EASI em janeiro de 2014.

Fonte: Impulso Positivo

OCDE prevê 18,6% de desemprego em Portugal em 2014

23 de Julho de 2013

No final de 2014 a taxa de desemprego em Portugal vai subir dos actuais 17,6% (registados em Maio) para 18,6%, estima a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

As previsões da OCDE estão ligeiramente acima da última revisão feita pelo Governo, na sequência da sétima avaliação ao programa de ajustamento. A taxa de desemprego apontada para 2013 é de 18,2% e para 2014 é de 18,5%.

As estimativas da OCDE para o último trimestre do próximo ano, divulgadas nesta terça-feira, apontam para um agravamento do desemprego na zona euro: 12,3%, com valores ainda mais expressivos entre os jovens. Mais de 60% de desemprego jovem na Grécia, 55% em Espanha e 40% em Itália e Portugal.

A taxa de desemprego deve subir de 26,9% para 28% em Espanha, e de 26,8% na Grécia para 28,4%. Em sentido inverso, a Alemanha poderá diminuir de 5,3% para 4,8%.

Entre as 34 economias que fazem parte da OCDE, a taxa de desemprego deverá cair ligeiramente nos próximos 18 meses, de 8% em Maio para 8% no final de 2014. A organização estima que, no total, haja 48 milhões de pessoas sem trabalho.

“As cicatrizes sociais da crise estão longe de estar saradas. Muitos dos nossos países continuam a lutar contra o elevado e persistente desemprego, particularmente entre os mais jovens”, disse Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, em Paris, durante a apresentação dos dados.

Fonte: Jornal Público, Ana Rute Silva

Cáritas lança plataforma de emprego para maiores de 40 anos

23 de Julho de 2013

A Cáritas Portuguesa apresenta a 23 de julho, às 17h, na Associação Comercial Portuguesa, em Lisboa, o arranque do projeto: "Rede de Competências Cáritas". Tarta-se da criação de uma rede de competências dirigida a pessoas com mais de 45 anos, activas, desempregadas ou reformadas no sentido de as apróximar do mercado de trabalho.

Esta rede vai possibilitar a comunicação entre quem procura emprego e empresas numa logica de partilha de competências técnico-profissionais com possíveis empregadores, compartilhando experiências e possibilitando condições para um envelhecimento activo e enriquecedor. Com esta rede, que disponibiliza por um lado o perfil de competências de cidadãos e por outro, projectos de trabalho empresarial ou social, procura-se dar resposta à sustentação de um envelhecimento activo e combater a exclusão do mercado de trabalho dos mais velhos.

O desafio para a construção da necessária ferramenta tecnológica foi lançado à comunidade de investigação que integra o portal Inocrowd. Para a melhor solução que criasse a plataforma tecnológica para a geração, gestão e disseminação desta rede social inovadora dedicada à partilha de informação entre a população mais velha activa, foi atribuído o prémio de 5 000€.

Ao repto divulgado em Outubro, responderam cinco projectos, tendo sido seleccionada a proposta apresentada por uma equipa de investigadores e docentes da Universidade do Porto, coordenada pelo Professor Doutor Marco Montalto. Prevê-se para finais de Novembro o lançamento desta plataforma.

Recorde-se que este trabalho nasceu âmbito do Ano Europeu para o Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações tendo a Cáritas Portuguesa consituido um grupo de trabalho, coordenado por maria do Rosário Carneiro. Este grupo definiu um programa no qual se integra esta rede de competências e outras iniciativas que procuram criar oportunidades para que mulheres e homens mais velhos possam manter o controlo das suas vidas e continuarem a contribuir activamente para a sociedade.

Fonte: Cáritas

Multinacionais com estágios remunerados em Portugal

23 de Julho de 2013

Um grupo de multinacionais portuguesas ou a operar em Portugal lançou a iniciativa 'Sponsor Me' para recrutar jovens licenciados, em regime de estágios remunerados com duração de um ano. Unilever, Fnac e Eurest são algumas das empresas que fazem parte do programa.

O programa dirige-se a jovens até aos 24 anos, que concluam a licenciatura até Setembro deste ano, e tem como principal objetivo dar formação em contexto profissional e ajudar os jovens a financiar os seus futuros mestrados.

O Sponsor Me procura jovens fluentes em língua inglesa, que apresentem muita vontade de aprender, auto-motivação e capacidade de compromisso, para trabalhar nas seis empresas parceiras deste projeto: Unilever, Fnac, Unicer, Eurest, Mahle e Transportes Luís Simões.

Psicologia, Sociologia, Gestão de Recursos Humanos, Economia e Ciências da Comunicação são algumas das áreas requisitadas por estas empresas que, por sua vez, se comprometem a orientar os estágios dos jovens, dando-lhes oportunidade para colocar em prática os seus conhecimentos.

Estes são estágios com remuneração variável, de acordo com as condições de cada uma das empresas, cujos candidatos vão ser submetidos a vários processos de seleção, como triagem curricular, desafios online em competências transversais, ‘assessment center’ e ‘matching’ entre jovens e empresas.

Os interessados devem efetuar as suas inscrições na página do projeto, até ao dia 15 de Agosto, e aguardar a receção de um questionário, enviado pela empresa associada ao projeto, onde terão oportunidade de esclarecer quais as oportunidades a que pretendem candidatar-se.

Clique AQUI para consultar mais informações.

Fonte: Boas Notícias

Portugal tem 12 das melhores empresas para trabalhar

23 de Julho de 2013

Doze empresas portuguesas estão entre as melhores da Europa para se trabalhar. A lista foi apresentada pelo Great Place to Work Insitute, que todos os anos elege os melhores sítios para se trabalhar.

Este é o melhor resultado obtido por Portugal na última década. Três das doze empresas selecionadas são mesmo de origem portuguesa. "Este é o melhor resultado da década ao nível da representatividade das empresas portuguesas na lista europeia", refere o próprio estudo do Great Place to Work Institute.

Quatro estão ligadas à área das tecnologias da informação e outras quatro ao comércio e distribuição. Além disso, metade das escolhidas tem sede na zona de Lisboa e empregam menos de 100 trabalhadores.

Na categoria de Multinacionais, numa seleção de 25 a nível europeu, as empresas portuguesas distinguidas foram: a Unilever Jerónimo Martins (25º), a ACCOR (24º), a Novartis Farma (20º), a Cisco Systems (17º), o grupo Mars (16º), a Medtronic (15º), a Diageo (7º), o SAS Institute (4º) e a Microsoft (1º). Aqui cada uma das empresas tem um mínimo de 1.000 trabalhadores em todo o mundo, dos quais 40% trabalham fora do país onde a organização está sediada.

Na categoria de Grandes Empresas, onde as organizações selecionadas têm mais de 500 trabalhadores, Portugal encontra-se representado pela Roff (de origem portuguesa), no 6º lugar da tabela.

Entre as pequenas e médias empresas (PME) estão o grupo CH Consulting e a Gatewit, ambas também de origem portuguesa.

Para este estudo, levado a cabo pelo Great Place to Work Institute, foram inquiridos 589 mil colaboradores, de mais de 2.100 organizações e empresas de toda a Europa.

Em Março tinham sido já anunciados os vencedores das melhores empresas para trabalhar a nível nacional. A CH Business Consulting ganhou nas PME, a Cisco Systemas nas Grandes Empresas e a Microsoft na categoria das Multinacionais.

Clique AQUI para conhecer a lista completa das empresas eleitas pelo Great Place to Work Institute em 2013.

Fonte: Boas Notícias

Programa Loja no Bairro

23 de Julho de 2013

Já estão abertas as candidaturas para o programa Loja no Bairro, que, através de um concurso, prevê a atribuição de lojas ou outros espaços não habitacionais municipais a pessoas singulares ou coletivas que pretendam desenvolver atividades comerciais ou criar microempresas.

De acordo com o comunicado da Câmara Municipal de Lisboa (CML) este programa de apoio prevê a atribuição de duas bolsas diferenciadas e sorteios independentes, sendo uma para comércio em geral e outra para projetos de empreendedorismo.

A sorteio estão 28 espaços de comércio e mais 10 para projetos de instalação de microempresas ou projetos de empreendedorismo, sendo que, entre os dias 22 de Julho e 8 de Agosto, das 9h30 às 14 horas, os possíveis candidatos podem visitar os espaços não habitacionais.

Os espaços são cedidos durante seis anos, com valores mensais inferiores aos de mercado e com apoio da Câmara, no primeiro ano de atividade. Esta compromete-se ainda a oferecer uma bolsa para financiar as obras das instalações, que varia de acordo com o seu estado de conservação.

Até ao dia 31 de Agosto, os interessados devem apresentar a sua candidatura online, na página do programa, ou presencialmente, nos postos de atendimento no Edifício Central do Município, no Campo Grande. Os sorteios deverão ser realizados na primeira semana de Setembro.

Clique AQUI para consultar mais informações.

Fonte: Boas Notícias

Programa Horizonte 2020 - apoio à Investigação e Inovação

23 de Julho de 2013

Financiar a inovação e a investigação nas PME, que vão receber 20% do orçamento, e apoiar as candidaturas de centros de investigação que nunca receberam fundos europeus, são duas das novidades do programa Horizonte 2020.

1.Quantos milhões estão disponíveis neste programa? Ao todo o programa Horizonte 2020: Programa Quadro de Investigação e Inovação tem um orçamento de 70 mil milhões de euros, de 2014 a 2020, destinados a financiar a Ciência, Inovação e Tecnologia dos países da União Europeia. Um orçamento que representa um crescimento de 30% relativamente ao programa anterior. O Horizonte 2020 e o Erasmus são os únicos que crescem em termos financeiros, quando em termos globais o orçamento da União Europeia diminui.

2.Quais são as áreas que têm direito a ser financiadas? O programa tem três grandes linhas de investimento. O primeiro a Excelência Científica prevê o apoio através de Bolsas do Conselho Europeu de Investigação atribuídas a investigadores excelentes em diferentes níveis de carreira: Inicial, Consolidado, Sinergia Avançada (2 a 4 investigadores) e Proof-of-Concept. Depois serão financiadas ideias inovadoras de alto risco, mas com elevado potencial de impacto social e tecnológico através de três tipos de projectos consoante a sua dimensão. Uma terceira linha prevê o financiamento de infraestruturas de investigação, líderes mundiais, que serão acessíveis a todos os investigadores.

3.Como é que o programa vai combater a fuga de cérebros? Uma das novidades introduzidas, por proposta da eurodeputada Graça Carvalho, prevê o financiamento de bolsas de retorno que apoiarão o regresso de investigadores ao seu estado de origem, sobretudo quando são oriundos de regiões com menor desempenho em inovação.

4.Como é que o programa vai conseguir atingir a liderança industrial da UE? Este segundo pilar do programa prevê o apoio a PME's para que tenham acesso ao capital. Neste capítulo existem três sub-programas: Tecnologias facilitadoras e industriais, instrumentos financeiros e apoio específico às PME.

5.Como é que as PME's poderão concorrer? Uma das alterações conseguidas foi a criação de "vouchers inovação" para as PME. Um esquema simples e rápido que financiará as actividades de investigação e inovação nas PME existentes e promoverá a criação de ‘start ups".

6.Os investigadores da área das ciências sociais poderão concorrer? Sim. Foi criado uma área de "Ciências sociais e humanas", isolada. Está incluída no 3º pilar que apoia os desafios societais que prevê seis temas chave: saúde; desafio da demografia e do bem estar; segurança alimentar; agricultura sustentável; investigação marinha; energia segura, transporte inteligente, acção climática; recursos eficientes e matérias primas e sociedades inclusivas, inovadoras e seguras. Foi também criada uma nova linha de actuação para estudar a "herança cultural e a identidade europeias".

7.O que falta para o programa entrar em vigor? O programa já recebeu a luz verde dos líderes europeus. Mas terá ainda de ser submetido à validação do ITRE, o que deverá ocorrer em Setembro deste ano.

Fonte: Diário Económico

Conclusões do Conselho Europeu que abordou temas como o desemprego jovem e as PME’S

1 de Julho de 2013

O Conselho Europeu de 27 e 28 de junho, centrado na política económica, incluiu, na sua ordem de trabalhos, o desemprego entre os jovens, as PME e o aumento do volume dos empréstimos. As questões analisadas podem sintetizar-se em três grupos:

- a conclusão do Semestre Europeu do corrente ano (coordenação das políticas económicas e orçamentais dos Estados-Membros), incluindo as recomendações específicas por país;

- a avaliação dos esforços para estimular a competitividade, o crescimento e o emprego, com a tónica nas iniciativas destinadas a promover o emprego dos jovens e o financiamento da economia;

- os progressos na via da plena realização da união económica e monetária da UE, com especial destaque para a união bancária.

Destaque-se, ao nível do desemprego jovem, a decisão de antecipar para 2014 e 2015 a disponibilização da verba de seis mil milhões de euros destinados à iniciativa “Garantia para Juventude”, inicialmente prevista para o período 2014-2020.

Conheça aqui o documento que reúne todas as conclusões divulgado pela Comissão Europeia.

Dez Mitos do Empreendedorismo

1 de Julho de 2013

Conheça aqui alguns estereótipos, bem como ideias pouco ortodoxas sobre a "arte" de desenvolver negócios, com um interessante vídeo da Universidade de St. Gallen, na Suiça, com lições do professor Dietmar Grichnik.

Fonte: Jornal Expresso

Colóquio “A crise portuguesa numa Europa em crise - diagnósticos e alternativas”

1 de Julho de 2013

O Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra convida cientistas sociais e investigadores académicos, ativistas de movimentos sociais e pessoas com experiências do mundo empresarial e da gestão pública para um colóquio sobre os contornos da crise social atual e a exploração de alternativas. Este debate terá duas dimensões: a de uma visão global sobre os problemas de Portugal e da Europa; e a convocação de experiências, saberes e propostas para alternativas realizáveis.

Conheça o programa aqui (anexar pdf) e realize a sua inscrição gratuita mas obrigatória.

Fonte: CES

Programa The Startup Scholarship

1 de Julho de 2013

Realizou-se a 1 de Julho nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, o evento oficial de abertura do programa The Startup Scholarship, com a presença da vereadora da Economia e Inovação, Graça Fonseca, e de representantes das startups e organizações parceiras.

Vinte e seis estudantes, de 10 nacionalidades, seleccionados para a primeira edição, a decorrer este Verão em Lisboa, irão estagiar em 15 startups da capital, participar num programa de aulas de verão na Católica Lisbon, Nova SBE e IST – Instituto Superior Técnico, e trocar conhecimentos em workshops e eventos com a comunidade e organizações como a Startup Lisboa, Beta-i e Startup Pirates.

As mais de 500 pré-candidaturas, de 47 países, demonstram o potencial de Portugal para se tornar num reconhecido centro de criação empresarial internacional.

O programa, apresentado em Abril na Câmara Municipal de Lisboa, é desenvolvido em colaboração com a Kairos Society Portugal, com o apoio do IES - Instituto Empreendedorismo Social, Câmara Municipal de Lisboa e Startup Lisboa.

A selecção dos mais talentosos estudantes universitários e recém-graduados, que vêem o empreendedorismo como futuro, oferece-lhes uma experiência tripla: um estágio numa startup baseada em Lisboa, um programa de aulas em Business Ventures nas melhores escolas de gestão e engenharia portuguesas, e uma imersão na comunidade de startups e organizações de empreendedorismo em Portugal.

Fonte: Diário Digital

Prémio do Jovem Empreendedor

1 de Julho de 2013

O Prémio do Jovem Empreendedor distingue, apoia e promove empresas em fase de criação e/ou expansão de negócios. Aquela que é uma das mais antigas competições de empreendedorismo a nível nacional foi criada em 1998 e desde então tem vindo a contribuir para a renovação do panorama empresarial português, lançando no mercado inovadoras start-ups.

Apoiado pelo IEFP, o Prémio do Jovem Empreendedor está aberto a cidadãos entre os 18 e os 35 anos, bastando para tanto que estes apresentem projetos de criação ou expansão de empresas com um conjunto de requisitos.

O promotor do melhor projeto é contemplado com um prémio no valor global de 30 mil euros, que inclui: um prize money de 20 mil euros para apoio ao desenvolvimento do projeto (distribuído em partes iguais aos promotores vencedores e obrigatoriamente incorporado no capital social da empresa); oferta de um ano de incubação numa das infraestruturas da ANJE e oferta de uma Pós-graduação realizada pela ANJE.

As candidaturas ao Prémio do Jovem Empreendedor decorrem até 31 de agosto de 2013.

Conheça aqui as condições de participação e mais informações.

WorldSkills International 2013 – Campeonato de profissões

1 de Julho de 2013

Ao longo de sua história de 60 anos, WorldSkills International (anteriormente conhecido como as "Olimpíadas Skill") passou a simbolizar o auge da excelência na formação profissional. A cada dois anos centenas de jovens qualificados, acompanhados pelos seus professores e formadores, reúnem-se para competir diante do público, demonstrando as suas competências em vários ofícios perante exigentes padrões internacionais. Os jovens participantes representam o melhor dos seus pares provenientes de torneios de competências regionais e nacionais realizadas atualmente em 67 países / regiões.

Estas competições são particularmente eficazes no contexto do fornecimento de modelos positivos de carreira para os jovens em idade escolar (17 aos 22 anos).

Em Portugal, sob a marca registada “SkillsPortugal”, cabe ao IEFP a promoção, organização e realização de todas as atividades relacionadas com os Campeonatos de Profissões.

Conheça aqui os participantes portugueses na edição de 2013 que se realizará na Alemanha, em Leipzig, entre 2 e 7 de Julho.

Estudo sobre a Felicidade nas Organizações

1 de Julho de 2013

No passado dia 21 de junho foram apresentados os resultados do survey lançado pela Horton International Portugal e com o apoio da APG sobre a felicidade nas organizações.

Este projeto de investigação teve como objetivos identificar as variáveis que contribuem para a felicidade dos profissionais em Portugal, verificar o nível de felicidade dos profissionais no nosso país e caraterizar as organizações mais felizes em Portugal criando um benchmark por setor de atividade.

As conclusões são de grande importância para a gestão no curto prazo, pois revelam que a remuneração, sendo importante, pode ser compensada com muitas outras variáveis, mais importantes para além de identificarem quais as dimensões e variáveis que contribuem para a felicidade dos colaboradores, fundamental para a sustentabilidade das organizações.

Num momento em que não é fácil para as organizações incrementar salários ou outros benefícios e em que os colaboradores sentem o seu poder de compra a diminuir, é fundamental que as organizações saibam potenciar os restantes facores que permitam aos seus colaboradores serem felizes.

Conheça aqui os resultados do estudo.

Fonte: Associação Portuguesa de Gestão de Pessoas

Sinergi - Plataforma de Partilha de Recursos entre Organizações do Sector Social

1 de Julho de 2013

Esta é uma plataforma que se encontra em fase de experimentação, criada pela Associação Partilhar é Bom, tendo sido um projeto vencedor do primeiro bootcamp de empreendedorismo social organizado pelo IES em colaboração com o INSEAD.

Sob o lema "Porque não precisamos de tudo desde que tudo esteja disponível para nós", esta é uma plataforma de partilha de recursos materiais e imateriais e assenta também numa conexão com o tecido empresarial, optimizando processos de responsabilidade social.

Consulte o site do projeto para saber como se candidatar a uma vaga e para conhecer mais sobre consumo colaborativo e economia de partilha.

O Parlamento Europeu apoia o papel das empresas sociais no âmbito da "Estratégia Europa 2020"

1 de Julho de 2013

Conheça aqui um artigo com informações relevantes sobre o novo regulamento relativo aos fundos europeus de empreendedorismo social, no qual as empresas sociais são assumidas como motores de mudança social, dando um contributo valioso para a concretização dos objetivos da Estratégia Europa 2020.

Projeto Empreendedorismo Social em Portugal

25 de Junho de 2013

Empreendedorismo Social em Portugal é um projeto de investigação promovido pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, pela A3S e pela Dinâmia. Este projeto começou em 2010, com o objetivo de caracterizar as iniciativas que trabalham no campo do empreendedorismo social em todo o país. O projeto tem a duração de três anos e encontra-se atualmente na sua fase final.

Conheça aqui uma reportagem sobre o projeto e o seu site oficial.

Mosaico Social - Programa e Inscrições disponíveis

25 de Junho de 2013

O III Mosaico Social & IX MANIFesta é uma organização conjunta do Município de Santa Maria da Feira, a ADRITEM - Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria e a ANIMAR - Associação Portuguesa de Desenvolvimento Local, a realizar nos próximos dias 27 a 30 de junho, em Santa Maria de Lamas, Santa Maria da Feira.

O programa de debate do evento, assim como o programa de comunicações livres, que estarão presentes neste evento já se encontram disponíveis.

As inscrições para participação nestes momentos, podem ser realizadas aqui.

Para mais informações sobre este evento, por favor consulte o Portal da Rede Social de Santa Maria da Feira.

I Congresso Internacional A Economia Social nos Desafios do século XXI

25 de Junho de 2013

No próximo sábado dia 29 de junho, decorre o I Congresso Internacional A Economia Social nos Desafios do século XXI no Centro de Congressos do Estoril que conta com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Cascais Carlos Carreiras, do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social Pedro Mota Soares, e na sessão de encerramento com o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho.

O Congresso é organizado pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social, juntamente com a Câmara Municipal de Cascais, com a CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social) e com o IES.

Conheça aqui o programa e realize a sua inscrição, gratuita mas obrigatória.

Governador do Banco de Portugal avisa que desemprego estrutural vai perdurar

25 de Junho de 2013

O desemprego vai permanecer elevado por mais tempo do que alguém desejaria, diz o Governador do Banco de Portugal.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, advertiu para a probabilidade de a taxa de desemprego permanecer elevada durante um longo período de tempo.

A taxa de desemprego em Portugal encontrava-se, em Abril, em 17,8%, segundo dados do Eurostat. Os valores mais recentes do IEFP referentes a Maio apontam para que o número de inscritos nos centros de emprego se eleve a 703.205 pessoas, menos 25.307 do que em Abril.

Já nesta semana, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu fez uma advertência semelhante para o conjunto da Europa. “Teremos crescimento no próximo ano, mas não vai ser suficiente para diminuir drasticamente o desemprego”, afirmou Van Rompuy na cimeira do G8, que termina hoje na Irlanda do Norte.

“Embora [o crescimento] seja positivo - entre 1,0% e 1,5% - não vai ser suficiente para diminuir o desemprego, especialmente o desemprego jovem”, sublinhou.

As projecções mais recentes da Comissão Europeia apontam que a economia da UE se expanda 1,4% em 2014 e a Zona Euro 1,2%.

Os últimos dados divulgados pelo Eurostat revelam que em Abril existiam 26,6 milhões de desempregados na UE, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 11,0%. Na zona comunitária o número de cidadãos sem emprego ascendia aos 19,4 milhões, o equivalente a 12,2%.

O Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou ainda que o setor social em Portugal "não é de todo desprezível" na situação atual de crise, pois emprega 260.000 pessoas e representa 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). "O terceiro setor em Portugal não é de todo desprezível, muito pelo contrário, estamos a falar de 55 mil organizações que empregam 260 mil pessoas e que representa 2,8% do PIB", disse o responsável pela entidade regulação e supervisão do sistema bancário português, em Lisboa, citado pela Lusa. Carlos Costa falava no seminário sobre a "Economia Social, o Emprego e o Desenvolvimento Local".

Fonte: Jornal de Negócios

Governo simplifica "Impulso Jovem" e quer chegar a mais portugueses

25 de Junho de 2013

O Governo apresentou recentemente novidades sobre o programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", pretendendo o Executivo uma "simplificação" do programa de modo a garantir empregos e estágios a mais jovens portugueses.

De acordo com declarações à agência Lusa do director executivo do programa, Vítor Moura Pinheiro, o objectivo é "continuar a apoiar o maior número possível de jovens", o que tem sido possível com alterações pontuais promovidas inclusive com a "preciosa ajuda" dos parceiros sociais.

A partir de agora haverá somente um programa de estágios profissionais, os Estágios Emprego, ao invés dos seis programas de estágios existentes até agora.

O objectivo do Governo passa por simplificar e facilitar a vida às entidades empregadoras contribuindo, assim, para a internalização de jovens no mercado de trabalho.

De acordo com Vítor Moura Pinheiro, houve até ao momento 19 mil candidaturas ao programa "Impulso Jovem", 12 mil das quais aprovadas. O valor, reconhece, "subiu exponencialmente" desde Fevereiro, quando se chegou a "mais jovens, entidades e território" com mudanças então aplicadas.

O Governo pretende agora apresentar o "Impulso Jovem" no contexto da futura institucionalização da "Garantia Jovem" e das recomendações da União Europeia.

O programa apoiará a partir de agora a empregabilidade dos jovens através de quatro vias: por via dos Estágios Emprego; com a diminuição dos custos associados à contratação de jovens, através do reembolso da taxa social única e do estímulo 2013; com o apoio do empreendedorismo como uma via alternativa a vertente mais tradicional de trabalho por conta de outrem; e com o apoio da qualificação profissional dos jovens através da formação profissional.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho de 2012 o programa "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros.

Fonte: Jornal de Negócios

Cáritas defende plataforma de comercialização para sustentar ideias de negócios

25 de Junho de 2013

O presidente da Cáritas Portuguesa afirmou que as ideias de negócios apresentadas no estudo da instituição só serão sustentáveis se o Governo criar uma "plataforma de comercialização que apoie estas pequenas iniciativas".

O estudo "Estratégia para a promoção do emprego e a dinamização do desenvolvimento local, enquanto fator de inclusão social" identifica várias profissões com "potencial de gerar oportunidades de trabalho" para quem está desempregado.

"O que queremos é apresentar ideias de negócio e ajudar as pessoas a procurarem fontes de financiamento, sendo certo que nada disto terá consistência se o Governo não assumir as suas responsabilidades, nomeadamente naquilo que tem sido uma proposta constante da Cáritas de pensar numa plataforma de comercialização que apoie estas pequenas iniciativas", disse Eugénio Fonseca.

O presidente da Cáritas sustentou que, "na globalização do mercado, se não houver uma plataforma de comercialização que ajude à colocação dos produtos no mercado interno e externo dificilmente qualquer ideia de negócio poderá ser sustentável".

Também os autores do trabalho defendem que "as atividades identificadas (no estudo) são potenciadoras de autonomia económica, se enquadradas em políticas públicas orientadas para o desenvolvimento pessoal e local e assentes em programas de desenvolvimento económico/social, alavancados por linhas de financiamento".

Eugénio Fonseca adiantou que o estudo é um "contributo" da Cáritas para ajudar quem está desempregado a criar o seu próprio emprego.

"Vivemos com bastante preocupação o momento atual, que está a ser de grande agressividade para milhares de famílias portuguesas, mas não queremos cruzar os braços face ao futuro".

Como a falta de trabalho é "a principal causa dos problemas" das famílias, e "prevendo que muitos que hoje vivem o flagelo do desemprego dificilmente encontrarão trabalho por conta de outrem", a Cáritas decidiu prestar este contributo, "procurando possibilitar às pessoas ideias que viabilizem áreas de negócio".

"Estamos convictos que esta será a saída para muitos desempregados", frisou.

O estudo procurou "experiências concretas e realistas, que, de forma sustentada, se mantêm ainda hoje bem ativas em áreas produtivas" e não mostrar às pessoas "hipóteses de trabalho que depois se voltem contra elas, porque em termos de comercialização não têm qualquer viabilidade".

Eugénio Fonseca ressalvou que o trabalho não mostra ideias de financiamento, que "terão que ser buscadas a partir de associações, como a associação nacional de direito ao crédito, ou entidades bancárias".

No estudo são identificados alguns setores com potencial de construção de negócios locais: "Ambiental e verde", "florestal e agrícola", "cultural", "serviços de apoio", "reabilitação de edifícios e património cultural edificado" e "cuidados à família e domicílios".

Segundo o presidente da Cáritas, o trabalho procurou ser o "mais amplo" possível, porque "há potencialidades válidas que ainda não estão devidamente aproveitadas".

Fonte: O Jornal Económico

Bruxelas aprovou verba de 6 mil milhões de euros para lutar contra o desemprego jovem na Europa

25 de Junho de 2013

O Presidente francês, François Hollande, defende que a verba aprovada pela Comissão Europeia (CE) para lutar contra o desemprego jovem na Europa, de 6 mil milhões de euros, deve começar a ser investida já este ano.

Hollande, que falava durante uma conferência em Paris subordinada ao tema do emprego e das contribuições sociais do Estado com a participação do patronato e dos sindicatos franceses, afirmou que a elevada taxa de desemprego jovem registada na Europa, especialmente em países como Portugal e Espanha, deve ser uma das prioridades no combate à crise económica.

Na quarta-feira, 19 de Junho, a Comissão Europeia propôs oficialmente antecipar e concentrar o investimento dos 6.000 milhões de euros nos próximos dois anos (2014 e 2015).

A dotação económica aprovada pela União Europeia (UE) para «a iniciativa europeia contra o desemprego jovem» foi definida para o período 2014/2020, recorda a Lusa.

A proposta da CE, que contou com o apoio prévio de alguns Estados-membros, deverá ser debatida pelos 27 na próxima cimeira europeia, prevista para 27 e 28 deste mês.

Bruxelas pretende concentrar o montante nos próximos dois anos para combater o desemprego entre os jovens com menos de 25 anos, que ronda os 24% na zona euro, segundo dados do Eurostat relativos ao mês de abril.

A CE pediu aos oito países com os níveis de desemprego jovem mais elevados - entre eles Portugal, onde o indicador registou os 42,5% em abril passado, segundo dados Eurostat -, para preparem até ao outono os respetivos planos nacionais de emprego desenvolvidos em colaboração com as «equipas de ação» enviadas pelo executivo comunitário e que serão financiados pelos fundos estruturais.

«O que queremos agora é que os países traduzam estas iniciativas em ações concretas», indicou, o porta-voz comunitário, Olivier Bailly, em conferência de imprensa.

Fonte: Iol

Mês dedicado ao emprego no Saldo Positivo

14 de Junho de 2013

Numa altura em que o desemprego atingiu números históricos, o Saldo Positivo (programa de literacia financeira da Caixa Geral de Depósitos) dedica todo o mês de Junho ao tema encontrar emprego e lidar com o desemprego.

Conheça um conjunto de artigos e informações relevantes aqui.

Taxa de desemprego em Portugal é duas vezes superior à média da OCDE

14 de Junho de 2013

Portugal continua a ter uma das taxas de desemprego mais elevadas entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), registando uma taxa que supera em duas vezes o valor médio destes países.

A taxa de desemprego em Portugal encontrava-se, em Abril, nos 17,8%, face a uma média de 8% registada na OCDE, segundo um relatório divulgado a 11 de Junho. Só há dois países que conseguem registar uma taxa mais elevada do que Portugal: Grécia e Espanha, com taxas de 27% e 26,8%, respectivamente.

Segundo os dados divulgados, 11 países verificaram aumentos da taxa de desemprego, em Abril, um número idêntico ao dos países que verificaram uma estabilização da taxa. Os dados revelam que houve quatro países a verificar descidas das taxas, sendo que sete países ainda não divulgaram os números de Abril.

A população mais jovem continua a ser a mais afectada, com 16,5% da população entre 15 e 24 anos a estar desempregada nos países da OCDE. Grécia continua a destacar-se nesta faixa etária, tendo registado uma taxa de 62,5% de desemprego jovem, em Fevereiro, não tendo ainda reportado os dados mais recentes. E mais uma vez, Portugal surge em terceiro lugar, com uma taxa de 42,5%.

Fonte: Jornal de Negócios online, Sara Antunes

Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa já tem vencedores

14 de Junho de 2013

A COTEC Portugal, com o Alto Patrocínio do Presidente da República, distinguiu na sexta edição do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, Mapril Baptista, fundador da empresa Les Dauphins e Teresa Lundahl, fundadora da Mateus Stock AB.

A sexta edição do Prémio obteve 155 candidaturas de portugueses dispersos por 37 países dos cinco continentes.A iniciativa da COTEC Portugal pretende celebrar os portugueses que, pela sua capacidade empreendedora e inovadora, se notabilizam fora de Portugal nas suas atividades.

'É importante reconhecer os portugueses que se distinguem pelo mundo e que contribuem para a criação de riqueza e postos de trabalho, apostando em negócios que apresentam índices de crescimento assinaláveis. Os resultados das candidaturas deste ano espelham precisamente a enorme força empreendedora dos portugueses da Diáspora. Mapril Baptista e Teresa Lundahl são já referências nas suas áreas e representam modelos de sucesso que gostaríamos de ver replicados em muitos outros locais', afirmou Joaquim Sérvulo Rodrigues, presidente do Júri.

Atualmente, a Les Dauphins de Mapril Baptista é a n.º 1 em venda de ambulâncias em França tendo cerca de 98% de quota de mercado na Ile de France e 50% em todo o país. As ambulâncias são todas transformadas em Portugal na CapSud. Em 2011, Mapril foi considerado o melhor português a trabalhar em França pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Francesa, entidade para a qual foi eleito recentemente. Paralelamente, é vice-presidente do Lions Club de Montfermeil Coubron, entidade da qual faz parte há 20 anos.

Teresa Lundahl fundou uma empresa que combina design moderno com artesanato tradicional português, a Mateus Stock AB. Todos os produtos da Mateus Stock AB são fabricados à mão em Portugal, com um toque pessoal e exclusivo para cada peça. A empresa, com 71 colaboradores, exporta para diversos países do mundo, tais como Austrália, Canadá, EUA, Japão e Rússia, entre outros. Em simultâneo, Teresa foi nomeada Conselheira para a Internacionalização da Economia Portuguesa na Suécia.

Fonte: Impulso Positivo

Vencedores da 2ª edição do FAZ- Ideias de Origem Portuguesa

14 de Junho de 2013

O programa FAZ- Ideias de Origem Portuguesa procura uma mudança de paradigma sobre a forma como vemos a Diáspora Portuguesa. Hoje em dia, no mundo global, já não há o cá e o lá. O que temos são 15 milhões de Portugueses com uma cultura, identidade próprias e ligação forte a Portugal. 10 milhões estão em território Português e 5 milhões espalhados por todo o mundo. Estes 5 milhões que estão pelo mundo representam um ativo incalculável para o nosso país, em termos de conhecimento, de rede, de oportunidades de inovação. O FAZ-IOP procura ser um catalisador dessas oportunidades, gerando ideias com impacto social para Portugal, geradas lá fora mas com origem Portuguesa, e criando as condições em termos de conhecimento, rede e financiamento para que essas ideias sejam implementadas. Esta foi a segunda edição do programa com cerca de 80 projetos submetidos e 10 projetos finalistas, que receberam acompanhamento durante um mês e formação em empreendedorismo social através de um bootcamp IES Powered by INSEAD. Após o bootcamp de 2 dias, o júri ouviu todas as equipas finalistas e escolheu os três vencedores, que poderá conhecer melhor abaixo:

Orquestra XXI
Fruta Feia
Rés do Chão

Fonte: Ideias de Origem Portuguesa

Guia do Subsidio de Desemprego

O Saldo Positivo reuniu num só dossier tudo o que sempre quis saber sobre o subsídio de desemprego. Está desempregado e quer pedir apoio? Deu indicação para suspender as prestações e voltar a beneficiar? Quer saber que documentos precisa de apresentar para começar a receber o subsídio? Quanto tempo dura e quais são as regras? Conheça as respostas às suas dúvidas aqui.

Comitiva alemã visitou Portugal para cooperação na área do ensino e formação profissional

14 de Junho de 2013

Na sequência do Memorando de Entendimento no âmbito do Ensino Profissional, subscrito por Portugal e pela Alemanha em novembro do ano passado, reuniu-se, nos passados dias 3 e 4 de junho, uma Task Force Portuguesa-Alemã para a cooperação na área do ensino e formação profissional.

A Delegação Portuguesa foi composta por elementos do Ministério da Educação e Ciência, do Ministério da Economia e do Emprego, da ANQEP, do IEFP, da ANPROALV, das Escolas Profissionais e dos Parceiros Sociais (CGTP, UGT, CIP, CAP, CCSP, CTP), tendo a Alemanha participado através de representantes dos organismos congéneres.

Ao longo destes dois dias, a comitiva, que incluiu o Ministro da Educação e os Secretários de Estado da Educação e do Emprego, visitou a Escola Secundária de Gago Coutinho, a Escola de Comércio de Lisboa e o Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal, locais onde teve a oportunidade de interagir com professores, formadores, alunos e formandos.

Com este conjunto de iniciativas pretende-se obter um conhecimento mútuo dos sistemas e estruturas do ensino/formação profissional, bem como dos sistemas de orientação e informação por forma a promover a troca de informação sobre as reformas e desafios que se colocam aos sistemas de educação/formação de ambos os países.

O resultado destes dois dias de trabalhos irá contribuir para a definição de uma estratégia conjunta com vista à promoção da qualidade dos sistemas de ensino/formação profissional, potenciando, desta forma, a empregabilidade dos jovens que frequentam estas vias. Prevê-se, desde já, que no quadro desta parceria Portugal-Alemanha, sejam desenvolvidos projetos de mobilidade de jovens e de professores/formadores e que se conceba um modelo para a formação pedagógica dos tutores que acompanham os jovens na realização da componente de formação prática em contexto de trabalho.

Considerando a forte aposta nos Cursos de Aprendizagem, que decorrem 40% do tempo em contexto de empresa, o IEFP, I.P. espera através desta parceria recolher boas-práticas que concorram para a melhoria contínua da formação desenvolvida nesta modalidade, quer em termos da qualidade do processo de ensino-aprendizagem quer do ajustamento das competências adquiridas às necessidades efetivas do mercado de trabalho.

Fonte: IEFP

Mentor Empreende – um google do empreendedorismo

14 de Junho de 2013

Como criar um restaurante ou aprender a captar ajudas públicas são algumas das pesquisas que se podem fazer no novo motor de busca “Mentor-Emprende”, uma espécie de “Google” do empreendedorismo, que a Universidade do Porto ajudou a desenvolver.

O “Mentor-Emprende” é um motor de busca especializado em conteúdos relacionados com “empreendedorismo e criação de empresas” e destina-se a estudantes, mas também a quem esteja a pensar criar o seu próprio negócio, explica a Universidade do Porto (UP), em comunicado de imprensa.

O motor de busca, uma espécie de “Google” do empreendedorismo que especialistas em empreendedorismo da UP ajudaram a desenvolver, está agora disponível em língua portuguesa. A iniciativa tem o objectivo de auxiliar os utilizadores a encontrar, de uma forma fácil e sistematizada, conteúdos de empreendedorismo.

Com o motor de busca, as dificuldades diminuem para aquelas pessoas sem formação na área da inovação, mas que pretendem ser empreendedoras.

O motor de busca é de acesso gratuito, está disponível na página da Internet da RedEmprendia e reúne diversas universidades ibero-americanas, que promovem o conhecimento, inovação e empreendedorismo. A UP é uma das duas universidades portuguesas que colaboraram na implementação deste motor de busca, mas a estrutura foi criada por especialistas da Universidade de Santiago Compostela.

Fonte: Jornal Público

OIT lança plataforma online sobre Emprego Digno para Jovens

14 de Junho de 2013

Os utilizadores desta plataforma poderão participar em debates online moderados por jovens e especialistas em emprego juvenil; partilhar as suas experiências e ideias em boas práticas de emprego e aprender mais sobre Emprego Digno através do contacto com especialistas da OIT.

A plataforma albergará debates mensais em diferentes temas e os melhores contributos serão seleccionados para incluir relatórios da OIT.

Conhece e participa na plataforma aqui.

Portal de Emprego da Universidade de Coimbra

14 de Junho de 2013

O portal do emprego da Universidade de Coimbra é fruto de uma parceria entre a Universidade de Coimbra e a rede Trabalhando - uma comunidade de sites que está presente em 11 países ibero-americanos e que oferece mais de 200 mil oportunidades mensais de emprego.

Os portais de emprego desta comunidade estão todos ligados de forma a maximizar a difusão das ofertas de trabalho e dos currículos, segundo as necessidades (e desejo) das empresas e dos candidatos.

Conheça aqui o portal.

Movimento para o Emprego

14 de Junho de 2013

O Movimento para o Emprego é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da COTEC Portugal, em parceria com o IEFP. Este Movimento nasce do desafio lançado às empresas e outras entidades portuguesas para uma mobilização coletiva face à grave situação de desemprego que o país atravessa, sobretudo entre as novas gerações mais qualificadas. O Movimento para o Emprego é uma resposta da sociedade civil, empresas e outras entidades, com o apoio das políticas ativas de emprego, sendo uma iniciativa que teve a adesão de mais de uma centena de entidades. É também uma iniciativa aberta a todos os que ainda se queiram associar, criando estágios remunerados para os mais de 140 mil jovens licenciados desempregados.

Conheça mais informações aqui.

“Cabo dos Trabalhos” debatido em Setúbal

20 de Maio de 2013

No passado dia 17 de Maio decorreu na Casa da Cultura de Setúbal a apresentação do livro “Cabo dos Trabalhos”, publicação decorrente do presente protocolo entre a EAPN Portugal e o IEFP.

Contamos com uma análise cuidada e reflexiva por parte de dois agentes locais do território, Patrícia Patrício da SEIES e Raul Tavares do Jornal Sem Mais, seguida de um debate produtivo entre os presentes.

Conheça aqui uma notícia de cobertura da iniciativa.

III Edição do Mosaico Social em Santa Maria da Feira

20 de Maio de 2013

O Município de Santa Maria da Feira, através da sua Rede Social, e aADRITEM- Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria, promovem, entre 27 a 30 de Junho de 2013, a III Edição do Mosaico Social, financiada no âmbito do PRODER. Esta III edição será realizada em conjunto com a IX edição da MANIFesta - Assembleia, Feira e Festa do Desenvolvimento Local e da Economia Social, uma iniciativa da Animar - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local.

Conheça aqui a apresentação desta iniciativa e consulte mais informações online.

Volta de apoio ao emprego

20 de Maio de 2013

Ao longo dos próximos meses, localidades de norte a sul irão receber acções de divulgação de oportunidades concretas de emprego e de apoio à empregabilidade, contribuindo para responder àquela que é a principal preocupação dos cidadãos: o desemprego.

Serão apresentadas soluções para melhoria da empregabilidade, através de formação profissional, estágios ou experiência internacional de voluntariado, sugestões sobre como aumentar a probabilidade de sucesso de uma candidatura e formas de aceder a quase 1,5 milhões de vagas de emprego disponíveis a nível europeu.

O calendário da Volta de Apoio ao Emprego inclui Castelo Branco, Lamego, Aveiro, Portalegre, Setúbal, Faro, Viana do Castelo, Bragança, Santarém, Leiria, Barcelos, Fundão, Porto e Paços de Ferreira.

A Volta do Apoio ao Emprego é uma parceria entre a Representação da Comissão Europeia em Portugal, o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a rede de centros Europe Direct, visando sublinhar o comprometimento continuado das instituições europeias com o emprego e a melhoria da empregabilidade.

Estas sessões destinam-se a jovens desempregados e à procura de emprego.

A próxima sessão decorre a 28 de Maio em Aveiro.

Conhece mais informações e inscreve-te aqui.

Social Invest, Programa de Apoio à Economia Social

20 de Maio de 2013

O SOCIAL INVESTE, Programa de Apoio à Economia Social, foi criado pela Portaria nº 42/2011 e é dirigido às associações de desenvolvimento local, às cooperativas, às instituições particulares de solidariedade social, às misericórdias, às mutualidades e outras entidades da economia social sem fins lucrativos.

Concretizado numa linha de crédito, o SOCIAL INVESTE tem como objectivo incentivar as entidades que integram a economia social a fazerem investimento para promover actividades em áreas existentes ou em novas áreas de intervenção, para a modernização dos serviços prestados às comunidades e da gestão, bem como para o reforço de tesouraria.

A Linha de Crédito SOCIAL INVESTE permite o financiamento dessas operações, sendo o crédito disponibilizado pelas instituições bancárias que celebraram Protocolo com a CASES e com o IEFP, IP:

  • Banco Comercial Português
  • Banco Espírito Santo
  • Caixa Económica Montepio Geral
  • Caixa Geral de Depósitos
  • Crédito Agrícola

O crédito beneficia de garantia, no quadro do sistema de garanta mútua, de bonificação da taxa de juro e de bonificação da comissão de garantia, nos termos protocolados com as Sociedades de Garantia Mutua.

A CASES - Cooperativa António Sérgio para a Economia Social vai gerir a linha de crédito, num montante global de 12,5 milhões de euros de disponibilidade financeira, em articulação com o IEFP, I.P.

Esta linha de crédito vai estar operacional junto dos Bancos a partir do dia 31 de maio de 2013.

Conheça mais informações aqui.

Spie UP 2013

20 de Maio de 2013

Promovida pelo Clube de Empreendedorismo da Universidade do Porto (CEdUP), a Semana de Promoção da Inovação e Empreendedorismo da Universidade do Porto (Spie UP) está a decorrer entre 20 e 25 de Maio. É um evento que procura promover a inovação e empreendedorismo junto da sociedade em geral, tendo uma especial proximidade a toda a comunidade da Universidade do Porto.

Através da apresentação e divulgação de casos de sucesso nestas temáticas, a Spie UP procura inspirar e desafiar toda a comunidade, servindo como catalisadora na revolução de soluções e criação de valor (tanto na perspectiva económica como social).

Assim, a semana é composta por eventos direcionados para as temáticas da inovação e empreendedorismo, tais como palestras, encontros e workshops.

Nesta 6ª edição da Spie UP, a Universidade do Porto vai ser invadida por mais de 18 eventos, com diversos oradores que, pelas suas histórias e experiência, são capazes de desafiar qualquer um a iniciar os seus projectos e perseguir os seus sonhos!

Nesta 6ª Edição, a Spie UP estará, ineditamente, presente em todas as Faculdades da U.Porto assim como em espaços emblemáticos da cidade do Porto.

Consulte mais informações aqui.

Programa Cidanania Ativa

20 de Maio de 2013

O Programa Cidadania Ativa, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, é destinado às Organizações Não-Governamentais. A abertura de candidaturas iniciou-se a 29 de Abril e termina a 1 de Julho de 2013.

O Programa dispõe de um montante total de 5,8 milhões de euros, decorre entre 2013 e 2016 e os apoios serão concedidos através de concursos periódicos (projetos financiados a 90%).

O financiamento é destinado a apoiar projetos de ONG para o fortalecimento da Sociedade Civil portuguesa e os domínios de atuação são os seguintes:

A. Participação das ONG na conceção e aplicação de políticas
B. Promoção dos valores democráticos, incluindo a defesa dos Direitos Humanos, dos direitos das minorias e da luta contra as discriminações
C. Reforço da eficácia da ação das ONG

Para mais informações consulte aqui o site do programa.

Plano Nacional de Voluntariado 2013-2015

20 de Maio de 2013

O Governo aprovou, no início de Maio, o Plano Nacional de Voluntariado para os anos de 2013-2015, que inclui várias medidas para o objetivo de "valorizar e reconhecer" as ações de voluntariado e promover a responsabilidade social da Administração Pública.

O PNV define três eixos estratégicos: "Sensibilizar e Divulgar", "Promover e Formar" e "Agir e Desenvolver", sobre os quais são desenvolvidas 39 medidas.

"Estes três eixos apresentam, como objetivos centrais, o reconhecimento das atividades de voluntariado, a sensibilização dos cidadãos para a importância e valor do voluntariado e a necessidade de dar meios aos organizadores de atividades de voluntariado para melhorar a qualidade das mesmas, promovendo a criação de um ambiente propício ao exercício do voluntariado", adianta o comunicado.

Uma das medidas previstas no PNV é colocar as horas de voluntariado nos certificados escolares.

Conheça aqui a Resolução do Conselho de Ministros que aprova o Plano Nacional de Voluntariado 2013-2015.

Tertúlia sobre empreendedorismo social

2 de Maio de 2013

No próximo dia 9 de Maio de 2013 a A3S vai convida-o a participar numa tertúlia sobre o tema Empreendedorismo Social. Será no Auditório do edifício P.INC (Praça Coronel Pacheco, n.º 2, Porto) das 17h às 19h. A entrada é livre.

Esta iniciativa tem como objetivos: debater o tema emergente do empreendedorismo social; apresentar o trabalho de investigação desenvolvido pela A3S no domínio do empreendedorismo social, no sentido de fomentar sinergias e eventuais parcerias entre as organizações da UPTEC e dar a conhecer casos e experiências diferenciadas de empreendedorismo social nacionais e internacionais.

O programa inclui as seguintes apresentações:

O empreendedorismo social em Portugal | Carlota Quintão
A experiência da Academia Ubuntu | Filipe Pinto e Joana Morais e Castro
A experiência da ASMARE - Associação de Catadores de Lixo de Belo Horizonte | Mafalda Gomes

Mobilidade social e desigualdades em tempos de austeridade

2 de Maio de 2013

No próximo dia 10 de Maio de 2013 terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o colóquio internacional “Mobilidade Social e desigualdades em tempos de austeridade”.

Este colóquio internacional propõe um diálogo franco-português sobre o estado da mobilidade social na Europa do Sul, onde os Estados estão atualmente submetidos a fortes restrições orçamentais.

O fraco crescimento económico e a austeridade orçamental com que numerosos países europeus estão hoje confrontados, vêm relançar o debate sobre as possibilidades reais de promoção na hierarquia social. O crescimento quase inexistente das economias europeias, o desemprego massivo e as dificuldades atuais dos jovens diplomados no que respeita à integração no mercado de trabalho parecem constituir verdadeiros obstáculos à ascensão social, tão prometida pelo modelo meritocrático das democracias europeias.

A experiência vivida pelos atingidos por esta “desvalorização social” faz emergir sentimentos de frustração e de injustiça, sentimentos que têm como símbolo vivo as manifestações, cada vez mais frequentes, de “indignados” e de outros movimentos sociais contestatários da ordem económica estabelecida.

Qual é então a situação da mobilidade social, hoje, em países em que o Estado-Providência parece adelgaçar-se de dia para dia, em benefício do imperativo de competitividade económica?

Como chegámos a esta situação apesar da democratização do acesso à Educação e da implementação de políticas sociais?

Como romper o ciclo vicioso que liga a origem social às trajetórias de vida, em países tão fortemente submetidos ao rigor orçamental, em que as políticas sociais se desmoronam progressivamente?

Conheça aqui o programa e cartaz da iniciativa promovida pelo CES e Instituto Francês de Portugal/Embaixada de França em Portugal.

Prémio Europeu “ Para o Emprego de jovens na Economia Social”

2 de Maio de 2013

As inscrições para a segunda edição do Prémio Europeu "Para o emprego de jovens na Economia Social", promovido pela Rede Europeia de Fundações para a Economia Social terminam já a 15 de Maio.

O objetivo deste prémio é identificar e promover práticas empresariais e abordagens replicáveis em vários países. Em 2013, uma empresa social jovem criada por jovens e empregadora de jovens na União Europeia e Marrocos, receberá um prémio de € 5.000.

Consulte aqui o folheto de apresentação e encontre o regulamento no site da Rede Europeia de Fundações para a Economia Social.

“Não acredite em tudo o que pensa”, nas livrarias a 3 de Maio

2 de Maio de 2013

Conheça aqui uma breve apresentação do livro “Não acredite em tudo o que pensa – Mitos do Senso Comum na Era da Austeridade”, uma iniciativa que pretende responder aos mitos que invadem o nosso quotidiano atual. O desemprego é uma oportunidade?

Baixar os salários é o caminho para salvar a economia?

Os direitos dos mais velhos estão a bloquear os dos mais novos?

O que faz falta é sermos empreendedores?

Na escola de antigamente aprendia se mais do que na de hoje?

Isto não vai lá com manifestações?

Estas são algumas das questões que poderá ver debatidas no livro coordenado por José Soeiro, Miguel Cardina e Nuno Serra.

“O trabalho é essencial para a dignidade” alerta Papa no 1º de Maio

2 de Maio de 2013

“Dezenas de milhares de pessoas saíram à rua em Espanha neste 1.º de Maio, em que as duas principais centrais sindicais espanholas se uniram para denunciar “a emergência nacional” que são os 6,2 milhões de desempregados. Em Roma, o Papa Francisco assinalou o Dia do Trabalhador pedindo aos dirigentes políticos “que façam tudo o que seja possível” para criar empregos: “O trabalho é essencial para a dignidade”.

“Penso nas pessoas, não apenas nos jovens, que estão sem empregos muitas vezes por uma visão económica da sociedade fundada no lucro egoísta, para além das regras de justiça social”, alertou o Papa na sua audiência semanal na Praça de São Pedro.

Em Espanha, dezenas de milhares de pessoas saíram à rua em várias cidades com os sindicatos a pedir um grande pacto contra a “emergência nacional” do desemprego. Em Madrid, a manifestação convocada pela Confederação Sindical das Comissões dos Trabalhadores (CC OO) e pela União Geral de Trabalhadores (UGT) terá juntado mais de 50 mil pessoas, dizem os organizadores citados pelo diário El País.

“Frente ao drama do desemprego – reactivação económica e emprego. Frente às privatizações – serviço público e protecção social”, dizia uma das principais faixas de uma das manifestações em Madrid. "Este 1.º de Maio tem de marcar um antes e um depois”, disse Cándido Méndez, secretário-geral da UGT. “Há que pôr o emprego em primeiro lugar”, disse, sugerindo que a Europa destine entre 1% a 2% do seu PIB a lutar contra o desemprego.

Em Roma, o Papa Francisco comentou também o desastre do edifício Rana Palace, no Bangladesh, onde funcionavam cinco fábricas que produziam vestuário para marcas ocidentais, onde os trabalhadores recebiam um salário de miséria: “O título que me espantou no dia da tragédia do Bangladesh foi ‘vivem com 38 euros por mês’. Era o que recebiam as pessoas que morreram [402 mortos, até agora, ainda 149 desaparecidos]. É o que se chama trabalho escravo”, declarou o Papa, citado pela Rádio Vaticano.

No Bangladesh, este Dia do Trabalhador foi marcado pelos protestos de dezenas de milhares de pessoas, relata a AFP. Saíram à rua para exigir a condenação à morte dos proprietários das fábricas de têxteis do Rana Palace, palco do pior acidente industrial do país, que trabalhavam para grandes marcas ocidentais como a Mango ou a Primark.”

Fonte: Jornal Público

Taxa de emprego em Portugal é a mais baixa dos últimos 27 anos

2 de Maio de 2013

“O Dia do Trabalhador assinala-se nesta quarta-feira com o nível de emprego mais baixo dos últimos 27 anos em Portugal e com uma taxa de desemprego que já atinge 17,5% da população activa.

Os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que no último trimestre de 2012 a taxa de emprego desceu para os 50,3%. É preciso recuar ao final de 1986 para encontrar uma taxa de emprego semelhante. Estes números estão longe dos níveis de emprego verificados no início do século XXI (no final de 2002 chegou aos 59,2%).

Esta situação é resultado das políticas de austeridade que têm vindo a ser seguidas e da recessão económica, razões que também estão por detrás do desemprego que mês após mês bate recordes. No quarto trimestre de 2012 o desemprego afectava 923 mil pessoas e a taxa apurada pelo INE chegava aos 16,9%.

Estes valores já foram ultrapassados e em Março o Eurostat dá conta agora de 17,5%. O ponto de viragem tarda em aparecer e as previsões mais recentes revelam que o emprego continuará a recuar e o desemprego permanecerá elevado nos próximos quatro anos. No Documento de Estratégia Orçamental ontem divulgado, o Governo prevê que a recuperação do mercado de trabalho só começará a sentir-se – embora de forma ténue – em 2015. A taxa de desemprego andará acima dos 18% e em 2017 ainda estará nos 16,7%.

Portugal não é caso único. A receita de austeridade aplicada na Grécia, Irlanda e nas economias espanhola e italiana também estão a ter reflexos preocupantes no mercado de trabalho destes países. Estes Estados-membros que albergam 26,4% da população da União Europeia (UE) são também a pátria de 44% dos desempregados no espaço europeu.

No final de Março, estes países da periferia tinham 11,6 milhões de desempregados (embora os dados para a Grécia digam respeito ao mês de Janeiro), uma fatia muito significativa dos 26,5 milhões de desempregados em toda a UE e mais de metade dos 19,2 milhões registados nos países do euro.”

Fonte: Jornal Público, Raquel Martins

Se procura emprego não aposte tudo na Internet

2 de Maio de 2013

"Ter cuidado com os perfis nas redes sociais é uma boa prática. Mas provavelmente não é no LinkedIn que vai conhecer o seu próximo patrão.

Não faltam artigos sobre a importância de ter o perfil certo nas redes sociais quando se procura emprego. Uma pesquisa na Internet revela muitas histórias sobre informação comprometedora publicada num site e que aniquilou as hipóteses de alguém ser seleccionado para uma vaga.

Um quadro intermédio tem "três grandes canais" para arranjar emprego, explica Bancaleiro. O primeiro são os anúncios. O segundo é estar na base de dados das empresas de recrutamento. O terceiro, "que é, de longe, o mais importante", são os relacionamentos pessoais e as redes de contactos. E isto não significa passar horas a ver a lista de sugestões de contactos que o LinkedIn apresenta e clicar no perfil das que eventualmente possam interessar. Nesta terceira via, estão "60% a 70% das hipóteses" de uma pessoa encontrar emprego, diz José Bancaleiro. E o conselho é sair de casa. Por exemplo, ir a eventos do sector. Ou simplesmente almoçar com antigos colegas."

Conheça aqui a totalidade do artigo.

Fonte: Jornal Público, João Pedro Pereira

Sessão de Apresentação do Programa Cidadania Ativa

2 de Abril de 2013

O Programa Cidadania Ativa tem como objetivo primordial o fortalecimento da sociedade civil portuguesa e o progresso da justiça social, da defesa dos valores democráticos e do desenvolvimento sustentável.

O Programa dispõe de um montante total de 5,8 milhões de euros, destinado a apoiar projetos de ONG para o fortalecimento da Sociedade Civil portuguesa. Os apoios serão concedidos através de concursos periódicos e os projetos serão financiados a 90%.

A Sessão Pública de Apresentação do Programa, promovida pela Fundação Callouste Gulbenkian e Fundação Eng. António de Almeida, terá lugar no dia 5 de Abril, a partir das 9:30 no auditório da Fundação Eng. António de Almeida, R. Tenente Valadim 325, Porto.

A entrada é livre mas sujeita à disponibilidade de lugares. Poder+a inscrever-se através do email: cidadaniaativa@gulbenkian.pt.

Conheça o programa aqui.

"Cabo dos Trabalhos" no Parlamento Global

28 de Março de 2013

Conheça aqui uma publicação relativa ao livro "Cabo dos Trabalhos" no site do Parlamento Global, uma “Central de Notícias” sobre a atualidade político-parlamentar, um site sobre Política e Cidadania com maiúscula.

Corte de 2500 milhões em 2014 levará economia à estagnação, calcula o BdP

28 de Março de 2013

"A economia vai contrair-se mais este ano e, para 2014, o Banco de Portugal (BdP) não afasta um cenário de estagnação num quadro em que o corte na despesa pública ronde os 2500 milhões de euros e as exportações cresçam menos do que o previsto.

Nas previsões apresentadas nesta terça-feira, o supervisor considerou apenas as medidas de política orçamental já aprovadas ou “com elevada probabilidade de aprovação e especificadas com detalhe."

Neste quadro, ou seja, deixando de fora eventuais novas medidas de austeridade e cortes na despesa no próximo ano, a instituição prevê um cenário de crescimento da economia em 2014, projectando uma subida de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Porém, se o corte na despesa pública a aplicar no próximo ano for equivalente a 1,5% do PIB, cerca de 2500 milhões de euros, isso terá um impacto negativo de 0,8% no PIB. Com isso, as perspectivas de crescimento baixam e, em vez de um crescimento de 1,1%, a economia estaria num cenário próximo da estagnação, progredindo apenas 0,3%.

Para chegar a este cenário, o BdP parte de "hipóteses técnicas" - em que são consideradas medidas adicionais de consolidação orçamental – para simular o impacto das medidas na evolução do PIB. Os técnicos do Banco de Portugal consideraram um cenário em que metade da redução da despesa (correspondente a 1,5% do PIB) vem de cortes nos gastos com pessoal e a outra metade de redução de despesas em prestações sociais, incluindo pensões.

O quadro traçado pelo Banco de Portugal agrava-se ainda mais se as exportações não alcançarem as previsões avançadas – crescimento de 4,3% no próximo ano. Nesse caso, assinala a instituição, cada ponto percentual de desvio corresponde a um impacto de 0,2 pontos percentuais no PIB. Se esse desvio for negativo em 1 ponto percentual, a economia estará a crescer 0,1%, mas a recessão poderá ocorrer se esse desvio for superior."

Fonte: Jornal Público, Pedro Crisóstomo

Empresas europeias vão recrutar engenheiros lusos

28 de Março de 2013

Vários grupos empresariais europeus vêm a Lisboa para recrutar engenheiros portugueses através de uma feira de emprego prevista para o próximo mês de Abril. O evento deverá ser anunciado em breve no site oficial do IEFP, estando também prevista a realização de sessões exclusivas de recrutamento para empresas alemãs.

A informação foi transmitida esta semana ao jornal Diário Económico pelo diretor do IEFP, José Paulo Luís, que informou que as empresas interessadas nos trabalhadores portugueses são originárias da Alemanha, Noruega, Suécia, Dinamarca, França e Reino Unido.

Uma sessão de esclarecimento sobre tudo o que os jovens portugueses necessitam saber para iniciar uma carreira profissional no estrangeiro aconteceu, na passada sexta-feira, no Algarve, no âmbito do programa "Welcome to Germany". Cerca de três mil pessoas assistiram a este evento e tiveram a oportunidade de se candidatar a 600 vagas para várias empresas alemãs.

Através desta sessão foi possível conhecer a importância de se dominar a língua materna do país em que os portugueses se disponibilizam para trabalhar. O domínio da língua é hoje considerado, aliás, uma ferramenta essencial para quebrar as barreiras geradas num país que não é o de origem.

Durante a sessão "Welcome to Germany", os participantes tiveram conhecimento de que o mercado profissional alemão está de portas abertas para os trabalhadores portugueses qualificados nas áreas das novas tecnologias, eletrotécnica, saúde e hotelaria, tendo também dado especial importância a mecânicos de carros, canalizadores e soldadores.

Fonte: Boas Notícias

O IES lança novas datas de formação

28 de Março de 2013

O IES lançou já os programas de formação IES powered by INSEAD em Empreendedorismo Social para 2013 em Portugal, para pessoas que querem mudar o mundo de forma sustentável e eficiente!

Nas anteriores edições, mais de 300 empreendedores sociais tiveram a oportunidade de participar numa formação que combina conhecimento de ponta do INSEAD com investigação de terreno e conhecimento do IES, e desenvolver projetos com impacto social, através dos Bootcamps, ou fortalecer competências e efeito de rede de empreendedores e gestores de iniciativas sociais, com o ISEP Portugal.

Os programas de formação IES powered by INSEAD são possíveis graças à parceria entre o IES, o INSEAD e os mecenas dos Programas em Portugal: Fundação EDP e Câmara Municipal de Cascais.

Saiba mais informação aqui.

Portal de Opinião Pública

28 de Fevereiro de 2013

O que pensam, desejam e preferem os portugueses sobre os mais variados temas, desde a vida familiar, à economia, política ou religião? Como comparam as suas atitudes e opiniões às dos restantes europeus? O POP foi desenvolvido para que se possam conhecer as respostas a estas perguntas e assim podermos compreender melhor a sociedade.

Podem consultar o portal aqui.

O peso dos despedimentos colectivos

28 de Fevereiro de 2013

“Mais de mil trabalhadores de 119 empresas foram despedidos no âmbito de despedimentos colectivos concluídos em Janeiro, o que representa uma média de 35 despedimentos por dia e um aumento de 28% face a Janeiro do ano passado.

De acordo com dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), foram despedidos 1115 trabalhadores em Janeiro, de um total de 5190 envolvidos em despedimentos colectivos.

Em Janeiro de 2012 foram despedidos 871 trabalhadores, de um total de 11.878 trabalhadores envolvidos em despedimentos colectivos concretizados por 108 empresas, o que representa uma subida de 28% em Janeiro deste ano face ao período homólogo do ano anterior.

O maior número de despedimentos em Janeiro deste ano, 276 trabalhadores, foi registado em 12 médias empresas, seguido por 186 despedimentos em 32 médias empresas.

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou maior número de despedimentos, com um total de 594 trabalhadores despedidos no âmbito de despedimento colectivos concretizados por 53 empresas.

O Alentejo e o Algarve foram as regiões com menos despedimentos em Janeiro, cada uma com 19 trabalhadores despedidos.

Em Janeiro deste ano, 119 empresas iniciaram processos de despedimento colectivo para reduzir 1226 trabalhadores, de um total de 16.609 trabalhadores.

A concretizarem-se, os maiores despedimentos colectivos ocorrerão em 32 médias empresas que pretendem despedir 627 trabalhadores, de um total de 3298 trabalhadores.”

Fonte: Jornal Público

Dia europeu da igualdade salarial: na Europa, as mulheres trabalham 59 dias de graça

28 de Fevereiro de 2013

16,2%: é esta a dimensão da disparidade salarial entre géneros ou a diferença média da remuneração horária entre homens e mulheres em toda a UE, de acordo com os dados mais recentes, hoje divulgados pela Comissão Europeia. É uma noticia divulgada no âmbito do Dia europeu da igualdade salarial, assinalado a 28 de fevereiro de 2013. Este evento à escala da UE assinala o número de dias extra que as mulheres têm de trabalhar para atingir o mesmo montante auferido pelos homens: atualmente 59 dias, o que significa que, este ano, calha a 28 de fevereiro. Com vista a reduzir esta disparidade salarial, a Comissão destaca um conjunto de boas práticas seguidas por empresas na Europa, a fim de resolver o problema. É a terceira vez que se comemora o Dia europeu da igualdade salarial a nível europeu; a primeira após ter sido instituído pela Comissão a 5 de março de 2011 (ver IP/11/255) e a segunda a 2 de março de 2012 (ver IP/12/211).

«O princípio de salário igual para trabalho igual está consagrado nos Tratados da UE desde 1957. É mais do que chegada a hora de o pôr em prática em toda a UE. Unamos os nossos esforços para obter resultados não só no dia da igualdade salarial, mas ao longo dos 365 dias do ano!», declarou a Vice-Presidente Viviane Reding, Comissária europeia responsável pelo pelouro da Justiça.

Os dados mais recentes revelam uma disparidade salarial média de 16,2%, em 2010, entre homens e mulheres em toda a União Europeia, o que vem confirmar uma ligeira tendência para a diminuição observada nos últimos anos, contra cerca de 17% ou mais nos anos anteriores.

A tendência para a diminuição da disparidade salarial pode explicar-se pelo impacto da recessão económica nos diferentes setores, nomeadamente os dominados pelos homens (tais como a construção ou a engenharia civil) que registaram maiores quedas a nível geral dos rendimentos. Por conseguinte, esta diminuição não se deve de um modo generalizado a um aumento dos salários e à melhoria das condições de trabalho das mulheres. Ao mesmo tempo, a percentagem de homens a tempo parcial ou com salários mais baixos aumentou nos últimos anos.

A Comissão pretende apoiar os empregadores nos seus esforços para corrigir as disparidades salariais entre os géneros. O projeto «A igualdade compensa» visa sensibilizar as empresas para a questão da igualdade de género e de remuneração. Com os desafios da evolução demográfica e a crescente escassez de competências, a iniciativa tem por objetivo proporcionar às empresas um melhor acesso ao potencial da força laboral das mulheres. Inclui atividades de formação, eventos e ferramentas que permitem às empresas abordar o problema da disparidade salarial. Além disso, o projeto visa contribuir para o objetivo da estratégia Europa 2020 que consiste em aumentar a taxa de emprego para 75% - pelo que é essencial uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho.

O comunicado de imprensa da Comissão Europeia sobre esta iniciativa pode ser consultado, na íntegra, aqui.

Que iniciativa resultará em maior empreendedorismo?

28 de Fevereiro de 2013

A Comissão Europeia lançou a 15 de Fevereiro a edição de 2013 dos Prémios Europeus de Promoção da Iniciativa Empresarial (PEIE). A iniciativa premeia as melhores iniciativas públicas e parcerias público-privadas na promoção do desenvolvimento empresarial e do empreendedorismo. Este ano foi acrescentada uma nova categoria que distingue projetos de sucesso que contribuem para a economia verde. O potencial das PME em termos de criação de emprego eleva-se a 85% de todos os novos postos de trabalho. 37 % dos europeus gostariam de trabalhar por conta própria, se pudessem. Os jovens são ainda mais atraídos pelo empreendedorismo: 45% das pessoas na faixa etária 15-24 consideram-no como uma opção de carreira realista. Caso este potencial pudesse ser explorado, milhões de novas empresas poderiam ser acrescentadas aos atuais 20,8 milhões de pequenas e médias empresas (PME) existentes na UE. Os Prémios de Iniciativa Empresarial visam contribuir para desencadear este potencial, ao distinguir iniciativas bem-sucedidas neste domínio.

Para mais informações sobre os PEIE, consulte o sítio Web ou visite a página oficinal no Facebook. O comunicado de imprensa da Comissão Europeia sobre esta iniciativa pode ser consultado aqui.

Taxa de desemprego de 16,9% - 4.º Trimestre de 2012

28 de Fevereiro de 2013

A taxa de desemprego estimada para o 4º trimestre de 2012 foi de 16,9%. Este valor é superior em 2,9 pontos percentuais ao do trimestre homólogo de 2011 e em 1,1 pontos percentuais ao do trimestre anterior.

A população desempregada foi de 923,2 mil pessoas, o que representa um aumento homólogo de 19,7% e trimestral de 6,0% (mais 152,2 mil e 52,3 mil pessoas, respetivamente).

A população empregada foi de 4 531,8 mil pessoas, o que representa uma diminuição homóloga de 4,3% e trimestral de 2,7% (menos 203,6 mil e 124,5 mil pessoas, respetivamente).

A taxa de desemprego média anual de 2012 foi de 15,7%, o que representa um acréscimo de 2,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A população desempregada foi de 860,1 mil pessoas, tendo aumentado 21,8% em relação ao ano anterior (mais 154,0 mil pessoas). A população empregada registou um decréscimo anual de 4,2% (menos 202,3 mil pessoas).

Consulte aqui o destaque do INE na íntegra.

24% dos portugueses vivem no limiar de pobreza

28 de Fevereiro de 2013

"Portugal estava em 2011 entre os países em que o risco de pobreza e exclusão social nas crianças e nos idosos suplantava a média da União Europeia (UE), revela um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Eurostat.

O relatório do gabinete de estatísticas da UE indica que 28,6% das crianças portuguesas estavam nesse ano em risco de pobreza e exclusão social, contra uma média de 27% na União. Quanto aos idosos, encontravam-se nesta situação 24,5% dos portugueses com 65 ou mais anos, bastante acima da média de 20,5% dos 27 Estados-membros da UE.

Na população em geral, os resultados mostram também que entre 2010 e 2011 baixou ligeiramente – de 25,3% para 24,4% – o número de portugueses em risco de pobreza e exclusão social, um dado que se deve apenas ao facto de nesse período ter baixado também o rendimento mediano do país que serve de base ao cálculo das taxas."

Fonte: Público

Brasil deverá reconhecer diplomas portugueses em Março

28 de Fevereiro de 2013

O sistema que pretende facilitar o reconhecimento de diplomas académicos portugueses no Brasil deverá ser adotado já no próximo mês de Março. Com este acordo será dado o reconhecimento, revalidação e equivalência aos graus de formação portugueses no Brasil e em Portugal.

O Conselho de Reitores das Universidades Portugal (CRUP) assinou um Memorando de Entendimento com a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil de forma a oficializar este mecanismo.

Numa primeira fase, a validação de diplomas dirige-se somente às áreas da engenharia e arquitetura, sendo reconhecidos os graus de licenciatura "pré-bolonha" e de licenciatura, mestrado e mestrado integrado "pós-bolonha".

Esta decisão foi tomada na sequência de uma sugestão feita pelo organismo brasileiro, sendo aplicada às universidades que integram a rede do CRUP.

Segundo o site oficial do conselho português, este procedimento será tomado "sem prejuízo da análise das demais áreas de formação nas fases subsequentes".

As novidades sobre este processo foram avançadas pela RTP. Em declarações àquele órgão de comunicação, Targino de Araújo, reitor na Universidade Federal de São Carlos no Brasil, mostrou-se confiante acerca do acordo estabelecido "com Portugal e, particularmente, com a CRUP".

"Acredito que não vamos ter problemas e vamos conseguir ter um processo bastante ágil para a validação dos diplomas (portugueses), espero que até Março o problema mais imediato esteja resolvido", defendeu.

Fonte: Boas Notícias

Menina de 8 anos cria projeto de empreendedorismo

28 de Fevereiro de 2013

Kylee Majcowski, uma menina norte-americana de oito anos, criou uma empresa onde crianças de todo o mundo podem entrar em contacto com o empreendedorismo. O desejo desta jovem empresária é incentivar outras crianças a realizarem os seus sonhos e a fazerem o que gostam, tal como Kylee fez.

As competências desta pequena empreendedora foram despertadas durante um exercício escolar em que lhe foi perguntado o que queria ser no futuro. Kylee Majcowski desenhou uma banca de venda de limonada como resposta a esta questão.

Com o apoio da sua mãe, Kylee teve noção da falta de incentivo ao empreendedorismo nas escolas norte-americanas e, como resposta, criou o Little Ladies Inventing Fun Through Entrepreneurship (ILIFTE), clube onde juntou as suas amigas para que aprendessem mais sobre a temática.

O ILIFTE foi criado com o objetivo de transmitir conceitos básicos de negócio a nove meninas da turma de Kylee, mostrando-lhes qual o significado de ser empreendedor e qual o caminho a percorrer para se fazer o que se gosta e montar um negócio próprio.

Após o sucesso deste projeto, Kylee Majcowski quis ir mais longe e criou o site Tomorrow's Lemonade Stand (TLS), um espaço online onde crianças de todo o mundo, entre os 6 aos 10 anos de idade, podem entrar em contacto com a temática do empreendedorismo.

No site oficial do TLS, Kylee explica que quis incluir também os meninos neste projeto para que "todas as crianças possam aprender a tornarem-se empreendedores". "É o primeiro passo para tornar esta ideia uma realidade", salienta.

O projeto online pretende dar acesso a cursos, conteúdos e jogos de alta qualidade, direcionados para crianças até aos dez anos de idade. O TLS pretende ainda aumentar o interesse do seu público através de um espaço seguro e divertido, de partilha de ideias criativas e de competências básicas sobre empreendedorismo.

As crianças vão poder também aprender sobre a gestão de dinheiro, a importância de trabalhar em equipa, a capacidade de assumir riscos e de enfrentar desafios.

A ideia da menina de oito anos foi lançada numa campanha da Kickstarter, a maior plataforma do mundo de crowdfunding (recolha de fundos) para projetos criativos, para ajudar mais crianças a concretizarem os seus sonhos.

Clique aqui para visitar o site oficial do Tomorrow's Lemonade Stand

Fonte: Boas Notícias

Economia Portuguesa - Propostas com futuro!

7 de Fevereiro de 2013

No apelo de Abril de 2011 que fundou a Rede Economia com Futuro e levou à realização da Conferência “Economia Portuguesa: uma Economia com Futuro” (30 de Setembro de 2011) alertava-se para que o “resgate” que acabara de ser anunciado iria resultar “em aumento do desemprego e da pobreza e em agravamento das desigualdades sociais e territoriais” e que “originando mais recessão … [poderia] falhar na necessária consolidação orçamental e não [reduzir] a dívida nem o fardo dos seus juros”. Passado um ano e meio, os resultados deste “resgate” estão à vista e são amplamente reconhecidos. Importa agora, face à devastação económica e social do país, procurar vias de saída e propostas capazes de impedir o declínio e a dependência de Portugal no quadro de uma União Europeia dual e em risco de desagregação.

A conferência Economia Portuguesa: Propostas com Futuro constituirá um momento privilegiado de apresentação pública e debate dos resultados do trabalho que tem sido desenvolvido pela Rede Economia com Futuro, enriquecido pela discussão e reflexão tidas no âmbito dos seminários temáticos que decorreram durante o mês de Janeiro de 2013.

Espera-se com a conferência dar um contributo que qualifique o debate público acerca das alternativas em presença e clarifique as escolhas necessárias para a superação da crise.

A conferência terá lugar no próximo dia 16 de Fevereiro (sábado), na Fundação Calouste Gulbenkian (Auditório 2), em Lisboa, sendo de acesso livre mas sujeito a inscrição.

Saiba mais informações aqui.

Coaching Café

7 de Fevereiro de 2013

No próximo dia 17 de Fevereiro pelas 17h terá lugar na Fnac do Gaishopping o “Coaching Café” organizado pela Rh.Coaching. Um momento para debater a construção de organizações positivas, que se revelem espaços de coragem, confiança e criatividade.

Conheça aqui o programa da iniciativa.

Destino Europa

31 de Janeiro de 2013

"Destino Europa" trata-se de uma iniciativa conjunta da União Europeia e seus Estados Membros. Em formato de Fórum pretende orientar organizações europeias na área da investigação, indústria e financiamento a apresentarem as oportunidades disponíveis para investigadores e agentes criativos de qualquer parte do mundo.

Através desta iniciativa é dada a conhecer a vibrante cultura europeia de investigação e inovação. Os eventos que nela se integram permitem conhecer oportunidades, estabelecer questões, formar redes e discutir com pessoas que optaram por trabalhar na Europa.

A próxima iniciativa terá lugar a 22 de Fevereiro em Cambridge, Massachusetts.

Para conhecer mais sobre esta iniciativa consulte informações aqui.

Projeto 80 – Atreve-te a aceitar o desafio!

31 de Janeiro de 2013

O Projeto 80 é um programa, de âmbito nacional, de dinamização do movimento associativo nas Escolas que procura promover a educação para a sustentabilidade, empreendedorismo e cidadania democrática.

Podem candidatar-se ao Projeto 80 as Associações de Estudantes do Ensino Básico e do Ensino Secundário que desenvolvam um ou mais projetos de sustentabilidade ambiental, nomeadamente, projetos que promovam a gestão eficiente de recursos, a diminuição da pegada carbónica e hídrica, a biodiversidade, o empreendedorismo, a economia verde e a inovação social, bem como o voluntariado ou outras formas de cidadania e participação pública.

As Associações de Estudantes vencedoras do Projeto 80 irão habilitar-se a vários prémios e uma visita às Instituições Europeias em Bruxelas.

O Projeto 80 é uma iniciativa conjunta da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direção Geral de Educação, do Instituto Português do Desporto e Juventude, da Quercus e do Green Project Awards.

Sabe mais informações e como te candidatares aqui.

Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa

31 de Janeiro de 2013

A Fundação Calouste Gulbenkian e a COTEC Portugal uniram-se numa parceria com o objetivo de aproximar a diáspora portuguesa do seu país. Através da iniciativa FAZ – Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, as duas entidades abriram a 21 de Janeiro de 2013 candidaturas ao Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa e ao concurso IOP – Ideias de Origem Portuguesa. Os interessados podem submeter as candidaturas até 31 de Março.

Mais informações disponíveis aqui.

O MIES recebe distinção +e+i atribuída pelo Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação do Ministério da Economia

31 de Janeiro de 2013

O MIES - Mapa de Inovação e Empreendedorismo Social - é um projeto de investigação e mapeamento de iniciativas de elevado potencial de inovação e empreendedorismo social. Iniciado em 2012, o projeto vai contribuir para o crescimento e competitividade de um novo mercado de inovação e empreendedorismo social nacional em Portugal.

É hoje atribuída ao MIES a distinção +e+i do Programa Estratégico do Ministério da Economia e do Emprego que visa estimular o empreendedorismo e promover o financiamento à inovação.

O MIES é um projeto desenvolvido em co-promoção com o IPAV e apenas possível com o envolvimento e financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação EDP e do Compete. O projeto tem como parceiro nacional o IPAMEI e parceiros internacionais a SIX - Social Innovation Exchange - e o Euclid Network.

Saiba mais informação sobre o projeto aqui.

Ideias de Empreendedorismo Social

31 de Janeiro de 2013

O Fórum Económico Mundial apresenta um vídeo com uma síntese de algumas ideias de empreendedorismo social espalhadas pelo mundo. Consulte aqui o vídeo

13ª edição do Programa de Estágios Jovens Animadores do Museu da Eletricidade

31 de Janeiro de 2013

A 13ª edição do Programa de Estágios Jovens Animadores do Museu da Eletricidade promovido pela Fundação da Juventude, em parceria com a Fundação EDP, já está na rua. Candidaturas abertas até 8 de Março.

Este programa tem como objectivo principal proporcionar aos estudantes o aprofundamento dos seus conhecimentos técnico-científicos, através do confronto com um público não especialista, desenvolvendo, também, as suas capacidades pessoais de liderança, gestão de grupos, espírito de iniciativa e de equipa, compromisso e disciplina, através do contexto real de funcionamento do Museu da Eletricidade.

Os estágios destinam-se a jovens estudantes do ensino superior público ou privado, a frequentar licenciatura, mestrado, mestrado integrado ou pós-graduação, preferencialmente em cursos com componentes em Física, Electricidade, Electrónica, Química, Energia ou Ambiente, com idades entre os 18 e os 25 anos,residentes da Área Metropolitana de Lisboa.

Aos candidatos pré-seleccionados será ministrada uma formação inicial, finda a qual serão selecionados até dez estudantes para frequentar o estágio de 6 meses, com início a 2 de Maio de 2013.

Para mais informações visite o site.

Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas

31 de Janeiro de 2013

O Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas (PEJENE) - visa a criação de uma relação directa entre as Universidades e as Empresas durante o período de formação escolar e curricular dos jovens. Este programa de estágios de âmbito nacional, que se encontra agora na 21ª edição, permite aos jovens estudantes aceder a uma experiência profissional reconhecida, facilitando a sua posterior entrada no mercado de trabalho.

Os estágios, a decorrer entre os meses de Julho e Setembro, destinam-se a todos os jovens que frequentem o penúltimo e o último ano de qualquer curso do ensino superior (Licenciatura, Mestrado ou Mestrado Integrado), em estabelecimentos de ensino público, privado e/ou cooperativo, abrangendo todas as áreas de estudo.

Os estágios terão a duração mínima de 2 meses e máxima de 3 meses, decorrendo em todo o território nacional.

As inscrições no PEJENE 2013 são realizadas exclusivamente por via electrónica e, terminada a fase de candidaturas das empresas que decorreram até dia 30 de Abril, surge a oportunidades dos jovens portugueses investirem no seu futuro e utilizarem esta plataforma de acesso ao mercado de trabalho. A partir de 2 de Maio, e sem data limite, os estudantes podem candidatar-se.

Consulte o Regulamento do Programa e visite o microsite para mais informações.

397 milhões de trabalhadores vivem em pobreza extrema

24 de Janeiro de 2013

Segundo notícia publicada, a taxa de trabalhadores pobres continua a diminuir, a nível mundial, mas a um ritmo inferior ao observado em crises económicas anteriores. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, em 2012 contavam-se pelo menos 397 milhões de trabalhadores a viver em pobreza extrema.

A este número há ainda a juntar cerca de 472 milhões de pessoas que apesar de estarem empregadas não têm rendimento suficiente para satisfazer as suas necessidades básicas.

No seu relatório sobre "Tendências de emprego em 2013", agora divulgado, a OIT observa ainda que esta crise económica está a provocar uma subida do emprego informal, especialmente nas chamadas economias de transição na Europa de Leste e Ásia Central.

Tudo isto faz com que o emprego vulnerável tenha mais dificuldade em diminuir.

UE com excedente de 28,8 mil milhões no terceiro trimestre de 2012

24 de Janeiro de 2013

A balança de pagamentos correntes da União Europeia registou um excedente de 28,8 mil milhões de euros no terceiro trimestre de 2012, contra um défice de 6,8 mil milhões em igual período de 2011, segundo o Eurostat.

Os excedentes mais elevados pertencem à Holanda, Alemanha e Suécia.

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Sessão de apresentação da Academia Ubuntu no Porto

24 de Janeiro de 2013

A Sessão de Apresentação da 2ª edição da Academia Ubuntu terá lugar no dia 25 de Janeiro, pelas 18 horas, na Universidade Católica Portuguesa, Porto - Campus da Foz.

A sua 2ª edição beneficia da experiência e aprendizagem alcançadas com a 1ª edição (2010/12), diferenciando-se desta por se dirigir a um público-alvo mais abrangente e multicultural, com o mesmo referencial de contextos de exclusão. Distingue-se também por alargar a sua intervenção ao grande Porto, para além de manter a região de Lisboa.

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Portugal: um país onde 20% dos pais já partilham a licença

9 de Janeiro de 2013

Depois de Espanha e França, Portugal tem uma mulher grávida no Governo. Dos três países, é o que mais tem apostado na partilha de licenças parentais entre homens e mulheres, embora muitas mulheres ainda sejam discriminadas no trabalho - precisamente porque os empregadores temem que engravidem.

Em 2011, quase 17 mil (20,5%) das 81.300 licenças parentais iniciais (assim se passou a designar a licença de maternidade em 2009) foram partilhadas pelos dois progenitores. Se mais homens partilharem as licenças parentais com as companheiras, isso significa menores diferenças entre o tempo que elas e eles estão afastados do trabalho, quando nasce um filho. E menos discriminação, tal como afirma Karin Wall, socióloga e especialista em políticas de família.

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Desemprego manteve recorde de 16,3% em Novembro, diz Eurostat

9 de Janeiro de 2013

A taxa de desemprego em Portugal permaneceu em Novembro no nível recorde de 16,3%, anunciou nesta terça-feira o Eurostat. O valor representa um aumento de 2,2 pontos percentuais em relação a Novembro de 2011, quando a mesma taxa se situava nos 14,1%, representando a terceira maior taxa da União Europeia.

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Governo paga 692 euros a jovens licenciados para apoiar a criação de cooperativas

9 de Janeiro de 2013

O programa COOPJOVEM, destinado a apoiar a criação de cooperativas, prevê a atribuição de uma bolsa de 691,71 euros (valor máximo atribuído a jovens licenciados) aos interessados em desenvolver um projecto, que exige dedicação exclusiva. Podem concorrer ao COOPJOVEM, jovens com idades entre os 18 e os 30 anos e, pelo menos, o 9.º ano de escolaridade, interessados em criar uma nova cooperativa com um mínimo de cinco e um máximo de nove cooperantes.

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Quando o desemprego deixa de ser uma questão temporária

3 de Janeiro de 2013

Há 483 mil pessoas sem emprego há mais de um ano. Para muitos, já não é uma condição transitória. A maioria está na meia-idade. Entre os jovens, o desemprego de longa duração dispara. Um artigo da autoria de Pedro Crisóstomo hoje no Público questiona até quando esta é uma questão de tempo.

Mais informações na imprensa.

Estou desempregado(a). E agora?

3 de Janeiro de 2013

Sofia Gomes, jovem portuguesa qualificada, decide criar uma página no Facebook assente na visão de que indivíduos com problemas semelhantes, como o desemprego, predispostos para partilhar experiências pessoais, conseguem aumentar a auto-estima e confiança e projectar-se no seu futuro, formando assim um grupo aberto para partilha de sentimentos e experiências do e no desemprego.

Consulte aqui a página.

O que pedimos neste Natal é um Portugal melhor

23 de Dezembro de 2012

Carta de Natal elaborada por um conjunto de jovens portugueses enviada ao Primeiro Ministro pedindo um Portugal melhor, um Portugal de valores renovados e que no discurso destes jovens passa pela importância da oportunidade de desempenharem uma profissão.

Veja aqui o vídeo.

Workshop "Empregabilidade e Técnicas de Procura de Emprego"

7 de Dezembro de 2012

Através de uma parceria entre a Fundação da Juventude e a Empresa "Energia Fundamental" será realizado o workshop "Empregabilidade e Técnicas de Procura de Emprego". Este evento decorre no dia 14 de Dezembro de 2012, nas instalações da Fundação da Juventude, sito na Rua das Flores, 69, rés do chão, no Porto, tendo um custo de 15 euros por participante. Abaixo encontra o cartaz mais detalhado sobre o workshop e a ficha de inscrição, que deve ser entregue até dia 12 de Dezembro de 2012.

Propostas da Comissão Europeia relativas a desemprego e exclusão social dos jovens

5 de Dezembro de 2012

Conheça aqui um conjunto de medidas propostas pela Comissão Europeia no âmbito do combate ao desemprego e exclusão social dos jovens.

Seminário Internacional Inserção e Emprego – Medidas e Estratégias

26 de Novembro de 2012

No dia 3 de dezembro, segunda-feira, pelas 19h, na Quinta das Palmeiras, Pousos, Leiria, irá realizar-se o 2.º Jantar Conferência "Orçamento do Estado 2013: Como sair desta crise?", organizado por Telma Curado – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. Este jantar irá contar com a presença de vários especialistas da área económica, fiscal, política e dos media, conforme o cartaz anexo.

A EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza e a Ajuda de Berço foram as duas instituições selecionadas pela referida organização, para ser atribuído um donativo.

Contamos com a sua presença e apoio na divulgação.

Conferência ICS 2012 "Portugal em Mudança – Diversidades Assimetrias e Contrastes"

26 de Novembro de 2012

"Portugal em Mudança - Diversidades, Assimetrias e Contrastes" é a conferência com que o ICSUL vai comemorar os cinquenta anos da sua história, decorrendo entre 26 e 27 de Novembro no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao longo de cinco décadas, o ICSUL tem acompanhado e analisado as mudanças na sociedade portuguesa, produzindo conhecimento que permitiu e permite compreendê-la melhor nas suas diferenciações internas e nos contextos europeu e internacional. Um conhecimento que tem sido e será decisivo na própria transformação dos processos que tem analisado."

Para mais informações consulte o Programa e Convite ou dirija-se a www.ics.ul.pt.

Seminário o "Mercado de Emprego em Portugal: Um caminho para o modelo nórdico de flexisegurança?"

15 de Novembro de 2012

As Embaixadas da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, a Secretaria de Estado do Emprego e a Fundação Calouste Gulbenkian organizam o presente seminário que decorrerá dia 28 de Novembro de 2012 às 14:30 no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian.
Aceda ao programa e convite aqui.

Os desafios de uma Rede de Empresas de Inserção

15 de Novembro de 2012

No passado dia 13 de Novembro a RESIT (Rede de Empresas Sociais para a Inserção pelo Trabalho) – dinamizou o Seminário Internacional “Inserção e Emprego – Medidas e Estratégias” com os objetivos e programa que aqui pode conhecer.

Perante todas as entidades presentes, as conclusões apontaram para uma invisibilidade das empresas de inserção e dos seus impactos no promoção da empregabilidade de públicos vulneráveis. É perante este facto que entidades como a ENSIE(European Network for Social Integration Entreprises) e a FAEDEI (Federacion de Associaciones Empresariales de Empresas de Insercion) exercem um papel de lobby político, no sentido da promoção do reconhecimento das empresas de inserção, objetivo que a recém criada RESIT pretende igualmente exercer.

Das várias experiências e metodologias partilhadas, conclui-se que investir em redes é investir em pessoas, é conquistar visibilidade para os factos e com ela apoiar cada vez mais os públicos vulneráveis. Esta conquista por parte das empresas de inserção passa por grandes desafios nos tempos atuais, desde logo o desafio deste maior trabalho em rede, passando igualmente por questões como a do acompanhamento dos trabalhadores após o período de trânsito nas empresas de inserção, a da constituição de indicadores de resultados destas empresas e a conquista da certificação da formação dos processos desenvolvidos ao longo do período de inserção dos trabalhadores.

No âmbito desta importante reflexão em torno das empresas de inserção destaque-se igualmente a abordagem da Economia Social como empregadora e o desfio da proposta da inovadora metodologia IOD (Intervention sur l’Offre et la Demande).

Sorrisos de intervenção cívica

14 de Novembro de 2012

Num dia em que muitos saem à rua, relembra-se uma iniciativa que anda a habitar algumas ruas do país à algum tempo, o projeto Amélie.

Pequenas acções que tenham como objectivo mudar o mundo, ou os pequenos mundos em que vivemos. Acções desinteressadas, que façam alguém sorrir, sentir-se melhor, emocionar-se, etc. Qualquer coisa que mude o dia a dia de algumas pessoas.

Saiba mais sobre o projeto:
http://www.facebook.com/ProjectoAmelie
http://projectoamelie.tumblr.com

Formação em Gestão de Voluntariado

14, 21, 27 de Novembro e 4 e 12 de Dezembro de 2012

Trata-se de uma formação bastante técnica, que fornece aos formandos instrumentos e metodologias na complexa tarefa da gestão de voluntários. A gestão dos recursos humanos é extremamente importante no sucesso das organizações. Gerir RH é algo complexo, que exige competências. No entanto, gerir colaboradores assalariados é completamente diferente de gerir colaboradores voluntários. A natureza do trabalho desenvolvido é distinta e a remuneração dos voluntários é motivacional! Nesta ação os seus participantes, para além dos conhecimentos adquiridos sobre as especificidades da coordenação dos voluntários, podem aceder também a um vasto leque de ferramentas na gestão quotidiana dos voluntários em contexto organizacional.

Para mais informações consulte o documento ou contacte EAPN Portugal/ Maria José Vicente (mj.vicente@eapn.pt)

Seminário Internacional Inserção e Emprego – Medidas e Estratégias

13 de Novembro de 2012

A RESIT Portugal – Rede de Empresas Sociais de Inserção pelo Trabalho convida a participar no Seminário Internacional Inserção e Emprego – Medidas e Estratégias, no dia 13 de Novembro, no Auditório do CENTRO CULTURAL CASAPIANO, Rua dos Jerónimos, nº 7 A – Lisboa.

A RESIT é uma iniciativa voluntarista de cinco associações que desde há um ano trabalham para promover a cooperação entre diferentes organizações e pessoas, nos planos nacional e internacional. Contamos nomeadamente com a parceria, e a participação neste seminário, da ENSIE - European Network for Social Integration Enterprises.

Esta iniciativa nasce de uma longa experiência e conhecimento das Empresas de Inserção em Portugal, bem como da finalidade comum de promover o trabalho em rede no sentido de potenciar a sinergia das acções de inserção profissional e de emprego de pessoas profissionalmente excluídas ou vulneráveis.

Este seminário visa debater as questões chave para o emprego e a inclusão social, dar a conhecer a RESIT e cativar outros interessados em integrar esta rede. Conheça a memória descritiva do seminário.

“Não estudam nem trabalham. O que fazem ( e no que pensam) estes jovens?”

28 de Outubro de 2012

Um estudo publicado esta semana por uma agência da União Europeia estima em 14 milhões o número de jovens europeus com idades entre os 15 e os 29 anos que estão fora do sistema de ensino e sem lugar no mercado laboral. Em Portugal serão 260 mil, um máximo histórico que a crise económica e a erosão do emprego só tendem a agravar. Geração perdida? Há quem se recuse a deixar de acreditar.

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Valor mínimo do subsídio de desemprego reduzido em 6%

25 de Outubro de 2012

A contribuição de 6% prevista no Orçamento do Estado (OE) para 2013 será estendida também aos desempregados que recebem o limite mais baixo o que acabará por se traduzir num corte de 25 euros no valor do subsídio.

À saída de uma reunião com o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, o líder da UGT, João Proença confirmou que o Governo abandonou a ideia de cortar em 10% o valor mínimo do subsídio de desemprego e que estaria disposto a atenuar os cortes no subsídio social de desemprego.

Na proposta inicial enviada esta terça-feira aos parceiros sociais, o corte de 10% implicava que o limite mínimo do subsídio baixasse de 419 euros para 377 (menos 42 euros). A contribuição de 6% implicará uma descida para 394 euros (menos 25 euros).

A proposta de OE para o próximo ano prevê que os desempregados subsidiados descontem 6% para a Segurança Social, mas deixa de fora quem recebe o mínimo. Agora, e caso a intenção revelada pela UGT, vá por diante, essa cláusula de salvaguarda será eliminada.

No final do encontro com alguns representantes dos parceiros sociais, o ministro Pedro Mota Soares admitiu que iria retirar a proposta de redução do subsídio de desemprego e comprometeu-se a encontrar "alternativas" que garantam a inserção ao mercado de trabalho. Mas não revelou o que iria fazer.

"O Governo decidiu alterar a redução do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego no seu limite mínimo encontrando alternativas que garantam que efectivamente há um incentivo ao regresso ao mercado por parte dos desempregados subsidiados", disse à Lusa.

De acordo com a CGTP há perto de 150 mil desempregados a receber o subsídio mínimo.

Fonte: http://economia.publico.pt/Noticia/subsidio-desempreg-1568686

Burnout, uma doença que afecta professores e alunos

25 de Outubro de 2012

O ISPA apresenta, no dia 25 de Outubro, às 12h30, no Auditório 1, um estudo sobre exaustão em estudantes universitários, intitulado “Burnout em Estudantes Universitários: Determinantes e Consequências” conduzido por João P. Marôco, professor do ISPA.

Na conferência são relatados os resultados de um estudo sobre os determinantes síndrome de Burnout numa amostra de 1080 estudantes universitários e suas consequências no desempenho escolar e interação social. O Burnout é um estado de fadiga permanente associado à exaustão psicológica, à descrença no trabalho e à baixa eficácia. Embora seja tipicamente associado a profissionais, foi recentemente identificado como altamente comum em estudantes universitários.

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Benetton vai dar €500.000 para combater desemprego jovem

A Benetton, famosa marca italiana de vestuário e que sempre se destacou pela polémica das suas campanhas publicitárias, lançou um concurso internacional para eleger os “não-empregados” do ano, numa forma de alertar para o flagelo do desemprego jovem.

Através da Fundação Unhate, braço de responsabilidade social da United Colors of Benetton, a marca lançou hoje o concurso “Unemployee of the Year”, que tem uma dotação de 500.000 euros a distribuir por 100 jovens de todo o mundo.

O concurso convida qualquer jovem entre os 18 e os 30 anos a candidatar-se, sendo atribuído um financiamento de 5.000 euros aos 100 projetos mais votados pelos membros da Unhate Foundation Community, após a validação do cumprimento de todos um critérios por um júri.

Para concorrer basta ter entre 18 e 30 anos, não ter ocupação (i.e. nunca ter trabalhado ou nunca ter desenvolvido uma atividade laboral durante mais de seis meses consecutivos, seja como trabalhador por conta de outrem seja como trabalhador por conta própria), e ter uma conta no facebook.

O concurso tem duas tipologias, nomeadamente projetos para a realização de obras de arte e projetos para a realização de atividades económicas (com ou sem fins lucrativos), que tenham um impacto social coerente com os valores fundamentais da Fundação Unhate.

As candidaturas, que poderão ser realizadas online, arrancaram hoje e terminam a 14 de outubro, sendo os vencedores conhecidos até 31 de outubro.

Esta iniciativa é lançada na sequência de uma campanha mundial que mostra o retrato dos jovens NEET (Not in Education, Employment or Training – ie., que não frequentam o ensino, que não têm emprego e que não estão em formação/estágio). A campanha foi lançada aquando do arranque da própria fundação, em novembro passado.

Mais sobre o concurso
Mais sobre a Fundação

Acredita Portugal cria Clube de Empreendedores

A associação Acredita Portugal, que tem como missão "libertar o potencial empreendedor dos portugueses", criou o Clube dos Empreendedores, um programa que pretende fomentar uma cultura de intercâmbio de conhecimento entre as pessoas com espírito empreendedor.

Podem ser membros do clube todas as pessoas "inconformadas, independentemente da sua idade, formação ou natureza do projeto, que podem já ter uma ideia definida e respetivo plano de negócios ou que tencionem simplesmente encontrar inspiração para a desenvolver", explica a associação em nota à imprensa.

De âmbito nacional, este programa inclui um plano diversificado de atividades que podem ir desde workshops a encontros com financiadores, ou eventos de networking, entre outros serviços para empreendedores e que, de acordo com a associação, serão pagos "a um preço reduzido" ou disponibilizados de "forma gratuita". O site da Acredita Portugal explica ainda que ser membro do clube terá um custo de cinco euros mensais.

Saber mais http://www.acreditaportugal.pt/clube-de-empreendedores/clube-de-empreendedores.php.

IEFP no Portugal Maior

O IEFP, marca presença no Portugal Maior - Encontro Internacional do Envelhecimento Ativo, divulgando as suas medidas de apoio ao empreendedorismo e criação do próprio emprego, dando a conhecer a sua oferta formativa e apresentando negócios de sucesso, criados por pessoas com mais de 50 anos, que demonstram as vantagens de se manter uma vida ativa e os benefícios da aprendizagem em todas as fazes da vida.

Este encontro, promovido pela Associação Industrial Portuguesa, entre os dias 5 e 9 de dezembro na FIL, tem por objetivos promover um envelhecimento digno, colocar os cuidados de saúde, bem estar e integração social dos seniores como prioridade e promover o crescimento económico, potenciando novas oportunidades de negócio, de emprego e de aprendizagem.

Mais informação em www.portugalmaior.fil.pt.

Medidas Impulso Jovem

Passaportes Emprego - Integrados na Iniciativa Impulso Jovem, um nova geração de estágios, abrangendo, entre outros, os setores de atividade de bens e serviços transacionáveis, agricultura, economia social e o setor associativo juvenil e desportivo, que conjugam, na entidade promotora, a prática em contexto de trabalho com formação profissional adequada à atividade a desenvolver.

Candidaturas abertas a 1 de agosto.

Estágios, com a duração de 6 meses, destinados a melhorar o perfil de empregabilidade dos jovens desempregados inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses e, em simultâneo, potenciar o desenvolvimento de novas competências junto dos empregadores, de forma a estimular a criação de emprego em novas áreas, nomeadamente nos setores de bens e serviços transacionáveis, na agricultura, no setor associativo juvenil e desportivo e no setor da economia social.

Os estágios conjugam, na entidade promotora, a prática em contexto de trabalho com formação profissional adequada à atividade a desenvolver.

Se é uma entidade de direito privado com fins lucrativos:

Se é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos:

Pode, ainda, candidatar-se ao prémio de integração se no final do estágio celebrar um contrato de trabalho sem termo, com o estagiário.

Desenvolva estágios na sua entidade, candidate-se às medidas Passaportes Emprego (Portaria 225-A/2012 de 31/07) a partir de 1 de Agosto.

Medida Incentivo à aceitação de ofertas de emprego

Com vista a tornar mais eficaz o combate ao desemprego, e em particular ao desemprego de longa duração, o Governo acordou com a maioria dos parceiros sociais, no âmbito do Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, a criação de uma medida de emprego que, permita um melhor ajustamento e redução do número de ofertas de trabalho não preenchidas que coexistem com um elevado número de desemprego, assim como, potenciar as perspetivas de empregabilidade futura dos desempregados subsidiados ao facilitar a sua reinserção plena no mercado de trabalho.

Neste contexto, a Portaria n.º207/2012, de 06 de julho, criou a Medida Incentivo à Aceitação de Ofertas de Emprego (MIAOE) que consiste na atribuição de um apoio financeiro aos desempregados titulares de prestações de desemprego que aceitem ofertas de emprego apresentadas pelos Centros de Emprego ou através de colocação pelos próprios meios.

Os beneficiários das prestações de desemprego, devem reunir, cumulativamente, os seguintes requisitos:

  • Estar inscritos nos Centros de Emprego há mais de 6 meses;
  • Aceitar uma oferta de emprego, apresentada pelo centro de emprego, ou obtenham colocação pelos próprios meios, cuja retribuição ilíquida seja inferior ao valor das suas prestações de desemprego;
  • Ter, à data da celebração do contrato de trabalho, ainda direito a beneficiar das prestações de desemprego por um período remanescente igual ou superior a 6 meses.

O beneficiário pode ter direito ao seguinte apoio financeiro:

  • 50% do valor das prestações de desemprego durante os primeiros seis meses, até ao limite máximo de 500 euros;
  • 25% do valor das prestações de desemprego durante os seis meses seguintes, até ao limite máximo de 250 euros;
  • O apoio financeiro tem um limite de 12 meses, mesmo que o contrato de trabalho celebrado tenha uma duração de superior.

A candidatura para o apoio financeiro, que pode ser efetuada a partir de 6 de Agosto de 2012, é apresentada junto do IEFP,IP e o candidato pode fazê-lo de duas maneiras:

  • Entregando no centro de emprego o requerimento, conforme modelo próprio, que pode obter no centro de emprego;
  • Efetuando diretamente a sua candidatura através do portal Netemprego.

Qualquer que seja a opção, a candidatura tem que ser sempre apresentada no prazo de 30 dias consecutivos, a contar da data de início da vigência do contrato de trabalho. São anexos obrigatórios ao processo de candidatura e sem os quais a mesma não pode ser aceite:

  • Formulário Próprio que pode ser obtido num Centro de Emprego ou aqui.
  • Cópia do contrato de trabalho que deve indicar a data de início e respetiva vigência, valor da retribuição mensal e horário de trabalho;
  • Declaração da entidade empregadora a atestar que não beneficia nem vai requerer apoio financeiro para o mesmo posto de trabalho.

Para fornecer informação mais detalhada e apoiar os candidatos, o IEFP elaborou o Guia de Apoio.

Contacte o Centro de Emprego da sua área de residência.

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